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IMPERMEABILIZACAO MI EDIFICACOES PRE-MOLDADAS EM CONCRETO JOAO CASSIM JORDY (1) (1) Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Rua Sao Bento n° 1, 16° andar, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, e-mails: jordy@inpi gov br e jejordy@gmail.com RESUMO Em muitas situacdes, a utilizagio das edificagdes pré-moldadas em concreto & determinante para a vinbilizagdo de um empreendimento de construgio. Tal como ocorreu nos Centros Integrados de Educagio Publica (CTEPs) e na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) no estado do Rio de Janeiro, nas décadas de 80 e 90. Entretanto, para o sucesso dos empreendimentos foi necessario o detalhamento preciso em projetos, ‘nfo somente com relacto as estrumuras pré-moldadas, incluindo fabricacao. transporte e montagem. ‘mas, sobretudo, com relacdo a outros projetos como instalacdes (elétrica, telefonia, logica, para-raios hidréulica, esgoto, aguas pluviais, drenagem etc.) e, particularmente, um minucioso projeto de impermeabilizacao. O projeto de impermeabilizacto das estrunuras pré-moldadas dos CIEPs e UENF foi elaborado com critério, incluindo especificagdes claras, desenhos e detalhes precisos, planilhas com quantidades das reas impermeabilizadas, sendo contemplada uma diversidade de materiais e sistemas de impermeabilizacdo disponiveis no estado da técnica a época. Ao mesino tempo, 0 projeto de impermeabilizac2o apresentou parimettos e critérios para verificag2o da conformidade de materiais impermeabilizantes, suas aplicagdes, assim como para o credenciamento e fiscalizacio das empresas de impermeabilizacao. Assim, este trabalho apresenta os bem-sucedidos projeto e aplicacdo das impermeabilizagdes nas edificagdes pré-moldadas em concreto dos CIEPs e UENF Palayras-chave Impermeabilizacao; estrutura; pré-moldada: pré-fabricada: concreto LINTRODUGAO As edificacdes dos CIEPs (Centros Integrados de Educagio Piiblica) foram projetadas por Oscar Niemeyer para abrigar escolas piblicas de ensino primirio e secundério. O programa de construgdo das escolas aconteceu no Estado do Rio de Janeiro em duas fases distintas, a primeira fase entre 1984 © 1988, © a segunda fase de 1992 a 1995, inclusive. A abordagem deste trabalho enfoca, principalmente, as edificacdes construidas na segunda fase do programa dos CIEPs. Sendo que, em adicional, as edificacdes da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro) em ‘Campos dos Goytacazes, RJ, foram constnuidas entre 1993 @ 1995 segundo o mesmo sistema construtivo dos CIEPs e. portanto, seguindo o mesmo projeto de impermeabilizacao apesar de ligeiramente particularizado. © projeto de engenharia dos ditos empreendimentos CIEPs e UENF contemplou as obras em estruturas pré-moldadas em concreto, englobando a fabricaglo dos elementos pré-moldados em centrais préprias, transporte ¢ montagem, além de outros projetos igualmente importantes como instalacdes, impermeabilizacdes e demais projetos especificos, incluindo especificacdes, memoriais descritivos, plantas e detalhes elaborados de acordo com as caracteristicas de terreno, perfil geotécnico serventia de redes de abastecimento. Basicamente, os CIEPs referentes is dus fases sto constituidos por um prédio principal de dois pavimentos sobre pilotis, por dois outros prédios em andar térreo, ‘gemiinados, localizados nos exiremos longitudinais do principal, onde sto localizados o centro médico- odontoligico e 0 refeitério, respectivamente. O conjunto inclui, ainda, o prédio biblioteca e 0 gindsio constituido por quadra coberta, arquibancada e vestidrio. Para abastecimento d’égua do complexo edificado existem reservatérios inferiores e superiores. Referido aos CIEPs da segunda fase, como variagio do projeto bisico, tem-se: CIEP tipo I, com cobertura do prédio principal em telhado e calhas, biblioteca em planta octogonal, com pavimento térteo e superior, e cobertura plana impermeabilizada; CIEP tipo II, com cobertura do prédio principal em telhado, biblioteca retangular, em andar térreo e cobertura em telhado; CIEP tipo compacto, com cobertura impermeabilizada, sem telhado e gindsio situado na cobertura do prédio principal; e 0 CIEP tipo supercompacto com cobertura impermeabilizada, sem telhado e, que, além de possuir ginisio na cobertura do prédio principal, no possui biblioteca em prédio anexo e, sim, situada na cobertura do prédio principal. Os CIEPs da primeira fase, de forma geral, possuem castelos d’agua em estrutura independente como reservatorios superiores, ndo possuem tellados, sendo a cobertura uma area de lazer impermeabilizada e isolada termicamente. Os CIEPs e a UENF slo edificagdes montadas a partir de elementos pré-moldados em conereto armado, todavia, ineluem também elementos em concreto protendido. Com referéncia ao projeto de impermeabilizagao dessas edificagdes, criado e desenvolvido conforme PROMON (1992). ele foi elaborado de forma ampla e tecnicamente diverso, tendo incluido principais sistemas de impermeabilizacdo entio vigentes e conhecidos na arte da engenharia de impermeabilizacdes, conforme resumo apresentado na Tabela 1. Ao mesmo tempo, no projeto referido & segunda fase de construgto das referidas edificagdes (1992 a 1995) levarami-se em consideracto as fallas ¢ anomalias ocomridas nos sistemas adotados na primeira fase do programa dos CIEPs (1984 a 1988), evitando-se assim a repetico ou recorréncia dos ertos, falhas, mau desempenho, referidos a ‘materia, sistemas e procedimentos executivos de impermeabilizacfo entre outros. ‘Tabela 1 - Resumo das impermeabilizacdes nos CLEPs e UENF (PROMON, 1992) MATERIAL IMPERMEABILIZANTE ‘Manta asfaltica estriturada ov Terraco do prédio principal padrio A | terraco do prédio compacio exceto vestidrios ¢ | manta elastomérica (BUTIL, EPDM) ou biblioteca ‘manta plastomériea (PVC) Asea extema e cobertura dos vestidrios, biblioteca e passarelas do prédio compacto Mania asfiltica estruturada ou ‘manta elastomériea (BUTIL, EPDM) ou ‘manta plastomériea (PVC) Cobertura da biblioteca CIEP tipo T ‘Mania asfiltica estruturada ou ‘manta elastomériea (BUTIL, EPDM) ou sania plastomériea (PVC) ou soluglo asfiltica elastomérica e/duas telas Cobertura do centro médico, cozinha e vestirio ‘Manta asfaltica estraturada ou ‘manta elastomériea (BUTIL, EPDM) ou mania plastomériea (PVC) ou soluglo asfiltica elastomérica e/duas telas Cobertura da quadra (ginasio) Faizas de manta elastomérica (BUTIL, EPDM) Taterior dos reservatorios @ agua, enterrados ‘ou elevados Tratamiento do conereto por etistalizagao © cimento + resina pléstica com tela Piso dos sanitarios, cozinka, areas de servigo ® vestirios em andares elevados Solugio asfiltica elastomeérica c/uma tela Paredes sobre cintas Solugao asfiltica simples Calla do ginasio, sobre vestiatios Solugao asfiltica elastomérica c/uma tela Calla do gindsio Solucio asfiltica elastomérica stela ‘Cobertura dos reservatorios elevados Solucao asfiltica elastomérica c/uma tela eltoris das janelas do 1° e 2° pavimentos Solucao asfiltica elastomérica c/uma tela Cobertura em lanter jim ¢ platibandas da biblioteca retangulas, CIEP tipo I Tratamento de concreto com argamassa polimérica c/uma tela + resina acrilica pura A Foto | mostra vista da edificagao pré-moldada em concreto do CIEP do tipo padrio apés a execucao dos servicos de impermeabilizagao em Travessao, Campos dos Goytacazes, RI, 1992. Foto 1 Vista geral de CIEP ap6s término dos servicos de impermeabilizaco, 1992. A Foto 2 mostra a impermeabilizagao com manta asfiltica estruturada da laje superior (semicoberta) do CIEP do tipo compacto em Laje do Muriaé, RJ, 1993. Foto 2—Impermeabilizacao em laje de cobertura do CIEP tipo compacto, em Laje do Muriaé, RJ, 1993. Cabe frisar, entretanto, que mesmo na 2° fase do programa de construgto dos CIEPs puderam ser apontadas determinadas falhas de concepeao do projeto de impermeabilizacio como, por exemplo: contemplagio de coberturas em telhados substituindo as coberturas em lajes planas impermeabilizadas da primeira fase: tipos de argamassas higroscépicas adotadas para assentamento de pisos € revestimentos de paredes: rufos metélicos para tratamento de juntas estruturais entre edificardes geminadas como mostra a Foto 3, no CIEP de Natividade, RJ, 1993, além de outros equivocos em Termos de protecdo das edificacdes contra as infiltragdes de Agua, Foto —Falha de concepcao do projeto de impermeabilizacao; rufo ¢ junta entre prédios em tentativa de Impermeabilizacio com uso de chapa metilica, no CLEP em Natividade, RJ, 1993. E relevante mencionar que a construgto das escolas piblicas pelo interior e éreas metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro contribuiu de forma marcante no s6 para o desenvolvimento sociocultural e econémico das regides do RJ. mas, também, disseminou técnicas construtivas atualizadas, incluindo técnicas de impermeabilizagao, capacitando a mao de obra local segundo diferentes culturas técnicas de edificar. A Foto 4 mostra a impermeabilizacdo de juntas estruurais entre prédios geminados no CIEP de Sio Joio da Barra, RJ. 1993, com utilizagao de mantas asfilticas aluminizadas em detalhe tipico, em substituicao as chapas metdlicas preconizadas no projeto de impermeabilizacao original. Foto 4—Impermeabilizagao de rufo ¢ junta entre prédios com manta asféltica autoprotegida, em detathe tipico, no CIEP de Sto Joxo da Barra, RJ, 1993. 2 IMPERMEABILIZACAO NAS EDIFICACOES PRE-MOLDADAS, CIEPs E UENF Neste tUpico stio apresentados alguns dos principais tipos de impermeabilizagto comelacionados a locais e materiais impermeabilizantes, incluindo seus respectivos detalhes, preconizados no projeto de impermeabilizagao das edifica¢des pré-moldadas em concreto dos CIEPS ¢ UENF. 2.1 Impermeabilizacao tipo A - calhas e lajes de cobertura As impemmeabilizagdes tipo A referem-se as callias ¢ lajes de cobertura dos prédios principais dos CIEPS e UENF, para as quais foram especificadas utilizagdes de mantas pré-fabricadas dos tipos asfilticas ou elastoméricas (BUTIL ou EPDM) ou plastoméricas (PVC), incluindo regularizagdes, proteedo mecénica priméria e plaqueamento (espessura total 4 em). No caso dos prédios prineipais que posstiem 0 maior quinh4o de suas coberturas em telhamento de fibrocimento, formando camada de ar renovavel entre as lajes de cobertura e as tellias, nfo foi aplicada proteco térmica em concreto celular nnas areas referentes as calhas e Areas de lajes abaixo aos reservatbrios d’agua adjacentes. Efetivamente, a manta instalada preferencialmente foi aquela constituida por asfalto polimérico. esiruturada com véu no tecido de poliéster, espessura de 3,5 mm, contendo camadas betgo amortecimento incosporados em filme de polietileno de alta densidade, com proteeao mecénica priméria e final (plaqueamento) em argamassa cimenticia contendo juntas de trabalho preenchidas com selante asfiltico. Na Figura 1 indica-se 0 detalhe da impermeabilizac3o tipos A e B para 0 caso de utilizagdo das mantas asfélticas estruturadas (PROMON, 1992 apd JORDY, 2002), DETALHE Da IMPERMEABILIZAGAO DO TIPO A e B (CASO DE MANTAS ASFALTICAS) FEGALARZACRo C7 AAGsASSA, Figura 1 — Detathe da impermeabilizacio tipos A ¢ B exemplificando 0 caso de utlizagio das mantas astalticas estruturadas (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). A Foto 5 mostra a aplicacio da impermeabilizagao tipo A na cobertura do prédio E2 da UENF, 1993. Foto 5 — Impermeabilizacio tipo A sobre a cobertura de prédio principal E2 ua UENF, 1993. 2.2 Impermeabilizacao tipo B - cobertura dos vestiarios As impermeabilizagSes tipo B foram aplicadas nas coberturas dos vestiérios dos gindsios, contemplando os mesmos procedimentos para a impermeabilizacdo tipo A (cobertura prédios principais). Todavia, com aplicagao de tratamento térmico em concreto celular em camadas sobre as lajes, seguido de regularizacdo antipungao em argamassa esp. 2 cm, mantendo-se a esp. total da protecdo mecénica priméria ¢ plaqueado igual a 4 cm. Os bordos livres das lajes receberam manta com protecdo termorrefletiva aluminizada, e ancoragens dos rodapés sobre vigas em concreto elaboradas com barreiras de perimetro em argamassa colante estriada e argamassa de protecio. Também, foram utilizadas mantas asfalticas com espessura de 3,5 mm. No caso dos CIEPs tipo compacto as ‘impermeabilizacdes tipo B referem-se além das coberturas de vestidtios. as coberturas da biblioteca passarelas, seguindo 0 mesmo padrio e tendo protecao térmica em espuma de cimento, Na Foto 6 visualiza-se a cobertura do vestidrio de gindsio da UENF, em Campos dos Goytacazes, RJ, 1993, ja impermeabilizada (tipo B) e respectiva protec3o mecénica priméria com juntas em selante asfaltico. Foto 6 — Impermeabilizacao tipo B com tratamento térmico em espuma de cimento e protesao mecinica primaria em argamassa, antes da aplicagio do plaqueamento em argamassa c/juntas, na UENF, 1993. 2.3 Impermeabilizagio tipo D - coberturas das subestacdes Nas lajes de cobertura das subestagdes foi preconizada a impermeabilizacio tipo D, a qual segue os mesmos procedimentos da impermeabilizacao tipo A, franqueando-se a possibilidade da utilizagao das solugdes asfalticas elastomeéricas estruturadas com duas telas de poliéster (1 mm x 1 mm), espessura 2,0 mm, formando membrana impermeabilizante moldada “in loco”. Todavia, mais uma vez foram uiilizadas como impermeabilizagdes as mantas asfalticas pré-fabricadas estruturadas, espessura de 3,5 mm, com isolamento térmico em espuma de cimento e protecao mecénica primaria e plaqueado em argamassas cimenticias, na espessura total de 4 cm. Como tratamento impermeabilizante da junta entre os prédios principais e lajes de subestagdes utilizou-se a mesma manta asfilltica com procedimentos de junta © autoprotecdo tipicos. Outrossim, menciona-se a impermeabilizaeo tipo C comio sendo aquela aplicada sobre as lajes de cobertura das bibliotecas dos CIEPs sendo, também, similar ao tipo D, todavia, contendo espessura de protecdo mecéinica total de 2,5 cm. Na Foto 7 é visualizada a impermeabilizagio tipo D ja aplicada sobre laje de cobertura da subestacdo do prédio Pl da UENF, durante easaio hidréulico sobre a manta impermeabilizante, 1993 Foto 7—Impermeabilizagio tipo D na laje sobre subestacio durante ensato hidriulico, na UENF, 1993. 2.4 Impermeabilizagao tipo E - coberturas dos ginasios 0 tipo E de impermeabilizacto & constituido por faixas (tiras) de mantas elastoméricas do tipo BUTIL (borracha sintética de isobutileno-isopreno) tendo sido, também, aceitas a “posteriori” pala fiscalizagio as mantas de EPDM (borracha sintética de etileno-propileno-dieno-monémero), ambas com 35 cm de largura, espessura 0,8 mm. contendo filme de pintura termorrefletiva sobreposta. O sistema foi aplicado nas juntas entre as vigas-telhas “gaivotas” formadoras das coberturas dos ginisios dos CIEPs e UENF, e do galpao/oficina no caso especifico da UENF. Como ctitica ao tipo E de impermeabilizagdo menciona-se @ sua aplicago apenas nas juntas entre as vigas-tellas “gaivotas” cousiderando erradamente que elas, por serem construidas em concreto protendido, nfo estivessem sujeitas as infiltragdes d”égua. Entretanto, é possivel constatar visualmente miicrofissuras nas mesnias devido a retragao, porosidade do concreto e agdes agressivas da agua, CO: e outros agentes atmosféricos, sendo necessirio o seu encapamento além das faixas de borracha sintética sobre as juntas, apesar de nao contemplado no projeto de impermeabilizagao elaborado pela PROMON (1992). ‘Um fato importante a ser relatado refere-se & necessidade de regularizago das superticies das pecas pré-moldadas das vigas-telhas “gaivotas” antes da aplicagao das faixas impermeabilizantes, e sua impregnacao com solugdo elastomérica de borracha n0s limites das faixas de manta elastomériea pré fabricada, como garantia da aderéncia e ancoragem ao concreto. A Foto 8 mostra faixas de manta de BUTIL como impermeabilizacio tipo E das juntas entre vigas- tellas “gaivotas” no CIEP de Tocos, Campos dos Goytacazes, RI, 1994 Foto 8 — Impermeabilizacao tipo E das juntas das vigas-telhas “gaivotas” no CIEP de Tocos, Campos dos Goytacazes, RJ, 1994. (O respectivo detalhe é indicado na Figura 2 (PROMON, 1992 apud JORDY. 2002). DETALHE DA IMPERMEABILIZAGEO DO TIPO - € 11> COLAGEM NES EXTREMORUES COM ADESVO AUTO VALOANZANTE Fim oe canesto, 2 = FWA COM 35 cm OE MANTA BUY, PROTESAD € ADABAMEN- To TERWO-REFLETNA, COM PRTURA ALLRMUDA Figura 2 —Detathe da impermeabilizacao tipo E entre pecas pré-moldadas de vigas-telhas “gaivotas”, localizadas na eobertura dos ginislos (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). 2.5 Impermeabilizacao tipo F - reservatorios e cisternas d’agua As impermenbilizaydes tipo F foram aplicadas nas superficies internas dos reservatérios e cisternas d’igua dos CIEPs e UENF como mostra a Foto 9 em cisterna d’4gua do prédio P2 da UENF, 1994. ee Foto 9 —Tratamento do concreto com sistema de cristalizacao ua cisterna d°igua do P2 da UENF, 1994. A impermeabilizecdo tipo F contemplou a limpeza, clumbamento de tubulagdes, preparacdes de superticies, aplicagao de cimentos com aditivos cristalizantes e adesivos poliméricos como primeizo ‘tatamento. Em seguida, aplicacao de sistema da impermeabilizacao propriamente dito com membrana formada por cimento Portland e resinas plastoméricas, estruturada com tela de poliéster, espessura da ‘membrana 2 mm, como mostra o detalhe da Figura 3 (PROMON, 1992 apd JORDY, 2002), OETALFE DA MPERVEABLZ2A¢I0 00 TO — F Figura 3 — Detalhe da impermeabilizacio tipo F aplicada nas superficies internas dos reservatdrios & cisternas d’gua dos CIEPs e UENF (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). 2.6 Impermeabilizagao tipo G - pisos dos sanitarios/banheiros sistema aplicado sobre as lajes de pisos dos sanitarios/banheiros e areas de servigo em pavimentos elevados, constituindo-se em impermeabilizagdes com membranas formadas por solugdes asfilticas elastoméricas estruturadas com uma tela de poliéster (1 mm x 1 mm) aderidas, espessura de 1.5 mm, camada separadora em papel “Kraft”, protecao primria em argamassa com 1,3 em de espessura e acabamento em piso cimenticio com agregados de alta resisténcia, com espessura de 3 cm, contendo juntas plasticas. Entretanto, ap6s autorizagao da fiscalizagdo da obra, em substituigao as solugdes asfalticas elastoméricas moldadas “in loco”, foram aplicadas mantas de asfalto polimérico estruturadas com véu no tecido de poliéster, espessura de 1.5 mm, aplicadas totalmente aderidas ao substrato, ‘otec20 mlecénica primria em argamassa, espessura de 2 cm, contendo juntas perimetrais de traballio ‘eerichidas com selante elstico, antes da aplicagto da prote¢%o mecinica final em piso cimenticio de alta resistEncia, Na Figura 4 vé-se o detalhe da impermeabilizacdo tipo G dos sanitérios/banheiros com utilizacdo de solucao asfaltica elastomérica estruturada (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). DETALHE DA IMPERMEABILIZACAO DO TIPO G 11 REGULARZACHO C/ARGANASSA DE CANENTO MNNMO DE 2%. 2 NPERMEABLIZACKD C/ PRIMER MPRMACHO).NAIS. SOLUCKO ASALTICA ELASTOMERICA C/ UMA TELA DE POUESTER,MNS TESTE OF ESTANGUED DDADE,MAIS CAMADA AMORTECEDORA/ SEFARADORA C/ PAPEL KRAFT. 3 ABOS TESTE,PROTEGHO MECANGA PRIMARIA C/ ARGAMASSA, 41> PSO FINAL EM KOROOUR (ALIA RESSTENCIA) C/ JUNTAS PLASTICAS. |v Gtr fa 4—Detalhe de impermeabilizacao tipo G wtilizando solucao asfiltica elastomeri (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). 2.7 Impermeabilizagao tipo J - vigas-calhas nas coberturas dos ginasios A impermeabilizacao tipo J foi aplicada sobre as superficies intemas das vigas-calhas nas coberturas dos gindsios dos CIEPs e UENF. Nesse caso, foi preconizada membrana de solugao asfaltica elastomérica moldada “in loco%, sent tela, esp. 1,5 mm, acabamento em pintura asfiltica-aluminizada. A Figura 5 indica o detallie da impermeabilizagao tipo J ref. as vigas-calhas do gindsio (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). Figura $—Detathe da impermeabilizacao tipo J em membranas de solugao asfiltien elastomérica aplicadas nas vigas-ealhas dos giniisios dos CIEPs e UENF (PROMON, 1992 apud JORDY, 2002). A Foto 10 mostra a membrana formada por solugdo asfiltica elastomérica sem tela aplicada sobre ‘viga-calha conforme impermeabilizaco tipo J, no CIEP de Cardoso Moreira, RJ, 1993. Foto 10—Impermeabilizagio tipo J da viga-calla com solugio asfiltica elastomériea, 1993. 3 AVALIACAO POS-OCUPACAO DAS IMPERMEABILIZACOES APLICADAS 3.1 Avalingfio das impermeabilizagdes na UENF, em 2002 Considerando a avaliagto pés-ocupacao realizada conforme JORDY (2002) nas edificacdes da UENF construida no mesmo sistema construtivo de pré-moldados em concreio dos CIEPs verificou-se pleno desempenho dos sistemas de impermeabilizagto aplicados. Ou seja, houve auséncia de infiltragdes nas edificagdes da UENF ap6s & (oito) anos de aplicagao dos sistemas de impermeabilizagao, estando as anomalias levantadas relacionadas restritamente a falhas localizadas ou danos causados por terceiros em determinadas protegdes mecanicas e/ou refletivas aplicadas sobre materiais de impermeabilizagdo. Entretanto, em 2002 houve prescrigio & Administragao da UENF para a reabilitagdo por manutengo cometiva e preventiva dos seguintes sistemas construtives relativos aos sistemas ‘de impermeabilizacdo: reimpermeabilizagio dos reservatérios d’igua (elevados ¢ cistermas), reimpermeabilizaglo das juntas nos prédios E1/E2 e prismas de escadas, reparos na impermeabilizagao do prédio anexo 3, reparos nos tellamentos dos prédios principais, reimpermeabilizag8o vertical - concreto apatente, reimpermeabilizacdo vertical — alvenatias, reimpermeabilizagao vertical - esquadtias metélicas. reabilitagdes e tratamentos localizados das anomalias/agressOes as impermeabilizagdes (nos prédios anexos 1, 2 € 3: nos selantes entre pré- ‘moldados, nas pinturas termorrefletivas, nas protecOes mecanicas e rejuntamentos, nas emendas ancoragens das impermeabilizagdes), além da remogdo de detritos depositados sobre os sistemas de impermeabilizago e reposicionamento de equipamentos instalados sobre as impermteabilizagdes, Ao mesmo tempo, em 2002, foi sugerido 4 Administracio da UENF complementacdes ao projeto de impermeabilizacao original, para melhor protec’o do conjunto edificado, como a impermeabilizacdo das placas de fechamento ¢ vigas de torcéo localizados nas coberturas dos prédios principais ¢ a impermeabilizago completa das coberturas em vigas-gaivota do prédio galpdo-oficina e dos ginisios, este tiltimo conforme detalhe apresentado na Figura 6, a seguir JORDY 2002). PROTEGAO TERMO-REFLETVA EM TINTA BRANCA BAGE'DE POLIURETANO (SIGTEMA AUTOPROTEGIDO) CCOMPLENENTO DE IMPERMEABILIZACLO.COM { (nao estRUTURADO) | DEWANTAsLAsTouReR |, [ / See a | ‘TeLHAas (viGAS) TIPO “GAWWOTAT Figura 6 ~ Impermeabilizacao complementar sugerida para a cobertura em galpdo-oficina e dos ginasios da UENF. tas” do prédio 3.2 Avaliagio das impermeabilizagdes na UENF, entre 2012 e 2014 Considerando vistorias expeditas realizadas entre 2012 ¢ 2014 ao complexo edificado da UENF, que segue o mesmo padrio construtivo de estruturas pré-moldadas em concreto dos CIEPs, constatou-se que houve queda acentuada do desempenho dos sistemas de impermeabilizagao originais aplicados quando da construgio a partir de 1993. Principalmente, foram observadas perdas de desempenho compreendendo anomalias importantes nas protecdes mecdnicas, ancoragens € nos proprios materiais impermeabilizantes. Até mesmo, devido a deficiéncia em programas de manutengio predial especificamente na especialidade engenharia de impermeabilizagbes. Isto, acrescido falta de disponibilizagdo de recursos suficientes para proceder manutengdes nas impermeabilizagdes (corretiva, preventiva e preditiva) através da contratagaio de empresas de fato com especializacao em engenhatia de impermeabilizagao. E, a0 mesmo tempo, considerando a complexidade, amplitude e riqueza de detalles do projeto de impermeabilizagio original da UENF/CIEPs. Como exemplo da deieriora¢ao com pera de desempenho dos sistemas de impermeabilizacao originais, com mais de 20 anos de aplicac2o, € mostrada a Foto 11 extraida em 2014 compreendendo a situagao do sistema de impermeabilizago na cobertura do prédio principal P1 da UENF. Foto 11 ~Aspecto do sistema de impermeabilizacao tipo A na cobertura do prédio PI da UENF, em 2014; deterioracso com perda de desempenho dos sistemas de impermeabilizacso originals. 4 SUGESTAO P/A COMPLETA REIMPERMEABILIZACAO DA UENF E CIEPs Considerando as observagdes realizadas nas vistorias de avaliagdo pés-ocupagto realizadas na UENF entre 2002 e 2014, assim como levando-se em conta a deficiéncia de implementagio dos programas de ‘manutencao até entdo aplicados nos sistemas de impermeabilizacdo originais, estes com mais de 20 anos de utilizacao e perda progressiva do desempenho, urge a iniciativa com tomada de decisio pelas Administragdes Publicas gestoras de tais edificagdes para imediatamente darem inicio a orgamentacao de obras de engenharia de impermeabilizagio e servicos de obras afins, seguido do langamento de processos de licitagiio piblica, seguindo a Lei n° 8666 (1993), objetivando a completa reimpermeabilizacdo do complexo edificado da UENF assim como das edificagdes dos CIEP3, do mesmo padrio construtivo. Sendo mandatério que tais servicos de completa reimpermeabilizacao sugeridos sigam 0s preceitos do projeto de impermeabilizacdo original (PROMON, 1992) além das adequacdes, detalhamentos, complementagdes e prescri¢des propostas por JORDY (2002). Entre os preceitos do projeto original, esto previstos como obrigatorio a contratacao de empresas aplicadoras especializadas em engenharia de impermeabilizac2o, preferencialmente, afiliadas a0 IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilizacdo) e/ou 4 AEI (Associagaio de Empresas de Impermeabilizacio no Estado. do Rio de Janeiro), além de fomecedores e fabricantes especificamente’tradicionais em produtos de impermeabilizacdo para as construgdes, incluindo respectivos credenciamentos junto as ‘empresas/equipes de fiscalizacdo, fornecimento de certificados de garantia dos servicos e produtos de impermeabilizac3o, elaboracio de ensaios e testes especificos de conformidade, anotagio de responsabilidade técnica no CREA e/ou CAU, entre outras exigéncias, 5 CONCLUSOES 0 trabalho apresentou as impermeabilizagdes aplicadas nas edificagdes pré-moldadas em concreto dos CIEPs e da UENF, incluindo os seus principais tipos resumidos a partir de determinadas especificagdes levantadas no projeto de impermeabilizagio original conforme descrito em PROMON (1992). Alids, dito projeto afirma-se como um dos mais detalhados e completos ja realizados para obras piblicas no Estado do Rio de Janeiro. Na ocasito, década de 80 e 90, foram especificados praticamente todos os materiais, sistemas & procedimentos de impermeabilizacao existentes no estado da técnica 4 época, promovendo grande desenvolvimento 2o setor da engenlaria de impermeabilizagdes entre fabricantes, representantes, projetistas e aplicadores. Ao mesmo tempo, houve alto grau de detalhamento quanto a materiais e sistemas de impermeabilizag20 correlacionados 203 diversos locais de aplicac30 nas edificagdes pré-moldadas dos CIEPs ¢ da UENF. Sendo preconizado controle rigido sobre os materiais fornecidos pelos fabricantes para as obras, assim como foi exigida a certificacto dos fabricantes ¢ aplicadores, além de ter sido realizada fiscalizacio e controle astensivos sobre os servicos de impermeabilizacdo, incluindo a obrigatoriedade de ensaios de estanqueidade e tormando mandatério 0 fornecimento dos termos de garantia das impermeabilizagdes por fabricantes e aplicadores. Ademais, a construcao das escolas pitblicas CIEPs pelo interior e nas areas metropolitanas da Capital do Estado do Rio de Janeiro assim como a implantagao da UENF no Norte-Fluminense, em Campos dos Goytacazes, contribuiram de forma emblemética nao apenas para o desenvolvimento social, cultural e econémico do RT como um todo e, a0 mesmo, tempo disseminou tecnologias construtivas variadas e inovadoras, incluindo produtos e técnicas do setor de engenharia de impermeabilizagao, capacitando equipes de mio de obra para os servigos de impermeabilizacio em edificagdes Em adicional, 0 desempenho bem-sucedido obtido nas impermeabilizacdes dos CIEPs e da UENF corroboram os preceitos da ABNT NBR 9575 (2010) para projetos de impermeabilizagao, assim como procedimentos estabelecidos na ABNT NBR 9574 (2008) referidos a aplicacdo de impermeabilizacto, A descti¢ao apresentada neste trabalho demonstrou que é possivel se obter desempenho com perisita estanqueidade das impermeabilizacdes, garantindo as plenas utilizacdo e durabilidade das edificacdes construidas em estruturas pré-moldadas em concreto. Por fim, o trabalho apresentou avaliacdo pos-ocupacio, ref. a 2002 e 2014, dos sistemas de impermeabilizagao aplicados originalmente, tendo sido constatado que, atualmente, os mesmos vm sgradativamente apresentando deteriorag20 com perda de desempeno e, em consequéncia, urge a implementagao da completa reimpermeabilizacao do complexo edificado da UENF assim como das edificagdes dos CIEPs, no Estado do Rio de Janeiro REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABNT NBR 9574. Execucio de impermeabilizagdo, Associa¢ao Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2008. 14 p. ABNT NBR 9575. Impermeabilizacdo ~ Selecio e projeto, Associagao Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2010. 14 p. JORDY, J.C. ~ Desempenho e avaliagdo dos servigos de impermeabilizacdo aplicados em edificagdes. P6s-graduagao em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense - UF. “Dissertagao de Mestrado™. Niterdi. 2002. 488 p. Lei n° 8666, BRASIL, de 21 de junho de 1993 e modificagdes pela MP 1531 aprovada em 13 de maio de 1998, sancionada em 27 de maio de 1998, incluindo as alteragdes resultantes das leis n.° 8883 de 8 de junho de 1994, n.* 9032 de 28 de abril de 19995. Regulamenta o art, 37, inciso XXT, da Constimnicao Federal, institui normas para licitagdes e contratos da administracao piiblica e da outras providéncias. Diario Oficial [da] Unido, Brasilia, 27 maio 1998, PROMON. Projeto de Impermeabilizagio dos CIEPs e UENF- Especificagdes, plantas, cademos de detalles, planilhas, parimettos e ensaios para conformidade de produtos, credenciamento de fabricantes e aplicadores. Promon Engenharia. Rio de Janeiro. 1992.

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