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PRENDA MIRIM

João Freitas  Tamanho da fonte 

Nasci num ventre sagrado 


Da mãe que me deu a luz 
Com licença de Jesus 
O mesmo me deu noção 
E também a permissão 
De faz o que eu quiser 
Em defesa da mulher 
Com a pura educação. 

Sou resto de uma raça 


Por isto sou sorridente 
Sou passado, sou presente 
Que se espalha ao além 
E sou gaúcha também 
E serei a vida inteira 
Sou as cores da bandeira 
Que a minha pátria tem. 

Sou símbolo da gloria 


Do meu pago varonil 
Sou os estados do Brasil 
Sou os guerreiros de coragem 
Dos territórios sou a imagem 
Eu sou a alma do progresso 
Eu sou a rima do verso 
Eu sou a índia selvagem. 

Sou a história dos farrapos 


Distinguindo uma batalha 
Sou a honra da medalha 
Em defesa desta terra 
Sou o ser humano que erra 
Sou o pobre desprezado 
Que dá conta do recado 
Na hora triste da guerra. 

Eu sou de tudo minha gente 


Que tem na face do chão 
Sou o amigo do chimarrão 
Que amarga até o fim 
Eu sou a flor do jardim 
Da pampa meridional 
Da minha terra natal 
Eu sou a prenda mirim.
Ver todas as
poesias...
 
MINHA ALMA
Albeni Carmo de Oliveira
 Tamanho da fonte 
Sei que um dia como todo o mortal 
Partirei para um rancho diferente. 
Pedirei a Deus somente 
Que esta matéria, esta carcaça animal 
Repouse em cinzas finalmente 
Na minha terra natal! 

Terra onde eu corri quando criança. 


Onde tive a primeira namorada. 
Terra onde deve existir, 
Minha primeira morada, 
Onde sonhei sonhos de esperança 
Que foram sumindo na estrada 
Onde a saudade se lança... 

Eu sei que minha alma partirá discreta 


Para a imensidão do infinito. 
Mas se lá for bonito 
Volto à terra dileta, 
Meu Rio Grande bendito 
Que me fez assim poeta.
 
SOL DO MEU PAGO
Humberto Feliciano de Carvalho
 Tamanho da fonte 
No outono o sol do pago faz primores: 
- a querência ilumina brandamente, 
enquanto despe as árvores das flores 
e os ocasos matiza, doidamente... 

No inverno. quase nem aquece a gente! 


Arrasta-se no céu, fraco, sem cores, 
enquanto a geada cai, fria, inclemente, 
e envolve o pampa em brancos cobertores... 

Na primavera, entanto, vem sorrindo, 


troteando nas aguadas e pomares, 
o céu e o campo, alegre, colorindo... 

E no verão, galopa pelos ares, 


num incêndio de luz, dourado e lindo, 
saudado pelas aves, com cantares!

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