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MECÂNICA BÁSICA

INTRODUÇÃO
1 O Veículo

2 Composição do Chassi

SUMÁRIO Quadro ou Plataforma do Chassi

Motor e Sistemas Anexos


Motor
– Motor de Combustão Interna
Sistemas Anexos
– Sistema de Alimentação
– Sistema de Ignição
– Sistema de Admissão e Escapamento
– Sistema de Lubrificação
– Sistema de Arrefecimento

Transmissão
Embreagem
Caixa de Mudança
Árvore de Transmissão
Diferencial

Direção

Freios

Suspensão

Eixo

Rodas ou Trem de Rolamento

Equipamento Elétrico

3 O Painel e os Instrumentos de Controle

88 • Manual do Candidato
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Noções básicas sobre mecânica contribuem para a


segurança no uso do veículo.

O conhecimento do funcionamento dos sistemas que


compõem o veículo dará ao condutor a medida certa
da importância da manutenção preventiva,
capacitando-o ainda, ao surgir um problema, a fazer
o encaminhamento mais adequado para o reparo
necessário.

A segurança no trânsito e a preservação do meio


ambiente estão diretamente relacionadas às
condições físicas e operacionais dos veículos que
transitam em nossas vias.

Mecânica Básica • 89
O VEÍCULO
1 O VEÍCULO

Um veículo é composto de duas partes: carroceria e chassi, que podem ser


complementados com acessórios.

Carroceria é a parte do veículo destinada a acomodar passageiros e carga. Em


geral, indica a que se destina o veículo: automóvel sedan, esporte ou de corrida;
ônibus urbano e rodoviário; caminhão de carga comum e frigorífico; carro de
bombeiro; ambulância; utilitário; carro de combate etc.

Chassi é a parte do veículo constituída de órgãos ou peças necessários ao seu


deslocamento e que suporta a carroceria.

90 • Manual do Candidato
C2O M P O S I Ç Ã O
COMPOSIÇÃO DO CHASSI

DO CHASSI
O Chassi é composto pelos seguintes sistemas:

Quadro ou Plataforma do Chassi


Motor e Sistemas Anexos
Transmissão
Direção
Freios
Suspensão
Eixos
Rodas ou Trem de Rolamento
Equipamento Elétrico

Acessórios não são órgãos necessários ao funcionamento do veículo, mas


contribuem para a sua proteção e segurança, conforto e conveniência dos
passageiros. Exemplos: ferramentas, extintores de incêndio, roda sobressalente,
lavador de pára-brisa, ventiladores de ar quente e frio, rádio, cinzeiro, luzes
internas, pára-sol, calhas, tapetes, espelhos retrovisores e outros.

QUADR O OU PLATAFORMA DO CHASSI


É a estrutura metálica que suporta a carroceria e a maioria dos órgãos do chassi.
Pode ser perfilado, tubular ou estampado em chapa.

Os quadros de chassi tubulares ou de perfis estão restringindo-se a veículos mais


pesados ou a veículos que, por seu uso, exigem maior resistência.

Os veículos mais leves e baratos tendem a ter a plataforma do chassi em chapa


estampada, ou ainda a ter essa plataforma integrada com a carroceria, em
construção monobloco.

Mecânica Básica • 91
Em ônibus e carros que sempre trafegam em boas estradas, cada vez mais, está sendo
utilizado o tipo de carroceria monobloco.

MOTOR E SISTEMAS ANEXOS


MOTOR
Motor é o nome dado ao mecanismo que transforma qualquer espécie de energia em energia
mecânica. Os motores transformam em movimento a energia de combustíveis, vapor, ar ou
água sob pressão. Assim, os motores a vapor, a gás, a óleo e a ar quente são chamados de
térmicos. Aqueles em que o combustível queima dentro de um cilindro são chamados de
motores de combustão interna.

Motor de Combustão Interna


Os motores de combustão interna podem ser classificados em:

IGNIÇÃO POR CENTELHA (motores de carburação e com injeção eletrônica);

IGNIÇÃO POR COMPRESSÃO (motores diesel).

Os motores de combustão interna ainda admitem, de acordo com a forma de introduzir o


combustível, três subdivisões:

92 • Manual do Candidato
MOTORES DE CARBURAÇÃO: são aqueles cuja mistura ar-combustível é preparada fora dos
cilindros e inflamada por uma centelha elétrica (são motores a gasolina, querosene, gás
liquefeito de petróleo).

MOTORES COM INJEÇÃO ELETRÔNICA: nos atuais motores com injeção eletrônica, a mistura
é feita no duto de admissão, próximo à válvula de admissão, e inflamada por uma centelha
no interior do cilindro.

MOTORES DIESEL: nos motores diesel, o combustível é introduzido sob pressão no interior
dos cilindros, onde se inflama ao entrar em contato com o ar altamente comprimido.

Esses motores podem ser também de dois ou quatro tempos.

Mecânica Básica • 93
SISTEMAS ANEXOS

Sistema de Alimentação
Compõe-se do tanque, da bomba e do filtro de combustível, do filtro de ar e do carburador,
ou de injeção eletrônica.

O ar aspirado pelo motor entra pelo filtro de ar e, ao passar pelo carburador, provoca a
pulverização do combustível, formando a mistura ar-combustível.

O carburador, por sua vez, é mantido sempre cheio pela bomba de combustível, que aspira o
combustível do tanque e o impele para o carburador através do filtro de combustível.

No caso da injeção eletrônica, pode ser um sistema de ponto simples ou múltiplo.


A bomba de gasolina mantém uma pressão constante na linha de alimentação. O sistema de
injeção eletrônica simples, ou múltiplo, e a pressão do circuito de alimentação são
controladas pela Central Eletrônica, que se baseia nas informações dos sensores.

94 • Manual do Candidato
Sistema de Ignição
Compõe-se da bobina, do distribuidor, do condensador, dos dispositivos de avanço manual
e automático (centrífugo e a vácuo) e das velas.

É o órgão encarregado de iniciar a combustão, através de centelha elétrica, no interior do


cilindro com a mistura comprimida.

A corrente vem da bateria pelo cabo primário (a 12V ou 24V, conforme o caso), percorre a
bobina e vai ao platinado (nos motores mais antigos). Quando este está fechado, a corrente
vai à terra e nada ocorre. Mas, quando o platinado se abre, a corrente é interrompida,
gerando uma corrente induzida que varia de 18.000 a 30.000V na bobina. Esta corrente vai
pelo cabo secundário ao distribuidor e, por intermédio de um contato giratório – o rotor, é
direcionada para a vela do cilindro onde vai se dar a combustão.

O condensador serve para armazenar a corrente, que tende a saltar de um contato a outro do
platinado na hora em que ele se abre. O platinado fecha e abre de acordo com um ressalto no
eixo do distribuidor, que é acionado e coordenado pela árvore de manivelas.

Mecânica Básica • 95
Nos motores mais modernos, os platinados foram substituídos por sensores e por um sistema
de ignição eletrônico.

Os motores a óleo diesel não possuem os sistemas de alimentação e ignição como


foram descritos. Em vez disso, são dotados de um sistema de alimentação de ar puro
mais simples e de um sistema de injeção de combustível acionado e coordenado pela
árvore de manivelas.

Sistema de Admissão e Escapamento


Compõe-se da árvore de comando de válvulas, das válvulas, dos coletores de admissão e de
escapamento e da tubulação de escapamento com silenciador. Nos veículos mais modernos,
foi acrescentado um catalisador para diminuição da poluição.

Quando as válvulas estão colocadas no cabeçote do motor, também faz parte do sistema uma
árvore de balancins. Comandadas pelos ressaltos, camos ou excêntricos da árvore de
comando de válvulas, as válvulas de admissão e de escapamento vão se abrindo e fechando
nos tempos certos, sendo todo o sistema acionado e coordenado pela árvore de manivelas.

96 • Manual do Candidato
Sistema de Lubrificação
Compõe-se do cárter, do filtro de óleo, da bomba de óleo, dos tubos e canais de lubrificação
interiores, chegando às peças móveis do motor e ao manômetro indicador da pressão do sistema.

A finalidade desse sistema é reduzir o atrito e o desgaste, diminuir o ruído e reduzir o calor
produzido. As áreas mais importantes a serem lubrificadas no motor são as superfícies de
contato dos pistões, as paredes dos cilindros, os mancais, os pinos dos pistões e o
mecanismo das válvulas.

Sistema de Arrefecimento
O arrefecimento pode ser feito por circulação de água ou de ar.

O sistema por circulação de água é composto do radiador, do ventilador, da bomba de água


e dos canais internos do bloco do motor. Por estes canais circula a água, forçada pela
bomba, retirando o calor e levando-o sob a forma de água quente ao radiador. No radiador a
água transfere esse calor para o meio ambiente, auxiliada pelo ventilador, resfriando-se e
sendo bombeada de novo para o motor.

Nos motores arrefecidos a ar, em vez de canais internos para circulação de água, existem
aletas externas pelas quais passa o ar, forçado por potente ventilador.

REFRIGERAÇÃO A ÁGUA REFRIGERAÇÃO A AR

Mecânica Básica • 97
TRANSMISSÃO
É o conjunto de órgãos que transmite a potência do motor às rodas motrizes. Na sua forma
mais simples, compreende embreagem, caixa de mudança de marchas, árvore de transmissão,
transmissão angular e diferencial.

O sistema de transmissão compacta compreende semi-eixos, juntas homocinéticas e pontas


homocinéticas.

juntas
juntas
homocinéticas
homocinéticas
SISTEMA DE TRANSMISSÃO COMPACTA

98 • Manual do Candidato
EMBREAGEM
É o mecanismo que possibilita ao condutor conectar ou desconectar, à sua vontade, o motor
ao mecanismo de transmissão.

Junto ao motor, preso à árvore de manivelas, gira o volante, que possui a face posterior bem
lisa. Presa ao volante existe uma carcaça que sustenta o platô.

Ao se pisar no pedal de embreagem, o platô afasta-se do volante. Quando se solta o pedal, o


platô, por ação de molas, comprime-se contra o volante.

Entre a face lisa do volante e o platô, mas sem qualquer ligação com eles, fica o disco de
embreagem, preso à arvore primária da caixa de mudança.

Pisando no pedal, o platô afasta-se do volante deixando livre o disco da embreagem, que
pára de girar.

Ao se soltar o pedal, o platô comprime o disco contra a face lisa do volante, que passa a
girar, por atrito, junto com a árvore de manivelas, transferindo a rotação do motor à árvore
primária da caixa de mudanças.

CAIXA DE MUDANÇA
É o mecanismo que permite aproveitar melhor a rotação e a potência do motor, por simples
mudança da relação de transmissão.

Mecânica Básica • 99
Quando o veículo está parado precisa de muita força para romper a inércia. Quando está em
movimento, a inércia de repouso já foi vencida e a inércia de movimento ajuda o veículo a
continuar se deslocando. Neste caso não é necessária tanta força do motor, que pode ser
aproveitada em favor de maior velocidade, simplesmente pela troca de marchas.

Alterando a relação das engrenagens, por intermédio do garfo e haste deslizante, a rotação
do motor é transferida através da árvore secundária e da árvore de transmissão (eixo Cardan)
às rodas.

Existem caixas mecânicas com três, quatro ou mais velocidades para a frente e uma para trás,
como também caixas automáticas, acionadas por diversos sistemas que dispensam a ação do
motorista.

As mudanças das engrenagens são feitas por deslizamento, o que exige que a velocidade
tangencial das duas que se vão engrenar seja igual.

Nas caixas modernas existe um mecanismo de sincronização que facilita essa operação.

ÁRVORE DE TRANSMISSÃO
É o mecanismo que transmite a rotação do motor ao eixo de tração. A árvore de transmissão
é provida de juntas universais e de uma junta elástica que permitem acompanhar as flexões e
oscilações do chassi quando o veículo está em movimento.

100 • Manual do Candidato


Tr ansmissão Angular
Compõe-se da coroa e do pinhão.

É o mecanismo responsável pela mudança na direção de rotação do motor, que se transmite


longitudinalmente pela árvore de transmissão até o pinhão.

O pinhão, em conjunto com a coroa, transforma a rotação longitudinal em transversal,


atuando sobre as rodas.

DIFERENCIAL
É o mecanismo que permite a uma roda ter velocidade diferente da outra, o que é essencial
nas curvas. Sem ele, não haveria veículo com tração nas duas rodas, pois nas curvas a roda
de fora gira mais do que a de dentro.

Compõe-se de um sistema de engrenagens planetárias e satélites.

Mecânica Básica • 101


DIREÇÃO
É o conjunto de órgãos que permite ao motorista conduzir o veículo na direção desejada.

É composta do volante, da coluna, da caixa de direção, dos braços e das barras de direção.

A caixa de direção, constituída por uma árvore sem-fim e um setor dentado, é o mecanismo
responsável pela mudança na direção da rotação que se dá ao volante e pela redução da
força necessária para virar as rodas.

Nos veículos mais pesados e em alguns modelos de carros, pode ser encontrada a direção
hidráulica, que reduz em até 40% o esforço do condutor.

FREIOS
Destinam-se a reduzir a velocidade, parar ou manter parados os veículos.

O freio de estacionamento, geralmente acionado por alavanca manual, é mecânico, usando


alavancas e excêntricos para forçar as sapatas contra os tambores traseiros.

Os freios de serviço, porém, são hidráulicos, pois os mecânicos exigiam grande esforço do
condutor e não se mostraram eficientes com o aumento das velocidades.

Um cilindro-mestre com fluido para freios, em nível adequado, é ligado aos cilindros das
rodas por meio de tubulações. Quando se pressiona o pedal do freio, ele comprime o fluido
no cilindro-mestre e, pelos princípios de hidrostática, esse esforço é multiplicado e
transferido para os cilindros das rodas, os quais pressionam as sapatas contra os tambores
do freio.

Nos freios a tambor existe o problema de aquecimento excessivo em caso de uso prolongado.
Assim, estão-se generalizando os freios a disco, pelo fato de ficarem totalmente expostos à
corrente de ar e, com isto, permanecerem arrefecidos, especialmente nas rodas dianteiras,
que são as mais solicitadas na frenagem.

102 • Manual do Candidato


Mecânica Básica • 103
SUSPENSÃO
É constituída pelo conjunto de órgãos colocados entre o quadro de chassi e os eixos, que
têm a função de absorver ou atenuar as trepidações e os choques ocasionados pelo
deslocamento do veículo.

É composta basicamente de amortecedores e molas.

Os amortecedores servem para estabilizar o veículo e podem ser a ar, óleo ou gás.

As molas podem ser helicoidais, em lâminas ou em barras de torção.

104 • Manual do Candidato


EIXO
É o conjunto de peças destinadas a ligar entre si duas rodas e servir de apoio aos órgãos de
suspensão. Em certos casos, além disso, leva o movimento do diferencial às rodas, quando,
então, é chamado de eixo motriz.

RODAS OU TREM DE ROLAMENTO


São os órgãos destinados ao rolamento do veículo.

A roda é, em geral, composta por aro e cubo. No cubo fica aparafusado o aro onde é
montado o pneu.

As rodas dianteiras são as mais delicadas e, do seu projeto, constam quatro ângulos
importantes: de Caster, de Camber, de inclinação do pino-mestre e de convergência.

O ângulo de Caster serve para ajudar na orientação do volante.

Os ângulos de Camber e de inclinação do pino-mestre diminuem a área de esforço do pneu


contra o solo, facilitando a virada e o retorno automático do volante e a adaptação do
veículo às estradas abauladas.

Quanto ao ângulo de convergência, permite que, em altas velocidades, as rodas atinjam o


paralelismo.

Mecânica Básica • 105


E Q U I PA M E N TO E L É T R I C O
É constituído pelos órgãos e aparelhos destinados à iluminação, à sinalização, à partida do
motor e ao fornecimento de corrente elétrica.

No que diz respeito ao fornecimento de corrente, são itens fundamentais:

a bateria – tem a função de fornecer energia para o motor de partida, o sistema de


ignição e os outros órgãos secundários.
o gerador de corrente – tem a função de manter a bateria carregada e alimentar o
sistema elétrico, quando o motor estiver em movimento.
Durante muito tempo, o gerador de corrente foi o dínamo, que gera corrente contínua.
Atualmente o dínamo está sendo substituído pelo alternador, ou gerador de corrente
alternada. Neste caso, é necessário um retificador de corrente, uma vez que o sistema do
carro usa corrente contínua.

Muito importante, também, é a caixa de reguladores, com o regulador de voltagem, o


regulador de corrente e o disjuntor (o popular relê). Sua função é de proteção ao sistema,
em especial a bateria, contra o excesso de corrente gerada.

106 • Manual do Candidato


3 O PA I N E L E O S I N S T R U M E N TO S D E C O N T R O L E

Existem no painel do veículo vários instrumentos ou indicadores que


auxiliam o seu funcionamento.

Eles são:

VELOCÍMETRO – Marca a velocidade de deslocamento.


ODÔMETRO PRINCIPAL – Registra os quilômetros percorridos desde sua
compra.
ODÔMETRO PARCIAL – Registra os quilômetros percorridos, permitindo
sua alteração.
AMPERÍMETRO OU LUZ INDICADORA – Indica se a bateria está sendo
carregada.
TERMÔMETRO – Marca a temperatura da água ou do líquido de
arrefecimento do motor.
MANÔMETRO OU LUZ INDICADORA – Acusa a pressão da bomba que
distribui o óleo do motor.
TACÔMETRO (CONTA-GIROS) – Indica a rotação do motor.

Mecânica Básica • 107

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