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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU- SÃO LUÍS

CURSO DE PSICOLOGIA

ANDREIA REGINA CARDOSO ALVES


JOENESON ALVES PEREIRA
SÂNDILA SILVA ARAÚJO

AS CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO EM CRIANÇAS COM


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

São Luís
2022
ANDREIA REGINA CARDOSO ALVES
JOENESON ALVES PEREIRA
SÂNDILA SILVA ARAÚJO

AS CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO EM CRIANÇAS COM


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito


parcial para conclusão do curso de Psicologia do Centro
Universitário Mauricio de Nassau de São Luís-MA.

Orientador: Nádia Lígia Guterres

São Luís
2022
AS CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO EM CRIANÇAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Andreia Regina Cardoso Alves1


Joeneson Alves Pereira2
Sândila Silva Araújo3
Nádia Lígia Guterres4

RESUMO

O transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurodesenvolvimental que tem


como característica acentuada o comprometimento em diversas áreas do desenvolvimento.
Mundialmente, cerca de 1% da população é diagnosticada com TEA, segundo o novo balanço
do centro de controle e prevenção de doenças do Estados Unidos, adverte que uma em cada
44 crianças de 8 anos são diagnosticadas com esse transtorno e sua compreensão é complexa
devido à falta de uniformidade clínica sobre àquelas que apresentam essa condição. Diante
disso, este artigo se propõe, por meio do método de revisão bibliográfica narrativa, a partir de
análise de literatura e coletas de artigos das bases de dados como: Eletronic Library Online-
Scielo, biblioteca virtual brasileira, sites oficiais e livros relevantes, sendo utilizado os
descritores “Autismo" AND “diagnóstico tardio" para o desenvolvimento da temática
consequência do diagnóstico tardio em crianças com TEA. O objetivo geral deste trabalho é
identificar os fatores que levam a um diagnóstico tardio, bem como identificar o papel da
família, analisar as consequências do diagnóstico e possíveis intervenções precoce. Dentre
alguns resultados desta pesquisa, está presente com maior ênfase a dificuldade de um
diagnóstico preciso, a falta da busca de intervenção precoce, a regressão dos níveis, as
diferenças das classes sociais, a resistência dos cuidadores na busca do diagnóstico alterações
no aspecto psicoemocional da dinâmica familiar, os estágios no processo de negação, e a
adaptação da família diante do diagnóstico.

Palavras-chaves: Transtorno do espectro autista, diagnóstico, criança.

1
Graduando em Psicologia pela UNINASSAU/SLZ. E-mail:andreiacardoso153@gmail.com
2
Graduanda em Psicologia pela UNINASSAU/SLZ. E-mail:joepereira753@gmail.com
3
Graduando em Psicologia pela UNINASSAU/SLZ. E-mail:araujosandila@gmail.com
4
Mestre em Saúde e Ambiente pela UFMA/MA e coordenadora do Departamento de Psicologia da
UNINASSAU – Campus de São Luís/MA. E-mail: @gmail.com
ABSTRACT

Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder that has as Na important


characteristic the impairment in several areas of development. Worldwide, about 1% of the
population is diagnosed with ASD, according to the new balance of the Center for Disease
Control and Prevention in the United States, warning that one in every 44 children aged 8
years are diagnosed with this disorder and its understanding is complex due to to the lack of
clinical uniformity regarding those who present this condition. In view of this, the article
proposes, through the method of narrative bibliographical review, based on literature analysis
and collection of articles from databases such as: Electronic Library Online-Scielo, Brazilian
virtual library, official websites and relevant books, being The descriptors " Autism" AND "
late diagnosis" were used to develop the theme consequence of late diagnosis in children with
ASD. The general objective of this work is to identify the factors that lead to a late diagnosis,
as well as to identify the role of the family, analyze the consequences of the diagnosis and
possible early interventions. Among some of the results of this research, it is present with
greater emphasis the difficulty of an accurate diagnosis, the lack of search for early
intervention, the regression of levels, the difference of social classes, the resistance of
caregivers in the search for the diagnosis, changes in the psycho-emotional aspect of the
family dynamics, the stages in the denial process, and the family's adaptation to the diagnosis.

Keywords: Autistic Spectrum Disorder, Diagnosis, child.


1 INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento


que abrange o transtorno autista (autismo), a Síndrome de Rett, o Transtorno de Asperger, o
transtorno desintegrativo da infância e o transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação (STEYER, 2018). Atualmente, 1% da população mundial é diagnosticada com
TEA, adicionalmente com o novo balanço do Centro de controle e prevenção de doenças
(2018), do Estados Unidos, aponta que uma em cada 44 crianças de 8 anos são diagnosticados
com TEA.
Desse modo, autismo é um tipo de transtorno global do desenvolvimento de maior
relevância devido a sua elevada prevalência. Dados epidemiológicos mundiais estimam que
um a cada 88 nascidos vivos apresenta TEA, que acomete mais o sexo masculino
(BARBOSA, 2009). No Brasil, em 2010, estimava-se que exista cerca de 500 mil pessoas
com autismo. Apesar da escassez de dados epidemiológicos no Brasil que possam levantar
dados mais precisos, constatou-se em recente pesquisa que os índices de acometimento pelo
autismo são de 27,2 casos para cada 10.000 habitantes (LEVENSON, 2015).
O crescimento acelerado de diagnóstico de TEA chama atenção para esse transtorno
psiquiátrico da infância que cresceu vertiginosamente em um curto período (RIOS et al.,
2015). O que despertou atenção para essa temática, considerando que este é um transtorno
identificado ainda na primeira infância e implica em possíveis impactos para os irmãos,
alterações na dinâmica familiar, eventos estressantes e sobrecarga de cuidadores (DE
ARAÚJO et al., 2012).
No entanto, apesar do aumento da produção acerca desse transtorno, muitas crianças
deixam de ser identificadas antes do período escolar (SHAT-TUCK et al., 2009), ainda que
muitos pais suspeitem de problemas no desenvolvimento sociocomunicativo desde os dois
primeiros anos de vida do filho (a) (ZANON et al, 2014).
Com o crescente número de casos de autismo nos últimos anos, pode-se fazer uma
correlação entre o número de casos diagnosticados atualmente e a dificuldade do diagnostico
no passado, o que proporcionou para uma estatística que possibilita eventualmente o aumento
do diagnostico tardio. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho é identificar os fatores que
levam a um diagnóstico tardio, visando identificar o papel da família, analisar as
consequências do diagnóstico e possíveis intervenções precoces.
Em virtude da escassez de pesquisas que se refira aos fatores e consequências do
diagnostico tardio em crianças, viabilizou a elaboração desse artigo científico. Sendo o tema
em questão de caráter público e de utilidade informativa social, viabiliza-se através dele
fornecer informações atualizadas e atrair a atenção para a importância e necessidade de um
diagnóstico precoce. Além disso, nossas conclusões servirão de embasamento para futuras
pesquisas além de alcançar as informações necessárias a fim de que se tenhas as respostas da
avaliação dos impactos do diagnóstico tardio dessas crianças.
Foi utilizado o procedimento de coleta de dados através da revisão bibliográfica
composta por autores que tem grande relevância na área com a finalidade de descrever as
consequências dos diagnósticos tardio de crianças com transtorno do espectro autista e
possíveis meios de intervenções eficazes.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA BREVE HISTORICO DO AUTISMO

A primeira vez que o termo “autismo” foi usado data em torno do ano de 1911,
quando o psiquiatra suíço Eugen Bleuler nomeou como sintoma dos quadros mais graves de
esquizofrenia, designando a perda de contato com o mundo exterior que impossibilitava a
comunicação, estabelecendo sintomas relacionados à ambivalência afetiva (BRITES, 2019).
No ano de 1938, Leo Kanner (1943) iniciou a avaliação de uma criança com idade de
cinco anos e um mês de nome Donald Triplett que de acordo com observações do seus pais,
desde os primeiros anos de vida, Donald apresentava comportamento de auto-suficiência e ao
ser internado em 1937, aparentava sempre estar em um mundo unicamente seu. A partir do
estudo de 11 crianças com características semelhantes, incluindo Donald, Kanner (1943)
desenvolveu seu estudo, publicando em 1943 o artigo “Autistic Disturbances of affective
Contact” (distúrbio autista do contato afetivo).
Kanner (1943) apresenta características do quadro clínico peculiares associados com
movimentos estereotipados, inaptidão inata para contato afetivos, segregação alimentar,
ecolalia e interpessoalidade associada a obsessividade (BRITES, 2019), porém Kanner (1943)
apontou se tratava de um transtorno específico e não um quadro de esquizofrenia como
descreveu Bleuler.
Embora essas crianças tivessem aparência física comum, apresentavam
comportamento diferente das demais, cada uma delas exibia um isolamento extremo,
profundo afastamento autista, desejo obsessivo de preservação das mesmas coisas, uma boa
memória, expressão inteligente e ausente, mutismo ou linguagem sem real intenção
comunicativa, hipersensibilidade aos estímulos, relação obsessiva com objetos (HEWITT,
2006).
Ao descrever esse transtorno, Kanner (1943) definiu através das características de
incapacidade de relacionamento pessoal, falha no uso da linguagem para fins de comunicação
e interação social, resistência à mudança de rotinas, orientação para objetos em vez de
pessoas, boas capacidades cognitivas, ausência de respostas ao ambiente, rígida adesão às
rotinas, tumulto emocional quando os rituais eram perturbados, linguagem incomum e
utilização de pronomes inapropriadamente (VILLA et al., 2009).
Hans Asperger um ano posterior descreveu quadros de autistas leves e com menor
dificuldade no aprendizado e ausência no déficit de linguagem. Dessa forma, a definição de
Asperger era mais ampla e incluía quadros mais leves. Porém, sua pesquisa permaneceu
desconhecia durante anos e apenas no ano de 1981 o psiquiatra Lorna Wing descobriu uma de
sua tese de 1944 e divulgou sua tradução.
Atualmente a expressão “autismo” obteve consideráveis repercussões no que se refere
a classificação de diagnostico, antes classificado de forma distinta no DSM-IV. A partir do
lançamento do DSM-V (Manual dos transtornos mentais) lançado em maio de 2013 unificou-
se o autismo e a síndrome de Asperger, ambas fazendo parte do mesmo quadro de diagnóstico
clínico.
O transtorno do espectro autista (TEA) engloba atualmente diferentes síndromes
marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico, com três características
fundamentais, que pode se manifestar em conjunto ou de forma distinta, são elas: dificuldade
de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar
com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento.
O conhecimento acerca da presença de sinais comportamentais característicos do
Transtorno do Espectro Autista (TEA) que ocorrem cedo no desenvolvimento, tem
oportunizado o início de intervenções em tempo, constituindo um benefício para a criança
(Zwaigenbaum; Bry-son; Garon, 2013). Isso contribui não apenas para a redução do risco da
manifestação mais grave dos sintomas ao longo do desenvolvimento, como também para a
melhoria do prognóstico (Dawson, 2008; Helt et al., 2008).
Brito (2014) aponta que os significados e características abordados pelos autores
principiantes, como Bruno Bettleheim, Bernard Rimland e o próprio Kanner (1943)
prisioneiro de um campo de concentração se deram pela época à qual vivenciaram. Bettleheim
associa as crianças com autismo como vítimas de trauma ambiental, mais especificamente
negligência materna. Em sua opinião sintomas de autismo, sobretudo a apatia e retraimento
social, são ocasionados devido ao distanciamento emocional de mães “frias”.
A autora Supracitada explana que esta postura dos dois estudiosos sucedeu contraposta
por vários médicos e psicólogos, entre eles Bernard Rimland, que em 1964, citou pesquisas
que apontavam que os padrões da maioria dos pais não se enquadravam na caracterização que
Kanner e Bettleheim citavam: frios e distantes. Além disso, a maioria das crianças que tinham
irmãos com autismo, não eram autistas e a proporção de meninos autistas para meninas
autistas era de três ou quatro para cada caso.
Em suma, o DSM-V (Manual dos Transtornos Mentais), lançado em maio de 2013,
unificou a autismo e síndrome de Asperger, ambas fazendo parte do mesmo diagnóstico, O
Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes síndromes marcadas por
perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que
podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por
deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos,
dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Bem como, no APA (1994) foram descritos critérios para o diagnóstico desta
síndrome que integra comprometimento significativo na interação social; padrões de
comportamento restritos, repetitivos ou estereotipados; funcionamento social restrito;
ausência de atraso significativo da linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. A
prevalência desta síndrome é estimada em 2 a 4 crianças a cada 10.000 nascidos.
De acordo com a nova proposta publicada no Manual de Diagnóstico e Estatística dos
Transtornos Mentais (2013), fazem parte desse grupo o Transtorno Autista (TA), a Síndrome
de Asperger (SA) e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação
(TGDSOE), antes descritos no DSM IV-R. Enquanto no APA (2002) os critérios diagnósticos
incluíam prejuízos na interação social, comportamento e comunicação, na proposta atual são
enfatizadas duas dessas características, ou seja, as desordens da interação e do
comportamento.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), não tem caráter progressivo, mas o
desenvolvimento do quadro associado a fatores de idade e crescimento varia bastante, sendo
suas características diferenciada em cada indivíduo, o que dificulta no diagnóstico desse
transtorno (CUNHA, 2020).

O DIAGNÓSTICO DO TEA

O transtorno do espectro autista é caracterizado e definido como um transtorno


neurodesenvolvimental associado a alguma condição genética ou a um fator socioambiental.
De acordo com a proposta publicada do manual e estatística dos transtornos mentais (DSM-
5,2014) os critérios diagnosticados incluem os déficits nos comportamentos comunicativos,
na interação social e socioemocional. A definição de autismo se ampliou no decorrer da
história, sobretudo com a admissão do espectro, que o tornou, na 5ª edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais “Transtorno do Espectro Autista” (APA,
2014).
Os primeiros sintomas são manifestados no primeiro ano de vida e por não haver um
fator biológico, o diagnóstico é baseado principalmente no quadro clínico, caracterizado por
três vertentes como: habilidades sociais, comunicação e comportamentos estereotipados.
Dessa forma, o diagnóstico do TEA raramente é realizado antes dos dois anos de idade, por
haver atrasos nesses diagnósticos iniciais pouco se sabe sobre os sintomas e os processos do
desenvolvimento neurológico e cognitivo (ROTTA; BRIDI FILHO; BRIDI, 2016)
Com os avanços recentes desses transtornos, o diagnóstico do TEA tem como base as
características comportamentais que estabelecem formas qualitativamente diferentes da
primeira infância, uma das situações comuns é a preocupação dos pais e dos profissionais
quanto ao atraso da fala da criança do que nos aspectos sociais (ROTTA; BRIDI FILHO;
BRIDI, 2016).
Desse modo, o diagnóstico preciso mesmo não sendo uma tarefa fácil para o
profissional, uma vez que, há semelhança entre a criança com TEA e a criança com déficit de
aprendizagem ou linguagem, é essencial para o tratamento precoce. O desenvolvimento da
criança é caracterizado por estágios, cada um deles contém teorias diferentes. Em
consonância com as teorias da aprendizagem, os bebês recém-nascidos têm um papel muito
ativo no jogo social, e à medida que os meses passam esse jogo vai se aprimorando
(ABERASTURY,1992).
Nesse contexto, ao perceber suas rotinas lúdicas o bebê aprende a antecipar as suas
ações e aprende a comunicar sua alegria com sorrisos, gargalhadas e gritinhos. Todos os
bebês com desenvolvimento normal apresentam características similares que não são comuns
nem constantes nos que tem transtorno do espectro autista. Há diferenças de alguns estímulos
e os indicadores precoces das crianças típicas e das crianças com TEA. As crianças típicas,
nos seus primeiros anos de vida, atendem aos seus pais quando são chamadas, segue a direção
do olhar da mãe quando ela olha para o alvo visível. No entanto, as crianças com TEA não
reagem quando são chamadas, não respondem a “pistas" sociais, a não ser com estímulos
muito repetitivos (ROTTA; BRIDI FILHO; BRIDI, 2016)
É importante ressaltar que essas características podem ocorrer de forma variada e não
são constantes nas crianças com TEA. De modo diferente das crianças típicas, as que
apresentam sinais com TEA costumam fazer menos trocas comunicativas aos encontros com
os pais. O diagnóstico precoce é fundamental, quanto mais antes for identificado e quanto
mais cedo se inicia o tratamento maiores são as chances de progresso no desenvolvimento e
na qualidade de vida (ROTTA; BRIDI FILHO; BRIDI, 2016)
O diagnóstico é baseado em avaliações clínicas pois é através das observações e
avaliações que se tem os instrumentos necessários para as intervenções. A avaliação do
indivíduo com espectro autista requer uma equipe multidisciplinar e o uso de escalas
objetivas. Dessa forma, as técnicas de avaliações estruturadas devem ser utilizadas tanto para
o comportamento social das crianças quanto da sua capacidade de imitação (GADIA, 2006).
Há esforços de pesquisadores que investigam o uso e a utilidade de estratégias e
instrumentos de rastreamento validados para o desenvolvimento de crianças com TEA. Em
modo geral, afirmam que o tratamento intensivo na criança está relacionado a uma
significativa melhora na capacidade cognitiva e comunicativa. Diante disso, o sucesso inicial
de intervenções comportamentais intensiva precoces acrescenta ainda mais a urgência à
triagem e ao diagnóstico dos TEAs. (ROTTA; BRIDI FILHO; BRIDI, 2016).
Na perspectiva do avanço nos esforços de diagnósticos e tratamento precoce há uma
grande prioridade no desenvolvimento de ferramentas diagnósticas precisas como por
exemplo; as baterias de instrumentos para auxiliar na avaliação da sintomatologia autista e de
características associadas em crianças pequenas (MATSON BOISJOLI, 2007).
Dentre esses processos de avaliações, existem instrumentos sistematizados e com o
objetivo de assegurar o compromisso ético dos psicólogos na utilização desses instrumentos, o
CFP (conselho Federal de psicologia) sancionou, em 2003 o Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos (SATEPSI), que tem como objetivo estabelecer diretrizes sobre a Avaliação
Psicológica e avalia a qualidade técnica-científica de instrumentos psicológicos (COSTA E
SILVA; SANTOS ELIAS, 2020).
Dentre esses instrumentos, A associação internacional apresenta instrumentos
sistematizados e validados, como: Autism Diagnostic Interview-Revised conhecido como,
(ADI-R) e Autism Diagnostic Observation Schedule-Generic com a nomenclatura (ADOS),
que são considerados como padrão para o diagnóstico do TEA, com estudos preliminares de
validação no Brasil (MARQUES; BOSA, 2015).
Bem como, há o Protocolo de Avaliação para Crianças com Suspeita de Transtornos
do Espectro do Autismo nomeado como, (PROTEA-R) é um instrumento que apresenta de
forma não verbal como objetivo de avaliar crianças entre 24 e 60 meses de idade, a fim de
identificar, avaliar e prevenir atrasos na cognição e aprendizagem da criança, sendo um
instrumento construído por pesquisadores brasileiros (BOSA; ZANON; BACKES, 2016).
No que diz respeito aos instrumentos de triagem do TEA no Brasil, há alguns
traduzidos, adaptados e validados, com o intuito de avaliar as Dificuldades de linguagem,
comportamento autolesivo, estereotipado e comportamento agressivo, prejuízos de
socialização , comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, como:
Childhood Autism Rating Scale CARS (Escala de Avaliação de Autismo na Infância) que
avalia os comportamentos da criança de acordo com as informações obtidas através de
entrevistas com os seus responsáveis e de observações diretas da criança (BOSA; ZANON;
BACKES, 2016)
Bem como, existem alguns instrumentos em formato de questionário voltado para os
pais e vice versa, como o: Pervasive Developmental Disorder Behavior Inventory – PDDBI
(Inventário Comportamental dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento), o Autism
Diagnostic Interview Revised ADIR (Entrevista Diagnóstica para Autismo) e do Autism
Diagnostic Observation Schedule ADOS Observação Diagnóstica Programática para
Autismo , Diagnostic Interview – Revised – ADI-R Entrevista diagnóstica (SILVA;
MULICK, 2009).
De acordo com os autores Silva e Mulick (2009, p. 125):

Esses dois instrumentos foram elaborados para serem utilizados de forma


complementar. Enquanto o ADI-R corresponde a uma entrevista semiestruturada
com os pais, o ADOS corresponde a um programa semi-estruturado de atividades e
entrevistas realizadas diretamente com a criança, processo diagnóstico, fornecendo
informações detalhadas acerca do funcionamento cognitivo e adaptativo da criança,
o que é essencial para a formulação de um plano de intervenção individualizado.

É importante ressaltar que existe também, como um dos principais instrumentos a


BISCUIT que é uma ferramenta que auxilia na avaliação dos sintomas autistas. Bem como
difere de outros instrumentos precoce para o TEA e incluí as sintomatologias nos três
domínios centrais do TEA como: déficit nas habilidades socias, prejuízos na comunicação e
presença de comportamento. Dessa forma, esse instrumento cumpre as normas para a
categorização diagnóstica do transtorno do espectro autista (AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION, 2000).
Diante disso, para se utilizar essas baterias de avaliações é necessário também que a
criança autista passe pelo processo da avaliação neuropsicológica afim de subsidiar o
delineamento de estratégia para uma intervenção, a mesma tem por objetivo trabalhar com
aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais (prejudicados e preservados) associados
aos quadros de lesões ou disfunções cerebrais, no intuito de melhorar a funcionalidade e a
qualidade de vida da criança autista (NEUMANN; TARIGA; PEREZ,2016).

Para a construção e desenvolvimento das habilidades intelectuais, que são processos


básicos, ou seja, para que elas surjam harmoniosamente, as baterias
neuropsicológicas possibilitam uma avaliação tanto no que concerne ao desempenho
cognitivo geral e global como também, no que diz respeito à determinação das
funções específicas da atenção, da linguagem, da memória e das funções executivas.
Estas funções podem ser avaliadas segundo o modelo luriano, havendo a explorar
funções através de tarefas específicas ou avaliadas através de testes, escalas e
baterias de avaliação neuropsicológicas estruturadas (CAVACO, 2015, p. 25).

Um dos instrumentos muito utilizado é o teste de Desenvolvimento Infantil de Bayley,


que se divide em três escalas que avaliam as condições motoras, mentais e comportamentais,
as três sendo complementares para avaliação final. Bayley é um teste utilizado facilmente e
que colabora para avaliar diversos aspectos do desenvolvimento da criança de 1 a 42 meses
(COSTA, 2013).
O autismo infantil é um transtorno que requer bastante atenção quando se trata do
processo de diagnóstico e de avaliações, os critérios que estabelecem o diagnóstico do
autismo passaram por diversas ramificações ao longo dos anos sendo descritos nos manuais
de categorização. Dentre esses manuais, tem a Classificação Internacional de Doenças e
Problemas CID-10, que particularmente apresentam terminologias e diferenças nas
nomenclaturas, caracterizadas através de códigos utilizados para fins de diagnóstico,
o autismo infantil e autismo atípico passam a ser classificados nos Transtornos Globais do
Desenvolvimento (TGD), sob o código F84 (FERNANDES; TOMAZELLI; GIRIANELLI,
2020).
Ressalta-se ainda que dentro desse processo de classificação, nomenclaturas, códigos e
terminologias divididos em subgrupos que são vigentes no CID-10, chama atenção de forma
ampliada para o CID-11 que compreende o autismo não só como um processo de
classificação de transtornos globais, mas como um único espectro ou categoria que varia em
níveis de gravidade, dependendo da funcionalidade dos níveis de deficiência intelectual e
linguagem funcional. Além disso, o CID-11 adota e considera o espectro autista não apenas
como critérios comportamentais e do desenvolvimento, mas também como critérios
cognitivos e de adaptação ao meio como funcionalidades das atividades da vida diária
(FERNANDES; TOMAZELLI; GIRIANELLI, 2020).

O PAPEL DA FAMÍLIA
Inicialmente, depois da descrição de Kanner em 1943, vários estudos de psiquiatria
infantil enfatizaram o modo de relação da criança autista com seus pais. Desse modo, é
importante compreender sobre o direcionamento da relação família e criança autista para uma
possível investigação dos fatores que atribui o autismo como um produto de estresse familiar
(KAST, VAN HECKE, 2012).
A família é o grupo social primário que interfere na formação afetiva, cognitiva e
psicológica do ser humano, sendo os pais o principal suporte. Quando uma criança é
diagnosticada com alguma deficiência, patologia ou alteração, isso traz consequências na vida
dos pais, principalmente na vida das mães que assumem a responsabilidade de cuidar dessa
criança, alterando sua rotina e gerando desgaste psicoemocional (GALVÃO; LEONARDO,
2016; SEGEREN; FRANÇOZO, 2014).Nesse sentido, os cuidadores são submetidos a uma
sobrecarga devido à responsabilidade pelo bem-estar e prestação de cuidados ao autista que,
consequentemente, fica sujeito ao estresse, mas também às satisfações em relação ao familiar
ajudado (MISQUIATTI, 2015).
De acordo com Martins (2016), o responsável pelo autista e todo o ambiente familiar
sofre uma alteração tanto em sua rotina quanto em questões emocionais. A relação familiar
costuma ser saudável, no entanto, o filho saudável sofre pressões pessoais quanto a se sentir
responsável pelo outro irmão com o transtorno, além de sentir-se a ausência de atenção
voltada para si, podendo prejudicar seu rendimento escolar e interação social.
A participação dos pais como co-terapeutas é uma exigência dos programas de
intervenção. Grande parte da programação é levada a cabo em casa por eles e devem ocorrer
diariamente. O modelo DIR, por exemplo, prevê uma média de, pelo menos, sete horas diárias
em casa (GREENSPAN; WIEDER, 2000).
As famílias compostas por alguém com TEA possuem alto nível de preocupação e,
desde a orientação médica estão conscientes de sua importância ativa no tratamento do autista
para um bom desenvolvimento, gerando inseguranças em muitos cuidadores (MIELI;
AMATO, 2016).
Desse modo, há uma alteração na dinâmica familiar. Que causa muitas vezes,
sentimentos de negação, frustração e confusão. Além disso, a luta da família para aceitar e
cuidar de forma satisfatória da criança com TEA, pode causar uma aproximação muito grande
entre a própria família, permitindo-se concluir que os fatores positivos são maiores que os
negativos. Contudo, a experiência de ter um filho com TEA desenvolve a capacidade de
adaptação, resiliência e paciência e promove o descobrimento de um amor incondicional
(MISQUIATTI, 2015).
No caso das famílias de crianças com TEA, há mudanças em três aspectos: no ciclo
de vida, na doença e nos aspectos familiares que envolve múltiplas variáveis e ocorre de
forma não linear e progressiva. Estudos apontam que pais de crianças com o diagnóstico
tardio do autismo, referem preocupações precoces com o comportamento social, a
comunicação e o modo de brincar manifestados já nos primeiros meses de vida. Diante disso,
a demora na formalização de um diagnóstico também é um fator descrito, preponderante e
estressor que faz com que quando o diagnóstico é finalmente formulado, acontece uma
redução no nível de estresse familiar (KAST; HECKE, 2012).
Ao receber um diagnóstico de TEA, várias alterações são desencadeadas no meio
social da família, pela razão de que a criança deverá ser acompanhada, para que sua evolução
alcance os melhores patamares possíveis. O diagnóstico de qualquer doença crônica
principalmente quando envolve a criança, causa grande impacto que reflete nas mais diversas
mudanças do ambiente familiar. Dessa forma, entende-se que o vínculo familiar desde os
primórdios do conhecimento do diagnóstico é de extrema importância e influenciará
diretamente no desenvolvimento global das crianças com TEA, para que elas possam alcançar
evolução e progresso satisfatório (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2013).
A notícia do diagnóstico pode ser de forma complexa, o que pode despertar nos pais
uma vivência de luto que são nomeados por estágios. O estágio inicial de luto é de choque, no
segundo estágio há descrença e negação, no terceiro tristeza e ansiedade, no quarto o
equilíbrio, apresentando admissão e por último, o estágio de reorganização por
reconhecimento (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2013).
Os pais entram em um processo de adaptação, em que se observa uma instabilidade
emocional, apresentada por meio de oscilações entre aceitação e rejeição, até se sentirem mais
seguros para lidar melhor com a criança e aproximarem-se afetivamente dela
(RABINOVICH, 2006).
Diante desse processo de adaptação e aceitação das famílias acometida da criança
com TEA, há serviços e recursos que podem ser solicitados pelas famílias de crianças autistas.
A Lei, (Nº 12.764/2012), adverte que, pessoas autistas têm assegurados os mesmos direitos
que as pessoas com deficiência no sistema público de saúde. Por esse motivo, mesmo as
famílias sem convênio contam com direitos que garantem o acesso ao diagnóstico e
intervenção para o TEA pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Bem como, o diagnóstico
precoce e a intervenção por meio de equipe multidisciplinar. Sendo assim, as pessoas
cuidadoras de crianças autistas podem solicitar pelo SUS o acompanhamento com
profissionais da psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional (BERENICE; PIANA,
2012).
O papel da família está relacionado com o desenvolvimento global do indivíduo com
autismo, e este vínculo pode ser considerado como a busca e a manutenção da proximidade de
um indivíduo com outro. Uma criança, por exemplo, quando tem ao seu alcance uma figura
de apego, vivencia sentimentos de segurança e tranquilidade. Diante disso, uma família que
apresenta um bom funcionamento psicossocial possui um bom equilíbrio na coesão e na
adaptabilidade familiar (ROTTA, 2016).
Dessa forma, entende-se que é justamente o papel da família que irá interferir no
desenvolvimento global da criança com Autismo, pois, auxiliando na interação social e na
comunicação da criança, o engajamento da família no tratamento garante que os objetivos
terapêuticos sejam ampliados em contexto domiciliar, proporcionando assim uma maior
sincronicidade e contingência comunicativa e social entre a criança e seus interlocutores, o
que, ao mesmo tempo que empodera a família, também diminui sua sobrecarga emocional
(EMILY; GRACE, 2015).

CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO

O transtorno do espectro autista tem ganhado grande destaque nos últimos anos. Antes
ele era um transtorno pouco diagnosticado, mas atualmente um crescente número de
diagnósticos têm chamado atenção para o diagnóstico e o caminho do mesmo (BRACKS,
2018). Considerando que os primeiros sinais desse transtorno são visíveis ainda na fase de
desenvolvimento do indivíduo, em torno dos 12 aos 24 meses, e por se tratar de um transtorno
global que atinge o neurodesenvolvimento da criança, se questiona sobre as consequências do
diagnóstico tardio (FREITAS; REVOREDO, 2022).
Diante disso, dentre as características do comportamento da criança com transtorno do
espectro autista (TEA) está a dificuldade da socialização com as pessoas ao seu redor, o que
pode acarretar prejuízos significantes nas interações sociais não verbais, como contato visual
direto, gestos, posturas corporais, nas relações interpessoais. Também sendo presente a
seletividade alimentar em alguns casos, movimentos estereotipados, hipersensibilidade e
outras características (SANTOS et al., 2018).
Desse modo, Rotta, Filho e Bridi (2016), discorrem sobre as diferentes consequências
causadas pelo tardar do diagnóstico da criança com TEA, dentre as quais está:
[...] o prejuízo linguístico, que envolve problemas de comunicação não verbal,
problemas simbólicos, dificuldade na fala, assim como problemas pragmáticos. Há
falhas em habilidades que precedem a linguagem, como o balbucio, a imitação, o
uso significativo de objetos e o jogo simbólico. Há também falhas na compreensão
da fala, falta de gestos, mímica e do apontar.

Além disso, cerca de 50% das crianças com autismo nunca fizeram uso da fala ou
apresentam alguma dificuldade na fala considerada anormal para o desenvolvimento típico de
uma criança na mesma faixa etária (RUTTER; SCHOPLER, 1978). Sendo importante pautar
que não se trata apenas de prejuízo na habilidade linguística, mas sim de um desvio no curso
do desenvolvimento que ultrapassa o atraso.
Do mesmo modo, existe apontamento para consequências na imitação de
comportamentos na criança com TEA como um fator central do perfil neuropsicológico desse
transtorno. De acordo com Tuchman e Rapin (2009), crianças com autismo costumam imitar
menos e cometer erros específicos quando comparadas tanto com crianças típicas quanto com
controles clínicos. Esses déficits têm sido observados em indivíduos com TEA tanto com alto
como com baixo funcionamento e em ampla faixa etária, sugerindo que o prejuízo na imitação
pode ser um déficit fundamental do transtorno (ROTTA et al., 2016).
Eventualmente, os problemas na imitação impedem o estabelecimento da sincronia
emocional, e é isso o que está por trás do déficit de relacionamento no autismo. Pois é a partir
do contato com o meio, e principalmente com os pais, que ocorre a experiência de contágio
emocional e a coordenação afetiva que, por sua vez, permitem o desenvolvimento de alguns
aspectos da atenção compartilhada, comunicação intencional, empatia e jogo simbólico
(ROGERS; BENNETTO, 2000).
A princípio, diversos autores apontam que a dificuldade de imitação é em certo grau
uma das características especificas do transtorno do espectro autista, podendo ser um
diferencial de outros transtornos da infância (TUCHMAN; RAPIN, 2009). Estudos revelam
que crianças com autismo demonstram fraquezas e erros específicos em tarefas de imitação
quando comparadas a crianças com outros transtornos que possuem características
semelhantes.
Ao mesmo tempo, crianças com TEA apresentam super ou hiporreatividade sensorial
que leva a uma indisponibilidade afetiva, sendo perceptível desde os primeiros anos de vida a
existência de dificuldades sensoriais e motoras no desenvolvimento de muitos autistas, com
variabilidade nos sintomas. São notados problemas de processamento auditivo, podendo
ocorrer hipo ou hiper-respostas na mesma criança e respostas sensoriais anormais a estímulos
sociais (ROTTA et al., 2016).
Pesquisas apontam que duas áreas são bastante comprometidas quando se fala da
criança com Tea: a comunicação e a socialização. Na primeira, observa-se o atraso na fala
com vocalização estereotipada e repetitiva. Na segunda, a criança apresenta uma falta de
expressões faciais, imitação, déficit no contato visual etc. (CERVANTES et Al. 2016).
Castanha (2016) aponta que o diagnóstico precoce depende de muita atenção e
acompanhamento para que sejam feitas intervenções corretas capazes minimizar certos
comportamentos típicos da criança com TEA, caso contrário eles podem desencadear
dificuldades na sua conivência ou no seu desenvolvimento intelectual.
Estudos apontam que muitas crianças não são diagnosticadas antes do período escolar,
fazendo com que elas não sejam alcançadas por programas de intervenções e que os pais não
recebam orientações adequadas para lidar com o tratamento, o que resulta em um diagnóstico
tardio (DAVIDOVITCH, 2015).
Em decorrência desse diagnóstico tardio, houve muita cristalização dos sintomas e o
tratamento de autistas com mais de 6 anos torna a eficácia das intervenções mais difíceis, pois
o contato com a criança é mais raso e limitado, resumindo o tratamento apenas ao seu objetivo
terapêutico (CAMPANÁRIO; PINTO, 2006).
As consequências de um diagnóstico tardio não encerram quando os autistas passam
para a vida adulta. Howlin, Begger, Arciuli e Brock (2015) afirmam que na vida adulta as
pessoas com TEA apresentam grandes dificuldades nas relações com seus pares e empregos.
Além de terem dificuldade em ter independência na vida acadêmica e educacional,
necessitando de apoio durante essa etapa da vida.

INTERVENÇÃO PRECOCE

A tentativa de profissionais em busca de um diagnóstico precoce para o transtorno do


espectro autista tem sido crescente, sendo um transtorno que impacta diretamente no
desenvolvimento da criança. Dessa forma, autores como Rejane e Alves (2014) apontam que
o diagnóstico precoce pode ser considerado um fator de proteção diante desse transtorno,
considerando que possibilita maiores intervenções e resultados mais eficazes.
Decerto, vários países ao longo dos anos vêm buscando intervenções precoces para o
tratamento do transtorno do espectro autista (TEA), e no Brasil isso se consolida a partir do
Decreto-lei 281/2009, que redige a criação de um Serviço Nacional de Intervenção Precoce na
Infância (SNIPI). O referido Decreto-lei, considera que “quanto mais precocemente forem
acionadas as intervenções e as políticas que afetam o crescimento e o desenvolvimento das
capacidades humanas, mais capazes se tornam as pessoas de participar autonomamente na
vida social, e mais longe se pode ir à correção das limitações funcionais de origem” (p.7298).
Diante disso, para que intervenções precoces ocorram é necessário contar com a
participação de uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar que vise um serviço conjunto
dirigido à criança e à família, objetivando a redução máxima de fatores de risco contribuintes
para o desenvolvimento com maiores dificuldades dessa criança com TEA. Do mesmo modo,
procura-se fatores potencializadores que poderão contribuir diante de intervenções atempada,
sendo preferencialmente antes interferirem de maneira significativa na vida da criança e da
família (OLIVEIRA, 2010).
Por conseguinte, o tratamento deve ser planejado e estruturado de acordo com as
etapas de vida da criança com transtorno do espectro autista, sendo que o desenvolvimento
difere de uma criança para outra. Logo, Bosa (2006) define que: “Na primeira infância, a
prioridade deve ser terapia da fala, da interação social/linguagem, educação especial e suporte
familiar.”
Em virtude, Dawson e Osterling (1997) realizaram um estudo com oito programas de
intervenção precoce para crianças autistas entre três anos e meio e quatro anos de idade
totalizando a eficácia de inclusão de 50% das crianças em uma escola regular, sendo de
acordo com as mesmas autoras um resultado satisfatório.
Do mesmo modo, Bosa (2006), ressalta que as intervenções do tratamento da criança
com TEA está ligado diretamente com o conhecimento e experiência dos profissionais
referente ao autismo, além da abrangência da rede familiar. Sendo necessário ainda que esses
profissionais se mantenham atentos quanto ao quadro e alvo básico de qualquer tratamento,
pontuando assim quatro alvos principais: 1) estimular o desenvolvimento social e
comunicativo; 2) aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas; 3)
diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades
de experiências do cotidiano; e 4) ajudar as famílias a lidarem com o autismo.
Da mesma forma, Lampreira (2007), destaca a importância de programas de
intervenção que abordem as diferentes áreas, considerando que algumas crianças com TEA
apresentam falhas na habilidade de imitação, não verbalização e peculiaridades no processo
sensorial e alimentar que precisam ser levados em consideração ao se trabalhar programas de
intervenção com a criança com esse transtorno, tendo como ênfase ainda, o contexto natural
sociopragmático que inclui a participação da família durante esse processo.
Uma das ênfases de intervenção está focada no processo da comunicação não verbal
que é uma das dificuldades apresentadas pela criança com TEA. Por esse motivo, programas
de intervenção precoce têm foco geral na promoção da linguagem pré-verbal e verbal e da
comunicação funcional que envolva contexto social natural. Sendo essas intervenções
propostas a partir da construção da intencionalidade, da imitação, da atenção compartilhada e
das habilidades de iniciação (ROTTA, 2016).
Da mesma forma, Tuchman e Rapin (2009) ressaltam que intervenções na linguagem
têm também como objetivo incentivar pais e professores a incluir abordagens que visem o
desenvolvimento da comunidade e não apenas do ensinamento de palavras como a única
forma comunicativa. Diante disso, em 1992 Klinger e Dawson estabelecem um programa de
“facilitação do desenvolvimento social e comunicativo inicial” que propõe desenvolver na
criança autista passos percussores da comunicação não verbal. Nessa proposta busca-se
enquadrar e aumentar a atenção da criança em relação aos outros por meio da imitação,
visando ainda promover o contato ocular e estabelecer interações contingentes — com o
adulto tendo um papel ativo e fundamental durante esse processo.
Ademais, existem diversos meios de intervenção precoce que envolvem linhas de
diferentes abordagens, destacando-se atualmente intervenções comportamentais e naturalistas
que apresentam como foco a intensidade e a precocidade da intervenção, variando de acordo
com a abordagem, mas tendo em comum o enfoque de melhorar a socialização e a
comunicação da criança, e diminuir comportamentos repetitivos e estereotipados
(MOTTRON, 2017; KASARI et al., 2015; KITZEROW et al., 2019).
Segundo D’Elia (2014), a intervenção precoce pode ser aplicada através do uso do
TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações), ferramenta que
auxilia e proporciona para o ambiente familiar e escolar o desenvolvimento de habilidades das
crianças em diferentes contextos. Sendo, na prática clínica, optado por intervenções que
consistem em uma abordagem educativa que promova estimulação das habilidades das
crianças com transtorno do espectro autista evitando risco que acarretem efeitos colaterais
(ROGERS et al., 2014).
Da mesma forma, pesquisadores tem buscado novas estratégias que proporcione aos
envolvidos nesse processo maior praticidade durante as intervenções. Além disso, as
intervenções tecnológicas oferecem um sistema facilitador para aplicação de intervenções
precoces que permitam maior aumento de hora de treinamento da criança e orientação e
treinamento aos pais (WHITEHOUSE et al., 2017; MOORE et al., 2015).

3 METODOLOGIA
Utilizou-se o método de revisão bibliográfica narrativa a partir de análise de literatura
e coletas de artigos das bases de dados: Eletronic Library Online-Scielo, biblioteca virtual
brasileira, sites oficiais e livros relevantes para o desenvolvimento da temática. Usou-se dos
descritores “Autismo” AND “diagnóstico tardio”, sendo estabelecidos filtros como: artigos
apenas na língua inglesa e portuguesa. A seleção dos livros se deu perante a análise dos
conteúdos abordados nos capítulos e a relevância para a construção.
Além disso, foram excluídos artigos duplicados, artigos impossibilitados de tradução,
matérias incompletas e artigos que não contemplavam os objetivos deste trabalho. Após a
coleta e seleção dos achados, se realizou leitura minuciosa e se separou em pastas artigos e
livros a serem usados na construção de cada sessão do presente trabalho.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante do objetivo geral de identificar os fatores que levam a um diagnóstico tardio da


criança com transtorno do Espectro Autista, utilizou-se base eletrônica e de outras literaturas
físicas referências para a produção deste artigo. A partir dos descritores pré-definidos, filtros e
leitura aprofundada dos achados, selecionou-se aqueles materiais que pudessem abranger a
temática aqui abordada.
Dentre os resultados referentes a esta pesquisa, está presente com maior ênfase a
dificuldade de um diagnóstico preciso. Autores como Rotta, Bridi, Filho, apontam que por se
tratar de um transtorno com causalidade ainda desconhecida, torna-se difícil o diagnóstico
precoce, considerando que seu diagnóstico se dá em sua maior parte por quadro clínico,
dependendo não apenas de profissionais especializados, mas de uma rede familiar que esteja
atenta aos sinais e sintomas apresentados por essa criança ainda na fase de desenvolvimento.
Embora sejam feitas publicações referentes a esse transtorno desde 1940, houve
diversas modificações nos sinais e sintomas, sendo algumas dessas características distintas de
uma criança para outra. Dessa forma, autores como Santos, Rotta, TuchiMan e Rapin (2018;
2016; 2019), discorrem em suas obras sinais precoces apresentados pela criança com TEA,
que inclui dificuldade na socialização, movimentos estereotipados, hiporreatividade sensorial,
problema na imitação, seletividade alimentar e dificuldade na fala.
Diante desses quadros clínicos apresentados, se faz necessário um olhar atento dos
pais e a busca por profissionais especializados no tratamento da criança com autismo. Quando
não existem intervenções precoces que visem a minimização desses sintomas, tende-se ao
avanço no nível de gravidade, podendo uma criança nos primeiros anos de vida que está no
nível 1 (necessidade de pouco apoio), progredir para o nível 2 (necessidade moderada de
apoio) ou até mesmo para o nível 3 (muita necessidade de apoio substancial) se não houver
intervenções que trabalhem as características particulares dela.
Sobretudo, o levantamento feito demonstra algumas causas especificas em relação ao
diagnostico tardio. São elas: a falta de informação a respeito do assunto, a dificuldade do
diagnostico no TEA e a diferença das classes sociais como protagonista dos casos com maior
índice de consequências desse diagnóstico.
Historicamente, quando alguma doença, transtorno ou patologia é identificada —
dependendo da gravidade ou do impacto causado na vida das pessoas — existe uma repulsa
em saber do diagnóstico e um afastamento das pessoas que possuem esse diagnóstico, dentre
outras características; podendo gerar certos comportamentos em uma sociedade. Esses
comportamentos atravessam gerações e dificultam o estudo desse fenômeno, pois quanto
maior for o número da procura, maiores serão as pesquisas e informações a respeito dele.
Apesar de ser um tema que vem se destacando atualmente e com bastante abrangência,
a população em geral ainda está distante dos conhecimentos necessários para identificar certos
comportamentos e associar ao autismo, principalmente quando as crianças ainda não estão
inseridas no contexto escolar. Muitos materiais são publicados a respeito dos sinais que elas
apresentam, porém apenas grupos específicos têm acesso a esse tipo de informação, o que
acarreta um impacto significativo na forma que as pessoas enxergam e compartilham
conhecimentos sobre o assunto.
No contexto familiar, ao longo das pesquisas, constatou-se a relação da criança autista
com seus pais e a eventual busca por um diagnóstico. Como consequência do diagnóstico
tardio obteve-se resultados como: o direcionamento da família diante do transtorno; fatores
que atribuem o autismo como um evento estressor; a sobrecarga devido à responsabilidade
pelo bem-estar e prestação de cuidados ao autista; alterações na rotina, no aspecto
psicoemocional, na dinâmica familiar; a participação dos pais como co-terapeutas; os estágios
no processo de negação do transtorno e a adaptação da família diante do diagnóstico.
Em virtude nota-se atualmente uma resistência dos cuidadores na busca do diagnóstico
do TEA, pois o preconceito que circunda a família está mais próximo, gerando um atraso na
procura. A criança e os cuidadores sentem um impacto na rotina, na forma de ver e viver o
mundo e outras interfaces, como todos os procedimentos que a criança e a família têm de se
submeter.
Como se trata de um estudo com bastante ascendência e abrangência, os critérios para
o diagnostico vão se modificando de acordo com os manuais de lançamento, e os especialistas
na área precisam estar bastante aprofundados e atualizados no assunto para que não haja um
diagnóstico errado, equivocado ou confundi-lo com outros transtornos.
Apesar do médico proferir o diagnóstico do TEA, muitos profissionais são envolvidos
no tratamento do diagnosticado. Cada área tem sua especialidade e cada especialidade
trabalha de forma diferente para que o tratamento seja o melhor e que as sequelas sejam
mínimas.
Dentre os autores referenciados no decorrer do texto, observou-se que a dificuldade no
diagnóstico não está relacionada apenas ao profissional que dá o diagnóstico, mas na
semelhança de alguns transtornos que são confundidos, sejam por sintomas, sejam por
comportamentos ou até mesmo os critérios que muitas vezes são parecidos.
Esse fator também é responsável pela baixa procura dos que precisam, decorrentes do
medo da família em receber um diagnóstico de transtorno de um dos filhos e ter que lidar com
o novo, incluindo em alguns casos o uso de medicamentos para certos sintomas, frequências
em especialistas para o processo de prognóstico, incluindo ainda adaptações na rotina
familiar.
Como resultado da estrutura social do País em diversos setores e áreas da sociedade,
as consequências do transtorno na vida das crianças são bastante identificadas nas famílias
menos abastardas financeiramente. Isso reflete em diversos âmbitos: na saúde, na educação e
na vida social. Muitos deles não dão continuidade à escola, pois a maioria das instituições não
possuem recursos de ensino igualitário e de equidade, resultando numa porcentagem de baixa
adesão no processo educacional básico, fundamental, médio e superior.
Diante disso, o diagnóstico tardio pode comprometer o desenvolvimento não apenas
da infância, como também postergar para vida adulta sintomas mais agravados desse
transtorno, tendo o indivíduo a necessidade de acompanhamento constante e com
intervenções menos eficazes.
Muitos testes psicológicos são desenvolvidos internacionalmente e utilizados como
ferramenta importante para subsidiar o diagnóstico do TEA. Todos esses testes precisam
passar por validações para que sejam adaptados e utilizado no Brasil, mediante a realidade do
País. Essas validações precisam passar por diversas etapas para que o teste possa ser utilizado.
O CFP, em especial o SATEPSI faz o controle de todos os testes que os psicólogos
podem utilizar, observando estarem favoráveis ou desfavoráveis. O profissional precisa estar
atento a todos esses critérios para saber se pode utilizar o teste ou não, bem como observar se
o resultado do teste pode responder o questionamento proposto no final da aplicação para o
que se espera.
Muitos testes não podem ser utilizados no Brasil, pois dependendo do teste é preciso
fazer uma pesquisa extremamente extensa, levando em consideração uma serie de critérios
para que o teste possa ser validado ou favorável.
Cada País tem uma realidade e, por mais que o conceito do autismo possa abarcar um
conhecimento plural com significados parecidos em diversos países, é preciso levar em
consideração toda a estrutura econômica, psicológica, biológica, social e cultural de um País.
Por isso o estudo precisa ser bem detalhado e adaptado a realidade brasileira para que o
resultado seja proveniente da realidade vivida e não de um contexto no qual o indivíduo não
está inserido.
Muitos testes não são validados no Brasil por diversas questões — em especial a
tamanha disponibilidade de tempo, viagem e falta de investimento para pesquisas —,
inclusive testes que são utilizados para fazer sondagem e detectar características ou
comportamentos iniciais do Transtorno do Espectro Autista.
Segundo a resolução do CFP N° 009/2018 o SATEPSI estabelece várias diretrizes para
que o psicólogo possa utilizar instrumentos no momento da avaliação psicológica, bem como
o direciona a respeito dos requisitos mínimos para que esses instrumentos possam ser
reconhecidos como testes psicológicos e possam ser utilizados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das pesquisas e estudos realizados durante a construção deste trabalho, foi
possível notar que o transtorno do espectro autista (TEA), que afeta diretamente o
neurodesenvolvimento da criança, ainda está caminhando quando se trata de formas eficazes
de realizar o diagnóstico precoce, sendo ainda um tema que apenas ganhou visibilidade social
e de pesquisa nos últimos anos, considerando o aumento de casos diagnosticado de crianças
no Brasil e em outros países.
Em contra partida, existem diversas dificuldades em torno do transtorno do espectro
autista, sendo que uma delas está presente na própria etiologia da doença. Pesquisas alegam
uma relação com fatores genéticos e o próprio contexto do ambiente a qual a criança está
inserida. Dessa forma, o processo de diagnóstico ainda é complexo, pautando que o TEA
possui características semelhantes a outros transtornos.
Nessa perspectiva, e diante da análise dos achados, percebe-se a complexidade em
torno do processo de diagnóstico, que inclui a rede familiar, o contexto de preparo, a
aceitação do diagnóstico, o processo do prognostico, profissionais especializados e
qualificados que abranjam as particularidades de cada criança com TEA, o acesso a
tratamentos por meio de redes públicas e campanhas que viabilizem fornecer informações a
sociedade acerca do processo de identificação dos primeiros sinais do autismo.
Dessa forma, o diagnóstico tardio é um fator consequente e preocupante, tendo em
vista que a criança com o transtorno do espectro autista apresenta dificuldade no
desenvolvimento de diversas funcionalidades neurológicas, tanto entre as mais simples quanto
entre as mais complexas. Quando não há intervenções que viabilizem a amenização desses
sintomas, a tendência é o agravamento, o que reverbera durante toda a vida do indivíduo que
possui TEA.
Por certo, é necessário um olhar atento para o transtorno do espectro autista,
ponderando que é através de intervenções precoces que se tem um resultado mais satisfatório
no desenvolvimento da criança. Nesse sentido, cabe às pesquisas futuras abranger de forma
concisa meios de comunicação que forneçam à sociedade maior embasamentos a respeito do
TEA, além de buscar por meio de intervenção que considerem a particularidade de cada
criança.
Apesar da complexidade do processo de diagnóstico e prognóstico, a criança com
autismo é capaz de desenvolver diversas habilidades, tendo algumas delas grande
desenvolvimento intelectual em áreas especificas. Cabe ressaltar ainda que o individuo com
TEA pode viver normalmente, dependendo do seu nível de gravidade e como foi o processo
de intervenção e aceitação no processo de prognóstico.
Por fim, espera-se após essa pesquisa que o transtorno do espectro autista continue
tendo esse enfoque em termos de divulgação e que sejam desenvolvidos meios de intervenção
precoce, sendo necessário que as avaliações, testes e meios de tratamento sejam traduzidos e
adaptados de acordo com o contexto de cada país, respeitando suas particularidades no que
tange principalmente ao fator socioeconômico e à acessibilidade de determinadas classes a
medidas de tratamento.

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