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A ORAÇÃO QUE O SENHOR ATENDE - ( 2 Cr 1.

7-12 )
INTRODUÇÃO
A Bíblia registra uma oração feita pelo rei Salomão (1Rs 8.22-53). É considerada a mais longa oração.
Depois de concluir “o santuário real”, no décimo primeiro ano do seu reinado (1Rs 6.38), Salomão inaugurou o
Templo oferecendo sacrifícios ao Senhor (1Rs 8). O rei estendeu as mãos para os céus e ofereceu uma ORAÇÃO
de dedicação. Com isto as Escrituras Sagradas mostram a oração feita com sabedoria.

I – SIGNIFICADO DA PALAVRA ORAÇÃO


Segundo o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade, oração do Heb. Tefilah e do gr.
proseuchomai, e do latim oratiomen é uma “prece dirigida pelo homem ao seu Criador” com o objetivo de:
a) Adorá-lo como Criador e Senhor de tudo quanto existe;
b) Pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas;
c) Agradecer-lhe pelos favores imerecidos;
d) Buscar proteção e uma comunhão mais íntima com Ele e Colocar-se à disposição de seu reino.
Em síntese, podemos dizer que a oração é o meio de comunicação com Deus. Não é apenas uma necessidade do cristão,
mas também, um mandamento. A Bíblia nos exorta a orarmos:
* Invocar a Deus (Sl 17.6; 50.15);
* Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26);
* Clamar ao Senhor (Sl 3.4; Jr 33.3);
* Levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1);
* Buscar ao Senhor (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6);
* Orar (Mt 26.41; Lc 18.1; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17).
II – A ORAÇÃO DE SALOMÃO
Salomão deriva-se do hebraico Shelomah, que significa “pessoa pacífica”. Sob as ordens do profeta Natã, ele
também recebeu o nome de Jedidias, que significa “amado de Yahweh” (2 Sm 12.24,25). Mas Salomão foi o nome que
prevaleceu, pois ele é chamado assim mais de 300 vezes no Antigo Testamento. Seu nome também é mencionado na
genealogia de Cristo (Mt 1.6). Sua história é descrita nos livros de (1Rs 1-11; 2Cr 1-9). Era filho de Davi com Bate-
Seba. Ao contrário de Davi, ele nasceu em um palácio, pois seu nascimento se deu quando Davi reinava sobre todo
Israel (2Sm 12.24,25).
2.1 Sua Oração. No início de seu reinado, o Senhor lhe apareceu em Gibeão e lhe disse: “Pede o que quiseres que eu te
dê” então, Salomão pediu que lhe desse um coração sábio e entendido para julgar o povo. Este pedido agradou a Deus,
que lhe deu, não apenas sabedoria, mas também, riqueza e glória (1Rs 3.4-15; 4.29-34), diz que Salomão foi o mais
erudito dos estudiosos de sua época, superando grandes sábios de Edom. São atribuídos a ele 1005 cânticos, dois Salmos
(72 e 127) e 3.000 provérbios, muitos deles descritos no livro dos Provérbios de Salomão. Ele escreveu também os
livros de Eclesiastes e Cantares. Vejamos alguns motivos pelos quais Salomão orou:
a) Pedindo a bênção contínua sobre a dinastia de Davi (1Rs 8.25,26);
b) Pedindo atenção às suas orações (1Rs 8.27-30);
c) Pedindo justiça para o inocente (1Rs 8.31,32);
d) Pedindo perdão para o penitente (1Rs 8.33-40);
e) Pedindo atenção às orações dos estrangeiros que visitam o Templo (1Rs 8.41-43);
f) Pedindo vitória em tempo de guerra (1Rs 8.44,45);
g) Pedindo restauração após o cativeiro (1Rs 8.46-53).
III – AS ORAÇÕES NA BÍBLIA
A palavra de Deus nos mostra, em diferentes passagens, o poder da oração. Além da sua importância
como instrumento de contato entre nós e Deus, a oração é também uma arma do cristão na guerra espiritual.
Em II Crônicas vemos um exemplo de resposta. Salomão havia, no capítulo 6, pedido ao Senhor que viesse ao
templo que ele construíra, trazendo sua glória. A resposta a essa oração está no capítulo 7. O verso um diz:
"Tendo Salomão acabado de orar... a glória do Senhor encheu a casa". O resultado disso foi que todos
adoraram a Deus, como vemos no verso três. Há quatro tipos de oração expostas nas páginas da Bíblia que são
respectivamente: CONFISSÃO, GRATIDÃO, PETIÇÃO e INTERCESSÃO. Vejamos:
a) Oração de Confissão (Sl 51.1-7,9,11-13). Acontece quando há arrependimento por uma
falha cometida;
b) Oração de Gratidão (Sl 100.4; Jn 2.9). Acontece quando Deus concede uma bênção;
c) Oração de Petição (Mt 7.7; Jo 14.14; Tg 1.6-7; 1Jo 3.22). Acontece quando se busca uma
bênção;
d) Oração de Intercessão (Gn 17.18; Êx 32.9-14; Nm 11.2; 12.13; 14.20; 21.7; 27.5; 1Sm
7.7-9; 12.19,23; 1Rs 18.41-45; 1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42; Ed 9.5-15; Dn 9; Jl 1.13;
2.17,18). Acontece quando se suplica por algo a ser alcançado.
IV – A ORAÇÃO SEM SABEDORIA
Há impedimentos à oração? Por que muitas de nossas orações não são respondidas? Estas são
perguntas comuns entre os servos de Deus. De acordo com o princípio bíblico ensinado pelo próprio
Senhor Jesus em (Mt 7.7,8), há uma garantia de resposta às orações feitas por nós, ao nosso Pai
celestial. Mas, existem situações em que estas orações não são atendidas, pois ferem os desígnios de
Deus, e a realização de Sua vontade em nossas vidas, e das pessoas que nos cercam (Mt 7.9-12).
Vejamos as orações impedidas:
a) Quando pedimos erroneamente (Tg 4.3);
b) Quando a oração é interesseira (Mt 20.20-28);
c) Quando pedimos sem fé, ou duvidamos (Hb 11.6; Tg 1.5,6);
d) Quando estamos fora da vontade de Deus (1Jo 5.14);
e) Quando pedimos o que não convém (Rm 8.26);
f) Quando não perdoamos ao próximo (Mt 18.15-22; Mc 11.25,26);
g) Quando os cônjuges não se entendem (1Pe 3.7);
h) Quando há desavenças familiares (Ef 5.22-25,28-34);
i) Quando há pecados não confessos (Is 59.1,2).

V – A ORAÇÃO FEITA COM SABEDORIA


Em (Mt 7.7) a Bíblia diz: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis, batei, e abrir-se-vos-á" e
(Tg 5.16) está escrito: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Disse Jesus em (Mt
21.21,22) "Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi
feito à figueira, mas até mesmo se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá. E
tudo quanto pedirdes em ORAÇÃO, crendo, recebereis.". afirmamos que nossas orações serão
atendidas:
a) Quando reconhecemos nossas imperfeições (2Cr 7.13,14);
b) Quando confessamos nossos pecados (Pv 28.13);
c) Quando nos humilhamos (Pv 16.8; Tg 4.6);
d) Quando perdoamos ao próximo (Mt 6.14,15);
e) Quando tivermos comunhão uns com os outros (Sl 133; 1Jo 4.7,8);
f) Quando tivermos compromisso (Jo 15.13-16);
g) Quando respeitarmos às pessoas (1Tm 5.1-8);
h) Quando amarmos uns aos outros (Jo 15.12; 1Co 13.1-8);
i) Quando aceitarmos a vontade de Deus (Mt 7.21; Rm 12.1,2).

VI – DEVEMOS VIVER UMA VIDA DE ORAÇÃO


As Escrituras nos ordenam “orai sem cessar” (Ts 5.17). Orar nada mais é que voltar nosso
coração em direção a Deus e receber em troca Seu amor. A Bíblia apresenta vários motivos para o
povo de Deus orar. Podemos dizer que é um mandamento, vejamos:

a) Através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4);


b) Através dos profetas (Is 55.6; Am 5.4-6);
c) Através dos apóstolos (Ef 6.17-18; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
d) Através do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24).

CONCLUSÃO
Podemos aprender nesta lição que, a oração deve fazer parte da nossa vida como servos e
servas do Senhor Jesus (1Ts 5.17) e devemos sempre buscar ao Senhor porque certamente o
acharemos “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis, batei e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). E também que
devemos orar com sabedoria para sermos atendidos pelo Senhor e sempre estarmos com um coração
grato ao nosso Deus por tudo.

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