Você está na página 1de 201

MATEMÁTICA | FÍSICA

Sebenta – Engenharias e Tecnologias

PREFÁCIO

Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico de
Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de auxiliar
os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso, realizados
por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para candidatos que
pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos mínimos necessários
para frequentar os Cursos de Engenharia desta instituição que é caracterizada pelos processos de
ensino e aprendizagem com qualidade e rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão
universitária.

A sebenta contém conteúdos de duas (2) disciplinas distribuídos da seguinte forma:

Matemática: Conjuntos numéricos; Potenciação e radiciação; Equações algébricas;


Desigualdades algébricas; Exponenciais e logaritmos; Trigonometria; Geometria no plano; Noções
básicas de derivadas.

Física: Cinemática e Dinâmica; Movimento sob acção de uma força resultante constante;
Movimento de corpos sujeitos às ligações; Centro de massa e movimento linear de um sistema de
partículas.

Cada disciplina referida aborda, de forma resumida, os conteúdos programáticos do Ensino Médio
de Angola, na área de Ciências Exatas.

Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a
orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos.

Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para
suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no
percurso do ensino médio.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


i
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

ÍNDICE

MATEMÁTICA ............................................................................................................................. 1

CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS NUMÉRICOS ..................................................................................... 2

1.1 Principais Conjuntos Numéricos ................................................................................. 2

1.2 Intervalos de Números Reais ..................................................................................... 3

CAPÍTULO 2 - POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO ............................................................................. 6

2.1 Potenciação ............................................................................................................. 6

2.2 Propriedades da Potenciação ..................................................................................... 6

2.3 Radiciação ............................................................................................................ 13

2.4 Número Irracional .................................................................................................. 13

2.5 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário ................................. 13

2.6 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário em Radical ................. 14

2.7 Propriedades dos Radicais ....................................................................................... 14

2.8 Redução dos Radicais ............................................................................................. 16

2.9 Racionalização ....................................................................................................... 16

CAPÍTULO 3 – POLINÓMIOS .................................................................................................... 19

3.1 Definição .............................................................................................................. 19

3.2 Monómio ............................................................................................................... 19

3.3 Grau de Polinómio .................................................................................................. 19

3.4 Valor Numérico ...................................................................................................... 21

3.5 Operações com Polinómios ...................................................................................... 22

3.5.1 Adição (ou Soma) e Subtração (ou Diferença) de Polinómios .................................... 22

3.6 Multiplicação de polinómios ..................................................................................... 24

3.6.1 Multiplicação de Polinómios por Um Número Real (ou Escalar) ................................. 24

3.6.2 Regra de Sinais da Multiplicação ............................................................................................ 25

3.6.3 Multiplicação de Um Monómio por Um Polinómio............................................................. 25

3.6.4 Multiplicação de Um Polinómio por Um Polinómio ........................................................... 28

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


ii
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3.6.5 Divisão de Polinómios ................................................................................................................ 31

3.6.5.1 Divisão de Polinómios Pelo Método das Chaves............................................................ 31

3.7 Dispositivo Prático de Briot-Ruffini ........................................................................... 35

3.8 Produtos Notáveis e Factorização ............................................................................. 38

3.9 Completar Quadrado .............................................................................................. 39

3.10 Factorização ........................................................................................................ 42

3.10.1 Condições de Factorização de Polinómios ......................................................................... 42

CAPÍTULO 4 - EQUAÇÕES ALGÉBRICAS ......................................................................................... 44

4.1 Definição ............................................................................................................. 44

4.2 Classificação.......................................................................................................... 44

CAPÍTULO V - DESIGUALDADES ALGÉBRICAS .......................................................................... 52

5.1 Introdução Sobre Inequações .................................................................................. 52

5.2 Manipulação de Equações........................................................................................ 52

5.2.1 Inequações do 1º grau ............................................................................................................... 53

5.2.2 Inequações do 2º Grau ............................................................................................................... 55

5.2.3 Inequações Modulares ................................................................................................................ 57

5.2.4 Inequações Produto ..................................................................................................................... 60

5.2.5 Inequações Quociente ................................................................................................................. 62

CAPÍTULO VI: EXPONENCIAIS E LOGARITMOS ........................................................................ 66

6.1 Equações Exponenciais ........................................................................................... 66

6.2 Resolução de Equações Exponenciais ........................................................................ 66

6.3 Inequações Exponenciais ........................................................................................ 67

6.4 Resolução de Inequações Exponenciais ..................................................................... 67

6.5 Logaritmo ( log a b  c ) ............................................................................................ 68

6.5.1 Condição de Existência do Logaritmo ................................................................................... 69

6.5.2 Logaritmos Iguais ......................................................................................................................... 70

6.5.3 Logaritmo do Produto .................................................................................................................. 70

6.5.4 Logaritmo do Quociente ............................................................................................................. 70

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


iii
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.5.5 Cologaritmo de Um Número ..................................................................................................... 70

6.5.6 Logaritmo da Potência ................................................................................................................ 71

6.5.7 Logaritmo da Potência da Base ............................................................................................... 71

6.5.8 Logaritmo da Raiz n-Ésima ....................................................................................................... 71


6.6 Mudança de Base ................................................................................................... 71

6.6.1 Mudança da Base Como Quociente ........................................................................ 72

6.6.2 Mudança de Base Como Produto ........................................................................... 72

6.7 Função Exponencial ................................................................................................ 72

6.7.1 Definição ........................................................................................................................................... 72

6.7.2 Representação Gráfica ................................................................................................................ 73

6.8 Função Logarítmica ................................................................................................ 74

6.8.1 Domínio da Função Logarítmica .............................................................................................. 75

6.8.2 Gráfico de Uma Função Logarítmica ...................................................................................... 75

6.8.3 Características do Gráfico da Função Logarítmica ........................................................... 76

CAPÍTULO VII: TRIGONOMETRIA ............................................................................................. 77

7.1 Relações Trigonométricas no Triângulo Rectângulo: Teorema de Pitágoras .................... 77

7.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria .................................................................... 78

7.3 Ângulos Notáveis ................................................................................................... 78

7.4 Fórmulas Trigonométricas ....................................................................................... 79

7.5 Equações Trigonométricas ....................................................................................... 85

7.5.1- Equação do Tipo senx  sen .................................................................................................. 86

7.5.2- Equação do Tipo cos x  cos .................................................................................................. 86

7.5.3- Equação do Tipo tgx  tg ....................................................................................................... 89

7.5.4- Equação do tipo ctgx  ctg .................................................................................................... 89

7.6 Inequações Trigonométricas Fundamentais ............................................................... 94

CAPÍTULO VIII – GEOMETRIA ................................................................................................ 102

8.1 Unidades de Medida de Área e de Volume ................................................................ 102

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


iv
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

8.2 Áreas de Figuras Geométricas Planas....................................................................... 104

8.3 Áreas e Volumes de Figuras Geométricas Sólidas ...................................................... 105

8.4 O Plano Cartesiano ................................................................................................ 109

8.5 Representação de Coordenadas no Plano ................................................................. 109

8.6 Distância Entre dois Pontos de Um Plano.................................................................. 110

8.7 Equação Geral da Recta no Plano ............................................................................ 112

8.8 Estudo da Circunferência ....................................................................................... 115

8.8.1 Equação Reduzida da Circunferência .................................................................................. 115

8.8.2 Equação Geral da Circunferência .......................................................................................... 115


CAPÍTULO IX - NOÇÕES BÁSICAS DE DERIVADAS .................................................................. 118

9.1 Propriedades das Derivadas ................................................................................... 118

9.2 Regras de Derivação ............................................................................................. 118

9.3 Exemplos ............................................................................................................. 119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS .............................................................................................. 121

FÍSICA ................................................................................................................................... 122

CAPÍTULO 1 - MECÂNICA ....................................................................................................... 123

1.1 Fundamentos de Força e Movimento ....................................................................... 123

1.1.1 Medição e Unidades de Medida............................................................................................. 123

1.1.2 Cinemática ..................................................................................................................................... 126

1.1.3 Dinâmica ........................................................................................................................................ 130

1.2 Trabalho e Energia................................................................................................ 139

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA .............................................................. 144

2.1 Definição da Temperatura e Pressão ........................................................................ 144

2.2 Equação de Estado dos Gases Ideais ....................................................................... 147

2.3 Capacidade Calorífica ............................................................................................ 148

2.4 Máquinas Térmicas e Princípio da Termodinâmica ..................................................... 151

2.4.1 Disponibilidade da Energia ...................................................................................................... 151

2.4.2 Máquinas Térmicas .................................................................................................................... 152

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


v
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 3 - ELECTRICIDADE............................................................................................... 157

3.1 Condutores em Equilíbrio Electrostático ................................................................... 157

3.1.1. Carga eléctrica ............................................................................................................................ 157

3.1.2. Corrente Eléctrica e Movimento de Carga ........................................................................ 158

3.1.3. A Lei de Ohm ............................................................................................................................... 161

3.1.4. As Leis de Kirchhoff, Cálculo de Redes Eléctricas ......................................................... 169

3.1.5 O Condensador ............................................................................................................................ 172

3.2 Campos Magnéticos............................................................................................... 175

3.2.1 Campo magnético de um condutor ...................................................................................... 176

3.2.2 Campo Magnético de uma Bobina ........................................................................................ 179

3.2.3 Ferro Magnetismo ....................................................................................................................... 182

3.2.4 Indução Magnética ..................................................................................................................... 184


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 193

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


vi
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

MATEMÁTICA

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


1
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS NUMÉRICOS

1.1 Principais Conjuntos Numéricos

Os conjuntos denotam-se por letras maiúsculas do alfabeto: A, B, C,… e os seus elementos por
letras minúsculas: a, b, c, x, y, ….Para indicar que a é um elemento do conjunto A, escrevemos:
a A e se a não é um elemento do conjunto A, escrevemos: a A. Para descrever qualquer
conjunto utilizamos dois recursos: 1º) Descrição pela citação dos elementos do conjunto,
Exemplo: M =  a, b, c, d e 2º) Descrição pela propriedade que caracteriza os seus elementos,
Exemplo: M: é o conjunto das quatro primeiras letras do alfabeto.

Os principais conjuntos numéricos são: ; ; Q e R. As relações entre conjuntos são mais


evidentes quando se mostram com Diagramas de Venn.

Exemplo:

 é o conjunto dos números naturais e representa-se por: = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}

 é o conjunto dos números inteiros e representa-se por: = {0,  1,  2,  3, 4, …}

 Q é o conjunto dos números racionais e representa-se por:

Q =  tal que os seus elementos podem representar-se como uma

fração decimal que possui finitos algarismos após a vírgula (Exemplo: ou como uma

fração decimal de infinitos algarismos de dízima periódica, isto é, após a vírgula repete-se sempre

algum dos algarismos (Exemplo: ).

Se os elementos não podem representar-se como uma fração finita, pois

possui infinitos algarismo após a vírgula, mas não se repete nenhum, então eles não são

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


2
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

elementos do conjunto Q e chamam-se simplesmente números irracionais (Exemplo:

cujo conjunto se denota por: I.

 R é o conjunto dos números reais que inclui os números racionais e os números irracionais. Os
subconjuntos dos números reais representam-se com intervalos.

1.2 Intervalos de Números Reais

Tabela 1 - Representação de intervalos de números reais

Intervalos Representação na recta real Condição Conjunto

a, b
a≤x≤b {x ∈ ℝ : a ≤ x ≤ b}
a b
Fechado

 a, b
a<x<b {x ∈ ℝ : a < x < b}
a b
Aberto

 a, b

Semiaberto a<x≤b {x ∈ ℝ : a < x ≤ b}


a b
à esquerda

a, b
a≤x<b {x ∈ ℝ : a ≤ x < b}
Semiaberto
a b
à direita

Nota: o primeiro dos casos chama-se intervalo fechado, onde os extremos a e b estão incluídos; o
segundo chama-se intervalo aberto onde não estão incluídos os extremos e os dois restantes são
semiabertos (ou também semifechados).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Usando a notação de conjunto, escreva os seguintes intervalos:

a) ]−3, 6[ b) ]  , 6] c) [ 2, 3] d) [−1, 0[ e) ]−∞, 0[

Solução: É importante observar se os extremos do intervalo estão incluídos. Neste caso usam-se
convenientemente os sinais  ou . Assim escrevemos:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


3
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a) ]−3, 6[ = x  R :  3  x  6 d) [−1, 0[ = x  R : 1  x  0

b) ]  , 6] = x  R :   x  6 e) ]−∞, 0[ = x  R : x  0

c) [ 2, 
3 ] = xR: 2x 3 

2. Se A = {x ∈ ℝ : 2 < x < 5} e B = {x ∈ ℝ : 3 ≤ x < 8}, determine:

a)A ∩ B b) B – A c) A – B

Solução: em cada item é conveniente representar sobre a mesma recta numérica os intervalos A
e B, para determinar com precisão os elementos comuns e também observar se os extremos do
intervalo estão incluídos na união ou na intersecção. Nestes casos usam-se convenientemente os
sinais  ou . Assim escrevemos:

a)A ∩ B = { x ∈ ℝ : 3 ≤ x < 5} b) B – A = { x ∈ ℝ : 5 < x < 8 } c) A – B = { x ∈ ℝ : 2 < x <


3}
3. Represente graficamente os resultados de cada expressão abaixo:

a)]  , 6] ∪ [−1, 1[
-1 1  6

b) [ 2, 1 , 3]
3] ∩ [
2
1 2 3
3
2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Quais das alternativas abaixo são falsas?

a) {Ø} é um conjunto unitário

b) { } é um conjunto vazio

c) Se A = {1, 2, 3}, então {3} ∈ A

d) M = {x : x = 2n, onde n ∈ ℕ} é o conjunto dos números naturais ímpares

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


4
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

e) Ø ⊂ [ 1 , 1 ] f) Ø ⊂ [ 1 ,- 1 ] ∪ { }
2 2 2 2

g) B ∩ A ⊂ (A ∪ B) h) Q ⊂ (R − )

2. Escreva cada proposição abaixo usando o sinal de desigualdade.

a) a é um número positivo

b) b é um número negativo

c) a é maior que b

3. Represente graficamente os seguintes intervalos:

a) [−10, 11] b) −∞ < x <−1 c) ]−3, 0] d) √3 ≤ x ≤ √5 e) ]0, +∞ [

f) ]5, 7] ∩ [6, 9] g) ]−∞, 7] ∩ [8, 10]

4. Sejam M = {x ∈ ℝ: 2 ≤ x <10}, N = {x ∈ ℝ: 3 < x < 8} e P = {x ∈ ℝ: 2 ≤ x ≤ 9}.

Determine o conjunto P − (M − N).

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. São falsos os itens:


c) Pois o elemento 3  A, mas o conjunto {3}  A.
d) Pois M é o conjunto dos naturais pares.

e) Pois o intervalo [ 1 , 1 ] não é um conjunto de conjuntos, então não inclui o conjunto vazio
2 2
e tampouco é um conjunto que não tem elementos, logo não é igual ao Ø.
h) Pois  Q e se do conjunto dos reais se elimina , está-se a eliminar uma parte de Q e
então Q não pode estar incluído no conjunto (R − ).

2. a ;b a b

3. Apresentam-se os três primeiros:


11 3 0
a) b) c)

4. M – N =  3, 8   8, 10 [ Logo P − (M − N) = ] 3 , 8 [

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


5
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 2 - POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

2.1 Potenciação

n
A potência é o produto de n factores iguais a a, ou seja: a  a.a.a. ... .a
 , n ∈ N.
n fat ores

a é a base;
onde : 
n é o expoent e.
Exemplos:

a) 33  3  3  3  27 b)  22   2 2  4 c)  3 
2

3 3
 
9
4 4 4 16

2.2 Propriedades da Potenciação

A) Multiplicação de Potências da Mesma Base


Procedimento: conserva-se a base e somam-se os expoentes.
am . an = am + n

Exemplos:

a) 2 x  2 2  2 x2 b) a4  a7  a47  a11

c) (0,9)8  (0,9) 2  (0,9)5  (0,9)825  (0,9)15 d) 24  28  248  212

B) Divisão de Potências da Mesma Base

Procedimento: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.

am am
 a mn ; a  0 ou a mn 
an an

Exemplos:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


6
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

26 34 4
4 x a4
a)  263  23 b)  3 4 x c) a  a 45  a 1 d) a 
23 3x a 5
ax

C) Potência de Uma Potência

Procedimento: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.

( a m ) n  a m.n

Exemplos:

a) (3 )  3
2 3 2.3
 36 b) 4 
3 2
 432  46

c) b 
x 4
 b x4  b 4 x d) 37 x  37  x

D)Potências de Um Produto

Procedimento: Eleva-se cada factor a esse expoente.

( a m ) n  a m.n

Exemplos:

a)
x  a 2  x2  a2

b) 4 x   4 3  x 3  64 x 3
3

   
4
c) 3 x  3 4   x 2 
4 4 1 4
 34  x  34  x 2
 3 4  x 2  81x 2
 

 x  y  2  x  y
1 1 1
d) x y x 2y 2

e) (5.4) 2  5 2.4 2  20 2

E) Potências de Um Quociente

Procedimento: Eleva-se o dividendo e o divisor a esse expoente.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


7
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

n
a an an a
n
   n , com b  0 e    ; (b  0)
b b bn b

Exemplos:

2
a)  2 22 2
4 b)  1  12 1
     
3 32 9 5 52 25

1 1

c) 2 2 2
2 2
2 d)  4 
2
42
     
16
3
1
2 3 3 
9
 92 81
3

F) Potência decimal ou potência de base 10


Uma potência decimal é um múltiplo da potência de base 10, apresentando algumas vantagens:
a) Evita trabalhar-se com números muito extensos.
b) Estes números extensos podem ser substituídos por expressões com o mesmo significado
e valor.
Exemplos:

a) 103  10 10 10  1000 b) 105  10 10 10 10 10  100000

Conversão de 10 ou múltiplo de 10 numa potência decimal


Para realizar esta conversão, basta contar o número de zeros à direita do algarismo 1 (que
representará o expoente da potência).
O expoente indica-nos quantos zeros devem ser colocados à direita do algarismo 1

Tabela 2 - Potência de base 10

Números Potência Resolve-se

10 101 10

100 102 10  10

1000 103 10  10  10

10000 104 10  10  10  10

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


8
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

100000 105 10  10  10  10  10

100000 106 10  10  10  10  10  10

… … …

Múltiplos de potência de base 10


A partir de um número, obtém-se o seu produto e a sua potência.

Tabela 3 - Múltiplos de potência de base 10

Número Produto Potência

30 3  10 3 101
300 3 100 3 102
7 000 7  1000 7  103
2 000 000 2  1000 000 2106
9 000 000 000 9  1000 000 000 9 109
11 000 000 000 000 11 1000 000 000 000 111012
25 000 000 000 000 000 25  1000 000 000 000 000 251015
194 000 000 000 000 000 000 194  1000 000 000 000 000 000 1941018
214 000 000 000 000 000 000 000 214  1000 000 000 000 000 000 000 214  1021

G) Casos particulares

i) Base negativa:

A potência é Positiva se o expoente for par e é Negativa se o expoente for ímpar.


Exemplos:
a)  24   2 2 2(2)  16 b)  33   3 3 3   27

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


9
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

ii) Base positiva e expoente negativo: é igual ao inverso dessa potência com expoente
positivo.

a n  1
an

Exemplos:

3
1 1 2 2
a) a 3    b)  2  
1 3
  
9
a3  a   
3 2
2
2 4
 
3

2
c)  4 2    1   1
3 3
d)  2  1  3 27
       
 4 16  3  2
2
 2  8
 
 3

iii) Expoente fraccionário:


m


n
a n
am

Exemplos:
1
x  2 x1  x
5

2 7
a) b) 3
x7  x 3 c) a 2
a5

1 8
d) 25 2  25  5
e) x 3  3
x8 f) 9 2 
1
91  3

iv) Potência de expoente 1: é igual à base.


Qualquer número natural é uma potência de expoente 1 (um)

Exemplo:

(10)1  10 b) (10)1  10 d) 71  7 d) (0,8)  0,8


1
c)  1   1
1
a)
5 5
1
1 1
10  10     3   3
1 1
f) g) h)
2 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


10
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

v) Potência de base 1 é igual a 1.


Exemplos:
1
a) 15  1 b) 13  1 c) 1 2  1 d) 21  2 e) 1225  1

vi) Potência de base 0 (zero) é igual a 0.


1
3
a) 0 0
5
b) 0 0 c) 0 2
0 d) 010  0 e) 0225  0

vii) Potência de expoente 0 (zero): qualquer potência de expoente zero em qualquer base é
igual a 1 (um).

a 0  1, (a  0)
Exemplos:
0
c) 
(3) 0  1 1 2250  1
a) 12
0
1 b)   1 d) 20  1 e)
2

f) 32  50  9  1  10 g) (100) 0  10  1  1  2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Calcule:

4
a) 12002 b) 24 c) (2) d) (  2 )  4
3

2. Escreva numa só potência:

 5 
3
a) 35.32.37 b)
2 4.2 6 5 3
c) 10 .10 .10 d)
4 2

37.33 10 7.10 4

3. Calcule cada uma das potências.

2x  8
3
3 2 2 3 6 3
2
a) b)  x  c)
3  2  5 3/ 5

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


11
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3
 29 
d) 
3
 
 2 2.2 

4. Assinale se as alíneas são verdadeiras ou falsas. Corrija as falsas.

a) 73  43  283 b) (2  5) 2  2 2  5 2 c) (9 )  3
4 6 48

2
d) (0,25)  16

5. Escreva na forma decimal.

a) 10 6 b) 108 c) 10 6 d) 10 2

6. Escreva na forma de potência de base 2.

a)  0,53 b)  0,25
2
c)  0,25  2 3
d) 16
2
: 0,25 3

7. Simplifique dando a resposta na forma de potência de base 3.

( 27 3 ) 6 .(243 2 ) 4 .(3)
[(0.1) 2 ] 3 .(729 2 ) 3 .[(0,3  4 )  2 ] 6 .9

8. Calcular o valor das expressões:

(7  3) 2 .10 2 5,4.0,036.23 4 7 .8 2.2 2 9.2.2 3


a) b) c) d)
10 3.10 1 2,3.0,054.0,36 1024 2 2 4.2 2.2 5

9. Se x  36 e y  9 , então pode-se afirmar que:


3

a) x é o dobro de y b) x – y = 1
c) x = y d) y é o triplo de x

 
 
1
2
10. Se x = 4, indique o valor de
 x 2  3
x .x :
2 x 5
 

 5  3   2 
2 2

11. Simplifique a expressão 3


1 1
32  
5 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


12
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2.3 Radiciação

A raiz enésima de um número a é indicado por:

n
a  b  bn  a n  Z e n  2

n n - o índice;
Em a, temos: 
a - o radicando.

Exemplos:

a)
4  2 pois 22  4

b)
5
32  2 pois 2 5  32

2.4 Número Irracional

É um número real que não pode ser escrito sob a forma p/q, com p e q números inteiros.

Exemplos:

3 4
2, 5, 15

2.5 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário

m
n
Um radical pode ser representado na forma de potência com expoente fraccionário: am  a n

Exemplos:

1 1 2
a) 2  22 b)
3
5  53 c)
3
52  5 3

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


13
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2.6 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário em Radical

Uma potência de expoente fraccionário pode ser transformada num radical

m
a  n n
am
Exemplos:

3 2 2
( ) 1 ( ) 1
a) 10 2
 b) 5 
3 3
5 2
c) 5 3
 3
103 52

2.7 Propriedades dos Radicais

a) Produto de radicais com o mesmo índice

Procedimento: Conserva-se o índice e multiplicam-se os radicandos, simplificando sempre que


for possível o resultado obtido.
Exemplos:

Efectue as multiplicações seguintes:

 
a) 2 7  3 5  2  3 7  5  6 35
   
b) 33 2  53 6  83 4  3  5  83 2  6  4  1203 48  2403 6

c)  18x   2x  
3 2 3 3
36 x 3  x3 6

1 1 3 2
d) 3  3 2  3 2  2 3  3 6  2 6  6 33  6 2 2  6 108


e) 3 2  2   
2  3  3( 2 ) 2  9 2  2 2  6  6  (9  2) 2  6  7 2

b) Divisão de radicais com o mesmo índice:

Procedimento: Devemos conservar o índice e dividir os radicandos, simplificando sempre que for
possível o resultado obtido.
Exemplos:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


14
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Efectue as divisões abaixo:

a) 3
20  3 10  3
20
 3
2 b) 28  7 
28
 4 2
10 7

c) 30 15  5 3  30 15
6 5 d) 12  3 
12
2
5 3 3

e) 50  2 
50
5
2

c) Potência de radical

Procedimento: Para elevar um radical a uma potência, conservamos o índice do radical e


elevamos o radicando à potência indicada.
Exemplos:

Calcule as potências:

 2
1 2
2
a)  (2 )  2  2
2 2 2

 9
2 4
2
b) 3
 (3 32 ) 2  (3 3 ) 2  (3) 3  3 34  3 33.3  33 3

c) 4 5  3
 43 53  64 53  64 5 2.5  64.5 5  320 5

d)  
7  3  ( 7 ) 2  2 7 3  ( 3) 2  7  2 7.3  3  10  2 21  2(5  21)
2

d) Radical de radical

Procedimento: Devemos multiplicar os índices desses radicais e conservar o radicando,


simplificando o radical obtido, sempre que possível (considerando o radicando um número real
positivo e os índices números naturais não-nulos).

m.n
mn
a  1 . a  mn a
Exemplos:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


15
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Reduza a um único radical:

a) 81  2 x 2 1  81  4 817

b)
3
7  3 x 2 1 7  6 7
2 1

c)
3
5 
2 2 x3 x 2
1 1  5  5  5  5  6 5
2 12 2 12 6

d) 4
23 5  4 x 2 x 3 1  2  5  24 10

2.8 Redução dos Radicais

Para reduzir os radicais ao máximo possível, devemos decompor primeiro os radicandos.

Exemplos:

a) 144  24  32  22  3  12

b) 3
243 
3
243  3 35  3 32  33  3  3 9
c) 8  18  2 2  3 2   2

2.9 Racionalização

Procedimentos: Recorrer às propriedades de radiciação.

1. Temos no denominador apenas raiz quadrada:

4 4 3 4 3 4 3
   
3 3 3  32
3

2. Temos no denominador raízes com índices maiores que 2:


2
a)
3
Temos que multiplicar numerador e denominador por
3
x2 , pois 1 + 2 =3.
x

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


16
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2 3
x2 2  3 x2 2  3 x2 2  3 x2 2  3 x2
    
x1  x 2 x1 2
3 3 3 3 3 x
x x2 x3
1 5
b) Temos que multiplicar numerador e denominador por x 3 , pois 2 + 3 = 5.
5 2
x
5 5 5 5 5
1 x3 x3 x3 x3 x3
    
5
x2 5
x3 5
x2  x3 5
x 23 5
x5 x
3. Temos no denominador soma ou subtração de radicais:
2

2

 7 3

 
2 7 3  

2 7 3

2   7 3

  7 3 
7 3  7 3  7 3
2
    
7  3
2
73 4 2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Dê o valor das expressões e apresente o resultado na forma fraccionária:

1 4
a) b) 0,81 c) 2,25 d)
100 9

2. Calcule a raiz indicada:

9 4 12
a) a3 b)
3
48 c) t7 d) t

3. Escreva na forma de potência com expoente fraccionário:


5
a) 7 b) 2
4 3
c) 32 d)
6
a5

4. Escreva na forma de radical:


5

a b  m n 
1 1 1
 7 
a) 8 2
b) a c)
3 4 d)
2 5

5. Calcule as seguintes raízes:

a) 3
125 b) 5
243 c)
3
 125 d)
5
1

6. Factorize e escreva na forma de potência com expoente fraccionário:

3 8 4
a) 32 b) 8
512 c) 625 d) 27

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


17
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

7. Simplifique os radicais:

5
a) a10 x b) a 4b 2 c c) 25a 4 x 3
432
8. Determine as somas algébricas:
73 5
a) 2  23 2  3 2 b) 5
3
2  83 3  2  43 2  83 3
3 4
9. Simplifique as expressões e calcule as somas algébricas:

a)
4
96  4 486  24 6  94 243 b) 43 81  813 375  103 24
64 729 125

10. Simplifique a expressão  4 a 2 y 4  


 1 6 3 10 5 10  .
y a  a y 
2 

11. Racionalize as expressões:

a)
2 2 b) 3 1 3 1
3 
5 3 2 3 1 3 1

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS SOBRE RADICIAÇÃO

1 9 15 1
1. a) b) c) d) 
10 10 10 4
3
2. a) 3
a b) 23 6 c) t t d) t
1 3 2 5
2 5 6
a) 7 c) 3 d) a
4
3. b) 2
1 1
7 5 4 3
4. a) 8 b) a c) a .b d)
5
m 2 .n

5. a) 5 b) 3 c)  5 d)  1
5 3 4 3
7 4
6. a) 2 3
b) 2 7
c) 3 d) 3

7. a) a2 5 x 2
b) a b c c) 5a 2 x d) 62 2
11 3
 2
8. a) 12 b)
3
2 2

9. a) 34 6  273 3 3
b) 44 3
y
 a
10. 10. 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


18
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

11. a) 5  33 4 b) 4

CAPÍTULO 3 – POLINÓMIOS

3.1 Definição

Um polinómio na variável real x é definido como sendo uma soma algébrica de monómios.

Px  an xn  an1xn1  ... a2 x2  a1x1  a0 , onde (n ∈ℕ0).

3.2 Monómio

Um monómio é uma expressão constituída por um número, por uma variável ou por um produto
de números de expoentes naturais.

3.3 Grau de Polinómio

Dado o polinómio Px   a n x n  a n 1 x n 1  ...  a 2 x 2  a1 x1  a0 , não identicamente nulo, com

a n  0 , o grau do polinómio é dado pela mais alta potência da variável do polinómio P(x).

Tabela 4 - Grau de polinómios

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


19
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplos Procedimentos Grau do polinómio

P x   4 x 3  3 x  5 Expoente do maior termo 3

Px  7 x3 y 2  2 xy  15 Soma dos expoentes do termo de 5


maior grau
Px  5 Número 0

Observação:

Um Polinômio é nulo, (P(x) = 0) quando todos os coeficientes são iguais a Zero.

Exemplos:

a) P(x) = 0 x 4  0 x 3  0 x 2  0 x  0 = 0

b) Se P( x)  (a  7) x 3  4(2  b) x 2  6(c  2) x  4d é identicamente nulo, concluímos que:

a  7  0 a7
 4(2  b)  0  b  2


6(c  2)  0  c  2

 4d  0 d0

a) Em relação a uma das variáveis, o grau do polinómio é dado pelo maior expoente
dessa variável.
Exemplos:

a) P( x)  5 x  3x  4 x  5  gr ( P( x))  3  Polinómio do 3º grau


3 2

b) Px   5yx
3

gr(Px )  3  grau do polinómio P(x) em relação a x


gr(Px )  1  grau do polinómio P(x) em relação a y

c) P x   2 xy  4 x y
2 2

gr(Px )  2  grau do polinómio P(x) em relação a x


gr(Px )  2  grau do polinómio P(x) em relação a y

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


20
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3.4 Valor Numérico

Quando é atribuído um número à variável x , ou seja x   ( ℝ), e calculamos


P   a n n  a n 1 n 1  ...  a 2 2  a1 1  a 0 , dizemos que P  é o valor numérico do polinómio
para x   .

Exemplos:

Determinar o valor numérico do polinómio Px   x  4 x  6 x  4 para:


3 2

a) x 1 b) x   1 c) x  0 d) x  3
2

Resolução:

a) Substituindo a variável x por 1 teremos:

P1  13  41  61  4  1  4  6  4  1


2

b) Substituindo a variável x por   1  teremos:


 2

3 2
 1  1  1  1 1 1  1 65
P        4    6    4    4     6      4  
 2  2  2  2 8  4  2 8

c) P0  03  402  60  4  0  0  0  4  4

P3  33  43  63  4  27  36  18  4  5


2
d)

EXERCÍCIOS

1. Determine o valor numérico dos seguintes polinómios:

a) Px  
3 2
x para x  3 c) P x   2 x 3  2 x  5 para x2
4

b) Px   7 x  15 para x  5 d) Px   3x 3  4 x 2 para x  1

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


21
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2. A partir do polinómio Px   x 2  2 x  a , obtenha o valor numérico de a , de modo que

P3  10 .

3. Determine o grau dos seguintes polinómios:


a) F  3ab 3  5a 2 bc 2  3a 3b d) B  10cx 2  4 y

b) G  5a 2 x  3ax 2  8x 4  3ax 3 e) L  10dx 3  4

c) D  4bx 2  2bx  2 f) A  33x  41x 2

3.5 Operações com Polinómios

Sejam Px  e Qx  , tais que Px   a n x n  a n1 x n1  ...  a 2 x 2  a1 x1  a0 , e

Qx   bn x n  bn 1 x n 1  ...  b2 x 2  b1 x1  b0 e k  ℝ .

3.5.1 Adição (ou Soma) e Subtração (ou Diferença) de Polinómios

As operações de adição e subtração de polinómios requerem a aplicação de jogos de sinais,


redução de termos semelhantes e o reconhecimento do grau do polinómio. Vejamos com
exemplos, como são realizadas as operações de adição e subtração.

a) Adição

P x   Q x   a n  bn x n  a n 1  bn 1 x n 1  ...  a1  b1 x 1  a 0  b 0 

Observação: Px   Qx   P  Q x 

Exemplo:

Dados os polinómios Px  e Qx  , calcule Px   Qx 

Px   3x 3  2x 2  7 e Qx   3x 4  7x 3.  2x  1.

Somando-se os coeficientes dos termos do mesmo grau, obtemos:

Px   Qx   0  3x 4  3  7x 3   2  0x 2  0  2x  7  1  3x 4  4 x 3  2 x 2  2 x  8

b) Subtração

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


22
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Subtraindo-se os coeficientes dos termos de mesmo grau, obtemos:

Px   Qx   a n  bn x n  a n 1  bn 1 x n 1  ...  a1  b1 x1  a0  b 0 

Observação: Px   Qx   P  Q x 

Exemplo: Dados os polinómios Px  e Qx  , calcule Px   Qx 

Px   3x 3  2 x 2  7 e Qx   3x 4  7 x 3.  2 x  1.

Subtraindo-se os coeficientes dos termos de mesmo grau, obtemos:

Px   Qx   0  3x 4  3  7x 3   2  0x 2  0  2x  7  1  3x 4  4 x 3  2 x 2  2 x  6

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

1. Efectue as seguintes adições de polinómios:

a) 2 x 2
 
 9 x  2  3x 2  7 x  1 
b) 5 x 2
 
 5 x  8   2 x 2  3x  2 
c) 2 x 3
 
 5 x 2  4 x  2 x 3  3x 2  x 
2. fectue as seguintes subtrações de polinómios:

a) 6 x 2
 
 6 x  9  3x 2  8 x  2 
b)  2a 2
 
 3a  6   4a 2  5a  6 
c) 4 x 3
 
 6 x 2  3x  7 x 3  6 x 2  8 x 
Resolução:

1.a) 2 x 2  9 x  2  3x 2  7 x  1  2 x 2  9 x  2  3x 2  7 x  1  5 x 2  2 x  1

1.b) 5 x 2  5 x  8   2 x 2  3x  2  5 x 2  5 x  8  2 x 2  3x  2  3x 2  8 x  10

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


23
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1.c) 2 x 3  5 x 2  4 x   2 x 3  3x 2  x   2 x 3  5 x 2  4 x  1  2 x 3  3x 2  x  4 x 3  2 x 2  5 x

2.a) 6 x 2  6 x  9  3x 2  8 x  2  6 x 2  6 x  9  3x 2  8 x  2  3x 2  14 x  11

   
2.b)  2a 2  3a  6   4a 2  5a  6  2a 2  3a  6  4a 2  5a  6  2a 2  2a

2.c) 4 x 3  6 x 2  3x   7 x 3  6 x 2  8 x   4 x 3  6 x 2  3x  7 x 3  6 x 2  8 x  3x 3  5 x

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Efectue as seguintes adições e subtrações:

a) 5x 2
 
 2ax  a 2   3x 2  2ax  a 2 
b) y 2
 
 3y  5   3y  7  5y 2 
c) 9 x 2
 
 4 x  3  3x 2  10 
d) 7 x  4 y  2  2 x  2 y  5

e) x 2
 
 2 xy  y 2  y 2  x 2  2 xy 
f) 7ab  4c  3a   5c  4a  10

Resposta:

a) 2x ; 2

b)  4 y  2 ;
2
 
c) 12 x  4 x  13 ;
2

d) 5 x  2 y  3 ; e) 0  ; f) 7ab  c  7a  10

3.6 Multiplicação de polinómios

3.6.1 Multiplicação de Polinómios por Um Número Real (ou Escalar)

Na multiplicação de um polinómio por um número real (ou escalar), devemos observar o seguinte
procedimento: seguir cuidadosamente a regra dos sinais e a redução dos termos semelhantes.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


24
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3.6.2 Regra de Sinais da Multiplicação

       ;       ;       e     

k  P x   k  a n x n  k  a n 1 x n 1  ...  k  a 2 x 2  k  a1 x 1  k  a 0 
Observação: k  P x   k  P  x 

Exemplos:

Multiplique os seguintes polinómios pelas constantes correspondentes:

a) P x   3x 3  2 x 2  7 e k  -4

Multiplicando-se os coeficientes dos termos do polinómio pela constante - 4 obtemos:


 4Px    43x 3  2 x 2  7   43x 3   42 x 2   47  12 x 3  8 x 2  28

b) P x   5 x 4  3x 3  7 x  3 e k  2.

Multiplicando-se os coeficientes dos termos do polinómio pela constante 2 obtemos:


2Px   2 5 x 4  3x 3  7 x  3  25 x 4  23x 3  27 x  23  10 x 4  6 x 3  14 x  6

3.6.3 Multiplicação de Um Monómio por Um Polinómio

Para multiplicarmos um polinómio por um monómio devemos multiplicar cada monómio do polinómio
por cada monómio multiplicador, aplicando a propriedade distributiva da multiplicação.

Vejamos o exemplo abaixo:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


25
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Multiplicar o polinómio 2 x
2
 y pelo monómio 7 xy 2 .

Efectuando as multiplicações, teremos:

    
7 xy 2  2 x 2  y  7 xy 2  2 x 2  7 xy 2  y  14 x 3 y 2  7 xy 3 
Veja mais exemplos:

a) 2a  7b  3c  2a  7b  2a  3c  14ab  6ac

b) 4 x  2 y    3x   4 x 3x   2 y 3x   12 x 2  6 xy

c) 6a  5b 3c  (6a  3c)  5b  3c  18ac  15bc

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Multiplicar o polinómio 7ax 2  4ax  a  2 pelo monómio 3a 2 x .

efetuando as multiplicações, teremos:

7ax 2
         
 4ax  a  2  3a 2 x  7ax 2 3a 2 x  4ax 3a 2 x  a  3a 2 x  2  3a 2 x 
 21a 3 x 3  12a 3 x 2  3a 3 x  6a 2 x

2. Multiplicar o polinómio 3x y  2 xy  x  5 y pelo monómio  xy


2 2 3 3
 1
.
Efectuando as multiplicações, teremos:

3x 2
       
y  2 xy 2  x 3  5 y 3   xy 1  3x 2 y xy 1  2 xy 2   xy 1  x 3   xy 1  5 y 3   xy 1   
 3x 3 y 0  2 x 2 y1  x 4 y 1 x  5xy 2  3x 3  2 x 2 y  x 4 y 1  5xy 2

3. Multiplicar o polinómio x 3  5x 2  10 x  7 pelo monómio  2x  2


.
Efectuando as multiplicações, teremos:

x 3
       
 5 x 2  10 x  7   2 x 2  x 3  2 x 2  5 x 2  2 x 2  10 x   2 x 2  7   2 x 2   
 6 x 5  10 x 4  20 x 3  14 x 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


26
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

4. Multiplicar o polinómio y 2  2 y  1 pelo monómio 0,5 y 3 .

Efectuando as multiplicações, teremos:

y 2
    
 2 y  1  0,5 y 3  y 2 0,5 y 3  2 y 0,5 y 3  1  0,5 y  
 0,5 y 5  y 4  0,5 y 3

x
5. Multiplicar o polinómio x 3  3x 2 pelo monómio .
2

Efectuando as multiplicações, teremos:

 x

   x  3x 
3 2 x 3
x 
x

 3x 2 
x4

3x 3
   
2 2 2 2 2

2x
6. Multiplicar o polinómio 2 x 2  1 x pelo monómio .
3 2 3

Efectuando as multiplicações, teremos:

 2x   2 2 1  2x  2 2  x1  4x3 2x 2
  x  x   x   x  
 3  3 2  3 3  22  9 6

7. Simplifique as expressões:

a)  
2a  a 4  5a  3a 3  a 2  2  

b) 
2y y2  2y  2


y 2 3 y  7 
5 5

Resolução:

  
a) 2a  a 4  5a  3a 3  a 2  2  
 2a 5  10a 2  3a 5  6a 3
 a 5  6a 3  10a 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


27
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

b)

2 y y2  2 y


y 2 3 y  7 

5 5
2 y3  4 y 2 3 y3  7 y 2
 
5 5
3 2 3
2y 4y 3y 7 y2
   
5 5 5 5
3 3 2
2y 3y 4y 7 y2
   
5 5 5 5
3 2
y 3y
 
5 5

3.6.4 Multiplicação de Um Polinómio por Um Polinómio

Para multiplicar dois polinómios, aplicamos a propriedade distributiva da multiplicação em relação


à adição e à subtração. Isto é, multiplicamos cada termo do 1º polinómio por cada termo do 2º
polinómio. Em seguida, agrupamos os termos semelhantes.

Exemplos:

1. Se multiplicarmos 3x  1 por 5 x  2



 2 , teremos:

3x  1  5 x 2 2  → aplicar a propriedade distributiva.

   
3x  5 x 2  3x  2  1  5 x 2  12  15 x 3  6 x  5 x 2  2
 
Portanto: 3x  1  5 x 2  2  15 x 3  5 x 2  6 x  2

2. Multiplicando 2 x 2
 x 1  por 5x  2 , teremos:
2 x 2

 x  1  5 x  2 → aplicar a propriedade distributiva.

2x 2  5x   2x 2   2  x  5x   x   2  1  5x   1   2


 10x 3 - 4x 2  5x 2´ 2x  5x  2
 10x 3  x 2  3x  2
Portanto: 2 x 2

 x  1 5 x  2  10 x 3  x 2  3x  2

3. Dados os polinómios Px  e Q  x  , calcule Px   Qx 

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


28
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a) P x   3 x 3  2 x 2  7 e Q x   3 x 4  1


Px Qx   3x 3  2x 2  7 3x 4  3  
 3x 3
 3x 4   3x  3  2x
3 2
    
 3x 4  2x 2  3  7  3x 4  7  3
 9x 7  9x 3  6x 6  6x 2  21x 4  21
 9x 7  6x 6  21x 4  9x 3 - 6x 2  21

b) P x   3ab  5ab e Q  x   2a  7 a 2 b 3
2


P  Q  3a 2 b  5ab 2 2a  7a 2 b3  
 
 3a 2 b  2a  3a 2 b  7a 2 b3  5ab 2  2a  5ab 2  7a 2 b3   
 6a3 b  21a 4 b 4  10a 2 b 2  35a 3b5
 21a 4 b 4  35a 3b 5  6a 3b 210a 2 b 2

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

Efectue os seguintes produtos:

a) 3x  5  b) 2 x x  5  c) 4 xa  b 

d) 
2x x 2  2x  5  e) 3x  2 x  5  f) x  4 y x  y 

g) 3x 2
 4x  3 x  1 h) x 3

 2 x3  8 
Resolução

a) 3x  5   3x  15 ; b) 2 xx  5   2 x 2  10 x

c) 4 xa  b   4ax  4bx d) 2 xx 2  2 x  5   2 x 3  4 x 2  10 x

3x  2x  5   6 x 2  15 x  2 x  10
e)
 6 x 2  17 x  10

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


29
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

x  4 y x  y   x 2  xy  4 xy  4 y 2
f)
 x 2  4 y 2  5 xy

g) 3x 2

 4 x  3 x  1  3x 3  3x 2  4 x 2  4 x  3x  3

h) x 3

 2 x3  8  x 6
 8 x3  2 x3  16

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Considere os polinómios: P x   x 2  3 x  5 ; Qx    x  5 e R x   3x 3  2 x  1


Calcule:

a) P x   Qx  c) Px   Qx  e) 3  Q x 

b) Px   Rx  d) Px   Qx  f) Rx   Qx 

Respostas:

a) x 2
 4 x  10  b) 3x 5
 9 x 4  17 x 3  7 x 2  13x  5  c) x 2
 2x 
d)  x 3
 8 x 2  20 x  25  e)  3x  15 f) 3x 5
 9 x 4  17 x 3  7 x 2  13x  5 
2. Efectue e simplifique as expressões seguintes:

a) x x  2  b) ab  c   ba  c 

c) 3x  2  1 x 2   3xx  1


 2 
d)  
x 4 x 3  x 2  1  3 x x  4 

Respostas:

a) x 2
 2x ;  b) 2ac  ; c)
 3 3 2 
  x  2 x  3x  ; d) 4 x 4
 x 3  3x 2  11x 
 2 

3. Calcule os seguintes produtos:

a) 4 x a  b b) 2 x x 2
 2x  5  c) 3x  22 x  1

d) 6 x 2  46 x 2  4 e) x 2

 x  1 x  1

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


30
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Respostas:

a) 4 xa  4 xb  b) 2 x 3
 4 x 2  10 x  c) 6 x 2
 7x  2 
d) 36 x 4
 16  e) 3x 3
 x2  7x  3 

3.6.5 Divisão de Polinómios

3.6.5.1 Divisão de Polinómios Pelo Método das Chaves

Dados os polinómios P(x) e Q(x) e

Px   Qx   qx , pois qx   Qx   r x   Px , onde r x  é o resto da divisão.

O resto da divisão r  x  é um polinómio cujo grau não pode ser igual nem maior que o grau do

divisor Q  x  .

As partes que constituem uma divisão são:

Px   Dividendo; Qx   Divisor ; qx   Quociente e r x   Resto

Este método consiste no seguinte formato

P(x) Q(x)

r(x) q(x)

Exemplo 1:

Divida P x   x 3  3 x 2  4 x  1 por Qx  x2  x  1 .

1º) Escolha o primeiro termo do quociente, que deve ser multiplicado pelos termos do divisor.
Pode também dividir directamente o 1º termo de maior grau do polinómio Px  (dividendo) pelo

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


31
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

x3
1º termo de maior grau do polinómio Q  x  (Divisor); 2  x , obtendo assim o 1º termo do
x
quociente.

2º) Multiplique o termo do quociente obtido e passe o inverso do resultado para subtrair do
polinómio.

3º) Agora deve repetir o primeiro passo, escolher o termo conveniente para multiplicar pelo
primeiro termo do divisor para que fique igual ao primeiro termo do polinómio que foi resultado da
primeira operação.

4º) Repita o mesmo processo do segundo passo.

Como o resto tem um grau menor do que o grau do divisor não é possível continuar com a

divisão. Assim temos que q x   x  4 e que r x    x  3 .

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


32
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo 2:

12 x 3  4 x 2  8x 4x

 12x 3 3x 2  x  2

0x  4x 2

 4x 2

0x  8x
+ 8x

Assim temos que qx   3x 2  x  2 e o resto r x   0 .

Exemplo 3:

10 x 2  43x  40 2x  5

 10x 2  25x 5x  9

0 x  18 x  40
18 x  45

5

Assim temos que q x   5 x  9 e o resto r x   -5 .

Exemplo 4:

6x 4  10 x 3  9x 2  9 x  5 2x 2  4x  5

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


33
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

 6x 4  10 x 3  9x 2 3x 2  x  1

0x 4  2x 3  6x 2  9x  5

 2 x 3  4 x 2  5x

0x 3  2x 2  4x  5

2x 2  4x  5

Assim temos que qx   3x 2  x  1 e o resto r x   0 .

Exemplo 5:

12 x 3  19 x 2  15x  3 3x 2  x  2

 12 x 3  4x 2  8x 4x  5

0 x 3  15x 2  7 x  3

 15x 2  5x  10

2x  7

Assim temos que q x   4 x  5 e o resto r x   2 x  7

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


34
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1) Calcule os seguintes quocientes:

a) 2 x 2

 5 x  12  x  4 b) 6 x 4
  
 11x 3  5 x 2  18 x  7  2 x 2  3x  1

c) 7 x  2 x 4

 3x 5  2  6 x 2  3x  2 d) 4a 2

 7a  3  4a  3

e) 3x 3
 
 13x 2  37 x  50  x 2  2 x  5  f) x 3
 
 6x 2  7 x  4  x 2  2x  1 
Respostas:

a) 2 x e resto 0; b) 3x 2  x  6 e resto  x  1 ; c) x 4  2x  1 e resto 0 ;

d) a  1 e resto 0 e) 3 x  7 e resto 0 f) x  4 e resto 0

3.7 Dispositivo Prático de Briot-Ruffini

O dispositivo prático de Briot-Ruffini consiste na divisão de um polinómio por um divisor do


primeiro grau da forma ( x   ) , onde  é uma das suas raízes.

Exemplo:

Dados: P(x) = 5x3 – 2x2 + 3x – 1 e Q(x) = x – 2.

Aplicando a regra do Briot Ruffini, teremos:

O primeiro coeficiente de P(x) é o 5. Repete-se o primeiro coeficiente na linha de baixo

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


35
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Em seguida, multiplica-se o 5 por 2 e soma-se o resultado com o segundo coeficiente de P(x), o


número (– 2), isto é, 5.2 + (– 2) = 8. O resultado 8 deve ser escrito em baixo do coeficiente (–
2).

Repete-se o processo, multiplicando 8 por 2 e somando-se o terceiro coeficiente de P(x), o


número 3. O cálculo é dado por 8.2 + 3 = 19. Escreve-se o resultado em baixo do coeficiente 3.

Aplicando o mesmo procedimento pela última vez, multiplica-se o 19 por 2 e soma-se o resultado
ao (– 1), ou seja, 19.2 + (– 1) = 37. O resultado (37) é colocado em baixo de ( –1) e é
o resto da nossa divisão.

O polinómio resultante dessa divisão tem como coeficientes 5, 8 e 19 e terá um grau a menos
que o polinómio inicial. Isto é, a divisão de 5x3 – 2x2 + 3x – 1 por x – 2 é 5x2 + 8x + 19 e
o resto da mesma é r = 37.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Seja o polinómio P (x) = 3x4-2x3+4x-10, efectuar a divisão pelo binómio (x-2).


Vemos que P (x) está incompleto, faltando o termo 0x2. Completamo-lo da seguinte forma:

P (x) = 3x4-2x3+0x2+ 4x-10

Concluímos que o quociente q(x) = 3x3+4x2+8x+20 e o resto r(x)= 30

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


36
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2. Efectuar, utilizando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, a divisão do polinómio


P(x) = 2x4 + 4x3–7x2+12 por Q(x) = (x – 1).

Resolução

Concluímos que o quociente q(x) = 2x3 + 6x2 – x – 1 e o resto r(x) = 11

3. Obter o quociente e o resto da divisão de


P(x) = 2x5 – x3 – 4x + 6 por Q(x)=(x + 2).

Resolução

Assim sendo, o quociente q(x) = 2x4 – 4x3 + 7x2 – 14x + 24 e o resto r(x) = – 42

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Aplicando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, calcule o quociente e o resto, caso exista, da
divisão de:

a) Px   2 x 2  3x  2 por Qx   x  3

b) Px   x 4  3x 2  x  5 por Qx   x  2

c) Px   2 x 3  7 x 2  2 x  1 por Qx   x  4

d) Px   2 x 3  10 x 2  8 x  3 por Qx   x  5

e) Px   x 2  2 x  1 por Qx   3x  1

f) Px   2 x 3  3x 2  x  2 por Qx   2 x  1

Soluções:

a) qx   5x  18 ; r x   56
b) qx   x 3  2 x 2  7 x  13 ; r x   21

c) qx   2 x 2  x  6 ; r x   25

d) qx   2 x 2  8 ; r x   37

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


37
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

e) q  x   ; r x  
x 7 16

3 9 9
f) q x   x 2  x ; r x   2

3.8 Produtos Notáveis e Factorização

3.8.1 Produtos Notáveis (ou Casos Notáveis)

Tabela 5 - Produtos notáveis

Designação Expressão Expansão do


produto
Produto da soma pela diferença x  y x  y  x2  y2
Quadrado de uma soma  x  y 2 x 2  2 xy  y 2
Quadrado de uma diferença  x  y 2 x 2  2 xy  y 2
Cubo de uma soma  x  y 3 x3  3x 2 y  3xy 2  y 3
Cubo de uma diferença  x  y 3 x3  3x 2 y  3xy 2  y 3

Produtos especiais

 x  y x  y   x 2  y 2

 x  y x 2  xy  y 2   x 3  y 3

 x  y x 2 
 xy  y 2  x 3  y 3

 x  y x  y x 2  y 2   x 4  y 4
 x  y x 4 
 x 3 y  x 2 y 2  xy 3  x 5  y 5

 x  y x  y x 2 
 xy  y 2 x 2  xy  y 2  x 6  y 6 

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


38
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

 x  y 2  x  y 2  4 xy

Exemplos:

a) x  4x  4  x 2  4 2  x 2  16

b) 3x  5 y 3x  5 y   3x 2  5 y 2  3 2 x 2  5 2 y 2  9 x 2  25 y 2

c) 3  23  2  32  2 2 94 5

d) x  12  x 2  2x 1  12  x 2  2x  1

e) 3x  4 y 2  3x 2  23x 4 y   4 y 2  32 x 2  24 xy  4 2 y 2  9 x 2  24 xy  16 y 2

f) x  23  x 3  3x 2 2  3x 22  23  x 3  6x 2  12x  8

g) 2 x  33  2 x 3  32 x 2 3  32 x 32  33  8x 3  36 x 2  54 x  27

3.9 Completar Quadrado

O método de completar quadrado consiste em formar trinómios quadrados perfeitos. Este foi
criado por Al-Khowarkmi.

Para completar o quadrado é necessário recordar qual é a forma de um trinómio quadrático


perfeito.

x 2  2ax  a 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


39
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Nesta equação:

O coeficiente do primeiro termo deve ser 1 (repara que  


x 2  1 x 2 ).

O último termo a2 é o termo independente.


O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo pelo 1º termo

( a 2  a ; e o seu dobro  2 a ).

Desta forma teremos:

x 2  2ax  a 2  0   x  a 2  0  x  a x  a   0  x  a
(neste caso há uma raiz dupla).

Exemplos:

a) x 2  8x  16  0
 O coeficiente do primeiro termo é 1.
 O último termo é o quadrado perfeito de 4.
 O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo.

Então x 2  8x  16  0   x  4   0  x  4 (raiz dupla)


2

b) x 2  11x  24  0

 O coeficiente do primeiro termo é 1.


 O último termo não é um quadrado perfeito.
 O coeficiente do termo do meio não é o dobro da raiz quadrada do último termo.

Nestes casos multiplica-se e divide-se o 2º termo, por 2 e eleva-se a metade desse número ao
quadrado. Em seguida, adiciona-se para completar o quadrado perfeito, e como não podemos
alterar a equação inicial, subtraímos a metade e desse número ao 3º termo.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


40
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2 2
 11   11   11 
x 2  2  x        24  0
 2  2  2
2 2
 11   11 
  x       24  0
 2  2
2
 11  121 96
 x     0
 2 4 4
2
 11  25
 x    0
 2 4
2 2
 11  5
  x       0  usando a 2  b 2  a  b a  b  v em:
 2 2
 11 5  11 5 
  x    x     0
 2 2  2 2
 16  6
  x   x    0
 2  2
 x  8x  3  0

A equação tem duas raízes reais: x1  8 ou x2  3

b) Resolução de equação quadrática através do método de Completar o quadrado:

Dada a equação 2 x 2  12 x  8  0

 Para tornar o coeficiente do termo x 2 igual a 1, dividimos ambos os termos da equação por 2 :

x 2  6x  4  0
 Multiplica-se e divide-se o 2º termo, isto é, o coeficiente de “ x ” por 2 (dois) e adiciona-se e
subtrai-se o quadrado da metade do coeficiente do termo em “ x ”para formar o quadrado
perfeito:
2 2
6 6 6
x  2  x        4  0  x 2  23x  3  3  4  0
2 2 2

2 2 2


  x  3  9  4   x  3  5  0  x  32   
2
0
2 2
5

 x 3 
5 x 3 
5 0

A equação tem duas soluções (ou raízes): x1  3  5 ou x2  3  5

d) x 2  8x  16  0

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


41
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

• O coeficiente do primeiro termo é 1


• O último termo é o quadrado perfeito de 4 (reparar que 16  4 2 )
• O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo

  x  4   0  x  4 (neste caso há uma raiz dupla)


2
Então x 2  8x  16  0

3.10 Factorização

A factorização de um polinómio consiste em colocá-lo na forma de um produto de dois ou mais


factores.

3.10.1 Condições de Factorização de Polinómios

I. Colocação de Factor Comum em Evidência

Coloca-se em evidência o factor comum do polinómio para obter a forma factorizada.

Exemplos:

a) 2 xy  3 y  2 x  y  3  y  y2 x  3

b) x 2  4 x  x  x  4  x  x x  4 

c) 
8 x 3  4 x 2  12 x  4 x   x 2  4 x   x  4 x   3  4 x 2 x 2  x  3 
d) x 3 y  xy 3  xy   x 2  xy   y 2  xy x 2  y 2  
II. Agrupamento

Agrupam-se termos do polinómio que possuem factores em comum que são colocados em
evidência.

Exemplos:

a)   
2 x 3  x 2  4 x  2  2 x 3  x 2  4 x  2  x 2 2 x  1  22 x  1  2 x  1 x 2  2 
b)  
6 x 2  5 x  4 xy  10 y  6 x 2  5 x  4 xy  10 y   x6 x  5  2 y2 x  5

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


42
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

III. Factorização de Trinómios Quadrados Perfeitos

Os Trinómios quadrados perfeitos são o resultado da expansão do quadrado de uma soma ou do


quadrado de uma diferença de dois termos. Para factorizar um Trinómio quadrado perfeito é
preciso identificar quais são esses termos, o que é feito por inspeção (ou tentativa).

Exemplos:

Factorize as seguintes expressões:

4 x 2  4 x  1  2 x   22 x 1  1  2 x  1


2 2 2
a)

b) 9 x 2  12 x  4  3 x   23 x 2   2   3 x  2 
2 2 2

16 x 2  24 xy  9 y 2  4 x   24 x 3 y   3 y   4 x  3 y 
2 2 2
c)

d) x 2  10 x  25   x   2 x 5  5   x  5
2 2 2

e) 64 x 2  80 x  25  8 x   28 x 5  5  8 x  5


2 2 2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Factorize as seguintes expressões:

a) 6 x 3  8x 8

b) 4ax 2 6a 2 4 x 2  4a 3 x 2

c) 10000  x 2 y 2

d) a 2b 4  9

e) ax 2  bx 2  3a  3b

f) 25a 4  100b 2

g) 33xy 2  44 x 2 y  22 x 2 y

Respostas:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


43
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

 
a) 2 x 3 3  4 x 5  b)2ax 12a  2a 
2 2
c) 100  xy 100  xy 

d) ab 2

 3 ab 2  3  e) a x  3  bx  3
2 2
ou x 2 a  b   3a  b 

f) 5a 2

 10b 5a 2  10b  g) 11xy3y  4 x  2 x 

CAPÍTULO 4 - EQUAÇÕES ALGÉBRICAS

4.1 Definição

Uma equação algébrica é toda a igualdade que contém pelo menos uma variável.

Ao valor que a variável toma e que satisfaz a igualdade, chama-se solução.

4.2 Classificação

As equações classificam-se em função dos seus graus. Assim sendo, uma equação pode
ser do 1º grau, 2º grau, 3º grau, etc.

Exemplos:

a) -3x + 4 = 3 (equação do 1º grau)

b) 5x2 + 2x – 7 = 3x2 – 4x + 5 (equação do 2º grau)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


44
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

c) –x3 + x2 - 2x +4 = 3x3 – 4x – 3. (equação do 3º grau)

4.3 Resolução de Uma Equação

Ao substituir a variável por um valor do seu domínio numérico, a equação transforma-se


numa proposição verdadeira. Esse valor numérico é denominado de solução da equação.

Resolver uma equação significa achar uma equação equivalente mais simples, da forma x
= c, onde c é a solução da equação.
A. Procedimento para a resolução de uma Equação Linear

Uma equação linear (ou do primeiro grau) numa variável pode reduzir-se na forma ax =
b, com a, b  e a  0.

Para resolver uma equação linear aplicam-se os seguintes passos:

a) Eliminar os parêntesis;

b) Reduzir os termos semelhantes, caso existam, em cada membro da equação;

c) Passar para o 1º membro as variáveis e para o 2º, os termos independentes;

d) Isolar a variável da equação ax = b;

e) Escrever o conjunto solução encontrado.

Exemplos:

1. Encontrar o número natural que satisfaz a seguinte equação:

6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)

Resolução

6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)

Eliminando parêntesis

6x + 5 – 20 x – 1 = 3x + 56 – x – 4

Reduzindo os termos semelhantes

– 14x + 4 = 2x + 52

52 – 4 = – 14x – 2x

48 = – 16x

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


45
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

48 : (– 16) = x

x = -3 S = , pois -3 não é um número natural (-3  N)

2. A Joana perguntou à Ana: quantos conhecidos tens aqui na rua?

A Ana respondeu: a terça parte são jovens, a sexta parte são senhores, a oitava parte,
crianças e há ainda 9 senhoras.

Resolução

Nesta equação x representa o total de conhecidos da Ana.

Em primeiro lugar, vamos escrever a expressão acima com o mesmo denominador (mmc
). Desta forma, o mmc(3,6,8,1)=24.

Aplicando o princípio de equivalência, multiplica-se por 24 ambos os membros da


equação.

(agrupando os termos semelhantes)

Logo, a Ana tem 24 conhecidos.

B. Procedimento para a Resolução de Uma Equação Quadrática

Uma equação quadrática (ou do 2º grau) numa variável é uma expressão reduzida na
forma ax2 + bx + c = 0,

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


46
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

onde a, b, c são os coeficientes e a, b, c  , com a  0.

Para resolvermos uma equação do 2º grau recorremos à Lei do anulamento do produto e


à fórmula de Bháskara (fórmula resolvente).

a) Lei do anulamento do produto

O produto (x-a)(x-b)=0  x-a=0 ou x-b=0, logo x=a ou x=b.

Nota: Um produto é nulo se, e somente se, pelo menos um dos seus factores for nulo.

Exemplo:

Vamos resolver a equação

Consideremos a equação

Resolvendo a equação teremos:

Assim sendo, 2 e 5 são soluções da equação.

b) Fórmula de Bháskara (fórmula resolvente)

Dada a equação quadrática ax2 + bx + c = 0

baseada no cálculo do discriminante e representada por:

=b2 – 4ac

onde a, b e c são os coeficientes da equação quadrática.

O discriminante () indica a quantidade de soluções da equação quadrática. Ou seja:

Se  > 0, a equação tem duas raízes reais;



Se  = 0, a equação tem duas raízes reais iguais (ou uma única raiz);
Se  < 0, a equação não tem raízes reais.

 b 
 x1 
 2a

e

 b 
x 

 2
2a

Exemplo:

Determinar o conjunto solução da equação: x2 – 2x – 2= 0

Solução

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


47
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Como a = 1, b = -2 e c = -2, substituindo na fórmula, temos:

S=

Equações Biquadráticas

Chama-se equação biquadrática a toda a equação que pode ser reduzida na forma
, onde , com a  0.

Resolução de equação Biquadrática

Dada a equação , se , teremos

b 
Neste caso y1, 2 
2a

b 
Como então x
2a

Exemplo:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


48
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Propriedades das equações biquadráticas

a)

b) -

c) -

C. Equações Fraccionárias

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


49
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Uma equação fraccionária a uma variável é uma expressão algébrica que tem a variável,
pelo menos, em algum denominador.

Ou seja, tomam a forma:

P(x)
 0, com Q(x)  0
Q(x)

Para obtermos a solução das equações fraccionárias, procedemos da seguinte forma:

a) Determina-se o domínio da equação, isto é, exclui-se todos os valores que anulam os


denominadores;

b) Simplifica-se, se for possível, todas as fracções algébricas;

c) Acha-se o denominador comum das fracções e posteriormente eliminamo-lo;

d) Efetua-se os produtos indicados e agrupa-se os termos semelhantes;

e) Isola-se a variável para determinar a solução da equação quadrática aplicando o


algoritmo visto anteriormente.

Exemplo:

Resolver a seguinte equação:

x 4 2
 
x  2 x 1 x  2

Resolução:

x 4 2
  0
x  2 x 1 x  2
x( x  1)  4( x  2)   2x  1 D = {x: x -2 e x 1}
0
x  2x  1 Determinar o domínio

x2  x  4 x  8  2 x  2
0
x  2x  1 MMC é (x +2)(x + 1)

x2  x  6
0
x  2x  1
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso
50
x  x  6 =0 Eliminar os denominadores e
2

Resolver a equação
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Como x = -2 anula um dos denominadores, então, a solução da equação é x = 3


S = { 3 }.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Resolva as equações usando a fórmula resolvente.

1.

2.

3.

4.

5. Determine os valores de K para os quais a equação tenha raízes reais e

desiguais.

6. Determine os valores de a para os quais a equação tenha raízes


reais iguais.

7. Resolva a seguinte equação usando a forma do anulamento do produto.

Soluções

1.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


51
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2.

3.
4.
5. k 3

6. a=2 ou a=6
7.

CAPÍTULO V - DESIGUALDADES ALGÉBRICAS

5.1 Introdução Sobre Inequações

Inequações são expressões matemáticas que envolvem os símbolos:

a) > (maior que)

b) < (menor que)

c) ≥ (maior ou igual a)

d) ≤ (menor ou igual a)

Resolver uma inequação em x significa encontrar todos os valores de x para os quais a inequação
é verdadeira.

O conjunto de todas as soluções de uma inequação é o que chamamos conjunto solução.

5.2 Manipulação de Equações

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


52
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

As inequações podem ser manipuladas como as equações e as regras são muito similares, mas
existe uma excepção.

 Se adicionarmos um mesmo número aos dois membros da inequação, esta mantem-se


inalterável.
 Se subtrairmos um mesmo número aos dois membros da inequação, esta mantem-se
inalterável.
 Se multiplicarmos ou dividirmos ambos os membros por um número positivo, a inequação
mantem-se verdadeira.
 Se multiplicarmos ou dividirmos ambos os membros por um número negativo, muda o sinal
da desigualdade.

5.2.1 Inequações do 1º grau

Uma inequação linear é escrita da forma , , e onde são


números reais com

O conjunto das soluções de uma inequação linear com uma variável forma um intervalo de
números reais. Por este facto, podemos apresentar o conjunto solução por meio da representação
gráfica da recta real ou em forma de intervalos.

Exemplos:

Resolver as inequações:

a)

b)

c)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


53
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

d) 2
x
1
3 5

3
x
10

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)
b)
c)

d)

3x x x
e)   0
2 3 6
2x  5
f) 3 5
3
1  2x x  2 x  3
g)   1
3 6 2
h)

x
i) x  1  7  3x  1
2
x  3 1  x 2( x  5)
j)  
3 2 4

Soluções

a)

b)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


54
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

c)

d)
e)
f)

g)

h)

i)
j)

5.2.2 Inequações do 2º Grau

Considere a função , onde , sendo e números reais. A inequação do 2º


grau é toda a desigualdade tal que:

ou

A resolução de uma inequação do 2º grau consiste na determinação dos valores de x que


satisfaçam a desigualdade, envolvendo o estudo dos sinais de uma função do 2º grau.

Exemplos:

a)
Achando os zeros de , temos:

Os valores que satisfazem a desigualdade são aqueles que .

Avaliando os sinais da função na recta real:

b)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


55
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

c)

d)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)
b)
c)
d)
e)

f)

g)

 x2 x 1
h)   0
3 2 4
i)
j)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


56
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Soluções:

a)

b)

c)
d)

e)

f)

g)
h)
i)
j)

5.2.3 Inequações Modulares

As inequações modulares são dadas segundo a definição de módulo.

De modo geral, se é um número positivo, então:

1º caso:

2º caso: ou

Exemplos:

a)

7  2x
b) 2
x4

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


57
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Elevando ambos os lados da desigualdade ao quadrado, temos:

c)

d)

1º Caso

Se , temos:

2º Caso

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


58
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Se , temos:

A solução da inequação proposta é:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)

b)
c)
2x  3
d) 2
3x  1

x3 1
e) 
 x 1 4

f)
g)
h)
i)
j) +3

Soluções:

a)

b)

c)

d)

e)
f)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


59
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

g)
h)
i)
j)

5.2.4 Inequações Produto

Consideremos e funções de variável . Chamamos inequações produto às seguintes


desigualdades:

ou

Para resolvê-las, é necessário fazer o estudo do sinal separadamente, transportar os sinais para
um quadro, efectuar o produto dos sinais e determinar os intervalos de valores em que a
inequação se torna verdadeira.

Exemplos:
a)

S  x  R : x  4 ou x  2

b)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


60
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

c)

d)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


61
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a)

b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i) 2

j)

Soluções

a)

b)
c)
d)

e)
f)
g)
h)
i)
j)

5.2.5 Inequações Quociente

Consideremos e funções de variável . Chamamos inequações quociente às seguintes

desigualdades:

f ( x) f ( x) f ( x) f ( x)
 0, 0,  0 ou 0
g ( x) g ( x) g ( x) g ( x)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


62
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A resolução da inequação quociente é similar ao da inequação produto pois no conjunto dos


números reais, a divisão ou multiplicação de dois números apresenta a mesma regra de sinais,
lembrando que g ( x)  0.

Exemplos

3x  4
a) 2
1 x

x6
b) 3 x  2
x

3 e

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


63
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

x 2  8 x  12
c) 0
x2  9

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

2x 1
a) 0
x2
3  4x
0
b) 5 x  1

5x  3
 1
c) 3x  4
x2  4x  5
0
d)  x3
x2  7x  6
0
e) x 2  2x  3
3x  1
0
f) 2 x  55x  3

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


64
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

x 1 x  3

g) x2 x4
1 2 3
  0
h) x 1 x  2 x  3
x  13  1  1
i) x  13  1
 x 2

 10 x  25 x  3
0
j) x4

Soluções

a)

b)

c)
d)
e)

f)
g)

h)
i)
j)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


65
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO VI: EXPONENCIAIS E LOGARITMOS

6.1 Equações Exponenciais

As equações em que as variáveis aparecem como expoentes de potências, chamam-se equações


exponenciais.

6.2 Resolução de Equações Exponenciais

a) Obter nos dois membros da equação, potências de bases iguais.

b) Igualar os expoentes.

c) Determinar o valor da variável (x).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 1 2
1) 8 x  0,25  (2 3 ) x   2 3 x  2  2 3 x  2  2  3 x  2  x  
4 2 3

8x x  4 x1  (23 ) x x  (22 ) x1  23( x x)  22( x1)  3( x 2  x)  2( x  1)


2 2 2
2)

3x 2  3x  2x  2  3x 2  5x  2  0

Resolvendo a equação do segundo grau temos:

5  25  24 5  7
x1    2  x1  2
6 6

5  25  24 5  7 1 1
x2      x2  -
6 6 3 3

S = { -1/3 ; 2}

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


66
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3) 3x1  3x  3x1  3x2  306

Colocando 3x1 em evidência:


306
3 x 1 (1  3  3 2  33 )  306  3 x 1.34  306  3 x 1   3 x 1  9  3 x 1  32  x  1  2
34
 x3

6.3 Inequações Exponenciais

As desigualdades que contêm variáveis no expoente chamam-se inequações exponenciais.

a x  a b , a x  a b , a x  a b ou a x  a b com a  1 e 0  a  1

6.4 Resolução de Inequações Exponenciais

a) Converter os dois membros da inequação em potências da mesma base.

b) Comparar os expoentes.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) 3x  9  3x  32  x  2

S  x  R : x  2

2) 3x  81  3x  34  x  4
S  x  R : x  4

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


67
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

x x x
1 1 1
 
1 1 3
3 3
3)    8     82     2
3 2  2  x  2 2   x  / (1)  x  
 2  2  2 2 2
 3
S  x  R : x   
 2
1 1 28
4) 3 x  2  3 x 1  28  3 x.3 2  3 x.  28  3 x (9  )  28  3 x.  28  3 x  3  x  1
3 3 3
S  x  R : x  1

4 4
 1  3x  30  x 2  4  0
2 2
5) 3x
S  x  R : x  2 ou x  2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Resolva as seguintes inequações:

1
 x 5 1 1
a) 2  b) 3 2 x 3
 3
4 81

x 3
x 1 x 1 1 1
c) 3 3  18 d)   
 3 27

6.5 Logaritmo ( log a b  c )

Chama-se logaritmo do número b em relação à base a a representação

log a b  c  a c  b

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


68
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.5.1 Condição de Existência do Logaritmo

Para que exista o logaritmo c é preciso que:


b  0; a  0; a  1

Exemplos:

a) log 2 8  x  2 x  8  2 x  2 3  x  3
6
b) log 32 64  x  32 x  64  (2 5 ) x  2 6  5 x  6  x 
5

c) log 2
1
32
 x  2x 
1
32
 2 x  32 1  2 x  2 5  
1
 x  5

 
1 1 2
2
d) log 10 3 100  x  10 x  3 100  10 x  100 3  10 x  10 2 3  10 x  10 3  x 
3
Propriedades

a) Logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.

log a 1  0  a 0  1

b) Logaritmo da base

log a a  1  a1  a

c) Logaritmo de potência da base

log a a n  n  a n  a n

d) log a b n  n. log a b

Exemplos:

3
a) log 3 81 3  3  log 3 81  3  4  12 b)  log 1 27   log 1 3  3
3 3

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


69
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.5.2 Logaritmos Iguais

Dois logaritmos da mesma base são iguais, se os seus logaritmandos forem iguais.

log a b  log a c  b  c

6.5.3 Logaritmo do Produto

O logaritmo do produto é igual à soma dos logaritmos dos factores.

log a ( A.B)  log a A  log a B

Exemplo:

log 2 (4.8)  log 2 4  log 2 8  log 2 2 2  log 2 2 3  log 2 2 2  log 2 2 3  2  3  5

6.5.4 Logaritmo do Quociente

O logaritmo do quociente é igual à diferença entre o logaritmo do dividendo e do divisor:


A
log a ( )  log a A  log a B
B
Exemplo:

 81
log 3    log 3 81 - log 3 27  log 3 3 4 - log 3 3 3  4 - 3  1
 27 

6.5.5 Cologaritmo de Um Número

É o logaritmo do inverso desse número.

1
co log a b  log a  - log a b
b

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


70
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.5.6 Logaritmo da Potência

log a ( B n )  n. log a B

Exemplo:

log 2 (4 3 )  3 log 2 4  3 log 2 2 2  3.2  6

6.5.7 Logaritmo da Potência da Base


1
log a n b  log a b , com n  0
n

Exemplo:
1 1 1
log 22 4  log 2 4  log 2 2 2  .2  1
2 2 2

6.5.8 Logaritmo da Raiz n-Ésima

O logaritmo da raiz n-ésima é igual ao inverso do índice da raiz multiplicado pelo logaritmo do
radicando.
1
log a n A  . log a A
n

Exemplo:
1 1 1 1
log 3 81  . log 3 81  . log 3 3 4  .4. log 3 3  .4.1  2
2 2 2 2

6.6 Mudança de Base

Esta operação permite-nos passar de uma a outra base, segundo a nossa conveniência.
Existem duas formas:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


71
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.6.1 Mudança da Base Como Quociente

O logaritmo de b na base a- é igual ao logaritmo de b numa outra base (c), dividindo pelo
logaritmo de a na base (c).
log c b
log a b 
log c a

Exemplos:
log 7 3 log 5 7
a) log 5 3  b) log 2 7 
log 7 5 log 5 2

6.6.2 Mudança de Base Como Produto

O logaritmo de x na base a, é igual ao logaritmo de b (nova base) na base a, multiplicado pelo


logaritmo de x numa outra base b.

log a x  (log a b).(logb x)

6.7 Função Exponencial

6.7.1 Definição

Uma função do tipo y  a


x
com x  R, a  0 e a  1 chama-se função exponencial.

A. Domínio da função exponencial

D = R (o expoente x pode ser qualquer número real).

B. Imagem da função exponencial

+ (a potência y é sempre um número positivo)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


72
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

C. Zero da função

A função exponencial não possui zeros, pois y0

6.7.2 Representação Gráfica

Para representarmos graficamente uma função exponencial, podemos fazê-lo da mesma forma
que fizemos com a função quadrática, ou seja, atribuímos alguns valores arbitrários ao x,
montamos uma tabela com os respectivos valores de f(x), localizamos os pontos no plano
cartesiano e traçamos a curva do gráfico.

Para a representação gráfica da função f ( x)  1,8 , Atribuímos ao x os valores representados no


x

quadro abaixo:

Tabela 6 - Atribuição de valores arbitrário ao x

Gráfico
x y

-6 0.03

-3 0.17

-1 0.56

0 1

1 1.8

2 3.24

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


73
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a) Função Exponencial Crescente

Se a  1 , temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.

b) Função Exponencial Decrescente

Se 0  a  1 , temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.

6.8 Função Logarítmica

Toda a função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada
função logarítmica de base a. Neste tipo de função, o domínio é representado pelo conjunto dos
números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


74
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplos:

a) f(x) = log2x b) f(x) = log3x c) f(x) = log1/2x


d) f(x) = log10x e) f(x) = log1/3x f) f(x) = log4x
g) f(x) = log2(x – 1) h) f(x) = log0,5x

6.8.1 Domínio da Função Logarítmica

Dada a função f(x) = log(x – 2) (4 – x), temos as seguintes restrições:


a) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4
b) x – 2 > 0 → x > 2
c) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3

Realizando a intersecção das restrições a, b e c, temos o seguinte resultado:

2 < x < 3 e 3 < x < 4.


Desta forma, D = {x R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

6.8.2 Gráfico de Uma Função Logarítmica

Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas situações:

1) a > 1 2) 0 < a < 1

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


75
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a) Função crescente (a > 1)

b) Função decrescente (0 < a < 1)

6.8.3 Características do Gráfico da Função Logarítmica y  log a x

a) O gráfico está totalmente à direita do eixo y, pois ela é definida para x>0.

b) O gráfico intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), então a raiz da função é x=1.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


76
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão que ela é uma função
inversa da exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:

CAPÍTULO VII: TRIGONOMETRIA

7.1 Relações Trigonométricas no Triângulo Rectângulo: Teorema de Pitágoras

c2 = a2 + b2

catetooposto a catetoadjacente b
senA   cos A  
hipotenusa c hipotenusa c

sen(A)
tan gA 
catetooposto

a
ou tan gA 
catetoadjacente b cos(A)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


77
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1 b catetoadjacente
cot gA   
tan gA a catetooposto

1 1
sec A  e cosec A 
cos A senA

7.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria

1
sen 2 A  cos 2 A  1 1  tg 2 A  , cos A  0
cos2 A

7.3 Ângulos Notáveis

Os chamados ângulos notáveis são aqueles que aparecem com mais frequência, a saber:

Tabela 7 - Ângulos notáveis

Grau 0º 30º 45º 60º 90º 120º 135º 150º 180º 210º 225º 240º 270º 300º 315º 330º 360º

- - - - - - - - - - - - -90º -60º -45º -30º 0


360 330º 315º 300º 270º 240º 225º 210º 180º 150º 135º 120º

Radianos 0

Seno 0 1 0 -1 0

Cosseno 1 0 -1 0 1

Tangente 0 1 -1 0 1 -1 0

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


78
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

7.4 Fórmulas Trigonométricas

Tabela 8 - Fórmulas Trigonométricas

Fórmulas de adição Fórmulas de subtracção


sen(  +) = cos  · cos + sen  · cos sen(  -) = sen  · cos – cos  · sen
cos(  +) = cos  · cos – sen  · sen cos(  -) = cos  · cos +sen  · sen
tg   tg tg   tg
tg(    )  tg(    ) 
1  tg   tg 1  tg   tg
Fórmulas de duplicação Fórmulas de bissecção
sen(2  ) = 2 . sen  . cos  1  cos 
sen( / 2)  
2
cos(2  ) = cos2  – sen2  1  cos 
cos( / 2)  
2
2  tg 1  cos 
tg (2 )  tg ( / 2)  
1  tg 2  1  cos 
Fórmulas de transformação
               
sen   sen   2  sen    cos  sen   sen   2  sen   cos 
 2   2   2   2 
               
cos   cos   2  cos   cos  cos   cos   2  sen   sen 
 2   2   2   2 
sen(   ) sen(   )
tan   tan   tan   tan  
cos   cos  cos   cos 

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


79
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. No triângulo rectângulo da figura abaixo, determine as medidas de x e y indicadas


(Use: sen 65° = 0,91; cos 65° = 0,42 ; tg 65° = 2,14)

Resolução

y x
cos 65° = sen 65° =
9 9

0,42 * 9 = y 0,91 * 9 = x

y = 3,78 x = 8,19

2. Considerando o triângulo rectângulo ABC da figura, determine as medidas a e b indicadas.


(sen 60° = 0,866)

Resolução

12 3 cos 60° = b / 24
sen 60° =
a
0,5 * 24 = b

0,866 . a = 20,78
b = 12

a = 24

3. Nos triângulos das figuras abaixo, calcule tg Â, tg Ê, tg Ô:

a) b) c)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


80
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Resolução

48 24 3 2 c) 16² = 2² + x²
a) tg  =  b) tg Ô = 1
14 7 3 2
x² = 252
14 7
tg Ê =  3 2
48 24 tg Ê = 1 x= 6 7
3 2
tg Ô, não existe.
tg Â, não existe.
2 7
tg  = =
6 7 21

6 7
tg Ô = 3 7
2

tg Ê, não existe.

4. Sabendo que o triângulo retângulo da figura abaixo é isósceles, quais são os valores das tg
 e tg Ê?

Resposta
Sendo um triângulo isósceles, então os seus lados são
iguais.

CE
1. Logo, tg  =  1, pois, CE  AC , então, tg Ê = 1
AC

5. Encontre a medida RA sabendo que tg  = 3.

Resolução
9
3= , onde x é o lado YA
x

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


81
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3x = 9

x=3

( RA )² = 9² + 3²

( RA )² = 90

RA = 3 10

6. Encontre x e y:

a) b)

Resolução
x
a) cos 45° =
20 2

2
x  20 2 
2

x  20

Como o ângulo entre a hipotenusa e os catetos

é 45º, então, y=x, logo, y=20.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


82
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

9 3
b) Cos 30° =
y

9 3
y
3
2

y = 18

18² = 9 3   x
2 2

324 = 243 + x²

x² = 81

x=9

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um navio partiu do porto A, percorreu 70 milhas para sul e atingiu o porto B. Em seguida,
percorreu 30 milhas para leste e atingiu o porto C. Finalmente, navegou 110 milhas para o norte e
chegou ao porto D. Quantas milhas teria poupado se fosse directamente do porto A para o porto
D? (Resposta: 160 milhas)

2. Sendo a, b e c as medidas dos comprimentos dos lados de um triângulo, indique, justificando,


aqueles que são rectângulos:

a) a = 6; b = 7 e c = 13; (Resposta: Falsa)

b) a = 6; b = 10 e c = 8. (Resposta: Verdadeira)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


83
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3. Calcule o valor de x em cada um dos triângulos rectângulos:

a)

(Resposta: x = 13)

b)

(Resposta: x = 6)

4. Calcule as áreas das seguintes figuras.

a)

(Resposta: A = 153)

b)

(Resposta: A = 108)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


84
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

5. Qual é a altura do poste?

(Resposta: 9m)

6. Qual é a distância percorrida pelo berlinde?

(Resposta: 256 cm = 2,56 m)

7.5 Equações Trigonométricas

São equações que podem ser reduzidas nas seguintes formas:

senx  sen  , cos x  cos , tgx  tg , ctgx  ctg , etc. Elas são chamadas de equações

fundamentais.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


85
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

7.5.1- Equação do Tipo senx  sen

Atendendo à periodicidade do seno, então:

senx  sen  x    k  360º ou x  180º  k  360º , k  Z

ou, em radianos:

senx  sen     k  2 ou x      k  2, ou ainda x   1   k , k  Z


k

7.5.2- Equação do Tipo cos x  cos

Devido ao facto do cosseno ter período 2, as soluções que divergem entre si de um múltiplo
inteiro do período também são solução. Logo, são solução geral de cos x  cos

cos x  cos  x    k  360º , k  Z

ou ainda, em radianos:

cos x  cos  x    k  2, k  Z

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Resolve as seguintes equações.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


86
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


87
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


88
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

7.5.3- Equação do Tipo tgx  tg

A tangente tem período 180º, ou  radianos. O resultado em radianos é:

tg x  tg   x    k  , k  Z .

7.5.4- Equação do tipo ctgx  ctg

A cotangente, tal como a tangente, tem período  radianos. O resultado em radianos é:


cotg x  cotg  x    k  , k  Z .

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


89
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Resolver as seguintes equações.

Dividindo os membros da equação por cosx, vem:

Donde vem que:

Dividindo os membros da equação or cos2x, vem:

Fazendo tgx = u, vem

Donde vem que

Resolvendo o conjunto da equação,

tem se

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


90
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

c) tg x  tg x  2tgx  0
3 2


Fatorizando a tgx, para todo x   k , k  Z , vem:
2

tgx  (tg 2 x  tgx  2)  0 , aplicando o anulamento do produto, tem-se:

tgx  0 , x1  0  k    k ou tg 2 x  tgx  2  0 , e fazendo tgx=t na segunda equação, vem:

t2-t-2=0, onde, teremos, t=-1 ou t=2; voltando à variável x, vem:


tgx  1 ou tgx  2 , onde se tem: x2    n ou x3  arctg 2  m onde : k , n e m  Z
4


Solução: x1  k , x2    n ou x3  arctg 2  m
4

d) ctg 2 x  3  2ctg 2 x , fazendo


2
ctg 2x  t , para x  k , vem: t 2  3  2t . Resolvendo esta
equação do segundo grau, temos: t  1 ou t  3 . Voltando à variável x, vem:

ctg 2x  1 ou ctg 2 x  3


ctg 2 x  ctg , ou ctg 2x  arcctg (3)  n
4


2x   k ou 2x    arctg 3  n
4

 k  n arcctg 3
x  ou x    , são as soluções.
8 2 2 2 2

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Resolva as seguintes equações em R.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


91
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

l) cos2 x  1 .

m) 2 cos x  30

n) 2sen 2 x  3senx  2  0 .

  1
o) sen  2 x   , x  [0,2 ] .
 4 2

p) 4sent  3  2sent , t  [0,2 ] .

q) cos2 x   sen3x 

r) senx  2 senx cos x  0 .

s)  
3 tg 2 x  1  2 3tgx .

t) 2 cos2   11cos  5 .

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


92
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

u) Se x  [0,  ] , a equação 8sen 2 x  4  0 tem duas soluções reais e distintas a e b . Sabendo que

a > b, é verdade que:

  
a) a  3b b) a  2b c) a  b  d) a  b  e) a  b 
2 3 6

 
v) A equação tgx  cos x tem, para x no intervalo  0,  , uma raiz x   sobre a qual podemos
 2
dizer:

 2  1 5 1 
a)  b) sen   c) sen   d) cos  e) 
4 2 2 2 3

w) O conjunto solução da equação senx  cos x , sendo 0  x  2 , é:

     5   4   5 
a)   b)   c)   d)  ,  e)  , 
4 3 4 3 3  4 4 


x) Sabe-se que 4tg x  9 e
2
 x   . Então, a expressão E  4senx  6 cos x  cot gx vale:
2

a) 3 b)  3 c) 2 d)  2 e) 9
2 2 3 3 4

1 
y) Sabendo que senx  e  x   , o valor de cos sec x  sec x é:
3 2 cot gx  1

a) 3 2 b) 2 2 c)  3 2 d)  2 2 e) 3
4 3 4 3

Simplifique as seguintes expressões.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


93
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

n) Calcule sen 2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3.

  senx  seny
o) Sejam x, y ∈ R. Se x + y = ex−y= , calcule o valor de t, sendo t 
2 6 cos x  cos y

7.6 Inequações Trigonométricas Fundamentais

Quase todas as inequações trigonométricas, quando convenientemente tratadas e transformadas,


podem ser reduzidas a pelo menos uma das inequações fundamentais. Vamos conhecê-las, a
seguir, através de exemplos.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


94
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução geral em

IR, que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse

então, bastaria incluir as extremidades de

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


95
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

e o conjunto solução seria:

Por exemplo, ao resolvermos a inequação,

encontramos, inicialmente,

que é uma uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução geral em


IR, que é:

O conjunto solução é, portanto:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


96
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3º caso: cos x <cos a (cos x cos a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades do intervalo encontrado, temos a solução geral em


IR,que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse

então, bastaria incluir as extremidades de

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


97
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

e o conjunto solução seria:

4º Caso: cos x > cos a ( cos x cos a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo . Acrescentando ) às extremidades dos


intervalos encontrados, temos o conjunto solução seguinte:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


98
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

5º caso: tg x < tg a (tg x tg a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

A solução geral em IR pode ser expressa por

O conjunto solução é, portanto:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


99
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6º Caso: tg x > tg a ( tg x tg a)
Vamos estudar este último caso resolvendo a inequação como exemplo.

Na resolução da inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

A solução geral em IR pode ser expressa por

O conjunto solução é, portanto:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


100
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 2

Resolva as seguintes inequações trigonométricas no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π:

1  7  11 
a) sen x ≥ 
2
R:
0, 6    6 ,2 

1   5 
b) cos x ≤ R:
2  3 , 3 

     5 3 
c) tg x > 1 R:
 4 , 2    4 , 2 

3    11 
d) cos x >
2
R:
0, 6    6 ,2 

2  5   7 
e) sen x ≥ 
2
R:
0, 4    4 ,2 

     5   3 
f) tg x ≤ 1 R:
0, 4    2 , 4    2 ,2 

g) cos x > −1 R: 
2   7 
h) cos x < R:
2  4 , 4 

    5 
i) sen 2x + cos 2x ≤ 1 R:
 4 ,     4 ,2 

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


101
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

     5 3 
j) sen 2x > cos x R:
 6 , 2    6 , 2 

k) cos2x<  1 R: 
l) sen5x >1 R: 
m) sen2x ≤ 1 R: 0 ≤ x ≤ 2π

 5 
n) sen2x ≥ 1 R:  , 
4 4 

CAPÍTULO VIII – GEOMETRIA

A geometria é o ramo das matemáticas que estuda as propriedades e as medidas das figuras no
espaço ou no plano. No seu desenvolvimento, a geometria usa noções tais como pontos, rectas,
planos e curvas, entre outras.

8.1 Unidades de Medida de Área e de Volume

O cálculo de áreas e volumes das figuras geométricas planas ou sólidas exige dos alunos o
conhecimento de unidades de medidas. Quando as unidades de medida são diferentes, devemos
efectuar a redução à mesma medida. Os quadros abaixo apresentam um resumo das Unidades de
medidas.

A. Unidades de Área

Tabela 9 - Unidades de Área

km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


102
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A unidade principal (ou fundamental) da medida de área é o metro quadrado (m2)

Exemplos:

km2 = 100 hm2 ou 1km2 = 102 hm2

1 m2 = 0,01 dam2 ou 1m2 = 10 -2


hm2

B. Unidades agrárias

Tabela 10 - Unidades agrárias

Unidades agrárias
ha a ca
hectar are centiare

Exemplos:

1 ha = 1 hm2 1a = 1 dam2 1ca = 1 m2

C. Unidades de Volume

Tabela 11 - Unidades de Volume

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

A unidade principal (ou fundamental) da medida de volume é o metro cúbico (m3)

Exemplos:

km3 = 1000 hm3 ou 1km3 = 103 hm3

1m2 = 0,001dam3 ou 1m2 = 10 -3


hm3

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


103
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

D. Unidades de Capacidade

Tabela 12 - Unidades de Capacidade

Unidades de capacidade
kl hl dal l dl cl ml

A unidade principal (ou fundamental) da medida de capacidade é o litro (l)

1 l = 1000 ml 1 kl = 1000 l

Obs.: Quando se calcula a área de uma figura geométrica a sua unidade de medida aparece
sempre ao quadrado (por exemplo, em metros quadrados (m2)).

8.2 Áreas de Figuras Geométricas Planas

Figure 1 - Áreas de figuras geométricas planas

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


104
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

8.3 Áreas e Volumes de Figuras Geométricas Sólidas

Figure 2 - Áreas e volumes de figuras geométricas sólidas

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


105
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Uma mesa rectangular mede 1,2 m x 0,8 m. Se numa das quinas desta mesa eu fixar um
barbante com um prego, qual deve ser o tamanho aproximado do barbante de maneira que eu
consiga percorrer um sector circular com um terço da área da mesa?

(Resposta: o comprimento do barbante é de aproximadamente 0,6383 m)

2. Uma pizza circular tem área de 706,86 cm2. Qual é a área interna da menor caixa quadrada
para transportá-la?

(Resposta: A área interna da menor caixa quadrada para transportar a pizza é de 900
cm2)

3. Se dobrarmos as medidas da base e da altura de um rectângulo, em quanto estaremos a


aumentar a sua área?

(Resposta: Dobrando as medidas das laterais de um rectângulo quadriplica-se a sua


área)

4. Um prato tem 24 cm de diâmetro e o outro tem 30 cm. Em termos de área, o prato menor é
quantos por cento do maior?
(Resposta: 64%)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


106
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

5. Observe a figura. Determine a área da parte colorida da figura.

(Resposta:
14,25 cm2)

6. Observe as dimensões do novo aquário do Abel.

O Abel decidiu colocar uma camada de areia de 6 cm de espessura no fundo do aquário e pediu ao
João para ir ao mercado comprá-la. Que quantidade de areia, em cm 3, deverá o João comprar?
(Resposta: 9000 cm3)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


107
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.1 Introduziu-se na proveta um paralelepípedo, que ficou completamente submerso.

As dimensões do paralelepípedo são:


Comprimento: 8 cm, largura; 2 cm, altura: 3 cm
Qual é a leitura do volume marcado na proveta, depois de colocado na proveta o paralelepípedo?
(Resposta: 108 cm3)

7. Na casa da Inês, gastam-se por mês 50 garrafas de 1,5 litros de água. Para ficar mais
económico, os seus pais resolveram passar a comprar a água em garrafões de 5 litros. Quantos
garrafões são necessários comprar?

(Resposta: São necessários comprar 15 garrafões de 5 litros)

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


108
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

8.4 O Plano Cartesiano

Para representar graficamente um par ordenado de números reais, fixamos um referencial


cartesiano ortogonal no plano. A recta x é o eixo das abscissas e a recta y é o eixo das ordenadas.
Dá-se o nome de eixo x ou eixo das abscissas à recta horizontal. À vertical denomina-se eixo
y ou eixo das ordenadas.
A orientação positiva das rectas é representada por uma seta como podemos ver na figura1
abaixo.

Figure 3 - Referencial ou sistema de referência

Figure 4 - Quadrantes matemáticos

8.5 Representação de Coordenadas no Plano

Para se determinar as coordenadas de um ponto P qualquer no plano, traçam-se linhas


perpendiculares aos eixos X e y.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


109
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

8.6 Distância Entre dois Pontos de Um Plano

Por meio das coordenadas dos pontos A e B pode-se determinar a distância d(A,B) entre dois
pontos representados no plano.

Na figura abaixo, os pontos A, B e C formam um triângulo rectângulo em C. Assim sendo, a


distância de A a B pode ser calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Determine a distância entre os pontos A(5.11) e B (2,7).

Resolução.

A (5,11): x1=5 e y1=11 e B (2,7): x2=2 e y2=7

d ( A, B)  (2  5) 2  (7  11) 2

d ( A, B )  9  16

2. Calcule o perímetro do triângulo cujos vértices são A(-1,-3), B(6,1) e C(2,-5).

Resolução:

Para se conhecer a medida de cada lado basta calcular as distâncias entre os pontos

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


110
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

o perímetro vale

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Calcule as distâncias entre os pontos abaixo:


a) A (4,-1) e B (2,1)
b) B (-3,2) e D (4,-6)
c) E (-1,-3) e F (-2,-5
2. Calcule a distância do ponto P (8,-6) à origem do sistema.
3. A distância entre os pontos A (x, 3) e B(-1, 7) é 5. Então:
a) x = 3 ou x = -5
b) x = 2 ou x = -4
c) x = 1 ou x = -3
d) x = 0 ou x = -2
e) x = -6 ou x = -1
4. Se o ponto P(m, O) é equidistante dos pontos P1(2, 4) e P2(4,6), então m é igual a:
a) 6 b) 7 c) 8 d) 9
5. Quais as coordenadas do ponto P do plano cartesiano que pertencem à bissetriz do segundo
quadrante e equidistante dos pontos A (0,3) e B(-1,0)?
a) (2, 2) b) (0, 2) c) (2, 0) d) (-2, 2) e ) (2, -2)
6. Dados os pontos A(-1, -1), B(5, -7) e C(x, 2), determine x sabendo que o ponto c é
equidistante dos pontos A e B.
7. O perímetro do triangulo ABC cujos vértices são A(0,0), B(12, 5) e C(0, -4) é:
a) 23 b) 33 c) 22 d) 11 e) 32

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


111
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

8.7 Equação Geral da Recta no Plano

Recta no plano

As equações na forma ax + by + c = 0 são expressões representativas de rectas no plano. Os


coeficientes a, b e c são números reais constantes, considerando a e b valores diferentes de zero.
A essa representação matemática damos o nome de equação geral da recta.
Podemos escrever a equação geral da recta utilizando duas formas:
1ª – através da determinação do coeficiente angular da recta aplicado na forma geral dada por:

y – y1 = m (x – x1).

Coeficiente angular (ou inclinação) da Equação geral da recta no ponto P(x,y)


recta
y – y1 = m (x – x1).

( y 2  y1 ) y – 6 = –3 (x + 1)
m
( x 2  x1 ) y – 6 = –3x – 3
y – 6 + 3x + 3 = 0
36 9
m   3  m  -3 y + 3x – 3 = 0
2  (1) 3

Então, a equação da recta é 3x + y – 3 = 0

2ª – através de uma matriz quadrada formada pelos pontos pertencentes à recta dada.
1ª forma
Vamos determinar a equação da recta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –3).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


112
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2ª forma
Considerando o ponto genérico P(x, y), pertencente à recta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e
B(2, –3), vamos construir a matriz formada pelas coordenadas dos pontos dados:

Diagonal principal
x * (–6) * 1 = 6x
y * 1 * 2 = 2y
1 * (–1) * (–3) = 3

Diagonal secundária
1* 6 * 2 = 12
x * 1 * (–3) = –3x
y * (–1) * 1 = –y

s: 6x + 2y + 3 – (12 – 3x – y) = 0
s: 6x + 2y + 3 – 12 + 3x + y = 0
s: 9x + 3y – 9 = 0 (dividindo a equação por 3)

A equação de recta desejada é s: 3x + y – 3 = 0

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Encontre a inclinação do segmento com extremos nos pontos

a) A(1, 2) e B(3, 8); b) A(0, – 3) e B(4, 1);

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


113
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

2. O valor de b para que o coeficiente angular da recta que passa pelos pontos A(4,2) e
B(2b + 1,4b) seja –2 é:

a) –1 b) 0 c) 1 d) 2 e) n.d.a

3. A equação geral da recta que passa pelos pontos (2,3) e (1,5) é:

a) – 2x – y + 7 = 0 b) – 2x + y – 7 = 0

c) 2x – y – 7 = 0 d) 2x + y – 7 = 0 e) n.d.a

4. Dada a equação da recta r: x + y – 1 = 0 e as afirmações:

I – o ponto (1,1) pertence a r II – a recta passa na origem do sistema cartesiano

III – o coeficiente angular de r é –1 IV – r intercepta a recta s: x + y – 2 = 0 no ponto


P(1,2)

a) apenas I é verdadeira b) apenas III é verdadeira c) nenhuma é falsa


d) apenas I é falsa e) n.d.a

5. Determine a equação reduzida da recta r, representada pelo gráfico abaixo:

a) y = x + 3 b) y = -x + 3 c) y = 2x+6 d) y = x – 3 e)
y = - 3x + 2

6. Determine a equação geral da recta representada pelo gráfico abaixo:

a) x – 2y - 8 = 0 b) 2x + y – 2 = 0 c) 4x – 2y – 4 = 0
d) x–y+2=0 e) x–y+4=0

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


114
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

7. Determine a equação da recta que passa pelos pontos A(-3, 2) e B(5, -4)

a) 4x + 3y + 1= 0 b) 3x + 4y + 1= 0
c) x + y + 3 = 0 d) x + y – 4 = 0 d) x – y – 1 = 0

8.8 Estudo da Circunferência

Circunferência é o lugar geométrico de todos os pontos do plano que se encontram à mesma


distância de um ponto fixo(centro).

8.8.1 Equação Reduzida da Circunferência

8.8.2 Equação Geral da Circunferência

Desenvolvendo a equação reduzida da recta teremos

equação geral da circunferência

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


115
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Determine a equação da circunferência de centro C e raio r, nos seguintes casos:

1 5
(a) C  (0,0) e r  2 (b) C  (1,3) e r  3 (c) C   ,  e r4
2 2

Resolução.

Em cada caso serão substituídos os valores na equação ( x  c1 ) 2  ( y  c2 ) 2  r 2 .

c1  0

a) c2  0  ( x  0)  ( y  0)  2  x  y  4  0
2 2 2 2 2

r  2

c1  1

b) c2  3  ( x  (1))  ( y  3)  3  x  2 x  1  y  6 y  9  9  0  x  y  2 x  6 y  1  0
2 2 2 2 2 2 2

r  3

 1
c1  2
 2 2
 5  1  5 1 25
c2    x     y    4  x  x   y  5 y   16  0
2 2 2

c)  2  2  2 4 4
r  4


 4 x 2  y 2  4 x  y 2  20 y  38  0

2. Determine o centro e o raio de cada circunferência dada.

a) x 2  ( y  3) 2  16 b) ( x  2) 2  y 2  12  0 c) 3x 2  3 y 2  6 x  12 y  14  0

Resolução.

Podemos completar quadrados ou utilizar as fórmulas de identificação de centro e raio.

C  (0,3)
a) x 2  ( y  3) 2  16  ( x  0) 2  ( y  3) 2  4 2  
r  4

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


116
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

b) ( x  2) 2  y 2  12  0  ( x  (2))2  ( y  0) 2   12   Cr  (12


2 2,0)
2
 3

14
3 x 2  3 y 2  6 x  12 y  14  0  (3)  x 2  y 2  2 x  4 y  0
3
 2
c1  1
 2
c) C  (1,2)
 4 
 c2   2  3
 2 r 
  3
14 14 14 1 3
r  (1)  (2)   1 4   5  
2 2

 3 3 3 3 3

3. Verifique se as equações dadas representam circunferências. No caso de as representarem,


determine o centro e o raio.

a) 9 x 2  9 y 2  6 x  36 y  64  0 b) x2  y 2  7x  y  1  0

c) 4x 2  4 y 2  x  6 y  5  0

Resolução.

Em cada caso, verificar as condições de existência e, se positivo, identificar os termos.

6 64
9 x 2  9 y 2  6 x  36 y  64  0  (9)  x 2  y 2  x  4 y  0
9 9
Coef ( x 2 )  Coef ( y 2 )  0

Coef ( xy )  0
a) 
1  36  64  27
2
  1
  2 
6/9 1 64
       irregular
2
c1   r
 2 3  3  9 9 9
 4
c2  2
 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


117
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO IX - NOÇÕES BÁSICAS DE DERIVADAS

9.1 Propriedades das Derivadas

a) yk y' 0
b) yx y' 1
c) y uv y´ u'v'
d) y  u.v y´ u' v  uv'
u u '.v  u.v '
e) y y´
v v2

9.2 Regras de Derivação

Seja u = f(x) e v = g(x) e n

a) y  k.u y´ k.u'

b) y  un y'  n. u n 1u'
u'
c) y  ln u y' 
u
d) y  au y'  a u .ln a.u'
e) y  sen u y'  u' cos u

f)
y  cos u y'  u' senu
u'
y' 
g)
y  arcsen u 1 u2

h)
y  sec u y'  u' sec u.tgu

i)
y  cosseu y'  u' cos sec u.cot gu
u'
y'  
j)
y  arccos u 1 u2
u'
y'  
k)
y  arc cot g u 1 u2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


118
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

l)
y  uv y'  vu v 1 .u' u v .ln u .v'

9.3 Exemplos

2x 3  5
a) f ( x) 
4x 2  7

6 x 2 (4 x 2  7)  (2 x 3  5)8 x 24 x 4  42 x 2  16 x 4  40 x 8 x 4  42 x 2  40 x 2 x(4 x 3  21x  20)


f ' ( x)    
( 4 x 2  7) 2 ( 4 x 2  7) 2 ( 4 x 2  7) 2 ( 4 x 2  7) 2

b) f ( x)  ln arctag ( x)

1
f ' ( x)  1  x
2 1

arctag ( x) (1  x )arctag ( x)
2


c) f ( x)  ln  x  15 x  sen ( x)
3 2

 6 x 2  30 x  cos(x)
f ' ( x) 
 x 3  15 x 2  sen ( x)

d) f ( x )  x

Transformando a função em potência temos:

f ( x)  x 8

7
1 
f ( x)  x 8
'

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


119
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

e) f ( x)  cos(ln(4 x  x))
2

8x  1
f ' ( x)   sen (ln( 4 x 2  x))
4x  x
2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a) f ( x)  2 x  5 R: f ' ( x)  2
b) f ( x)  1  4 x
2
R: f ' ( x)  8 x
c) f ( x)  ( x  x) . ( x  x) R: f ( x)  5 x  4 x  3x  2 x
3 2 ' 4 3 2

d) f ( x)  (3x  2 x  1).(x  x)
2 2
R: f ' ( x)  12 x 3  15 x 2  2 x  1

9x2  1
e) f ( x)  3 x  x
4 3
R: f ( x) 
'

44 (3x 3  x) 3

x 1 x 5
f) f ( x)  R: f ' ( x) 
3
x 1 63 ( x  1) 4 . x  1

7 x 2  32 x  2
g) f ( x)  x  8 . x  4 3 2
R: f ' ( x) 
63 ( x 2  4) 2 . x  8

h) f ( x)  cos x  senx R: f ' ( x)   senx  cos x

i) f ( x)  cos 2 x R: f ' ( x)  2 cos x.senx

3x 2  5
j) f ( x)  sen x 3  5x R: f ' ( x)  cos x 3  5 x
2 x  5x
3

k) f ( x)  x 2 tgx 3 R: f ' ( x)  2 xtagx 3  3x 4 sec2 x 3


3 x
f ( x)  e x f ' ( x)  (2x  3).e x 3x
2 2
l) R:

f (x)  5 x 5 x
f ' ( x)  (2x  5).5x 5 x. ln 5
2 2
m) R:
x  x2  1
f ( x)  log R: f ( x) 
'
n)
x 1 2
x( x 2  1)
x e x  e x
o) f ( x)  ln( e  e R: f ( x)  x
x '
)
e  ex

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


120
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

1. BIANCHIN, Edwaldo and Herval PACCOLA , 1997. Curso de Matemática. Brasil Editora
Moderna. Volume Único. ISBN 8516036901.

2. CARVALHO, João, 2010. Coleção Explorando O Ensino: Matemática. Ministério da Educação,


Secretaria de Educação Básica. Brasília. Volume 17. ISBN: 978-85-7783-041-1.

3. DANTE, L. Roberto 2003. Matemática: Contexto e aplicações. 3ª ed. São Paulo, Editora Ática.
Volume 1. ISBN 85-322-4514-5.

4. IEZZI, Gelson, et al, 1977. Fundamentos de Matemática Elementar. São Paulo Editora Atual.
Volume 4. ISBN: 8575602985.

5. LITVINENKO, MORDKÓVICH, 1984. Problemas Matemáticos de Álgebra e trigonometria.


Moscovo, Editora Mir. ISBN-13: 978-5-03-000697.

6. MADEIROS, Valeria, el al, 2010. Pré-Cálculo. 2ª ed. São Paulo. Editora CENGAGE Learning.
ISBN 9788522107353

7. N. PISKUNOV, 1977. Cálculo diferencial e Integral, Editoria MIR, MOSCU.


ISBN 9789681839857

8. Programas de Matemática do 2º Ciclo do Ensino Secundário, INIDE, Editora Moderna, S.A, 2.ª
Edição 2013

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


121
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

FÍSICA

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


122
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 1 - MECÂNICA

1.1 Fundamentos de Força e Movimento

1.1.1 Medição e Unidades de Medida

A Física é uma ciência que mede.


Grandezas de Física: Atributos mensuráveis de corpos, de fenómenos da natureza
Exemplos:
Comprimento de um corpo L
Corrente I dentro de um fio de cobre
Intensidade do campo magnético no espaço entre os pólos de um íman.
Medir: ⇔ Comparação da grandeza a medir com uma unidade pré definida
Exemplo:
Comparar o comprimento do corpo com o metro e determinar, quantas vezes o corpo
contem o metro. O resultado pode ser uma fracção.
O Procedimento de Medir depende da aplicação de qualquer lei física.
Exemplo: Medir forças Aplicação da Lei de Hooke

Alongamento d da mola ~ Força F aplicada



 F  k  d , k é constante e depende da mola

Aparelhos de Medir: são calibrados em unidades (ou fracções das unidades) do atributo a
medir.
Resultado da Medição: Grandeza da Física = Valor (número) x Unidade

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


123
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Unidades:
A Indústria e o Comércio precisam de certos estandartes comuns (unidades) como por exemplo
a navegação, o transporte e a comunicação.
Os sistemas de saúde e a segurança dependem de medições precisas. A precisão de uma
medição pode-se definir como:

Precisão: ⇔ Diferença entre o valor medido e o valor verdadeiro (Xm – Xr)

Convenção do Metro:
No ano 1875 dezassete países chegaram a um acordo em Paris para definir novas unidades
para medir as grandezas de distância (comprimento) e massa.
⇒ Foram preparadas um “Metro Padrão” e uma peça da massa de um Quilograma de uma liga de
Pt – Ir (tem uma expansão térmica pequena).
⇒ Início de “Systeme Internacional d´Unites” e de Laboratórios nacionais de calibração.

Definição: Calibração: ⇔ Os resultados dos aparelhos de medir são comparados com os


padrões ou constantes da física.

Tabela 13 - Unidades básicas (Unidades SI

Unidade Atributo
Metro (m) Comprimento L

Quilograma (kg) Massa m

Segundo (s) Tempo t

Ampere (A) Corrente eléctrico I


Kelvin (K) Temperatura termodinâmica

Mol (mol) Quantidade de substância

Candela (cd) Intensidade luminosa

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


124
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Definição do “Metro”:

Metro (m) COMPRIMENTO

O metro é o comprimento do trajecto percorrido pela luz, no vazio, durante um intervalo de


tempo de 1 / 299 792 458 do segundo (17º CGPM - 1983 - Resolução 1).

Para medir comprimentos por meio de "comprimentos de onda" emprega-se um interferómetro.

1 METRO

A velocidade da luz no vácuo é definida como uma constante da natureza:

C0 = 299 792 458 m/s.

• Definição do “Segundo”:
1 Segundo = 1s é 9 192 631 770 vezes a duração do período da radiação emitida e absorvida
pela transição entre dois níveis da estrutura hiperfina do estado atómico fundamental do isótopo
133
Cs.

• Definição do “Quilograma”:
1 Quilograma = 1 kg é a massa do protótipo do quilograma.
As definições das outras unidades são tratadas junto com os respectivos conteúdos da física
onde são aplicadas.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


125
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1.1.2 Cinemática

Para descrever os fenómenos da mecânica precisamos algumas ferramentas da matemática.


Uma destas ferramentas é a álgebra vectorial.
Vectores são objectos da matemática, que têm uma magnitude (módulo), uma direcção e um
sentido. São representados por setas.

A magnitude da seta indica o valor e a inclinação a direcção.

Cálculo com Vectores:


Os desenhos seguintes mostram as operações de adição, substracção de vectores e da
multiplicação de um vector por um escalar.

a) Adição e subtracção de Vectores

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


126
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

b) Multiplicação de um Vector com   R:

Voltamos para a cinemática e observamos um corpo pontual com massa m:


O vector define a posição do corpo no espaço.
Os vectores (t1) e (t2) indicam as posições nos tempos t1 e t2, respectivamente.
  

Distância percorrida durante o tempo


t  t 2  t1 :  r  r (t 2 )  r (t1 )

Velocidade:
Para descrever a variação da posição do corpo com o tempo, o término “velocidade” é útil.

   
  r (t 2 )  r (t1 )
Velocidade média v : v (t1 , t 2 ) 
t 2  t1

 
 r (t )  r (t1 )
Velocidade instantânea : v (t )  lim 2
t 2 t1 t 2  t1

O símbolo “lim” indica a aproximação de t 2 para t1 = t. Este tipo de expressão chama-se derivação
dr(t)/dt. Será tratada no fim do primeiro semestre na disciplina Calculo 1.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


127
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

O desenho explica a situação mais explícita:

Em cima: construção da velocidade, a partir da trajectória.


Em baixo: construção da acelaração a partir dos vectores velocidade.

Assim podemos concluir:


Velocidade: ⇔ Variação da posição (deslocamento) em função do tempo

Aceleração:
Para descrever a variação da velocidade com o tempo precisa-se o término “aceleração”:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


128
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

  
 v (t 2 )  v (t1 )
Aceleração média: a
t 2  t1
 
 v (t 2 )  v (t1 )
Aceleração instantânea: a (t )  lim
t 2 t1 t 2  t1

Em analogia com a definição da velocidade a aceleração é definida como:

Aceleração: ⇔Variação da velocidade em função do tempo

Agora já temos as ferramentas necessárias para descrever alguns tipos de movimentos

Movimentos especiais:

A. Movimento rectilíneo e uniforme:


  
v  v 0  const ., a  0
 
⇒ A distância percorrida durante o tempo t é s  v .t .

Exemplo:
Um carro anda com uma velocidade de 100 km/h. A distância percorrida durante duas horas é:
⇒ s = 100 km / h x 2 h = 200 km.
B. Movimento com aceleração constante:
    1 2
a  const  v  a  t  s   a t
2
Exemplo:
Um carro acelera de 0 km/h para 100 km/h em 5 s.
A aceleração calcula-se:

 km
100
  
v  a t  a 
v
 h  100  1000m  20m  5,55 m
t 5s 3600s  5s 3,6s 2 s2
A distância percorrida durante a fase de aceleração é:

1 5,55 m 5,55m  25s 2


s a t2   (5s ) 2
  69,375m
2 2 s2 2s 2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


129
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Sumário:
Movimento uniforme Movimento com aceleração constante

m m
Unidades: Distância [s] = m, Velocidade [v] = , Aceleração [a] = 2
s s

Caso geral: Movimento curvilinho

⇒ A cinemática descreve o movimento de corpos com as funções vectoriais r(t) (trajectória), v(t)
(velocidade) e a(t) (aceleração).
Mas o que causa o movimento, velocidade e aceleração?
Por isso precisamos da Dinâmica. A Dinâmica descreve as causas do movimento.

1.1.3 Dinâmica
A Dinâmica descreve as causas da velocidade e da aceleração. Precisamos das seguintes
Grandezas Físicas:
• Força F
• Massa (inerte) m

A força é uma grandeza vectorial. Como já sabemos do cálculo com vectores:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


130
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

⇒ A adição de forças funciona via paralelograma de forças:

Paralelograma de Forças

As leis de Newton:

O físico Inglês Isaac Newton formulou no ano 1686 três leis que representam o fundamento da
Dinâmica:

1) Primeira lei de Newton (chamada também Princípio de inércia):


Um corpo liberto da acção de forças move-se rectilínea e uniformemente.

F=0 v = const.

Explicação: Ignoramos o atrito. Alteramos o ângulo de inclinação do contentor da bola ate  0


(ver a figura em baixo).

⇒ A bola move-se até ao infinito quando o ângulo da inclinação é zero e o atrito é ignorado.

Consequência:
Não existem diferenças entre sistemas, que se movem com uma velocidade v=0 e sistemas, que
se movem com v = constante ≠ 0

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


131
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo:
Um livro é depositado sobre uma mesa com almofada de ar dentro de um comboio. O comboio
anda com a velocidade v ≠ 0.

⇒ O livro move-se á mesma velocidade do comboio (sistema de inércia) relativamente a um


observador fora do comboio.

2) Segunda lei de Newton (Chamada também lei fundamental da Dinâmica):



F 
Se uma força F actua sobre um corpo de massa m, comunica-se-lhe a aceleração a 
m
Este axioma serve como definição da grandeza “força”. Cada corpo resiste do seu movimento via
sua massa m.
As unidades da massa e da força são definidos da seguinte maneira:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


132
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Kilograma (Kg) MASSA

Modelo de Quilograma
O quilograma é a unidade de massa e é igual à
massa do protótipo internacional do
quilograma (3º CGPM - 1901 - pág. 70 das
actas)

ACELERAÇÃO de 1 m/s2
A unidade SI de força é o Newton
(N). Um Newton é a força que
aplicada a uma massa de um
quilograma, lhe daria uma
acelaração de 1 metro por segundo
quadrado.
1N = 1 Kg . m/s2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


133
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo 1

Consideremos o mesmo comboio como descrito na página anterior. Mas: A velocidade


v≠constante ⇒ existe uma aceleração a ≠ 0.

⇒ O livro sofre uma força F = m . a, que é compensada com a força da mola.

Exemplo 2

O peso de um corpo é tratado como uma força.


Força gravítica G ⇒ aceleração gravítica g, com g = 9,81m/s2 = constante.

⇒Altura h caída:

⇒ h é independente da massa m.

As imagens de uma máquina fotográfica da alta velocidade mostram a independência da altura


altura percorrida pela massa: A esfera maior cai com a mesma velocidade como a esfera
pequena.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


134
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3) Terceira lei de Newton (Chamada também lei de accão e reacção)

Quando a força F que actua sobre um corpo tem origem num outro, actua sobre o ultimo uma
força igual e contrária – F.

Exemplos
a) Corpo em cima de uma mesa

O peso do corpo provoca uma deformação elástica (tipo mola) da mesa. Esta deformação provoca
uma força FN com direcção contrária à deformação, que compensa o peso F´ N.

b) Cavalo com carrinho

O cavalo puxa o carrinho com uma força F > FR (força de atrito).


O peso G é compensado com a reacção do pavimento da rua F N.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


135
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplos quantitativos:

1) A massa (peso) máxima de um Volkswagen Golf é 1680kg. Calcula a força necessária para
acelerar o carro para 50km /h em 5s.

Solução:

2) Um corpo tem a massa de 5 kg.

Calcula a força que o corpo exerce no suporte.

Solução: ⇒ F = m.g, g = valor de aceleração da gravidade = 9,81 m/s 2.

3) O corpo do exercício 2) cai de uma altura de 3m. Calcula a velocidade no momento do


impacto.

Solução:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


136
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

4) Um corpo com m = 10 kg escorrega numa rampa (plano inclinado) com uma inclinação
α = 30º para baixo.

Calcula a força F2 que empurra o corpo.

Solução: O peso F 1 pode ser descomposto por uma força paralela ao plano inclinado F 2 e

uma força perpendicular F 3 .

Geometria ⇒

Atrito

Quando um corpo se desliza a força de atrito sobre o corpo tem o sentido contrário a velocidade
O atrito é proposcional a força perpendicular ao plano de contacto com o corpo.
Se o corpo se desliza:

⇒ O atrito provoca uma aceleração negativa.

⇒ O atrito trava o movimento.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


137
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo

FH  Atrito com os travões não bloqueadas (p.e. com ABS)

⇒ FH   H  FN com H  coeficiente de atrito estático

m
 H  0,5m  1680kg  FH  0,5  m  g  0,5  1680kg  9,81  8240,4 N  8,24kN
s2

FH  Atrito com os travões bloqueadas (p.e. sem ABS)


⇒ FG   G  FN , com  G coeficiente de atrito dinâmico.

Usualmente FG  FH .

Exemplo

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


138
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

1.2 Trabalho e Energia

O conceito físico de trabalho desenvolveu-se a partir do estudo da transmissão de forças por


meio de alavancas, planos inclinados, cordas e roldanas. Verifica-se que, mediante uma relação
adequada, se pode até “ganhar força”, i.é, que é necessário empregar uma força menor do que
aquela que, por fim, actua sobre o corpo a mover, mas tem de se percorrer com o ponto de
aplicação desta força um trajecto maior que difere do trajecto do lastro, do mesmo factor de
que diferem as forças.

⇒ “Ganhar força ao custo do caminho”.


⇒ Existe uma grandeza que, numa transmissão de forças, permanece constante.

Definição do ”Trabalho”:

Uma força é aplicada num corpo com a massa m e o corpo é deslocado de A para B
(distância ∆r):

O trabalho W necessário para mover o corpo contra a força ao longo de ∆x é definido da


maneira seguinte:

 
Definição: Trabalho W : F   r com a Unidade: N . m = J = Joule.

Em palavras: Trabalho: ⇔ Força na direcção do movimento vezes distância.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


139
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplos

a) Uma pessoa usa um aspirador no qual exerce uma força constante de 50 N para limpar a sala.
A direcção da força aplicada faz um ângulo de 30º com a superfície da sala, como se ilustra na
figura.
Calcula o trabalho realizado pela força de 50 N, sabendo que o aspirador se desloca 3,0 m em
linha recta.

Dados Resolução

b) Um corpo da massa m é levantado de


uma altura h.
A força (o peso) e a direcção do movimento
são paralelas. ⇒ W = m . g .h

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


140
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Definição da “Energia”:
Para executar trabalho precisa-se energia. Assim podemos definir:

Energia: ⇔ Capacidade de executar trabalho

Quando levantamos por exemplo um corpo da massa m de uma altura h, o corpo tem uma
capacidade de executar o trabalho W = m .
g .
h, a energia potencial (energia da posição).
Quando deixamos cair o corpo da altura h, a energia potencial é transformada pela energia de
movimento (energia cinética).

Geral:
O trabalho ou a energia respectiva E calcula-se, lembrando as fórmulas para a força F e a
distância s como:

Com F = força, s = distancia, a = aceleração, v = velocidade

O resultado chama-se Energia Cinética (= a capacidade, que tem o corpo por causa do
movimento, de executar trabalho).

⇒ Energia cinética:

Voltamos para o exemplo da queda dos graves e calculamos a energia cinética no momento
do impacto do corpo:

⇒ No momento do impacto a energia cinética do corpo tem o mesmo valor como a


energia potencial na altura h.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


141
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Tabela 14 - Diferentes tipos da energia nas diferentes posições

Posição Energia cinética Energia potencial Ecin + Epot


y=h 0 m.g.h m.g.h
y=0 1 0 m.g.h
mv2 = m . g . h
2

⇒ Epont + Ecin =E=Const. Lei da conservação da energia

A soma da energia potencial e da energia cinética é constante. A energia potencial pode ser
transformada para energia cinética e contrário.

Aplicação:
1 2
A energia potencial de uma mola é: E pot  kx , com k = constante da mola, x = alongamento
2
ou diminuição do comprimento da mola

Exemplo:

Calcula a diminuição do comprimento da mola.

Solução: Energia potencial no inicio: Epot = m g h

Geometria ⇒ sen  = h/4m ⇒ h = 4m.sen30º = 1/2.4m = 2m


⇒ Epot = 2 kg . 9,81 m/ s2.2m=39,24 J
Esta energia é transformada para energia cinética e depois para a energia potencial da mola.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


142
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Para descrever a capacidade de executar um trabalho W durante um intervalo de tempo ∆t


definido, o termo “Potencia P “ é útil:

Potencia: ⇔ Trabalho (Energia) por tempo

Unidade: [P] = J/s = W (Watt), Unidade antigo: 1cv = 735 W

Exemplo 1:
Um carro tem 75 cv. Tem uma massa de 1t. Que energia é necessário para utilizar o carro com a
potência máxima durante uma hora?

Solução:
1cv = 735 W

Exemplo 2
O carro do exemplo 1 anda com uma velocidade de 150 km/h durante uma hora. Que energia é
necessária quando o atrito é µ = 0,02?

Solução:
Força (atrito) e distância são paralelos.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


143
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA

A Termodinâmica resume-se numa frase:


O calor é o movimento desordenado das moléculas.

Assim a Termodinâmica descreve fenómenos da temperatura e do calor:


Termodinâmica → temperatura, calor

Observando um gás dentro de uma caixa de volume V (por exemplo: V = 1 m 3)


Calor: ⇔ movimento desordenado das moléculas do gás

2.1 Definição da Temperatura e Pressão

As moléculas ao sofrerem choques modificam as suas velocidades como indicado na figura em


baixo.

Sistema L Sistema s

Partículas de massas diferentes modificam as suas velocidades nos choques até adquirirem, em
média, a mesma energia cinética (Sistema L = sistema do laboratório, Sistema S = sistema do
centro de massas).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


144
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

⇒ Todos os tipos de partículas adquirem, em média, a mesma energia cinética.


⇒ O valor da energia cinética média descreve o equilíbrio termodinâmico do sistema.

Assim podemos definir a Temperatura de um sistema em equilíbrio:


A temperatura T é uma medida da energia cinética média das moléculas:
 1 2 3 J
E  m v  kT , com k  1,381  10  23 (Constante de Boltzamann)
2 2 K
A unidade da temperatura é o Kelvin: [T] = 1 K.

A escala de Celsius é definida via ponto de fusão e ponto de evaporação de água:

Pontos fixos 0º e 100º da escala celsius.

Diferenças da temperatura das duas escalas são iguais: [∆T] = 1 K = 1ºC.

Definição da Temperatura ⇒ Valores da velocidade média de alguns gases na T = 0ºC:

Tabela 15 - Valores da velocidade média de alguns gases


Gás Velocidade média das moléculas (m/s)
H2 1 839
N2 493
Cl2 310

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


145
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Termómetro:

Dispositivos para medir temperaturas chamam-se termómetros. Como já explicado na parte da


Mecânica desta sebenta, precisamos de uma lei da física para definir um procedimento de medir
uma grandeza física como a temperatura. Neste caso, utilizamos a lei da expansão térmica de
substâncias:
O comprimento l de um sólido depende da temperatura T.

Exemplo 1

Material a/K-1
Al 24.10-6
Gelo 51.10-6
Vidro de janela 9.10-6
Vidro Pyrex 3,2.10-6
Diamante 1,2.10-6
Grafite 7,9.10-6
Cobre 17.10-6
Aço 11.10-6

⇒ A dilatação térmica de um sólido ou de um líquido pode ser utilizada para medir a temperatura:
Para a calibração de termómetros utiliza-se os pontos de fusão e de evaporação conhecidos de
várias substâncias.
Este método também pode ser aplicado para substâncias líquidas como mercúrio ou álcool (→
termómetro de mercúrio).

Exercício
Uma ponte de aço é construída. Tem um comprimento l 0 de 1000m na temperatura de 10ºC.
Que comprimento terá na temperatura 40ºC.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


146
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Solução:

⇒ O comprimento da ponte aumenta em 33 cm.


A pressão do gás
A Pressão representa o segundo parâmetro da Termodinâmica. A Temperatura é ligada à energia
cinética, assim como a Pressão é ligada a força.
Definição:
Pressão p := Força transmitida pelas moléculas nas paredes de um contentor / área da Parede.

Unidades: [p] = 1 Pa = 1 N/m2 (Pascal), Unidade antiga: 1 atm = 1,013. 105 N/m2 (atmosfera)

A pressão de um gás nasce do embate das moléculas

2.2 Equação de Estado dos Gases Ideais

A equação de estado dos gases ideais descreve a correlação entre o volume V, a pressão p e
temperatura T de um gás. É útil para prever tendências quando um parâmetro (volume, pressão
ou temperatura) é variado.

Equação de estado dos gases ideais p . V = k . N . T


com N = numero das moléculas do gás, k = Constante de Boltzmann.

Em moles: pV  nRT com n = número das moles;

R  N A  k  8,31JK 1mol 1  0,08206 L atm mol 1 K 1

= Constante dos gases, L = Litro

⇒ Quando o volume é comprimido, a pressão vai aumentar (T = const) e vice-versa.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


147
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Estas equações só podem ser aplicadas exactamente para os gases nobres. Mas também
representam uma boa aproximação para outros gases.

Exercicios 1
Calcula o volume de um mole de uma substância na T = 0ºC, p = 1 atm,
Utiliza 1 atm = 1,013.105 N/m2.

Solução:

Exercício 2
Uma quantidade de gás tem um volume V = 2 L na temperatura de 30ºC na p = 1 atm. O gás é
comprimido para V = 1,5 L na temperatura de 60ºC. Calcula a pressão.

Solução:

2.3 Capacidade Calorífica

Para aquecer um corpo da temperatura T1 à temperatura T2 a energia Q é necessária:

com C = Capacidade calorífica, c = capacidade calorífica específica, T  T2  T1 ,  = número de

moles, m= massa.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


148
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Tabela 16 - Capacidade calorífica específica e molar de alguns elementos a 20º c

Elemento c em J Kg-1 K-1 Massa atómica relativa C em J mol-1 K-1

Li 3386 6,94 23,4

Be 1756 9,02 15,9

diamante C 502 12,01 5,9

Mg 1003 24,32 24,7

Si 710 28,06 20,1

K 752 39,10 28,8

Fe 460 55,85 25,5

Ag 234 107,88 25,1

W 134 183,92 24,7

Pb 130 207,21 26,8

Al 900 24,3

Cu 386 24,5

Agua 4185

Unidades de Q: [Q] = 1 J (Joule), Unidade antiga: 1 cal = 4,184 J (caloria)

⇒ 1 cal é necessário para aquecer 1 g agua de 1ºC.

Exercício 1
Qual é a energia necessária para aquecer 3 kg de cobre de 20ºC?

Solução:

Exercício 2
Um corpo de Al tem uma massa de 2 kg. A temperatura inicial é 10ºC. São fornecidos 36 kJ calor.
Qual é a temperatura final?

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


149
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Solução:

O Calorímetro
Para determinar a capacidade calorífica de um material, um corpo deste material é aquecido para
uma temperatura T e depositado em um banho de água.
O corpo aquece a água de Tc1 para T2.

Exemplo

600g de sucata de chumbo são aquecidas para 100ºC. São depositadas num contentor de
Alumínio com massa de 200g. O contentor contém 500g de água. A temperatura inicial do
calorímetro é de 17,3ºC. A capacidade calorífica específica do Alumínio é 0,900 KJ/(kg.K).
A temperatura final do calorímetro é 20ºC.
Calcule a capacidade calorífica específica de Pb.

Solução:

Aumento da temperatura de água: ∆TA = 20ºC – 17.3ºC = 2,7K.

⇒ Energia recebida da água: QA = mA . cA . ∆TA = 0,5 kg . 4,18 kJ/(kg . K) . 2,7K = 5,64 kJ

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


150
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Energia recebida do contentor: QC = mC.cc .∆TC = 0,2 kg . 0,900 kJ/(kg . K) . 2,7K = 0,486 kJ

Energia fornecida pela sucata: QPb = mPb . cPb . ∆TPb = 0,6 kg . cPb . 80K = 48 kg . K . cPb

Conservação da energia ⇒ QPb = QA + QC ⇒ cPb = 6,13 kJ/(48 kg . K) = 0,1277 kJ/(kg . K)

2.4 Máquinas Térmicas e Princípio da Termodinâmica

2.4.1 Disponibilidade da Energia

A Energia fica conservada (lei de conservação da energia).


⇔ Num sistema fechado (p.e. nosso universo) a energia não é gasta, só pode ser transforma-da
de uma forma para outra.

Mas porque temos de poupar energia?


A lei de conservação da energia (primeiro princípio da Termodinâmica) não descreve a realidade
completamente.

Existem energias mais valiosas que outras:


A Energia cinética pode ser convertida para calor a 100%. O processo contrário não é possível a
100%.

Exemplo 1

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


151
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

O corpo e o plano inclinado ficam mais quentes. A energia potencial é transformada para energia
cinética que pode completamente ser transformada para calor.

Mas o processo inverso (“O corpo sobe o plano inclinado. Este corpo com o plano inclinado ficam
mais frios.”) não acontece.

Exemplo 2
Dois corpos têm temperaturas diferentes. Juntando os corpos transfere-se energia do corpo mais
quente para o corpo mais frio até as temperaturas dos dois corpos se igualarem.
O processo inverso não acontece.

⇒ Existem processos irreversíveis.

2.4.2 Máquinas Térmicas

Máquina a vapor: transforma calor → energia mecânica

A água de caldeira é vaporizada na temperatura de ≈ 500ºC. O vapor de alta pressão executa


trabalho no pistão e expande o vapor.
⇒ A temperatura do vapor baixa e o vapor condensa no condensador. A água
volta para a caldeira.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


152
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

As figuras seguintes mostram cada passo do ciclo de uma máquina a vapor:

a) O gás é aquecido. O volume fica constante (o pistão é fixado).


⇒ A pressão aumenta de P1 para P2.

b) O peso G compensa a pressão do pistão. A energia térmica Q2 é fornecida e a pressão fica


constante (por causa do peso).
⇒ O gás expande.
⇒ O peso é levantado para a altura h.

c) O pistão é fixado e a energia térmica Q3 é tirada ate a pressão ter o valor P1.

d) O peso é tirado e o gás é comprimido com pressão constante até ocupar o volume V 1. A
energia térmica Q4 é tirada. O gás esta outra vez no estado inicial.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


153
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Energia térmica fornecida: Qforn = Q1 + Q2


Energia térmica tirada: Qtir = Q3 + Q4

Conservação da energia
⇒ Trabalho mecânico:

A área dentro do rectângulo 1 2 3 4 do diagrama P - V representa o trabalho fornecido durante


um ciclo.

Motores de Explosão
Maquinas a vapores produzem o calor externamente. Motores de explosão produzem o calor
dentro do volume de trabalho.
A figura seguinte mostra o funcionamento de um motor de quatro tempos:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


154
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Funcionamento de um motor de quatro tempos:

a) Aspiração da mistura de benzina / ar, o pistão move para baixo.


b) O gás é comprimido.
c) Ignição.
d) Os produtos quentes da ignição empurram o pistão para baixo.
e) O pistão empurra os gases residuais para fora.

A mistura de benzina / ar entra no cilindro no ponto a e é comprimida até b. Durante a ignição é


fornecida a energia térmica QW, que provoca um aumento da temperatura e da pressão
(b → c). O volume fica constante.
Depois o volume expande e a pressão baixa (c → d).
Durante o arrefecimento (d → a) a energia térmica QK é tirada. O novo ciclo começa.

⇒ O trabalho feito pela máquina: W  QW  QK

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


155
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

O quociente do trabalho feito pela máquina e a energia fornecida chama-se eficiência.

W Q  QK Q
Eficiência:  :  W  1 K
QW QW QW

Exemplos
ε (Maquina a vapor) = 0,4
ε (Motor) = 0,5

Resumo:

A energia QW é tirada de um depósito de uma temperatura maior e a energia QK é fornecida para


um depósito de uma temperatura mais baixa, quando a máquina está a executar o trabalho W.

Exercício 1
Uma máquina tira a energia de 200J de um depósito quente, executa um trabalho W e fornece
160J de calor para o depósito frio. Calcula a eficiência ε.

Solução: ε = 0,20

Exercício 2
A eficiência de uma máquina é 0,35.
a) Quanto trabalho é executado, quando 150J de calor são tirados de um depósito quente?
b) Quanto calor é fornecido a cada ciclo para o depósito frio?

Solução: a) 52,5 J, b) 97,5 J.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


156
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 3 - ELECTRICIDADE

3.1 Condutores em Equilíbrio Electrostático

A Electrodinâmica é junto com a Mecânica, o segundo pilar independente da Física Clássica.


Descreve os fenómenos da electricidade, que podem ser separados em fenómenos eléctricos e
fenómenos magnéticos. Os fenómenos eléctricos estão ligados com um atributo da matéria que se
chama carga eléctrica. Os fenómenos magnéticos são causados por carga eléctrica em
movimento. A carga eléctrica é um atributo da matéria parecido como a massa.

3.1.1. Carga eléctrica


A carga eléctrica é positiva ou negativa. A carga mais pequena que pode ser isolada é a carga do
electrão e. Existem partículas elementares chamadas Quarks com carga -1/3 e, mas
principalmente não são isoláveis e não tem aplicações nas engenharias, por agora. A unidade da
carga eléctrica é o Coulomb (C).
A carga do electrão é uma constante fundamental da física: e = 1,602 . 10-19 C

Cargas q2 e q2 do mesmo signo provocam forças repulsivas, cargas com signo diferente
provocam forças atractivas:

A lei de Coulomb descreve estas forças em dependência da distância r:

⇒ A força F aumenta quando r diminui, F diminui quando r aumenta.


⇒ A força F aumenta quando as cargas q1 ou q2 aumentam e vice -versa.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


157
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Aplicação: Osciloscópio

Electrões saem do filamento K e são acelerados e focados via forças de Coulomb das cargas
eléctricas dos dispositivos W, L e A. As cargas eléctricas nas placas Y e X (Condensadores)
provocam um desvio do raio electrónico no ecrã S. Assim pode-se visualizar a dependência
temporal de sinais eléctricos.
Para produzir imagens visíveis, aplica-se nas placas X um sinal da forma “dente de serra”:

Assim a forma do sinal repete-se periodicamente no ecrã cada período do tempo .

3.1.2. Corrente Eléctrica e Movimento de Carga


Cargas eléctricas em movimentos representam uma corrente eléctrica I. Correntes aparecem
usualmente em materiais condutores (condutores eléctricos), por exemplo em cabos de
cobre.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


158
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Quando a quantidade de carga ∆Q passa á área A no tempo ∆t a corrente I é definida


Q
como: I
t
Unidade: [ I ] = 1A (Ampere) = 1 C/s

A carga móvel em metais consiste de electrões com carga q = e, que se movem com a
velocidade Vd dentro do fio.

Para um movimento de carga q dentro de um filamento, uma força F é necessário:

A última equação define o campo eléctrico :

Def.: Um campo eléctrico é uma zona onde corpos dotados de carga eléctrica sofrem a
acção de forças.

Campos eléctricos são visualizados via “linhas de campo eléctrico”. As linhas do campo eléctrico
descrevem o valor (densidade das linhas) e a direcção do campo eléctrico:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


159
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A energia potencial de uma carga eléctrica pode-se definir em analogia com a energia potencial de
um corpo da massa m: A força gravítica é substituída pela força de Coulomb. A energia potencial
da carga q no ponto a é Epa, no ponto b é Epb.
Definimos o potencial eléctrico ϕ usando as equações seguintes:
Epa = q .ϕa ∧ Epb = q .ϕb

⇒ Definição: O potencial de uma carga q no sítio a é:

Assim podemos definir uma grandeza muito utilizada nas aplicações, a tensão eléctrica U entre os
dois pontos a e b:

⇒ Tensões eléctricas só existem entre dois pontos diferentes.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


160
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

E pot .a
Lembrando as definições do campo eléctrico (E = F / q) e do potencial ( a  )
q
⇒ U = (F .∆l) / q = (F/q) .∆l
⇒ U = E .∆l.

3.1.3. A Lei de Ohm


Bons condutores eléctricos são materiais com cargas eléctricas quase livres. As cargas
podem-se mover como partículas livres que só são travadas por choques que sofrem com os
átomos ou iões do material. A lei de Ohm descreve o transporte da carga eléctrica dentro
destes materiais.

Para provocar um movimento de portadores de carga aplicamos um campo eléctrico .


  
⇒ Aplicação de uma força F  ma  e.E nos electrões.

 eE
⇒ A aceleração dos eletrões com a  durante o tempo 2 do intervalo entre dois choques
me

⇒A velocidade dos eletrões aumenta de acordo com v  a  t (ver diagrama em baixo).

Os choques provocam uma paragem imediata dos electrões para v = 0.


⇒ Os electrões circulam no material com uma velocidade média vav.

Resumo:

⇒ Um campo eléctrico aplicado num condutor provoca uma corrente elétrica I.


⇒ Uma tensão eléctrica U = E. d aplicada num condutor provoca uma corrente I.
⇒ Lei de Ohm: U = R . I.
l
À constante de proporcionalidade chama-se Resistência R 
A
ρ = resistência especifica (resistividade).
Unidades: [R] = 1V/A = 1Ω (Ohm), [ρ]=1Ω.m.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


161
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Cabo:

A resistência específica ou resistividade ρ depende do material. “A” e “  ” são a secção recta e o


comprimento do condutor respectivamente.

Com estas ferramentas (Definições e leis) podemos agora descrever circuitos eléctricos de
corrente contínua.

A tensão U provoca uma corrente l, que passa pela resistência R. As ligações são assumidas
com resistência nula. Dentro da bateria a carga eléctrica Q corre de um potencial baixo para um
potencial alto.
A função da resistência pode ser imaginada com a analogia mecânica indicada em baixo:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


162
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Lembrando as definições da energia potencial eléctrica, da tensão, da corrente eléctrica e do


teorema da conservação da energia:
⇒ O trabalho executado, quando as cargas (electrões) passam pela resistência R é:

W = U.Q = U.I.t

⇒ A Potencia é calculada como: P = U.I


Esta situação é análoga a esferas que rodam sob um plano inclinado (imagem em cima):

a) A energia potencial é transformada para energia cinética que é transformada para energia
calorífica por intermédio dos choques com os pregos.

b) A criança que deposita as esferas outra vez para cima muda a energia química para energia
potencial (função da bateria).

c) Tudo começa outra vez de início → (a), até a criança parar (A bateria esta vazia).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


163
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exercicio1
Calcula a resistência de um fio de cobre com um comprimento de 1 m e uma área A de 1 mm 2.

Utiliza  (Cu )  1,6 10 6   cm

l 1,6.10 6 .cm.1m 1,6.10 6.10 2 .m 2


Solução: R    1,6.10 2   0,016
A 1mm 2 10 6 m 2

Exercício 2
Uma resistência com R = 100 Ω é ligada numa fonte de tensão com U = 220V (ver penúltimo
circuito antes desta página). Calcula a intensidade de corrente l.

Solução: Lei de Ohm: U = R . l


⇒ l = U/R = 220V / 100 Ω = 2,2 A.

Dependência da Resistência com a Temperatura


Como sabemos da Termodinâmica, uma temperatura T > 0 K provoca movimento de partículas.

⇒ Os átomos ou iões de sólidos fazem movimentos periódicos à volta da posição de repouso.


Estas vibrações aumentam com a temperatura.

⇒ A probabilidade de choques entre electrões de condução e os iões da rede do sólido


aumenta e pára o movimento dos electrões da condução.

⇒ A resistência eléctrica nos metais aumenta com a temperatura.

Resultados experimentais ⇒ρ(T) = ρo (1+  T), com T = temperatura (ºC).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


164
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A Tabela em baixo mostra a resistividade específica de alguns metais com os respectivos


coeficientes da temperatura.

Tabela 17 - Resistividade e coeficiente de temperatura

Metal Resistividade eléctrica Coeficientes de temperatura  t , ºC-1


a 0ºC, . . cm

Alumínio 2,7 0,0039


Cobre 1,6 0,0039

Ouro 2,3 0,0034

Ferro 9 0,0045

Prata 1,47 0,0038

Exercício 1:
Calcular o aumento da resistência de um filamento de cobre com A=1mm 2 e l=1m, quando a
temperatura sobe de 20ºC para 40ºC

Solução:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


165
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exercício 2:
Calcular a velocidade média dos eletrões dentro de um filamento de cobre com um raio de
0,815mm. A corrente é 1 A
Solução: Assumpção: temos 1 electrão de condução por átomo de cobre.
  NA
 Número de átomos de cobre por volume n a

M

 A velocidade média dos electrões da condução é muito pequena

Explicação:
Os electrões fornecidos pela bateria empurram os electrões de condução de cobre que se
movem para direita.

⇒ A grande velocidade de transmissão eléctrica de mensagens não se deve ao deslocamento dos


electrões no condutor, mas à velocidade de propagação do campo eléctrico no interior e na
periferia do condutor, que é igual à velocidade da luz.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


166
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Fontes químicas de corrente:


Consideramos um metal na solução de iões próprios. Há dois efeitos possíveis:

• Os iões carregam o metal positivo até a força repulsiva ser suficientemente grande.
• Os iões são atraídos pelas moléculas de água e saem do metal indo para a solução.

O metal é carregado negativamente com relação à solução até o equilíbrio ser atingido.

A Tabela em baixo mostra as energias de ligação dos electrões de cada elemento em equilíbrio. As
diferenças dos potenciais são definidas relativamente de um eléctrodo de platina num ácido com
1g H+ / Litro.

Tabela 18 - Energias de ligação dos electrões de cada elemento em equilíbrio

Átomo Ião Potencial (Volt)


K K+ -2,93
Ca Ca 2+
-2,87
Na Na+ -2,71
Mg Mg 2+
-2,37
Al Al3+ -1,66
Mn Mn 2+
-0,76
Fe Fe2+ -0,44
Sn Sn2+ -0,14
Pb Pb2+
-
0,13
H2 H+ 0,00
Cu Cu2+ +0,35
Ag Ag +
+o,81
Hg Hg+ +0,85
Au Au +
+1,50
Pt Pt+ +1,60
Zn Zn2+ -0,74
Sb Sb3+ +0,2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


167
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Aplicação: Elemento de Daniell

⇒ A tensão entre os electrodos é U = + 0,34 V – (- 0,74 V) = 1,1 V

Acumulador de chumbo

Nas plcas de chumbo forma-se uma camada de PbSO4 quando são


mergulhados no ácido sulfúrico

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


168
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Aplicação de uma tensão externa ⇒ Carregamento

Ânodo: PbSO4 + (SO4-- + 2H2O) → PbO2 + (2H2SO4) + 2e-


Cátodo: PbSO2 + (2H+) → Pb + (H2SO4) - 2e-

O ânodo fica negativo, o cátodo positivo. ⇒ Uma tensão eléctrica U ≈ 2V.


Ligação dos dois pólos ⇒ Descarregamento

Ânodo: PbO2 + 2H + H2 SO4 → PbSO4 + 2H20


Cátodo: Pb + SO4 → PbSO4

⇒ Os eléctrodos voltam para o estado inicial (Pb com uma camada de PbSO4).

Resistência Interna:
Baterias e Acumuladores tem uma resistência interna Ri:

Lei de Ohm: I . R = U = UQ – I . Ri

⇒ A tensão nos terminais da bateria torna-se menor quando a corrente aumenta.

3.1.4. As Leis de Kirchhoff, Cálculo de Redes Eléctricas


As Leis de Kirchhoff permitem a determinação das voltagens e correntes de circuitos eléctricas
com varias resistências eléctricas (redes eléctricas).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


169
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Esquema de uma rede eléctrica

Regra dos nós de Kirchhoff:


A soma de todas as correntes em cada uma das ramificações que desembocam nos nós é nula.

Conservação da carga eléctrica ⇒ (-I1) + I2 + (-I3) + I4 + (-I5) = 0

Considerar como positivas as correntes que convergem para o nó. Considerar negativas as de
sentido oposto.

Regra das Malhas, de Kirchhoff:


A tensão total ao longo de uma malha fechada de um circuito, i.é. a soma de todas as quedas de
tensão em cada um dos elementos de que a malha é constituída é nula:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


170
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Conservação da Energia ⇒ U1 + U2 + U3 + … = 0
Fontes de tensão entram com valores negativos na soma.

Exemplo: Ver esquema em baixo. O potencial de cada nó i da malha é  i 

Aplicações das Leis de Kirchhoff:

Ligação de resistências em série:


Ligamos duas resistências R1 e R2 em série numa fonte de tensão U. As tensões que caiem sobre
as resistências e a corrente I que passa no circuito são medidas como indicado no desenho em
baixo.

Lei de Ohm:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


171
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Assim podemos substituir duas resistências em series por uma resistência com valor da soma das
duas.

Ligação de resistências em paralelo:

Lei de Ohm:

1 1 1
Regras dos nós de Kirchhoff  U1  U 2  U  I  I1  I 2   
Rtot R1 R2

 U Rtot  U 1 / R1  U 2 / R2

3.1.5 O Condensador
Condensadores são componentes eléctricos que servem para armazenar carga e energia
eléctricas. A capacidade C descreve a quantidade da carga Q, que o condensador pode
armazenar, quando uma tensão U é aplicada. A geometria mais fácil de um condensador é
mostrada na imagem em baixo:

Unidade: [C] = 1 C/V = 1 F (C = Coulomb, F = Farad)

As cargas eléctricas nas placas do condensador criam um campo eléctrico E, que é homogéneo
entre as placas.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


172
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A capacidade de um condensador de placas descreve-se como:

A = área das placas, d = distância das placas e ε0 = constante dieléctrica.

Exercício
As placas de um condensador têm as dimensões de 10cm x 10cm. d = 1mm.
a) Calcula a capacidade.
b) Que quantidade de carga passa de uma placa para outra quando uma tensão de 12V é
aplicada?

O Dieléctrico
Depositamos um isolante entre as placas de um condensador. O campo eléctrico polariza o
material do isolante. Os dipolos são orientados como indicado na figura em baixo:

No interior do isolante as cargas são compensadas. As cargas nas superfícies


causam um campo eléctrico contrário ao campo exterior.
⇒ O campo eléctrico E entre as placas é reduzido

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


173
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

E0
⇒ Podemos escrever E como: E
r

E0 .d U0
Lembrando de que U  E.d  U  E.d  
r r

Q Q Q
C    r
U U0  r U0

A
 C   r .C0  C   0 . r .
U0

Aplicação:

Quando uma pessoa toca uma tecla, a distância entre as placas metálicas é variada. A variação
da capacidade provoca um sinal eléctrico que é detectado.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


174
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Armazenamento de Energia Eléctrica:


As cargas armazenadas nas placas de um condensador têm uma energia potencial eléctrica.
Este energia E pode ser escrita como:
1
E CU 2
2

3.2 Campos Magnéticos

Conhecemos Campos Magnéticos dos materiais magnéticos (ou mais correcto materiais ferro
magnéticos) e Campos Magnéticos provocados por correntes eléctricas. Já no ano 1820 o físico
francês Ampere mencionou a hipótese, de que o magnetismo de materiais também é provocado
por correntes eléctricas: de correntes atómicas internas. Esta hipótese foi confirmada e assim
pode-se dizer de que Campos Magnéticos são gerados por carga eléctrica em movimento.

Campos Magnéticos gerados por um condutor eléctrico, uma bobina e um magnete permanente.

O campo magnético é definido em analogia com o campo eléctrico:

Definição: Um campo magnético é uma zona onde uma força é aplicada sobre um
magnete. Magnetes têm sempre um pólo norte e um pólo sul.
Os dois pólos não podem ser separados.

Como o campo eléctrico, o campo magnético é uma grandeza vectorial. Também as forças entre
pólos magnéticos mostram atributos muito similares às forças de Coulomb entre cargas
eléctricas:
• A aproximação de dois pólos norte e dois pólos sul provoca forças repulsivas.
• A aproximação de um pólo norte e um pólo sul resulta em forças atractivas
(ver também a imagem em baixo).

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


175
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Linhas de campo magnético de dois magnetes permanentes e o efeito do campo magnético no


alinhamento de ímanes de teste.

As forças magnéticas alinham os dipolos magnéticos (magnetes permanentes de teste, ímanes)


em direcção do campo magnético.
Tratamos agora os campos magnéticos gerados por condutores eléctricos:

3.2.1 Campo magnético de um condutor

Quando se passa uma corrente eléctrica I num condutor filamentar como indicado na imagem da
página anterior, um campo magnético concêntrico é gerado. O valor do campo H depende da
intensidade de corrente I e da distância radial r do condutor:

Por razões históricas existem dois tipos de campo magnéticos: H e B.


Existe a relação seguinte entre eles:

V .s
Com  0  1,26.10 6  permeabilidade do vácuo
A.m

 r  Permeabilidade relativa (depende do material)

Parecido como um campo eléctrico, um campo magnético B provoca uma força F que actua
sobre cargas eléctricas q. Mas ao contrário do caso do campo eléctrico, esta força só actua em

cargas em movimento (v ≠ 0) e a direcção da força não é colinear com .

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


176
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

F chama-se Força de Lorentz:

com v = velocidade da carga q.

O valor deste produto vectorial calcula-se de acordo com a equação:

 = Ângulo entre velocidade v da carga eléctrica e campo magnético B.

A direcção da Força de Lorentz é indicada nas imagens seguintes:

Aplicação: Baloiço de Lorentz

Uma corrente passa por um condutor dentro de um campo magnético

O fio condutor é afastado para o lado logo que por ele passe uma corrente. Invertendo o
sentido da corrente também se inverte o sentido de afastamento.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


177
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Definição de Ampere
Para definição da unidade SI de Ampere utiliza-se a seguinte experiência:
As correntes I1 e I2 passam por dois condutores paralelos como indicado na figura em baixo.

Assumimos:

I 1  I 2  I e  1   2  
 0 .
B   B2  B  F1  F2  F
2 .R
 0 .I 2
⇒ Resulta em uma força atractiva F  entre os dois condutores.
2 .R

O valor desta força é utilizado para definir o “Ampere”:

1 A (Ampere):
Intensidade de uma corrente constante que, mantida em dois condutores paralelos, rectilíneos, de
comprimento infinito, de secção circular desprezável e colocados à distância de 1 metro um do
outro, no vácuo, produziria entre estes condutores uma força igual a 2x10 -7 N por metro de
comprimento.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


178
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3.2.2 Campo Magnético de uma Bobina

Lembramos o campo magnético de um condutor:

A partir da sobreposição dos campos magnéticos de cada espira podemos construir o campo
magnético H dentro de uma bobina comprida:

n.l
H 
L Com n = número das espiras, L = comprimento da bobina.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


179
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

As equações, que descrevem os campos magnéticos de um condutor eléctrico assim como o


campo magnético de uma bobina são confirmados experimentalmente. As fórmulas destes
campos serão deduzidas com mais rigor na disciplina da física 3 no terceiro semestre.

A força entre duas cargas electricas e a força entre dois polos magnéticos podem ser tratadas
similarmente. Por exemplo as duas forças são proporcional r-2

Consideramos algumas diferenças:


Cargas eléctricas podem ser separadas. Os dois pólos magnéticos não podem ser separados:

⇒ Cada fragmento de um magnete é por sua vez um magnete com pólo norte e pólo sul.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


180
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Explicação: O magnetismo dos magnetes permanentes é causado pelo movimento dos


electrões da valência (momentos magnéticos) dos átomos do cristal:

Os electrões da valência formam correntes circulares que são alinhadas do campo magnético
externo.

Momento Magnético: m  I  A com I = corrente, A = área

O campo magnético alinha as correntes elementares:

⇒ Pela sobreposição forma-se uma corrente circular forte, que provoca o campo magnético,
que dentro do material se chama “Magnetização” M.

No movimento circular dos electrões dentro dos átomos adiciona-se uma rotação em volta
de eixo próprio de electrão: O Spin I.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


181
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Dos três tipos principais do magnetismo da matéria, só o ferro magnetismo tem


aplicações significantes.

3.2.3 Ferro Magnetismo

Os materiais ferro magnéticos mais utilizados são ferro (Fe), níquel (Ni) e cobalto (Co). Foi
confirmado empírica e teoreticamente que os magnetes elementares destes materiais são os
spins dos electrões da condução (electrões quase livres dentro do sólido, que são responsáveis
pela condução eléctrica).
Já sem campo magnético externo existem zonas com os magnetes elementares ordenadas
(domínios magnéticos).

Sem campo magnético H externo os domínios são orientados num circuito fechado:
H=0⇒M=0
As imagens em baixo mostram o desenvolvimento da estrutura dos domínios quando o campo
magnético externo H é aumentado:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


182
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo
O campo magnético H é produzido por uma bobina. O núcleo de ferro é magnetizado (os
magnetes elementares são alinhados como indicado na imagem em cima).

Assim resulta o diagrama de magnetização dependente do campo magnético externo da bobina

Quando o campo magnético externo H aumenta, cada vez mais momentos magnéticos são
alinhados na direcção de H. A magnetização entra na saturação, quando todos os magnetes
elementares são alinhados. Esta curva chama-se “Curva de Histerese” porque o processo da
magnetização não é reversível: A magnetização não é zero quando o campo magnético externo é
desligado e quando H é reduzido a curva de M é diferente da curva quando H sobe.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


183
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

3.2.4 Indução Magnética

Aprendemos que uma corrente eléctrica provoca um campo magnético.



Corrente eléctrico I ⇒ Campo magnético B

O contrário também é correcto?

Experiência:
Tira a ficha eléctrica de um aquecedor eléctrico da tomada quando o aparelho está em
funcionamento.
⇒ Uma faísca aparece.

A razão da faísca aparecer é uma variação do campo magnético, que provoca (induz) uma

tensão eléctrica. Um parâmetro útil para deduzir a lei de indução é o Fluxo Magnético m :

Fluxo Magnético: ⇔ Campo Magnético vezes área perpendicular.


As imagens seguintes mostram uma série de experiências, que servem para deduzir a
Lei de Indução:

Se introduzirmos rapidamente a barra magnética na espira circular, o galvanómetro balístico


acusa um impulso indutivo.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


184
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Um galvanómetro é um aparelho de medir tensões eléctricas.

Se a espira for dupla, o desvio do galvanómetro balístico também duplica.

Uma bobina percorrida por uma corrente induz do mesmo modo que a barra magnética ao ser
introduzida na espira.

O fechar do circuito provoca um desvio da agulha do galvanómetro no mesmo sentido do desvio


que se observaria se se introduzisse a bobina na espira.

A rotação da espira no campo magnético também produz uma indução.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


185
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

... tal como uma variação da área limitada pela mesma espira.


⇒ Tensão induzida: U   = Variação do fluxo magnético por tempo ∆t
t
Lei de Indução

Aplicação:
O fluxo magnético pode ser variado devido ao movimento de um condutor dentro de um campo
magnético. A barra móvel é um condutor eléctrico (ver imagem em baixo).

Fluxo Magnético:    I .v.t.B


Lei da Indução:  U  I .v.B

Exercícios

Uma barra de 40 cm de cumprimento move-se com uma velocidade de 12 m/s


perpendicularmente a um campo magnético de 3000 G. Calcula a tensão induzida.

Solução: U = 1,44V

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


186
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Aplicação: O Gerador
Um gerador é uma máquina que transforma trabalho mecânico para energia eléctrica.

A tensão eléctrica induzida pode ser aplicada a uma resistência R.

Lei da indução  U  B. A.sen  B  A  sen (.t ) (tensão alternada)

2
Com   2  f  , f = frequência, T = período do tempo (tempo que a bobina móvel faz para
T
completar uma volta)

A tensão alterna varia a polaridade periodicamente. A tensão alterna da nossa rede eléctrica é

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


187
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

produzida via indução.

U (t )  U 0 .sen (.t ) , com U 0 =311V, f=50Hz


U0
Tensão efectiva: U ef :  U ef  220V
2

Observamos uma resistência ohmica:

Aplicamos a lei de Ohm: U (t) = R . I(t)

Lembramos das definições da tensão eléctrica e da potência eléctrica:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


188
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

A tensão eléctrica U:= ϕa -ϕb = E .∆l.


Q
⇒ Potência = P = Energia / tempo  U .  U .I
t

Unidade: [P] = 1 V . A = 1 W (Watt)

⇒ P = U (t) . I(t) =Uo . I0 . sen2 (ω t)

1 U I
⇒ Potência média: P  U 0 .I 0  U ef .I ef  U ef 0  I ef  0
2 2 2

Um motor eléctrico é um gerador inverso. Consiste em uma parte móvel (o rotor) e uma parte
fixa (o estator).
O estator e o rotor são ligados em paralelo ou em série por intermédio das escovas de fios de
cobre.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


189
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

As escovas contactam os segmentos do comutador, que varia a direcção da corrente das


espiras do rotor.

Experiência: O peso de 1 kg é levantado 1 m com um motor eléctrico.

O motor trabalha primeiro sem peso. Corrente I1 e tensão U1 são determinadas. Depois o peso é
levantado. A corrente I2 e a tensão U2 são medidas, como o tempo t necessário para levantar o
peso.
Resultado: U1 = U2 = U = 215V
I1 = 67,5 mA
I2 = 85 mA
t = 2,66 s
⇒ A variação da corrente ∆I = 17,5 mA,
⇒ Energia eléctrica gasta para levantar o peso:

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


190
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Wel = P . t = 215V . 0,0175 A . 2,66s = 10,0 Ws

m
Energia potencial: Epot=1kg.1m.9,81 2
 9,81N .m  9,81wW
s
⇒ A energia eléctrica é transformada completamente para energia potencial.

O Transformador

Transformador

Tensões, correntes, campo


e fluxo no transformador.

Um transformador é utilizado para variar a amplitude de uma corrente alterna sem modificar a
sua frequência.
 
Lei da Indução: U 1  N 1.  U 2  N2.
t t
(o fluxo magnético é a mesma nas duas bobinas)
⇒ U1 N
 1
U2 N2

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


191
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exercício 1

Uma campainha funciona com 6V e uma corrente de 0,4 A. Para utilizar a tensão de rede (230V)
um transformador com um circuito primário de 2000 espiras é implementado. a) Calcula o
número das espiras de circuito secundário. b) Determina a corrente no circuito primário.

a) Calcula o número das espiras de circuito secundário.


b) Determina a corrente no circuito primário.

Solução:

U 2eff 6V
a) N 2  N1  2000.  52
U1eff 230V
U 2eff 6V .0.4 A
b) Potência P1  P2  U1eff .I eff  U 2eff .I 2eff  I eff    0,01A
U1eff 230V

Exercício 2

Uma ligação de alta tensão tem uma resistência de 0,02 Ω / km. Calcula a perda da potência
quando 200kW são transferidos para uma cidade de 10km distancia para U = 230V e U = 4,4kV.

Solução: a) R = 0,02 Ω / km . 10km = 0,2 Ω.

P 200000W
I eff    870 A
U eff 230V

Perda: PR  I eff2 .R  151kW

200kW
b) I eff   45 A
4,4kV

Perda: PR  414W

 É favorável de transportar energia electrica utilizando tensões altas

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


192
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Física; C. Gerthsen, Kneser, H. Vogel, Fundação Calouste Gulbenkian, 2. Edição, 1998

2. Das Neue Physikalische Grundpraktikum (O novo Laboratório da Física); H.J. Eichler, H.-D.
Kronfeldt, J. Sahm; Springer-Verlag, 2001

3. Physik II, Elektromagnetische Wechselwirkungen (Física II, Interacções Electromagnéticas),


Skriptum (Sebenta);

4. Prof. Althoff, Prof. Knop; Universidade Bona, 1970

5. Physik; Paul A. Tipler,Spektrum Akademischer Verlag, Heidelberg-Berlin, Ed.1,2000

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


193
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso


194

Você também pode gostar