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Prestação de Contas Nº 0601064-21.2022.6.00.0000
Prestação de Contas Nº 0601064-21.2022.6.00.0000
Senhor Assessor-Chefe,
1. Tratam os presentes autos das contas prestadas pelo candidato Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), CNPJ nº 47.453.689/0001-73, abrangendo a arrecadação e a aplicação
de recursos financeiros na campanha eleitoral de 2022.
(Fl. 2 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
I – Considerações iniciais
II – Histórico
1 Republicada no DJE n° 165, de 19.8.2020, pp. 105-147. Atualizada pela Resolução-TSE nº 23.665/2021, publicada no
DJe nº 236 de 23.12.2021.
2 Art. 47. [...] § 4º A prestação de contas parcial de campanha deve ser encaminhada por meio do SPCE, pela internet,
entre os dias 9 a 13 de setembro do ano eleitoral, dela constando o registro da movimentação financeira e/ou estimável
em dinheiro ocorrida desde o início da campanha até o dia 8 de setembro do mesmo ano.
3 Art. 48. As prestações de contas parciais encaminhadas à Justiça Eleitoral serão autuadas automaticamente no Processo
4Art. 44. A autoridade judicial pode, a qualquer momento, mediante provocação ou de ofício, determinar a realização de
diligências para verificação da regularidade e efetiva realização dos gastos informados pelos partidos políticos ou
candidatas ou candidatos.
Art.48 § 2º A relatora ou o relator ou a juíza ou o juiz eleitoral pode determinar o imediato início da análise das contas
com base nos dados constantes da prestação de contas parcial e nos demais que estiverem disponíveis.
(Fl. 4 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
5 § 2º Sem prejuízo da obrigação prevista no § 1º, as candidatas ou os candidatos e os partidos que disputarem o segundo
turno da eleição devem informar à Justiça Eleitoral, via SPCE, as doações e os gastos que tenham realizado em favor das
candidatas ou dos candidatos eleitas(os) no primeiro turno, até o 30º dia posterior à realização do primeiro turno. ( Vide,
para as Eleições de 2020, art. 7º, inciso X, da Resolução nº 23.624/2020 )
6 Art. 69. Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral pode requisitar diretamente ou por
delegação informações adicionais, bem como determinar diligências específicas para a complementação dos dados ou
para o saneamento das falhas, com a perfeita identificação dos documentos ou elementos que devem ser apresentados
(Lei n° 9.504/1997, art. 30, § 4º). [...]
§ 2º Na fase de exame técnico, inclusive de contas parciais, a unidade ou o responsável pela análise técnica das contas
pode promover circularizações, fixando o prazo máximo de 3 (três) dias para cumprimento. [...]
7 Art. 48. § 2º A relatora ou o relator ou a juíza ou o juiz eleitoral pode determinar o imediato início da análise das contas
com base nos dados constantes da prestação de contas parcial e nos demais que estiverem disponíveis.
(Fl. 5 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
III – Escopo
33. Este exame foi realizado com observância aos preceitos constitucionais, às
legislações eleitoral e fiscal e à jurisprudência deste Tribunal aplicáveis às operações
ocorridas durante a campanha.
34. A análise restringiu-se ao exame dos direitos, das obrigações, das receitas e
das despesas declaradas por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitoral (SPCE),
das manifestações e da documentação entregues pelo candidato do PT em mídia
eletrônica, com base nas informações constantes no PJe e disponibilizadas em consulta
pública, notadamente aquelas correspondentes às seguintes prestações de contas:
8 Art. 74. Apresentado o parecer do Ministério Público e observado o disposto no parágrafo único do art. 73 desta
Resolução, a Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas, decidindo (Lei nº 9.504/1997, art. 30, caput):
I - pela aprovação, quando estiverem regulares;
II - pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade;
III - pela desaprovação, quando constatadas falhas que comprometam sua regularidade;
IV - pela não prestação, quando, observado o disposto no § 2º:
a) depois de citados, na forma do inciso IV do § 5º do art. 49, o candidato ou o órgão partidário e os responsáveis
permanecerem omissos ou as suas justificativas não forem aceitas;
b) não forem apresentados os documentos e as informações de que trata o art. 53; ou
c) o responsável deixar de atender às diligências determinadas para suprir a ausência que impeça a análise da
movimentação declarada na prestação de contas.
(Fl. 7 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
IV – Da análise
9
Art. 60. A comprovação dos gastos eleitorais deve ser feita por meio de documento fiscal idôneo emitido em nome dos
candidatos e partidos políticos, sem emendas ou rasuras, devendo conter a data de emissão, a descrição detalhada, o
valor da operação e a identificação do emitente e do destinatário ou dos contraentes pelo nome ou razão social, CPF ou
CNPJ e endereço.
§ 1º Além do documento fiscal idôneo, a que se refere o caput, a Justiça Eleitoral poderá admitir, para fins de
comprovação de gastos, qualquer meio idôneo de prova, inclusive outros documentos, tais como:
I - contrato;
II - comprovante de entrega de material ou da prestação efetiva do serviço;
III - comprovante bancário de pagamento; ou
IV - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social (GFIP).
10 Art. 32. [...] Parágrafo único. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a
11 Art. 53. Ressalvado o disposto no art. 62 desta Resolução, a prestação de contas, ainda que não haja movimentação de
recursos financeiros ou estimáveis em dinheiro, deve ser composta:
[...]
§ 2º Para subsidiar o exame das contas prestadas, a Justiça Eleitoral poderá requerer a apresentação dos seguintes
documentos, observado o que dispõe o § 1º deste artigo:
I - documentos fiscais e outros legalmente admitidos que comprovem a regularidade dos gastos eleitorais;
II - outros elementos que comprovem a movimentação realizada na campanha eleitoral, inclusive a proveniente de bens
ou serviços estimáveis.
(Fl. 11 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
48. Posto isso, nota-se que houve a retificação dos lançamentos no SPCE e a
juntada da maioria dos recibos eleitorais e dos termos de cessão de serviços, afastando
parcialmente a irregularidade.
49. Entretanto, para os doadores elencados a seguir, não foram trazidos aos
autos a documentação exigida na Informação-Asepa nº 199/2022 e nos termos do art.
58, II c/c art. 3º, I d, 112, da Resolução-TSE nº 23.607/2019.
12 Art. 58. As doações de bens ou serviços estimáveis em dinheiro, observado o disposto no art. 38, § 2º, da Lei nº
9.504/1997, ou as cessões temporárias devem ser avaliadas com base nos preços praticados no mercado no momento de
sua realização e comprovadas por:
(...)
III - instrumento de prestação de serviços, quando se tratar de produto de serviço próprio ou atividades econômicas
prestadas por pessoa física em favor de candidata ou candidato ou partido político.
Art. 3º A arrecadação de recursos para campanha eleitoral de qualquer natureza deverá observar os seguintes pré-
requisitos:(...)
d) emissão de recibos eleitorais, observado o disposto no art. 7º desta Resolução, na hipótese de:
1. doações estimáveis em dinheiro; e
(Fl. 12 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
51. Assim sendo, por todo o exposto, solicita-se a juntada dos documentos
complementares conforme a tabela a seguir, agora atualizada após o envio da prestação
de contas final de segundo turno:
Documentação Documentação
DATA CPF DOADOR VALOR (R$) ID-PJe
já Juntada Solicitada
08/09/20 696.744.2 ARIOVALDO RAMOS Sem Sem Termo de
1.400,00
22 68-68 DOS SANTOS documentação documentação cessão/doação
11/08/20 186.139.7 MANOEL CAETANO 158381034 e Termo de
23.760,00 Recibo
22 79-87 FERREIRA FILHO 158391709 cessão/doação.
03/10/20 506.258.7 MARCIO COSTA 158381034 e Termo de
15.950,00 Recibo
22 05-06 MACEDO 158391711 cessão/doação
NADIA BEATRIZ Termo de
03/10/20 702.699.4 Sem Sem
MARTINS GARCIA 3.982,00 cessão/doação,
22 31-02 documentação documentação
PEREIRA recibo eleitoral
02/10/20 229.068.7 RICARDO BATISTA 158381066 e Termo de
7.494,96 Recibo
22 86-34 AMARAL 158391846 cessão/doação
03/10/20 229.068.7 RICARDO BATISTA 158381044 e Termo de
4.996,64 Recibo
22 86-34 AMARAL 158391847 cessão/doação
TOTAL 57.583,60
13 Art. 25. Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu
próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens, devem integrar seu patrimônio.
14 Art. 92. A Secretaria da Receita Federal do Brasil e as secretarias estaduais e municipais de Fazenda encaminharão ao
Tribunal Superior Eleitoral, pela internet, arquivo eletrônico contendo as notas fiscais eletrônicas relativas ao
fornecimento de bens e serviços para campanha eleitoral (Lei nº 9.504/1997, art.94-A, inciso I), nos seguintes prazos:
[...]
(Fl. 13 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
15
https://notacarioca.rio.gov.br/contribuinte/notaprint.aspx?ccm=3542360&nf=3200&cod=BULTPK64
(Fl. 14 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
57. Por fim, destaca-se que a ausência de registro de documentos fiscais válidos
de fornecedores pessoas jurídicas, sem o correspondente pagamento da despesa, constitui
doação de fonte vedada, conforme precedentes deste TSE, devendo o montante
atualizado ser recolhido ao Tesouro Nacional, nos termos do art. 31, §§4º e 5º17, da
Resolução-TSE nº 23.607/2019.
16 Art. 53. Ressalvado o disposto no art. 62 desta Resolução, a prestação de contas, ainda que não haja movimentação de
recursos financeiros ou estimáveis em dinheiro, deve ser composta:
I – pelas seguintes informações: (...)
g) receitas e despesas, especificadas; (...)
17 § 4º Na impossibilidade de devolução dos recursos à pessoa doadora, a prestadora ou o prestador de contas deve
providenciar imediatamente a transferência dos recursos recebidos ao Tesouro Nacional, por meio de Guia de
Recolhimento da União (GRU).
§ 5º Incidirão atualização monetária e juros moratórios, calculados com base na taxa aplicável aos créditos da Fazenda
Pública, sobre os valores a serem recolhidos ao Tesouro Nacional, desde a data da ocorrência do fato gerador até a do
efetivo recolhimento, salvo se tiver sido determinado de forma diversa na decisão judicial.
(Fl. 15 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
59. Do inteiro teor, extraem-se trechos que demonstram que a Corte ratificou
no acórdão as razões de decidir adotadas no julgamento da tutela provisória, no sentido
de proibir a veiculação da propaganda considerada irregular e seu impulsionamento:
[...]
Independentemente de tal debate, constato que, no caso concreto, o
anúncio publicitário contratado, mesmo que enquadrado no conceito
de impulsionamento, foi feito de forma irregular.
Isso porque, ao se acessar a URL informada na inicial, apesar de
constar a expressão “propaganda eleitoral”, com a indicação das
respectivas legendas partidárias, verifica-se que a peça publicitária
não contém o número da inscrição do CNPJ contratante, o que
desatende a exigência constante do art. 29, § 5º, da Res.-TSE no
23.610/2019, para fins de impulsionamento.
[...]
Para além disso, verifica-se que o conteúdo veiculado no vídeo
afigura-se claramente como negativo, na medida em que traz críticas
a candidato adversário, qual seja, Jair Messias Bolsonaro, a
caracterizar propaganda eleitoral negativa para os fins da norma
contida no § 3º do art. 57-C da Lei nº 9.504/1997. Tal dispositivo,
como já dito, apenas autoriza impulsionamentos que tenham “o fim
de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações”
(destaquei).
[...]
Ante todo o exposto, defiro em parte o pedido de tutela provisória de
urgência, para proibir o impulsionamento do conteúdo veiculado na
URL https://www.youtube.com/watch?v=oXhB6aooLIg,
suspendendo-se eventuais impulsionamentos que estejam em curso.
[...]
Em juízo preliminar, ratifico a compreensão delineada na decisão
monocrática e, assim, voto pelo referendo da decisão concessiva da
medida liminar.
É o voto.
(Fl. 16 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
18 Art. 79. A aprovação com ressalvas da prestação de contas não obsta que seja determinada a devolução dos recursos
recebidos de fonte vedada ou a sua transferência para a conta única do Tesouro Nacional, assim como dos recursos de
origem não identificada, na forma prevista nos arts. 31 e 32 desta Resolução.
§ 1º Verificada a ausência de comprovação da utilização dos recursos do Fundo Partidário e/ou do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) ou a sua utilização indevida, a decisão que julgar as contas determinará a
devolução do valor correspondente ao Tesouro Nacional no prazo de 5 (cinco) dias após o trânsito em julgado, sob
pena de remessa dos autos à representação estadual ou municipal da Advocacia-Geral da União, para fins de cobrança.
[...]
(Fl. 17 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
Disponível em:
https://adstransparency.google.com/advertiser/AR12360772460340051969/creative/CR08840750305445412865?politi
cal®ion=BR
65. Trata-se de despesas que, pelas suas características e pela data em que
foram contratadas, necessitam de comprovação adicional além da documentação fiscal,
nos termos do art. 60, §1º, II, c/c §3º19, da Resolução-TSE nº 23.607/2019, sem a qual
não é possível averiguar a efetiva prestação do serviço.
66. Primeiramente, a documentação apresentada não contempla amostras do
material físico produzido. Em alguns casos, foram incluídas as artes digitais, porém estas
não comprovam a produção gráfica contratada.
67. Ademais, a situação atípica de produção de material gráfico próximo à
campanha não condiz com a necessidade de remessa da produção ao prestador de contas
a tempo de ser distribuída na campanha. Ressalta-se que o prazo para distribuição de
material gráfico se encerrou dia 29, sábado, às 22 horas, conforme art. 16 da Resolução-
TSE nº 23.610/2019, tornando-se um fator complicador à justificativa da produção do
material próxima ao pleito.
19 § 1º Além do documento fiscal idôneo, a que se refere o caput, a Justiça Eleitoral poderá admitir, para fins de
comprovação de gastos, qualquer meio idôneo de prova, inclusive outros documentos, tais como:
(...)
II - comprovante de entrega de material ou da prestação efetiva do serviço;
(...)
§ 3º A Justiça Eleitoral poderá exigir a apresentação de elementos probatórios adicionais que comprovem a entrega dos
produtos contratados ou a efetiva prestação dos serviços declarados.
(Fl. 20 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
73. Em relação à solicitação de envio das notas fiscais emitidas pelo Facebook
Brasil restou sem atendimento por parte do prestador de contas, como se observa nos
documentos anexados às despesas, conforme a seguir:
(Fl. 23 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
76. Nota-se que, após considerar as notas fiscais enviadas pelo fornecedor e as
informações de valores contratados e consumidos com impulsionamento de conteúdo
pela campanha, restaram sem utilização gastos realizados no montante de R$121 mil.
77. Tais valores devem ter sua utilização comprovada e vinculada aos registros
da prestação de contas com o envio das notas fiscais e o preenchimento da tabela a
seguir:
Data dos
Nº documento fiscal Nº documento – Mês de Valor dos
pagamentos
– Facebook Dlocal competência Pagamentos
vinculados
(Fl. 25 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
79. Foi detectada divergência entre dados de doação de pessoa física arrecadada
por Financiamento Coletivo e registrada em 24.10.2022, e as informações constantes da
base de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil, caracterizando os recursos
recebidos como de origem não identificada, nos termos do art. 32, § 1º, I21, da Resolução
TSE nº 23.607/2019:
20 § 2º Os gastos de impulsionamento a que se refere o inciso XII deste artigo são aqueles efetivamente prestados,
devendo eventuais créditos contratados e não utilizados até o final da campanha serem transferidos como sobras de
campanha:
I - ao Tesouro Nacional, na hipótese de pagamento com recursos do FEFC; e
II - ao partido político, via conta Fundo Partidário ou Outros Recursos, a depender da origem dos recursos.
21 Art. 32. § 1º Caracterizam o recurso como de origem não identificada:
22
https://sitdoc.tse.jus.br/sitdoc/DownloadFile?id=84ecf4f3-be22-471f-b155-5589f84ee218&inline=true
(Fl. 27 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
85. Por fim, importa ressaltar que o recebimento de recursos de origem não
identificada implica recolhimento do montante de R$105,00 ao Tesouro Nacional,
devidamente atualizado, nos termos do art. 32, caput, c/c §3º, da Resolução-TSE nº
23.607/2019.
Valor
Fonte do Valor
Passageiro Fatura ID-Pje nº Data Origem Destino Irregularidade Irregular
Recurso (R$)
(R$)
Gerles Tito 86304 158391369 16/09/2022 GRU POA FEFC 3.691,61 e após essa data, a passagem
que tem origem na referida
cidade é a do dia 16/09.
Dessa forma, é irregular a
passagem GRU-POA.
Thiago Silva 86304 158391369 16/09/2022 MOC/GRU SDU/POA FEFC 3.740,80 Na fatura 86304 (ID Pje nº
/SDU 158391369), consta passagem
para o Thiago dia 14/09/2022
com destino a Montes Claros
e após essa data a passagem
que tem origem na referida
Thiago Silva 86304 158391369 16/09/2022 GRU POA FEFC 3.691,61 cidade é essa do dia 16/09.
Dessa forma, é irregular a
passagem GRU-POA.
3.691,61
Davi Queiroz 85892 158391363 16/09/2022 MOC/GRU SDU/POA FEFC 3.740,80 Na fatura 85892 (ID Pje nº
/SDU 158391363), consta passagem
para o Davi no dia
14/09/2022 com destino a
Montes Claros e após essa
data, a passagem que tem
origem na referida cidade é
Davi Queiroz 85892 158391363 16/09/2022 GRU POA FEFC 3.691,61 essa do dia 16/09. Dessa
forma, é irregular a passagem
GRU-POA.
3.691,61
Total 24.118,41
87. Cumpre destacar que, de acordo com a jurisprudência deste Tribunal, são
irregulares despesas relativas a bilhetes aéreos para os quais ocorreram no-show, além de
ser defeso o uso de recursos públicos para pagamento de multa e juros decorrentes do
inadimplemento de obrigações, tal como a decorrente de no-show.
89. Assim, pelo fato de os pagamentos terem sido efetuados com recursos
públicos, constata-se a irregularidade referente ao pagamento de passagens não utilizadas,
discriminadas anteriormente, no montante de R$24.118,41.
24 Art. 79. A aprovação com ressalvas da prestação de contas não obsta que seja determinada a devolução dos recursos
recebidos de fonte vedada ou a sua transferência para a conta única do Tesouro Nacional, assim como dos recursos de
origem não identificada, na forma prevista nos arts. 31 e 32 desta Resolução.
§ 1º Verificada a ausência de comprovação da utilização dos recursos do Fundo Partidário e/ou do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) ou a sua utilização indevida, a decisão que julgar as contas determinará a
devolução do valor correspondente ao Tesouro Nacional no prazo de 5 (cinco) dias após o trânsito em julgado, sob
pena de remessa dos autos à representação estadual ou municipal da Advocacia-Geral da União, para fins de cobrança.
§ 2º Na hipótese do § 1º, incidirão juros moratórios e atualização monetária, calculados com base na taxa aplicável aos
créditos da Fazenda Pública, sobre os valores a serem recolhidos ao Tesouro Nacional, desde a data da ocorrência do
fato gerador até a do efetivo recolhimento, salvo se tiver sido determinado de forma diversa na decisão judicial.
(Fl. 31 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)
Fonte do
Hóspede Hotel Cidade Fatura Check in Check out Recurso Valor (R$) Análise
Foi realizado o pagamento
Thiago Slaviero da mesma diária em duas
Rodrigues da Florianópolis faturas distintas (IDs PJe nº
Silva Baia Norte Florianópolis 86294 17/09/2022 18/09/2022 OR 513,52 158391300 e 158391316).
Ressalta-se que na fatura
86440, consta a NF do hotel
Thiago Slaviero com o nome completo do
Silva/ Gerles Florianópolis hóspede Thiago Rodrigues
Tito Baia Norte Florianópolis 86440 17/09/2022 18/09/2022 FEFC 513,52 Silva
Atlantica
Hotels
Ricardo International Do dia 17/08/2022 a
Stuckert Brasil LTDA São Paulo 85447 15/08/2022 20/08/2022 FEFC 2.205,00 19/08/2022 foram pagas
Radisson Blu diárias na cidade de São
Belo Paulo e Belo Horizonte para
Ricardo Horizonte Belo o mesmo hóspede (ID PJe
Stuckert Savassi Horizonte 85447 17/08/2022 19/08/2022 FEFC 1.470,00 nº 158391279).
Do dia 01/09/2022 a
Cassius A. Belem Hoteis 02/09/2022 foi realizado o
Rosa E Turismo Belém 85714 26/08/2022 02/09/2022 FEFC 1.683,15 pagamento de diária
duplicada para o hóspede
Cassius A. Belem Hoteis Cassius. Ademais de
Rosa E Turismo Belém 85714 01/09/2022 02/09/2022 FEFC 229,95 29/08/2022 a 01/09/2022
foram pagas diárias na
cidade de Belém e de
Manaus para o referido
Cassius A. Atlantica hóspede (ID PJe
Rosa Hotel Manaus 85714 29/08/2022 01/09/2022 FEFC 695,52 nº158391283).
Wagner Hotel Do dia 23/08/2022 a
Caetano Downtown São Paulo 85714 19/08/2022 26/08/2022 FEFC 2.065,35 26/08/2022 foram pagas
diárias na cidade de São
Paulo e Manaus para o
Wagner C. mesmo hóspede (ID PJe
Oliveira Holiday Inn Manaus 85714 23/08/2022 26/08/2022 FEFC 908,82 nº158391283).
Total 10.284,83
Valor
Período Fonte do Irregular
Hóspede Hotel Cidade Fatura Irregular Recurso (R$) Irregularidade
Slaviero
Thiago Silva/ Florianópolis 17/09/2022 Um dos valores pagos para o mesmo hotel na
Gerles Tito Baia Norte Florianópolis 86440 18/09/2022 FEFC 513,52 mesma data
Total 3.830,47
V – Diligência
96. Diante do exposto, em observância à previsão contida no art. 69, caput e
§ 1º25, da Resolução-TSE nº 23.607/2019, necessário se faz que o candidato Luiz Inácio
Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) seja diligenciado para, no prazo de 3
(três) dias, complementar dados e documentação e/ou prestar
esclarecimentos/justificativas, com vistas ao saneamento dos apontamentos desta
unidade técnica constantes do Capítulo IV desta informação.
97. Registra-se que o candidato deve encaminhar nova prestação de contas pelo
Sistema de Prestação de Contas de Campanha Eleitoral (SPCE-2022), com status de
prestação de contas final de 2º turno retificadora, contendo as correções relativas aos
apontamentos desta informação, bem como apresentar mídia eletrônica com os
documentos e as manifestações solicitadas, na forma exigida nos arts. 53, § 1º26, e 55, §
1º27, c.c o art. 10128, da Resolução-TSE nº 23.607/2019.
25 Art. 69. Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral pode requisitar diretamente ou
por delegação informações adicionais, bem como determinar diligências específicas para a complementação dos dados
ou para o saneamento das falhas, com a perfeita identificação dos documentos ou elementos que devem ser
apresentados (Lei nº 9.504/1997, art. 30, § 4º).
§ 1º As diligências devem ser cumpridas pelos candidatos e partidos políticos no prazo de 3 (três) dias contados da
intimação, sob pena de preclusão.
26 Art.53 (...)
§ 1º Os documentos a que se refere o inciso II do caput deste artigo devem ser digitalizados e apresentados
exclusivamente em mídia eletrônica gerada pelo SPCE, observando os seguintes parâmetros, sob pena de
reapresentação:
I - formato PDF com reconhecimento ótico de caracteres (OCR), tecnologia que torna os dados pesquisáveis;
II - arquivos com tamanho não superior a 10 megabytes, organizados em pastas nominadas de forma a identificar as
alíneas do inciso II do caput deste artigo a que se referem.
27 Art. 55 (...)
§ 1º Os documentos a que se refere o inciso II do art. 53 desta Resolução devem ser apresentados aos tribunais eleitorais
e a zonas eleitorais competentes exclusivamente em mídia eletrônica gerada pelo SPCE, observado o disposto no art.
101, até o prazo fixado no art. 49. (Vide, para as Eleições de 2020, art. 7º, inciso XI, da Resolução nº
23.624/2020)
28 Art. 101. Os processos de prestação de contas tramitam, obrigatoriamente, no Sistema Processo Judicial Eletrônico
(PJe).
§ 1º Os documentos integrantes da mídia eletrônica a que se refere o § 1º do art. 53 desta Resolução devem ser
digitalizados pelo prestador de contas, observando-se o disposto no art. 4º da Portaria-TSE nº 1.143, de 17 de novembro
de 2016, e os requisitos previstos nas Portarias-TSE nº 886, de 22 de novembro de 2017, e nº 1.216, de 13 de dezembro
de 2016.
§ 2º Quando a forma de apresentação dos documentos não observar o previsto nesta norma ou puder ensejar prejuízo
ao exercício do contraditório e da ampla defesa ou, ainda, prejudicar a análise do processo, caberá ao magistrado
determinar nova apresentação e a exclusão dos anteriormente juntados.
§ 3º Os documentos a que se refere o § 1º do caput deste artigo serão armazenados em ambiente virtual e divulgados na
página de internet do Tribunal Superior Eleitoral.
(Fl. 34 da Informação nº 219 Asepa, de 23.11.2022)