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O quarto estágio da crítica nietzschiana para com a ciência histórica encontra-se no

que será intitulado de “velhice da humanidade”. Esta, por sua vez, estará
subdividida em duas categorias, a saber, a negação do presente e a ontologia
hegeliana. No primeiro caso, Nietzsche afirmará que a modernidade fez da ciência
uma teologia disfarçada, dado que as diretrizes do cientificismo concebeu a ideia de
que, no mundo, tudo está dado, cabendo ao cientista analisar, dissecar e revelar.
Com base nesta revelação, em específico na história, a ciência traria à tona o “fato
histórico”, o qual, por estar amparado pelo método, tornar-se-ia um dogma a ser
seguido e mantido pelas gerações futuras. Nesta ótica, Nietzsche tecerá sua crítica
afirmando que “louvar ao passado é afirmar que a vida presente é injusta visto que
nenhuma vida futura poderá justificá-la", cabendo, assim, apenas o resgate e a
reprodução de um passado glorioso a ser praticado - tolhendo novas iniciativas para
com o devir da existência humana.

O segundo aspecto referente à “velhice da humanidade” será o historicismo


hegeliano. De acordo com Nietzsche, a tese proposta por Hegel defende que a
espécie humana chegou ao seu apogeu dado que, à luz da investigação ontológica,
passou a conhecer a si mesma como o desdobramento de todos os tempos, ou
seja, através de um “processo universal” veio a alcançar o “fim da história”, sendo o
Estado o principal apogeu desta evolução a ser mantida. Desta forma, a idolatria do
passado, travestida de “razão objetiva” (o Estado), agiria por sobre os indivíduos
como uma cartilha moral a ser seguida no presente e perpetuada para o futuro,
gerando indivíduos sem substâncias, suscetíveis a tornar-se marionetes da opinião
pública ou, até mesmo, de um governo, executando tudo o que lhe for ordenado.

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