As quinolonas são geralmente indicadas para o tratamento de infecções do trato urinário e
algumas afecções respiratórias. Deste grupo de antibióticos, os mais citados para uso odontológico são ciprofloxacina e levofloxacina. Entretanto, estudos sobre a eficácia das quinolonas no tratamento das infecções bacterianas bucais ainda são conflitantes e a indicação desses compostos parece carecer de suporte científico.22 De fato, em uma série de amostras de placa dentária subgengival de pacientes com periodontite agressiva, bem como em 192 espécies bacterianas isoladas do exsudato purulento de pacientes com abscessos de origem endodôntica, já foi descrita a resistência bacteriana à ciprofloxacina.23 Em outro experimento, no qual foi avaliada a sensibilidade à levofloxacina de 800 isolados provenientes de infecções odontogênicas, ficou demonstrado que, apesar de o antibiótico agir contra várias espécies de bactérias anaeróbias estritas, a concentração inibitória mínima necessária para tal ação exige uma dosagem muito elevada.24 Os carbapenêmicos, por sua vez, são antibióticos empregados como último recurso para infecções bacterianas causadas pela Escherichia coli e pela Klebsiella pneumoniae. Fazem parte do grupo o imipenem, o meropenem, o ertapenem e o panipenem. Recentemente, foi dado um alerta sobre a disseminação de resistência de algumas espécies bacterianas que possuem o gene Nova Delhi metalo-β-lactamase 1 (NDM-1) a todos os betalactâmicos atualmente disponíveis, incluindo os carbapenêmicos. Essas “superbactérias” foram isoladas na Índia, no Paquistão e, mais recentemente, no Reino Unido. Atualmente, não há novos antibióticos em desenvolvimento para combater as bactérias resistentes aos carbapenêmicos, e a disseminação do gene de resistência NDM-1 criou um cenário de pesadelo em todo o mundo. Sem indicação para uso odontológico.