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• 18% da população mundial têm dor

lombar em algum momento.


• 30% em algum mês.
• 38% em algum ano.
• 40 a 80% da população têm dor lombar
ao longo da vida.
E esse número só cresce, as taxas globais de
prevalência de dor nas costas subiram 17%
entre 2005 e 2017, e cerca de 30% após a
pandemia.
A dor lombar é um sintoma persistente, com
história natural variável e intensidade entre
média e baixa.

Estudo mostra que mais de 2/3 das pessoas


têm recorrência da dor lombar dentro de
um período de 1 ano após a recuperação.
As principais consequências da dor lombar são:
• Incapacidade global

• Gastos totais e médicos


Os gastos com a dor lombar são maiores do que qualquer doença que tem análise econômica
disponível.

25 a 30% dos custos diretos das seguradoras de saúde. Os custos indiretos são ainda mais altos.

• Busca por tratamento de saúde


Até 60% das pessoas que têm dor lombar buscam por tratamento. A dor lombar representa 5% das
consultas de atendimento primário.
O que é recomendado:
Exercícios, educação, auto tratamento, encorajamento
(permanecer ativo), raciocínio biopsicossocial, reduzir
catastrofização e medo-evitação (tranquilizar +
alertar).

O que não é recomendado:


Uso de imagem precoce, repouso, medicamentos,
bloqueios, cirurgia, eletroterapia.
Fatores de risco:
• Individual e Lifestyle
História prévia de dor lombar +++

Tabagismo, obesidade, sedentarismo ou excesso de atividade...

• Biomecânico
Levantamento de carga pesada ou frequente

Estresses posturais

• Psicossocial
Depressão

Fatores psicossomáticos
O que os estudos concluem é
que não há nada consistente
quanto a prevenção da dor
lombar.
Fatores prognósticos:
• Centralização

• Compensação trabalhista
• Fatores psicossociais
Ser pessimista, do tipo “Essa dor nunca irá passar.”

• Fatores associados a dor e função


Duração da dor
Referências
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Fatores de estilo de vida que influenciam na dor
lombar
Robin McKenzie identificou dois fatores:

1. Tempo sentado
2. Frequência de flexão de tronco

1 – Sentado relaxado e estiramento excessivo das estruturas ligamentares


posteriores da coluna. O tempo sentado é um fator prognóstico de
recorrência.

2 – Desequilíbrio entre flexão e extensão da coluna.


Conectando os pontos da dor lombar:
- Natureza episódica e recorrente.

- É influenciada por posturas, posições e movimentos do dia a


dia. (o papel da carga diária)

- O paciente precisa ser educado quanto aos fatores de risco,


prevenção e autotratamento. (aliança terapêutica)

- Modelo biopsicossocial > modelo biomédico.


Referências
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Shin G, D’Souza C, Liu Y. Creep and Fatigue Development in the Low Back in Static Flexion. Spine 2009;34;17:1873-1878.
A criação e manutenção de uma relação sexual com um
parceiro é considerada um fator integral no padrão
internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
descrever e medir a saúde e a incapacidade [1] e a atividade
sexual é um conhecido indicador de qualidade de vida [2].
1 – International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) (2001) World Health Organization (WHO) web site. http://
apps.who.int/classifications/icfbrowser/. Accessed 9 Apr 2011

2 – Stock SR, Cole DC, Tugwell P, Streiner D (1996) Review of applicability of existing functional status measures to the study of workers with musculoskeletal
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A influência que a atividade sexual tem na qualidade de vida,
saúde e incapacidade tem implicações importantes para as
mulheres que sofrem de lombalgia; entre 48 [3] e 73 [4] por
cento das mulheres com lombalgia relataram uma redução
acentuada na frequência de sua atividade sexual.
3 – Sjo ̈gren K, Fugl-Meyer AR (1981) Chronic back pain and sexu- ality. Int Rehab Med 3(1):19–25

4 – Akbas ̧ NB, Dalbayrak S, Ku ̈lcu ̈ DG, Yilmaz M, Yilmaz T, Naderi S (2010) Assessment of sexual dysfunction before and after surgery for lumbar disc
herniation. J Neurosurg Spine 13(5):581–586
Achados de estudos qualitativos examinando a atividade sexual de
mulheres com lombalgia indicam que a causa central para essa redução
significativa na frequência é o aumento da dor nas costas durante o
s3xxx0.

Entrevistas estruturadas de pacientes com lombalgia crônica revelaram


que 44% das mulheres relataram desconforto físico durante o s3xxx0 e
52% relataram que a lombalgia restringiu seu prazer s3xxxUAL [3].

Um estudo baseado em questionário que investigou os efeitos adversos


da lombalgia crônica na atividade s3xxxUAL descobriu que 58% das
mulheres experimentaram desconforto acentuado, bem como uma
exacerbação de sua dor lombar durante o s3xxx0 [5].
Além disso, as dificuldades mais relatadas durante o s3xxx0 pelas pacientes do sexo
feminino foram encontrar uma posição de conforto e dificuldade com os movimentos
pélvicos [5].

Os pacientes também revelaram quais posições eles acharam que mais exacerbavam
sua lombalgia: prona, seguida de supina e deitada de lado [5].

Esses relatos de pacientes não apenas expõem a principal razão para a


redução da frequência do s3xxx0 como mecânica, mas também sugerem
a importância de um exame desses fatores mecânicos para desenvolver
uma justificativa biomecânica para a exacerbação da lombalgia durante
o s3xxx0 e, posteriormente, recomendações para os pacientes.
5 – Maigne J, Chatellier G (2001) Assessment of sexual activity in patients with back pain compared with patients with neck pain. Clin Orthop Relat Res
386:82–87
A exacerbação da dor lombar durante os
movimentos e posições do s3xxx0 é um
problema prevalente relatado por pacientes
com dor lombar do sexo feminino.

Para resolver esse problema, foi realizado o


primeiro estudo para examinar a biomecânica
da coluna lombar durante essa atividade.
Para entendermos o resultado do estudo, vamos dividir as
mulheres em 3 grupos, de acordo com a direção de movimento
intolerante no plano sagital (flexão e extensão).
G1 = mulheres que não toleram atividades em flexão.

G2 = mulheres que não toleram atividades em extensão. A dor geralmente aparece ou


piora com movimentos de dobrar o tronco para trás como se sentar mais ereta, empinar
o bum bum, deitar-se de bruços e tentar se levantar.

G3 = mulheres que não toleram movimentos gerais. A dor geralmente aparece ou piora
nas duas direções de movimento, qualquer movimento.
As posições analisadas no estudo foram:
quadrúpede (4 apoios) com o apoio dos cotovelos
fQUAD1 e das mãos fQUAD2. “Papai-mamãe”
com os joelhos/quadris menos fMISS1 e mais
fMISS2 flexionados. De lado fSIDE.
Agora vamos as melhores posições para cada grupo.
Para as mulheres do G1 as melhores posições são:
1 – fQUAD2. É indicado manter o bumbum empinado.
2 – fSIDE. É indicado manter o bumbum empinado e arquear levemente a
coluna para trás.

Para as mulheres do G2 as melhores posições são:


1 – fMISS2. Com os joelhos/quadris mais flexionados.
2 – fMISS1. Com os joelhos/quadris menos flexionados. Nessa posição pode
ser indicado um travesseiro embaixo da coluna para manter a coluna
mais neutra.
Para as mulheres do G3 é indicado procurar a sua melhor
posição. Poderá ser um desafio, mas oriento que faça
pequenos ajustes na postura ou no posicionamento como
arquear a coluna centímetros para frente ou para trás, mudar
a posição dos braços ou orientar o parceiro sobre o que é o
melhor para você, isso pode fazer grande diferença.

***Leve em consideração que quanto mais


rápido, brusco e com maior amplitude forem os
movimentos durante a relação, mais risco de
exacerbar a dor lombar você tem.
QUESTIONÁRIO
A recomendação mais comumente divulgada na
literatura científica [6, 7] para todas as pacientes com
lombalgia é adotar a posição de decúbito lateral (ou
seja, fSIDE) durante o s3xxx0.
6 – White AA, Panjabi MM (1990) Clinical biomechanics of the spine, 2nd edn. J.B. Lippincott Company, Pennsylvania

7 – Osborne D, Maruta T (1980) Sexual adjustment and chronic back pain. Med Aspect Hum Sex 14:94–113
No entanto, o que vemos na prática clínica é que
pessoas com dor lombar têm seu sintoma alterado de
acordo com diferentes posições, posturas e
movimentos do dia a dia.

Dessa maneira concluímos que uma mesma posição


durante o s3xxx0, provavelmente, não é adequada
para todas as mulheres com lombalgia – e a
intervenção deve ser adaptada ao indivíduo, ou neste
caso, o casal.

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