Você está na página 1de 55
ALBERT SOBOUL AREVOLUCGAO FRANCESA 9? EDICAO Rotaxp0 Rogue Ds Siva Cpr © ty Pree Unive de Franc, PUP ‘Tilo wil Le Raion Fane (Cape: Riga Rees 2007 Impress no Bel Prien Breil ire Canoga Secs Na tn ore & LR Rogen fmm DDL aN ore thrinass.o 1 Fp Hn = Rog, ISN Th eet! Rawle Fane el omen de omni de eon 81ers {EDU — 94 Ga “7aai179" “dosti retort: DIFEL-clo toi de EDITORA BERTRAND BRASILLTDA, ‘Rat Arena, 171~1®andat= Sto Crna 20821-380-RiodeJnciro=R) “Tels x21) 2585-2070 Fa (D2) 2585.2087 [Nio¢pemid ered tl up dest a po gi quero em pei strap eri dao. Ateenspl Rem Postal INDICE ‘pemooUGH0 — Das cusas da Revolugo Francesa ede Feudalism capitalism, 8 — I Estatura © ‘onjuntura, 1.1 Antagonismos soca, 11.— 2. Flatuagdes econémicas e demogrias, 21. — Espontaneldade eorganizagso revolacinéiss, 28 Bhan eo meds 2824 prt po ‘CArTULol — Noventa e nove. Revouio ou Compras ‘misso? (178.1792) : LA “boliso” da eudalidade i. O iberaismo ‘burgués 4. — I. O impossive compromisso, #8 Cariiuto ll —Novenia ews. Republica Burguesa ou Democraca Popular? (782-1795)... |. O despotism da lberdade, 58. ~ 1. Girninos ‘e Montanheses (1752-19), 582. — Montanhese, Facobinos ¢ Sans-Culotes (798-794), «0. — Grandeza contradcies da Republics do ano i, (6.— 1. Tendéneas socks pritica politica de mo- vimento popular 68 ~ 2. Governo revolucionsio ‘dtadurajacobina, 66, I. A impossivel Rep bea gualitrin, 71. — 1. Parada e clini do mo vimento popular (primavera de 1798), 71, =2. A {queda do Governe revoluconsria ea fim do mo- \imento popalas ermidor, ano Irae, no I), 1.4 heranea termidorana:proprisdade herds dle, 82. A eatstroe monetirae 8 Conspi a Igualdade (1795-797), 86. — IA pratica Flite: So lierattme dito 0 autores Consular 9 CONCIUSKO — A Revolve Francese na histiia do ‘mundo contemporineo, 110 resultado da revolucia, 98. — i. Revolagao Francesa e revolugdes buguesas, 101 [BRLIOGRARA SUMANA 107 INTRODUGAO DAS CAUSAS DA REVOLUGAO FRANCESA. E DE SEUS CARACTERES ‘A Revolgosssnala a elevaio da sociedad burguesa cae pitaita ma hist da Fran, Sua caracteristes easel € fer Feliado a unidade nacional do pais por mee de destrlo do repime senor eda orden eudst privepadas: pore e- frundo Taegu er Ancien Régime cto Revolution (re ‘ap se “objetivo particular era abbr em toda parte o resto {lsirsiigbes da ldce Mei fat de ter ches, nalner- {e aoestabelecmento de una democrac itera patclriza ait diva soasignieagio hitedes. Det duplo pont de vist, 0b ingle da hiss mania, la merece ser consderada o mo Meo elssico ca rvoluco bargoes. ‘Aisne do Revluao Francesa coloa assim das aris de problems Preblemos de orem gral oe concerentes el hse Mina da tans do feadalsmo so captaeme modem, Pro- emus deondem parclar os que se prendem best espe: ‘ea da socedade no fim do Antigo Regie e lear co erst os crachrer prope da Revlean aren en elaas to civersos tips da "reotucso bunguess Inte se um reparo de vocab. Conhecemos as obser- ogden steadas pees temos feudal feudalimo, mpregadoe: Georges Lefebvre, a propo de um debate nico do feualsmo oo capitalism aiantara que mapnopriads, Came desde eran designaro ipo de mniracho econdtica esol desrudo pla Revoluco € que interna, nao pena pela sobrevivendas da vassadade 7 ‘edo desmembramento do poder pin, mas igulmente pala persica da apropri;0 deta por parte dos senhores do pro- ato do sobretabalo dos camponees, como tstemunhavam {ss conn, os diss ea obgarSes em gineos e em dinhero es quas estes limos esta sje? Indabtvelmente,€ dar 450 fermo feudaidade uma signicaio mais ama, englobando ‘efundoments materia pips doepime E nese sentido que {os consmporineos oentendlam, menos aves 0 juris pat das institu ou os fos em particular senses 2 raci= ‘amento do podero pin, que os camponeses que Ie SupOr- tevam o peso cosreolucondros que aderubaran nest Sen- {i ainda que entendia ese oberador darivident nite doe Tcqucile escrever em Ancien Régime t/a Rvaaton {vot ap. V) qu esta ima tinks deer ieirarents "a dlooque naantiga sociedad, dervara das istics erstoceé- ties fendi Foran feudaldade noo sentido esto do ‘Breit mas nosio de histriaeconimcae socal, deinindo se por determina po de produ hstsca andado na propric= sce date, anterior a apt] moderno e a0 modo de produ. ‘focoplalista, nut precisa que a eudaliade neste tio sen- {ido apresent diversos mais segundo o eto de sua eola- {8o, segundo tar os plese a repies.O papel Nstico {is Revolucio Francesa flo de asseguras pela desc da feu. diode asm defda « wai para a sociedad capalo- ao I — Feudalisme e capitalism [No fim do século XVII a etratua social da Franga perma necia de esséncia aristocitica: conserva o carder de sua or (Se ea sno cet, Be Lac al 1 Dt eon pee te Boa ‘fee. iret ate te pee dee Phen hoe Pe 1 ot Sere putea data 3 eudalmo o captalso< The Teese fn ent Cpt A Syncs por Ne St Bom HK Tut eg Ce Lota, 0, MON ee unt cvegentals defo (ne oases Sects Catone, Ibm, ne cacy, © san Seo (Une docison ier: eRe a apa rt 88628 A Seve La ‘Sten la ioclts Neerrle poem Soak rhein, Sis a erp ‘gem, da época em que aera constitu inka forms deiguera Sci e confer, porn, as seus possuores o poder sobre esque acultvvamn, A monsnpuin dee Capets, 0 pre de rae des esfogos, hava despojad interment ce senor de seus ‘iets realengos: estes tinham conservado apes seus priv 0s sodas econdmicos Os dios senhoras sempre su ‘vam sijelo ds camponeses " Orenastmento do comgrla eo desenvolvimento da prot clans nan, ttn, iad, dene eon X XL uma nova fora de riguersaiquesa mobili, earavds ‘el, dado nascimento a ama nova dase, a burguci, cue od ‘misio aos Estados gota, desde osécla XIV, The consagrara « ‘porn, No quar da sociedad feudal ela dere prossegu ‘mento ao seu inpulo 0 pp rma do desenvolvimento do fee ahes — esteem os autores do Mantento—e romper so Bans gu ceo obo pameg do el ssuroseinpl alberto rn oma io Gcapou aos ais crvidentes dos berdadeda pssescondigo do aslariado—iderade dosbens, homens da ps: Longe dee inpiad por um deaiso ab condi de sua modaidade~ berdade do epitacond da ‘onecionciaeslarecida da reaidade econdmics que conattle Se erence ae ‘sua forga e Ihe determinava a vitéria. eorhencirt i leteorant es STI A iaplatomiah nassobrevveiseudasenas contact da niga socedade dle Mar, a tora da evolugdoburguess. Tendo vivdo no Date Peseprgietcre sepa varie yop eared [iid eho dem acon enede Nrkvaral se cesta roe, as acinctia nasaschas, dane 6 os do sale XVL ‘se no que escrevia, em 1785, oinspetor das manufaturas Roland, eee ane ces fee sa ELE pteereh o 78 olay demu Rl, sim, ne xpi fdr oct de Revo ance, Ab ae pelinportincia desu prodia una das princi Doruaviolinds, dasatas Se lec qulevraran peers bur io Brave vera concer afguea propredede faust pro si, deve se procirida ns tag expec da soiedade ‘oca ascend politi da dasseque a pest Em sus Introd Fics co Antes te nen retin anc tion 4 la Révolution francaise, escrita em 1792, publicada em 1843, - 376s haverclocadoo principio de que a propiade inf so- te a nsttigden,Harnave conta sue ao insigoes cade — cetrarn 0 pla arstocraia fundiria contrariam e retardam a ascensio da a ie cane . Sociedade nova. “O reno da rsx dura enguanto «popu Jago agricola continaraignorar ou a negligenciaras artes ¢ en- 1. Aniagonismos socsis — A aristocracia (isto é, 2 nobreza ano propiede des teas contnuat ase a nica que ‘alice aordem do der io spresenavenenhurna nidage Bamave ajunta-Iho movimento dos esprtos:A medida que as artes, a indstria eo comérco enriquocem a caste laboriora do ovo, empobrecendo os grandes propritirios de tera e repro imando as classes pela fortuna, 0s progresses da instruga0 25 reaproximam pelos costumes efornamn a chamat, aps um longo fesxquecimento, ab idéas primitvas da igualdade” ‘Domesmomodo ueaigualdadecomaarstocraci eaaliber- ddadequeabunguesiarecamava.aliberdadepollicacertamente, com tudo maisaindaaliberdade econémica,adoempreendimentoedo ura. cpitalismo exiginalberdade porque necesstava dela pa “Aasim que az ares o comdrloconseguem penetra no PowO toll posuia tm dup problems, soil © police, tam um nov melo de uera em aio da clase labora, Secatmente, mais que sobre oe matizes€ 38 oposies nas prepare uma revolugi ns lis polis uma nove ditibue fins da oistocraa, deve instr sobre a sua unigede pro {fo da iguana prepara uma nov dtouico do poder Da es funda seus tag especie: ensurame os por comparcio fia manata que pose das teas clevou aristocrat, «pro {ns rstocacninglesa que nto cones em peg fiscal Priedade industrial elevso poder do povo; es acute» sua Ir two prejld da penta doe foros de nabresa inbiivel berdade..O povo:entendameos ma pena de Barna a Purge {jes natrera ances ndperahonngénes, pos across sia, Tend armado esninnidetnefes correspondhcla neces nintolrdodierenciagesnointeror dcrden: nbre- sia entre as instituigbs politas eo movimento da economia ndicional enobrezatogada, aquiida ma origerm 0 n ~nobrea de corte enobrera provincial, ambas de sangue, mas ‘posts por sun ners de vid, Sem dvd sida ro século XVII oGnheroinpunhi-sehncbeca, como 3 urgueia etn dia dswoxar suas files. Onabre, mesma de exp, nada ra Sendo pore: Haviaquesercaparnadquttranobrera, eosin paraconservarsuacondgio Nis sta comadan superiors aris ferent ea amputads de uma minora cin spt labradores them empreenico com corapem stnrag fo regime conderada: sara om sts mono por dee mat {torte socal? A mains dos pind nauseous ‘acer saci; esi liad paca, aves ne Yam seunterseseamexcavm a peop. Se sjustios Senhora ram condenadan oem en cnessio on hos Ais feudal A ora mtr pot as prenopve da obreza decor, sempre ecm aslebeuro sevens pe aot Pan aged arson, o pode dos inendeea 2 desmembra em prov ds asses povncas as & dvs em ondens er a ania presinca estrada cb Dlegdos. Sea notes eo cleo pecan una pede Sc rigs corservva, contd, su prema sec der suaautonomia ads tadicnal As tormasas (2)]u0 Boer, a Reon fans, Pa 19), 4 jpunham em debate a estrutura aistocriica do Antigo Regime ftatando-se do precio a uma revolo burguess, pode-seconse- ‘Quentementeflar de “pré Revo”? Mais que sobre as tena vas de reforma, o acento desta “etapa intermedira” parece mes ‘mo que deve ser mantido sobre a teistncia vitoriona da arisocr Ga, Poréim, minando o poder real, esta ndo se dava conta de que arruinavao defensor natural de seus privlégios. A revoliada arise tocracia aris 9 eaminho so Teceino Estado (OTereio Estado compreendia, confuncidasem suasclasses, todoses plebeus, sj, sepundo Sey, 95% da. naci.Estaentida- E, Labrousse deram um amplo fundamento cienifico. A fome popular aparece como consejénca dos earaciores gers de uma fase A de alta e de expansio (segundo a terminologia de F rmiand), mas assocodos aos movimentoscccoseestcionals ma tizados pela considera do sali eal, expicados enfim pelos ‘ragos histrics da economia e da demograia ca época, 'No séclo XVII, © movimento des proces na Panga se carac- teriza por uma alia secular de 1733 a 187, fase A que sucedeu fase Bde depresso que se prolongou da metade do século XVIL até cerea de 1790. O impulso de alta ede prosperidade, lento até Por volta de 1758, violento de 1758 a 17, estabilizou-se de 17 21287, provecando um mal-etar pré-revolucionsri; um now im- pulko deseneadeot o ciclo revlicionéro (ZA7-9). Designando indie 10 pare ocisio 172641, « media da alta de longs dura. (80 € de 45% para o ico 177-8; eleta-se a 6% para 0s anos 1735-83. O aumento, mito desigual conforme os prodtos,€ mais {importante para os génerosalimentcios que pars os produtos a- briados, mais para os cereais que para cone: tags caracers- ticot de uma economia ainda eseencalmente agricola. Os ceeals expen un ger merso no cman popu ua pod aumentava pouca, enquanto a popularaocrescia, ea concor- nda das cereais estrangeizos no podiainere Paraoperfodo "78589, a alta dos pregos € de 65% para frumento, de 71% para ‘centei, de 67% para a carne; a lena para acozinha bate todos (os recondes: 91%. O caso do vinho € particular: 14%; a baba do cro vitcola fot tanto mais grave porque grande riimero de vi ‘haters nao produzia ceresis ecomprava 0 p80. Superpondo- ‘seas varacbesiclea (clos de 1726-41, 12-37, 7585), a0 mo- ‘vimento de longa duragio, © maximum cidico de 1789 levou a alia do frumento a127%, a do centeo a 136%, Quanto aos ce- eas, 35 varios estaionas, nfm, insensves ou quase em pe- iodo de abundéncia, se ampliavam nos maus anos; do outono 2B ‘a entressafra os preys aumentavam ent de 50a 100%, ¢ mais. Em 1789, 0 maximum da esto coineidia com a primes quin- zena de jlho: provocou 0 amento do frumenio a 150%, 0 do Centelo « 165%. A jorada de 1¢ de Julho coincia como ponte culminante da alta dos pregas no séealo XVI ‘O custo da vida popular fi gravementeaftado pela alta dos proces: com os creas aumentanda mais que todo o reso, fi 0 Povo oma duramente atingdo. A vespera de 789, a parte do ‘p20-no eramento popular tinhaaleangado 58% por motivo da alta geal; em 178, atingiu 88%: restauam apenas 12% do rend ‘mento para as demais despesas. A alta dos peegos poupava a5 ‘alegorias sociais abastadas,sobrecarregava © pov ‘© movimento dos salios agravava ainda ¢ncidénca da al tados precos sobre a sorte das massas populares, Assis locals consttudas por C-E. Labrousielevam a 17% a alts dos sliros entre o periode base 725-1 eo de 177-89; poném, na metade dos casos, ela no atingia 11%. Em relago aos anos de 173589, de 22% utrapassa 26% em tds generaidades, A alla dos sal os fol varivel segundo as pofissbes: para a construc, 18% (1771-89) € 24% (175-88), mas apenas 126 16% para ojoraleco agricola, A alta de longa duraco dos sale & portant, mult faca em relagdo dos progos, Ora, a variagies cldiase exacio- nals ds Salfros aumentavam ainds & pare, visto se encontra- remem sentido inverso s dos prec, No século XVI, com eel to, acaresiaprovocavao desemprego, com afraqueza da colhel- tareduzindo as nocessidades do campesnato Acie agecola a rasava arise industria parte corsiderstel do pSo no omamento ‘popula tnha entdo por conseqigncia a diminuigio das demas ‘ulsites. Comparando-se a ala do saliro nominal & do custo de vida, constatase, portant, que osalicio el diminl de un ‘quarto, entre 1726-41 ¢ 1785-89 ~ de mals cla metade, se conside- ‘ado dos pontos cisco estacinal dos prego. Com as cond ‘hes de eisttnca da Gpoca exgindo que a educfoassentassee5- sencialmente sobre os generos de primeira necessidade 0 perio: ‘do de alta do sécalo XVI provooou um stmento da miséiapo- polar A fome mobiizos 6 pov (© crestimento demogrtioo mutipicou a conseqaéncias da ata dos pres. Hla se fez notar de maneira mals acentuada pelo 4 fato de ter sucei, por vlta de 10, a um periodo de estagna- 0. As depressdes demogriicas profundas, que caracterizaram © séeulo XV prowocaram um deficit pereeptivel no anco da Pirmide das dads, dram lgaracrises mats levese mals ripe fas. As grandes pens anteroresa 1715 tornaram-se, aps TAD, pensriaslvradas; as criss "moras, rises "vena Av classes ‘erdadeiamente vans desaparecersm, os eftves se regulariza- ram. A natalidade conservou um nivel elevedo, 40%, com uma ‘eta tendénciaredugio dos nascimentos marifestando-s,en- ‘retanta, em particular nos meios da aistocacia. A mortalidade ‘ontinuow a oscar de um ano para outro, mas pormaneca hab tualmente inferior natalie, bsixand a 38, em 1778, Acs peranga desobrevvéncia a0 nascrimento clevava sea ceca de 29 anos is vésperas da Revoluco, O impulo demografico aprove- tou proporconalmente mais i cidades que a0 campos 0 s6eu- lo XVII fot um sdculo de expansso urbana, Se se classficarem na categoria “‘eidades" as aplomerardes de mais de mil hbitan- {s,apopulagio urbana elevava-se por volta de 6% da conju, ‘Sendo anatalidade mais frac nas cidades, emals forte a mortal: dade, mais numerosos os colibatirios, a imigragzo rural consti- tino principal ator do impulso wtbana. No fm do Antigo Regi ‘me, a populacio francesa contava aproximadamente 25 milhoes| ‘de habitants: Do ponto de partda, 19 milhbes no fim do século XVII, e levando em conta 6 crsciment tetra, 0 aumento «era modesto: 6 milhdes, apenas mals de um lero. Outros Esta ‘dose tnham beneficiado de um impulso mais importarte:ain- satera, por eemplo. A Fanga alo debava desero pals mals po- ‘oado da Europa, Sobretudo, por modesto que tenha sido o cres- ‘mento demogrificoe diverso segundo as regis, ele nd dei- 2ou de provecar importantes consequncas soca. Aumentand demanda de produlosagricolas, contibuiy para alts dos pe- ‘25-0 fmpeto urbane estimulava a inddstia ll qu va abrer- ‘Se novos mercados e que, por sua ve, atrais a mo-deobra dos ‘campos. Sobre esta popalapio acrescda,e princpalmente nas c- des entre as matsas populares, as crises de gener aliments- ‘os, nofastas ainda na primeira mctade do sécaln jéndotveram graves repercussbes demogrias, mas eoneetncas socials © ‘condmicas. A crise dos viveres desta, nessa economia ainda at ‘nica, tm processo em que se encadelam miséra, eubconsumo, ‘contracio do mercado da mio-deobra, subempreyg, mendican- 2s _guma possiblidade de tunis? Havia no seo do Terceiro Estado ‘uma minora conservadora; manifstara-se em 17 de juno; com ‘a massa doer levada 3 concliaio e com a fsgoliberal da no- trea, ela consttula um partido da resistencia inclnado ao com> promiso, Tl tendénciareforspu-se a partidos fins de juno, i- {gleta em raza daagitasdo popular Mounier encarnowa dentro ma breve. Mas todo compromiso tropecava no feudalism: bur _goesn revohcionéra eas massas populares nao podiam tlerar Sus manutengio, nem a arstocraca encase uma supresi30 que slgniicava sun perda de poder O apelo o soldado para econ rir 0 Tercera obediéncasublinhoa, se houvesse necessi de dist, o carder aristoritica do Antigo Regime Mas signifca- ‘a nfo contar com as masias populares. "A crise econdenca |f mullipicara as rebelides. Desde 28 de abril de 1789, os estabelacimentos do saliteiro Hensiote de Ré- veil, fabricante de papel para formar parede, no subitbio de Saint-Antoine, inham sido saqucados, Distirbios nos meradas, pilhagens de comiboios de creas, ataquos as alfndegas muni pals: as “emogoes” populares enesvama tropa eocorpo de cae lariamantido de sobrewiso,enfebrocem aatmosfere das ciades, (0 "comp aristoerstica consuma a mobilizagto das massa. Em Pars artsios lots ecompanheiros, guardas fanceses em rap> tua coma discipline da casera logo se revelam tropas de cho- queda burguesa revluctondl. A readmisio de Necker, conhe {da na mana do domingo de 12 de jlho, desencadeou o pin 0; contudo, mals anda, uma ripida eae defensiva, A revo (io parisiense de 1 de julho eomespondeu na provincia, com mo- Salidades mallipls, a rowolugso municipal: as municipalidades Antgas desapareceram em algumas semanas, o pas fo fechado ‘numa rede deardorosos coms avignrem os usps, Prepa- ‘ados para desmancharem os coluesarstcrticos. As pass {gens de tropas de vola 8 suas guamnictes, a primeira emigra- ‘gos rumores do uma intervengao estangela, inita.am 3 vi- ‘ldncia, generalizandointiramente o medo.O campesinatoen- {raentio em cena. He, em dvida, senha eguldo.em diver- 3s rides. Bocage nommando, Hainaut, Maconnais, Franche- ‘Comig, Alta Alsi. No cima de inseguranga e de miséria e- 0 ri, incdentes leas erm nascimento a eis comrentes de pini- ‘oem eaden Bretanhs, Alice Lorena, Baio Languedc.. os to de parte, o Grande Medo stcudiu 0 pais de 20 de jalho a 6 4e agosto de 1788. O feudalismo fot defnitvamente abalado. 1—A “abolicia” da feudalidade (0 fundamentos da nova orem assentaran-se, desde o dia subseqdente ao da insutegao dos campos, sobre a forza de cuja Jimportinea a AssomblGs constitute nso podia alimentar no- ‘nhuma duvide: sobrevinds em pleno periodo decolheta, ea pu- na em dacussdolevantamento antecipado do quinho feudal © propria easténcia dos drltos senhoriais e das dizimas, ‘A burguesa, dei, Ihe era host. O sistema feudal riava bstsculo 3 transformarso capialsta da agicltura e da econo- tis em seu conjunto, Esa lima exgia aiberdade do indviduo (eda mio-de-cbra, portato a aboligio da servo; a liberdade ‘da produgao, portato a supresso das banslidadese dos mono- plioe seniors a mobilidade da propriedade, portanto a desa- pirigho do dirito de primogenturs, da remissio feudal edo di- reitoc feud livre; a unleado do mercado, portant adestrui- ‘sto dos pedgios, Se alguns grandes senhoresMberalsacitavam ‘resgate dos dros, e mesmo a abliao, sem indenizay, dos mais opressivos, a massa des peuends senhores cujas rendas femm em grande parte constiuldes destes tltimos direos, ‘opunha-seabstinadarenteaisso nfo apenas porinleresse, mas também por esp de casa vivendo "nobrementerecussvam~ sea lovar uma exitnciaplebela na qual deveriam fazer valer 0 Capital do resgate, que os potia no mesmo pé de igualdade com fs camponeses, Eta telmosa recusaconduzia,indubitayelmen- te, a burguesa és volts com a Corte, a fazer concessdes aos ‘amponeres, mas no 0 ponto de apolar todas as suas ivine- eagpes: entre os deputados do Tree, a maior pare, composta Se urstas,considerava os direitos senhoriais como uma proprie- fade individual legtima que nZo podia ser suprioida sem por fem sisco a prépria ondem burgues. (0 Tercelro estou em 3 de agosto de 789, nstaurouseo de- bate sobre um projeto de rsolugao do Comité das relagBes, em 4 que se afrmava “que nena razio pode legtimar as suspen- ses do pagamento de imposio e de qualquer autea obrigagi ( compromisso vem da nbreza liberal. No inisio da memorivel sesso da noite de 4de agosto, Visconde de Noles prope que todos os diet feudas seam resgatacos em dinhno ou emg ‘erat “a0 prog de uma ust estimativa™ O Duque de Aigalion precisa, depois dee, que “estes direitos io uina propriedade e toda propeiedade ésagrads"; no se podia pedi 308 proprit= ros de feudo, 208 senhores das tras, "a rennca pura esi pies de seus dictosfeudais" sm Thesconceder “ama jst in- Snizagas” Uma ver salnguardado oexsencal dos seus interes Ses, 08 deputades podiam entrega-se ao entusism, Todos 08 prviépios dos ndivuos e das ordens, das provincia © das c fades foram aboidos; para encerar esta grandioeaabjurag3o = ‘duas da madrugada, Luis XVI fl proclamodo 0 retaurador da Mberdade frances. Eniretanto, a abolido da feudalidade pela Assembléia Cons- tituinte era mais aparente que rel: os decreas de 511 de agosto «de 178, que deviam dar xceucso is disses de pnp da noite de, o decreto de 15 de marco de 1780, demonstraram o quanto ‘a unanimidade dessa noite de entusiasmo ealculado era equivo- ©, quo aparereseram os sacri consentidos pla aristocra- cia, quio desiguais as vartagens da advindas aos camponeses ‘20s burgueses. A feudalidade foi estrada em sua forma nai tucignal e juriica, mas foi mantida na sua realidad econGmica, “Todas a dstingdes honorficas,superiridade e poderio r= ‘sultant do regime feudal esto abolidos’, bem com “otestee- iho homenagem e qualquer outro servigo pessoal a que os vas- ‘salos, censtrosefrerstém estado sjeitasaléo prevent” (art 18 do decreta de 15 de marzo de UM). A distingio ene terms no- bree tera plebéiadesaparecea, «também o dzeto de primoge- nite gualdade das ters, gualdade das pessos vio apa. Mas sea igualdade fiscal (art. 9 0 decreto de 5-1 de agosto) aprovel- {a4 todos, aigualdade cil pende em favor da burguesia a sbo- ligdo da Venalidade ed heredariedade dos encargo (rt. 7), ‘admissio de todos a todos os empregoscvis e miltares (at. 1) The abriam as ports da funcio pli e da magistrate s quale © povo, flto de “talents ndo podia ainda pretender (0 fevdalismo econdmico eubsistia sob modalidades novas. Intervém aqui dstingio fundamental armada desde de agra, 2 retomada nio sem resisticia ou contadio no decreto de 5-11 de agosto de 789, "A Assembléia Nacional deste completamen- teo regime feudal; deceta que os direitos eos deveres tanto fet- dais quanto censuios, os que mantdm a mao- mora real ou pes: Seal ea servidio pessoal, 380 aboldos sem indeniagac no per- ‘maneca da serveao masque reas sobrevivenclas, "Taos os ou+ tos direitos sto deciarados resgatévels serio, potanto, perce bidos até 0 rembolso. Singular restrigo que conservava para a afstocracia 0 estencial de seus direitos: os camponesesetam li ‘ves mas deviam pagar a ibertacdo de sua tera. O deereto de 15 {de margo de 17 reataco por Merlin de Dooa etoma estes pin- ipio,sstematizando-os:inuodui a distngio entre edad tte dominant efeudaldade contratant. Da primeira, ressaliava 0s ditcitos presumidos usurpados em detrimento do poder Pi- blico ou por este conceit, ct ainda estabelecidos pela vole dlrvtos Ronosieros e direitos de justiga, dietos de mio-morta ‘ede servidio, contin pessais,banalidadese pedis, direitos de caa, de colombiere de garenne; cles foram wtalmente abo lidos. Os dirzitos de feudalsmo contatane, reputados a contra partida de uma concessio do cabeda foram transformados em Juma propriedade burguesa¢, portant, respatives: cena, ren das fundisras e direitos sobre az searas “de toda espécie sob qualquer denominacad" (aietos anuais), laudémios (direitos ventas). A dizimas deram motivo a um debate encarnigad; foram finalmenteabolidas sem resgate, excey feta 8s dias ‘enfeudadas a seculares, decaradas resgatveis. ‘Plo decreto de’ de maio de 1790 ft Fxada a taxa de resgate: vinte vezes a renda anual para os direitos em dinheir, vine © Cinco para os dzetos in natura, para os dirios eventuais 3 pro- porgio de seu peso. O resgate era estritamerte individual cam pnts devia anda salar 0s rendimentos em araso desde tina ‘anos. O resgate, por outo lado, benficlava unicamente 0s Pro pietérios que ofzeram recalr sobre os Fores, meeios.earen- Aatérios. Quanto 4 dizima, ainda aqui os proprstrios be- neficinvam-se sozinhos da sua supressio: o dereto de 11 de sary de 191 fer reir © peso da dima scbre o arendatria ‘ou meet, “emrazio daindenizasso devida a proprictiio para (Gambier = poms. ae prema de tr edit. Gae ‘Sua de elusvnde dt propricari (8 a2 Ee . a ‘compensar a contbuiclo da dima substitua, da qual 08 as rendatiose os meeirosestavam precedentemente encaregados ‘Oresgate dos cizetosfeudais consti a bose econdmica do ‘ompromissoassumido com a aristocraci, desde 178, por uma parte de burguesia. Certamente,aaboicae dos "efeitos geras do regime feudal” (tuo T do decreto de 15 de mango de 17), ast presso da onganizagio feudal da propriedade funda, a refor- ‘ma admiistrativaejudiiia, provocaram a destraigso do po- der senhoriale assentavam os fundamentos do Estado nacional tunifado,Todavia, em coneeqaéncia do reat, a abl da feu dalidade realzavase soa forma de um compromiseaeminete- ‘ment favorivel&arstoracia. Como a carga recia,no fim das ‘onias, essencilmente sobre os aredatéios eos mews, nem todos os camponese alforeiados do regime senhoril se encon ‘tava nas mesmascondigBesecondmicase socials: a dferencl «0 do campesinat|éavangada no Anigo Regime, acelerou-s, {a comunidade rural se sent ainda mas abslada, Pars a massa dos pequenos camponeses,artendatitios e meeirs, a aboligio| da feudaldade,verdaeira opera branca, fi, segundo a ex pressdo de Georges Lefebvre, "uma amarga decope ‘Com vistas total liberago da terra, a evolu camponesa prossegulu sob miliplas formas, até 1758, uma Verdaeia er ‘civ ainda & espera de seu historiador. El tormou impossivel ‘qualquer compromisso com a arstocacia feudal: dew impulso & evolucko burguess 1 — 0 tiberalismo burguds ‘© compromisso econo e soca sobre feudalsmo dé urna ‘medida eata da obra da Assembleia Consttuine: se os print pos foram solenementeproclamados, alo foram menos infet- {os 0 sentido dos inteesses dos possuidres BA liberdade que a burguesta mals se alge. Ege, em pel sel ga liberdade econtimica,embora nao se Ine apa ame ‘or mengio na Decaraio dos Diretos de 189: sem dvi por- {que a iberdade econicaestava implicit aos olhos da burgue- 5a, mas também porque as massas populares permaneciam pro- furdamente apegadss ao antigo sistema de produsdo que, pela “ regulamentacio e pela taco, garantia, em certa medida, suas condies de exstinca. O laser fate, laser passer consti, desde 178, de forma ponderivel, o fundamonto das novas inst tuigdes A liberdade da propriedade derivou da aboligao ca fet- dalidade, A ikerdade de cultura consogrou o tsunfo do indii- ‘dualism agri, ainda que Codigo rural de 27 de setembro de TAI, tenha mantid, no sem contradic, 0 tereno de pastagom live eo dircto de percurso se baseadas num titulo ou num eos tume. A lberdade de producto fo: generlizaa pela supressto dos monopélis e das corporates: lei de Allane de 2 de mar- {0 de TS] suprim as corporabes, jurandas e mestrados, mas fambém as mannfaturas prvilegiadas. A liberdade do comércio inferno fo acompanada da unficagio do mercado nacional pe- Ia abolici das duanasintemas e dos pedgios, pelo recuo das ‘arzeiras que incorporou as provincas de esirangeir eetso, en {quanto a abolicao dos prvilépios das companhias comercias I> DDerava 0 comeéeio etemo. Enfim, liberdade do trabalho, indis- soluvelmenteligada a lierdade de emproendimento: ale Le Cha- pelle de Id dejunho de 1791 inter, contarlamente a0 deta fe associngioe de reunilo,acoaizio e a greve. Oindividuo li ‘reo € também de cia ede produit, de procuraro lucroe de destratar& sua mancira. Defato, oiberalismo fundado na abs- tracio de um indvidvalismo soil igualitro beneficiva os mais fortes: ale Le Chapebier constitu, até 1864, para odieto de gre- ‘ve, e até 188, para o diet sindical, uma das pecas mestas do ‘eapialismo da ive coneorréncie. ‘A liberdade compreende, naruralmento, ainda as lberdades palin e polis. Els Cum deito natural imprest de 2007 {do com oar. 2da Declatacio dos Dts, somentelimitada pe Ta liberdade de outrem (at 4). Ela ,primeizamente, a da pes soa, liberdade individual garantida conta a acusacbes eas pri ‘bes arbitréras (art. 7) pela presuncio de inccéncia (at 9). Se mhotes de si mesmos, os homens podem fala e escove, impr mire pubicarivremente, A coneio de que a manifestagao das ‘opiniges no prtube a orem estabelecida pea lle salvo pars responder pelo abuso desta iverdade (art 10 € 1). A iberda ‘de relgioa ado deisoa também de recebersingslares restric, ‘endo os cults dissidents apenas toleraios. No plano politico iberalismo burguts encarnou-se na Consolidacio dita de 7 ‘as eas principas disposes foram wotadas desde o fim de 45 ‘789: com base na soberania nacional e na separacio dos pode- 1s (tt 3 6 da Declvario), ela onganizow um sistema repre- ‘senftvo cracterizado de ato pela predomindncia da Assombigia logilativa. A descentalizagao administativa, areforma jucicis- ria, anova organlzapio fiscal e até a eorganizara0 da igre pela Construgio civil do lero (12 de julho de 1970) respondiam & ‘mesma preocupagio de liberalism: no quad de uma organiza- ‘0 coerente e raconal, todas os administradores eram eeitos, ‘mesmo os bispas, por sufigio censitiio. "ela Declarajao dos Direitos, a gualdae foi estretamentea¢- soci & Uberdade: fora avidamente,cxgid pela burguesla em ontraposiio aristocracla, pelos camponeses face aos seus 8e- mores. Tratava-se, porém, da jgualdade ivi, unicamente. A lei amesma para ods, todos os cidadios so iguais a seus olhos; Aignidades, posts e empregos sto gualmente acessveisa todos, fem distingbo de nascimento (art. 6 da Delaagic). As cstingSies Scclais somente so fundadas na utiidade comum (at. 1), nas ‘rtudes eros talenos (ar. 6) mposto deve ser epartid iga- mente entre tos os cidados, em raz de suas faculdades (at. 153). A igualdade eli recebou no entanto uma singular detarpae «80 pola manutengio da eseaidio nas colias: sua aboigao t= Tia Tesado os interesses dos grandes plantadorescujo grupo de pressao era particularmenteinfluente na Assembldia, De igual ‘ade socal no se podia cogitar:a propriedade éproclamada, no ar. 2 da Declaracao,direlto natural e imprescritivel, sem preccu- gio com a imersa massa dos que nada possuem. A igualdade police, la mesma, foi contraditada pela ergaizagio censitivia 4o sug: pela le de 22 de dezemibro ce 1789, 0 diraitos poi ns foram reservados a uma minoria de proprotrios, divdidos fem ts eategoriashieranguizadas 2 continaigie: cia dis aves agrupados nas assemblies prindeas lettres, que formavam as assembléas eletorais departamertais;,enfim ele- sfves 3 Assembla Legislatva, Os cidados pasivos estavam ec ‘luidos do direto de-sufrgio, porque nao atingiam o censo preset. “Ano ordem social deviasersingularmentoreforadaporduas ‘eformas estreitarenteligadas, medidas extremas a ue &DungUe- sSaconsitaintefoilevadacomaqueacontragstopelanecessidade deresolveracrsefinanceira Em 2denovembrode 79, osbens 60 ‘deroforampostas” disposicio danaraojem 9d dezembro,fo- 6 rampostossvendad0 miles repesentados porumasomalgual dentin bomen qos constusam um reo sobre 0 Esa doereembolsresem bens doclera Acperoio malogou E27 ‘dengesto de P90 oassinadotornssepapelmoeds. Adepreags0 ‘Seal papel aoeda, a ieflagu acaess david, provocaach nO ‘amenteaagitaosocial golpeandoduramentesiquera ad ‘i. Pelavendadosbensnacionifavoradapeoassnad ako: Jug encainho se peremanove repariysodaiqueza funds ‘aque cent seu carter sca, Ng makaqueorengate dos ‘etfs, averda dos bensnaionainsofoiconeetndaem tan ‘Sodan cocampesintosleforgouapreponderncindospro- Dros "A Conatitugso cil do ceo, vlads em 12 de jlo de 1790, que devia multiplicr as ificuldades da Revluc,inscrevese ‘ho qundro do iberalimo bunts, deriva nectssaramente da ‘eforma do Esado eds administnso. O dere regular tisha ‘So ruprimigo er 13 de fever de 190, a Conetitagao cl reorganizo o deo secu, As scunsrges aministrativas se toma o qua dave orgstzagio eesti Um Ds por ‘Sept, Os bispo eos cure exam esto como ox oatos foncionsros exes pea asembls eltoral do ditt, aqueles pela do depataesta, Os novos elitosseriam aubstitiios por sus superiors eeiiticos, 0 bispos por ses metropalitanos ‘enio mals pelo papa. A Tg da ang lomavese uma Ie ‘acional Sus laos com o papadoafounavam, os breves ont ‘eat ram submnid bcentura governamenial as anaas FrimidonO paps conservovs a pimacin exprtal sore atrees nelic era stmda tia uae Orn oma: te entrego ao papa 0 cidad de “bait a Constiugso cv, fou melhor de Ine concede a consagraraoeandnica O papa ji {Unhacondenado aDelaagso dos Dros do Homer como i ‘in ones quebas erm ma; Avignon repudiaa a soberania onic eg sua anoayao&Franga. Fi VI dlongou. Cane Sida de espera a Consttuine, em 27 de nove de 179, e- fh de todos os pats o jarsmenta de ideidade 3 Constigio So rein, portant & Const ci gue The etva incorpo Sa /Apena ste spos presto jramento, Os cas dvi: Seem dois rps maison menos equals, as mo dst fuslmentreprtidos:janmentades ou constconas em ak ‘no Sade eatin ou nao framentados bo Oost. A cote a denagio da Constisiio vl polo papa consagrow este estado de {ato Os breves de 11 de mang ede 13 de abl de 1781 condena ram solenement of prineipoe da Revolugaoe a Constituiio vio cisma estava consumado. Desde ent, o pas ficou corta- o em dois. A oposicio rertiria reforcou a agitaio conta: revolucionéria,o confito relgiso duplicouo police. ‘As contadigdes que marcaram sua obra explicam o realsmo os Constituintes que pouco se embsracavam com Prinpios ‘quando se trativa de defender seus interesses de dase, O= Pit ‘iplos de Oltenta e nove nio delaram de repercui, pois su eco ‘etavalonge de exinguie-se, A Declaracaoadotada em ab de agesto| ‘precisa o essencal dos direitos do homem e dos dictos da na ‘ho, com uma preocupacao do universal que, singularmente,ul- Utapasea o carter empirico das Uberdadesinglesas como iar sido proclamadas no século XVI. Quanto Declaragdes ameri- ‘anas da guera da Independéncia tinhar invocado 0 universe lismo do dirito natural, mas nao sem certs resrgdes que Thes| limitavam foremente a importncia. Os prineipoe sobre os qua ‘a burguesiaconstituinte consrais sua obra queramse alien ‘dos na razio universal. A Declaofio thes forneceu uma expres ‘lo ressonanie. Doravante as “reclamagGes dos cdadios, funda das em princpies simples e incontestres, so se poderiam vol- {ar paras “manuteneio da Constituiio eda felicidad de todos" ‘renga otmista na onipotinca da ras, perfetamente conforme ‘© esprto do séeulo das Lares, masque pécle resist» pressi0| sos invereses de dlasse. (© limpossivel compromisso Ase do compromisso esonimico e sca constituldo pelo resgte das dzetossenhorialse no quacio do iberalismo censi ‘cio que consagravacsdizetos da propriedadee a preponderanca 4s riquera, a burguesiaconstituinteencamiou-se muito tempo 1a procura de um compromisso politico com a arstocraia. Ane "linc obstinada da massa da pequena nabreza que viviagra- {esa uma boa parte das obrigagdes, a Yontadetlmosa eagyess- ‘va dos camponeses de acabar com todas as sobrovivéncis feu dds, derpotaram a politica de compromisioe de conelia30: 2 e5- tablizagao foi impossive ‘O-compromissopollico que, imagem da Revolucio Inglesa dle 168, nstalow, acta das massas populares avassladas, 0 do- ‘minio da alta burguesa eda aristocrat, fi primeiramente pro- curado, em setembro de 179, pelos monarguianos ow angldma- ‘nos, patiérios de uma cimara alta, frtaleza da aistocracia, @ de um veto real absoluto. Mounier sceditou posivel ober em 178, como em 1788 em Vizle, © assentimento das trés ordens| ‘uma revoluciolimitada, Esta elucto dos notes fracess0u fem 1D de outubro de 1788, Mounier deixou Verses; em 22 de sia de 790, emigros. Fosse incompreensi,fosse abies, La Fayette persislu muito tempo: sua politica tendia a conciag, no «qundro de uma monaryuia corstiscional ingles a aristocracla fundidria ea burguesia de negicos. Em 1790 La Fayete domina a vida politica, triunfa na Federacto de 14 de julho. Todavia, Sesmascarou-se ao aprovar a repressio diigida por seu primo Sowilé contra guamicaorevoltada de Nancy, em agosto de 180: su popularidade anigullow-s, O"Tiunvirato em Breve 9 substi {ul contetdo sociale politico do compromisso procurado fot Sperirmente defiido por Sarave em seu wemente discirs0 de’ 15 de julho de 1791: "Vamos terminar a Revolugie, vamos ecomecil2. Ut passo mals seria um ato funesto e cups, ‘Um passo mais na ina da iberdade seria a dest da real ‘ona lnhe da igualdade a destuigio da propeiedade’. De acor- ‘Socom La Fayette, 0s rtinvios, Barnave, Du Port, Lemeth, pre= tends revisar a Constitsigan, aumentarocenso, reforar 08 po- ders do re: esta poltica exigia no so concurso dos arstcra~ tas como o assentimento de Luls XVI. A recusa da arstocraca ‘edo re, oapeloao estan, a guern, enim, arruinaram mais tama vez esta politic. ‘A arisocacia nda a desea, fornando asim fralmerte ine vitiel, pare quebrar sua resisttndia,o apelo 8s masses popula- res, Seu abstitado apego ao priviligo seu exagerado exasivis~ ‘mo, sua menfaidade feudal lnpermedvel aos prinipios burguc- Ses imobllzaram a maior parte ca nobrera francesa mura recusa ‘otal Quanto 3 monargia,suaattude demonstou, se houves- Se nccessidade dist, que ela em o instrumento perfcto de eu promacia de uma classe:0 apao a soldada pelo qual se decid o «Corte dese os primeios dias de julho de 178, pareceu signifi aro fim da Revoluci. A arstocracia, em sua maori, no ace tou nem os decretos de 5-11 de agosto de 1789, nem a Declarac$0 dos Direltos: sto a destuio parcal da feudalidade. “Jamais consenti, delarou Luis XVI, em despojar meu cloro e minha nobrea’. AsJornadas Populares de outubro impuseranvIhe a ace tao dos decretos. Em 1740, enquanto ori utiliza La Fayette, cembora 0 detestasse, a arstocaca obtinou-se em sua rsitén-

Você também pode gostar