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Unidade 1
Unidade 1
DE CONCRETO PROTENDIDO
UNIDADE I
CONCEITOS BÁSICOS E MATERIAIS
Elaboração
Mateus Arlindo da Cruz
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4
UNIDADE I
CONCEITOS BÁSICOS E MATERIAIS.................................................................................................................................................7
CAPÍTULO 1
CONCEITO FUNDAMENTAL DE CONCRETO PROTENDIDO E HISTÓRICO................................................................ 7
CAPÍTULO 2
CONCEITOS DE PÓS E DE PRÉ-TRAÇÃO.............................................................................................................................. 13
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO......................................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................32
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, o concreto armado foi tratado com certo misticismo, sendo um
material à parte. Esse fato é notado principalmente em bibliografias especificas
para cada um dos temas.
Por fim, desejo boa leitura a todos e que façam um excelente curso! E lembrem-se:
o profissional de destaque é aquele que busca mais, que vai atrás do conteúdo
extra e se atualiza. Que vocês deem grande passo neste sentido.
CAPÍTULO 1
CONCEITO FUNDAMENTAL DE CONCRETO PROTENDIDO E
HISTÓRICO
No decorrer dos últimos anos, é notado uma exponencial evolução das estruturas
civis utilizadas na engenharia, tanto no que diz respeito a estruturas metálicas
como a estruturas de concreto. Essa evolução tecnológica tem como pilares três
principais áreas: a área dos materiais utilizados nas estruturas; a do processo de
cálculo e projetos desenvolvidos; e a dos métodos e procedimentos de execução.
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
A palavra protensão pode ser entendida como o processo pelo qual se aplicam
tensões prévias no concreto, porém esse conceito é bem mais amplo. A ideia é
a instalação de um estado prévio de carregamento de tensão em alguma coisa.
No âmbito da engenharia, a protensão é aplicada em peças estruturais e em
materiais de construção.
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Conceitos básicos e materiais | UNIDADE I
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
O aço resiste bem tanto à compressão quanto à tração, isto se deve principalmente
a sua alta resistência com seções das barras reduzidas. Nos casos em que as
barras são muito esbeltas, ocorre o processo de flambagem, por isso as barras
de aço são utilizadas principalmente para resistirem a tração.
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Conceitos básicos e materiais | UNIDADE I
A utilização desses dois materiais permite que o concreto resista aos esforços de
tração e compressão. O artifício da protensão consiste basicamente em introduzir
esforços prévios na peça de concreto para que eles anulem as tensões de tração
provocadas pelas solicitações em serviço.
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
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CAPÍTULO 2
CONCEITOS DE PÓS E DE PRÉ-TRAÇÃO
Depois dos processos citados anteriormente, os cabos são cortados, com o intuito
de se desmoldar as formas e de transferir as estruturas para um local adequado
de armazenagem, para que seja iniciado um novo ciclo de produção.
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Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003, p. 4), no seu item 3.1.7, o concreto com
armadura ativa pré-tracionada é “concreto protendido em que o pré-alongamento
da armadura ativa é feito utilizando-se apoios independentes do elemento
estrutural, antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da armadura de
protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do concreto;
a ancoragem no concreto realiza-se só por aderência”.
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A cura dos elementos pode ser realizada tanto de forma natural como térmica, com
vapor aquecido nas primeiras 24 horas de cura. Como já citado anteriormente, a
transferência de protensão ocorre pela aderência entre o concreto e a armadura
ativa; assim, a armadura de protensão e o concreto trabalham juntos e de forma
integrada.
Com o fim do processo de estiramento dos cabos, o cilindro tem sua força de
aplicação relaxada; logo, a armadura estirada tende a voltar ao seu estado
inicial, movimentando-se alguns milímetros contra o sentido de estiramento.
Esse processo acaba por fixar na placa de aço o sistema de ancoragem com o
uso das cunhas.
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), o concreto com armadura ativa pós-tracionada
é definida pelo alongamento da armadura ativa realizada após o processo de
cura do concreto, utilizando-se como apoios parte da própria peça estrutural,
criada após a aderência com o concreto por meio de injeções de nata de cimento
nas bainhas.
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CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO
O processo de protensão, de forma genérica, seja ele qual for, envolve a introdução
de uma força de magnitude controlada dentro de um elemento de concreto. Para
que essas forças sejam introduzidas no elemento de concreto, se faz necessário o
uso de inúmeros equipamentos especiais, com a finalidade de se obter o mínimo
possível de perdas.
As forças de protensão são aplicadas aos cabos de protensão, ou ainda nos blocos
de concreto, através do uso de macacos hidráulicos. Esses equipamentos são
especiais, fabricados com a mais alta tecnologia. Essa tecnologia foi desenvolvida
no final da Segunda Guerra Mundial com o intuito de acionar trens de aterrissagem
dos aviões.
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Ressalta-se que qualquer vazamento nas tubulações de alta pressão pode causar
ferimentos graves; por isso, deve-se, antes do uso e com frequência, checar o
estado das tubulações e as mangueiras, mantendo-se sempre todo o sistema de
alta pressão limpo e em boas condições de segurança.
A força que o macaco aplica aos cabos é medida por um manômetro de escala
milimétrica. Em equipamentos mais modernos, é possível aplicar a força de
proteção e, em seguida, fazer a cravação das cunhas de ancoragem.
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As ancoragens por meio de cunha são realizadas com o uso de duas peças especiais:
o cone macho; e o cone fêmea. Este tipo de ancoragem ainda pode ser subdividido
em duas categorias: ancoragem com cunha deslizante; e ancoragem com cunha
cravada.
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
A cunha é cravada pelo macaco hidráulico, mas, ao receber a força dos cabos
de proteção que tentam voltar ao seu estado inicial, a cunha penetra no cone
fêmea da peça fixa. Esse processo provoca perda de protensão e alongamento
dos fios. Essa perda de proteção ocorre em sistemas de protensão por cunhas e
é chamado de perda por encunhamento.
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1. Materiais utilizados
Em estruturas de concreto protendido, o controle de qualidade do concreto
deve ser rigoroso. Devem ser exigidos: realização de ensaios prévios; controle
do cimento e dos agregados a serem utilizados; fiscalizações constantes durante
o período de confecção.
Concretos com altas resistência, juntamente com o fato de toda a peça trabalhar
resistindo aos esforços gerados, trazem redução às dimensões das peças quando
comparadas com o concreto armado. Em análise lógica, as peças têm redução
no peso próprio. Isso possibilita a execução de estruturas com grandes vãos.
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» O uso de concretos e aço com elevada resistência faz com que as dimensões
das peças sejam menores; por consequência, seu peso próprio é menor.
Os aços que são utilizados nos concretos protendidos têm como principais
características a elevada resistência e a ausência do patamar de escoamento.
Quando comparados aos aços utilizados no concreto armado, são sensivelmente
mais econômicos, visto que sua resistência pode chegar a ser três vezes superior
ao do concreto armado.
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Outra vantagem dos aços para concreto protendido é que eles podem ser
fornecidos com diferentes comprimentos, evitando assim problemas de emendas
de armaduras em situações que necessitem de peças com grandes vãos. Ressalta-
se que, no concreto armado, o uso de aço de alta resistência é proibitivo, em
razão dos excessivos alongamentos que produzem fissuras muito abertas; já no
concreto protendido, esse problema é solucionado devido ao aço já ser alongado
previamente.
Ainda os aços podem ser de aço aliviado, também chamado de aço de relaxação
normal (RN), retificados por tratamento térmico que causa alívio das tensões
internas de trefilação. Outra modalidade de tratamento do aço pode ser o de
relaxação baixa (RB), também chamados de aços estabilizados, nos quais o
tratamento ocorre por termomecânica, que causa melhora nas características
elásticas e reduz as perdas por relaxação do aço.
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Em virtude da alta fragilidade dos aços de protensão à corrosão, eles devem sofrer
tratamento contra esse desgaste ainda na fábrica. Os cuidados se estendem do
armazenamento até o uso final, na obra, devendo ficar armazenados em locais
protegidos e sem contato com meios agressivos. Outro importante trabalho é o de
evitar que os aços entrem em contato com o solo, pois ele contém ácido húmico.
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Os tubos no qual a armadura ativa é colocada para deslizar sem a ação do atrito
são chamadas de bainhas. As bainhas são utilizadas em casos de protensão com
aderência posterior. De forma geral, as bainhas são produzidas com chapas de
aço laminadas a frio em espessuras que variam de 0,1 a 0,35mm.
Essa nata de cimento tem como principal função proporcionar a correta aderência
da armadura ativa da protensão com o concreto e a proteção da armadura ativa
contra a corrosão. A calda de cimento é um aliado fundamental na execução de
sistemas de protensão com aderência posterior.
Dentre as propriedades que esta nata ou calda de cimento deve ter, destacam-se
as seguintes exigências:
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
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Conceitos básicos e materiais | UNIDADE I
A deformação inicial é causada pela retração, que tem seu processo iniciado
logo após o lançamento do concreto nas formas, e essa deformação continua a
aumentar com o passar do tempo a uma taxa decrescente. No momento em que a
tensão de compressão é aplicada no concreto, ocorrem as chamadas deformações
imediatas, seguidas pelo seu aumento gradual em virtude da fluência.
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ε ci
(t) + ε cc
(t; to) = (σ co / (E c(t o)[1+ ϕ(t; to)] = s co / E c,ef(t; to
(Equação 1)
(Equação 2)
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ε ci
(t) + ε cc
(t; to) = (� σc (t) / E C (t 0)) [1 + χ(t; to) ϕ(t; to)] =∆σc (t) / ε c,ef
(t;to)
(Equação 3)
E c,ef
(t; to) = Ec (t o) / 1 + χ(t; to) ϕ(t; to)
(Equação 4)
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UNIDADE I | Conceitos básicos e materiais
A retração pode ser diminuída com uma cura cuidadosa e rigorosa, pelo menos
nos sete primeiros dias de idade, pós a concretagem da estrutura. A armadura
de pele é uma aliada no processo de diminuição da retração.
A deformação por retração máxima (ou última) assume valores médios de 8x10-
4 para cura úmida e 7,3x10-4 para cura térmica a vapor, com umidade relativa
de 40% (U). Alguns autores sugerem nesses tipos de cura, respectivamente, os
valores de 6x10-4 e 4x10-4 para os concretos comumente aplicados nas peças
protendidas.
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Conceitos básicos e materiais | UNIDADE I
O concreto autoadensável vem se destacando cada vez mais, e é muito aplicado nas
fábricas de pré-moldados, por causa das várias vantagens que proporciona, como
maior rapidez na confecção da peça (o concreto se adensa de forma mais prática,
preenchendo toda a forma), diminuição da mão de obra e melhor qualidade.
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REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7482 – Fios de aço para estruturas
de concreto protendido. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7483 – Cordoalhas de aço para
estruturas de concreto protendido. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas
– Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
CEB-FIP. Código Modelo do CEB/FIP. Título original CEB-FIP Model Code 1990. [Londres]:
[s.n], 1990.
CHOLFE, L. Concreto protendido: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2018.
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