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Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena

Escola Básica e Secundária Professor Armando de Lucena

“Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”- Ricardo Reis – P. 84


A apóstrofe identifica o interlocutor, a mulher amada; representa-se um espaço bucólico. O
Título rio representa a passagem do tempo, a efemeridade/fugacidade da vida. A escolha do nome é
influência de Horácio.
Ode, composta por 8 quadras. (Ode-poema de exaltação/louvor ou exortação a uma ação,
TIPO DE POEMA
organizada em estrofes simétricas).
A efemeridade da vida; defesa do epicurismo (“carpe diem”/o prazer do momento);elogio do
estoicismo/ busca da ataraxia (tranquilidade sem qualquer perturbação) e aceitação da
TEMÁTICA
fugacidade da vida; “aurea mediocritas” (procura da felicidade na mediania, na ausência de
excessos) .
O SP convida a amada a sentar-se consigo e a contemplar o rio e a sua corrente como
metáforas da brevidade da vida e do fluir do tempo, numa atitude de observação, passividade
ASSUNTO e de não intervenção-ataraxia, como forma de evitar o sofrimento provocado pela
morte/separação dos amantes. A contemplação é o pretexto para doutrinar a interlocutora,
transmitindo-lhe a sua atitude filosófica.
O sujeito poético dirige-se a “Lídia”, através da apóstrofe, convidando-a a
1.ª parte: acompanhá-lo “sossegadamente” (v. 2) na observação do rio, aprendendo
com ele que a vida é efémera (“Passa/e não fica”, vv. 5-6).
1.ª e
2.ªestrofes

2.ª parte:
A inutilidade dos compromissos, perante a certeza da morte:
3.ª a 6.ª (“Desenlacemos as mãos”, v. 9), sem agitações, em ataraxia (epicurismo).
DIVISÃO POR
PARTES
estrofes

A ausência de perturbação face à morte


3.ª parte:
Aceitação da morte, momento a que se deve chegar sem apego a nada (vv. 27-
28) e apenas recordando o que foi agradável, para que o sofrimento não seja
7.ª e 8.ª tão penoso (vv. 26 e 30).
estrofes

Símbolos: “rio” (efemeridade); “Fado” (força superior aos deuses que comanda a vida dos
humanos); “flores” e “ seu perfume” (fragilidade da vida); “mar”/“sombra” (morte).

Gradação: “Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa” (v.6).

Enumeração: “Sem amores, nem ódios, nem paixões” (v. 13); “beijos e abraços e carícias” (v.
18); “te arda ou te fira ou te mova” (v. 26).

Pleonasmo:” Passa e não fica”.


RECURSOS
EXPRESSIVOS Oxímoro:“crianças adultas” (v. 5);

Metáfora:“Pagãos inocentes da decadência.” (v. 24).

Hipérbato: “porque se os tivesse o rio sempre correria”.

Eufemismos: “se for sombra antes” (v. 25); “levares o óbolo ao barqueiro sombrio” (v. 29).

Comparação: “passamos como o rio” (v. 10).

ANÁLISE Versos 32
Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena
Escola Básica e Secundária Professor Armando de Lucena

Estrofes 8 quadras
EXTERNA/FORM Classificação das rimas Versos soltos
AL
Métrica Métrica irregular, alternando 3 versos longos com um curto

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