Você está na página 1de 23
Hist6ria da IMPRENSA brasileira 5° edi¢gao gia ots J udver Bahia volume 1 Mauad X Scanned with CamScanner Copyright © by herdeira e sucessora de Juarez Bahia, Irene Bifone Bahia, 2009 Direitos desta edigao reservados a: MAUAD Editora Ltda. Rua Joaquim Silva, 98, 5° andar — Lapa Rio de Janeiro - RJ-CEP 20.241-110 Tel; (21) 3479-7422 — Fax: (21) 3479-7400 www.mauad.com.br mauad@mauad.com.br Projeto Grdfico: Niicleo de Arte / Mauad Editora Capa: Paula Cavalcanti Cip-BrasiL. CATALOGAGAO-NA-FONTE Smvpicato NACIONAL DOS EDITORES DE Livros, RJ. B135h 5.ed. Bahia, Benedito Juarez, 1930-1998 jornal e técnica : historia da imprensa brasileira, volume 1 ez Bahia. - 5.ed. - Rio de Janeiro : Mauad X, 2009. Histéria, / Benedito Juar av. Contetdo: v.1. Histéria da imprensa brasileir. jornalismo Inclui bibliografia ISBN 978-85-7478-304-8 1. Jornais brasileiros. 2. Imprensa - Brasil. I. Titulo. 09-4182. CDD: 070 CDU: 07 a - v.2. As técnicas do Scanned with CamScanner FASE MODERNA O MILAGRE DAS ONDAS MISTERIOSAS 1930, A REVOLUCAO BRASILEIRA DEVERES E COMPROMISSOS DO JORNALISMO PODER ECONOMICO E IDEOLOGIA Os GRANDES JORNAIS O TERRITORIO DAS GRANDES TIRAGENS AS CADEIAS DE COMUNICACAO AGENCIAS DE NOTICIAS AAGENCIAS DE PROPAGANDA PROGRAMAS DE AGAO EDITORIAL O milagre das ondas misteriosas Os anos 1920 devem ser examinados também pela importancia que tém no jornalismo moderno. Dos quatro grandes jornais diarios em circulacio, dois sao desse periodo: O Globo, do Rio de Janeiro, €a Folha de S. Paulo (entao, Folha da Manha). A revista O Cruzeiro se afirmaria por meio século na lideranca do mercado de mass magazine (revista semanal ilustrada, tipo Life)®”. No decénio de 70, marco do cinquentenério de O Cruzeiro e da sua decadéncia, a revista se- ‘manal lustrada Manchete j& domina as preferéncias do mercado. Mas Veja que, notadamente, Fe 028 89, se torna a mais importante publicagdo do género newsmagazine (revista semanal © informago, tipo Time), liderando um grupo do qual fazem parte Isto, Senhor e Afinal. Histoma Da Laprensa Brasiteira — 199 Scanned with CamScanner A revolugto de 30 encontra a8 empresas jon Programas de expansio editorial em todoo pa Capitals Entetanto, 0 fto now 6 o fd, Em 1923 Gore noara ssora brasileira, a Radio Sociedade lt pois, Rilo Ministério da Educagio.e Cultura). Na capital do pats, o povo lota as ruas para ouyi instaados porta aca o som queinangurs es flan formasdes substancias nos hibitos da sociedad. Rowen tes do dio no Brasil, 62 voz que ao microfone anunch et ®, Pal comunicagées. a Nova era das Hfsticas ©Xecutandy a8 mai abril), en sentra Rio de jancirg Telos os laes ~clzele~espalhados pelo i hados pelo imenso terit6rio sce enn oconfona mods nea ae ea realidad entreasna6Ges, Tudo isso hide sero milagre das once eet dale asmise ows que tampa, no esa, senlosamne oe Sentaclas diante de um aparelho ainda estranho, elétr sem flo, a nfo ser o da tomada, incorporadas d categoria de son morta tss02s Permanecem longo tempo disponiveis& mlisicae 4g anos att intimidade com o vefculo que se desdobrard pelos nah tas win década aps a previsio de Roquete-Pinto, as har- sopra a Eno $40 violadss por acontecimentos menos ortodoxos aera Europa o vento do totalitarismo, os partidos fascistas © iniciam uma ascensto que resultard na II Guerra Mundial. 2 hasclmento do ridio no Brasil em 23 & precedido de uma ex- F00d ssn Ge © Rio de Janeiro acompanha com grande interesse: em 352s as do centenério da Independéncia, o presidente Epi- rmontada pels Wasa sts provissrias da Radio Corcovado, restita deere atstinghouse como demonstragio. Na programacio, nee nite Internacional, conferéncias e misica erudita™, rc deca lum pouco de edlucacio, ensino e alegria” 0 o cientisa Rogen ts Mentificada com o seu mator incentvador, Suas instlacaee feet, N® inicio, a sua programagfo & cultural Pinto v0 nan ictm no prédio da Livraria Cientifia Brasileira na emissora o meio eficaz de interiorizar a cultura. ——— (Or Ricardo Gomes! 0 oto, om He. outos, om “Todo mundo Igo na onda do rbd revista Manchel 200 — rast nooeana into a0 i da ivro falado", repete Pinto ao inaugurar 0 Jornal 20 rio 6 0 Ho et ena falad (e, as Vezes, um livro falado), rimeiro je Mani ae oor ‘dos jornais do dia, intercalado por comenté- Based vio do proprio apresentador.Nio faltam a literatura 3 dei igor cienifico ao Jornal da Manhd, mas 0 seu conteido é listico. ft ente jornal pect ead, surgem a Radio Clube do Brasil, futuramente ton ‘Mundial; a RAdio Mayrink Veiga; a Sociedade Rédio Philips ft Ridio Educadora do Brasil; a Radio Transmissora, de- to tudo Globo, todas no Rio de Janeiro; e dezenas de outras, nos Peados. Na competicio pela audiéneia, aparecem novos géneros ¢ formas de veiculagao radiofénica. No final dos anos 20, 0 cardépio do radio brasil ol; radioteatro (excertos de pegas, romance e novela); = repetindo 0 (0 apresenta i futel Fre smo, e programas maseals que nos anos 30 2 Radio City Music Hall, de Nova York - tomam conta dos auditérios 20 reunir cantores, intérpretes, humoristas, atores, apresentadores ce orquestras. Para isso, as estacdes - como sio chamadas ~ consolidam prefi- x05 com audiéncias crescentes, bons salérios e cachés, anunciantes regulares. As principais empresas de produtos de massa - como medicamentos, receptores de rédio, artigos de beleza, alimentos, ‘tc. ~ reservam verbas publicitérias especificas para o novo veiculo. E inauguram o verbo patrocinar. AAs agéncias de publicidade, precedidas dos contatos, as vezes nio- Profissionais — programas pioneiros s4o comercializados através dos préprios apresentadores, por cujos custos de producao respondem -, comercializam 0 tempo no rédio, além de espago nos jornais. Ademar Casé, criador do Programa Casé, de 1932, na Radio Philips, relata que um contrato feito com 0 Laboratério Queirés, para langamento do purgativo Manon, garantiu o patrocinio © a ermanéncia de uma das maiores atragées do ridio brasileiro por ‘muitos anos: Contratei 0 caricaturista Ant6nio Nassara e Cristévéo Alencar Para bolar 0 antincio, Depois de algum tempo, jé tinham pronto © comercial, que se destacava pela sua originalidade. Um casal de ‘Histon ba Iuprensa Brasusina — 2O] Scanned with CamScanner Uma das maiores escrelas d2 m: nos de ful s eselas da musica popular brasilei anos de fulgurante presen: Popular brasileira em tine ® Pequena Notivel Ss programas de auditdrio do nidio, jé na. rio do ridii dé 3 » JS nas décadas gs dourados do rit los do ridio brasiles fidio brass : 2 dos locus 2 da radionovela: ea da inoue io pripria 20 microfone em 1932 con evtaaeuniy Csi 5 ea en 2832 9 movimento constirucionalista de SGo Paulo, a mais significative contestacdo armada 2 revolucdo de 30. sacks Em! je setem! im! 2 setembro), entra no ar a Radio Nacional®, cx nidios ni éo nimero 7 da praga Maud, no Rio de Janel, -<8u da cidade (22 andares). O acontecimento no sé por se tratar de emissora que do- ico, mas também por abrir caminho pera o tem signif sjornalismo. ‘Aléss do mais, essinala uma formal associacio de veiculos im fall dente is. A Nacional, PRE-S, édo , entdo o vespertino io Mayrink Veiga. comunicaggo da época - num total s7upo pre} brasileiro de maior cireulacdo, e que jé detém 2 Ré formando o maior complexo de 17 empresas. ot * Nos ares 40 2 50 semsso ston ant 225 2 mesg tetra ce sommes ca nstioa ca comuncaste BSE fiece co 52's Com recercvea sé se corners a fos ca TV cor suse ereveias SSS yoest Ancevowe on noe Secee Gus ngugura 2 e-3 oo ZECEETS e NSSTS S61 2 7563 Cure Sets a acerovea Drei oe rascer nearest OTe TES Race Nancra poss oS eo TE Sars acerovess cue vic ao a su rove se 14 parca Nove nczres evs ETS SE Bice para acresersacio ce corcres omuestas, recictears @ curcs escesaves Nos! SS anos 60, a Nesona’ perde ¢ seu espare pars a TV. exnora contre eTiSnae Taseroves PF sucdnoss caarss cos grarces cenros. oe Teer pose’ equstc © se7 auETanNaS Se SE (Gus, por @ACUCades ECCHETCES Cu OATES GuassSue, aS MET SDSS a RENEE 202 — ras: soon or Irinew Marinho em 1911, passa logo depois 30, € um jornal in ‘Rocha. Em fins dos ano: sramgia e pelo alent de Rocha. Populan srs fatos da cidade, os eventos esPor~ 9 da tande com noticias ie fan dado Geraldo ado pelt vem policial, Fconquista 0 mercad or repdrteres competentes urna, a imprensz do Rio encontra toma exemplar ¢ que vai 1m fins dos anos 60, 2 PrO~ fe veiculagio e inviabiliza ios marutinos. as assinada: petiriva que qualquer ny a modelo da Vespertino que § semelhantes, at ques é! rermina nowas regnas di westaurando 2 predominanc 937, com a censura ¢ a ditadura 9 adversirio de Gertilio S fugir para o exterior. © grupo privado dea 40, com a criagio por decreto das Empre- da Unido (todas as organizagSes do as nidios Nacional W2isc07 gosto industrial det os jomais da tarde, fi Nove comega @ dectinar em 1 Jo em 1945. Rocha ¢ um combat ques 3 Yergas. mas é obrigado sia de existit em 19. sas Incorporadas a0 Patriménto jo Rocha, incluindo o vespertino e ENunrink Veiga). ‘0 titulo principal de Rocha ~ A Noite ~ prolonga sua existéncia a 1982, altermando a sua propriedade, interrompendo wirias ve- ces 2 careulagdo, alterando 2 aparéncia ¢ perdendo em qualidade. © dacinio de 40 ainda testemunha o apogeu de A Noite, Em 1941, noquinto lugar do ranking mundial das emissoras mais potentes, & Rédio Nacional emise, em espanhol e em inglés, um boletim diario go Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIR A Ridio Nacional f2: transmissdes em francés, inglés e espanol, 2m do pormugués, para divulgar a musica ¢ o folclore brasileinos: mas éem espanhol e em inglés que, diariamente, é lido ao microfo~ ne um comentirio de conteiido social e politico, acompanhado de informaySes gerais do pais. Em plenall Guerra Mundial, ¢ editorial e as noticias em lingua es ‘wangeira im o objetivo de difundir internacionalmente realizaqdes & politicas da ditadura Vargas. A audigncia latino-americana do boletim Roticioso do DIP desconfia da ofensiva de propaganda do Brasil. Demodo particular entre os vizinhos sul-americanos, 0 noticidrio em espanhol denuncia intengdes hegeménicas que talvez nio esti- isronn pa rasa Beasuma — 203 Scanned with CamScanner vescem nos planes do Governo Vargas, mas que soam aos sma indisfargivel promocio dag falismo brasileir, govemes lO que eleg najores centres urbanos do pats, a Marinon: tiéa médios © pequencs. Nz &0c2, 2135 ap re cs 30 mile G0 mil exemplares De @ semana impressio. O proceso permize ini Glindro 2) © assegun publicages dustradas No de impressio é o vespering rorrentes Gomtinantes V Sarton: FeBaneoe Gt ores amis eng Gases oe SS 204 — Fe moe, es 20 telefone. telex ASS GOWER matches os nesses oe SSeNET ETE Ee See loss sees raters O me e teres sorecce ses ses Hae Te EES SERERIRES 0 Career Mone: ome se PRS SOAR SPE BSE ETS SERS DSS Seas eS ov oe Macess Somes S Gace s ore Se Phe METS SRGRE S Site tame c co-we o: Soe os Soe Megs ec oTe oe Cece: S Tee Sera oeSotes Fre fae See So Reate ee Sesena ge eras Wen, ESTES Sheen ot ros Sees Covers Cheer oe S ‘Sasce some ose Ast oses 2 o7WISTE em pane £55 GSU SE OS SS SSEISSSIES Srmucio-ttecammem sroews Seems ooee eToreaae SEs SR ONS Ete ce cmon soe aooreees ce The Mew Ye Teese ss Ties Sos em masts & emescis oltea esrUrcs € S08 508 OSS. Hisroxa os Dososs Buses — 205 Scanned with CamScanner ¢ redescobrem valores, caminhos, objetivos, inspirad imensas potencialidades naturais. As reformas em andere 88 i a r sociedade afetam 0 jornalismo, no qual atuam a elite ioe” classe politica, andamento ng intelectual eg O processo de industrializagio, iniciado ainda que debi nos anos da I Guerra Mundial, é reativado de forma dec a decisiva nos anos 30. A economia de guerra no eixo Rio-Sio Paulo, n a revolugio constitucionalista, acelera o readies indust ‘quipamento al de itens prioritarios para a produ efeitos da crise de 29 e da Repiiblica de 30 gerem subsea transformagoe ee As forgas socinis urbanas erescem e pressionam o poder pollt € 0 poder econdmico. As inclistrias © 0 comércio recrutara mare assalariados. As taxas de emprego quialificado evoluem irreversivel, mente. A burguesia © a classe média cedem espacos na sociedade 408 funcionérios priblicos, empreyados em servigos, comerciétios, trabalhadores © outras categori a outras categorias que, antes, praticamente nio nham identidade social. , ‘ © sufrigio universal i sufi © secreto amplia a participagio da urbana ¢ rural nos irolkin, Divs rs até entio sonegados; conqu restrit consttaclonalmenteestabelecidas; ¢ toda uma gama de beneficios retultantes das lutaseperirias e dos movimentos politicos contes- atdrios se enquadram nas novas leis do trabalho. ad luo ssa, desde log, como era do seu objetivo se Hbenta t caine 7 inspiragio liberal, basicamente porque nfo ideolégicas, mas na dos grupos oligdrquicos e das contradigoes vege craigs nts 0 pats e moderniza as instituigBes. © manto vento de 30, perma set a camadas da sociedade que, sem o ad- detnberiies muito tempo fora da ordenagio juridica ne Jomals,e agora também o rédio, as revistas, 0 livro, a proPt crea im 7 eaparate da nascente indiistria cultural brasileira ~ ¢ fngalam nas transformacdes. Em 1922, 9 movimento modernists jf ‘ado proposi¢6es vanguardistas em nome de aberturas 206 — Fase movunxa | cultura, o pensamento, as ideas. Que, ne realidade, nadidvels Para a : i lar no inadidvels P “jas para uma maior participacdo popu as reclamadas P: cram abertur sistema” 1930, a revolugao brasileira 0s jomnais da capital da Repiiblica publicam nei da ahi cgocom dois dias de atraso. S6 ento 0 pove fica sabendo que hevi fio yato um movimiento no Rio Grande do Sul, Minas Gerals € 70° rafba para derrubar 0 Governo ‘Washington Luis. Nas outras grandes sae panto é diferente. A explosto popular se antecipa ao noticidrio ‘ou com ele coincide. Esse raro caso em que o jornalismo mais influente e de maior pe~ netragao no pais é surpreendido pela historia que bate ds suas portas io decorte s6 da circunsténcia de tempo e lugar; a dificuldade nas Comunicag6es no justifica 0 ostensivo desinteresse que se mescla ‘oma frontal oposico da grande imprensa as transformag6es sociais que navegam na rebeldia. Em outubro de 30, o pafs & sacudido por uma revolucdo ge- nufna nas suas motivagSes e nos seus desdobramentos, chefiada por Getilio Vargas e Juarez Tavora. Os grandes jornais esta do lado da lei e da ordem, ¢ as vezes também do lado que obstrui © desenvolvimento, barra as mudangas exigidas desde os anos 20, estimula a corrup¢io e derruba as aspiragdes de moderni- imo, progresso, humanidade como expressdo de vida e convivio intemacionalismo, \wigarizapto dos drt socials, paricnacdo, vanguardsmo, reflexdo pera esclarecer @ cons- trate agus dos ponios o manasa de Kren o‘manssio de ate mosera” que ela Semen 1872 anavo ge 1923 ee marsapem vale dedotrarnormaris Iter € gale tral dos anon seus, com imleantes re process inttueenal Aconbugdo o Kiron alana a enoragdo da aie publetinia, do coneddo edt, das anes gies © ‘uns em geal Proletanovsede,agicade e desenvoture alm cas paginas o mantesto, ona. for exemso, so angar a seriente da valevizaco da mulher ce una esta que Cuperaooperio © as cats margins qu eaicam a socedade ra sombra da meméta {Sate como ox nee. os nds, 0 pores. dos os carers merpnalzacs, ue, con 8 {rote de 20 ganham kena ou espero socal O vena de manga ge 1090 tm muto 6208 © 0 desvario da Semana de Arte Modema. Hisronia pa Inenensa Brasiztea — 2OT Scanned with CamScanner i apoio. As edigBes didrias, a partir da, acolhem os fatos que car oe iram a mudanga: 2 deposi¢do do governo; sua substituigio Geshe por uma junta militar a prisfo de Washington Luis no sree de Copacabana: 2 sucessio do poder nos Estados; 0 povo nas ‘Rr para festejar 0 acontecimento; a chegada dos revolucionérios po aie: a transmissdo do governo a Getilio Vargas. “A ordem juridica que se segue & tomada do poder pelos revolu- ondrios de 30 & que transforma o pais ¢ o habilita para os desafios _——— Go seu tempo. O regime impSe novas conquistas politicas, sociais coinemo siversar ae ee e econémicas, abrindo-as com a lei trabalhista de marco de 31, que sera regulementa 2 sindicalizacéo dos operirios e dos patroes. "A revolugdo expde 0 coniflito entre a posi¢ao dos grandes jomais Giizios e as tendéncias majoritérias, dominantes na sociedade bra- Sleira, francamente favordveis as mudancas que os revolucionérios encernam. As proprias empresas jomalisticas vo tomar a iniciativa de restabelecer a sintonia com 2 realidade politica, social e econdmica } que o pais passa a viver. E sabido que em 32, ao se levantar em armas contra 0 gover- no central, Si Paulo reflete um sentimento constitucionalista de ponderdvel parcela da nagZo. A sua imprensa, entio, converge pata combater as mesmes liderangas que havia apoiado em 30. Mas trata- +s de ums escolha por principios, que o proprio Vargas reconhecera como legitimos, 20 prometer jurar, como de fato jurara, sem contudo ar maior importincia a isso, uma Constituiggo. A revolucio de 30 tem, no entanto, uma identidade comum com 2 imprensa: 0 avango da sociedade, mediante o aperfeigoamento das insticuigSes ¢ a renovagdo do processo para a ordem e 0 progresso. Retificedas as altemativas, revistas as opgles, refeitos os caminhos, os jomais se habilitam a incorporar ao seu papel os novos rumos Gitados pela energia popular captada pelos revolucionarios. Rapidamente, os meios de comunicagio se ajustam nova realidade ‘nacional emesmo os que mantém inalterdveis suas opcdes ideologicas reconhecem s legitimidade de reivindicagSes como ovoto livre, secreto universal; o acesso de todas as camadas sociais aos beneficios do de- seavolvimento; a definico de uma politica econémica sem concessdes ‘A independéncia e & soberania; o fim do colonialismo. Ss gerentios, 08, como O Pcie, en: tram em cise HisToma nq burmewsa Beastizea — 209 Scanned with CamScanner — Asn, 2S ONES FEESHECENES que se aheem ag Pa 7 Sten Sargimenn &: mens, ci Sets mscee imackt com 2 2 Gora Men a ge gucibeishn 2 copesizagie racionalizada des empresas editeras SOM ay @eeees Gunies se modemicam, amglinn as suas Se SES Oe genvbs per Srimspestes ovletives. Os jormalistss ps suendas ¢ _ . cna seees NESASIS T pouce, coder agar acs jomalistas prodissiomais, publicam até cinco edigses diirias, Em se suem de duas em duas horas, epesar ima piginas*, ios de maior expressio: n2 pelas agsncizs A: efeitos d2 IT ociated Press erra e jd com um fe péginas maioz. divididas em cademes. os jomnais O40 nes dias dteis e Crs 0,50 aos domingos. opiniia, das cinzas do mento dos panques grifices de 2s prisdes e dos processes que redram jomalisras dem do governs, que nasce uma imprensa mais a papel, mais resistente as presses offciais. He f0 revolucionirie, muites jornais escon- Sem emt sans colunas a situagio real do pais. 0 boato é moeda mais = See REE SE PMS ctor oh eres nec ce erase erate, ‘Histone ma boransa Brass — 200 Scanned with CamScanner covrentequea noticia, Outros, porée, que refletem a ingu fea fermentagio politica, naturais de um processo dle tae ttsto fc punlista, na qual se engajaa imprensa, € o sinal mais ostensive ‘quadro existente. do Mas nig s6Sio Paulo que opde restrigSes 08 rumos que o pod . ler revalucioniro tomaa partido instante em que se sente consolida nopalicio do Catete. A bandeira do constitucionalismo nio & sue manto da fantasia idealdgica que abriga o capitalismo industrlalen aristocracia rural no mesmo terreno de defesa de privilégios, como quer fazer crero Governo Vargas. O grito de guerra paulista mobilisn ppawcelas signiticativas da coletividade ¢ tanto se legitima no senti rent popular que Vargas nio fem outra salda senio a Consticuigég de 16 de julho de 1934. © jomal 0 Estado, que lidera 0 apelo As armas no 9 de julho, re- conhece na edigio em que noticia a promulgagio da Constituiggo: “Esti concluida a obra que Sio Paulo encetou em 1932”. A historia ‘mostrar que nio estava. Vargas, eleito presidente na Constituinte por 175 votos contra 59 dados a Borges de Med para o seu Ministério, mas nio concilia a nagio. 3s, trai os paulistas a Os fatos posteriores ao acordo politico entre os revolucionérios be oz accent opositores constitucionalistas ce 32 ~ muitos dos Lapaaaies los mesmnos feudos eletorais que a revolugio arrraaat coi: -textemuntam que o pais buscava slugs politicas ¢ eco stn dee para as suas necessidades sociais, ou partiddriae, que as sugeridas pelas ctipulas dirigentes - oe > de acontecimentos, de 1932 a 1937, até longa noite ee nro io: 933, Constituinte; 1934, Constituicao; ieee heal desfecho de violenta campanha anticomu~ Filinco Miller nova Les ogee °8 & Harty Bergen pela policia de nal Libertadoe enn Segurnga, dssolugo da Alianga Nacio~ Mtos fener dOttsis probidos de circular, jomnalistas pres0s € Sitios e professores da Universidade do Distrito Federal ita de subversio; 1936, prisdo de membros do nal — um senador de i iador ¢ quatro deputados ~ no Rio janeiro, rect ent on i J rudescimento das violéncias policiais e torturas de pres0s demitidos por susp Congresso Naci 212 — Fase nooema de abril) do prefelto do Distrito Federal, Pedro de ado de envolvimento na revolta comunista ne nto, o epieto de intetona; 1997, a onda ans qu Feo ee ao oficial e que concentra as aches de repres- sta so res desde os dois anos anteriores - mais prisGes, Pacer constituigio, perseguighes ¢ ostensivos atos de violist os humanos, expulsao e condenago de alunos Aes de ofciais da Marinha e do Exército ~ fabrica, no ia Bo escuridao do Cate, ogolpe do Estado Novo que con- sina tad Vargas até 19457 ; 7 Opalsiveo estado de guerra decretado pelo presidente. © Con- ron funciona, mas sem suficientes garantia. Da mesma forma se Bee na liberdade de imprensa ¢ as demais liberdades pblicas, caerde reuniao ou a de citedra. A popularidade de Vargas desaba. llunais durante uma sesso; debates € diserson parlamentares tule 0 que etd mpresso em documentos bln iret dat a ide de imprensa encontra apoio no reconlie- cliento ta Ie 29 justo coment, nas, ao aceitélo, 0 jornalisne obrigagio de merecé-la, © jornalismo responsdvel qe procura sistematicamente resp oat pt vontade propria cleye deveres ¢ iar essa obrigaga compromisios, 222 — Fon vornunn stidos na orientagio de gorosamente observa~ Jeveres ecompromi .s08 estiio embu yes deere maken escrita mas Figorosst io ani fora ra viva de programas cuja tradicao Vem © C0 i, desde o Império, caras de prinelpios ual 2 eu mprensa even um eevado senement? defining rae de publicadores, impressoves © redatores. de responsabiinsjoveres ¢ compromissos da imprensa, sievarn- ci pases morais ¢ econdmicas St- Sere maubvengio oficial; de imparcalidade, a Part fines para selel P gual as partes em confronto, de acoller 4s da prea de dar esp Mato e de evitar o alinhamento deliberado diferentes versOes 1 atidade, no sentido de dar voz as minorias, x neegpor claramente os faros, de modo a que epotcias € 08 anincios Se parentes, confidveis; de exa ‘ho como complemento da imparcialidade € da objetividade, que se nda necessidade de difundir a verdade apurada ow de precisar cada um deles possa ser conferido pela ista regras fundamentals de pss ada yelculo, ou fig Sea xville XE ‘os principa entre se aie inlependencia, apoiada cm 09s fatos de tal maneira que cidade; de critério, tenclo em dlectncia aplicaveis 4 linguagem, 2 ilustragao, 4 busea eA publicagao tdss noticias, de modo a imprimir discernimento e valor ao estilo; de respousabilidade, para que o jornalismo nao seja apenas aenunciagio do pensamento de seus proprietirios, para que possa estabelecer padres duradouros de identidade social, para que alcance na socie~ dade um conceito de instituigao livre das injungdes materiais dos seus mantenedores ¢ seja capaz de, acima de quaisquer interesses, refleiro bem comum. Como duplo papel que desempenhia na sociedade moderna ~ como veiculo de noticias e de opinio -, o jornalismo, de modo geral, niio pode prescindir das responsabilidades éticas, dos deveres morais basicos que estdo implicitos na natureza da comwunicagio social e que se exprimem pelas suas fungdes informativa e formativa, sna second devem ser assumidas voluntariamente, Lae cntee dais eoportn dade pata todos, sem excecio, ea que, numa sociedade aberta, de livre competigio, alquer forma de comunicagio controlada estabelece uum ee 7 M coereio incompativel com a democracia, seja ela ocasional Ou permanente, ‘MistOna ba Taenensa Brasiiama — 2283 Scanned with CamScanner ena Penalidades citcunstancais, localizadas, ou passapeig aplicam & imprensa, nem por isso deivam de afetar 0 ay fi informatio, ainda que exercitadas sem danos a eutney et? cansttucionais.Priticas como o bloqueto publicitri, «aft nomica nio tipificads, a perseguicéo dissimulada de natn cou pessoal num regime de liberdade, sao suficientes para violagbes antidemocraticas, A opinido piblica ~e ainda que 86 0 pablico - se orienta, rig vezes decide e quase sempre raciocina, ni pelas coisas ean sinus mas pelas feigies que Ihes damos, pelas imagens que os vedeulos dy comunicagio hes aribuem, Como diz Walter Lippanann, “as iragens em nossa mente, eis a matéria € 0 contetido de nossas opinites” £o mesmo Lippmann, porém, que no seu classico Opinidn pitlicn chama a aten;io para os perigos da padronizagZo usada como m de minimizar 0 esforgo humano. Diz ele: “Dentro da confuszo fi. rexeente-e atordoante do mundo exterior, eseolhemos aquilo qu {oi definido para nbs pela nossa cultura”. the, 2a Ges aractetinay Por exemplo, opinides ou julgamentos imprecisos, desinformades, aprioristicos sobre coisas & pessoas, homens piiblicos e institu assuntos internacionais, de trabalho, de capital, de relacées sacizs, de direitos humanos, ete. Lippmann considera, com razZo, que a tendéncia dos individues 2 verem tudo negro ou tudo branco leva a uma eliminagao de grande ‘rea cinzenta onde a formagéo de opiniao e do consenso pode adquirir uma forma saudével. Desse modo, na so as imagens preconcebidas ou precondicionadss da opinigo padronizada que ajudem 0 observador inexperiente —_10 C280, ‘a maioria da populacio - a selecionar os seus melhores propésitos. 1550 66 & possivel rompendo 0s limites do labirinto da padronizacdo att chegar a um convenso inteligente, lécido. E este, para Lippmann, 61a bém urn firs necessério do process democrdticn, no qual deve inverter © jomalista com a sua capacidade de guiar a sua auditncia. | Para Lippmann, embora 2 sociedade deva ser governada pela ei, a lei também deve agir como influéncia libertadore, de preference 2 ser uma influéncia repressiva, pois a repressao s6 pode result2t numa neurose de massa. 224 — Fase voces se deve exagerar 0 papel de noticie, 2 Hisvonca oa bones Brassica — 22S Scanned with CamScanner rechagar as press6es, partam clas d ses, partam elas dos pr6prios lei partam das autoridades do governo e de eee eS Cana dessa equagio & que quanto maior a dependéncia ag simple menor &a sua capacidade de resistencia &influéncia do meet ou as pressées do poder. 'ncia do anuncianye Um veiculo depende do aniincio para sobrevi verdade que dependa do antincio para ser ale fase, informare para ter opinifo, A regra desse principio é qua que seja o meio para fazer chegar noticias a uma audiéndig et otenpo alocadosa um anunciante no deve implica vi aie inconfessdveis Entre os proprios anunciantes, hé um concen ass droped so mas bm emprega na eae novia independéncia ~aquela que coniliaprestigio, erebidace penetragio e influéncia, neemteny (Os mecanismos que relacior nam vetculo-leitor anuncias a3 a do século XIX que, no curso dos anos, oe aperfeisoado por adaptagdes, extensdes ¢ contri 5 05 i econtribuigs avangos sociais, politicos e econémicos. rie depo nec cabe a anunciante, no seu proprio interesse de levarsua menage so mae nero de pessoas, pagar 0 que o leitor nio vole hay moo peso de um jornal nao corresponde ao custo ago por exemplar, € ao anunciante qué se reserva oexpago que Geen renga ¢, ultrapassando-a, assegurar o lucro do editor. m oa sermon a frmua fo Emile de Giardino an cites ots ee do bats que se generaliza do jornal para , Jutras formas veiculagac a comune jesereten CREE? 1s de veiculacao da noticia em todo Doravante oas ore escarole deve pagar seo as eis seu rendiments, que agen © de correio; € aos antincios, pelo composhso eden atender aos gastos de redacao, de tselnames abo semper tragdo... que tanto para um como para cem™ Invariavelmente os mesmos. Paraes : de nee aecutar se plano, Girardin estabeece o prego do exemplar orrences)e Tea ir eae ne con do espaco ocupado. la com tarifas por centimetro de colun? 226 — Fase woos jornalismo encon jencia economica interferéncias res € ‘a em liberdade, © j rossufi 1s oficiais € dependéncia de erus indo esse sistema i nis indepencdencia com 20 igispensam subvensoe: tutela do Estado OU pesenvol in! moe so stico aU gro etic 4 eeueanas, COMO svonop lie i cago ea st i ec ipulados por grupos cams pos Tem a importancia das fungoes que exercem na exon Be orém, que asisttuleao de Nécnicas de intimida saccade corto PTT ros mais suts de exploracao psicologica, goer oa soca orn frequen .a relagdo de poder izados em marketing, te o fremoras de rédio c de tclevisio & tarelas para que as comunidades ay pasivament 0 situs quo ial € economico- ; Um exerci ideal de responsabilidad social e moral do jorna- amo esd em aplicar as suas energias nO sentido de confer status Parstées palias, pessoas, organizagoes © movimentos sociais gor nto stam exclusivamente aquelas que st acham no centro da Meng de massa isto &, aquelas eleitas ou tidas Por significativas exclusivamente pela apreciacéo editorial. ‘A questo étca do jornalismo numa demecracia deve ser uns questo érica comum as instituigdes livres, emi s6 20s ormals, radio MMevsso, propaganda, 20 cinema, as demais formas de expresséo to sistema de comunicacao de massa ou a0 governo. Ela deve estar narario diteta da propria moral da sociedade. Ela é necessariamente causa e consequéncia dos valores da sociedade. Poder econémico e ideologia a Impriog 1a Repaiblica, entre 1827 e 1930, convergem para a Repair cnt de comerciantes, profissionaisliberais emer ae Iatifunditrios, fazendeiros de aicar e de ae s. As familias que detém o controle acionario das s jornalfsticas trazem essas origens. Hisronia pa Inonensa Baastsinn — 227 Scanned with CamScanner Se A \dcologia predominant & hangs, Hberal-consery, depuis de 1940 se delinel Pepe x ! 0x0 Telinela a estrutura industrial n PUblicay onde ay comorno de mavsa da wociedade, 4 22!lisme ge buigio de renda, ventuétio, comercializagieden transportes © cultura, vee conservadora Hora, com a fer read Pela dist, Morian a credin, A produgio em série de bens de veiculagio da publicidade~ até contribuindo pa lismo, a consume, ene ger novas ne ave enti condicionada pelon lana elerar 0 devenvolyian leo dept n C0 do fo cs Mpresa independents = @ cardter industrial do jornal, se; Pee ie ‘sa "80 OU audiovisual, © Jomalismo se amplia ese diversitica como empresa, fendi a imerinediagio que tealiza entre produtores ceonmuag fee, setn prejulzo de ie ae a 7 ein pr ine Ho sett proprio papel de produtor. O consumo inten le 8 recondiciona como mercad cl in 4 i ‘ado potencialmente inesyotd c nae sotdvel 1 Guerra Mundial cria uma forte demanda de publicidedes Po" No petiodo imediatamente anterior & industrializa sofisticande, brasileira, Pequenos antincios, antinclos populares ou antincior ticos ~ so a principal fonte de receita dos jornais. Com a indus. tlalizagao que se afitina depois de 30, o expago das edigées passa a ser alocado também pelo antincio de vai rejo, simbolo da nova clientela, do grande investimes ito publicitério, ‘ Esse tipo de andncio, a principio representativo das lojas de departamentos ¢ de poucos grandes anunciantes dos ramos de me- dicamentos ¢ produtos de beleza, se prolongaré num complexo de bens que nao tem limite, Produtos industriais, artesanais, agricolas. Do automével ao lenco de papel, das artes plasticas ao suco de frutas, do sutia aos eletrodorm letrnicos. A unidade de medida do crescimento dos jornais ¢ dos outros vel- culos de comu: icagio deixa de sera noticia apoiada nos classificados Para ser a publicidade. la compreende toda forma de ocupagéo do espago administrada por uma tabela de precos calculada em centime- tro de coluna ou em fragdes de tempo no rédio ¢ na televiséo- © jornal que 56 previa os clasificados para compor sua receita com a venda avulsa ea assinatura, passa a prever o antincio de varej” sticos & 226 — Pass moveann da veiculagdo. Nessa nova composi- + promocional i a base prom tus consumidores a preco nominal, é fornecido aos set 1 rade do conteido. ee W, de sua receita dos anunciantes, © a aie te aia rie 100%. © cardter da noticia eissoras de aa eatéria, doméstica, interesseira, grupal ou a de Ur doologica para adistribuiGdo sisternatica por critérios 7 objetivo de asses penetracao para o fim ee mentar o poder de venda do vefculo. ; . in a todos o8 gastos com publicidade numa sociadade Jaco com a atividade economica em geral, ce abl os meios de comunicacao tém paralelo com © poder eons vi (no caso das democracias ocidentais) e com o poder politico tno caso dos sistemas socialistas). No Oeste, o jomalismo é parte do pater econémico, tal como no Leste & parte do poder politico controlado pelo Estado. “Tanto o poder econdmico, na forma do controle indireto, como 0 oder politico, na forma do controle direto das mensagens, buscam 0 ‘mesmo fim, que é 0 pleno desempenho da ordem social estabelecida. Mas 0 Estado, em nome da ideologia, exerce um controle politico formal e manipula os contetidos de maneira institucionalizada, re- gulamentar, normativa. Um controle com apoio e justificacao na lei. ‘Ao contrério, as instituigies privadas agem em nome da liberdade € detém o controle (pela propriedade ou através da publicidade) econdmmico dos meios de comunicagao para influir na mensagem e dirigir a sua recep¢ao pelos individuos, em particular, ou pela socie- dade, em geral © caso da exploragao dos canais de TV é tipico. Sob controle statal, as emissoras esto sujeitas ao poder politico e devem todas 4 satisfages a0 Estado; sob controle privado, mesmo em paises democraticos industrialmente desenvolvidos, o sistema de concess4o ‘implica, constitucionalmente, uma liberdade vigiada, expressa no fato aes uma violacao pode redundar em suspensao ou cancelamento NCessio, srnpliand® ojo, 0 jornal competitivo na a 0s jor el evelusivarnent ye a associam com O te consumo tém correl as atti, © que se entende por papel social ou politico (ou ambas coisas) dos meios de comunicacao de massa abrange os principais HistOmta Da Iupnensa Brasnieia — 2Z2O Scanned with CamScanner grupos de poder, sejam oficiais, a servigo exclusive d privados, identificados com partidos poltticos, @ interesses da socledade. No Brasil, nos anos 40, 0 Estado & seduzido pp * AFA. Contro| opiniio a partir dos instrumentos de acto totalind toler g ria Obtidos, en 1937 por meio da ditadura, Incorpora ao seu “patrimony 7 lo" Jo emissoras de ridio, crla um padrio proprio de Jotnais informagio escritg falada, além de recorrer, quando convém, a censura prévi : imagens, espeticulos e diversdes, do Est “Aad; empresay sn” Sel CMPresas oryanizg i, day a de textos, ApSs essa experiéncia inicial, em outros ocasos da liberdade ed, lemocracia, como nos anos do autoritarismo do regime militar de 1964-1985, a inspiragio fascista de 37 reproduz.a censura, oimpedl. mento do Congresso, a cassagio dos direitos polfticos e a suspensa do habeas corpus. Em perfodos assim, salvo raras excegées - como o Cortelo da Manha em face da ditadura militar -, 0 controle privado dos meios de comunicagio se inclina para conciliar 0 objetivo de manutencio da ordem social vigente com priticas de sobrevivencia poltica ¢ econémica que encontram na autocensura a sua sintese. Como diria Manuel Figueiroa de Faria, em meados do séeulo XIX, duas décadas apés ter assumido a diregio do Didrio de Pernan- buco: “A censura judiciosa e decente serve para corrigir 0 vicio". A autocensura, para quem controla ou manipula a opinido, pode sera qualquer tempo, uma “censura judiciosa e decente”, mas ndo é um alento para a consciéncia, Na estrutura industrial do jomnalismo, como no seu passado panfletirio ¢ subdesenvolvido, 0 exercfcio da autocensura se faz tio voluntiria quanto convenientemente - uma coreografia para 0 J08? de interesses, para o compromisso e para a participagao no poder Parte do poder econdmico, ojornalismo nem por isso € unilateral nno jogo do poder, Nao se sente obrigado, portanto, a ser 56 agradével Num regime democrético, no exercicio da sua liberdade, 0 jornal © ridio, a televisio, etc, podem exercitar as faculdades da ideologi2 Pa" se assegurarem o diteito e até a obrigagio de ser desagradéveis- Num sistema livre, em que atuam um governo ¢ uma oposisag com as mesmas possibilidades de se revezarem no poder, o jornalis™ 0) — Fast: moonnna 4 iar plane yhtee i a9 whe wens econ te womens sspecrat Oh WIN dope esperet 5 i naps msi ey uit iu 4 eonsiitucional de manter ic, Un dever ao vista que P repistrer, 270 UID H i a do dire wen ie ido em pecesshti yendo en pm unicaao ae apenas — creel senentones do porter poition = 0 W?Aer usisquer ai a 2 oposigio que deizare A a yore re fora opsiea © vnalismy, co1m 5D / 10 rccurand® Geach lags ae ‘que 0 bewoerD Se cpjmainta, ct eres eT cs vas wales imprensa wa sitet neve os fala por eres efi, danueles sre quem eteve eo ea se pole » precaver conta a seducan 30 paces, pe eee Importa s¢ Pret ir contra a tentarao de parvilhar Go 4 cv econbmica, & 9 PREVENT COIL TT ou nts cutsehntes Oe ratefeto que ve respira no topo FA tr culos privilegindos dan, hema a complicdade com os decals prez dnp, que evan jorais« jomalistas a partilhar de yovernantes, nao melhoram 0 eeu idesernpe ne. — Sejanum sistema fechado ou num sisterna sberto, sob o controle esata ou privado, no & fei sex jornalista. Era qualquer c280, 0 jomalista no deve acreditar que serk amado por aquele vobre quesn tscreve ou fala, focaliza a sua lente ou fax desabar 2 su2 opinizo athica. Se diz a verdade, deve estar preparado para as pressies. Se comete e110, deve oferecer pronta retratarlo, ainda que ao prego do despaste na sua credibilidade, Nas relagbes entre 0 jornalismo € 0 poder, & Gril saber que o negécio do ditigente politica & a popularidade, a simpetia piblica, © splauso do seu eleitorado; ¢ 0 do jornalista, nem sernpre, Essa diferenga no nephcio de cada um esté nia origem do jornaliseno, des- de que os nossos primeiros panfletarios salram en campo contra a Gbnizao ponuguesa¢ a opressao do reino, ov editores puseram derma ov Independencia, da abolicao, da repGblica © da aarti ePéteres ve ccuparam em relatos sobre as profuae Figen tas ona os contrasts do desenvolvimento coma a miséria de outso. emp Jomais,revisas,radiojornats ¢ telejornais devern samento de publicidade nos centros do poder es srituio, Hoeriets ne Scanned with CamScanner politi ou nas catedrais do poder econtenico © governo, € zconseih , € aconselng cos destinados 3 promorta de autoridades. }, 9, mas também 0 proprio gove sde 0 Correia Brasiliense, que se orie: © primeiro periédico livre do impé: 4 o império por, Ofer 1a em cada etapa histérica os poe ia telagia com o poder, cedendo ou sobrepondo-se 2 ei Hiptlito da Costa ¢ 0 bray stieuneeine 0s bravos e loquazes tribunos da ucedem colecionam presses exemplares. de 1930, 2 relacéa do jo ‘ de 1990, 2 elagéo do jornalismo com 0 poder polticoee io na propria esteutura de deciséo econémica se aceniuen Bede gus pals ener indusiilizardo © 0s veiculosinsalan eis nies midquinas de informer. Decai a constincia da imprense paridiria. Eon seu lugar, surge uma imprensa de massa. O cone idecltgica do jomnalismo ultrapassa 2 opgao conservadors ou liberal. A tendéncia de direita permanece majoritiria, sobretudo it © que se entende por grande imprensa. Mas entre os conservadores hé tambémn os que si liberais. E, entre 0s liberais, os gus fazem concessies as posigces de esquerda. Esse leque absorve a dittita, 0 centro, 2 esquerda eo nacionalismo. _ A diviséo se manifestaré com mais evidéncia apés a queda dz ditadura, em 1945, ¢2 partis da Constituigao de 1946. A atmosfera de mocrética que o pais entZo respira abrange outros acontecimentos que disparam o gatilho das liberdades pblicas, como o final da guerre. retorno da Forca Expedicionéria Brasileira, o pluralismo parti a nova estrutura sindical de empregados e empregadores. © poder econtmico, representado pelos mais diversos interesses, mas também identificedo pelos mais sélidos anunciantes, nado- nais ou multinacionais, desenvolve formas de pressao e influéncis inspirarao e controle dos meios de comunicagdo que, no entant®, se harmonizam com 2 propria forma industrial que o joralism? adquire nos anos 60, entéo uma atividade que se limita aos grande* capitais. Palevre escrine “ ercado

Você também pode gostar