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DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

Caio Azevedo Vinhal N1

Matrícula: 600850056

Relações de parentesco
 Disposições gerais

Disposições gerais das relações de parentesco no Código Civil


Dando início à nossa análise, você deve saber que há dois tipos de parentes: aqueles
em linha reta e os em linha colateral ou transversal.

Os parentes em linha reta são as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes, ou seja, são os pais, os avós, bisavós, filhos,
netos, bisnetos, etc.

Por sua vez, os parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, são as
pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra, ou seja, são
os irmãos, primos, tios, sobrinhos, etc.

Informações encontradas nas leis do código civil dos números 1591 a 1596
 Doutrinas

Hoje em dia, o tema e abordado de forma bem distinta do que ocorria no CC/1916,
que privilegiava o vinculo consanguíneo e, depois, a afinidade e adoção social civil.
Atualmente, leva-se em consideração o estado de família e o direito fundamental de
ter família. O estado de família e atribuído da personalidade, fundamental para a
identidade do homem como pessoa e fundamental pela pessoa a partir dos vínculos
jurídicos familiares que ligam a outra, ou então pela ausência de tais vínculos, de
natureza consorciai-cooperativa, ou parental.(Rosa Nery.Tratado,v.2,p.651)

FILIAÇÃO – CONCEITO
A filiação pode ser conceituada como sendo a relação jurídica decorrente do parentesco por
consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre os ascendentes e
descendentes de primeiro grau.

O dispositivo inaugural quanto ao tema, o art. 1.596 do CC, consagrando o princípio da


igualdade entre os filhos, repete o que consta no art. 227, §6º da CF.

CC Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação
CF, Art.227, § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.

 Reconhecimento dos Filhos


Seguindo o nosso estudo sobre as relações de parentesco no Código Civil, como você já deve
saber, o filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, sendo tal
reconhecimento irrevogável, mesmo quando feito em testamento. O reconhecimento será
feito:

1. no registro do nascimento;
2. por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
3. por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
4. por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não
haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.

A SABER: O reconhecimento pode acontecer mesmo antes do nascimento do filho, bem como
posteriormente ao seu falecimento, caso ele deixe descendentes.

Em relação à moradia, vale destacar que o filho havido fora do casamento, reconhecido por
um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.

Em relação à idade do filho, caso ele seja maior de idade, ele não poderá ser reconhecido sem
o seu consentimento. Caso seja menor, o filho pode impugnar o reconhecimento, dentro dos 4
anos seguintes após atingir a maioridade, ou a emancipação.

Qualquer pessoa, que possua justo interesse, pode contestar a ação de investigação de
paternidade, ou maternidade.

 Adoção
A sua regulamentação não está disposta no Código Civil, mas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.6069/90 – ECA).

A única disposição no Código Civil sobre este tópico é que a adoção de maiores de 18 anos
dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva.

O poder familiar é constituído pelos direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.

Dessa maneira, enquanto os filhos forem menores, eles estarão sujeitos ao poder familiar.

 Poder familiar
Durante o casamento, o poder familiar compete a ambos aos pais. Contudo, na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
E quando houver divergência entre os pais? Bom, neste caso, divergindo os pais quanto ao
exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz, de modo a
solucionar o impasse.

Quando houver a separação judicial, o divórcio ou a dissolução da união estável, não serão
alterados as relações entre pais e filhos, salvo o direito de ter os filhos em sua companhia.

Caso o filho não seja reconhecido pelo pai, ele ficará sob poder familiar exclusivo da mãe.
Contudo, caso a mãe não seja conhecida ou capaz de exercê-lo, será provido um tutor ao
menor.

Mas o que é este poder familiar? Quais são os direitos e os deveres dos pais? Bom, o poder
familiar consiste, quanto aos filhos, em:

1. dirigir-lhes a criação e a educação;


2. exercer a guarda unilateral ou compartilhada;
3. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
4. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
5. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente
para outro Município;
6. Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não
lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
7. representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento;
8. reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
9. exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e
condição.
10. Suspensão e extinção do poder familiar

Vale destacar que o poder familiar não é eterno, uma vez que ele será extinguido:

1. pela morte dos pais ou do filho;


2. pela emancipação do filho;
3. pela maioridade do filho;
4. pela adoção;
5. por decisão judicial.

Em relação à decisão judicial, ela poderá consistir na perda do poder familiar ao pai ou à mãe
quando:

castigar imoderadamente o filho;

deixar o filho em abandono;


praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;

entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção;

praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, ou contra filho, filha ou
outro descendente:

Homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se


tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;

Estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão.

A SABER: Caso o pai ou a mãe case novamente, ou estabeleça união estável, ele(a) não
perderá, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, os quais
serão exercidos sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.

Além da perda, haverá situações em que o poder familiar será suspenso. Isso acontecerá
quando o pai ou a mãe abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou
arruinando os bens dos filhos.

Neste caso, por requerimento de algum parente ou até mesmo do Ministério Público, caberá
ao juiz adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres,
podendo também realizar a suspensão do poder familiar, quando convenha.

Além disso, o exercício do poder de família também será suspenso quando o pai ou a mãe
forem condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a 2 anos de
prisão.

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