Você está na página 1de 24

Processos de Fundição

PROJETO DE FABRICAÇÃO DE PEÇA FUNDIDA


Sistema de alimentação

1/24
Projeto de fabricação
de peça fundida

O sistema de alimentação de uma peça fundida


consiste no dimensionamento dos massalotes.

Os massalotes têm a função de compensar a


contração volumétrica do metal durante a
solidificação da peça e evitar o defeito de rechupe.

2/24
Projeto de fabricação
de peça fundida

O dimensionamento do sistema de alimentação


consiste na definição do diâmetro do massalote
(Dm), da altura do massalote (Hm) e da quantidade
de massalotes (n).

Os massalotes podem ser:


- direto, lateral ou aneliforme;
- abertos ou cegos.

3/24
Projeto de fabricação
de peça fundida

O massalote pode ser moldado usando um elemento


de modelo feito de isopor, madeira ou produtos
comerciais como a luva exotérmica.

A luva exotérmica tem a função de manter o


massalote aquecido por mais tempo aumentando o
rendimento metálico.

4/24
Projeto de fabricação
de peça fundida

Fonte: SOARES, G. de A. Fundição. mercado, processos e metalurgia, 1997.

No projeto do anel fundido adotaremos o uso de


massalote direto aberto com luva exotérmica
cilíndrica aberta. 5/24
Projeto de fabricação
de peça fundida

Um massalote bem dimensionado deve atender a


três requisitos básicos:

- Regra dos módulos;


- Regra da contração;
- Regra da zona de ação.

6/24
Regra dos módulos

M m≥k . M p

Mm = Módulo do massalote

Mp = Módulo da peça
k = Coeficiente que depende do funcionamento
do massalote (Tabela 1).

7/24
Regra dos módulos

Tabela 1 – Coeficientes que dependem das condições de funcionamento


do massalote.

Tipo de massalote k k'

Caso geral 1,2 6

Massalote aquecido pelo 1,1 5


ataque
Massalote com luva 0,8 a 0,9 4
exotérmica

8/24
Regra dos módulos

O massalote deve ser


posicionado na região da
peça que se solidificará por
último. Para isto deve-se
calcular os módulos de
resfriamento.

Substituir as dimensões da
peça no desenho pelas
dimensões do modelo.
9/24
Regra dos módulos

V
M p= Equação geral em que:
S
Mp = Módulo da peça [cm]

V = Volume [cm3]
S
M p= Peças de revolução S = Área [cm2]
P
P = Perímetro [cm]
e e = espessura [cm]
M p= Placas infinitas
2

10/24
Regra dos módulos

A divisão da peça em módulos deve ser feita conforme a sua


complexidade. No caso do anel fundido, de geometria é bem
simples, tem-se apenas um módulo e que pode ser calculado
para peças de revolução:

S a.b 7,12.6,1
M p= = = =1,64 cm
P 2(a+b) 2(7,12+6,1)

11/24
Regra dos módulos

Calculando o módulo do massalote:

M m≥k . M p ≥0,8.1,64≥1,31 cm

E o diâmetro do massalote direto


aberto:

D m =4. M m =4.1,31≥5,24 cm=52,4 mm

12/24
Regra dos módulos

Considerando que luvas exotérmicas são


comercializadas nos diâmetros de 2 a 12”,
selecionamos Dm = 3” = 76,2 mm

Calculando a altura do massalote:


Hm = (0,8 a 1,0) Dm

Adotando-se Hm = Dm

Hm = 76,2 mm
13/24
Regra da contração

∑ V m≥V c . k ' .r
em que:
Vm = Volume do massalote
Vc = Volume da cavidade do molde
K’ = Coeficiente que depende das condições de
funcionamento do massalote (Tabela 1)
r = Coeficiente de contração volumétrica (Tabela 2)

14/24
Regra da contração

Tabela 1 – Coeficientes que dependem das condições de funcionamento


do massalote.

Tipo de massalote k k'

Caso geral 1,2 6

Massalote aquecido pelo 1,1 5


ataque
Massalote com luva 0,8 a 0,9 4
exotérmica

15/24
Regra da contração
Tabela 2 – Valores de massa específica e coeficiente de
contração volumétrica.

Liga rs [g/cm3] rq [g/cm3] r

Bronze comum 8,5 7,45 0,04


Latão comum 7,8 7 0,06
Alumínio-Silício 2,7 2,37 0,05
Aço 7,8 6,8 0,06
Ferro fundido 7,3 6,9 0,03

16/24
Regra da contração

∑ V m≥V c . k ' .r
π 2
V m= . D m . H m
4
3,14 2 3
V m= .7,62 .7,62=347,32 cm
4
k’ = 4 (Tabela 1)

r = 0,06 (Tabela 2)

17/24
Regra da contração
rs
V c =V p . r
q

em que:
Vc = volume da cavidade do molde

Vp = volume da peça

rs = massa específica do metal no estado sólido

rq = massa específica do metal no estado líquido

18/24
Regra da contração

Cálculo do volume da peça:

3,14 2 2
V p= (31,6 −19,4 ).7,12
4
V p=3477,60 cm3

rs e rq (Tabela 2)

rs 7,8 3
V c =V p . r =3477,60 . =3989,01 cm
q 6,8

19/24
Regra da contração

∑ V m≥V c . k ' .r
n .V m≥V c . k ' . r
957,36
n≥ ≥2,95=3 massalotes equidistantes a 120 º
102,91
Com o atendimento das regras dos módulos e da
contração falta verificar a regra da zona de ação, ou
seja, verificar se esta nova dimensão e quantidade de
massalotes atende as distâncias mínimas de atuação
dos massalotes (L).
20/24
Regra da zona de ação

C
n≥
(2 L+ D m )

em que:
C = comprimento a ser alimentado
L = distância de atuação do massalote
Dm = Diâmetro do massalote

21/24
Regra da zona de ação
Como a seção do anel fundido tem perfil de barra, L é
dado por:

L= A + E=30 √ e

em que:
L = distância de atuação do massalote
A = zona de ação do massalote
E = efeito de ponta ou extremidade
e = espessura da barra

22/24
Regra da zona de ação

L= A + E=30 √ e
L= A + E=30 √ 61=234,31 mm
(316+194)
C=π D médio =3,14 =800,7 mm
2
C 800,7
n≥ ≥ =1,46=2massalotes
(2 L+ D m ) (2.234,31+76,2)

Conclusão: 3 massalotes com luva exotérmica com


Dm = Hm = 3” = 7,62 mm atendem as 3 regras!
23/24
Referências

MORO, Norberto; AURAS, André Paegle. Processos de fabricação: fundição.


Disponível em:
http://norbertocefetsc.pro.br/elm/wp-content/uploads/2014/09/fundicao.pdf.
Acesso em 01/Set/20.

SENAI-MG. Iniciação à fundição. 2. ed. Belo Horizonte, 1987. 77p il.;

CENTRO DE INFORMAÇÃO METAL MECÂNICA.


<http://cimm.com.br/portal/fundicao>. Acesso em 03/Abr/14.

24/24

Você também pode gostar