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Literatura (Helena, Lara, Sara, Matilde )

Bom dia Turma, bom dia professora, hoje vamos realizar a nossa apresentação oral de
português sobre a literatura modernista portuguesa.
Índice…
O Modernismo é um conceito que define, de um modo geral, as diversas correntes
artísticas que surgiram na primeira metade do século XX.
Fauvismo Cubismo, Abstracionismo, Dadaísmo, Expressionismo, Orfismo, Futurismo e
Surrealismo são algumas das principais correntes que se inserem no movimento
modernista que influenciou a literatura, a escultura, o design, a música, o teatro, a
arquitetura e a pintura mundial nos finais do século XIX e princípios do século XX.
O seu início ocorreu num momento em que o panorama mundial estava muito
conturbado. Além da Revolução Russa de 1917, no ano de 1914 eclodiu a Primeira
Guerra Mundial. Em Portugal este período foi difícil, porque, com a guerra, estavam em
jogo as colónias africanas que eram cobiçadas pelas grandes potências desde o final do
século XIX. Além disto, em 1911, foi eleito o primeiro presidente da República.
A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores.
Os modernistas portugueses respondem a esse momento, deixando para trás o anterior
meio cultural português, entregando-se às novas sensações da vida moderna. Era
preciso esquecer o passado, comprometer-se com a nova realidade, interpretá-la cada
um a seu modo e aceitar que o que é novo e diferente também pode ser bom.
O Modernismo nasceu em Portugal através da ação conjugada dos artistas portugueses
radicados em Paris no início do século XX e de outros que, em Lisboa, acompanhavam
as novas tendências da Literatura e da Arte. À Literatura chegou pelos textos de vários
escritores, sobretudo Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.

Características do modernismo na literatura:


-Temáticas voltadas ao nacionalismo, mas sem a idealização do romantismo.
-Valorização de temáticas ligadas ao cotidiano do homem urbano.
-Revisitação crítica do passado do país e da cultura.
-Predominância do humor, da ironia, da irreverência.
-Uso recorrente de versos livres nos poemas.
-Uso de uma linguagem coloquial, mais próxima da oralidade e do que seria a língua
portuguesa brasileira.
-Linguagem fragmentada, predileção pela síntese, uso de flashes cinematográficos.
-Preferência por aspectos subjetivos em detrimento dos objetivos.
-Pontuação utilizada de forma mais livre, de modo a garantir a fluidez narrativa e
poética.
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Gerações modernistas
Para conhecer de uma melhor forma a literatura modernista portuguesa, vamos
apresentar as principais fases do modernismo em Portugal, as suas características e
representantes.
De acordo com os seus autores e, consequentemente dos seus estilos, as gerações
modernistas dividem-se em quatro grupos: o Orfismo ou a Geração de Orpheu, O
Presencismo ou a Geração de Presença, o Neorrealismo e o Surrealismo.
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O Orfismo ou a Geração de Orpheu, corresponde à primeira fase do modernismo
português que foi fundada em 1915 e terminou em 1927. Recebeu esse nome por causa
da revista Orpheu, primeira publicação a divulgar os ideais modernistas e as tendências
culturais que circulavam na Europa no início do século XX.
No grupo confluíram génios diversos de vanguardismo, alimentado pela estada em
Paris, então a capital da arte, de alguns dos seus elementos que contactaram com as
vanguardas europeias, de são exemplos os ideais futuristas e expressionistas.
Na geração de Orpheu destacam-se escritores e artistas plásticos: Fernando Pessoa,
Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, Amadeu de Souza – Cardoso e Santa Rita.
Fernando Pessoa, nasceu em 1888 e morreu em 1935 em Lisboa, é a personalidade
mais importante do movimento iniciado com a revista Orpheu e o nome fundamental
do modernismo português. Escreveu no seu próprio nome (os ortónimos -
“Autopsicografia” - 1932, “Isto” - 1933 ...), mas também com o de personagens poéticas
por si criadas (os heterónimos): Alberto Caeiro (“Quando vier a Primavera” - 1915, “Não
tenho pressa” - 1929), Ricardo Reis (“Prefiro Rosas, meu amor, à pátria”- 1916, “Breve o
dia, Breve o ano ,Breve tudo”- 1931 ), Álvaro de Campos (“Ode Marítima” - 1915, “Ode
Triunfal” - 1915), o semi-heterónimo Bernardo Soares, com o livro do Desassossego –
publicado em 1982 e também escreveu a obra “Mensagem” - publicado em 1934 (única
escrita em português), entre outras …
Mário de Sá-Carneiro, nasceu em Lisboa no ano de 1890, grande amigo de Fernando
Pessoa, é a ele que dirige a sua carta de despedida, antes de se suicidar, em Paris no ano
de 1916, onde estudava direito. O mote da sua obra gira em torno da insatisfação
psicológica. Foi poeta e prosador, celebrizou-se pelas suas obras Dispersão - 1914
(poesia) e a Confissão de Lúcio - 1914 (romance).
Almada Negreiros, nasceu em São Tomé no ano de 1893 e morreu em Lisboa em 1970,
foi pintor, desenhador, poeta, romancista, dramaturgo e ensaísta. Estudou pintura em
Paris e viveu em Espanha. Foi um dos mais ativos e radicais defensores do novo
conceito de arte que expôs em textos polémicos e provocatórios. Da sua vasta obra,
realça-se o romance Nome de Guerra - 1938 , o livro A invenção do Dia Claro - 1921 e as
pinturas murais dos Cais de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos - 1945 a 1948.
Amadeo de Souza-Cardoso, nasceu em Amarante no ano de 1887 e estudou arquitetura
em Lisboa e Paris, abandonando o curso para se dedicar inteiramente à pintura uns
tempos depois. Conhece e relaciona-se com artistas da vanguarda europeia, como
Modigliani. Morreu em 1918 vítima da pneumónica. Da sua vasta obra realça-se “Os
galgos” - 1911 e “Fortaleza”- 1912.
Guilherme de Santa-Rita, nasceu em Lisboa no ano de 1889. Foi pintor, impulsionador
do Futurismo em Portugal, estudou pintura em Paris, onde conheceu Marinetti, o
criador do movimento. Da sua obra quase nada resta, por ter sido, a seu pedido,
destruída pela família, antes de morrer vítima de tuberculose pulmonar, aos 28 anos de
idade em Lisboa. Da sua obra realça-se "Orfeu nos Infernos” - 1904 e “Cabeça” - 1910.
Os orfistas tinham como objetivo agitar e mesmo escandalizar o pacato e antiquado
ambiente cultural português, bem como inserir a literatura portuguesa no contexto
cultural europeu, que àquela época estava sob forte influência das tendências futuristas.
E, apesar disso, por razões financeiras, apenas terem sido publicadas duas edições, o
objetivo foi plenamente atingido, pois o grupo de Orpheu foi alvo das maiores críticas e
troças por parte dos jornais da época.
Estava criado o espírito de geração e, apesar do precoce desaparecimento de três dos
seus maiores nomes (Sá Carneiro, Amadeo e Santa Rita), a “Geração de Orpheu" é um
dos mais geniais grupos de artistas da história da arte em Portugal.
Embora tenha desaparecido precocemente, a revista Orpheu deixou uma enorme
herança cultural, influenciando novos artistas, assim como o surgimento de novas
publicações.
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O Presencismo foi um movimento artístico literário que marcou a segunda fase do
modernismo português. Compreende-se entre os anos 1927 a 1940.
Inicia-se com a publicação da revista presença, a qual dá nome a esse período - em
Coimbra, no dia 10 de março de 1927. Ao contrário da revista Orpheu, foram
publicados cinquenta e quatro números da revista Presença.
O Presencismo caracteriza-se pela emoção estética de suas obras, pelo predomínio da
literatura psicológica, buscando sempre uma "literatura original, viva e espontânea".
Concentra princípios defendidos ou simbolizados pela Presença, nomeadamente, a
importância da originalidade e do génio artístico, a liberdade na arte, a sinceridade, a
rejeição da submissão da arte a quaisquer princípios que não os especificamente
artísticos.
No Presencismo destacam-se vários autores como: José Régio (1901-1969). Escreveu
Poemas de Deus e do Diabo (1925). Jogo da Cabra-Cega (1934). Histórias de Mulheres
(1946). Adolfo Casais Monteiro (1908-1972). Escreveu O Canto da Nossa Agonia (1941).
Verso (1944). Europa (1946). Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo
Miguel Torga, foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX,
no presencismo. Escreveu obras como O Outro Livro de Job (1936). Bicho(1940). Terra
Firme e Mar (1941). Ele ganhou o Prémio Camões em 1989, sendo que o Prémio
Camões começou a ser atribuído no ano de 1989, Miguel Torga foi a primeira pessoa a
ganhá-lo.
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O Neorrealismo surgiu no ano de 1940 e durou até 1974. Este movimento corresponde
a uma nova tomada de consciência da sociedade portuguesa.
Surgiu num conturbado contexto histórico-social. A Europa sofria com as
consequências de uma forte crise econômica, com a tirania de regimes totalitários
(salazarismo) e também com a constante tensão provocada pela Segunda Guerra
Mundial.
O neorrealismo teceu duras críticas ao individualismo e ao esteticismo, ieais do
Presencialismo, divulgando na literatura o pensamento marxista e a forte rejeição ao
socialismo utópico. As revistas Seara Nova, Sol Nascente e o Diabo foram responsáveis
por divulgar a estética neorrealista em Portugal.
Os principais representantes deste movimento foram: Alves Redol, que escreveu
Gaibéus (1945), vindima de sangue, Barranco de Cegos... ; Manuel da Fonseca, que
escreveu Aldeia Nova (1942), O Fogo e as Cinzas (1953), Aldeia Nova (1942), O Fogo e
as Cinzas (1953)…; Afonso Ribeiro, que escreveu Povo (1947), Ilusão Na Morte (1938),
Aldeia (1943)…; Joaquim Namorado, escreveu sob uma bandeira [OBRA POÉTICA]…;
Mário Dionísio, que escreveu O dia cinzento e outros contos (1967), Não há morte nem
princípio (1969), A morte é para os outros. Lisboa (1988)…; Vergílio Ferreira, Manhã
Submersa (1954), Aparição (1959), Alegria Breve (1965)…; Fogo na Noite Escura
(1943), Retalhos da Vida de um Médico (1949), O Homem Disfarçado (1957). Entre
estes existem outros escritores que representaram o neorrealismo.
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O surrealismo surgiu no ano de 1947 durando ate 1974, por muitos estudiosos, foi
considerado a última fase do modernismo português manifestando-se assim ao mesmo
tempo que o neorrealismo. As suas principais características foram a “escrita
automática”, isto é livre associação de ideias e de palavras, e a modificação das
estruturas da realidade, elemento baseado nos conteúdos oníricos, reafirmando o seu
caráter figurativo e irracional. Seus principais representantes foram António Pedro,
autor
de Os meus 7 pecados Capitais (1926), Casa de campo (1938)..; José Augusto França,
Os anos 20 em Portugal (1992), O retrato na arte portuguesa (1981)…; Alexandre
O’Neill, No Reino da Dinamarca (1958), Tempo de Fantasmas (1951), Poemas com
Endereço (1962)…; 2 autor de Corpo Visível (1950), Nobilíssima Visão, (1959).

Entre estes existem outros escritores que representaram o surrealismo.

Conclusão: Concluindo, com base no que foi apresentado, o Modernismo foi um


período que marcou intensamente a literatura portuguesa, de acordo com as suas
características e seus representantes.

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