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Dos contratos

administrativos na lei
14.133, de 2021

licitacaoecontrato.com.br
Olá!
Daniel Barral
Fundador do Portal L&C
(licitacaoecontrato.com.br)
especialista em Direito Público e em Direito
Empresarial.
Mestrando em Direito Público na Universidade
Nova de Lisboa
Professor da Escola Nacional de Administração
Pública (ENAP) e da Escola da Advocacia-Geral
da União (EAGU).
Daniel.barral@licitaçãoecontrato.com.br

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Dos contratos Administrativos

1) Arts. 89 a 95 – Formalização dos contratos


2) Arts. 96 a 102 – garantias
3) Art. 103 – alocação de riscos
4) Art. 104 – Prerrogativas da administração
5) Arts. 105 a 114 – Duração dos contratos
6) Arts. 115 a 123 – execução dos contratos
7) Arts. 124 a 136 – alterações contratuais
8) Arts. 137 a 139 – extinção dos contratos
9) Art. 140 – recebimento do objeto
10) Arts. 141 a 146 – do pagamento
11) Arts. 147 a 150 – nulidades dos contratos
12) Arts. 151 a 154 – Meios alternativos de resolução de controvérsias
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Da formalização do
1 contrato administrativo
Prof. Daniel Barral

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Contrato

✓ negócio jurídico
bilateral ou
plurilateral;
✓ que visa à criação,
modificação ou
extinção de direitos
e deveres;
✓ com conteúdo
patrimonial.
1) em regra bilateral (consórcios, contratos simultâneos no art. 49 da NLCC)

2) onerosos (marçal – gratuitos estão excluídos do tratamento)

3) consensual ou real (não há particularidade)

4) Comutativos (afasta-se a aleatoriedade)

Contratos 5) Típicos (previsão em lei)

Administrativos 6) de adesão

7) formal

8) principal (não dependem de outro)

9) intuito personae

10) Presença de cláusulas exorbitantes


Prerrogativas da Administração

Modificação Extinção Fiscalizar a


unilateral unilateral execução

Ocupar
provisoriamente
Aplicar sanções
bens móveis e
imóveis

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Introdução
▪ Um bom contrato não é aquele em que uma das partes subjuga a
outra à sua vontade. Também não é o em que as partes, felizes e
risonhas, caminham em busca de um objetivo comum. Um bom
contrato é o que, não só bem celebrado, mas sobretudo bem
administrado, conduz as partes a satisfazerem seus respectivos
interesses, apesar de serem esses divergentes.

▪ Antônio Carlos Cintra do Amaral

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Lei de liberdade econômica

O contrato como norma de comportamento.


“ainda que o contrato incorpore o acordo de vontades em sua estrutura, como seu fato
gerador, é a função de autorregulação de interesses que se torna objeto de atenção
prioritária do intérprete.” Tepedino
CC
Art. 113. ......................................................................................
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;

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Formalização do
contrato

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Técnica contratual

╸ “consiste num conjunto de regras e de


métodos teóricos-práticos, que conduzam
harmonicamente a elaboração, a formação e
a execução dos contratos que a vontade vem
a realizar para atender os interesses e as
necessidades socioeconômicas dos
contratantes” - MHD

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Formalidades

╸ 1) Forma escrita (art. 91), Salvo art. 95, § 2º - 10 mil


╸ 2) sem formalidade específica, salvo contratos
relativos a direitos reais sobre imóveis – cartório (art.
91, § 2º )
╸ 3) dever de publicar (PNCP) salvo sigilo legal (art. 91,
§ 1º )

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Cláusulas
obrigatórias

╸ Art. 89, § 1º:


╸ os nomes das partes e os de seus representantes
╸ a finalidade
╸ o ato que autorizou sua lavratura
╸ o número do processo
╸ sujeição à Lei e às cláusulas contratuais

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Regra para quem
vai elaborar o
contrato

╸ Art. 89. § 2º Os contratos deverão estabelecer com


clareza e precisão as condições para sua execução,
expressas em cláusulas que definam os direitos, as
obrigações e as responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos do edital de licitação e os
da proposta vencedora ou com os termos do ato que
autorizou a contratação direta e os da respectiva
proposta.

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A legística

As disposições normativas serão redigidas com


╸ clareza
╸ precisão
╸ ordem lógica

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Clareza (dec 9191)

Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem
lógica, e observarão o seguinte:
I - para obtenção da clareza:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, exceto quando a norma
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se pode empregar a nomenclatura
própria da área sobre a qual se está legislando;
b) usar frases curtas e concisas;
c) construir as orações na ordem direta;
d) evitar preciosismo, neologismo e adjetivação; e
e) buscar a uniformidade do tempo verbal no texto da norma legal e usar,
preferencialmente, o presente ou o futuro simples do presente do modo indicativo;

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Precisão

╸ Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar


perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu
texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o
legislador pretende dar à norma;
╸ expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das
mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com
propósito meramente estilístico;
╸ evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo
sentido ao texto;

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Precisão

escolher termos que tenham o mesmo sentido e


significado na maior parte do território nacional, evitando o
uso de expressões locais ou regionais;
usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o
princípio de que a primeira referência no texto seja
acompanhada de explicitação de seu significado;
expressar valores monetários em algarismos arábicos,
seguidos de sua indicação por extenso, entre parênteses;

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Precisão

grafar por extenso quaisquer referências a números e


percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que
houver prejuízo para a compreensão do texto;
indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em
vez de usar as expressões ‘anterior’, ‘seguinte’ ou
equivalentes;
utilizar as conjunções ‘e’ ou ‘ou’ no penúltimo inciso, alínea ou
item, conforme a sequência de dispositivos seja,
respectivamente, cumulativa ou disjuntiva.

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Art. 14 (precisão)

II - para obtenção da precisão:


a) articular a linguagem, comum ou técnica, mais adequada à compreensão do objetivo, do conteúdo e do alcance do ato
normativo;
b) expressar a ideia, quando repetida ao longo do texto, por meio das mesmas palavras, e evitar o emprego de sinonímia;
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
d) escolher termos que tenham o mesmo significado na maior parte do território nacional, de modo a evitar o uso de expressões
locais ou regionais;
e) quanto ao uso de sigla ou acrônimo:
1. não utilizar para designar órgãos da administração pública direta;
2. para entidades da administração pública indireta, utilizar apenas se previsto em lei;
3. não utilizar para designar ato normativo;
4. usar apenas se consagrado pelo uso geral e não apenas no âmbito de setor da administração pública ou de grupo social
específico; e
5. na primeira menção, utilizar acompanhado da explicitação de seu significado;

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....

f) indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, por meio do emprego da abreviatura “art.”, seguida do número
correspondente, ordinal ou cardinal;
g) utilizar as conjunções “e” ou “ou” no penúltimo inciso, alínea ou item, conforme a sequência de dispositivos seja,
respectivamente, cumulativa ou disjuntiva;
h) grafar por extenso as referências a números e percentuais, exceto data, número de ato normativo e nos casos em que
houver prejuízo para a compreensão do texto;
i) expressar valores monetários em algarismos arábicos, seguidos de sua indicação por extenso entre parênteses;
j) grafar as datas das seguintes formas:
1. “4 de março de 1998”; e
2. “1º de maio de 1998”;
k) grafar a remissão aos atos normativos das seguintes formas:
1. “Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, na ementa, no preâmbulo e na primeira remissão no corpo da norma; e
2. “Lei nº 8.112, de 1990”, nos demais casos;
l) grafar a indicação do ano sem o ponto entre as casas do milhar e da centena; e

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Ordem lógica (art.
14)

╸ III - para a obtenção da ordem lógica:


╸ a) reunir sob as categorias de agregação – livro, título, capítulo, seção e
subseção – apenas as disposições relacionadas com a matéria nelas
especificada;
╸ b) restringir o conteúdo de cada artigo a um único assunto ou princípio;
╸ c) expressar, por meio dos parágrafos, os aspectos complementares à
norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por esse
estabelecida; e
╸ d) promover as discriminações e as enumerações por meio dos incisos, das
alíneas e dos itens.

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A redação legislativa
Algumas regras
adicionais

Os dispositivos permanentes devem preceder os temporários.


As definições só devem ser utilizadas quando absolutamente
necessárias.
Um termo não deve ser definido de maneira que entre em
conflito com o sentido que normalmente lhe dariam os
indivíduos a quem a norma se dirige.
A definição não deve conter, direta ou indiretamente, o termo
definido.

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A redação legislativa
Algumas regras
adicionais

╸ O singular é preferível ao plural, sempre que possível.


╸ A forma positiva é preferível à forma negativa.
╸ Deve-se evitar:
╶ o emprego de arcaísmos e barbarismos léxicos ou sintáticos;
╶ o mau uso de frases intercaladas e explicativas;
╶ o exagero na ordem inversa;
╶ a repetição de termos, principalmente conjunções;
╶ o uso de cláusulas condicionais.

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A redação legislativa
Algumas regras
adicionais

╸ Deve-se empregar a voz ativa e não a passiva.


╸ As formas simples são preferíveis às compostas. Por
exemplo:
╶ “deve” é preferível a “tem o dever de”;
╶ “quando” é preferível a “nos casos em que”;
╶ “dar” é melhor que “conceder”, etc.

╸ É recomendável indicar uma enumeração


exemplificativa (numerus apertus), empregando-se
expressões como “inclui”, “como”, “entre outros”, etc.

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A redação legislativa
Algumas regras
adicionais

╸ Deve-se evitar o emprego:


╶ de pares de palavras que signifiquem a mesma coisa, como
“todo e qualquer”.
╶ de palavras chavão, tais como: “acima”, “supra”,
“supramencionado”, “o(a) dito(a)”, “o(a) mesmo(a)”, “a sua
pessoa”, “quem quer que”, “onde quer que”, “em (a) nível
de”, “quaisquer que”, etc.
╶ de adjetivos e advérbios inúteis ou de ênfase, tais como
“real”, “verdadeiro(a)”, “devidamente”, “absolutamente”, etc.
Essas ideias se acham implícitas no comando normativo.
╶ Exemplos: “O candidato declarará sua verdadeira idade no ato da inscrição”; “Fica absolutamente vedado...”; “O número de inscrição do
candidato será devidamente registrado no Departamento de Pessoal”, etc.

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A redação legislativa
Algumas regras
adicionais

╸ Quando se confere um direito, atribuição ou poder, o termo a


ser utilizado é “pode”.
╸ Se o direito conferido pode ser interpretado como uma
faculdade, usa-se “tem o direito de”.
╸ Para restringir um direito, privilégio ou poder, usa-se “não
pode”.
╸ Quando se impõe uma obrigação de agir, usa-se “deve”.
╸ Se a obrigação é de não agir, usa-se “não pode”.

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Art. 55. Cláusulas necessárias (8666 - XIII)
Cláusulas necessárias Dispositivos auxiliares
1. Objeto Arts. 3º caput e §1º e 38
2. Regime de execução Art. 10
3. Preço, condições de pagamento e reajuste Arts. 5º, 40, XI e XIV, 82
4. Prazos (início e conclusão) Arts. 6º, IX e 57
5. Crédito pelo qual correrá a despesa Art. 7º, § 2º, III e § 3º
6. Garantias Art. 56
7. Direitos, responsa., penalidades e multas Arts. 58, 79, 81 a 88
8. Casos de rescisão Art. 78
9. Reconhecimento de direitos (ADM) Arts. 77, 79, I e 80
10. Condições de importação Art. 42
11. Vinculação ao edital Arts. 26, 41 e 66
12. Legislação aplicável Art. 121
13. Manutenção das condições de habilitação Arts. 13, § 3º e 27 a 31
Art. 92. Cláusulas necessárias (14.133 - XIX)
Cláusulas necessárias Dispositivos auxiliares
1. Objeto (I) Arts. 9º, 48, 49
2. Regime de execução ou forma de fornecimento (IV) Art. 46
3. Preço, condições de pagamento e reajuste (V) Arts. 141 a 146, 25, § 7º e 92, §§ 3º e 4º
4. Prazos (início e conclusão) (VII) Arts. 105 a 114
5. Crédito pelo qual correrá a despesa (VIII) Art. 150
6. Garantias (XII) Arts. 58, 59, § 5º, 96 a 102
7. Direitos, responsa., penalidades e multas (XIV) Arts. 155 a 163
8. Casos de rescisão (XIX) Art. 137 a 139
9. Reconhecimento de direitos (ADM) Arts. 139 (ope legis)
10. Condições de importação (XV) Art. 52
11. Vinculação ao edital (II) Art. 89, § 1º
12. Legislação aplicável (III) -
13. Manutenção das condições de habilitação (XVI) Art. 62 a 70
O que não tinha no rol?
IX - a matriz de risco, quando for o caso;
X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando for o caso;
XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro, quando
for o caso;
XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos mínimos estabelecidos nesta Lei e
nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência técnica, quando for o
caso;
XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista em lei, bem
como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência
Social e para aprendiz;
XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em regulamento;
Da publicação no
PNCP

╸ Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e de
seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados
da data de sua assinatura:
╸ I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
╸ II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
╸ § 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a
partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos
previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de
nulidade.

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Do instrumento de
contrato

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Termo de contrato ou instrumentos equivalentes

✓ O contrato administrativo é a
própria relação jurídica
entretida entre a administração
e o particular.
✓ Já o termo de contrato ou os
instrumentos equivalentes são
apenas os documentos que
formalizam essa relação.

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Art. 95 da Lei 14.133, de 2021

Contrato verbal Outros instrumentos (carta- Termo de contrato


contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de
execução de serviço

< R$ 10.000,00 Contratação direta (100.000,00 p/ Demais casos


(art. 95, § 2º , LGL) engenharia ou 50.000,00 para outros)

Qualquer valor, tratando-se de compras


com entrega imediata e integral dos bens
adquiridos e dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive quanto a
assistência técnica, independentemente
de seu valor
Atenção

▪ *É ilegal autorizar a prestação de serviços sem a


formalização do devido termo de contrato. AC-0423-
05/11-P- AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI

▪ *O termo de contrato deve ser formalizado sempre que


houver obrigações futuras decorrentes do fornecimento
de bens e serviços, independentemente da modalidade
de licitação. AC-1219-13/07-1 - AUGUSTO NARDES

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Ponderações finais (formalização)
O que acontece com um contrato omisso em relação a uma destas
cláusulas essenciais?
✓ Deve-se evitar a mera reprodução dos dispositivos legais.
✓ Concentrar regras de mesma natureza em único lugar;
✓ Destacar os pontos mais importantes
✓ Resumir o essencial em uma folha de rosto
✓ Reuniões iniciais de definição do escopo do trabalho

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Garantia

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DAS GARANTIAS

Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida,
mediante previsão no edital, prestação de garantia nas contratações de obras, serviços
e fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido
pelo Ministério da Economia;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a
operar no País pelo Banco Central do Brasil.

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Tipos

Caução Fiança

Seguro

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Caução em dinheiro

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Procedimento de
abertura da conta
caução

1) Licitante deve dirigir-se à uma agência da CEF e pedir para fazer um “Depósito caução”.
2) Abertura de conta do tipo conta garantia em nome do caucionário (o licitante), tendo
como favorecido a Administração promotora do certame (beneficiário)
3) Para abrir a conta caução basta levar o contrato social, o cartão do CNPJ, o comprovante
de endereço e o documento que exige a garantia (contrato ou edital, ou notificação para
prestar garantia ou outro documento que conste a necessidade da garantia) com o nome
e CNPJ do favorecido.
4) Se não for o responsável legal da empresa deverá também ser apresentada, também, a
procuração para quem vai fazer o depósito, seu documento de identidade e um
comprovante de residência.
5) Aguardar o prazo para emissão do comprovante CEF (37.035 v007 micro) – recibo de
caução

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Regras de
levantamento
Regras da CEF
Decreto-Lei n. 1.737, de 1979
Art 7º - Mediante ordem do Juízo 5.1 – tanto caucionário ou
ou da autoridade administrativa favorecido, com anuência
competente, o depósito: da parte contrária.
I - em dinheiro, será devolvido ao 5.2.1 – decisão judicial não
depositante ou transferido à precisa de anuência da
parte contrária.
conta da receita da União no
Banco do Brasil S.A., 5.3 – alguns órgãos públicos
monetariamente atualizado; não precisam de anuência
da parte contrária.
(...) (confusão)

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Caução em títulos da dívida pública

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Os principais
títulos

Letras do Tesouro Nacional (LTN)

Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-


F)

Letras Financeiras do Tesouro (LFT)

Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-


B) e Série C (NTN-C)

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Cuidados procedimentais na
recepção do gravame

Manual SIAFI
4.2. CAUÇÃO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA
4.2.1. Caso o contratado opte por apresentar
garantias mediante caução em títulos da
Dívida Pública, conforme dispõe o Art. 56, § 1º,
inciso I, da Lei nº 8.666, de 1993, deverá ele
apresentar ao beneficiário documento que
comprove o registro do respectivo gravame, a
ser executado no âmbito do Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia - Selic, tendo em
vista disposições contidas nas normas
expedidas pelo Banco Central do Brasil - BCB.

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Cuidados procedimentais na recepção do gravame

• 1) exigir o • sistema • consultar :

Dúvida quanto ao valor?


verificação
comprovante comprovante REGISTRAT https://www.gov.br/tesouro
nacional/pt-br/divida-
de registro do O do BCB* publica-federal/mercado-
interno/valores-nominais
gravame no • desde que
âmbito do
Sistema autorizado • (multiplicar
Especial de expressam o VNA –
Liquidação e ente pelo valor
de Custódia caucionário nominal
– Selic; •* atualizado
https://www.bcb.g pela
ov.br/cidadaniafin
anceira/registrato quantidade
indicada no
título)

*MUS – páginas 36 a 41
4.2.1.1. do manual do SIAFI

46
Como executar o gravame

Circular n° 3.587 de 26/3/2012 – BCB:

Art. 114-F. A execução dos títulos custodiados na conta de gravames e ônus é


realizada pelo garantido por meio da transmissão de comando dirigido à conta de
gravames e ônus para a realização de operação definitiva de compra e venda
dos títulos executados.

Ver item 6 do MUS


https://www3.bcb.gov.br/novoselic/pesquisa-manual-usuario.jsp
47
E a liberação do gravame. Como controlar?

Circular n° 3.587 de 26/3/2012 – BCB:

Art. 114-G. A extinção do registro de gravames e


ônus será realizada por solicitação do garantido.
Item 5.2 do MUS

48
Fiança Bancária
Uma espécie de caução fidejussória

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49
Cuidados

1. CC, Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor
uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
2. A fiança bancária deve necessariamente ser expedita por instituição
financeira autorizada a funcionar no País pelo Banco Central do Brasil, nos
termos do Art. 10, inciso X, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
3. Para verificar se determinada instituição financeira é autorizada a funcionar
no País, recomenda-se consulta ao endereço eletrônico do Banco Central do
Brasil – BCB (www.bcb.gov.br).

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TCU

1.4. Determinações/Recomendações/Orientações:
(…)
1.4.2. alertar à Direção do (…) sobre a necessidade de se efetuar pesquisa junto a
Superintendência de Seguros Privados-SUSEP, no caso de seguro-garantia, e junto
ao Banco Central do Brasil, quando se tratar de fiança bancária a ser apresentada
em contrato, em atendimento ao disposto no art. 56, § 1º, incisos II e III, da Lei 8.666/93,
objetivando verificar se a instituição prestadora da respectiva garantia está
devidamente autorizada a fazê-lo; (TCU, Acórdão nº 498/2011, Plenário.)

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Renúncia ao
benefício de ordem

Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem


direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro
executados os bens do devedor.
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;

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Seguro-Garantia

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Definição

O seguro-garantia consiste em contrato firmado entre o


particular contratado e instituição seguradora, pelo
qual esta ultima compromete-se a arcar com o risco de
eventos danosos, relativos à inexecução da prestação
devida à Administração Pública. Constará como
beneficiária a pessoa integrante da Administração,
cabendo ao particular o pagamento do prémio do
seguro. (Marçal Justen Filho)

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Relações jurídicas

Seguradora

Contrato de emissão de apólice


Apólice (condições gerais contratuais)
e constituição de contragarantias

Segurado Tomador
(Adm. Púb.) Contrato Contratado
principal

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Inovações

Art. 96
§ 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou inadimplemento
da Administração, o contratado ficará desobrigado de renovar a garantia ou
de endossar a apólice de seguro até a ordem de reinício da execução ou o
adimplemento pela Administração.
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data de
homologação da licitação e anterior à assinatura do contrato, para a
prestação da garantia pelo contratado quando optar pela modalidade
prevista no inciso II do § 1º deste artigo. (seguro-garantia) (Diferente do
modelo atual)

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▪ Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das
obrigações assumidas pelo contratado perante à Administração, inclusive as
multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento,
observadas as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei:
▪ I - o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo estabelecido
no contrato principal e deverá acompanhar as modificações referentes à
vigência deste mediante a emissão do respectivo endosso pela seguradora;
▪ II - o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contratado não tiver
pago o prêmio nas datas convencionadas.

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Ordem de preferência
na execução se
inverteu

▪ Lei 14.133
▪ Art. 156, § 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis
forem superiores ao valor de pagamento eventualmente
devido pela Administração ao contratado, além da perda
desse valor, a diferença será descontada da garantia
prestada ou será cobrada judicialmente.

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Execução pela seguradora

Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital poderá exigir a prestação da
garantia na modalidade seguro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de
inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:
I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, como interveniente anuente e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou pelo fornecimento;
II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem ela indicar para a conclusão do
contrato, será autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal;
III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou parcialmente.

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Notificação da
seguradora

➢ Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá ser
formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditório
e a ampla defesa, as seguintes situações:
➢ § 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei deverão ser
notificados pelo contratante quanto ao início de processo administrativo
para apuração de descumprimento de cláusulas contratuais.

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nº 662/2022

O normativo entrou em vigor no dia 02 de


maio e, a partir de 1º de janeiro de 2023, as
seguradoras não poderão mais comercializar
novos contratos em desacordo com as
disposições da Circular.

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Art. 5º O Seguro Garantia garantirá as obrigações do objeto


principal, para as quais o segurado demandar cobertura.
Parágrafo único. Na hipótese de o Seguro Garantia não
garantir todas as obrigações do objeto principal, a apólice
deverá destacar esta informação, além de descrever, de
forma clara e objetiva, as exatas obrigações garantidas.

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Art. 7º O prazo de vigência da apólice deverá


ser igual ao prazo de vigência da obrigação
garantida, salvo se o objeto principal ou sua
legislação específica dispuser de forma
distinta.

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Art. 11. Quando efetuadas alterações no objeto principal em virtude


das quais se faça necessária modificação da apólice, esta:
I - deverá acompanhar tais alterações, caso tenham sido previamente
estipuladas no objeto principal, em sua legislação específica ou no
documento que serviu de base para a aceitação do risco pela
seguradora; ou
II - poderá acompanhar tais alterações, em situações não abrangidas
pelo inciso I deste artigo, desde que haja o respectivo aceite pela
seguradora.

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Art. 11 § 1º Os procedimentos a serem


adotados pelo segurado no caso de alterações
efetuadas no objeto principal devem ser
objetivamente fixados nas condições
contratuais do seguro.

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§ 2º Na hipótese de ser prevista a exigência de


comunicação da alteração do objeto principal à seguradora,
sua não comunicação, ou sua comunicação em desacordo
com os critérios estabelecidos nas condições contratuais do
seguro, somente poderá gerar perda de direito ao segurado
caso agrave o risco e, concomitantemente:
a) tenha relação com o sinistro; ou
b) esteja comprovado, pela seguradora, que o segurado
silenciou de má-fé.

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Art. 17. Define-se como expectativa de sinistro o fato ou ato que


indique a possibilidade de caracterização do sinistro e o início da
realização de trâmites e/ou verificação de critérios para
comprovação da inadimplência, nos termos do §1º do art. 18.
§ 1º Caso seja prevista a expectativa de sinistro, as condições
contratuais do seguro deverão descrever claramente o ato ou fato
que a define e estabelecer se haverá, ou não, a exigência de sua
comunicação à seguradora, hipótese em que deverão estar
descritos os critérios para esta formalização.

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Art. 17. § 2º Na hipótese de ser prevista a exigência


de comunicação da expectativa de sinistro à
seguradora, sua não comunicação, ou sua não
comunicação de acordo com os critérios
estabelecidos nas condições contratuais do seguro,
somente poderá gerar perda de direito ao
segurado caso configure agravamento do risco e
impeça a seguradora de adotar as medidas dos
incisos II e III do artigo 29.

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Art. 29. Desde que prévia e expressamente acordado


entre as partes, o Seguro Garantia poderá prever,
isolada ou conjuntamente, a possibilidade ou a
obrigação de a seguradora:
I - realizar o acompanhamento e/ou monitoramento do
objeto principal;
II - atuar como mediadora da inadimplência ou de
eventual conflito entre segurado e tomador; ou
III - prestar apoio e assistência ao tomador.

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Art. 35. A partir de 1º de janeiro de 2023, as


seguradoras não poderão comercializar novos
contratos de Seguro Garantia em desacordo
com as disposições desta Circular.

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Art. 36. Os contratos de Seguro Garantia em vigor que estejam em desacordo com
as disposições desta Circular e que tenham seu término de vigência:
I - antes do prazo estabelecido no art. 35, poderão ser renovados uma única vez
por, no máximo, o mesmo prazo originalmente pactuado; ou
II - após o prazo estabelecido no art. 35, poderão vigorar, apenas, até o término de
sua vigência.
Parágrafo único. A vigência dos contratos de Seguro Garantia descritos no caput
poderá ser prorrogada, a pedido expresso do segurado, para acompanhar a
respectiva prorrogação da vigência da obrigação garantida, e pelo mesmo prazo.

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Cuidados na recepção da apólice*
1) A seguradora está com situação regular na SUSEP? - Emitir Certidão de Regularidade
no http://www.susep.gov.br/menu/servicos-ao-cidadao/emissao-de-certidoes
Caso a seguradora esteja irregular/com pendência (vide Circular Susep nº 427, 15/12/11) a apólice deverá ser
devolvida à contratada para substituição.
OBS: O DNIT releva os itens III, IV, V e VIII do art. 1º da circular 427)
2) A apólice é válida? - Confirmar a validade por meio de consulta ao
site: https://www2.susep.gov.br/safe/menumercado/regapolices/pesquisa.asp

3) A validade da garantia abrange a vigência do contrato e 90 (noventa) dias após término da vigência contratual?

4) O valor da apólice corresponde ao exigido no edital?


5) A apólice prevê o pagamento de multas contratuais?
6) A apólice contempla a Cobertura Adicional de Ações Trabalhistas e Previdenciárias, cobertura para prejuízos
advindos do não cumprimento do objeto do contrato, cobertura para prejuízos diretos causados ao órgão
decorrentes de culpa ou dolo durante a execução do contrato e cobertura para multas moratórias e punitivas
73
aplicadas pelo órgão à contratada?
Cuidados na recepção da apólice*
7) A descrição do objeto do contrato condiz com o descrito na apólice?
8) Na apólice consta o valor do prêmio e, caso parcelado, o respectivo parcelamento?
9) O número do contrato consta da apólice?
10) A razão social e CNPJ do Segurado, segurador e tomador estão corretos
11) Consta da apólice o texto do Plano Padronizado Capítulo I - Condições Gerais - Ramo 0775
Seguro Garantia - Segurado: Setor Público do Anexo I da Circular Susep no 477, de 30 de setembro
de 2013?
12) Na apólice foram apresentadas condições particulares que excluem de cobertura de prejuízos e
demais penalidades? - Acórdão nº 1216/2019 - Plenário

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Garantias adicionais

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LGL

Outros seguros
Garantia adicional
Art. 56. Art. 71. O contratado é responsável
pelos encargos trabalhistas,
§ 5o Nos casos de contratos previdenciários, fiscais e comerciais
que importem na entrega resultantes da execução do contrato.
de bens pela (...)
Administração, dos quais o § 2º A Administração poderá exigir,
contratado ficará também, seguro para garantia de
depositário, ao valor da pessoas e bens, devendo essa
garantia deverá ser exigência constar do edital da
acrescido o valor desses licitação ou do convite.
bens. (= art. 101 da Lei 14.133)

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76
Portaria 444 do TCU
Art. 50. Quando a contratação envolver a colocação de bens sob a guarda da contratada e/ou a cessão
de instalações, poderá ser exigido seguro multirriscos básico com coberturas adicionais, no mínimo, de
Danos Elétricos, Subtração de Bens e Mercadorias, Responsabilidade Civil de Operações,
Responsabilidade Civil do Empregador, Equipamentos Estacionários e Móveis, a fim de garantir as
instalações e todos os bens a serem entregues a guarda da contratada.
Art. 51. A depender do tipo de objeto contratado, motivadamente, quando prevista a possibilidade de
pagamentos antecipados no edital e no contrato, deverá ser exigida garantia nos termos do art. 40, inciso
XIV, alínea “e”, da Lei nº 8.666, de 1993, a qual é específica e distinta da estabelecida nos arts. 45 e 46
desta Portaria.
Art. 52. Nas contratações de obra ou de serviços de engenharia, deverá ser exigida da contratada a
apresentação de seguro contra riscos de engenharia e de seguro coletivo de acidente de trabalho.
Parágrafo único. A apresentação de seguro contra riscos de engenharia e de seguro coletivo de acidente
de trabalho pode ser dispensada, justificadamente, a critério da Administração, se o baixo valor da
contratação ou a pouca complexidade do objeto não implicarem riscos significativos que justifiquem a
exigência.

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77
Prazos contratuais

78
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Vigência contratual

Entende-se por duração ou prazo de


vigência o período em que os contratos
firmados produzem direitos e obrigações
para as partes contratantes.

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Prazo de vigência X
prazo de execução:

a) Prazo de vigência - período em que produz efeitos jurídicos e


vincula as partes à prestação e à contraprestação assumidas.
b) Prazo de execução - período previsto no contrato para que o
particular execute as obrigações contratualmente assumidas
(etapas de execução, de conclusão, de entrega).

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Duração dos
contratos

Lei 14.1333 Lei 8.666


Art. 105. A duração dos contratos
regidos por esta Lei será a prevista Art. 57. A duração dos
em edital, e deverão ser
observadas, no momento da contratos regidos por esta
contratação e a cada exercício Lei ficará adstrita à vigência
financeiro, a disponibilidade de
créditos orçamentários, bem como a dos respectivos créditos
previsão no plano plurianual, orçamentários, exceto
quando ultrapassar 1 (um) exercício
financeiro. quanto aos relativos:
(ver art. 6, XV)

A NOVA LEI DE LICITAÇÕES


Contratos de 5 anos
Lei 14133
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas
hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes diretrizes:
I - atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação plurianual;
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, a
existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua
manutenção;
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser
de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não
mais lhe oferece vantagem.

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Contratos de 5 anos

Lei 14133
Art. 106.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste
artigo ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do
contrato e não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois)
meses, contado da referida data.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de
equipamentos e à utilização de programas de informática.

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Contratos de 10 anos

Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser


prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal, desde
que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as
condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração,
permitida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem
ônus para qualquer das partes.

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Vigência por prazo indeterminado

Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por


prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de
serviço público oferecido em regime de monopólio, desde que
comprovada, a cada exercício financeiro, a existência de
créditos orçamentários vinculados à contratação.

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Geração de receita ou de
eficiência

➢ Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que gere
economia para a Administração, os prazos serão de:
➢ I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento;
➢ II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento, assim
considerados aqueles que impliquem a elaboração de benfeitorias
permanentes, realizadas exclusivamente a expensas do contratado, que
serão revertidas ao patrimônio da Administração Pública ao término do
contrato. (Build to suit)

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Obras com
prorrogação
automática

Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo predefinido, o prazo de vigência
será automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período
firmado no contrato.
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado:
I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções
administrativas;
II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse caso, adotará as
medidas admitidas em lei para a continuidade da execução contratual.

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regime de
fornecimento e
prestação de serviço
associado

Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação


de serviço associado terá sua vigência máxima definida pela soma do
prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o prazo
relativo ao serviço de operação e manutenção, este limitado a 5 (cinco)
anos contados da data de recebimento do objeto inicial, autorizada a
prorrogação na forma do art. 107 desta Lei.

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TI estruturante

Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de


sistemas estruturantes de tecnologia da informação poderá
ter vigência máxima de 15 (quinze) anos.

Art. 106 § 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de


equipamentos e à utilização de programas de informática.
(cinco anos)

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Vigência e eficácia
✓ Como visto, a vigência de um contrato consiste no
período em que os contratos firmados podem produzir
direitos e obrigações para as partes contratantes.
✓ Contudo, conforme dispõe o art. 94 da Lei 14.133, de 2021,
o contrato somente será eficaz após a sua publicação no
PNCP.

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Publicação como condição de eficácia
➢ Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e
de seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:
➢ I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
➢ II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
➢ § 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos
prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
➢ § 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando referente à contratação de profissional do setor artístico por
inexigibilidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando houver, do transporte, da
hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas específicas.
➢ § 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura
do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que contratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a
conclusão do contrato, os quantitativos executados e os preços praticados.

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Contratos urgentes e execução sem termo aditivo

Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a execução,


pelo contratado, das prestações determinadas pela Administração no
curso da execução do contrato, salvo nos casos de justificada
necessidade de antecipação de seus efeitos, hipótese em que a
formalização deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.

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Resumindo...
➢ vigência contratual tem por finalidade determinar o período de
tempo durante o qual um contrato administrativo se apresenta
como obrigatório para as partes;
✓ por outro lado, a eficácia consiste na potencialidade de
produção de efeitos do contrato.
✓ Contratos urgentes podem ter eficácia imediata mesmo sem
publicação (art. 94, § 1º )
✓ Alterações urgentes podem ter inicio sem aditivo (art. 132)

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Cuidados do fiscal com estas inovações
1) início imediato sem publicação (mais raro consistir em
um grande problema pois a publicação no PNCP deverá
ser simples e imediata) – caso ocorra exigir motivação
nos autos neste sentido
2) execução imediata sem aditivo – inspira maior cautela!
Documentar tudo. Instruir a razão da urgencia. Levar o
assunto à autoridade competente.

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Forma de
contagem do
prazo contratual

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Forma da
contagem do prazo
contratual

ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 03:


Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo,
cumpre aos órgãos jurídicos verificar se não há extrapolação
do atual prazo de vigência, bem como eventual ocorrência de
solução de continuidade nos aditivos precedentes, hipóteses
que configuram a extinção do ajuste, impedindo a sua
prorrogação.

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Lei 8.666 Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-
se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto
em contrário.

CC. Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os


prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
(...)
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência.

Data da celebração do contrato


administrativo 2º termo aditivo 4º termo aditivo
08/01/2016 08/01/2018 08/01/2020

2016 2017 2018 2019 2020 2020


08/01/2017 08/01/2019
1º termo aditivo 3º termo aditivo

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Regra bem mais detalhada (dividir regras processuais e
materiais

Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento e observarão
as seguintes disposições:
I - os prazos expressos em dias corridos serão computados de modo contínuo;
II - os prazos expressos em meses ou anos serão computados de data a data;
III - nos prazos expressos em dias úteis, serão computados somente os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão ou
entidade competente.
§ 1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo do prazo:
I - o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação na internet;
II - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a notificação for pelos correios.
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente, se o
expediente for encerrado antes da hora normal ou se houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
§ 3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
considera-se como termo o último dia do mês.

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Data da celebração do
contrato administrativo 2º termo aditivo 4º termo aditivo

08/01/2021 09/01/2023 09/01/2025

2021 2022 2023


09/01/2022
2024 2025
09/01/2024
....
1º termo aditivo 3º termo aditivo

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DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

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Art. 121
(regra geral)

Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos


trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução
do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo
seu pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o
registro de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo.

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Art. 121, § 2º
(DEMO)

╸ § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços


contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra, a Administração responderá
solidariamente pelos encargos previdenciários e
subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se
comprovada falha na fiscalização do cumprimento
das obrigações do contratado.

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Art. 121, § 3º
(DEMO)

╸ § 3º Nas contratações de serviços contínuos com


regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para
assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas
pelo contratado, a Administração, mediante
disposição em edital ou em contrato, poderá, entre
outras medidas:

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Rol aberto

I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com


cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações
trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas
trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado;
V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a
ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que
participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo contratante
ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.

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Alterações contratuais

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Tipologia

a) Alteração qualitativa – sem alteração na


natureza ou na dimensão do objeto.

b) Alteração quantitativa – há alteração na


dimensão do objeto.

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Art. 124 da Lei
nº 14.133/2021
I – Unilateral:
a) Qualitativa.

b) Quantitativa.
Em qualquer caso, alguns pressupostos devem ser observados:
1) necessidade da administração;
II 2)
- Acordo entre as partes.
interesse público;
3) motivação do ato, o qual tem de ser justificado e aprovado pela
autoridade competente;
4) o objeto contratado não pode ser desnaturado; (art. 126)
5) fato superveniente; e
6) respeito aos direitos do contrato (equilíbrio econômico-
financeiro). (art. 130)

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Novidades

╸ Art. 124, § 1º Se forem decorrentes de falhas de


projeto, as alterações de contratos de obras e
serviços de engenharia ensejarão apuração de
responsabilidade do responsável técnico e adoção
das providências necessárias para o
ressarcimento dos danos causados à
Administração.

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Legalização da
Decisão 215/99 TCU

Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere


o inciso I do caput do art. 124 desta Lei, o contratado será
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato que se
fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e, no
caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite
para os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).

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Legalização da
Decisão 215/99 TCU

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com
as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica a seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos
limites permitidos por esta Lei;

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Como devem ser
calculados os
limites de 25% e
50%?
Acórdão 749/2010-TCU-Plenário

Valor inicial atualizado 100.000,00

Supressão
As reduções ou supressões de quantitativos (40.000,00)
devem
ser consideradas de forma isolada, ou seja, o
Saldo
conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos 60.000,00
devem
ser sempre calculados sobre o valor original do contrato,
Aplicação do limite legal (25% x 100.000,00) 25.000,00
aplicando-se a cada um desses conjuntos,
individualmente e sem nenhum tipo de compensação
Valor final
entre máximo
eles, do contrato
os limites (c/aditivos)
de alteração 85.000,00
estabelecidos no art.
65 da Lei nº 8.666/93.
AC-1498-23/15-P BENJAMIN ZYMLER

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ON 50 AGU

"I - OS ACRÉSCIMOS E AS SUPRESSÕES DO OBJETO


CONTRATUAL DEVEM SER SEMPRE CALCULADOS SOBRE O
VALOR INICIAL DO CONTRATO ATUALIZADO, APLICANDO-SE
DE FORMA ISOLADA OS LIMITES PERCENTUAIS PREVISTOS
EM LEI AO CONJUNTO DE ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES,
VEDADA A COMPENSAÇÃO DE ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES
ENTRE ITENS DISTINTOS, NÃO SE ADMITINDO QUE A
SUPRESSÃO DE QUANTITATIVOS DE UM OU MAIS ITENS
SEJA COMPENSADA POR ACRÉSCIMOS DE ITENS
DIFERENTES OU PELA INCLUSÃO DE NOVOS ITENS.

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ON 50 AGU

II - NO ÂMBITO DO MESMO ITEM, O RESTABELECIMENTO PARCIAL


OU TOTAL DE QUANTITATIVO ANTERIORMENTE SUPRIMIDO NÃO
REPRESENTA COMPENSAÇÃO VEDADA, DESDE QUE SEJAM
OBSERVADAS AS MESMAS CONDIÇÕES E PREÇOS INICIAIS
PACTUADOS, NÃO HAJA FRAUDE AO CERTAME OU À
CONTRATAÇÃO DIRETA, JOGO DE PLANILHA, NEM
DESCARACTERIZAÇÃO DO OBJETO, SENDO JURIDICAMENTE
POSSÍVEL, ALÉM DO RESTABELECIMENTO, A REALIZAÇÃO DE
ADITAMENTOS PARA NOVOS ACRÉSCIMOS OU SUPRESSÕES,
OBSERVADOS OS LIMITES LEGAIS PARA ALTERAÇÕES DO OBJETO
EM RELAÇÃO AO VALOR INICIAL E ATUALIZADO DO CONTRATO."

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Restabelecimento
de quantitativos

1 – Deve ser demonstrado que o objeto contratual não


restará desnaturado em razão da alteração pretendida;
2 - Para tanto a administração deve demonstrar que o acréscimo
pretendido envolve o mesmo item anteriormente suprimido;
3 – Deve ser observado o valor unitário pactuado e que seja
compatível com a realidade de mercado;
4 – Não pode ocorrer “jogo de planilha”; e
5 – Deve ser observado o limite previsto no art. 65, § 1o da Lei n°
8.666, de 1993.

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Equilíbrio econômico-financeiro do contrato

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✓ O equilíbrio econômico-financeiro é a igualdade formada, de um
lado, pelas obrigações assumidas pelo contratante no momento do
ajuste e, do outro lado, pela compensação econômica que lhe
corresponderá.

Encargos = Remuneração

✓ Fixada quando da apresentação da proposta pelo licitante, essa


relação não pode ser quebrada ➔ art. 37, inciso XXI, da CRFB.

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EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
DEFINIÇÃO
PREVISTA EM
LEI

16
14
12
10
8
6
4
2 MANUTENÇÃO DAS
CONDIÇÕES EFETIVAS
0
2014 2015 2016 2017
DA PROPOSTA

EQUILÍBRIO CUSTO PREÇO

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INSTRUMENTOS LEGAIS PARA A MANUTENÇÃO DO
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO

❑ ORDINÁRIO:
✓ REAJUSTE OU REAJUSTAMENTO:
➢ Reajuste em sentido estrito;
➢ Repactuação.

❑ EXTRAORDINÁRIO:
✓ REVISÃO.

- Fato ou ato da Administração;


- Revisão em razão de encargos legais;
- Alea econômica em sentido amplo.

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INSTITUTO REVISÃO REAJUSTE REPACTUAÇÃO

OBJETIVO Recomposição de custos Restabelecer poder aquisitivo Alcançar valor de mercado.


da moeda ou insumos.

Art. 37, XXI, Constituição Federal. Art. 92, V, §§ 3º e § 4º da Lei Arts. 92, § 4º e 135 da Lei nº
EMBASAMENTO Alínea “d”, Inciso II, art. 124 nº 14.133/2021 e 14.133/2021 e
LEGAL da Lei nº 14.133/2021. Lei nº 10.192/01 Lei nº 10.192/01

PERIODICIDADE
Não há. Anual Anual

ÍNDICE
PREDEFINIDO Não Sim Não
Contagem das
anualidades -
reajuste

Art. 25.
§ 7º Independentemente do prazo de duração
do contrato, será obrigatória a previsão no
edital de índice de reajustamento de preço,
com data-base vinculada à data do orçamento
estimado e com a possibilidade de ser
estabelecido mais de um índice específico ou
setorial, em conformidade com a realidade de
mercado dos respectivos insumos.

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Repactuação

Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com


regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com
predominância de mão de obra serão repactuados para manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro, mediante demonstração analítica
da variação dos custos contratuais, com data vinculada:
I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do
mercado;
II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a
proposta esteja vinculada, para os custos de mão de obra.

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Ainda sobre
anualidade

§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado


da data da apresentação da proposta ou da data da última repactuação.
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quantas forem
necessárias, observado o princípio da anualidade do reajuste de preços da
contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a variação
de custos que tenham sua anualidade resultante em datas diferenciadas, como os
decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos necessários à
execução dos serviços.
§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a
repactuação a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser dividida
em tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos de
trabalho das categorias envolvidas na contratação.

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Só as questões
trabalhistas
vinculam

Art. 135, § 1º A Administração não se vinculará às


disposições contidas em acordos, convenções ou
dissídios coletivos de trabalho que tratem de matéria
não trabalhista, de pagamento de participação dos
trabalhadores nos lucros ou resultados do contratado,
ou que estabeleçam direitos não previstos em lei, como
valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou
previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.

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CCT que só se
destine à ADM PUB

§ 2º É vedado a órgão ou entidade


contratante vincular-se às disposições
previstas nos acordos, convenções ou
dissídios coletivos de trabalho que tratem
de obrigações e direitos que somente se
aplicam aos contratos com a
Administração Pública.

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Preclusão?

Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o


reconhecimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em
que será concedida indenização por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do
contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta
Lei.

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Extinção do
contrato
administrativo
Extinção do
contrato

╸ O fim esperado do contrato é a sua extinção


pela conclusão ou execução do seu objeto,
que ocorre quando as partes contratantes
cumprem perfeitamente as cláusulas do
contrato.

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Responsabilidade
pós-eficacial

╸ ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 51:


╸ "A garantia legal ou contratual do objeto tem prazo de
vigência próprio e desvinculado daquele fixado no contrato,
permitindo eventual aplicação de penalidades em caso de
descumprimento de alguma de suas condições, mesmo
depois de expirada a vigência contratual."

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Tipos de
rescisão do
contrato
I - determinada por ato II - consensual, por acordo
unilateral e escrito da entre as partes, por
Administração, exceto no conciliação, por mediação
caso de descumprimento ou por comitê de resolução
decorrente de sua própria de disputas, desde que haja
conduta; interesse da Administração;

III - determinada por


decisão arbitral, em
decorrência de cláusula
compromissória ou
compromisso arbitral, ou
por decisão judicial.

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Unilateral (lei
8.666)

╸ a) “culpa” do contratado – incisos I ao XI e XVIII do


art. 78 da Lei nº 8.666/1993 – inadimplemento ou
inexecução do contrato.

╸ b) por interesse público – inciso XII do art. 78 da Lei


nº 8.666/1993.

╸ c) pela ocorrência de caso fortuito ou força maior


– inciso XVII do art. 78 da Lei nº 8.666/1993

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Rescisão
amigável

╸ A rescisão amigável do contrato sem a devida


comprovação de conveniência para a administração,
e de que não restaram configurados os motivos
para a rescisão unilateral do ajuste, configura
irregularidade, por afrontar o disposto no art. 79,
inciso II, da Lei nº 8.666/1993. (Acórdão nº
740/2013 - Plenário)

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Rescisão judicial

╸ 1) alternativa à contratada às situações


dos Incisos XIII a XVI (culpa da
administração) e que não tenha sido
reconhecida pela administração.
AGU
Conclusões na Lei
8.666/93

╸ O contratado, na Lei 8.666 só rescindia o


contrato se a Administração autorizasse ou se
obtivesse decisão judicial que autorizasse.

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Formas inovadoras
de rescisão do
contrato
administrativo

╸ Art. 22.
╸ § 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada
pela matriz de riscos, especialmente quanto:
╸ (...)
╸ II - à possibilidade de resolução quando o sinistro
majorar excessivamente ou impedir a continuidade
da execução contratual;

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Direito do
contratado (culpa
da Administração)
╸ Art. 137.
╸ § 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas
seguintes hipóteses:
╸ I - supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras que acarrete modificação do valor inicial
do contrato além do limite permitido no art. 125 desta Lei;
╸ II - suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 3 (três) meses;
╸ III - repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do pagamento obrigatório de
indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas;
╸ IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de
pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos;
╸ V - não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área, local ou objeto, para execução de obra,
serviço ou fornecimento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto, inclusive devido a atraso ou
descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração relacionadas a desapropriação, a
desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental.

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Continuação

╸ § 3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e IV do § 2º deste artigo


observarão as seguintes disposições:
╸ I - não serão admitidas em caso de calamidade pública, de grave perturbação da ordem
interna ou de guerra, bem como quando decorrerem de ato ou fato que o contratado tenha
praticado, do qual tenha participado ou para o qual tenha contribuído;
╸ II - assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento das
obrigações assumidas até a normalização da situação, admitido o restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, na forma da alínea “d” do inciso II do caput do
art. 124 desta Lei.

╸ Incremento da consensualidade!!!

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Recebimento provisório e definitivo

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Liquidação

✓ A despesa pública passa por três etapas: o empenho, a


liquidação e o pagamento.

✓O simples empenho não autoriza o pagamento, que


somente irá ocorrer após sua regular liquidação.

✓A liquidação da despesa consiste na verificação do direito


adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.

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Liquidação

✓ A liquidação visa verificar a origem e o objeto do que


se deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se
deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

✓ Com o ateste do fiscal de contratos, a despesa é


considerada liquidada e o pagamento, que é o despacho
exarado por autoridade competente, poderá ser
efetuado.

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TCU

9.4.20. instrua seus fiscais de contrato quanto à forma de


verificar e medir a execução de serviços e o recebimento
de bens, observando os preceitos dos art. 73 e 76 da Lei nº
8.666/1993, alertando-os para a responsabilidade pessoal
pelos “atestos” emitidos;
TCU - Acórdão nº 1.330/2008 – P

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Cuidados
essenciais no
ateste da fatura
1. Deve-se evitar a prática do atesto “a distância”. AC-2507-
Na hipótese de aceitação de proposta fora das especificações do
edital e pagamento por bens desconformes, diante de atesto e
39/11-P liquidação indevida da despesa, cabe multa por grave infração à
2. É importante
norma legal.
verificar- JOSÉ
AC-7870-32/11-1 a conformidade
MÚCIO MONTEIRO do que foi cotado e
do que está sendo entregue (gênero e marca). AC-0536-
07/11-P
3. É irregular o recebimento de equipamento diverso do
indicado na proposta, sem atestação de equivalência
técnica. AC-0558-09/10-P

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TCU

A ausência de competência do agente


público para a efetivação do
recebimento dos produtos enseja
nulidade absoluta da liquidação de
despesa.
AC-2293/09-1 - VALMIR CAMPELO

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Art. 50 IN 5

I - o recebimento provisório será realizado pelo fiscal técnico, fiscal


administrativo, fiscal setorial ou equipe de fiscalização, nos seguintes termos:
a) elaborar relatório circunstanciado, em consonância com assuas atribuições,
contendo o registro, a análise e a conclusão acercadas ocorrências na execução
do contrato e demais documentos que julgarem necessários, devendo
encaminhá-los ao gestor do contrato para recebimento definitivo; e
b) quando a fiscalização for exercida por um único servidor, o relatório
circunstanciado deverá conter o registro, a análise e a conclusão acerca das
ocorrências na execução do contrato, em relação à fiscalização técnica e
administrativa e demais documentos que julgar necessários, devendo
encaminhá-los ao gestor do contrato para recebimento definitivo;

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Art. 50 IN 5

II - o recebimento definitivo pelo gestor do contrato, ato que concretiza o ateste da


execução dos serviços, obedecerá às seguintes diretrizes:
a) realizar a análise dos relatórios e de toda a documentação apresentada pela
fiscalização técnica e administrativa e, caso haja irregularidades que impeçam a
liquidação e o pagamento da despesa, indicar as cláusulas contratuais pertinentes,
solicitando à contratada, por escrito, as respectivas correções;
b) emitir termo circunstanciado para efeito de recebimento definitivo dos serviços
prestados, com base nos relatórios e documentação apresentados; e
c) comunicar a empresa para que emita a Nota Fiscal ou Fatura com o valor exato
dimensionado pela fiscalização com base no Instrumento de Medição de Resultado
(IMR), observado o Anexo VIII-A ou instrumento substituto, se for o caso.

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DO RECEBIMENTO
DO OBJETO DO
CONTRATO
Art. 140. O objeto do contrato será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das
exigências de caráter técnico;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais;
§ 3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimentos provisório e
definitivo serão definidos em regulamento ou no contrato.

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Do pagamento

147
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Pagamento

✓O pagamento representa a última fase da execução


da despesa.

✓ O prazo para a administração efetuar o pagamento é


estabelecido no instrumento convocatório e no contrato.

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Prazo para
pagamento

✓ Esse prazo deve representar o tempo necessário para que a


administração realize todos os trâmites internos para efetuar o pagamento à
empresa contratada.

✓A Lei nº 8.666/1993: Art. 5o, § 3o – em, até, 5 dias úteis do


recebimento da fatura; art. 40, inciso XIV, alínea “a” - o prazo de
pagamento não pode ser superior a 30 dias, do final do período de
adimplemento.

✓ A IN nº 5/2017, Anexo XI, prevê prazo de 5 dias úteis subsequentes


ao recebimento da NF/Faturada para os casos do limite do 24, II da
LLCA, ou 30 dias contados do recebimento da NF/Fatura para os demais
casos.

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Qual o prazo na
nova lei?

Art. 137.
§ 2º O contratado terá direito à extinção do
contrato nas seguintes hipóteses:
IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado
da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou
de parcelas de pagamentos devidos pela
Administração por despesas de obras,
serviços ou fornecimentos;

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Cláusulas
obrigatórias

Art. 92, V (reproduz o art. 55, III) - o preço e as condições de


pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do
reajustamento de preços e os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e
a do efetivo pagamento;

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Novidades

1. Ordem cronológica de pagamento


2. Pagamento imediato do controverso
3. Antecipação do pagamento

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4 listas

Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será


observada a ordem cronológica para cada fonte
diferenciada de recursos, subdividida nas seguintes
categorias de contratos:
I - fornecimento de bens;
II - locações;
III - prestação de serviços;
IV - realização de obras.

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Alteração da
ordem

§ 1º A ordem cronológica referida


no caput deste artigo poderá ser alterada,
mediante prévia justificativa da autoridade
competente e posterior comunicação ao
órgão de controle interno da Administração e
ao tribunal de contas competente,
exclusivamente nas seguintes situações:

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Pagamento
antecipado

Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou total, relativo a parcelas
contratuais vinculadas ao fornecimento de bens, à execução de obras ou à prestação de
serviços.
§ 1º A antecipação de pagamento somente será permitida se propiciar sensível economia de
recursos ou se representar condição indispensável para a obtenção do bem ou para a
prestação do serviço, hipótese que deverá ser previamente justificada no processo licitatório e
expressamente prevista no edital de licitação ou instrumento formal de contratação direta. (vide
124, II, C)
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adicional como condição para o
pagamento antecipado.
§ 3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o valor antecipado deverá ser
devolvido.

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Teoria das nulidades nos contratos administrativos

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Trilha de
temas
╸ 1) contextualização inicial
╸ 2) Teoria tradicional de nulidades (contextualizada com a lei
8.666/93)
╸ 3) convalidação
╸ 4) conversão
╸ 5) saneamento
╸ 6) Lindb
╸ 7) lei 14.133, de 2021
╸ 8) questões aplicadas

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Bibliografia
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos Administrativos. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 1993
ZANCANER, Weida. Convalidação dos atos administrativos. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo,
Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Administrativo e Constitucional. Vidal Serrano Nunes
Jr., Maurício Zockun, Carolina Zancaner Zockun, André Luiz Freire (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/8/edicao-1/convalidacao-dos-atos-
administrativos
FREIRE, ANDRÉ LUIZ. Manutenção e retirada dos contratos administrativos inválidos. São Paulo: Malheiros
Editores, 2008.
TEIXEIRA JÚNIOR, Flávio Germano de Sena; NÓBREGA, Marcos. A Teoria das Invalidades na nova lei de Contratações Públicas e
o equilíbrio dos interesses envolvidos. Revista Brasileira de Direito Público – RBDP, Belo Horizonte, ano 19, n. 72, p. 117-141,
jan./mar. 2021. p. 131.
DE PALMA, Juliana Bonarcosi. A proposta de Lei da Segurança Jurídica na Gestão e do Controle Públicos e as
pesquisas acadêmicas. Disponível em http://sbdp.org.br/wp/wp-content/uploads/2019/06/LINDB.pdf .

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Reflexões

╸ Ao encaminharmos para anulação um


contrato que ostente mero vício formal,
estamos preservando a legítima confiança
do particular que contratou com o
Estado?

╸ Qual o reflexo disso no custo dos futuros


contratos?

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16/09/2022

Luís Cabral de
Moncada

“A rigidez do regime jurídico das invalidades administrativas adaptava-se


bem a uma conjuntura em que a Administração actuava pouco mas
quando o fazia era pela via unilateral e executória, máxime policial, e de
modo agressivo da esfera jurídica do particular súdito. Ora, hoje a
Administração entra em relações muito mais complexas com os
particulares a tender para uma cada vez mais nítida paridade a pedir
adequada tutela e de que resultam até efeitos atendíveis exteriores
aos que afectam as entidades diretamente intervenientes. O regime
jurídico das invalidades deve ser assim construído de modo diversificado
e os respectivos efeitos devem ser equacionados numa perspectiva
abrangente que se não fica pela simples consideração da relação entre
as entidades diretamente visadas”

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Legalidade e
segurança jurídica

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Elementos da
segurança jurídica

╸ 1) Objetiva: a irretroatividade dos atos do Estado


(inclusive legislativos), dizendo respeito à proteção ao
direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa
julgada.

╸ 2) Subjetiva: se traduz na proteção à confiança das


pessoas nos mais diferentes aspectos das suas
interações com o Estado.

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LINDB

╸ Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer


interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo
dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional,
equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)

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16/09/2022

LINDB

╸ Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver
completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com
base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações
plenamente constituídas.
╸ Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações
contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa
majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
conhecimento público.

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Princípio da
Segurança jurídica?

╸ No Estado liberal, a segurança conferida pelo direito era a


segurança da legalidade. A segurança jurídica, então, era
sinônimo de segurança através do direito.

╸ Tal conceito formalista de segurança jurídica, porém, não


sobreviveu à constatação de que o próprio direito não
constitui em si mesmo uma ordem segura. Desse modo,
hoje, para que o direito possa ser um instrumento de
segurança social, é necessário antes cuidar da segurança
interna do próprio direito

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Controle. Agente
de segurança?

╸ Marcus André Melo e Carlos Pereira – apontam que


uma das principais causas do expressivo
desenvolvimento da democracia brasileira em relação
aos seus vizinho sul-americanos ao longo das últimas
décadas foi a existência de órgãos de controle da
Administração Pública independentes e qualificados,
como o Poder Judiciário, Ministério Público e os
Tribunais de Contas.
╸ O deficit de legitimidade democrática dos espaços de poder nos órgãos públicos pode justificar
uma atuação judicial mais intensa (não deferente), especialmente quando se estiver diante de
temas juridicamente sensíveis

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16/09/2022

Excesso de
controle?

╸ Decreto-lei 200/67
╸ Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante
simplificação de processos e supressão de contrôles que se
evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja
evidentemente superior ao risco.
╸ “Accontability overload”
╸ Em excesso, o controle pode fazer com que o gestor público ignore
novas oportunidades – José Vicente Mendonça
╸ Analysis paralysis – Em especial no ambiente regulatório que
envolve juízos complexos e prospectivos.

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Contratos
administrativos e a
classificação das
invalidades

licitacaoecontrato.com.br 16/09/2022
Histórico do
sistema de
invalidades

1) não existe (e nem nunca existiu) a unificação legislativa


do regime jurídico dos atos inválidos.

2) Em 1965 a Lei nº 4.717 (Ação popular) tratou dos atos


nulos e anuláveis, sem conferir tratamento jurídico
diferenciado para as duas figuras.

16/09/2022
licitacaoecontrato.com.br
Histórico do
sistema de
invalidades
╸ 3) OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO: utilizou a
teoria das invalidades dos atos de direito privado,
adaptando-a ao direito administrativo, sob o argumento
de que se tratava de teoria geral do direito.

16/09/2022
licitacaoecontrato.com.br
Histórico do
sistema de
invalidades

╸ 4) SEABRA FAGUNDES: Afasta a classificação


do direito privado em atos nulos e anuláveis,
tendo em vista o princípio do interesse
público. Para ele os atos inválidos podem ser
diferenciados em:
╸ 1) absolutamente insanáveis (nulos),
╸ 2) relativamente inválidos (anuláveis) e
╸ 3) atos irregulares.

licitacaoecontrato.com.br 16/09/2022
Histórico do
sistema de
invalidades

5) CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:

A) atos inexistentes:

B) atos nulos:

C) Atos anuláveis:

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atos
inexistentes.
╸ “condutas criminosas ofensivas a direitos fundamentais
da pessoa humana, ligados à sua personalidade ou
dignidade intrínseca e, como tais, resguardados por
princípios gerais de Direito que informam o
ordenamento jurídico dos povos civilizados”
╸ Ex: ordem para torturar preso, das instruções destinadas
a regular o trabalho escravo

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Atos nulos

╸ 1) que foram assim indicados pela lei. São


inconvalidáveis por vontade do legislador; ou
Ex: Arts. 7º, § 6º, 14, 17, § 4º, 50, 60, Parágrafo único, da Lei
nº 8.666, de 1993.

╸ 2) os inconvalidáveis em razão do vício estar


localizado em elementos do ato não passíveis de
convalidação (Finalidade, Motivo e Objeto)

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Anuláveis

╸ 1) que a lei assim declarar;


╸ 2) os que admitem convalidação:
╶ 2.1) ao sujeito (desde que não se trata de
competência exclusiva),
╶ 2.2) àArt.
formalização
87. (...) e
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
╶ 2.3) aos requisitos
competência procedimentais
exclusiva do Ministro de Estado, ...(que não
desvirtuem a finalidade da licitação).

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Atos irregulares

╸ Os que possuem vícios irrelevantes,


(formalização defeituosa).
╸ Não atingem a segurança jurídica e as
Lei nº 8.666, de 1993
garantias dos administrados.
Art. 40 (...)
o
§ 1 O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e

╸ sua ofensa
licitação, enão leva à cópiasinvalidade
integrais ou do
assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de
dele extraindo-se resumidas, para sua

ato.
divulgação e fornecimento aos interessados.

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16/09/2022

Lei 8666/1993

╸ Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera


retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já
produzidos.

╸ Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de


indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em
que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa.

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Legalidade e
segurança jurídica

╸ Súmula 473 - STF


╸ A administração pode anular seus próprios atos,
II - "A regra enunciada no verbete nº 473 da Súmula do STF deve
quando
ser entendidaeivados
com algumde vícios que
temperamento: no atualosestágio
tornamdo ilegais,
porque deles
direito brasileiro, não se originam
a Administração pode declarardireitos; ouseus
a nulidade de revogá-los,
próprios atos, desde que, além de ilegais, eles tenham causado
por
lesão aomotivo
Estado, sejam de insuscetíveis
conveniência ou oportunidade,
de convalidação e não
respeitados
tenham servido de os direitos
fundamento a atoadquiridos, e em
posterior praticado ressalvada,
outro em
plano de competência. (REsp 300.116/SP, Rel. Ministro
todos
HUMBERTO os casos,
GOMES DE a apreciação
BARROS, PRIMEIRAjudicial.
TURMA, julgado
em 06/11/2001, DJ 25/02/2002, p. 222)

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Das formas de
manutenção do
contrato
administrativo

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André Luiz
Freire
╸ não há que se falar em competência discricionária para
manter ou retirar os atos administrativos inválidos (unilaterais
ou bilaterais). O agente público não pode escolher, fundado
em critérios subjetivos, qual medida será adotada em face de
um ato inválido.

╸ princípio da conservação dos atos jurídicos.


╸ Sérgio Ferraz, Adilson Abreu Dallari e Weida Zancanner

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Lei nº 9.784, de
1999.

╸ Art. 55. Em decisão na qual se


evidencie não acarretarem lesão ao
interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem
defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria
Administração.

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Cogência de
conduta

╸ A flexão verbal “poderão”, aí utilizada, significa a


expressa atribuição de um poder-dever: “expressa”
porque sempre existiu, mesmo antes da lei; “poder-
dever” porque a convalidação é emanação direta dos
princípios da legalidade e da segurança jurídica, não
remanescendo, destarte, margem de volição para o
agente administrativo.

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Edmir Netto de
Araújo

╸ (...) não há um dever de convalidar o ato anulável, mas o


dever de recompor a legalidade ferida, o que se faz tanto
fulminando o ato viciado quanto convalidando-o, e esta
opção, como se viu, é discricionariamente voltada à
melhor solução para o Direito, com vistas ao
cumprimento do fim específico de interesse público do
ato em revisão, pois o fim especial do novo ato é o
resguardo da ordem jurídica.

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TCU

╸ É facultada ao gestor, dentro da sua esfera de discricionariedade, a


escolha entre anular todo o procedimento licitatório, nos termos do art.
49 da Lei 8.666/1993, ou invalidar apenas os atos insuscetíveis de
aproveitamento e retomar o certame no momento imediatamente
anterior ao ato ilegal, em analogia ao art. 4º, inciso XIX, da Lei
10.520/2002. No primeiro caso, oportuniza-se a correção de todas as
falhas encontradas na licitação. No segundo, aproveita-se parte dos
atos nela praticados, diminuindo o comprometimento das atividades
essenciais de quem contrata.
╸ AC-3092/14-P - BRUNO DANTAS
╸ AC-0637/17-P - AROLDO CEDRAZ

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Espécies
O
Ex:prazo decadencial
Adjudicação a ser observado
equivocada à segundapelacolocada,
Administração no
por uma
exercício
diferença de da 701
autotutela (art. as
reais entre 54 propostas,
da Lei 9.784/1999), com
num total anual
╸ vistas à anulação
1) Convalidação;
de 15 milhões,
licitatório, tem como
de ato
em razão
termo
de praticado
inicial a data
em procedimento
erro no cálculo
do
do custo de
respectivo ato,
transporte.
salvo no casolado,
Por outro de interposição ╶
o objeto, dealimentação
recurso, hipótese
de emFormas
que o ativas de manutenção
pacientes
termo inicialnão
passa a ser do ato
finalinválido
serasuspenso,
data da decisão sobre o
╸ internados,
2) Conversão;
recurso.
poderia sem grave prejuízo à

higidez dos(art.

pacientes.
170 CC)
Ex: ausênciaPlenário
1803/2016 – Bruno Dantasescrita do contratado
de manifestação
declarando interesse
Conceito jurídico na prorrogação do prazo de vigência de
indeterminado
╸ 3) Saneamento Forma passiva celebra o termo aditivo

um contrato, mas que posteriormente
3.1) Decadência – art. 54 da Lei nº 9.784, de 1999

de prorrogação.
3.2) Prejuízo com a retirada superior ao gerado pela manutenção do ato
inválido - 4911/2015 - Primeira Câmara
╶ 3.3) Manifestação do destinatário do ato

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Da
convalidação

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Da convalidação
como pressuposto
para anulação

╸ 1) etapa preliminar à invalidação


╸ 2) cabível quando o vício atingir
╶ a) Competência;
╶ b) Formalidade;
╶ c) Procedimento.
╸ 3) vicio neste elementos que gere prejuízo deveria
ser tratado de modo diferente?
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Limites à
convalidação

╸ 1) que o ato não esteja sob a apreciação do


judiciário ou do órgão de controle externo;
╸ 2) que não tenha ocorrido a decadência
(saneamento – dever de abstenção)
╸ 3) o ato viciado for restritivo à esfera jurídica dos
administrados e foi impugnado pelo interessado;

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Conversão

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CC

╸ Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de


confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
╸ Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver
os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a
que visavam as partes permitir supor que o teriam
querido, se houvessem previsto a nulidade.
╸ Tem papel no âmbito dos contratos administrativos?

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Saneamento

╸ Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
╸ § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
╸ § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer
medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.

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TCU

╸ O perigo de dano ao erário pode justificar a convalidação de atos irregulares,


a exemplo de ilícita desclassificação de propostas de licitantes, de forma a
preservar o interesse público, pois a atuação do Poder Público não pode
ocasionar um dano maior do que aquele que objetiva combater com a
medida administrativa.
╸ AC-5431/17-2 - ANA ARRAES
╸ O perigo de dano ao erário pode justificar a convalidação de atos irregulares,
a exemplo de ilícita desclassificação de propostas de licitantes, de forma a
preservar o interesse público. A atuação do Poder Público não pode
ocasionar um dano maior que aquele que objetiva combater com a medida
administrativa.
╸ AC-4911/15-1 - WALTON ALENCAR RODRIGUES

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Da lei 14.133, de
2021

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Das nulidades ex
lege na lei
14.133/2021

╸ Art. 76
╸ § 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu
cumprimento e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade do
ato, dispensada a licitação em caso de interesse público
devidamente justificado.

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Das nulidades ex
lege na lei
14.133/2021

╸ Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações


Públicas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do
contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes
prazos, contados da data de sua assinatura:
╸ (...)
╸ § 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia
a partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos
previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de
nulidade.

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Das nulidades ex
lege na lei
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╸ Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas


seguintes hipóteses, em que a Administração poderá substituí-lo
por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço:
╸ (...)
╸ § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de
valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

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Das nulidades ex
lege na lei
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╸ Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização


adequada de seu objeto e sem a indicação dos créditos
orçamentários para pagamento das parcelas contratuais
vincendas no exercício em que for realizada a contratação, sob
pena de nulidade do ato e de responsabilização de quem lhe
tiver dado causa.

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LINDB

╸ Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,


serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais
do gestor e as exigências das políticas públicas a seu
cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados. (Regulamento)
╸ § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias
práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado
a ação do agente.

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Nulidades legais X
as condicionantes
do caso concreto

╸ Prevalecerá a aplicação da
norma estrita (doutrina) ou o
caso concreto poderá ser
levado em consideração (art.
22, § 1º da LINDB) ?

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Art. 147, Caput

╸ Art. 147. Constatada irregularidade no


procedimento licitatório ou na execução
contratual, caso não seja possível o
saneamento, a decisão sobre a suspensão
da execução ou sobre a declaração de
nulidade do contrato somente será adotada
na hipótese em que se revelar medida de
interesse público, com avaliação, entre
outros, dos seguintes aspectos:

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LINDB

╸ Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão.
╸ Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida
imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
inclusive em face das possíveis alternativas.

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Do saneamento
dos autos

Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos


os recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado
à autoridade superior, que poderá:
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades;
II - revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade;
III - proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável;
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação.

§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressamente


os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os
subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

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Logo....

╸ 1) defeitos no procedimento deveriam ser saneados na fase do encerramento da


licitação;
╸ 2) no procedimento adjudicatório, salvo motivo relevante, não se deve convalidar o
ato, mas repeti-lo. Razões:
╶ 2.1) dever de observância do procedimento (administração)
╶ 2.2) direito público subjetivo dos participantes (art. 4 da Lei 8.666/93 e 11 da
Lei 14.133/21)
╶ 2.3) reduzido prejuízo ao interesse público na repetição do ato (em regra)
╶ 2.4) Positivista: o art. 71, I mais especifico que o art. 174, determina a repetição
dos atos irregularidades (critério topográfico)
3) Se não for detectado no art. 71 (e não houver impugnação do interessado), aplica-se
o art. 147

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Então... (art. 147)

╸ 1) o saneamento do art. 71 não foi suficiente para


impedir a comunicação da irregularidade ou então a
nulidade surgiu no contrato celebrado entre as
partes
╸ 2) a convalidação da irregularidade foi descartada
(vício na Finalidade, Motivo e Objeto)
╸ 3) a administração precisa ponderar onde está o
interesse público....

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Aspectos a serem
considerados

╸ I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios


do objeto do contrato;
╸ II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorrentes do atraso
na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
╸ III - motivação social e ambiental do contrato;
╸ IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
╸ V - despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já executados;

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Aspectos a serem
considerados

╸ VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;


╸ VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade para o saneamento dos
indícios de irregularidades apontados;
╸ VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos, dos convênios, das
obras ou das parcelas envolvidas;
╸ IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da paralisação;
╸ X - custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;
╸ XI - custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação

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A administração
pode (art. 147, PU):

╸ 1) continuar o contrato + pagar perdas e danos? e apurar


responsabilidade e penalidades cabíveis (nulidade provocada pelo
contratado?) – se a anulação não se revelar medida de interesse
público?
╸ Perguntas:
╸ A) a manutenção do contrato quase sempre não seria vantajosa?
╸ B) ao manter o contrato precisa demonstrar objetivamente os
custos das duas alternativas?
╸ C) em que casos o gestor não poderá utilizar o art. 147, PU?
╸ D) pagar perdas e danos para quem?

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Pode também:

╸ 2) declarar a nulidade, mas, com


fundamento na continuidade da
atividade administrativa, conferir
efeitos ex nunc à decisão nulificante,
mantendo o contrato por 6 meses + 6
meses (art. 148, § 2º

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Também:

╸ Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá análise prévia do interesse público envolvido, na
forma do art. 147 desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que o contrato deveria
produzir ordinariamente e desconstituindo os já produzidos.
╸ § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será resolvida pela indenização por
perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis. XXX

╸ Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever


de indenizar o contratado pelo que houver executado até a
data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por
outros prejuízos regularmente comprovados, desde que não
lhe seja imputável, e será promovida a responsabilização de
quem lhe tenha dado causa.

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Como gradar?

╸ 1) continuar o contrato nulo: interesse público


╸ 2) manter o contrato por 12 meses: serviços e fornecimentos
contínuos
╶ Art. 6º XV - serviços e fornecimentos contínuos: serviços
contratados e compras realizadas pela Administração Pública
para a manutenção da atividade administrativa, decorrentes
de necessidades permanentes ou prolongadas;
╸ 3) efeitos retroativos: os demais casos. Quais são mesmo?

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Apontamentos
finais

O sistema normativo vago e com comandos amplos exige o juízo técnico para a tomada de decisão
em sociedades complexas.
A constitucionalização do direito e a implementação de conceitos jurídicos indeterminados –
administrar não é mais aplicar a lei de ofício (como preconizava Seabra Fagundes)
Redução da supremacia do interesse público e da discricionariedade do gestor (pressupõe buscar
o ponto ótimo de eficiência, não envolvendo espaço para juízo de conveniencia e oportunidade.)
O ônus argumentativo dos decisores públicos
A legitimação pelo “consenso democrático” esbarra com a cultura excessivamente positivista do
nosso Direito.
Papel do “AIR” para reduzir o grau de judicialização das decisões administrativas.

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Obrigado!
Entre em contato
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