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08/09/2018 Ataque a Bolsonaro: advogado diz que igreja paga defesa; parentes silenciam - Politica - Estado de Minas

Ataque a Bolsonaro: advogado diz


que igreja paga defesa; parentes silenciam
Defesa recomendou silêncio aos familiares em Montes Claros

João Vítor Marques (https://www.em.com.br/busca?autor=Joao Vitor Marques)

Luiz Ribeiro (https://www.em.com.br/busca?autor=Luiz Ribeiro)

postado em 08/09/2018 11:36 / atualizado em 08/09/2018 12:55

O advogado, durante coletiva em Juiz de Fora e a casa de um dos parentes, no


Bairro Maracanã, em Montes Claros
(foto: Tomaz Silva/Agência Brasil e Luiz Ribeiro/Em/D.A Press)

Juiz de Fora e Montes Claros - Os quatro advogados de Adelio Bispo de Olivera,


que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) nessa quinta-feira em Juiz de
Fora, na Zona da Mata mineira, são bancados por uma ‘congregação evangélica’
de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais.

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Ao menos foi isso o que garantiu o advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães,
um dos representantes de Adelio no caso. “Fomos contratados a partir de uma
congregação de Montes Claros, que pediu sigilo”, disse.

Os advogados Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Zanone Manuel de Oliveira


Júnior, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Marcelo Manoel da Costa foram os
responsáveis por defender o acusado durante audiência de custódia na tarde dessa
sexta-feira, em Juiz de Fora.

Representante de Bolsonaro, o deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR)


questionou o fato de Adelio ter contratado tantos advogados particulares. “Nos
chama muita atenção - e aqui eu faço o registro de que é um direito da defesa ter
advogados -, mas alguém, em situação de pobreza como a gente viu, ter quatro
advogados e não ter a defensoria pública acompanhando… Só aí eu deixo para
vocês de que não há indícios de que não é um ‘lobo solitário’ sem estrutura
financeira nenhuma”, disse, ao sair da audiência.

Na manhã deste sábado, Adelio - que é investigado com base na Lei de Segurança
Nacional -, foi transferido de Juiz de Fora para um presídio federal no Mato
Grosso do Sul, onde cumprirá prisão preventiva. Ainda na madrugada de quinta
para sexta-feira, ele havia sido levado ao Centro de Remanejamento do Sistema
Prisional (Ceresp) após ser pego em flagrante.

Os advogados
Zanone Manuel de Oliveira Júnior e Fernando Costa Oliveira Magalhães são velhos
parceiros. Os dois trabalharam juntos, por exemplo, na defesa do ex-policial
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, envolvido na morte de Eliza Samúdio, ex-
namorada do ex-goleiro Bruno.

Zanone e Fernando trabalham em Belo Horizonte e na Região Metropolitana da


capital, mas não são do mesmo escritório. Os dois foram acionados por Marcelo
Manoel da Costa e Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, que são de Barbacena,
na Zona da Mata, e acompanham o caso desde o início.

Silêncio
Enquanto isso, advogados de Adelio orientaram os familiares dele em Montes
Claros a não dar nenhuma declaração. O silêncio tem o intuito de "não atrapalhar
as investigações".

"Só podemos dizer que não sabemos de nada" , disse uma sobrinha do agressor de

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Bolsonaro ao Estado de Minas,  na manhã deste sábado , esclarecendo que segue


orientação dos advogados. "Não vou responder nenhuma pergunta. Vou sempre
dizer não, não e não", afirmou a interlocutora diante da insistência do repórter.

Na sexta-feira, um dia após o atentado contra o presidenciável do PSL, durante


um ato de campanha no Centro de Juiz de Fora, foi grande o movimento de
profissionais da imprensa nacional na casa humilde da família  (onde o lote é 
ocupado por vários barracos sem reboco), no Bairro Maracanã (Região Sul de
Montes Claros). Mas os familiares do homem, evitando o assédio da imprensa e
com medo de represálias, deixaram o local, indo para as casas de outras pessoas
da família, na zona rural do município.

No imóvel no Bairro Maracanã permaneceu somente o pedreiro Eraldo Fábio


Rodrigues Oliveira,  de 47 anos, companheiro de uma sobrinha de Adélio.  O
pedreiro disse para a imprensa que o homem que esfaqueou Bolsonaro tem
hábitos estranhos e sempre que retornava à cidade natal para rever a família
ficava trancado dentro de um quarto com as janelas fechadas, mesmo nesta região
de clima muito quente.

Uma outra parente do homem que atacou  Bolsonaro revela que há três anos, ele
começou a apresentar comportamento estranho, "falando coisas desconexas ".
Advogados de Adelio informaram que ele faz uso de remédio controlado, mas não
apresentaram laudo médico de que o cliente sofre transtorno psiquiátrico.

O pedreiro Eraldo se envolveu em uma briga com Adélio em abril de 2013,


registrada em boletim de ocorrência da Polícia Militar, ao qual o Estado de Minas
teve acesso. A desavença começou quando o pedreiro reclamou o não pagamento
de um barracão da família por Adelio, que não gostou da cobrança. Os dois se
agrediram fisicamente. Acabaram sendo levados para a delegacia, mas não
ficaram presos. Ambos tiveram hematomas e escoriações e dispensaram
atendimento médico.

Conforme os familiares do agressor de Bolsonaro, ele deixou a casa da família aos


17 anos e foi trabalhar em Santa Catarina. Chegou a trabalhar como camareiro em
um cruzeiro marítimo Internacional e para isso, aprendeu a falar  inglês e
espanhol, de acordo com uma sobrinha dele. "Teve  uma época que ele ficou
vários dias no navio (atracado) a poucos metros da entrada dos Estados Unidos. 
Ele contou que teve oportunidade de entrar lá, mas preferiu nao fazer isso " ,
disse a fonte, explicando que o tio não quis aproveitar a "oportunidade" para
entrar clandestinamente nos EUA.

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Ainda conforme seus parentes, há oito anos, Adélio tornou-se missionário da


Igreja do Evangelho Quadrangular e, nesta condição, passou a passar maior parte
do tempo se deslocando entre vários lugares.  "Ele sempre ficava viajando entre
Uberaba, Uberlândia e Santa Catarina", disse uma sobrinha de Adelio ao EM. Por
outro lado,  ela alegou que só veio saber da presença do missionário em Juiz de
Fora,  quinta feira, por meio do noticiário da televisão sobre o atentado contra o
candidato do PSL.

Na sexta-feira,  os advogados que defendem Adelio disseram em Juiz de Fora que


foram contratados pela família do agressor de Bolsonaro com honorários
custeados por uma igreja evangélica frequentada por parentes de Adelio. No
entanto, na quinta-feira à noite, a família de Adelio revelou em Montes Claros que
não tinha feito nenhum contato, pois nem sabia que o missionário estava em Juiz
de Fora.

(Colaborou Laís Possani, da TV Alterosa)

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