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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE ANGOLA

FACULDADE DE ENGENHARIAS

DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CIÊNCIAS DA


TERRA (DEICT)

(Curso De Engenharia De Minas)

SELECÇÃO DOS MÉTODOS DE LAVRA

GRUPOº:
SALA: 14
TURMA: EMMK 1.1
TURNO: Manhã

DOCENTE (a)
_________________________
Eng. Adriano Xavier

LUANDA. 2022
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIAS

DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CIÊNCIAS DA


TERRA (DEICT)
(Curso De Engenharia De Minas)

SELECÇÃO DOS MÉTODOS DE LAVRA

Trabalho de investigação da cadeira de


Mineração apresentado ao departamento de
ensino e investigação de ciência da terra,
como parte do cumprimento da avaliação
parcial do segundo semestre, de 2022.

AUTORES:
Conceição Quimino Broni Pinto 040636/21
Edivaldo Da Fonseca Cordeiro Domingos 041457/21
Ernesto José Monteiro António 040608/21
Tuanilde Waldir Gaspar Martins 039929/21
Gabriel Fernando Kambandua Jacinto 040553/21
DOCENTE (a)
_________________________
Eng. Adriano Xavier

LUANDA. 2022
AGRADECIMENTO

Agradeço ao nosso orientador. Prof. Adriano Xavier que sempre nos apoiou e
motivou, pelos seus ensinamentos e discussões tidas sobre o tema, empenho, pela sua
disponibilidade e apoio sempre demostrado.
Ao Adriano Xavier pelos seus ensinamentos e intensa colaboração quer na turma
como no gabinete, sem os quais não teria sido possível atingir os objetivos propostos para
finalização deste trabalho, pelo espírito crítico e construtivo que sempre nos ajudou a crescer,
desde já, o nosso muito obrigado.
RESUMO
Esse trabalho aborda alguns aspectos que precisam ser considerados na seleção
do método de lavra. A escolha do método é uma das decisões mais importantes que são
tomadas durante o estudo de viabilidade econômica. Na fase de planejamento, a seleção
é baseada em critérios geológico, social, geográfico e ambiental, todavia as condições
de segurança e higiene devem ser garantidas durante toda a vida útil da mina. Os
aspectos relativos á estabilidade da mina, á recuperação do minério e á produtividade
máxima também devem ser considerados.

É possível a aplicação de vários métodos em uma operações de mina. A decisão


do melhor método não é uma tarefa fácil, pois depende do conhecimento
multidisciplinar e da experiência da equipe de planejamento. Por estas razões, a escolha
do método de lavra é mais uma arte do que uma ciência.

PALAVRAS CHAVES – seleção, método de lavra, produtividade, lavra céu


aberto e subterrâneo.
ABSTRACT
This paper deals with some aspects that need to be considered in the selection of
a mining method. The choice of the method is one of the most important decisions made
during the feasibility studies. In the planning stage, the selection is based on the
geological, social, geographical and environmental criteria, however, the health and
safety conditions must be maintained during the useful life of the mine. The aspects
related to the mine stability, are recovery and maximum productivity must also be
considered.

Several methods are possible to be applied im mining operation. The decision of


the best method is not an easy task, since it depend son a multidisciplinary knowledge
and the ability of the mine planners. Therefore. the choice of the mining method is more
an art than science.

KEY WORDS - Selection, mining method, productivity.


Sumário
AGRADECIMENTO...................................................................................................................3
RESUMO.....................................................................................................................................4
ABSTRACT.................................................................................................................................5
ÍNDECE DE FIGURAS...............................................................................................................8
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................9
 Problema de pesquisa......................................................................................................9
 Hipótese...........................................................................................................................9
Objetivo Geral..............................................................................................................................9
 Geral.................................................................................................................................9
 Especificos......................................................................................................................10
 Justificativa.....................................................................................................................10
 Finalidade.......................................................................................................................10
 Metodologia...................................................................................................................10
 Materias utilizados.........................................................................................................11
FUNDAMENTOS TEÓRICOS.................................................................................................12
CAPITULO I.............................................................................................................................12
Mina.......................................................................................................................................12
Mineral...................................................................................................................................12
A lavra....................................................................................................................................12
CAPITULO II............................................................................................................................13
2.1 Métodos De Lavra................................................................................................................13
2.2Objetivos Da Seleção Do Método De Lavra.......................................................................13
2.3.1 Classificação de lavra................................................................................................14
2.3.2 Lavra a céu aberto.....................................................................................................14
CAPITULO III...............................................................................................................................14
3.1 Lavra a céu aberto: etapas operacionais..............................................................................14
3.2 Etapas básicas de trabalho e processos mineiros de produção........................................14
3.3 Etapas básicas de trabalho............................................................................................15
Método de Lavra céu aberto..................................................................................................21
Método de Lavra por bancada...............................................................................................21
Método de lavra em tiras.......................................................................................................22
Método de lavra de pedreira.................................................................................................23
CAPITULO IV...........................................................................................................................23
4.1 Lavra subterrânea.............................................................................................................23
Método de lavra subterrânea................................................................................................24
 Métodos com realces autoportantes............................................................................24
4.1.1 Características Físicas E Geológicas Do Deposito............................................................25
4.1.2 Geometria do depósito.................................................................................................25
4.1.3 Considerações sobre o minério.....................................................................................25
4.1.4 Água superficial ou subterrânea................................................................................26
4.2.1 Outras Considerações....................................................................................................28
4.2.2 Considerações sociais e geográficas..........................................................................28
4.2.3 Considerações ambientais..........................................................................................29
CAPITULO V............................................................................................................................30
5.1 Mineração A Céu Aberto Ou Subterrâneo...........................................................................30
CAPITULO VI...........................................................................................................................32
6.1 Lavra de pláceres..................................................................................................................32
Métodos manuais...................................................................................................................32
Métodos mecânicos...............................................................................................................33
Lavra com monitores hidráulicos...........................................................................................33
CAPITULO VII.........................................................................................................................34
7.1 Importância da seleção do método de lavra..........................................................................34
Importância Da Seleção Do Método lavra..............................................................................34
Vantagens..............................................................................................................................34
Desvantagens.........................................................................................................................34
CONCLUSÃO...........................................................................................................................36
REFERENCIAS BIBILIOGRAFICAS......................................................................................37
ÍNDECE DE FIGURAS

Figura 1-----------------------------------------------------------------------------------página 14.

Figura 2-----------------------------------------------------------------------------------página 15.

Figura 3-----------------------------------------------------------------------------------página 15.

Figura 4-----------------------------------------------------------------------------------página 17.

Figura 5-----------------------------------------------------------------------------------página 23.

Figura 6-----------------------------------------------------------------------------------página 23.

Figura 7-----------------------------------------------------------------------------------página 33.


Figura 8-----------------------------------------------------------------------------------página 34.

Figura 9-----------------------------------------------------------------------------------página 34.

INTRODUÇÃO
A seleção do método de lavra e dos principais elementos em qualquer analise
econômica de uma um mina e a sua escolha permite o desenvolvimento da operação .
Numa etapa de maior detalhe, pode construir-se como fator preponderante para uma
resposta positiva do projeto. A seleção impropria tem efeitos negativos na viabilidade
da mina.
A mineração é uma actividade que é praticada por todo mundo e as técnicas
de extração empregadas estão em constante evolução. Embora seja possível destacar
cerca de 10 métodos de lavras principais, provavelmente existem mais de trezentas
variações. Os métodos são limitados pela disponibilidade e desenvolvimento dos
equipamentos e como todos os fatores que influenciam em sua seleção, devem ser
avaliados levando-se em conta os aspectos tecnológicos, sociais, econômicos e
políticos. A escolha do método de lavra pode ser considerada tanto uma arte como uma
ciência
 Problema de pesquisa

Porque há necessidade de conhecer a seleção de métodos de lavra e identificar os


passos para a execução dos mesmos na exploração dos depósitos minerais.

 Hipótese
Há necessidade de conhecer, identificar os passos que ocorrem na seleção de
métodos de lavra a céu aberto e subterrânea de uma mina, e identificar os tipos de
depósitos de modo a facilitarem na seleção dos métodos, saber quando e onde utilizar
tendo encontra os fatores econômicos, sociais, geográficos e até mesmo geofísicos.

Objetivo Geral

 Geral

 Conhecer a seleção de método de lavra a céu aberto e subterrânea.

 Especificos

 Identificar os tipos de depósito para a seleção de um dos métodos;


 Identificar os fatores que influenciam para a utilização dos mesmos.

 Justificativa

Este trabalho é de extrema importância para qualquer indivíduo que o tenha, pois
se trata da seleção de método de lavra, é bem sabido que a seleção de um método de
lavra ele vem facilitar a extração do bem mineral e com a máxima segura e também
garantir menor custo na extração e mais lucro no beneficiamento, de modo que o projeto
seja economicamente viável.

Contudo, a pesquisa em torno do tema, será uma mais valia, na medida em que
contribuirá para o enriquecimento não só de informações pessoais, sobre o tema, mas
também, para o acervo bibliográfico, para a comunidade académica. Bem como para a
sociedade em geral, na medida em que estarão mais informados, sobre a ocorrência
desta prática.

 Finalidade

A finalidade da seleção do método de lavra é de garantir à segurança e precisão


a extração de um determinado mineral, o engenheiro por sua vez Ele será julgado não só
pela sua eficiência na extração do primeiro, mas também pela sua atuação na proteção
do segundo. Assim, considerando que a mineração constitui um uso temporário do solo,
há que garantir uma adequada recuperação das zonas afetadas após o encerramento da
sua extração.

 Metodologia

No que tange a procedimentos metodológicos, nesta pesquisa pretende-se


efetuar o estudo bibliográfico e o documental usando o paradigma qualitativo, segundo
Hernández, Fernández e Baptista (2006, p.5) ‘‘enfoques qualitativos utilizam a coleta de
dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa e pode
ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação’’ corresponde ao objeto de
estudo, o que significa reflexão, seleção, amostra, questionário, entrevista, observação,
leitura e analise critica do material, tendo em conta os diferentes olhares de autores que
debruçaram a respeito da mineralização associadas ao vulcanismo e ao sub- vulcanismo.

 Materias utilizados

 Artigos científicos;
 Monografias;
 Livros;
 Paginas cientificas;
 Entrevistas.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS

CAPITULO I
1.1 Mineração

Todas as especialidades de Engenharia são importantes, mas a Engª de


Minas é especial, dado que envolve Ciência, Tecnologia, Terra, Natureza, Arte e o
Homem.
A Engenharia de Minas pode assim ser considerada a Mãe de todas as
Engenharias, porque os minerais foram a primeira actividade industrial da Antiguidade,
quando o Homem começou a viver em cavernas, a esculpir a pedra, fazendo utensílios
com a mesma, e até a usar argilas para pintar. Não é por acaso que os ciclos de vida das
diferentes civilizações foram baseados em sucessivos períodos de utilização de recursos
minerais dominados pelo Homem.
O termo mineração se refere à atividade de extração de qualquer
concentração de minerais de interesse econômico. Alguns metais, como o ouro, a prata,
o cobre e a platina, encontram-se em estado nativo. A maioria, porém, ocorrem
combinados com outros elementos ou compostos: óxidos, carbonatos, sulfetos etc.
Assim, a mineração é entendida como uma atividade de lavra e de concentração de
minérios. Num sentido mais amplo, é uma atividade econômica designada como
indústria extrativa mineral.
Mina: escavação desenvolvida para a extração de bens minerais. A partir do
momento que a jazida começa a ser lavrada, ela passa a ser denominada de mina.

Mineral: é um elemento ou composto químico homogêneo, que possui


composição química definida, apresenta estrutura cristalina, e é formado naturalmente
por meio de processos geológicos inorgânicos. Ex: quartzo, pirita, galena, dolomita,
calcita.

A lavra: é um conjunto de operações coordenadas que tem como objetivo o


aproveitamento industrial e jazida desde a extração de substâncias minerais utem ate o
seu beneficiamento.

CAPITULO II

2.1 Métodos De Lavra

Comumente o método de lavra é designado como sendo a técnica de


extração do material. Isso define a importância de sua seleção, já que todo o projeto é
elaborado em torno da técnica utilizada para lavrar o depósito. Os trabalhos de
infraestrutura estão diretamente relacionados com o método. Embora possam ocorrer
modificações durante o serviço de lavra, implicando custos adicionais, essas alterações,
geralmente, não produzirão um projeto ótimo em termos de eficiência operacional,
porem, caso seja imperioso essa mudança será preciso estabelecer um método que
possua maior flexibilidade em termos de variações na técnica de extração. O emprego
do termo técnica de extração reflete os aspectos técnicos da seleção dos métodos, que é
parte fundamental da análise, dimensionamento dos equipamentos, disposição das
aberturas e sequências de lavra.

A maioria das minas utiliza mais de um método de lavra na operação. Um dado


método pode ser mais apropriado para uma zona do depósito, todavia em outras partes
seu emprego pode não ser a melhor opção.
Podem distinguir-se, de modo geral, três tipos, denominaremos: Didático,
Prático e Misto. O primeiro tipo é o mais comum. Os diferentes métodos são ordenados
segundo um ou dois critérios considerados fundamentais, com finalidade essencialmente
descritiva didática:

2.2Objetivos Da Seleção Do Método De Lavra

Os principais objetivos da seleção do método de lavra estão relacionados


com os aspectos ambientais, econômicos e sociais:

 Ser seguro e produzir condições ambientais adequadas para os operários;


 Os impactos causados ao meio ambiente devem ser reduzidos;
 Permitir condições de estabilidade durante a vida útil da lavra;
 Assegurar a máxima recuperação do mineiro com mínima diluição;
 Ser flexível para adaptar diversas condições geológicas e a infraestrutura
disponível;
 Permitir atingir a máxima produtividade reduzindo, consequentemente, o
custo unitário.

No estudo da variação do método de lavra, todos os objetivos devem ser


assegurados e a única diferença é a quantidade de detalhes envolvidos em sua definição.
Isto é expresso em termos de uma sequência de extração, mas especifica maior
detalhamento nas dimensões das aberturas e disposição do projeto.

2.3.1 Classificação de lavra


Esse processo é classificado em dois grandes grupos:

2.3.2 Lavra a céu aberto


Neste grupo, ocorre a extração de material em uma escavação na superfície. Sendo
indicada para rochas e minerais que estão em depósitos superficiais, com estrutura,
mergulho, espessura e forma favorável. Normalmente, a espessura do estéril (mineral ou
rocha que não possui valor económico e recobre o minério) é relativamente pequeno ou
tem estrutura geológica que prejudica a abertura de túneis.
CAPITULO III

3.1 Lavra a céu aberto: etapas operacionais.

3.2 Etapas básicas de trabalho e processos mineiros de produção.

A lavra de jazidas minerais pelo método a céu aberto encerra as seguintes etapas
fundamentais de trabalho e processos mineiros de produção:

 Desmatamento;
 Remoção do capeamento;
 Drenagem da mina;
 Desmonte;
 Carregamento;
 Transporte;
 Disposição do estéril

3.3 Etapas básicas de trabalho

A preparação da superfície da mina compreende trabalhos de desmatamento,


decepamento de troncos, desvio de rios ou riachos para fora dos limites do campo da
mina, drenagem das águas de lagos e secado de pântanos, remoção de edificações e
construções existentes no campo da mina, bem como as vias férreas e estradas. O
desmatamento efetua-se com tratores de lâmina.

A drenagem da mina é executada para permitir ou facilitar a operação de lavra ou


então para estabilização dos taludes, através do controle das águas pluviais, de
infiltração e águas do lençol freático. A drenagem da mina efetua-se previamente ao
desenvolvimento das operações mineiras, antecede ou sucede ao decapeamento, porém
durante o processo de construção e exploração da mina a drenagem efetua-se
paralelamente. A proteção da mina contra as correntes de águas chuva e exteriores
define a construção de canais de drenagem em superfície a uma distancia determinada
dos contornos da mina. Águas pluviais ou de infiltração requerem, comumente, diversas
captações e depósitos de bombeamento.
O rebaixamento do lençol freático pode ser executado por meio de poços profundos,
galerias, trincheiras, drenos horizontais profundos, etc. O projeto de rebaixamento
deverá estar condicionado por estudos hidro geológicos detalhados do terreno,
englobando levantamento estrutural do perfil de intemperismo e litológico, pois estas
feições condicionam a distribuição dos parâmetros hidrodinâmicos do maciço. Estes
levantamentos devem ser executados em conjunto com a instalação de piezômetros e/ou
com testes de bombeamento.

Os trabalhos mineiros básicos e fundamentais compreendem a construção de


trincheiras principais que permitem o acesso dos meios de transporte desde a superfície
até a jazida mineral, assim como a preparação do frente inicial para os trabalhos de
decapeamento e extração. Durante o período de construção da mina, ao grupo de
trabalhos mineiros básicos pertencem também os trabalhos de escavação de trincheiras
de corte, as quais criam o frente inicial para os trabalhos de exploração da jazida.

Os trabalhos de decapeamento consistem na remoção do solo e rocha alterada que


recobrem e/ou encaixam a o corpo mineral em superfície (estéril), para se chegar à
rocha sã (jazida). Muitas vezes, a camada superficial do solo com resíduos vegetais, é
estocada a parte, para posterior recobrimento de escavações e áreas de disposição
visando sua reabilitação ou restauração. Ressalta-se que os trabalhos de decapeamento
desenvolvidos durante o período de construção da mina estão vinculados aos trabalhos
mineiros básicos, enquanto que os trabalhos correntes de decapeamento realizados para
a criação do indispensável frente inicial dos trabalhos de extração, durante o período de
extração, denominam-se trabalhos de preparação. A finalidade dos trabalhos de extração
é efetuar em forma sistemática o arranque do mineral útil com a qualidade exigida e em
correspondência com o plano estabelecido.

Todas as etapas básicas de trabalho são executadas em série, na ordem mencionada


e posteriormente são efetuados de forma simultânea (em paralelo), porém defasadas
umas com outras em tempo e espaço. Os trabalhos mineiros básicos estão na frente dos
trabalhos de descapeamento, que por sua vez estão na frente dos trabalhos de extração.
3.4 Processos mineiros de produção: ciclo de operações unitárias.

O conjunto de processos básicos na extração (ciclo de produção) constitui a


tecnologia de exploração mineira a céu aberto. A dificuldade no cumprimento dos
processos básicos de produção em minas a céu aberto é variável, e depende da
resistência estrutura das rochas, das condições de orientação da jazida, da potência, do
tipo desinstalações mineiras de transporte e da organização do trabalho. Compreendem
operações mineiras de produção: preparação, escavação/arranque, transporte e
disposição do estéril.

Preparação da massa mineira para sua extração, geralmente consiste na mudança


prévia do estado natural do maciço de rochas através dos meios selecionados (sejam
mecânicos ou emprego de substâncias explosivas), visando uma extração mais efetiva.
Implica a preparação de todo o volume de rochas que se encontra nos contornos da
mina.

A preparação depende fundamentalmente das características físico-mecânicas do


Maciço de rochas e pode estar ausente em rochas incoerentes (brandas ou moles) que
não requerem preparação prévia. A preparação das rochas para o arranque alcança dos
cinco ao 40% do custo total de extração. O grau de preparação da frente de trabalho se
caracteriza pelas dimensões dos pedaços das rochas fragmentadas. No carregado de
massa rochosa fragmentada em pedaços pequenos, a escavadeira apresenta alto
rendimento, pois, nestas condições diminui o ciclo de escavação e se eleva o coeficiente
de utilização da caçamba. Quando a fragmentação das rochas coerentes (resistentes) é
uniforme e em pedaços pequenos, pode-se utilizar com êxito maquinaria de ação
continua.

Escavação - Carregamento (Arranque - Carregamento), consiste na separação de


grandes (extensas) massas de rochas resistentes do maciço de rochas (preparação da
massa de rochas com escarifica dores mecânicos e sustâncias explosivas). Inclui,
também, o arranque direto de rochas incoerentes (brandas ou moles), ou seja, escavação
mecânica de material incoerente e o carregamento aos médios de transporte ou
depósitos de estéreis através do emprego de vários equipamentos mineiros, bem como o
carregamento de rochas resistentes previamente fragmentadas na frente de trabalho.
O arranque das massas minerais coerentes efetua-se mediante fragmentação através
do emprego de substâncias explosivas e o carregamento aos meios de transporte. Os
trabalhos de perfuração e explosão têm por finalidade a fragmentação das rochas
resistentes, cuja extração é impossível diretamente com meios mecânicos
(escavadeiras).

Transporte da massa de rochas (minério/estéril), os trabalhos a céu aberto se encerram


com o transporte das rochas estéreis (descapeamento) e o mineral útil aos locais de
amontoamento e recepção. A massa mineral arrancada nas frentes de trabalho é
transportada para a usina de concentração (britagem primária no beneficiamento) ou
para o pátio de estocagem de minério, enquanto as rochas estéreis são transportadas para
os bota-foras.

O transporte de minérios arrancados em operações mineiras emprega extensamente uma


grande variedade de equipamentos, prevalecendo escavadeiras de grande porte,
Transportadores e caminhões, enquanto as rochas estéreis se transportam com.
Motoscrapers, draglines ou tratores de esteiras. Em minas a céu aberto, o transporte das
cargas (minério/estéril) a grandes distancia, desenvolve-se com transporte férreo com
locomotivas de tração elétrica ou de vapor e vagões dumcars (de volteio lateral) com
capacidade de carga desde 50 até 180 toneladas; com transporte automotriz, caminhões
fora de estrada com capacidade de carga desde 5 até 360 toneladas. O transporte de
rochas incoerentes desde as frentes de arranque com equipamentos de ação continua,
geralmente, se realiza por correias transportadoras.

Atualmente correias transportadoras empregam-se, também, para o transporte de


rochas. Consolidadas (coerentes), desde as frentes de arranque com equipamentos de
ação intermitente (escavadeiras) até os pátios de estocagem de minério ou britadores
primários. O armazenamento das rochas efetua-se em locais temporários ou
permanentes de trabalho. O minério é descarregado em sítios permanentes devidamente
montados (pátio de estocagem de minério) e as rochas estéreis se descarregam nos bota-
foras, em sítios temporários que mudam de posição e não possuem instalações
estacionarias. O despejo e compactação (empilhamento ou amontoamento) das rochas
estéreis se efetuam com escavadeiras frontais, escavadeiras especiais de caçambas
múltiplas, bulldozers ou com lavado hidráulico (hidro lavado).

3.5 Disposições do Estéril


Os depósitos de estéril, correspondentes a pilhas de solo ou de blocos de rocha, com
alturas de mais de uma centena de metros e volumes de centenas de milhões de m3, são
formados em terrenos planos ou em vales. Para o projeto de tais depósitos, deve
considerar as características dos materiais empilhados e do terreno de fundação, bem
como a posição e a oscilação do nível de água subterrânea (lençol freático) nas áreas
dos depósitos.

A tecnologia de exploração a céu aberto pode ser completa, quando se executam todos
os processos acima indicados. Em condições favoráveis, quando se lavra jazidas
minerais úteis incoerentes (brandas ou moles) com rochas de recobrimento, também
incoerentes, a exploração pode-se efetuar com menor número de processos de produção.
Quanto às diversas modalidades da lavra convencional, estão muito condicionadas
à forma adotada para o transporte dos estéreis, o que determina não somente a estrutura
e as condições de aplicação de um método de lavra, como também sua economia, posto
em uma lavra a céu aberto, a quantidade de estéreis removidos supera várias vezes à de
minério extraído. Sob este aspecto, podemos então agrupar tais métodos em métodos
com transporte e métodos sem transporte (Lavra por tiras). Os métodos sem transporte
se caracterizam pela disposição dos estéreis diretamente nos locais já lavrados, em
operações coordenadas com a extração da substância útil.

Aplica se as camadas horizontais ou de pequeno mergulho, como são as jazidas de


carvão e folhelho (xisto) betuminoso. Normalmente se trabalha em banco único e, às
vezes, em dois bancos. Uma dragline de grande lança faz a remoção e disposição do
estéril capeante e escavadeiras frontais fazem a extração das substancias úteis. Tais
métodos são simples, do ponto de vista da execução, e garantem um baixo custo de
produção. A principal deficiência está na dependência entre os serviços de
decapeamento e os de extração das substâncias úteis. O uso de grandes draglines
aumenta o campo de aplicação desses métodos.
Considera-se estéril da mineração o material (rocha ou solo) que ocorre dentro
do corpo de minério ou externamente ao mesmo, sem valor econômico e que é extraído
da mina na operação de lavra. Neste caso, ao igual que os conceitos de jazida e de
minério, dada sua conotação econômica, pode variar no tempo, ou seja, o que é
considerado estéril hoje pode representar minério no futuro, e vice-versa.

A década de 80 destacou-se pela disposição controlada e planejada dos


novos depósitos de estéril e pela recomposição dos depósitos mal formados, aliada a
uma recuperação ambiental das áreas degradadas pela mineração. O desenvolvimento
de uma mina depende em geral da remoção de estéril, deste modo, promover um
gerenciamento do depósito de estéril, pode significar a diferença entre o lucro e o
prejuízo. Assim, o planejamento do depósito de estéril deve, frequentemente, reclamar
mais atenção do que o esperado.

O planejamento de um depósito de estéril não é, geralmente, tão detalhado como


um projeto de lavra. Isto é natural, visto que o objetivo primeiro da mineração é a
produção possível do melhor minério para ser processado. Apesar de sua primeira
implicação ser econômica, a atividade de remoção e posterior disposição do material
estéril num dado local, precisa de planejamento e controle da construção, além das
exigências de ordem ambiental, questões sociais e de segurança. Hoje, é conhecido que
construir adequadamente um depósito de estéril é certamente menos trabalhoso e
oneroso, que corrigir um depósito em processo de ruptura generalizada. A disposição de
estéril envolve componentes físicos e econômicos.

Os componentes físicos levam em conta a disponibilidade de áreas apropriadas,


geotecnicamente e ambientalmente, para a disposição. Já os componentes econômicos
dizem respeito aos custos médios de transportes e outros aspectos operacionais. Ambos
componentes estão sujeitos a restrições diversas, podendo levá-los a situações
antagônicas (i.e. áreas apropriadas para disposição com longas distâncias médias de
transporte ou áreas de curtas distâncias médias de transporte, mas impróprias para
disposição).
Quanto aos materiais, há depósitos em que o estéril é instável quimicamente,
como aqueles que, contendo sulfetos, sofrem processo de oxidação, gerando águas
ácidas que contaminam o solo e as águas de superfície e lençóis freáticos. Outros, como
o carvão que, além da geração das águas ácidas, ainda entram em combustão
espontânea, devido ao seu alto conteúdo de pirita (sulfeto de ferro). Há também os
estéreis de minas de minerais radioativos que, sendo lixiviados por águas de chuva ou
de superfície, geram igualmente poluição ambiental. O terreno de fundação desempenha
papel de destaque na estabilidade dos depósitos de estéril, sendo possível afirmar que a
maioria das rupturas é condicionada pela presença de materiais de baixa resistência na
fundação ou pela presença de água. A presença de solos moles na fundação pode exigir
um cronograma lento de construção das mesmas, para evitar a sua ruptura.

Uma operação de lavra envolve, geralmente, a movimentação de dezenas de


milhões de toneladas de estéril, acarretando a formação de depósitos que chegam a
atingir alturas de taludes de centenas de metros. A disposição indiscriminada, sem
atentar para os problemas geotécnicos envolvidos, tende a agravar sobremaneira os
problemas ambientais, tais como: instabilidade dos depósitos, erosão de superfície por
águas pluviais, erosão eólica da superfície com grande formação de poeira,
assoreamento e eventualmente poluição química de cursos de água. No passado, a
construção desses depósitos era de maneira desordenada em locais chamados de bota-
fora. O estéril removido nos trabalhos de lavra era simplesmente basculhado em pontos
de aterro, nas encostas ou terrenos circunjacentes às minas, formando pilhas de baixa
estabilidade.

Método de Lavra céu aberto

Os principais métodos de lavra a céu aberto:

Método de Lavra por bancada

É aplicado em camadas horizontais próximas a superfícies. As bancadas são


desenvolvidas de cima para baixo, até se atingirem os limites finais dos corpos
mineralizados mais profundos.
Figura 1: Mineração típica em lavra a céu aberto por método de bancadas.

Vantagens:
 Alta produtividade;
 Baixo custo operacional;
 Produção em grande escala;
 Flexibilidade da produção;
 Emprego de grandes equipamentos;
 Permite melhor controle geotécnico; - alta recuperação da jazida; - maior
segurança e higiene.

Desvantagens:
 Profundidade limitada;
 Grande investimento de capital;
 Limitado pela relação estéril/minério;
 Problemas ambientais;
 Adequado para grandes jazidas;
 Dependente das condições climáticas.

Método de lavra em tiras

É o mais aplicado em depósitos tabulares ou com camadas horizontais com pouca


espessura de capeamento, propicia grande escala de produção, proporcionando até
menor custo operacional e maior produtividade do que o método de lavra bancaria.
Figura 2: Mineração típica em lavra a céu aberto por método de tiras.

Este método caracteriza-se pela ausência de transporte das rochas estéreis do


decapeamento, sendo removida para obter acesso a jazida mineral e imediatamente
depositado na área previamente lavrada. A área lavrada progride em uma série de
trincheiras profundas paralelas entre si, referidas as bancadas ou tiras que podem
exceder 1 km de largura.

Método de lavra de pedreira

É o método adotado para produção de rochas ou mineral para o uso direito na


construção civil, como pedras para revestimento e britas em geral. As pedreiras
geralmente são menos profundas do que outros tipos de extração mineral.

Figura 3: Mineração típica em lavra a céu aberto por método de pedreira.


CAPITULO IV

4.1 Lavra subterrânea

Segundo (Lobato), neste grupo, a extração de material ocorre no interior do


terreno. Sendo indicada para rochas e minerais que estão em depósitos mais profundos.
Nessa situação, a relação estéril-minério é grande, fazendo com que seja
economicamente inviável explorar a céu aberto. Além disso, existem situações em que a
legislação impõe a lavra subterrânea.

Igualmente, para ocorrer bem e com segurança, a mina subterrânea precisa de operações
auxiliares as das lavra, que são: ventilação; escoramento de teto; energia elétrica;
sinalização da emergência; bombeamento e drenagem de água; controle de ruídos; e
manutenção da mina.

Isso porque os dois grupos possuem diferentes técnicas de exploração do


minério, chamadas de método de lavra.

Método de lavra subterrânea

A lavra subterrânea possui métodos que são divididos em 3 grupos de acordo


com a formação da abertura de poços, tuneis e galerias nas rochas encaixantes:

 Métodos com realces autoportantes

Os fatores que influenciam na seleção do método de lavra subterrânea são:

 Morfologia do depósito mineral dos métodos na lavra subterrânea


 Propriedades mecânicas resistência das encaixantes e do minério
 Efeitos das operações auxiliares
 Disponibilidade financeira inicial subsequente.

A seleção do método de lavra depende de duas avaliações:

 Avaliação das condições geológicas, sociais e ambientais para


permitir a eliminação de alguns métodos que não estejam de acordo
com os critérios desejados;
 Escolha do método que apresente o menor custo, sujeito as condições
técnicas que garanta uma maior segurança.

Figura 4: Morfologia do depósito na mineração céu aberto.

4.1.1 Características Físicas E Geológicas Do Deposito;

4.1.2 Geometria do depósito.

As características físicas do depósito limitam as possibilidades de aplicação de


alguns métodos de lavra. A profundidade e a extensão do capeamento fornecem uma
indicação preliminar sobre a aplicabilidade de técnicas de lavra a céu aberto.

O mergulho do corpo é um fator importante que influência tanto na seleção do


método como na escolha dos equipamentos, podendo ser definidos como suave
(horizontal a 20º), médio (20º á 50º) e íngreme (50º á vertical).

A espessura do depósito e a sua forma também permitem a exclusão de


determinados métodos. Os depósitos são classificados como estreito (menor que 10m),
intermediário (10m á 30m), espesso (30m a 100m) e muito espesso (maior que 100m).
Depósitos muito estreitos (menor que 3m) podem inviabilizar o uso de métodos
altamente mecanizados, visto que a sua aplicação não permite o controle do teor e exige
uma largura mínima para operação. Os métodos de lavra debaixo custo unitário podem
ser aplicados a depósitos minerais espessos (ou quando o valor do minério e o custo
podem suportar uma alta diluição).

4.1.3 Considerações sobre o minério

A seleção do método de lavra também é condicionada pelo teor do minério e


sua distribuição especial. Como os limites da mineralização geralmente não são
identificáveis é possível se obterem várias reservas em função de diferentes teores de
corte. Sua redução gradual causa o aumento das reservas. Por exemplo: um depósito do
tipo veio com alto teor e baixa tonelagem pode passar ao tipo massivo com baixo teor.
O valor do produto e o custo de extração determinam a quantidade e o teor a ser
elevado. Depósitos com alto teor, estreito e de baixa tonelagem, indicam métodos de
baixo investimento e mão-de-obra intensiva. O tamanho do depósito é diretamente
proporcional a sua mecanização.

O teor e a distribuição do minério influenciam na seleção do método lavra de várias


formas:

 Quando depósito tem contornos irregulares, pode ser necessária a escolha de um


método mais flexível, para permitir a implementação de mudanças rápidas, de
forma a possibilitar uma melhor disposição das frentes, resultando em uma
maior recuperação do minério;
 Na lavra Subterrânea, a disposição dos pilares que serão abandonadas afetas a
recuperação da lavra;
 Em geral, um depósito irregular raso pode ser lavrado por um método a céu
aberto;
 Veios mineralizados paralelos e pouco espessos apresentam diferentes
alternativas:
 Veios distantes – mão-de-obra intensiva com equipamentos de pequeno porte;
 Veios próximos – maior mecanização para permitir a extração simultânea.

4.1.4 Água superficial ou subterrânea


Uma das considerações mais obvia é sobre as águas da superfície. Se Lagos
e Rios que recobrem o corpo de minério não podem ser drenados, os métodos de lavra
que irão resultar em subsidência na superfície devem ser desconsiderados. A existência
de águas superficiais e os custos de drenagem podem influenciar na decisão de lavrar o
depósito por método a céu aberto ou subterrâneo.

A presença de água subterrânea tem uma influencia direta sobre a


determinação do talude máximo da escavação. Os métodos subterrâneos devem ser
preferidos quando estruturas de rochas impermeáveis isolam o depósito dos aquíferos
em camadas de rochas subjacentes. Comumente é feita da instalação de piezômetros
aproveitando-se dos trabalhos de sondagem, além de se realizarem ensaios de
bombeamento para definir o afluxo de água (Hansen, 1982). A quantidade de água
prevista na mina afeta a sequencia de lavra e pode limitar o número de aberturas.
Quando as águas fluem na mina, deve-se prover drenagem, além do cuidado
suplementar no seu tratamento antes do esgotamento.

4.1.5 Considerações geotécnicas


No desenvolvimento de um projeto de mineração, as características do
maciço rochoso relacionadas com as propriedades, permeabilidades, deformabilidade,
resistência, etc. Constituem a base geotécnica para a seleção do método de lavra,
devendo ser consideradas no estágio preliminar do projeto.

Neste trabalho, serão abordados alguns dados geotécnicos que deve ser obtidos e
os principais efeitos das características do maciço que precisam ser observados no
projeto da mina.

O objeto da avaliação geotécnica é prever o comportamento do terreno quando


as escavações são executadas como elas afetarão a segurança e economicidade do
projeto .Ela pode iniciar–se com a aplicação de métodos geofísicos e mapeamento
regional para analisar a geologia estrutural procurando determinar feições estruturais
(falhas , dobras , diques , etc.) que tenham dimensões próximas ás do depósitos.

Uma característica importante do maciço rochoso é o seu estado de tensão in


situe geral, essa avalição exige medições que nem sempre são possíveis durante o
estudo preliminar de viabilidade. Nesses casos, a informação disponível no local e a
interpretação dos ciclos tectônicos são indispensáveis para definir defecção da tensão
dominante (Laubsher, 1981).
Segundo (Nicholas, 1968). A característica do maciço permite a construção de
um modelo que objetiva prever os efeitos causados pela escavação. Algumas
propriedades características do maciço devem ser analisadas:

 O RQD, que é o calculado a partir das medidas do testemunho de sondagem,


pode ser usado para determinar o índice de escavabilidade.
 Nos métodos de realce as características das rochas determinam as dimensões
dos salões e dos pilares.
 As fraturas principais, a resistência ao cisalhamento, o comprimento e
espaçamento de juntas e a hidrologia definem as geometrias potenciais de
rupturas das escavações.

4.2.1 Outras Considerações

A seleção do método de lavra está condicionada pela estabilidade política do


País, principalmente para projetos que exigem grandes investimentos com longo prazo
de retorno. O tipo e a espessura do capeamento também influenciam na decisão de
utilizar um método de lavra a céu aberto ou subterrâneo.

Alguns métodos de lavra não devem ser aplicados devido à exposição do


minério a alterações Físico-químicas que resultem em problemas (Oxidação,
cimentação, etc.) na sequência da operação. É o caso, por exemplo, da deposição de
material que permanece em uma pilha de estoque durante um período de tempo
prolongado.

A radioatividade dos minérios aumenta com o incremento da superfície


específica, neste caso, devem ser evitados os métodos onde os operários permaneçam
sobre grandes quantidades de material desmontado.

4.2.2 Considerações sociais e geográficas


Como mencionar anteriormente, os métodos de lavra dependem diretamente dos
equipamentos disponíveis. Em geral os métodos de alta produtividade necessitam de
equipamentos mais sofisticados que requerem mão-de-obra especializada na sua
operação e manutenção. A mineração em regiões remota raramente desperta o interesse
de operários qualificados, além de dificultar a sua permanência. Isto tem influencia
direta nos custos e na produtividade. Outro problema é exigir serviços adequados de
assistência técnica dos fabricantes de equipamento.

A mineração pode produzir um maior bem-estar social em regiões pouco


desenvolvidas, entregando trabalhadores menos qualificados. Neste caso, os métodos de
lavra são do tipo trabalho-intensivo utilizando-se equipamentos de fácil operação. Em
situações especiais, os parâmetros sociais podem ser os fatores decisivos na forma de
lavra um depósito por método de lavra a céu aberto ao invés da subterrânea.

A localização geográfica do depósito afeta a escala da operação, já que ela


depende do desenvolvimento tecnológico. Uma operação em grande escala exige
infraestrutura adicional, enquanto uma de pequena escala pode ser feita por um
programa sazonal de operação.

4.2.3 Considerações ambientais


Considerando os critérios relacionados com o meio ambiente, pode se decidir
lavrar um depósito por método de lavra subterrânea. Isto porque, geralmente os métodos
de lavra a céu aberto resultam com maiores impactos ambientais, provenientes
principalmente do maior volume de material manuseado, que exige a implantação de
grandes bota-foras depois disso alterando a topografia da região.

A escolha do método de lavra deve adequar-se as normas ambientais específicas


de um país. Em particular, os regulamentos recentes á poluição das aguas podem limitar
o processo de beneficiamento do material. Em determinados casos, os influentes podem
apresentar um padrão de qualidade melhor que aquele da alimentação da usina. Isto
implicará um custo adicional, resultando no aumento de água (Lausher 1981).

As condições de trabalho dependem fundamentalmente do método de lavra. Este


deve rigorosamente assegurar uma boa higiene e segurança operacional. A emissão de
poluentes por equipamentos a diesel e os elevados custos de combustível e ventilação
podem conduzir à adoção de técnicas menos flexíveis de extração utilizando-se
equipamentos elétricos.
4.2.4 Considerações econômicas e financeiras
Feitas as considerações dos aspectos técnicos envolvidos no processo de seleção
do método de lavra onde, geralmente, mas de um é possível para se proceder à extração
do material, realiza-se análise de critérios econômicos e financeiros. A importância é
fundamental na escolha do método, visto que o mas adequado é aquele que apresenta o
menor custo unitário.

Os custos de cada método devem ser definidos e a forma tradicional determiná-


los é através da apropriação dos seus componentes individuais. A decisão final sobre a
escolha no melhor método deve ser baseada em, mas de um critério de avaliação
econômica. Deve também ser considerada a situação financeira da empresa, tendo em
vista a necessidade de grande inversão de capital numa actividade reconhecidamente
sujeita a riscos elevados.

As variações dos preços de metal ou custos de lavra e beneficamente podem


impor alterações no teor de corte e na taxa da produção. O método de lavra deve ser
suficientemente flexível para puder ajustar-se a uma dada variação econômica.

CAPITULO V

5.1 Mineração A Céu Aberto Ou Subterrâneo.


 Existem essencialmente (5) cinco situações possíveis na lavra de minério:

 A Céu Aberto: a cava é determinada levando em consideração o talude, o valor


do minério e a quantidade de material a ser removida;

 A Céu Aberto seguindo-se um estágio de transição à lavra subterrânea: a


profundidade final da cava é definida pelos custos previstos da lavra
subterrânea;

 Subterrânea;

 Subterrânea, podendo passar a céu aberto; raramente acontece quando se


seleciona um método de lavra durante a análise de viabilidade. Não obstante, se
tais mudanças forem previsíveis, o projeto original deve ser tal que a transição
seja realizada de forma má simples possível;
 Simultaneamente por combinações de métodos de lavra á céu aberto e
subterrâneo.

Figura 5: A) Mina a céu aberto, em bancadas; Figura 6: B) Mina subterrânea, feita em galerias.

A definição entre um método a céu aberto ou subterrâneo basear-se sobre


critério econômico. A metodologia adotada em determinados sectores da jazida é aquela
que apresenta menor custo unitário, considerando-se todas as condicionantes
operacionais.

Na análise simplificada, a relação auxiliar envolve custos, quantidade dos


materiais extraídos e preços que são praticados na venda do minério lavrado por cada
método. Sendo assim, dispondo-se da relação do estéril a ser removido (k), custo
unitário (c) e os preços do minério lavrado por um método subterrâneo (s) e ao céu
aberto (a), então a relação estéril: minério máximo, em que haveria, mas economicidade
na lavra a céu aberto obedece à equação (1).

Todavia, para exprimir a relação economia do descapeamento, que traduz os


limites da cava, deve-se considerar o preço do minério recuperável e seu custo, o lucro
operacional que é esperado e o custo do manuseio do capeamento. Chamado de K essa
nova relação, tem-se:

Onde, P é o preço do produto; a’ é o custo operacional de produção a céu aberto;


c’ é o custo de manuseio de estéril e / é o lucro operacional.

A relação entre k e k’ sugere a metodologia que deve ser adotada:

Se k’ > k, a jazida pode ser lavrada parte a céu aberto e parte subterrânea.

Se k´ < k, apenas o método a céu aberto é indicado.


Essa análise é simplificada e o ponto de transição deve incluir a consideração dos
seguintes fatores:

 A consideração técnicas previamente detalhadas para a seleção de um método de


lavra (social, financeiro, económica, geotécnica, etc);
 Incertezas que dos teores, custos, preços e dos taludes da cava;
 A programação de reinvestimento em equipamentos;
 As dimensões do pilar de coroamento, que é requerido para manter a
estabilidade do terreno;
 A possibilidade de usarem métodos e equipamentos combinados de lavra à céu
aberto e subterrânea.

CAPITULO VI

6.1 Lavra de pláceres


Os métodos de lavra de pláceres estão geralmente associados ao beneficiamento do
material “in loco”, pois envolvendo o manuseio de grandes volumes, com baixo valor
unitário, não possibilitaria, e economicamente, longos transportes e tratamentos
elaborados. A recuperação baixa (usualmente inferir a 50%) é compensada pela
quantidade produzida, graças aos grandes volumes de material tratado.

A lavra de pláceres compreende a lavra de sedimentos inconsolado nos aluviões,


dunas, praias e outros depósitos sedimentares. Em Angola, os principais bens minerais
lavrados são ouro, zircão, monazita e diamante. A escolha do método de lavra é afetada
pelo volume do pláceres, teores, distribuição dos valores, profundidades, granulação do
material, disponibilidade de água, localização, clima, disponibilidade de capital, etc.

Os métodos são classificados em:

 Manuais;
 Hidráulicas;
 Mecânicas.
Métodos manuais

Limitam-se a territórios inexplorados, em depósitos pequenos, porém ricos e pouco


potentes. Um desmonte é manual, quando realizado com ferramentas manuais, e tendo
como fonte de energia a força humana. Ocorre em serviços mineiros de pequeno porte,
principalmente em serviços de pesquisa ou lavra de garimpo.

Figura 7: Métodos manuais ou lavra por garimpo.

Métodos mecânicos

Os métodos mecânicos são executados por processos de dragagem através do


emprego de raspadores de cabos, escavadeiras de arrasto, dragas de alcatruzes, dragas
de conchas ou dragas de sucção.

Figura 8: Lavra de pláceres utilizando o método mecânico feita por dragas.

Lavra com monitores hidráulicos


A lavra de pláceres com monitores hidráulicos (Figura 3.22) consiste em
utilizar a força hidráulica nas frentes de desmonte para a desagregação do minério, é
empregado fundamentalmente onde os materiais são desagregados por ação de água à
pressão (pressões que variam de 15 a 200 m de coluna d’água), como as aluviões de
ouro, cassiterita, diamantes, ilmenita, rútilo, zircão, formações argilosas, arenosas e
outras.

Figura 9: Lavra de pláceres com método hidráulico.

CAPITULO VII

7.1 Importância da seleção do método de lavra

Importância Da Seleção Do Método lavra

A seleção do método de lavra é um dos principais elementos em qualquer análise


econômica de uma mina e sua escolha permite o desenvolvimento da operação. Numa
etapa de maior detalhe, pode constituir-se como fator preponderante para uma resposta
positiva do projeto.

Vantagens

 Aproveitamento de jazidas de baixo teor.


 Elevada escala de produção e de produtividade (flexibilidade de produção).
 Desnecessidade de suporte do céu da mina (emadeiramento, cavilhamento,
enchimento, abatimento controlado, etc).
 Fácil observação e supervisão das atividades.
 Emprego de equipamentos de grande porte (mecanização e automação das
diferentes operações).
 Menores custos de extração.
 Maior segurança do trabalho, melhor higiene e iluminação. - Menor prazo de
construção (tempo de construção). - Ausência de problemas de ventilação.
 Melhor controle do esgotamento.

Desvantagens

 Custos operacionais diretos mais elevados (exige maior remoção e


movimentação de rochas estéreis)
 Imobilização de grandes áreas superficiais (com lavra e bota-foras, etc)
 Restrições de localização (presença de rios, lagos, pântanos, mar, cidades,
construções e edificações, terrenos demasiado valorizados, reservas ecológicas,
etc.).
 Certa dependência das condições climáticas (chuva, vento, neve, insolação
intensa, etc.).
 Lavra se limita até profundidades moderadas
 Restrições de preservação do meio ambiente (preservação e restauração do solo,
disposição de estéreis e rejeitos, preservação de bosques, restauração de
urbanizações, etc.).
CONCLUSÃO
Após as pesquisas, acertos e organização deste trabalho, concluiu-se o trabalho
realçando que, o método é sinônimo de técnicas de extração de material e o projeto da
mina é uma função da seleção da técnica de extração. Essa técnica deve ser selecionada
para depósitos individuais fazendo se considerações as situações existentes durante o
estudo de viabilidade. O conhecimento atualizado e estimativo sobre as tendências
futuras da lavra, equipamentos e métodos são necessários, visto que esses evoluem com
os progressos tecnológicos dos equipamentos de mineração.

Visto que, o projeto da mina deve ser flexível para permitir o desenvolvimento
do sistema de extração. O uso de novos equipamentos ou a mudança para outro método
deve ser considerado se caso mesmo não permita modificações estruturais.

Durante a avaliação das reservas, o custo associado coma obtenção de


informações geotécnicas é mínimo, se comparado com os benefícios que esses métodos
poderão fornecer no desenvolvimento do projeto.
Geralmente, os acessos e a infraestrutura necessária são permanentes durante a
vida da mina, devendo ser consideradas como exigência para se desenvolverem
operações em grande escala.

A operação de uma mina exige grandes investimentos e envolve conhecimento


multidisciplinar, razões pelas quais a seleção do método de lavra não deve ser
responsabilidade de um único indivíduo. A decisão sobre o método está diretamente
relacionada á qualidade da informação, que é baseada na experiência do pessoal
envolvido em projetos simulares de engenharia.

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