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“Não se seleciona currículo, apenas se distribui

O debate em torno do currículo que temos e do currículo que queremos,


permanece numa inquietude dentro de mim, consequentemente analiso a minha
própria prática docente a cada novo texto, a cada novo mergulho teórico.
Um trecho contido no Texto A teoria do Conhecimento de Willian “salienta que
a educação tende a ser tratada como se fosse um corpo estabelecido de
conhecimento a ser ensinado e aprendido” .Não se problematiza a seleção de
conteúdos do currículo, apenas se distribui.
Nesse ponto, refleti e discuti com meus colegas sobre a política de
conhecimento oficial e a sua avaliação nacional controlada pelo Estado. Temos
um Base Nacional Comum Curricular que (ao contrário das diretrizes que eram
recomendações) essa, determina o que deve ser ensinado e aprendido, mas com
base em quê? em quem? por quê ? e para quê?.
Meus alunos do subúrbio de Salvador não possuem os mesmo hábitos e
vivências que os estudantes de escolas do Centro de Curitiba, por exemplo. Mas
as orientações e avaliações externas são as mesmas, não contemplam e nem
reconhece as diferenças. Vemos que, quanto mais hegemônico um currículo é
mais haverá uma imposição da cultura dominante.
Para quê ensinamos? Onde queremos que nossos alunos cheguem? Queremos
que eles se tornem médicos e doutores? Se eles quiserem, também!
Mas esse é o ponto chave para mim, pelo menos por enquanto. Eu quero que
meu aluno possa escolher (criticamente ) o que ele quiser ser. Ele pode até não
querer ser um doutor, mas que ele posa se formar um cidadão crítico para
sociedade. O currículo de uma escola precisa ter uma ideologia. É preciso
conhecer ser bem o ponto de partida, o itinerário, os desafios e onde se quer
chegar. Nas perspectivas apresentadas no texto percebemos que não há uma
verdade absoluta. As perspectivas acadêmicas, instrumentais, progressistas e
críticas não se sobrepõem e nem se substituem, elas se mesclam e se afinam
dentro do que uma escola se propõe a ensinar.
Nesse movimento, as relações entre conhecimento e saber trazem suas
distinções semânticas, contudo nesse percurso é preciso pensar numa educação
para além dos significados, e das semânticas das ações cotidianas. O exercício
tem sido análise das ações ocultas que tenho que fazer, dentro do currículo, para
fugir de um controle social imposto com a unificação de normas escolares.

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