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0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3* EDIGAO = 2022) DICIONARIO DA DOR 101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR LE oe or od ao PHD. LEONARDO AVILA CLINICO DA DOR E PROFESSOR (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), Autor: PhD. Leonardo Avila — Doutor em Neurociéncias, Um especialista amante do estudo da dor, clinico ha 10 anos, pesquisador incipiente ¢ educador. Graduado em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC (2012), na qual também coneluiu seu Mestrado em 2015. PhD. em Neurociéneias pela Universidade Federal de Santa Catarina (2022) - UFSC, na qual integrou durante 6 (seis) anos o Laboratério de Neurobiologia da Dor e da Inflamagdo (LANDI - Pesquisa Clinica), que possui como linha de pesquisa a Neurobiologia da Dor e Inflamagao. Clica aqui e assista o video Dentre as citadas formagoes, seu curriculo conta com inimeras capacitagdes direcionadas ao estudo da dor. No campo voltado 4 atuagdo clinica, desde 2013 aplica diariamente seu conhecimento ¢ prixis para avaliar e tratar pessoas com dor erdnica, inclusive como diretor cientifico do Centro Especializado em Dor Cronica (CDC), localizado em Santa Catarina do qual também é fundador. Em razio da pandemia de COVID-19, desde abril de 2020, atua na pratica clinica por meio de teleconsultas, atendendo pacientes com dor crdnica ndo apenas de todo o brasil, como também do exterior. Dessa forma, conta com mais de 700 (setecentas) teleconsultas, ou seja, carga horaria superior 4 2.000 (duas mil) horas até o presente momento (maio de 2022) Ji no que tange a docéncia, dedica-se a capacitagio de profissionais da satide a0 Jongo dos limos 6 (seis) anos, ndio apenas com a realizagio de cursos sobre a contemporiinea ciéncia da dor, mas, inclusive, lecionando em especializagdes, como, por exemplo, na Pés-graduagdo em dor do Albert Einstein - Instituto Israelita de Ensino ¢ Pesquisa/SP, participando, assim da formago de mais de 2.200 (dois mil e duzentos) alunos. Por iiltimo, € um perseverante divulgador cientifico sobre a contemporanea ciéneia da dor, atuante nas redes sociais, atualmente com 0 @tudosobredor (instagram). Clica aqui e assista o video 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), Por que construir e ofertar um dicionirio da dor? Inicialmente, é preciso contextualizar que grande parte dos profissionais da satide possuem pouca disposigao em accitar ¢ entender a contemporinea neurociéncia da dor em decorréncia da sua linguagem, de rdua compreensio, que transcend 0 raciocinio cartesiano (por exemplo, patoanatémico ¢ cinesiopatolégico) proposto nas formagdes académicas dos profissionais da satide. Apesar disso, ¢ inegavel que 0 entendimento sobre o assunto é imprescindivel a todos os profissionais das mais variadas areas da satide. Para mais, aponta-se que a terminologia usada em pesquisas de dor pode apresentar fortes implicagdes em relago & condugao da ciéncia, bem como o modo como os cientistas, pesquisadores, clinicos e sociedade (nao especializada) interpretam essas descobertas. A titulo de exemplo, mesclar as terminologias dor e nocicep¢io, pode criar a falsa impressdo de que o profissional da satide possui uma forte compreensao cientifica dos processos subjacentes dor. Tendo em vista que embora exista amplo conhecimento dos processos nociceptivos, ainda se carece de teorias concretas ou dados cientificos sobre como as percepgdes subjetivas surgem, seja para a dor ou qualquer outro estado subjetivo consciente, Isso posto, é preciso conhecer que, se tratando de mecanismos neurofisioligicos da dor e demais conceitos, ainda que insuficientemente utilizados, existe um vocabukirio comum que pode melhor nortear 0 estudo e pritica clinica dos profissionais da saiide. Assim, exemplificando, segundo a Associagao Internacional para o Estudo da Dor (IASP), até 0 momento em que esse diciondiio é escrito, existem trés tipos de dor, em ordem de génese, respectivamente: neuropitica, nociceptiva e nociplistica. A definigao e explicagao dos trés tipos de dor e outros conceitos e questdes modernas sobre dor constam no diciondtio da dor. Logo, diante da latente necessidade de dominancia do assunto para a melhor compreensio da neurofisiologia da dor por profissionais da saiide que estudam, avaliam, tratam e acompanham pacientes com dor, surgiu o presente dicionario da dor, que traz 101 conceitos e questdes modernas sobre dor para a pritica clinica, 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) Neste dicionario, voc encontrar os vocabulirios mais comuns, aceitos € atualizados sobre dor, iniciando por conceitos basicos e partindo para questdes frequentes e termos pertinentes que compdem o vocabulirio da dor e suas definigdes, evidenciados & organizados em ordem alfabética. Clica aqui c assista 0 video 101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA.A PRATICA CLINICA (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 1. Dor: 8 motivos para estuda-la: A dor, seja aguda ou crénica, & uma das condigies mais frequentes para os pacientes buscarem os servigos de saiide (Jackson and Simpson, 2004)(Maintyselkit et al., 2001); Aproximadamente um em cada cinco adultos sofre com dor erénica (Dahlhamer et al., 2018); Nem toda dor é igual, é preciso saber identificar a subcategoria, sistema e ‘mecanismo neurofisiolégico predominante (Treede et al., 2019); O entendimento sobre dor dos pesquisadores, clinicos e demais profissionais da satide, bem como da sociedade é, em parte, antiquado (Apkarian, 2019); . Embora as taxas de mortalidade sejam mais altas para infarto (cardiaco) acidente vascular cerebral, doengas infecciosas, cdncer ¢ diabetes, a dor cronica a principal fonte de sofrimento e incapacidade humana (Goldberg and McG 2011); A propria dor e muitas doengas associadas & dor erdnica ndo sao imediatamente fatais, as pessoas tém “suas vidas paradas” e continuam a conviver com a dor (Breivik et al., 2006); 0 Global Burden of Disease Study avaliou os “anos vividos com incapacidade” (AVI) para uma ampla gama de doencas (354) em 195 (cento e noventa e cinco) paises. A maior causa ‘inica de AVI em todo o mundo foi dor lombar crénica, seguida de transtorno depressivo maior, outras causas frequentes de AVI icluem dor cervical crénica, enxaqueca, osteoartrite, outros distirbios musculoesqueléticos e cefaleia por uso excessivo de medicamentos (Vos et al 2016);e A tentativa de compreender a dor ainda representa um dos desafios mais antigos da historia da satide (Raffaeli and Amaudo, 2017) 2. Dor (definicio revisada): Segundo a Associagdo Intemacional para o Estudo da Dor (IASP), dor ¢ experiéncia sensorial e emocional desagradavel, associada, ou semelhante quela associada, a uma lesfo tecidual real ou potencial. Clica aqui ¢ assista 0 video. 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 3. Dor (notas): H 6 notas que acompanham a definigao! revisada de dor (Raja et al., 2020a): Dor sempre é uma experiéncia pessoal que é influenciada, em graus variaiveis, por fatores bioldgicos, psicoldgicos ¢ sociais; Dor e nocicepgao so fendmenos diferentes. A dor nao pode ser determinada. exclusivamente pela atividade dos neurdnios sensitivos; Através das suas experiéneias de vida, as pessoas aprendem 0 coneeito de dor; O relato de uma pessoa sobre uma experiéncia de dor deve ser respeitado; . Embora a dor geralmente cumpra um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na fungdo e no bem-estar social e psicoligico; e A descrigdo verbal & apenas um dos virios comportamentos para expressar a dor; a incapacidade de comunic: invalida a possibilidade de um ser humano ou um animal sentir dor. Clica aqui c assista o video. 4, Dor aguda: Atende ao critério puramente temporal, ou seja, a dor aguda é aquela que dura ou se repete por menos de 3 meses (Treede et al., 2019). Clica aqui e assista © video 5. Dor cronica: E aquela que dura ou se repete por mais de 3 meses (hd 3 subcategorias temporais ¢ 2 associadas a origem) (Treede et al., 2019). Clica aqui ¢ assista © video 6. Dor crénica continua: E uma subcategoria temporal de dor crénica, em que © curso temporal da dor do paciente pode ser codificado como "continua", quando a dor estd sempre presente (Treede et al., 2019). RSENS ERR ST Eo) WR OE BPRS 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 7. Dor crénica recorrente & uma subcategoria temporal de dor erénica, em que 0 curso temporal da dor do paciente pode ser codificado como "recorrente”, quando ha intervalos sem dor, sua aparigfo esta associada a flare-up. Isso é, 0 fato de uma pessoa ser portadora da doenga dor erénica nao significa que ela conviva com dor todos os dias (Treede et al., 2019). 8, Dor crénica continua + flare-up: E uma subcategoria temporal de dor crénica, em que o curso temporal da dor do paciente pode ser codificado como “continuo + flare-up”, quando a dor esti sempre presente associada & flare-up (Treede et al., 2019), 9. Dor crénica e lesao nao curada: Essa ¢ uma correlaco inadequada. Dor crénica nao significa que uma lesio detectavel nao foi curada corretamente. Para maiores informagdes, leia as definigoes de dor erdnica priméria © secundiiria (Nicholas et al., 2019). 10. Dor crénica primaria: E uma subcategoria de dor crénica associada a origem, definida como dor em uma ou mais regides anatOmicas que persiste ou se repete por mais de 3 meses, esti associada a sofrimento emocional significativo ou incapacidade funcional e que nao pode ser mais bem explicada por outra condigdio de dor crénica (existem 5* subcategorias de dor crénica primaria). O mecanismo neurofisioligico predominante é 0 nociplistico (Nicholas et al., 2019). Clica aqui e assista o video. 11, Dor crénica secundaria: i! uma subeategoria de dor erénica associada a origem, na qual ha associagio a outras doengas como causa subjacente, para as quais a dor pode inicialmente ser considerada um sintoma. Em sintese, hd um evento/condigaio desencadeador, € mesmo apds a cura da condigao prévia, a dor persiste existem 6° 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), subeategorias de dor crénica secundaria). © mecanismo neurofisioligico predominante & nociceptivo ou neuropitico (Perrot et al., 2019). Clica aqui e assista o video. 12. Dor e nocicepeao: Primeiro, nao so a mesma coisa. Em sequéncii 6 (seis) diferencas bisicas entre dor e nocicepcao (Apkarian, 2019), i. Nocicepgao é um input (aferéncia), hé elementos especificos envolvidos, por exemplo, um receptor sensitivo de alto limiar do sistema nervoso somatossensorial periférico capaz de transduzir e codificar estimulos nocivos; ii, Nocicepedo refere-se ao processo (neural de codificagao de estimulos nocivos © pode ser entendida como um sistema de protegdo — nociceptivo); iii, Os estimulos podem ser conscientes e/ou subconscientes (inconsciente) comumente relacionam-se a uma aferéncia periférica; iv. A dor é um owput (“resposta”), na qual utiliza uma trama neural para se expressar, haja vista que nao ha um sitio especifico de dor no eérebro; v. A dor é definida como uma experiéneia sensorial e emocional desagradavel associada, ou semelhante Aquela associada, a uma lesio tecidual real ou potencial; e vi. A dor pode ser um sinal (dor aguda, a falha do nociceptor ou a iltima tentativa de proteger 0 organismo num estado fisiologico - “normalidade”) ou sinal disfuncional (doenga dor crénica). Enfim, comumente é uma experiénei consciente e, 6 uma interpretagio do cérebro, por exemplo, independentemente da presenga de aferéncias (Baliki and Apkarian, 2015). Clica aqui e assista 0 video. 13. Dor fantasma pés-amputacho: A dor fantasma é a sensagdo de dor em um membro, 6rgdo ou outro tecido apés amputagdo e/ou lesdo nervosa. Trés fendmenos ocorrem apés a amputacao: (1) sensagdo fantasma, (2) dor no coto; ¢ (3) dor fantasma. Embora os membros sejam mais comumente envolvidos, os mesmos problemas podem ocorrer com dentes, mamas ¢ reto. Acerca da fisiopatologia da dor fantasma, 0 mecanismo exato associado ao desenvolvimento da dor fantasma ainda é desconhecido. De modo geral, acredita-se que 0 fenémeno seja iniciado por alteragdes advindas na periferia que alteram a ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 8 (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), entrada aferente que o cérebro e a medula espinal recebem, levando a reorganizago central €alteragdes que contribuem para o desenvolvimento da dor. Os mecanismos so postulados nos niveis periférico, espinal e supraespinal (Jackson and Simpson, 2004). 14, Dor local, difusa e generalizada: Ha convergéncias ¢ divergéncias na literatura acerca das diferengas entre dor local, difusa e generalizada (exceto para algumas doengas, por exemplo, a Fibromialgia). Todavia, cabe salientar que a dor local & pontual, no apresentando cardter difuso ou generalizado. A dor local & o preditor mais forte do mecanismo neurofisiolégico da dor predominantemente nociceptivo. Em contrapartida, a dor difusa se estende além da regifo priméria de dor, por exemplo, na osteoartrite de joelho em que as regides acima e abaixo do joelho podem apresentar dor (nesse caso, a dor pode acometer um dos membros inferiores, mas nio ¢ generalizada). Por whimo, a dor generalizada é a dor que acomete pelo menos quatro de cinco regides do corpo ¢ em pelo ‘menos trés ou mais quadrantes do corpo (conforme definido pelo lado superior e inferior (esquerdo e direito) do corpo ¢ esqueleto axial (pescogo, costas, peito e abdome). Apresenta as prineipais caracteristicas da dor erénica priméria, como dor persistente por pelo menos trés meses, ¢ associada a softimento emocional significativo e/ou incapacidade funcional O diagndstico ¢ adequado se a dor nao for diretamente atribuivel a um processo nociceptive nessas regides e se houver caracteristicas compativeis com a dor nociplas espontinea ou evocada nas regides afetadas, acompanhada de alodini identificado colaboradores psicolgicos € sociais, A dor crénica generalizada € frequentemente associada ao aumento de comorbidades, incluindo distirbios do sono, obesidade, hipertensdo ¢ diabetes (Nicholas et al., 2019; Nijs et al., 2021; Shraim et al., 2020a, 2020b). Cl ista 0 video. 15. Dor nociceptiva: Dor que surge de dano real ou potencial ao tecido nio- neural e & devido a ativagao de nociceptores. Ha trés subcategorias nao oficiais comumente citadas na literatura (Shraim et al., 2020). Nota: Este termo foi criado para contrastar com a dor neuropitica e € usado para descrever a dor que ocorre com um sistema nervoso somatossensorial que funciona normalmente para contrastar com a fungo anormal observada na dor neuropatica (Kosek et al., 2016). Clica aqui e assista 0 video 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 16. Dor nociceptiva por deformidade/manutengio tissular [Hs maaemes uma subeategoria de dor nociceptiva em que o simples ato de manter um posicionamento, pressionar, estirar ou dobrar_ a membrana do nociceptor pode ativar canais iénicos mecanossensiveis, que levam a despolarizagio do nociceptor e ao disparo de potenciais de gio, sendo capaz de ser percebido como dor (Shraim et al., 2020b). 17, Dor nociceptiva quimica nao inflamatoria HESisiSEieeh) E uma subcategoria de dor nociceptiva na qual, ocasides em que os niveis de oxigénio dos tecidos sio inferiores & demanda de oxigénio, as células utilizardo o metabolismo anaerdbio para gerar Adenosina Trifosfato (ATP). Uma consequéncia do metabolismo anaerébio € a liberagao de acido lactico. O actimulo de dcido Kictico pode levar ao exeesso de H+ no liquido extracelular. Esses ions ativam canais tOnicos dependentes de H+ dos nociceptores. Esse mecanismo pode estar associado a dor relacionada ao exercicio ou, por exemplo, a co- contragao de pacientes com dor, principalmente crdnica “mal adaptativa” (Shraim et al., 2020b). 18. Dor nociceptiva quimica inflamatoria: E uma subcategoria de dor nociceptiva em que a dor pode surgir de dano real ao tecido no-neural ¢ é devido a ativagio de nociceptores mediante a liberagao de mediadores inflamatorios (Shraim et al., 2020b). 19. Dor neuropatica: Dor causada por uma lesiio ou doenga do sistema nervoso somatossensorial (periférico ou central). A dor neuropatica & uma descrigio clinica (e no um diagnéstico) que requer uma lesio demonstravel ou uma doenga que satisfaga os critérios de diagnéstico neuroldgico estabelecidos. O termo lesio & comumente usado quando investigagdes de diagndstico (por exemplo, imaginologia, neurofisiologia, biépsias, testes de laboratério) revelam uma anormalidade ou quando houve trauma ébvio. O termo doenga é comumente usado quando a causa subjacente da lesto € conhecida (por exemplo, acidente vascular cerebral, vasculite, diabetes mellitus, anormalidade genética). Somatossensorial refere-se a informagGes sobre o corpo em si, incluindo érgiios viscerais, em vez de informagdes sobre © mundo extemo (por exemplo, visio, audigao ou olfagio). A presenga de sintomas ou ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 10 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) sinais (por exemplo, dor evocada pelo toque) por si s6 nao justifica 0 uso do termo neuropatico. Algumas entidades patoligicas, como neuralgia do trigemeo, so atualmente definidas por sua apresentagio clinica e niio por testes diagndsticos objetivos. Outros \gndsticos, como neuralgia pés-herp normalmente bascados na historia. E comum ao investigar a dor neuropitica que o teste diagndstico possa produzir dados inconclusivos ou mesmo inconsistentes. Nesses casos, é necessirio julgamento clinico para reduzir a totalidade dos achados em um paciente em um diagnéstico putative ou em um grupo conciso de diagnésticos (Kosek et al., 2016). Clica aqui e assista 0 video 20. Dor neuropatica central: E uma subcategoria de dor neuropatica causada por uma lesdo ou doenga do sistema nervoso somatossensorial central (Kosek et al., 2016). Dor neuropitica periférica: & uma subcategoria de dor neuropitica causada por uma lesio ou doenga do sistema nervoso somatossensorial periférico (Kosek et al., 2016). 22. Dor nociplistiea: Dor que surge da nocicepedo alterada, apesar de nao haver evidéncia clara de dano tecidual real ou potencial, causando a ativagdo de nociceptores periféricos ou evidéncia de doenga ou les do sistema somatossensorial que causa a dor. Nota: Os pacientes podem ter uma combinagaio de dor nociceptiva e nociplistica (Kosek et al., 2016). Clica aqui e assista o video 23. Dor nociplastica verdadeira: E uma subcategoria de dor nociplastica em que a dor surge da nocicepedo alterada, apesar de nao haver evidéncia clara de dano tecidual real ou potencial. Isso é, é uma disfungao insuficientemente tecidual e mais processual do sistema nervoso (Kosek et al., 2016) 24. Dor nociplistica aumentada ou sobreposta: E uma subcategoria de dor nociplistica que se refere as apresentacdes nociceptivas ou neuropaiticas, nas quais a dor e os comportamentos relacionados & dor so claramente desproporcionais as contribuicdes dos drivers periféricos (Kosek et al., 2016). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 25. Dor mista: Uma sobreposigio complexa dos diferentes mecanismos neurofisiolégicos conhecidos de dor (neuropitica, nociceptiva ¢ nociplastica) em qualquer combinagio, agindo simultaneamente e/ou concomitante para causar dor na mesma firea do corpo. Qualquer um dos mecanismos pode ser mais predominante clinicamente em qualquer ponto do tempo, a dor mista pode ser aguda ou erdnica (Shraim et al., 2020b), 26. Dor neurogénica: Dor iniciada ou causada por uma lesio priméria, disfungdo ou perturbagdo transitéria no sistema nervoso periférico ou central (Bogduk, 2020). . Dor referida: Dor espontinea fora da drea da lesio (Bogduk, 2020). 28. Dor irradiada: Dor ao longo de um trajeto dermatomal especifico (Bogduk, 29. Primeira dor: E a dor “inicial”, transmitida pelas fibras Ad, que levam informagdes de nociceptores térmicos ou mecinicos “alterados" ao sistema nervoso central (SNC) apés um estimulo nocivo. E mediada pelo glutamato, um neurotransmissor excitatério abundante no SNC (Tominaga et al., 2003). 30. Segunda dor: Dor prolongada, as vezes, ardente (“lenta/surda”) é transmitida pelas fibras C, que transmitem sinais de nociceptores polimodais ao sistema nervoso central (SNC) apés um estimulo nocivo. E mediada pela substancia P (do inglés pain) ¢ 0 peptideo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ambos, liberados como cotransmissores excitatérios por muitos nociceptores com axdnios amielinicos (Tominaga et al,, 2003). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) E imprescindivel dominar conceitos contemporancos da dor para melhor entender, avaliar e tratar esse sinal (aguda) ou doenga (crénica). Logo, como entender, avaliar ¢ tratar uma condig2o, nesse caso a dor, na auséne de conhecimento minimo necessério acerca dos seus conceitos contemporineos mais bisicos? A julgar essa necessidade, na proxima pagina vocé encontrar outros conceitos & questdes comuns, aceitos e atualizados sobre dor, com os quais ir se deparar, tanto na leitura de artigos cientificos, quanto no dia a dia clinico, desde as avaliagdes aos tratamentos de pacientes com dor. 101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA.A PRATICA CLINICA (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 31. Aferente: Adjetivo que qualifica um elemento que chega a um ponto de referéneia qualquer do sistema nervoso (Raja et al., 2020b). 32, Alodinia: Dor devido a um estimulo que normalmente nao provoca dor. Isso sensagiio de dor resultante de um estimulo inicialmente indcuo. Nota: 0 estimulo leva a uma resposta inesperadamente dolorosa, este € um termo clinico que nao implica um mecanismo, mas sim um fendmeno neurofisiolégico. A alodinia pode ser observada apés diferentes tipos de estimulos somatossensitivos aplicados a muitos tecidos diferentes. O termo alodinia foi originalmente introduzido para separar hiperalgesia ¢ hiperestesia, as condigdes observadas em pacientes com lesdes do sistema nervoso em que 0 toque, pressiio leve ou frio ou calor moderado evocam dor quando aplicados em pele aparentemente normal, Allo significa "outro" em grego ¢ ¢ um prefixo comum para condigdes médicas que divergem do esperado. Odynia é derivado da palavra grega "odune" uw "odyne", que & usado em "pleurodinia” e “coceydynia” e & similar em sentido a raiz. da qual deriva palavras com -algia ou -algesia. A alodinia foi sugerida apés discussdes com o professor Paul Potter, do Departamento de Histéria da Medicina ¢ Ciéncia da Universidade de Western Ontario. As palavras "pele normal" foram usadas na definigdo original, mas posteriormente foram omitidas para remover qualquer sugestio de que a alodinia se aplicava apenas a dor referida. Originalmente, também, o estimulo que provocava dor era descrito como "nao nocivo". No entanto, um estimulo pode ser nocivo em alguns momentos € nilo em outros, por exemplo, com pele intacta e pele queimada pelo sol, os limites da estimulagao nociva podem ser dificeis de delimitar. Como o Comité (IASP) visava fornecer termos para uso clinico, nao desejava defini-los por referéncia as caracteristicas fisicas especificas da estimulagao, por exemplo, pressio em kilopascais por centimetro quadrado. Além disso, mesmo na pele intacta, existem poucas evidéncias, de uma maneira ou de outra, de que uma forte e dolorosa picada em uma pessoa normal cause ou no danos aos tecidos. Consequentemente, considerou-se preferivel definir alodinia em termos de resposta a estimulos clinicos € apontar que a resposta normal ao estimulo quase sempre podia ser testada em outras partes do corpo, geralmente em uma parte correspondente. Além disso, considera-se que a alodinia se aplica a condigdes que podem dar origem a sensibilizagao da pele, por exemplo, queimaduras solares, inflamagao ou trauma, E importante reconhecer que a alodinia envolve uma mudanga na qualidade de uma sensagao, seja tatil, térmica ou 101 CONCEITOS F QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA - (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), de qualquer outro tipo. A modalidade original & normalmente inécua, mas a resposta é dolorosa. Existe, portanto, uma perda de especificidade de uma modalidade sensorial. Por outro lado, a hiperalgesia representa uma resposta aumentada em um modo especifico, a saber, dor. Em outras modalidades cutaneas, hiperestesia ¢ 0 termo que corresponde & hiperalgesia e, assim como na hiperalgesia, a qualidade no é alterada, Na alodinia, o modo de estimulo eo modo de resposta diferem, diferentemente da situagdo com hiperalgesia. Essa distingdo nao deve ser confundida pelo fato de que alodinia e hiperalgesia podem ser plotadas com sobreposigiio ao longo do mesmo contimun de intensidade fisica em determinadas circunstineias, por exemplo, com pressao ou temperatura (Raja et al., 2020b). Clica aqui e assista 0 video 33. AlteracGes estruturais e funcionais mais comuns no sistema nervoso em pessoas com dor crénica: Ha plasticidade pré e pos-siniptica dependente de atividade do nociceptor (input), nas sinapses nociceptivas do como dorsal da medula espinal. Nessa zona (1), toma-se claro dois dos principios gerais que regem a discriminagdo entre habituagao sensibilizagio, em que a duragdo c/ou intensidade do estimulo é um potente fator modificador desses fenémenos. Aumento da atividade e posterior liberagio de neurotransmissores pré-sindpticos. A elevada (duragdo e/ou intensidade) estimulagao aferente da fibra C resultante de um estimulo detectado pelos nociceptores periféricos decorre em um aumento no recrutamento da zona ativa. Alteragdes na estrutura das espinhas dendriticas € no contetido do receptor glutamatérgico pés-sinaptico (receptores NMDA (NMDAR) e receptores AMPA (AMPAR)), no qual a atividade nociceptiva persistente (intensa ativagao da fibra C) pode resultar em aumento do tamanho das espinhas dendriticas ou na densidade das espinhas. O estimulo pode provocar modulagio de longo prazo da estrutura e densidade das espinhas dendriticas. Ha mecanismos de remodelagao induzidos por atividade nociceptiva persistente no citoesqueleto de actina envolvendo estabilizagao das espinhas dendriticas, resultando em plasticidade funcional por meio da insergdo de AMPAR e plasticidade estrutural (aumento ou diminuigdo da densidade das espinhas dendriticas, dependendo de outros componentes ativos) via sinalizagdo de RACI. A medula espinal pode perder sua capacidade de discriminar estimulos inécuos de nocivos, sendo possivel obter dor como produto final e observar a presenga de fendmenos neurofisiolégicos (alodinia) na clinica. Fibras mecanorreceptivas de baixo limiar sensiveis ao toque (AB) que 101 CONCEITOS F QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA a (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), normalmente terminam em laminas espinais mais profundas (lamina interna II (Ili) e lamina IID) brotam sobre as laminas superficiais (I) que normalmente recebem aferéncias nociceptivas (C efou AS) resultando em atividade aumentada nas vias medulares nociceptivas. Neurénios espinais que recebem aferéncias inécuas (ex.: toque) sto polissinipticos, isso é, so conectados aos neurdnios espinais que recebem aferéncias nociceptivas (convergéncia de sinais), e essas conexdes polissinapticas normalmente estio sujeitas a forte inibigdo. Em estados de dor crénica, a desinibigdo por perda fisica de neurénios inibitérios espinais pode ativar uma conexio entre os circuitos indcuos (ex.: toque) © nocivos, resultando em aumento da atividade nas vias espinais ascendentes nociceptivas. Hipoteses alternativas para desinibigdo em estados de dor crénica envolvem (1) defeitos na estrutura ou atividade das fibras mecanorreceptivas de baixo limiar, que normalmente recrutam interneurdnios medulares inibitérios ou (2) proliferagao e ativagio glial (espinal), que modulam a atividade dos neurdnios excitat6rios e inibitérios por meio da secregiio de mediadores. Ambas as alteragdes podem levar a um desequilibrio nos circuitos espinais que diferenciam 0 estimulo inécuo do nocivo, onde a atividade nas vias medulares nociceptivas é aumentada ¢ a atividade nas vias medulares inécuas é reduzida (Kuner and Flor, 2016). 34. Alteracio estruturais e funcionais comuns no cérebro humano em condigdes de dor crénica: Cértex motor prima . cortex somatossensorial primario € secundario, insula e cértex cingulado anterior sio reas do cérebro que podem apresentar reorganizago funcional (expanstio e mudangas na representagio cortical). Cértex motor primario, cortex somatossensorial primério, insula, cértex cingulado anterior, hipocampo, tilamo, ginglios da base e cortex pré-frontal sio regides em que pode existir alteragdes da substincia cinzenta. Hipocampo, cértex somatossensorial primario e secundério, insula, ginglios da base, amigdala, cértex cingulado anterior e c6rtex pré-frontal so locais no qual © estado de repouso (do inglés, resting-state) e a conectividade funcional podem estar alterados devido a dor. Cértex somatossensorial primario ¢ télamo sio sitios de ativacao de células gliais. Cortex cingulado anterior e substincia cinzenta periaquedutal sdo territérios nos quis pode existir mudangas na atividade das vias inibitérias descendentes. Ganglios da base e cértex pré-frontal so zonas nas quais pode haver alteragdes na integridade da substincia branca e conectividade estrutural (Kuner and Flor, 2016). ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 16 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 35. Analgesia: Auséncia de dor em resposta a estimulagio que normalmente seria dolorosa. : Como na alodinia, o estimulo é definido por seus efeitos subjetivos usuais (Disponivel em: https://www iasp-pain.org/resources/terminology). 36, Analgesia Endégena: A analgesia endogena é a capacidade que 0 corpo tem de provocar o alivio, ou seja, reduzir a intensidade (hipoalgesia) ou suspender (analgesia) a dor. Uma ineficaz analgesia endégena pode ser considerada uma caracteristica da Sensibilizagdio Central mal adaptativa, um fenémeno prevalente em pa crénica (Nijs et al., 2021). Clica aqui e assista o video 37. Anestesia dolorosa: Dor em uma area ou regido que & anestési (Disponivel em: https://www.iasp-pain.org/resources/terminology). 38. Anti-nociceptivo: Espectro clinico onde os circuitos endégenos de modulago da dor possuem a capacidade de reduzir a magnitude percebida dos estimulos nocivos aferentes (Treede, 2016). Clica aqui e assista o video 39. Aprendizado: Refere-se a uma mudanga no comportamento que resulta da aquisigao de conhecimento acerca do mundo, sendo que a meméria é 0 proceso pelo qual esse conhecimento ¢ evocado (Baliki and Apkarian, 2015). 40. Aprendizado e dor: Os tecidos se curam, mas 0 sistema nervoso is vezes nfo esquece e a dor pode persistir, ou seja, tornar-se crdnica. Isso &, € possivel entender € aceitar a dor crénica como um aprendizado mal adaptative do sistema nervoso (Woolf, 2011). 41, Autonémico: Relativo ao sistema nervoso auténomo, parte do sistema nervoso que se encarrega das fungdes vegetativas, controlando a atividade de visceras, vasos sanguineos ¢ glindulas (Wehrwein et al., 2016). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 42. Causalgia: Sindrome de dor em queimagao sustentada, alodinia e hiperpatia aps uma lesfio nervosa traumatica, geralmente combinada com disfungio vasomotora € sudomotora ¢ alteragdes tréficas posteriores. Atualmente, entendida como Sindrome Dolorosa Regional Complexa tipo (Disponivel_ em: _hitps://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 43. Cérebro e dor: E quem decide quando sentimos dor. Ndo ha um sitio especifico para o processamento da dor no cérebro, mas sim uma associagao entre sitios distintos. Isso é, a dor utiliza uma trama neural para se expressar, haja vista que nao ha uma zona especifica de dor no cérebro (Butler and Harman, 2006). 44, Comportamento da dor: Padrdo de agdes audiveis ou observiveis, ou seja, postura, face, verbalizagdes e outras expresses (por exemplo, pode ser adaptativo ou mal adaptative) (Chimenti et al., 2018). 45, Disestesia: Sensaciio anormal desagradavel, espontinea ou evocada. Nota: Compare com dor e parestesia. Casos especiais de disestesia incluem hiperalgesia e alodinia. Uma disestesia deve sempre ser desagradivel e uma parestesia no deve ser desagradivel, embora se reconhega que 0 limite pode apresentar algumas dificuldades quando se trata de decidir se uma sensagio € agradavel ou desagradivel. Sempre deve ser especificado se as sensagdes fio espontineas ou evocadas (Disponivel em: hutps://www.iasp-pain.org/resources/terminology). 46. Doenca dor crénica: A dor crdnica & reconhecida pela Associagao Internacional para o Estudo da Dor (IASP) e Organizagao Mundial da Saiide (OMS) como uma doenca e € uma das condigdes mais prevalentes em todo o mundo, levando a incapacidades substanciais e enormes custos para a sociedade (Treede et al., 2019). Clica 47. Diferencas basicas entre dor aguda e crénica: Primeiro, no sio a mesma coisa. Em sequéncia, seguem sete diferencas bisicas entre dor aguda e crénica. 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) i, A dor aguda se mantém por menos de trés meses, de outro lado a dor erdnica € aquela dura por trés meses ou mais; ii, A dor aguda é um sintoma, por outro lado a dor erénica é uma doenga; iii, A dor aguda possui valor de sobrevivéncia e desempenha papel na cura, em contrapartida a dor crénica é um fardo, desnecessaria; iv. A dor aguda apresenta beneficios evolutivos, em compensagao a dor erénica apresenta pouco ou nulos beneficios evolutivos; v. A dor aguda comumente cnvolve alteragdo tissular c/ou evento desencadeante detectavel, parte das dores crnicas (dores crénicas secundarias) no apresentam forte associago com o evento desencadeante ou nao apresentam um evento desencadeante ou agente causal detectivel (dores crdnicas primérias); vi, Na dor aguda as alteragdes no sistema de movimento comumente sito fisiolégicas © necessirias (padrao adaptative), contudo nas dores erénicas frequentemente as alteragdcs no sistema de movimento sao patoldgicas ¢ disfuncionais (padrdo mal-adaptativo); € Vii. Nas dotes agudas, habitualmente a caracteristica temporal ¢ bem definida, entretanto nas dores crénicas a caracteristica temporal pode ser continua, recorrente + flare-up ou continua + flare-up. Clica aqui e assista o video 48. Eferente: Adjetivo que qualifica um elemento que sai de um ponto de referéneia qualquer do sistema nervoso (Raja et al., 2020b). 49, Estimulo nocivo: Um estimulo que danifica ou gera ameaga de dano aos tecidos normais (Disponivel em: htips://www iasp-pain.org/tesources/terminology). 50. Estimulo nociceptivo: Um evento real ou potencialmente prejudicial aos tecidos, transduzido © codificado por nociceptores (Disponivel em: https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 51. Flare-up: E um escape de dor de causa e duragiio variiveis. Isso é, pacientes com dor erdnica recorrente ou continua (duas subcategorias temporais de dor crénica) podem apresentar escapes de dor (variagio, para mais, na intensidade da dor_ao longo do tempo (Treede et al., 2019). Clica aqui e assista o video 52. Fatores psicossociais mais comuns da dor: cognitivos (catastrofizagao preocupagdo excessiva), emocionais (medo e raiva), comportamentais (evitagio) e sociais (trabalho ¢ relacionamento) (Treede et al., 2019). 53. Generalizagao: A codificago imprecisa do evento multissensorial leva a generalizagio de forma que a resposta condicionante (dor) também é acionada por eventos que compartilham algumas caracteristicas com 0 evento. multissensorial de condicionamento, Algum grau de generalizagao € biologicamente vantajoso, mas a generalizagio excessiva se manifestard em uma ampla gama de eventos desencadeadores, alodinia ¢ hiperalgesia, como ¢ observado em grande parte dos estados de dor erdnica. Ou seja, a generalizacdo excessiva faz com que a dor seja evocada por eventos que no so de fato petigosos, 0 organismo torna-se "superprotegido" (Moseley and Vlaeyen, 2015). 54, Habituagao: Reducao em uma resposta quando um estimulo é apresentado, repetidamente. Nota: Habituagiio € antagénico a sensibilizagiio nos niveis moleculares ¢ comportamentais (Treede, 2016). Clica aqui e assista 0 video 55. Hiperalgesia priméria: Aumento da dor resultante de um estimulo que normalmente provoca dor, por outra forma, resposta exacerbada de um estimulo que geralmente justifica a dor. Nota: A hiperalgesia reflete aumento da dor na estimulagdo do supralimiar. Este € um termo clinico que nao implica um mecanismo. Para a dor evocada por estimulos que geralmente no so dolorosos, o termo alodinia é preferido, enquanto a hiperalgesia é mais apropriadamente usada para casos com uma resposta aumentada em um limiar normal ou em um fimiar aumentado, por exemplo, em pacientes com neuropatia, Também deve-se reconhecer que, com alodinia, o estimulo e a resposta esto em modos diferentes, enquanto ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 20 (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), com hiperalgesia estio no mesmo modo. As evidéncias atuais sugerem que a hiperalgesia € uma consequéneia da perturbagao do sistema nociceptivo com sensibilizagao periférica ou central, ou ambas, mas ¢ importante distinguir entre os fendmenos clinicos, enfatizados por esta definiglo, a interpretagdo, que pode mudar conforme o conhecimento avanga. A hiperalgesia pode ser observada apds diferentes tipos de estimulagiio somatossensorial aplicados a — diferentes. -—tecidos. ~— (Disponivel em: —_hitps:/Avww.iasp- pain.orgiresources/terminology). Clica aqui ¢ assista 0 video 56. Hiperalgesia secundaria: Aumento da dor no tecido circundante a regiao de sensibilizacio priméria resultante de um estimulo que normalmente provoca dor, por outa forma, resposta exacerbada de um estimulo que geralmente justifica a dor. Ver nota para hiperalgesia priméria (Raja et al., 2020b). Clica aqui e assista o video 57. Hiperestesia: Maior sensibilidade & estimulagio, excluindo os sentidos especiais. Nota: O estimulo e 0 focus devem ser especificados. A hiperestesia pode se referir a varios modos de sensibilidade cutinea, incluindo toque e sensagio térmica sem dor, bem como dor. A palavra é usada para indicar um limiar diminuido para qualquer estimulo uma resposta aumentada a estimulos normalmente reconhecidos. Alodinia é sugerida para dor apés estimulagio que normalmente nao é dolorosa. A hiperestesia inclui alodinia ¢ hiperalgesia, mas os termos mais especificos devem ser usados onde quer que sejam aplicaveis (Disponivel em: https://ivww.iasp-pain.org/resources/terminology), 58. Hiperpatia: Sindrome dolorosa caracterizada por uma reagdo anormalmente dolorosa a um estimulo, especialmente um estimulo repetitivo, além de um limiar aumentado. Nota: Pode ocorrer com alodinia, hiperestesia, hiperalgesia ou disestesia. Identificagdo ¢ localizacdo incorretas do estimulo, atraso, sensagio de irradiagao e pés- sensibilizagdo podem estar presentes, e a dor geralmente ¢ de cariter explosivo (Disponivel em: https:/;www.jasp-pain.org/resources/terminology). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 59. Hipoalgesia: Dor diminuida em resposta a um estimulo normalmente doloroso. Nota: A hipoalgesia foi anteriormente definida como sensibilidade reduzida a estimulagao nociva, tornando-se um caso particular de hipoestesia. No entanto, agora se refere apenas 4 ocorréncia de relativamente menos dor em resposta a estimulagio que produz dor. A hipoestesia cobre 0 caso de sensibilidade reduzida a estimulagdo que normalmente & dolorosa. As implicagdes de algumas das definigdes acima podem ser resumidas por conveniéncia, a seguir: O estimulo limiar da alodinia e 0 modo de resposta diferem; Hiperalgesia aumento do estimulo de resposta e modo de resposta so os mesmos; Limiar aumentado da hiperpatia: 0 aumento do estimulo de resposta ¢ o modo de resposta podem ser iguais ou diferentes; Limiar elevado de hipoalgesia: estimulo de resposta reduzido e modo de resposta sio os mesmos; O essencial das definigdes acima nao precisa ser simétrico € nao é simétrico no momento. Limiar reduzido pode ocorrer com alodinia, mas no & necessirio. Além disso, nio hi categoria para limiar e resposta reduzidos - se isso ocorrer (Disponivel em: https:/Avww.iasp-pain.orgiresources/terminology). 60. Hipoestesia: Diminuigao da sensibilidade a estimulagio, excluindo os sentidos especiais Nota: Estimulagio e Jocus a serem especificados (Disponivel em: hittps://www.iasp-pain.org/resources/terminology). 61. Hipétese patoanatémica ou cinesiopatolégica: Raciocinio derivado do modelo biomédico, que associa a dor ao estado dos tecidos. Esse argumento tem sido falseado através de estudos que mostram uma fraca correlagio entre dor e alteragdes estruturais em exames de imagem em diversas regides, tais como, ombro, coluna cervical ¢ Iombar, joetho e quadril e resultados preliminares em estudos com cirurgias placebo (Seki and Ouchi, 2020) 62. Interneurénio: Neurdnio de circuito local, com ax6nio curto, que estabelece conexiio dentro de uma mesma regio ou niicleo, ou entre regides ou nitcleos vizinhos. Alguns sio inibitarios, outros sdo excitatorios (Tominaga et al., 2003). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 63. Lesées mais extensas ou piores resultam sempre em pior dor: A ciéncia contemporiinea da dor entende ¢ reconhece que a dor nao é um mareador preciso do estado do tecido onde doi. Isso é, 0 fato de uma pessoa apresentar um dano tissular nao necessariamente se traduz na presenga de dor (consciente) e/ou dor mais ou menos intensa, de acordo com a gravidade do dano tissular detectavel. Em sintese, nao é 0 estado do tecido que determina a presenga de dor, mas sim a percepgao implicita de ameaga (Melzack, 1999). 64, Lesdes iguais, em ambientes diferentes, sempre so sentidas da mesma forma: Quando uma pessoa se lesiona, o ambiente que ela se encontra afeta a intensidade percebida da dor. Isso é, 0 fato de uma pessoa apresentar uma leso, em dois ambientes ferentes (ex.: contextos), a intensidade da dor pode ser percebida de forma desigual, mesmo que a lesdo seja exatamente a mesma, Para mais, ler /esdes mais extensas ow piores resultam sempre em pior dor (Moseley, 2003) 65. Limiar: Potencial de membrana a partir do qual uma despolarizagao provoca a deflagragdo de um potencial de agdo. E mais baixo na zona de disparo do axénio, o que torna mais facil e frequente a ocorréncia de potenciais de ado nessa regio (Tominaga et al., 2003). 66, Limiar de dor: A intensidade minima de um estimulo que é percebido como doloroso. Nota: Tradicionalmente, o limiar costuma ser definido, como o definimos anteriormente, ou seja, como a menor intensidade de estimulo na qual um sujeito percebe a dor. Devidamente definido, o limiar & realmente a experiéneia do paciente, enquanto a intensidade medida a um evento externo. Tem sido um uso comum para a maioria dos pesquisadores de dor definir 0 limiar em termos de estimulo, ¢ isso deve ser evitado. No entanto, o estimulo limiar pode ser reconhecido como tal e medido. Na psicofisica, limiares so definidos como 0 nivel em que 50% (cinquenta por cento) dos estimulos sao reconhecidos. Nesse caso, o limiar da dor seria o nivel em que 50% (cinquenta por cento) dos estimulos seriam reconhecidos como dolorosos. O estimulo ndo é dor € nao pode ser uma medida de dor (Disponivel em: https://vww.iasp-pain.org/resources/terminology). Clica aqui e assista 0 video 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 67. Limiar de dor a pressio: A intensidade minima que um estimulo mecénico (pressérico) € pereebido como doloroso (Disponivel em: —_https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 68. Mecanismo: Os processos fisicos ou quimicos fundamentais envolvidos ou responsiveis por uma agio, reagdo ou outro fendmeno natural (Disponivel em: http://c.merriam-webster.com/medlineplus/disease). 69, Mecanismo neurofisiolégico da dor: Termo que concebe fatores que podem contribuir para o desenvolvimento, manutengdo ou intensificagaio da dor (Chimenti et al., 2018). Clica aqui e assista o video 70. Mecanismos (hipdteses) da sensibilizagio central: Embora numerosos mecanismos estejam implicitos na sensibilizagao central, hé hipdteses moleculares bisicas. Sto clas: Alteragdo na _hipersensibilidade mediada pela _neurotransmissao glutamatérgica/receptor NMDA. Perda de controles inibidores tonicos (desinibigdo). Interagdes glial-neuronais. Ademais, os canais K+ (potissio) so lentos para abrir, assim, a membrana nao se repolariza rapidamente, portanto potencial de agao dura mais que 0 normal. Prolongamento da entrada de Ca2+ (calcio) resulta em maior liberago de neurotransmissores, ¢ o niimero eo tamanho das sinapses sensoriais mudam na habituago € sensibilizagio (Woolf, 2011), 71. Modulagio condicionada da dor (repouso ¢ ativa): Dentre os mecanismos centrais de modulago da dor, os inibitétios sto denominados coletivamente como analgesia endégena. Os circuitos enddgenos de modulacdo da dor possuem a capacidade de aumentar ou reduzir a magnitude percebida dos estimulos nocivos aferentes. No cenério experimental, a analgesia endégena é predominantemente investigada usando o paradigma psicofisico da modulagao condicionada da dor (do inglés, conditioned pain modulation), que é caracteristicamente testada usando uma variedade de modelos onde busca-se (1) “inibir a dor através da dor” (teste em repouso) ou (2) através do exercicio (teste ativo), vi um estimulo nocivo chamado de estimulo condicionador, modulando outro, estimulo de teste, Em sintese, a modulacao condicionada da dor (CPM) refere-se ao fenémeno no qual ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 4 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) a“ador inibe a dor”, em que ha redugao da dor experimentada por um estimulo teste devido a interferéncia de um segundo estimulo (estimulo condicionador) aplicado ao mesmo tempo ou imediatamente apés, no mesmo local e em um ponto distante, No caso de sensibilizagio central, e 4 hiperexcitabilidade do sistema nervoso (disfuncional) (Davis, 2019). Clica aqui e assista o video 72, Nervos especiais na sua medula espinal levam mensagens de perigo para © seu cérebro: Tratos levam mensagens de perigo (nocivas) para o eérebro (por exemplo, através do trato espinotalimico), mas nao mensagens de dor. Dor e nocicepgao nao sio a mesma coisa. Para mais, ler as definigdes de dor e de nocicepgdo (Baliki and Apkarian, 2015). 73. Neurdnios descendentes sio sempre inibitérios: Neurdnios descendentes cnviam sinais facilitatérios ¢ inibitérios. Para mais, ler as definigdes de sensibilizagao, sensibilizagao central, mecanismos (hipdteses) da sensibilizagao central e pré-nociceptivo. 74, Neuralgia: Dor na distribuigao de um nervo ou nervos. O uso comum, especialmente na Europa, geralmente implica uma qualidade paroxistica, mas a nevralgia nio deve ser reservada para dores paroxisticas (Disponivel em:_ https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 75. Nervos sio capazes de se adaptar aumentando seu nivel de excitabilidade em repouso: Fendmenos neurofisiolégicos comumente encontrados na clinica, como alodinia hiperalgesia, sinalizam 0 aumento no nivel de excitabilidade neuronal. Para mais, ler as definigdes de alodinia © hiperalgesia (Disponivel em: hitps://www.iasp-pain.org/resources/terminology). 76. Neurite: Inflamagao de um nervo ou nervos. Nota: Nao deve ser usado, a menos que se pense que ha inflamagio (Disponivel em: https:/;www. iasp-pain.org/resources/terminology). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 77. Neurénio nociceptive: Neurénio central ou periférico do sistema nervoso somatossensorial, capaz de codificar estimulos nocivos (Disponivel em: https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 78. Neuropatia: Um distirbio de fungo ou alterago patologica em um nervo. Em um nervo, mononeuropatia. Em varios nervos, mononeuropatia mltipla. Se difusa e bilateral, polineuropatia, Nota: A neurite é um caso especial de neuropatia e agora esti reservada para processos inflamatérios que afetam os nervos (Disponivel em: https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 79, Neurotransmissor: Substincia de baixo peso molecular sintetizada pelo neurdnio, armazenada em vesiculas e liberada para o espago extracelular com a fungdo de transmitir informagées entre um neurdnio e outra célula (Hoegh, 2022). 80, Nivel de toleraincia a dor: A intensidade maxima de um estimulo que produz dor que um sujeito esta disposto a aceitar em uma determinada situagao. Nota: Assim como no limiar da dor, 0 nivel de tolerdncia & dor ¢ a experiéneia subjetiva do individuo. Os estimulos que normalmente so medidos em relagdo 4 sua produgao so os estimulos do nivel de tolerincia a dor ¢ no o nivel em si. Ass argumento se aplica ao nivel de tolerdncia dor € ao limiar da dor, ¢ nao é definido em termos da estimulago extema como tal (Disponivel em: _https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 81. Nocicepcio: Processo neural de codificagiio de estimulos nocivos. Nota: As consequéncias da codificagiio podem ser autonémicas (por exemplo, pressiio arterial clevada) ou comportamentais (reflexo de retirada motor ou comportamento nocifensivo mais complexo). A sensagiio de dor nao esta necessariamente implicita (Disponivel em: hittps://www. iasp-pain.org/resources/terminology). Clica aqui e assista o video 82. Nocicepeiio (quatro fases): (1) Transdugio é 0 proceso de converter iulos em potenciais de agao neuronal no receptor sensorial; (2) Transmissao refere-se ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 26 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) & propagagiio de potenciais de ago ao longo dos neurdnios do receptor perifiérico para a medula espinal c, em seguida, centralmente para 0 cérebro. (3) A percepgao ocorre contemporaneamente a integragio do sinal no nivel cortical do cérebro. Esse processo envolve varias regides corticais, denominadas matriz da dor, que componentes da sensagio de dor. (4) O complexo mecanismo pelo qual a transmissio sinaptica de sinais dolorosos é modificada é chamado de modulagao (Tominaga et al., 2003). 83. Nocicepedo é a respostas neuronal a estimulos nocivos (potencialmente), ou seja, potenciais de aco em neurdnios nociceptivos: A percepgio da dor pode ser consequéncia de estimulos nociceptivos, mas a dor é subjetiva e pode ser experimentada na auséneia de nocicepgao (detectivel). O profissional da satide pode tentar descartar a nocicepgao na clinica, mas nao deve desqualificar a experiéneia de dor relatada por um paciente, Para mais, ler a definigao de dor e dor (notas) 84, Nocicepeao e dor, uma relacio intima: A nocicepsao é dificil de se medir objetivamente na clinica, No entanto, é amplamente aceito que a nocicepgao é o fator mais dominante na dor nociceptiva (por exemplo, durante a inflamago, mas no limitando-se a ela). Dentro das neurociéneias, a nocicepedo € provavelmente o modelo mais usado para induzir, testar ¢ modular a dor em humanos. Em outras palavras, embora dor ¢ nocicepgo sejam construgdes distintas, apresentam uma relagdo intima. Em alguns tipos de pesquisa experimental sobre dor, estimulos nociceptivos (por exemplo, mecanicos, térmicos ou quimicos) so empregues para tentar mimetizar uma experiéncia de dor. Isso mostra como a nocicepgio é importante para a experiéncia de dor e fornece informacdes importantes sobre a relagdo entre dor € nocicepgtio. No entanto, na clinica, os pacientes podem apresentar dor de origem nao detectivel (ver dor crénica priméria e nociplistica), e é fungi do clinico coletar ¢ organizar informagdes do paciente (subjetiva € objetiva) ¢ decidir sea nocicepgao desempenha papel fundamental na experiéncia de dor relatada (Hoegh, 2022). 85. Nociceptor: Receptor sensitivo de alto limiar do. sistema nervoso somatossensorial periférico capaz, de transduzir e codificar estimulos nocivos (Disponivel em: https:/Awww.iasp-pain.org/resources/terminology). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), 86. O que néo mudou na revisada defini¢io € notas de dor segundo a Associacio Internacional para o Estudo da Dor (IASP): Independentemente da revisio da definigao ¢ notas de dor (Raja et al., 2020a), a dor continua a ser uma experiénei: sensitiva e emocional (Turner and Arendt-Nielsen, 2020). Clica aqui e assista o video 87. Parestesia: Sensaco anormal, espontanea ou evocada. Nota: Compare com disestesia. Apos muita discussio, concordou-se em recomendar que a parestesia seja usada para descrever uma sensagdo anormal que ndo & desagradivel, enquanto a disestesia seja usada preferencialmente para uma sensacdo anormal que considerada desagradavel. O uso de um termo (parestesia) para indicar sensagdes espontineas ¢ outro para se referir a sensagdes evocadas niio so favorecidos. Ha tum sentido em que, como parestesia se refere a sensagdes anormais em geral, pode incluir disestesia, mas © contririo nao & verdadeiro. A disestesia nio inclui todas as sensagdes anormais, mas apenas aquelas que sio desagradiveis (Disponivel em: https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 88. Pessoas com dor crénica nao sio a afetadas da mesma forma: Nem todas as pessoas sio afetadas por dores crénicas da mesma forma. Nos Estados Unidos da América (EUA) a prevaléncia ¢ mais alta em mulheres, socioecondmicas mais baixas, militares veteranos e pessoas que residem em éreas rurais. Com relagao a raga e etnia, os estudos so mistos, com alguns relatando as taxas mais altas entre brancos no hispanicos do que qualquer outro grupo, enquanto a maior parte relatou uma prevaléncia mais alta em minorias raciais e étnicas, como afro-americanos e populagdes indigenas. As possiveis justificativas para as diferengas raciais incluem aumento da sensibilidade fisiolégica & dor, diferengas culturais € acesso reduzido aos cuidados de satide. Ao controlar o valor da renda e eventos adversos na vida, as diferengas na prevaléncia so reduzidas, mas no eliminadas. Além do que, a prevaléncia de dor crdnica e incapacidade associada é maior em paises de baixa renda do que em paises de alta renda (Cohen et al., 2021). 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) 89. Pré-nociceptive: Espectro clinico onde os circuitos endégenos de da dor encontram-se disfuncionais sendo incapazes de reduzir a magnitude percebida dos estimulos nocivos aferentes (Treede, 2016). Clica aqui e assista o vicleo 90. Receptores especiais da dor levam a mensagem da dor para o cérebro, por exemplo, quando o seu paciente esta lesionado: Até o presente momento, a literatura cientifica ndo detectou ou associa fortemente uma célula e/ou receptor perifiérico exclusivamente voltado a percepgdo de dor. Dor ¢ nocicepgdo nao so a mesma coisa, Para mais, ler as definigdes de dor, dor e nocicepgdo, ¢ nervos especiais na sua medula espinal Jevam mensagens de perigo para o seu cérebro (Apkarian, 2019). 91. Receptores especiais de perigo levam a mensagem de perigo para a medula, por exemplo, quando 0 seu paciente esta lesionado: Mensagens de perigo real ou potencial (por exemplo, estimulos térmicos, mecdnicos e quimicos) sto enviadas para a medula espinal apés a ativagao das terminagdes nervosas livres de nociceptores periféricos A principal diferenga entre essa afirmagao € a questio anterior reside na diferenga entre mensagens de dor e mensagem de perigo, tendo em vista a dor nao é um uma aferéncia, mais sim uma “resposta” do sistema nervoso central, em especial, do eérebro (Apkarian, 2019; Melzack, 1999; Moseley and Vlaeyen, 2015). 92. Sentir (experimentar) dor ¢ nao saber disso, é possivel: Dor é uma experiéncia consciente, assim sendo nao é experimentar a dor e nfo saber. Ha pacientes que apresentam dificuldade em explicar a sua dor, ou seja, oferecer ao clinico qualidades e caracteristicas da dor (por exemplo, choque e queimagio), mas, ainda assim o paciente sente dor. Dessa forma, sentir dor ¢ nao saber que est experimentando nao & a mesma coisa que sentir © apresentar dificuldades em explicar. Para mais, ler as definigdes de dor e dor & nocicepgao (Apkarian, 2019). 93. Sensibilizacio: Maior capacidade de resposta dos neurdnios nociceptivos a sua entrada normal e/ou recrutamento de uma resposta a entradas normalmente abaixo do limiar. Também pode ser entendida como uma resposta acentuada a uma ampla variedade de estimulos aps a apresentagdo de um estimulo intenso ou nocivo. Nota: A sensibilizagao ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 29 (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), pode incluir uma queda no limiar e um aumento na resposta do supralimiar, Descargas espontineas € aumentos no tamanho do campo receptive também podem ocorrer. Este é um termo neurofisiolégico que s6 pode ser aplicado quando a entrada e a saida do sistema neural em estudo so conhecidas, por exemplo, controlando o estimulo ¢ medindo o evento neural, Clinicamente, a sensibilizagio sé pode ser inferida indiretamente a partir de fendmenos como hiperalgesia ou alodinia. (Disponivel em: _ https://www.iasp- pain.orgiresources/terminology). Clica aqui ¢ assista 0 video 94, Sensibilizacio central: (1) Amplificagdo da sinalizagao neural dentro do Sistema Nervoso Central (SNC) que provoca hipersensibilidade dor, é um fendmeno real ou nao, € pode avaliar sua contribuigao relativa para os distirbios da dor nociceptiva, neuropitica e nociplastica. (2) Maior responsividade (sensibilidade e/ou atividade) dos neurdnios (reas do SNC) nociceptivos no sistema nervoso central ao seu input normal ou reduzido. : Veja nota para sensibilizagao © neurdnio nociceptivo. Isso pode incluir maior responsividade devido 4 disfungao dos sistemas endégenos de controle da dor. Neurdnios periféricos esto funcionando normalmente; mudangas na fungdo ocorem apenas nos neurénios—centrais..- (Disponivel_ em: —_hittps://www. iasp- pain.org/resources/terminology). Clica aqui ¢ assista o video 98, Sensibilizagio periférica: Maior capacidade de resposta e limiar reduzido de neurdnios nociceptivos na periferia a estimulagiio de seus campos receptivos, Nota: Veja a nota para_—sensibilizagdo. —(Disponivel_ em: —_https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). 96. Sensibilizacio do sistema nervoso & dor, invisivel, mas possivelmente detective: A sensibilizagao do sistema nervoso pode incluir uma queda no limiar e um aumento na resposta do supralimiar. Este é um termo neurofisiolégico que s6 pode ser aplicado quando a entrada e a saida do sistema neural em estudo so conhecidas, por exemplo, controlando o estimulo e medindo o evento neural. Clinicamente, a sensibilizagao 86 pode ser inferida indiretamente a partir de fendmenos como hiperalgesia ou alodinia. Os testes quantitativos sensoriais (TSQs) podem ser empregues para investigar a sensibilizagao ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 30 (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), do sistema nervoso em ambientes clinicos com poucos recursos (VAN GRIENSVEN et al., 2020). 97. Somagao temporal: E um fenémeno sindptico que aumenta a amplitude de um potencial pés-sinaptico quando dois impulsos de baixa frequéncia (ou mais) chegam de forma sequencial na mesma sinapse. Assim, refere-se ao fendmeno de aumento da percepgao da dor em resposta a estimulos nocives repetitivos ao longo do tempo. No caso de sensibilizagdo central, a amplificagdo da estimulagdio nas vias neuronais ascendentes pode levar a um aumento da somagdo temporal (Hackett et al., 2020). 98. Tratamento interdisciplinar: Tratamento multidimensional fomecido por uma equipe multidisciplinar que colabora na avaliagdo e tratamento usando um modelo objetivos biopsicossociais compartilhados. Por exemplo: a preserigdo de um antidepressivo por um médico, juntamente com o tratamento fisico de um fisioterapeuta, e o tratamento cognitivo-comportamental de um psicélogo, todos trabalhando em estreita colaboragio com reunides regulares da equipe (presenciais ou online), acordo sobre diagnéstico, objetivos terapéuticos e planos de tratamento € revisio. (Disponivel em: https://www.iasp- pain.org/resources/terminology). Clica aqui e assista o video 99. Tratamento multidimensional: O uso simultaneo de intervengdes terapéuticas separadas, com diferentes mecanismos de ago dentro de uma disciplina, visando diferentes mecanismos da dor. Por exemplo: 0 uso de pregabalina e opidides para controle da dor por um médico; o uso de AINEs e drteses para o controle da dor por um médico; a prescrigio de movimento e/ou educagio em dor por um fisioterapeuta para 0 controle da dor, o uso de terapia manual para o controle da dor por um fisioterapeuta; 0 emprego da terapia cognitivo-funcional por um psicélogo para controle da dor, ete. (Disponivel em: https://www.iasp-pain.org/resources/terminology). Clica aqui e assista 0 video 100.Tratamento unimodal: Intervencao terapéutica ‘nica direcionada a um mecanismo especifico da dor ou diagndstico da dor. Por exemplo: a prescrigiio de movimento por um fisioterapeuta para o controle da dor, a prescri¢Zo de um farmaco para ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 31 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) © controle da dor por um médico, etc. (Disponivel em: _https://www. iasp- pain.org/resources/terminology), Clica aqui c assista 0 video 101.Vias ascendentes € descendentes: 0s sinais sensoriais do corpo passam pelos nervos aferentes até o como dorsal da medula espinal e, posteriormente, pelas vias ascendentes até o cérebro. Esses sinais so processados no cérebro e enviados de volta ao corpo pelas vias descendentes. O cérebro pode aumentar os sinais em caso de petigo e inibi- Jos em caso de nenhum alarme. No caso de sensibilizagao central, a inibigdo é reduzida. “E imprescindivel estabelecer um idioma comum para melhor entender, avaliar e tratar a dor.” Leonardo Avila Clica aqui e assista o video 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA, (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), Referéncias bibliog) 1. Apkarian, A.V., 2019. Definitions of nociception, pain, and chronic pain with implications regarding science and society. Neurosci, Lett, 702, 1-2. hitps://doi.org/10.1016/j.neulet.2018, 11.039 2. Baliki, M.N., Apkarian, A.V., 2015. Nociception, Pain, Negative Moods, and Behavior Selection. Neuron 87, 474-491. ttps://doi.org/10.1016/j.neuron.2015.06.005 3. Bogduk, H.M. and N., 2020. [ASP Terminology. IASP Press. 4. Breivik, H., Collett, B., Ventafiidda, V., Cohen, R., Gallacher, D., 2006 Survey of chronic pain in Europe: Prevalence, impact on daily life, and treatment. Eur. 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V., Davey, G., Davis, A.C., Newton, J.N., Steel, N., De Leo, D., Del Gobbo, L.C., Dellavalle, R.P., Des Jarlais, D.C., Dharmaratne, S.D., Dhillon, P.K., Ganguly, P., Zodpey, S., Diaz-Torné, C., Dubey, M., Rahman, M.H.U., Ram, U,, Singh, A., Verma, R.K., Yadav, A.K., Duncan, B.B., Kieling, C., Schmidt, MLL, Ebrahimi, H., Pishgar, F., Farzadfar, F., Kasaeian, A., Parsaeian, M., Heydarpour, P., Malekzadeh, R., Roshandel, G., Sepanlou, S.G., Rahimi-Movaghar, V., Elyazar, 1., Endres, M., Endres, A.Y., Ermakov, S.P., Eshrati, B., Farid, T.A., Khan, A.R., Farinha, C.S.ES., ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 37 (08 CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3"EDICAO - 2022), Faro, A., Feigin, V.L., Te Ao, B.J., Kwan, G.F., Felson, D.T., Fernandes, J.G., Fernandes, J.C., Fischer, F., Shiue, L, Fowkes, F.G.R., Franklin, R.C., First, T,, Iyer, V.J., Gankpé, F Gebre, T., Geleijnse, J.M., Gessner, B.D., Ginawi, L.A., Giroud, M., Gishu, M.D., Tura, A.K., Glaser, E., Halasa, Y.A., Shepard, D.S., Undurraga, E.A., Gona, P., Goodridge, A., Gopalani, S. V., Gotay, C.C., Kissoon, N., Kopee, J.A., Pourmalek, F., Goto, A., Inoue, M., Grainger, R., Gupta, R., Gupta, R., Gupta, V., Gutiéiez, R.A., Knudsen, A.K., Notheim, O.F., Hamadeh, RR. Hamidi, S., Hammami, M., Handal, AJ., Hankey, G.J, Hao, Y., Harikrishnan, S., Haro, J.M., Hoek, H.W., Skirbekk, V., Horino, M., Horita, N., Hosgood, H.D., Hoy, D.G., Huang, H., Iburg, K.M., Innos, K., Kawakami, N., Shibuya, K., Jacobsen, K.H., Jakovijevic, M.B., Javanbakht, M., Jayaraman, S.P., Jayatilleke, A.U., Jee, S.H., Prabhakaran, D., Jiang, Y., Jimenez-Corona, A., Jimenez-Corona, A., Jonas, J.B., Kabir, Z., Kalkonde, Y., Kamal, R., Kesavachandran, C.N., Kan, H., Kareh, A., Karimkhani, C., Kaul, A, Keiyoro, P.N., Lyons, R.A., Keren, A., Khader, Y.S., Khan, E.A., Khang, Y.H., Won, S Khera, S., Tavakkoli, M., Khoja, T.A.M., Khubchandani, J., Kim, C., Kim, D., Kim, Y.J., Skogen, J.C., Savie, M., Kokubo, Y., Kolte, D., McGarvey, 8.T., Kosen, S., Koul, P.A., Koyanagi, A., Kravehenko, M., Varakin, Y.Y., Kuate Defo, B., Kucuk Bicer, B., Kudom, A.A,, Polinder, S., Kuipers, E.J., Lallukka, T., Shiri, R., Meretoja, T.J., Lam, H., Lam, .0., Nachega, J.B., Tran, B.X., Langan, S.M., McKee, M., Lavados, P.M., Leasher, J.L., Leung, R., Levi, M., Li, Y., Liang, J., Liu, Y., Phillips, M.R., Lloyd, B.K., Logroscino, G., Looker, K.J., Lunevicius, R., Mackay, M.T., Magdy Abd El Razek, M., Mahdavi, M., Marcenes, W., Meaney, P.A., Margolis, D.J., Martinez-Raga, J., McMahon, B.J., Mehari, A., Tedla, B.A., Memiah, P., Memish, Z.A., Mendoza, W., Mhimbira, F.A., Miller, TR., Mills, E.J., Mohammadi, A., Monasta, L., Montico, M., Ronfani, L., Morawska, L., Norman, R.E., Werdecker, A., Mueller, U.O., Westerman, R., Paternina Caicedo, A.J., Murdoch, M.E., Scedat, S., Wiysonge, C.S., Nagel, G., Rothenbacher, D., Naheed, A., Naldi, L., Nangia, V., Ngalesoni, F.N., Nguyen, Q.L., Nkamedjie Pete, P.M., Nolla, J.M., Nunes, B.P., Ogbo, F.A., Oh, I., Ohkubo, T., Olivares, P.R., Olusanya, B.O., Olusanya, J.O., Ortiz, A., Ota, E., Park, E., Passos, V.M.D.A., Patten, S.B., Tonelli, M., Pereira, D.M., Perez-Padilla, R., Pesudovs, K., Pillay, J.D., Plass, D., Platts-Mills, J.A., Pond, C.D., Prasad, N.M., Qorbani, M., Radfar, A., Rafay, A., Rahman, M., Rahman, S.U., Rai, R-K., Rajsic, S., Refaat, A-H., Ribeiro, A.L., Rojas-Rueda, D., Roy, A., Sagar, R., Satpathy, M., Tandon, N., Sahathevan, R., Sanabria, LR., Sanchez-Nifio, M.D., Sarmiento-Suarez, R.., Sartorius, B., Sawhney, M., Schaub, M-P., ‘101 CONCEITOS E QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA 38 (0S CONCEITOS E QUESTOES MAIS COMUNS, ACEITOS E ATUALIZADOS SOBRE DOR (3" EDIGAO - 2022) Schneider, 1.J.C., Silva, D.A.S., Schéttker, B., Schwebel, D.C., Singh, J.A., Shaheen, A., Shaikh, M.A., Sharma, R., Sharma, U., Shin, M., Yoon, S., Sigfusdottir, LD., Silveira, D.G.A., Singh, O.P., Singh, P.K., Soreide, K., Sliwa, K., Stein, D.J., Soriano, J.B., Sposato, L.A., Srecramareddy, C.T., Stathopoulou, V., Stovner, L.J., Steinke, 8., Stroumpoulis, K., Sunguya, B.F., Swaminathan, S., Sykes, B.L., Tabarés-Seisdedos, R., Takala, J.S., Tanne, D., Terkawi, A.S., Tuzcu, E.M., Thomson, A.J., Thurston, G.D., Tobe-Gai, R., Topor-Madry, R., Topouzis, F., Truelsen, T., Tsala Dimbuene, Z., Tsilimbaris, M., Tyrovolas, S., Ukwaja, K.N., Uneke, C.J., Uthman, O.A., van Gool, C.H., Vasankari, T., Venketasubramanian, N., Violante, F.S., Vladimirov, S.K., Vlassov, V. V., Waller, S.G., Weichenthal, S., White, R.A., Williams, H.C., Wubshet, M., Xavier, D., Xu, G., Yan, L.L., Yano, Y., Yip, P., Yonemoto, N., Younis, M.Z., Yu, C., Zaidi, Z., Zaki, M.E., Zeeb, H., Zuhlke, L.J., 2016. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31678-6 35. Wehrwein, E.A., Orer, H.S., Barman, S.M., 2016. Overview of the Anatomy, Physiology, and Pharmacology of the Autonomic Nervous System. Compr. Physiol. 6, 1239— 1278. https://doi.org/10.1002/ephy.c150037 36. Woolf, C.J., 2011. Central sensitization: Implications for the diagnosis and treatment of pain. Pain 152, S2-S15. https://doi.org/10.1016/j.pain.2010.09.030 101 CONCEITOS & QUESTOES MODERNAS SOBRE DOR PARA A PRATICA CLINICA,

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