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— MATERIAL DIDATICO INTRODUGAO A NEUROLOGIA FACULDADE Procree Wunica @& Pro RESUMO DA UNIDADE Esta unidade analisara os principios basicos do sistema netvoso e a apresentagao de algumas de suas partes mais importantes ligadas ao processamento ¢ o funcionamento cerebral. Apresentar nogdes de anatomia cerebral e suas correlagdes funcionais permitem um entendimento mais aprofundado dos quadros neurolégicos @ psiquidtricos que so mais predominantes na clinica neuropsicopedagégica. Entender particularidades @ as sutilezas relacionadas ao neurodesenvolvimento permitem uma melhor compreensdo dos fenémenos psiquicos e do entendimento das formas de comunicagao neuronal. Apés esses conhecimentos, o profissional terd um olhar mais refinado @ criterioso referente a observagéio mais acurada de comportamentos ditos normais ou aqueles desviantes da norma e poder assim, entender a semiologia dos transtornos e da epidemiologia. Palavras chave: anatomia funcional sistema nervoso; nervos cranianos; fungdes € estruturas neuronais; epidemiologia e semiologia. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE FACULDADE Minas SUMARIO RESUMO DA UNIDADE.. APRESENTACAO DO MODULO. CAPITULO 1 - INTRODUGAO A NEUROLOGIA BESICA.. 1.1 NEUROLOGIA GERAL... 1.2 FUNGOES E ESTRUTURAS NEURONAIS.. 1.2.1 Atividade elétrica dos neurénios .. 1.2.2 Sinapses .sccesessssrnsnensnnsneseineneneenenente 1.2.3 Neurotransmissores .............. 1.3 FORMAS DE ABORDAGEM DA JA COGNIGAO HUMANA. 1.3.1 Psicologia cognitiva... 1.8.2 Neuropsicologia cognitiva 1.3.3 Neurocigncia cognitiva.... 1.4 INTRODUGAO PARA AS TECNICAS PARA 0 ESTUDO DO CEREBRO. 17 1.5 CIENCIA COMPUTACIONAL COGNITIVA.. CAPITULO 02 - ANATOMIA CEREBRAL.. 2.1 DIVISAO DO SISTEMA NERVOSO... 2.2 ANATOMIA FUNCIONAL DO CORTEX CEREBRAL Aspectos filogenéticos do sistema nervos: ANATOMIA DO TELENCEFALO.... Bulbo. Ponte. Mesencéfalo, Cerebelo..... NERVOS CRANIANOS.. AREAS FUNCIONAIS DO CORTEX CEREBRAL .. CAPITULO 03 - SEMIOLOGIA NEUROPSIQUIATRICA 34 SEMIOLOGIA CONCEITOS INTRODUTORIOS 3.2 DIVISOES DA SEMIOLOGIA....seesssssesssssesssesnsee 3.3 EPIDEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS.... CONSIDERAGOES FINAIS. REFERENCIAS.. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, FACULDADE Procree Wunica @& Pro APRESENTACAO DO MODULO Nesse trabalho, sera realizada a apresentagao de questdes relevantes para que © profissional da neuropsicopedagogia possa adquirir habilidades especificas dessa area, refinar seu olhar clinico e ter um maior embasamento tedrico para propor suas intervengdes e desenvolver competéncias de entendimento dos processos cognitivos que englobam o raciocinio e a transmissao de informagées via corticais. Inicialmente so apresentados alguns aspectos basicos de neurologia geral, com destaque para o funcionamento do sistema nervoso, das partes constitutivas desse sistema e das fungdes mais nobres de algumas reais mais relevantes para o bom funcionamento cognitivo. Na segunda parte sao apontadas as estruturas da anatomia geral do sistema nervoso. Demonstrando como se da divisao e subdivisdes do sistema nervoso, bem como as suas correlagdes com partes cerebrais responsaveis pelas fungdes nobres do raciocinio humano. Sao mostrados os aspectos filogenéticos do sistema nervoso e explicitadas as formas com que © organismo orquestta os estimulos externos & intemos para promover conhecimento. Nessa parte, 0s nervos cranianos tm um destaque mais relevante, pois, séio por meio deles que o corpo faz o processamento das informagdes advindas dos mundos externo e interno, Finalmente abordamos a semiologia neuropsicolégica e seu papel na coleta de dados relevantes a promocao do entendimento mais abrangente, dos sinais ¢ sintomas presentes nos mais variados transtornos neuropsicolégicos. De forma bem sucinta so apresentados alguns tépicos da epidemiologia clinica e suas particularidades. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro CAPITULO 1 - INTRODUCAO A NEUROLOGIA BESICA 1.1 NEUROLOGIA GERAL Vivernos em um mundo de constantes transformagdes e marcado por avangos nas mais variadas 4reas do conhecimento humano. Atualmente somos capazes de realizar faganhas que ha 50 anos atrés eram apenas especulagées, ou da criatividade exposta nos filmes de ficgao. Isso pode, no minimo, nos levantar algumas inquietagdes: O que nos aguarda em desenvolvimentos daqui ha mais 0 anos, tendo como base as grandes descobertas do homem? Todavia, alguns outros questionamentos, até mais relevantes, deveriam ser outra natureza: como conseguimos chegar a este avango tecnolégico e de conhecimento? A biologia, a neurologia, a pedagogia, a psicologia vém produzindo um vasto numero de publicages cientificas que, de certa forma, se inter-relacionam e respondem a alguns dos questionamentos anteriores. Produzimos muita informacao que nos permitiu avangar tecnologicamente. Entretanto, a produgdo dessas informagdes, na verdade, abriram ainda mais o leque para 0 conhecimento, mas ao mesmo tempo, nos tomaram cientes de que muito desconhecemos do que deveriamos conhecer, sobre como conseguimos realizar nossos feitos mais grandiosos. Inicialmente vamos refletir: como nés sabemos 0 que sabemos? Onde estao localizados nossos conhecimentos? Conhecemos algum ser vivo sem sistema nervoso que é capaz de aprender? Sternberg (2008) conta que uma antiga lenda indiana apresenta a figura mitolégica de “Sita", Ela era casada com um homem, mas que nutria afeigéo por outro. Os dois homens se enfrentaram e, com um golpe de espada sincronizado, ambos se decapitaram. Sita muito entristecida pela dupla perda, reza a Kali (Deus da vida), para que os traga de novo a vida. Seu pedido foi atendido, porém, com pressa para que retomassem a vida, Sita troca as cabegas dos seus dois amores. E a partir dai vive com uma constante diivida, quem era quem? Um possuindo a cabeca do outro, ou seja, um corpo com outra mente. Ela nunca mais teve como saber com quem estava. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Assim sendo, questdes que envolvem a mente @ 0 corpo jé ha muito tempo instigam as ciéncias ¢ a filosofia. Levantando questionamentos sobre: como se da a interagao entre corpo e a mente? Como somos capazes de pensar, falar, lembrar que falamos, 0 que pensamos? Quais sao as bases fisicas de nossas capacidades cognitivas'? O grande ntimero de questionamentos apresentado anteriormente evidencia que muitas respostas estao sendo buscadas por muitos pesquisadores para entender o desenvolvimento humano. E vocé agora é convidado a se debrucar sobre estas dividas e ser mais um agente pesquisador e produtor de material cientifico, sobre como a mente funciona e quais s4o as suas bases biolégicas. Segundo Eysenk (2017), estamos no terceiro milénio, e cada vez mais se multiplica a produgao cientifica sobre os mistérios do cérebro e da mente humana. E impressionante a quantidade de dados que ja se tem acesso sobre o oérebro humano, porém, ainda hd muito a se descobrir. Portanto, 0 ponto de partida sera apresentar uma introdugao sobre informagdes basicas sobre o cérebro. O cétebro, de acordo com Stemberg (2008, pg.,29), é: © 6rga0 que controla mais diretamente os pensamentos, as emogdes motivagées(...] esta no topo da hierarquia do corpo, come um chefe, com Varios outros Srgaos respondendo a ele. Contudo, como qualquer bom chefe; escuta seus subordinados e € influenciado por ele, que sao os 6rgtios do corpo. Dessa forma cérebro é tanto diretivo como reativo. O velo condutor dessa comunicagao entre corpo ¢ oérebro e vice versa se dé pelo Sistema Nervoso (SN). Ele 6 a base da aptidao para perceber, adaptar & interagir com 0 mundo. A base estrutural do SN esta sustentada nos — Neurénios- que so células neurais individuais, que transmitem sinais elétricos de um local para outro do SN. A maior concentragaio de neurénios estd no Neosdrtex do cérebro. O cértex & a parte associada as cognicées mais complexas (responsavel pela capacidade para aprender conceitos, simbolos e concatenar ideias novas com outras jé aprendidas). Sabe-se hoje que o homem possui em toro de cem bilhdes de neurénios. Sua organizagao tende a ser similar a uma rede interligada, trocando informagdes e promovendo uma diferenciada gama de processamento de informagGes (Sternberg, 2008). "processos internos envolvidos em extrair sentido do ambiente @ tomada de decisao de forma apropriada. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, CULDADE Seer tbo NS QWUNICA SAIBA MAIS! LENT, Roberto. Cem bilhées de neurénios: conceitos fundamentais de neurociéncia. In:Cem bilhdes de neurénios: conceitos fundamentais de neurociéncia. 2° Ed Atheneu, Ru. 2004. 1.2 FUNCOES E ESTRUTURAS NEURONAIS Os neurénios possuem variagées em sua estrutura, mas basicamente possuem quatro partes, como ilustrado na figura 1: Figura 1 ~ Diagrama representativo cle um neurénio. As setas vermelhas repre propagacao do impuleo nervoso pela eélula neural Diagrama de um neurénio ~y Dendritos Terminais axonais Bainha de mielina Niicleo Nédulos de Ranvier f_Axinio Ao proximo neurdnio Diréeao do impulso Fonte: Bontim, (aid) Neste diagrama do neurénio 6 demonstrada a forma de condugio das informagdes, do ponto de vista neuronal. Quanto as suas partes e fungdes, observe abaixo: - Nuicleo celular neurénio (chamado também por soma), 6 composto pelo nucleo e citoplasma (membrana que envolve a célula). Ele realiza as fungdes metabdlicas, promove a sintese proteica e reprodutiva da célula. O nUicleo mantém a vida do neurénio e faz a ligagao entre os dendritos e as terminagdes axonais. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro O citoplasma do corpo celular recebe também o nome de pericario. O corpo celular é 0 centro metabdlico do neurénio, responsdvel pela sintese de todas as proteinas neuronais, assim como pelos processos de degeneragao e renovagao das partes das células. A forma e o tamanho do corpo celular so extremamente varidveis conforme o tipo do neurénio (Machado, 2014). IMPORTANTE! O veio condutor da comunicagao entre corpo e cérebro e vice versa se da pelo Sistema Nervoso (SN). Ele 6 a base de nossa aptido para perceber, adaptar & interagir com o mundo a nossa volta. A base estrutural do SN esta sustentada nos — Neurénios- que sao células neurais individuais que transmitem sinais elétricos de um local para outro do SN Do corpo celular partem os prolongamentos neuronais (dendritos ¢ axénio, vistos a seguir) e sio os locais de recep¢ao de estimulos através de contatos sinapticos, conforme sera discutido no item 1.1.3 (ver abaixo). - Dendritos: De acordo com Machado e Haertel (2014) os dendritos ramificam-se abundantemente semelhante a uma ralz de uma Arvore. Todavia séo bem mais curtos que o axénio. Dendritos tem a especializacio de receber estimulos e os propagar ao corpo do neurénio. Na estrutura do dendrito destacamos as espinhas dendriticas, elas correspondem a uma expansio da membrana plasmatica do neurénio, Pesquisas evidenciaram que © niimero das espinhas dendriticas em algumas areas do cérebro aumentam em relacdo a estimulos do ambiente; em modelo animais mostraram que ambientes com riqueza de cores ¢ estimulos causavam alteracéo na morfologia dos dendrites, 0 que ocasionava uma maior capacidade do neurénio de fazer conexdes e realizar aprendizado. Dados em microscopia do neurénio mostraram 0 desaparecimento e 0 aparecimento de espinhas dendriticas no neurénio refletindo sobre as sinapses em algumas regides do cérebro. Tais evidéncias apontam que “o ambiente pode modificar sinapses do SNC, demonstrando sua plasticidade, que pode estar relacionada a meméria e ao aprendizado” (Machado & Haertel, 2014). Estudos tm mostrado que em criangas “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro com déficits intelectuais como na Sindrome de Down existe uma redugao no ntimero das espinhas dendriticas, dai a importancia da estimulagao precoce para aumentar a reserva cognitiva dessas criangas (Machado & Haertel, 2014). = Axénio De acordo com Machado e Haertel (2014), a maioria dos neurénios possui um prolongamento longo e fino, que emerge do corpo do neurénio. Os axénios apresentam uma grande variedade de tamanhos, que pode variar de milimetros a metros de comprimento — basta pensar que, para sentirmos dor no dedo do pé existem fibras de axénios que partem do cérebro a chegam ao pé, e mandam informagdes do pé ao cérebro para executar algum comportamento-. O axénio apés emitir seus colaterais, geralmente sofre uma arborizagao nos terminais axonais, ampliando sua capacidade de emitir informagdes pata varios neurénios. FIQUE ATENTO! Organelas celulares - Pericario comumente chamado de corpo celular ou soma 6 a parte mais abundante do cértex cerebral. Nele se encontra o nucleo e demais organelas celulares como os = Ribossomas envolvidos na sintese enzimatica ¢ responsdvel pela sintese das proteinas da célula. - Mitocondrias realizam a respiragao celular (entrada de 0 e saida de CO), utilizam © oxigénio © a glicose transformando em energia em forma de ATP (trifosfato de adenosina) que ¢ devolvido para a célula. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: MOREIRA, Catarina. Modelo Endossimbistico, Revista de Ciéncia Elementar, v. 3, n. 3, 2015. 1.2.1 Atividade elétrica dos neurénios A membrana celular faz a distingao entre dois ambientes celulares (interno € externo) @ apresenta composigées de fons préprios: no ambiente intracelular (citoplasma) existe uma predominancia de ions com carga negativas; j4 o ambiente extracelular as cargas sao positivas. Cargas intra e extracelular da membrana sao responsaveis pelo estabelecimento do potencial elétrico neuronal. © movimento dos ions, para dentro fora da membrana celular permitem a ativagéo neuronal. Ou “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro seja, a entrada de ion positivo dentro da célula e saida de ions negativos para fora e, posteriormente, sua reversao, fazendo como um movimento de onda pelo corpo do neurdnio © 0 axénio, Essas alteragdes séo denominadas fenémenos de despolarizagao e hiperpolarizagdio celular. A despolarizagéio 6 sempre excitatoria e em termos gerais, significa 0 aumento de carga negativa no citoplasma da membrana celular. Ja a hiperpolarizago ¢ fruto de uma agao inibitoria, e significa um aumento da carga negativa no lado de dentro da célula, ou 0 aumento da carga positiva do lado de fora da célula (Machado & Haertel, 2014). SAIBA MAIS! De acordo com Moreira (2013), 0 potencial de agéo neuronal é caracterizado por uma rapida alteragao do potencial elétrico do neurénio. De forma mais significativa a mudanea na coneentragao de ions de Na (Sédio) e K (potassio) dentro e fora da membrana celular. Ver na integra: MOREIRA, Catarina. Neurénio. Revista de Ciéncia Elementar, v. 1, n 1, 2013. © axénio ¢ portanto especializado em conduzir o potencial de agao na célula. Cabe ressaltar ainda que no SNC existem canais iénicos sensiveis a: potencial elétrico no neurénio, a neurotransmissores ou estimulos mecnicos, assim como de distensdo e presso, dentre outros (Machado & Haretel, 2014). 1.2.2Sinapses Os neurénios entram em contato com outros neurénios, passando-lhes @ recebendo informagées, principalmente pelos terminais axonais, sem que haja um contato direto entre eles. Os locais de troca dessas informagées é denominado de sinapseinterneural. No sistema nervoso periférico, os terminais axonais podem também relacionar-se com células nao neurais, com células musculares controlando suas fungdes. Quanto a tipificagao, as sinapses podem ser elétricas ou quimicas (Machado & Haertel, 2014). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro FIQUE ATENTO! Nas sinapses elétricas existe a comunicagao iénica, através do canais iénicos concentrados em cada uma das membranas em contato. Esses canais sao projetados no especo intercelular, de modo a estabslecer comunicagdes intercelulares, que permitem a passagem direta de moléculas pequenas, como os fons do citoplasma de uma célula para outras. Elas acontecem por exemplo, no centro respiratério situado no bulbo, e permitem o disparo de forma sincronizada dos neurénios desse local, responsaveis pela respitagaio ritmada, Ja as sinapses quimicas so a maioria em vertebradas, a comunicagao intercelular depende da liberacdo de substancias quimicas chamadas de neurotransmissores. 1.2.3 Neurotransmissores Acreditava-se até pouco tempo atrés que cada neurénio sintetizasse apenas um tipo especifico de neurotransmissor. Atualmente ja se sabe que néo ocore especializagao de neurotransmissores, ou seja, um Unico neurénio 6 capaz de sintetizar varios tipos de neurotransmissores. Os neurotransmissores sao os responsaveis pelas sinapses quimicas. A sinapse quimica ocorre via polarizagio celular, ou seja, possui neurotransmissores apenas em um dos lados da comunicagdo, nos terminais axonais entre os neurénios que sao ativados, nesse caso, ele é chamado de elemento pré-sindptico. O neurotransmissor € sintetizado no neurénio @ fica armazenado nas vesiculas sindpticas e liberado na fenda sinaptica de acordo com o tipo de informago a ser efetuada (Machado & Haretel, 2014). IMPORTANTE! Por muito tempo, a ciéncia tinha o entendimento que as vesiculas sinapticas eram produzidas apenas no pericardio, sendo posteriormente levadas até as terminagdes axonais, por meio do fiuxo axoplasmatico. Porém, na atualidade jd se tem ciéncia de que em algumas situagdes, elas podem ser produzidas na prépria terminagdo ax6nica a partir do reticulo endoplasmatico (Machado & Haertel, 2014) “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Para que haja uma perfeita comunicagao neuronal via sinapses, 6 necessario que o neurotransmissor seja rapidamente retirado da fenda sindptica. Do contrario, aconteceria a excitagao ou inibigdio da membrana por um tempo mais que o necessdrio, podendo gerar impactos negativos no processo de adaptagdo a demandas variadas. A degradagao do neurotransmissor excedente na sinapse, pode ser feita por agao de enzimas, como por exemplo a monoamina-oxidase -MAO- (utilizada em alguns medicamente antidepressivos para o tratamento de alguns tipos de depressao) no passado eram prescritas medicagdes que realizavam a inibigdo da MAO, permitindo que o neurotransmissor ficasse mais tempo na fenda sindptica e pudesse ser assimilado pelo canal pés-sinaptico, 0 que gerava a melhoria do humor. Todavia, tais medicagées inibidoras da monoamino-oxidase IMAO causavam muitos efeitos colaterais, atualmente, é raramente prescrito IMAO para tratamento da depressio, pois, existem varios outros tipos de medicagées que agem de outras formas @ com menor intensidade de efeitos colaterais (Machado & Haertel, 2014). FIQUE ATENTO! Para que haja uma perfeita comunicagao neuronal via sinapses, é necessdrio que © neurotransmissor seja rapidamente retirado da fenda sindptica. Do contrario, aconteceria a excitacdo ou inibigao da membrana por um tempo mais que o necessario podendo gerar impactos negatives no processo de adaptagao a demandas variadas. 1.3 FORMAS DE ABORDAGEM DA COGNICAO HUMANA E admiravel que a abordagem cognitiva esteja sendo cada vez mais relevante no campo das ciéncias. Nessa area, é reconhecido que os processos cognitivos exercem um papel relevante para a compreensio do desenvolvimento @ na abordagem de transtornos, das mais variadas Areas do saber, ligados a comunicagao social. Os processos cognitivos séio mecanismos internos existentes para extrair significado do ambiente e determinar qual ago é a mais apropriada para um determinado contexto, dentre esses processos destacamos a atenc’io, a percepgao, a aprendizagem, a meméria, a tomada de decisiio, o raciocinio ¢ 0 “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro pensamento. Um ponto relevante sobre o psiquismo relacionado & cognigao diz respeito as neurociéncias. Ela é uma ciéncia que busca analisar 0 comportamento das pessoas enquanto executam tarefas cognitivas. Nessa perspectiva, o termo cognigéio passa a ser entendido de forma bem abrangente, incluindo a atividade, a estrutura cerebral que entra em atividade, na tentativa de compreender a cognicao humana (Eysenck & Keane, 2017). E relevante frisar que os objetivos dos neurocientistas séio bem proximos aos dos psicdlogos cognitivos. Dessa forma, como apontam Eysenck e Keane (2017): Os neurocientistas cognitives defendem de forma convincente que precisamos estudar o cérebro, bem como © comporiamento, enquanto as pessoas esto envolvidas em tarefas cognitivas. Afinal de contas, 03 processos internos envolvides na cogni¢éo humana ocorrem no cérebro. Assim sendo, os neurocientistas cognitivos utilizam varios recursos tecnolégicos, de diferentes formas, para entender a cogni¢ao humana, que pode ser pela: Ressonncia Magnética Funcional RNMf, a Eletroencefalografia EEG ou o estudo das lesdes cerebrais na cognigéio humana. Acredita-se que os padiées de prejuizos demonstrados por pacientes com lesdes em Areas cerebrais podem ajudar a entender 0 funcionamento cerebral normal, Existem hoje, predominantemente, quatro grandes abordagens principais no estudos da cognicio, que sio a psicologia cognitiva; a neuropsicologia cognitiva; a neurociéncia cognitiva e a ciéneia cognitiva computacional (ver préximo capitulo) (Eysenck & Keane, 2017) 1.3.1 Psicologia cognitiva Segundo Eysenck e Keane (2017), no ano de 1956 no Massachusetts Institute of Tecnology — MIT-, grandes expoentes da ciéncia cognitiva fizeram exposicao muito importante sobre a cognicao e deram start para o entendimento da mente humana correlacionada com 0 modelo computacional. George Miller, falando sobre o extraordinario numero sete (ligado a meméria operacional), bem como, Newell e Simon (ver Newellet al, 1958) apresentando © General Problem Solver (solucionador geral de problemas). Nesse encontro, deu inicio a tentativa sistemdtica de compreender 0 processo de formagao de conceitos, partindo de uma perspectiva cognitiva. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, Se Beare, s (WUNICA Eysenk e Keane (2017) ressaltam que um grande efetivo de psicélogos cognitivos adotou o entendimento do processamento de informagao, a partir de uma analogia entre: mente © computador. A mente funcionando de forma similar ao software e o corpo o hardware. Nessa visao, um estimulo que poderia ser um evento ambiental, um problema ou uma tarefa, 6 apresentado ao cérebro; isso desencadearia determinados processos cognitivos na busca pela tradugéo ou percepcaio acurada do estimulo e, consequentemente, o processamento de ideias e a tomada de decisio. Veja abaixo uma versao inicial da abordagem do processamento de informagaio: Figura 02 — Processamento de informagaéo_ processamen Atencdo Percepeao to de decisio pensamentos Fonte: Eysenck e Keane, (2017 pg. 02) Um estimulo ativa fenémenos atencionais, que carecem de ser interpretados via percepgdo e processamento de pensamentos, emogdes ou modelos mentais, ¢ promove a tomada de deciséio, sobre qual a resposta ou agdo é a mais adequada aqueles determinados estimulos. Sternberg (2008) ressalta que ‘a aten¢éo 6 0 meio no qual processamos ativamente uma quantidade limitada de informagao, a partir da enorme quantidade disponivel”. Sternberg (2008), por meio dos nossos drgdos do sentido, bem como das memérias armazenadas que nos petmitem decodificar 0 que sao os objetos ou pensamentos que povoam as mentes. A atengao também sofre impacto dos nossos processos cognitivos, tanto basicos quanto superiores. Nossa capacidade de manter atengao focada, determina o grau de competéncia com que realizamos tarefas como: é feito a compreensdo de ideias, simbolos e metéforas, 0 que tem forte impacto sobre nosso aprendizado, bem como no aprimoramento da meméria. Ela permite a percepeao das emogées e o porqué das mesmas estarem como esto, @ “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, FACULDADE Procree Wunica @& Pro nao de outra forma; por exemplo, ao ficar com raiva de alguém, podemos perceber a emocio raiva e dar um significado ou razo para sentir essa emogao negativa. Para Eysenck e Keane (2017) seguindo o esquema apresentado anteriormente, 0 processamento cognitive pode se dar de diferentes formas com algumas peculiaridades muito relevantes: + Processamento Botton-up (baixo para cima), um tipo de processamento acionado diretamente pela emissdo de estimulos. Possui uma dimenséo mais pré- consciente, pois, os seus contetides codificados so considerades automdticos ou melhor dizendo, proceduralizados (estado que muda de um estado de consciéncia para 0 automético, poupando energia no processamento de informagdes). Algumas de suas caracteristicas sao: opera em milissegundos, de forma muito veloz, pois, 0 sujeito ja tem “modelo mental” esquematizado e, portanto, nao precisa perder tempo com 0 que ja é conhecido (ainda que de forma nao assertiva). Alguns tedricos apontam que existe uma certa conotacao intuitiva sobre as coisas, 0 que contribui para fazer nossas rotinas habituais, com pouco desgaste de energia e, de certa forma, guia nossas ages. - Processamento serial: A literatura sugere que ele ocorra somente um processo por vez em determinado momento, ou seja, é um processo serial. Nosso cérebro apenas dé conta de uma idela por vez, ao contrério do que muitos pensam que conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo = Processamento Top-down (cima para baixo) é um tipo de processamento mais complexo, que sofre interferéncia de varios processos como: das expectativas, do conhecimento prévio do sujeito @ do histérico de tomada de decisdes arquivadas na meméria. Ele ocorre de forma mais lentificada, pois, exige que o sujeito acesse a meméria, a atengao e verificar se jd existe uma informagao valida para ser utilizada no instante da apresentago de determinado estimulo. Portanto, ele tem um carater mais voluntario, portanto, exige um esforgo para que a informagao possa ser processada e compreendida corretamente, ou nao. Com isso,o homem é capaz de aprender novos modelos, fazer novas estratégias de ago, para que posteriormente sejam proceduralizadas ou automatizadas, poupando energia. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro 1,3.2Neuropsicologia cognitiva Essa corrente tedrica possui como objeto de estudo os padrées do desempenho cognitive que se mantém preservado ou deficitério nos sujeitos, Os pacientes que buscam esse profissional, normalmente sofreram lesdes, ou existe a suspeita de alguma disfungao, devido a danos nas estruturas cerebrais (Eysenk & Keane, 2017). A principio pode-se achar que 0 neuspsicdlogo tem como objeto de estudo o cérebro, todavia esse nao é o principal foco, mas sim, de acordo com Collherat como citado por Eysenk e Keane,( 2017), “o objetivo principal da neuropsicologia cognitiva ndo é aprender sobre 0 cérebro. Em vez disso, seu objetivo principal & aprender sobre a mente, elucidar a arquitetura funcional da cognicao”. Vejamos a seguir algumas suposigdes basicas da neuropsicologia que propiciam o entendimento de como se estrutura a mente humana. Para Eysenk e Keane (2017), existem alguns aspectos constitutivos da mente que sao: (I) Modularidade: o sistema cognitivo consiste de varios médulos ou estratégias de processamento, que operam de forma mais ou menos independente. Acredita-se que exista uma especificidade de dominio, ou seja, estimulos precipitam respostas apenas sob determinados dominios, que possuam ligagdo com alguns esquemas cognitivos de reconhecimento; por exemplo, 0 modo reconhecimento de face & acionado apenas quando o estimulo é apresentado, no caso ao estar frente a faces conhecidas ou nao. (ll) Modularidade anatémica: cada médulo apresenta uma correlagdio direta com alguma area especifica do cérebro; essa ideia encontra alguns opositores, pois, alguns pacientes apresentavam a mesma ativagéo do cérebro ao realizar tarefas bem distintas. (Ill) Uniformidade da arquitetura funcional entre as pessoas: por esse conceito 6 possivel relacionar areas @ fungdes, seguindo modelos de entendimento das fungdes corticais; por exemplo, aspecto de reconhecimento de faces esta relacionado no cértex cerebral, mais precisamente no giro fusiforme em todas as pessoas, “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro 1,3,3Neurociéncia cognitiva Bullmore e Sporns como citado por Eysenk e Keane (2017) defendem dois principios importantes sobre como se da a organizagao cerebral. Pata os autores, a organizagao se da por meio do controle de custos e pelo principio da eficiéncia. O cérebro busca sempre a redugao do gasto de energia para compreender o mundo, para tal, ele cria rotas cognitivas, e consolida modelos de entendimento dos estimulos que, posteriormente séio evocados e, seguindo o principio da eficiéncia; caso 0 modelo mostre “resultado satisfatério”, ele sera sempre acionado ao menor sinal de percepeao entre os estimulos semelhantes ao modelo, poupando assim energia, 1.4 INTRODUGAO PARA AS TECNICAS PARA O ESTUDO DO CEREBRO Os constantes avangos tecnolégicos esto possibilitando cada vez mais a compreensao do funcionamento e da estrutura cerebral em sujeitos ainda com vida. De acordo com Eysenk e Keane (2017): Em principio, podemos descobrir onde e€ quando ocorrem processos cognitives espectficos. Isso nos permite determinar a ordem em que diferentes areas cerebrais se tram ativas quando alguém realiza uma tarefa. Também nos permite descobrir se duas tarefas envolvem as mesmas dreas cerebrais da mesma maneira ou se existem diferengas importantes. Vejamos a seguir algumas das principais técnicas empregadas para o estudo do cérebro: - Registro de Unidade Isolada: consiste na instalagao de um microelétrodo para estudar a atividade tipica de um neurénio especifico. Ela é uma técnica das mais minuciosas para estudo neuronal. Todavia é também uma técnica muito invasiva, sendo raramente usada em humanos. Utiliza-se esse modelo mais para estudar a cognig&o com modelos animais, - Potenciais Relacionados a Eventos (ERPs): nesse experimento existe a apresentagdo de um ou mais estimulos para que o paciente faga alguma “correlagdo” pessoal entre os estimulos. Eletrodos so colocados no couro cabeludo para medir a atividade elétrica cerebral acionada, quando estimulos sao apresentados. Essa técnica permite investigar varios processos cognitivos com uma. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro preciséio temporal excelente, apresenta-se o estimulo @ a atividade é coletada instantaneamente. Todavia esse processo peca em relagao A identificacao espacial da area ativada (qual regio cortical realmente foi acionada ao apresentar o estimulo). Nessa técnica é avaliado o tempo de reagio em média no eletroencefalograma EEG que pode ter picos positives chamados de P300 ou picos negativos N400, - Tomografia por Emissao de P’ itrons (TEP) Técnica que avalia quais areas realizaram maior gasto de o” frente a algum estimulo, Essa técnica tem uma grande vantagem por mostrar o evento com muita precisdo temporal e espacial. Ela consiste na emisséo de um pulso magnético que causa um alinhamento dos prétons, e, posteriormente, retornam a sua posicao original. Assim, as regides mais brilhantes no cérebro apés o pulso, marcam o local de maior gasto de energia. Essa técnica é apta a informar apenas sobre a estrutura cerebral e ndo sobre as fungdes cerebrais. IMPORTANTE! ‘Ao estudar a relacdio entre estrutura e fungio cerebral podemos descobrir onde quando ovorrem processes cognitivos especificos. Isso nos permite deten ordem em que diferentes areas cerebrais se tornam ativas quando alguém realiza ara uma tarefa. Também nos permite descobrir se duas tarefas envolvem as mesmas areas cerebrais da mesma maneira ou se existem diferengas importantes. ~ Magnetoencefalografia (MEG): técnica utilizada na mensuragao dos campos magnéticos produzidos pela atividade elétrica cerebral, Fornece informagdes minuciosas em milissegundos sobre o curso temporal dos processos cognitivos, porém, sua resolucdo espacial é parcialmente boa. - Estimulac&io Magnética Transcraniana (TMS): técnica nfo invasiva que consiste em posicionar uma bobina préxima ao cranio do paciente @ faz-se a emissaio de um pulso magnético que inibe o processamento cognitive na regio cerebral. Vérios estudos tém utilizado essa técnica para tratamento de depressiio refrataria, pois, actedita-se que esse transtomo afete o cértex dorsolateral frontal; os resultados, apesar de promissores, ainda ndo so conclusivos, carecendo de mais pesquisa. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro IMPORTANTE! Potencial relacionado a estimulos P300 e N400 de acordo com TSOLAKI, A. et al (2018) € uma medida de tempo da atividade elétrica na superficie cerebral representando a ativagao de uma fase distinta do processamento cognitive. Eles so uma importante ferramenta para estudo dos processos cognitivos, tais como recepgdio e processamento de informagées sensoriais. P300 Ele 6 0 mais estudado dos EPRs utilizando o paradigma odball, que consiste em um proceso de ativagao de meméria operacional no cértex frontal, que produz um pico positivo por um tempo de 300milisegundos. Naoo De maneira geral 0 N400 representa um indice de dificuldade para acionar padrdes de reconhecimento de relagées entre estimulos, imagens ou palavras. Portanto, no EEG ao apresentar o estimulo nao reconhecido, existe uma demora em processar a informagao e gera um pico negativo por aproximadamente 400 milissegundos. Para saber mais acesse em: TSOLAKI, A. et al. Brain source localization of MMN, 300 and N400: Envelhecimento e diferenga de género. Brain research, v. 1603, p. 32-49, 2015. Acesso em: 02/19 Eysenk e Keane (2017), ao apresentar a TMS ressaltam que: Essa técnica fol (jocosamente) comparada a bater no cérebro de alguém com um martelo. Os efeitos da TMS sao frequentemente mais complexos do que sugerido até o momento. De fato, ocore muitas vezes uma interferéncia porque a 4rea cerebral na qual a TMS é aplicada é envolvida no processamento da tarefa, assim como na atividade resultante da estimulagao da TMS. A neurociéncia cognitiva 6 muito util quando combinada com outras abordagens, pois, fica evidente que existe uma integragao e correlagdo entre as atividades cognitivas, em diferentes areas do cérebro, 0 que abre espago para que varias ciéncias possam contribuir para o entendimento do funcionamento cognitivo, saberes como da neurologia, da psiquiatria, da psicologia, da pedagogia dentre outros (Eysenk & Keane, 2017). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro 1.5 CIENCIA COMPUTACIONAL COGNITIVA Cabe aqui esclarecer a distingao entre inteligéncia artificial [A e a modelagem computacional. A IA de acordo com Eysenk e Keane (2017) “envolve a construgao de sistemas de computador que produzem resultados inteligentes, mas os processos envolvidos podem ter pouca semelhanga com os usados pelos seres humanos’. Ja a modelagem computacional, ainda segundo os autores, diz respeito “a programagao de computadores para simularem ou imitarem aspectos do funcionamento cognitivo humano". ‘A maior parte dos modelos computacionais tem como intengo avaliar aspectos comportamentais, a partir de experimentos em psicologia cognitiva. Atualmente os modelos estdo sendo correlacionados com os dados neuropsicolégicos. © ponto de partida desse modelo é conseguir explicar 0 desempenho cognitive em sujeitos sadios, ao realizar algumas tarefas especificas. Posteriormente, sera possivel criar modelos computadorizados com “lesdes" e permitir investigar quais as alteragdes hipoteticamente iram afetar o processamento cognitive, e depois realizar a comparagéio com os comportamentos de sujeitos com lesdo cerebral (Eysenk & Keane, 2017). A ciéncia cognitiva computacional, portanto, apresenta muitas vantagens dentre as quais destacamos, conforme aponta Eysenk e Keane (2017): (I) Fornece a perspectiva abrangente que possibilita compreender processos complexos da cognigao. (Il) Amplificagio da possibilidade de fazer correlagio entre dados comportamentais ¢ de neuroimagem funcional. Neurocientista elaboram um modelo especifico no computador para estudar o impacto das lesdes corticais sobre o processamento cognitivo e fazer uma analogia quanto a possiveis alteracdes cognitivas em seres humanos. (lll) Exige do pesquisador uma maior precisio e adogaio de critérios mais rigorosos na construgéo dos modelos para que sejam aplicdveis ao estudo em humanos. (IV) A possibilidade de fazer uma imagem incremental animada dos processos cognitivos. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, cobs VINI FACULDADE Procree “ wounica &Pro Fica assim evidente a importancia da necessidade por aprofundar os estudos sobre as tecnologias existentes, que j4 esto & disposigao para o entendimento das fungdes cognitivas. Cabe agora aos profissionais envolvidos na ciéncia do entendimento do funcionamento cerebral, refletir sobre como pode ser mais um parceiro na produgao de material que traga luz para o entendimento dos impactos das alteragdes cognitivas sobre as criangas, e avaliar a eficiéncialeticacia dos estimulos expostos em sala de aula e analisaras metodologias de ensino- aprendizagem atuais. Pois, as criangas serio os novos cientistas que irfo se desenvolver e trazer mais perguntas e respostas a questdes ainda obscuras sobre como se da 0 processamento de informagées corticais. INDICAGGES BIBLIOGRAFICAS BOMFIM, C. Diferenga entre neurénio e nervo. Rev. Original e exclusivo, (s/d). Disponivel em: https://originaleexclusivo.com. br/diferenca-entre-neuronio-e-nervol Acesso em: 03/19 EYSENCK, M. W.; KEANE, M T. Abordagens da Cogni¢ao humana; in: Manual de Psicologia Cognitiva-7. Editora Artmed, Porto Alegre, 2017. MACHADO, A. BM. Tecido nervoso. In: Neuroanatomia funcional. Ed. Atheneu, SAo Paulo,2014. MOREIRA, Catarina. Neurénio. Revista de Ciéncia Elementar, v. 1, n. 1, 2013. STERNBERG, Robert J.; OSORIO, Maria Regina Borges. Neurociéncia cognitiva; in: Psicologia cognitiva. Ed. Artmed Porto Alegre, 2008 TSOLAKI, A. et al. Brain source localization of MMN, P300 and N400: aging and gender differences. Brainresearch, v. 1603, p. 32-49, 2015. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, FACULDADE Procree Wunica @& Pro CAPITULO 02 - ANATOMIA CEREBRAL O cérebro humano, sem sombra de diivida, 6 0 érgdo mais extraordindrio do universo. Pois, 0 préprio universo é estruturado e compreendido somente por intermédio desse érgao. Estudar ent&o 0 cérebro é embarcar em uma viajem com muita informagao sobre suas partes e sua organizagao, Sabemos que ainda ha muito a se descobrir sobre ele, entéio vamos em frente. 2.1 DIVISAO DO SISTEMA NERVOSO. A apresentagao do sistema nervoso aqui sera realizada levando em conta critérios anatémicos, embriolégicos e funcionais. A divisdo apresentada por Machado e Haertel (2014) é bastante didatica e clara: Figura 03: Divisao do sistema nervoso por critérios anatémicos. trctido ster anos cet ese Medial eects oneerefien Fore wen fions Siglo Terie nenen Fonte: Machado e Haertel (2014, pg. 13) = Sistema nervoso central: esta localizado dentro do esqueleto na cavidade craniana ¢ no canal vertebral. O cérebro é constituido pelo telencéfalo (que constitui 08 hemistétios cerebrais) e diencéfalo (constitui o télamo, hipotdlamo, epitatalo subtélamo), constitui a porgéio mais desenvolvida e de maior importancia do encéfalo. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro 2.2 ANATOMIA FUNCIONAL DO CORTEX CEREBRAL A possibilidade de estudar 0 funcionamento cortical com o sujeito vivo, sem anestesia ou qualquer outro procedimento invasivo ¢ relativamente recente, por meio da imagiologia. Isso causou um forte impacto na neuroanatomia funcional, pois, processos completamente desconhecidos e que ocortem o tempo todo na mente humana, hoje ja se comega a entender. Isso possibilita desenvolver estratégias intervencionais mais eficientes em casos que se fizerem necessarios. 2.2.1 Aspectos filogenéticos do sistema nervoso De acordo com Schimidek @ Cantos (2008) 0 cérebro humano é proporcionalmente o mais pesado e o maior entre os animais. Sua formagao vai desde a terceira semana de gestagdo, e vai atingir 0 seu mais alto grau de maturagao préximo aos cinco anos de idade. A zona mais externa do cérebro & chamada de cértex, e ela muito desenvolvida no homem, quando comparado aos outros animais. A evolucao filogenética do sistema nervoso possui trés etapas basicas: (I) encéfalo reptilian, responsdvel pela manutencéio da vida, pela vida vegetativa, controlando a respiragao, frequéncia cardiaca e etc., consiste nas dreas da medula, tronco encefélico, amigdala (ligado as respostas de medo) e hipocampo (forte ligagao a meméria; (I) encéfalo limbico (ligado aos aspectos emocionais) ¢ (III) encéfalo humano (tesponsaveis pelas nossas fungdes cognitivas superiores como linguagem, fungées executivas, planejamento, raciocinio, controle inibitério dentre outros). Com 0 desenvolvimento do encéfalo humano, houve o desenvolvimento de dois hemisférios cerebrais idénticos (esquerdo e direito). Do ponto de vista funcional, © hemisfério esquerdo especializou em processar e criar relagdes ldgicas, analiticas e de controle da linguagem, dentre outros. Ja o hemisfério direito 6 mais especializado em aspectos nao verbais, afetivos, criativos, intuitivos e emocionais. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Quadro 01: Fungdes dos hemisférios cerebrais, Fungées Hemistério esquerdo Fungées Hemistério direito Léxico verbal Nao verbal (mas ligado & prosédia") Raciocinio Intuitive Analitico Afetivo Matematica Artistico Temporal Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Schimidek € Cantos (2008) apresentam que os dois hemisférios cerebrais sao ligados por um feixe de nervos chamado de corpo caloso. E nessa regidio que um hemisfério passa a interagir com 0 outro, compondo a arquitetura do pensamento, do raciocinio e da percepgao. Os autores ressaltam, porém, que alteragdes na estrutura cerebral estao ligados a disfungdes no processo de tomada de decisdo ¢ resolver problemas complexos. Entretanto, os pesquisadores salientam que: Embora os dois “oérebros” estejam altamente conectados © dependam ‘constantemente um do outro, visando um funcionamento integrado, cada um contribui de modo diverso para nossa experiéncia de vida e para nosso comportamento. © resultado da interagao determina o que centimos, 2 nosea relagao com 0 mundo © os nesses relacionamentos com of outros. Quando hd cooperagio ocorre uma harmonia intema (Schimidek& Cantos, 2008). De acordo com Schimidek e Cantos (2008), para que haja uma boa comunicagao entre os hemisférios cerebrais existem ainda varias substéncias que permitem o circular das informagées, nos meios interno extemo, que sao: - Neurotransmissores: substdncias produzidas pelos neurénios, também chamadas de moléculas mensageiras. Elas agem nas sinapses (espaco entre os neurdnios). Elas atuam no eneéfalo, na medula espinhal, nos nervos @ musculos. = Neuromoduladores: so produzidos pelos neurénios e liberados nas terminagées do axénio e causam modificagao no estado funcional das células que esto conectadas. Geralmente tém uma agdo mais prolongada que os neurotransmissores. + Horménios: Sao substéncias quimicas produzidas por érgdos do sistema endécrino, transmitidas diretamente pelo sangue. Sua fungdo é mais reguladora do funcionamento de érgdos e regiées do corpo, podendo ser inibitéria ou excitatéria. ? Voltado a percepeaio das caracteristicas dos sons da fala, como perceber a entonagao a acentuagao, 0 ritmo da fala, “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, CULDADE Seer tbo NS QWUNICA Notmaimente essas substanclas interagem de forma integrada, sendo liberadas em situacées especificas. 2.3 ANATOMIA DO TELENCEFALO Todos os vertebrados tém um sistema nervoso central -SNC- que é composto pelo encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo é constituido por trés partes estruturais: cérebro, cerebelo e 0 tronco encefalico. O tronco encefalico & subdividido por trés porgdes: mesencéfalo, ponte @ bulbo. O bulbo esta ligado na medula espinhal; a demarcagao entre o fim do buldo e inicio da medula se dé muito mais por uma demarcagao convencional, 0 chamado forame magno no cranio humano (Cosenza, 2005; Machado & Haertel, 2014). O telencéfalo € constituido por dois hemisférios e separados por um grupo de feixes neuronais, chamado de corpo caloso, - pacientes que possuem agenesia de corpo caloso manifestam um obscura classe de sintomas por apresentarem o cérebro dividido; nesses sujeitos as informagées ndo convergem entre si -. Cada hemisfério cerebral é dividido em lobos denominados: frontal, parietal, temporal e cccipital delimitados por sulcos (depressées no cértex) @ giros (abaulagées no cértex) (Figura 01) (Machado & Haertel, 2014). Giros Suleos +— Hemistério Cerebral Hemistério Cerebral —* Esquerdo Viste Superior Fonte: Nether, 2000 “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma arto desio material pode sor ropreduzida ou utiizada, soja por moos oletrénicos ou mocdnicos, inclusive fotocspias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, CULDADE er FACULDADE SES WUNICA @Prominas A existéncia de suleos no encéfalo acontece por causa do grande desenvolvimento do cértex cerebral que, para caber no cranio, precisa se espremer, © essa capacidade possibilita um aumento no volume do cérebro. Observa-se que dois tergos da porgéio ocupada pelo cértex cerebral, esto ocultas por sulcos. Alguns suleos so mais constantes no cérebro e recebem nomeagées @ contribuem para a delimitagao dos lobos cerebrais, Os mais relevantes sao os sulcos lateral e sulco central (Fig 02) (Machado & Haertel, 2014). IMPORTANTE! Do telencéfalo ¢ constituido por dois hemisfétios e separados por um grupo de feixes neuronais chamado de corpo caloso — pacientes que possuem agenesia de corpo caloso manifestam um obscura classe de sintomas por terem o cérebro dividido, as informagdes nao convergem entre si -. Cada hemisfério ¢ dividido em lobos denominados: frontal, patietal, temporal e occipital delimitados por sulcos (depressdes no cértex) giros (abaulagées no cértex). Figura 05 Viste lateral cérebro Sulco central +—Pélo Occipital Suleo lateral Polo Temporal Fonte: Nether, 2000 * Sulco Central: E um sulco que separa os lobos frontal e parietal. Ele separa duas areas muito importantes na fungao cerebral. Ele divide o “Todos 08 datos #20 esorvads ao Grupa Prominas, de azordo com a convene ntamacional de caos atorls. Nanhuma arto desio material pode sor ropreduzida ou utiizada, soja por moos oletrénicos ou mocdnicos, inclusive fotocspias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro cérebro entre as Areas motoras (anterior a0 sulco central) das dreas sensitivas (posterior sulco central); chamados respectivamente de giro pré-central motor e pés central sensitivo. * Sulco lateral: Separa o lobo temporal do frontal. Os 08808 do cranio sao utilizados como referéncia para denominar as areas com as quais se relacionam. Portanto, existem o lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Para além desses ainda existe a regido da insula. De acordo com Machado ¢ Haertel (2014) a suas partes funcionais so: (I) Lobo frontal: Na parte inferior do lobo frontal apresenta um importante sulco, chamado olfatério profundo a de diregdo anteroposterior. O sulco olfatério abriga o bulbo olfatério. De acordo com Machado e Haertel (2014) o tronco encefdlico fica entre a medula e 0 diencéfalo. A sua constituigao 6 composta por nticleos e fibras nervosas -0s nticleos do tronco encefillico sdio um agrupamento de corpos de neurénio fora do neo-cértex-, que se agrupam novamente formando os tratos, fasciculos ou lemniscos — essas estruturas sao demarcadas por relevos ou depressdes na superficie do cérebro. Grande parte dos niicleos do tronco encefilico recebem emitem fibras que, posteriormente, iréo formar os doze nerves cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, dez partem do tronco encefalico (Fig. 01) (Cosenza, 2005; Machado &Haertel, 2014). 2.3.1 Bulbo Como foi dito anteriormente, nao ¢ tao facil a demarcagao do término do bulbo ¢ inicio da medula. Mas seu limite superior é identificavel, por meio da localizagao de um suleo horizontal visivel no cértex, chamado de sulco bulbo-pontino, por questées ébvias. Na porgao mais anterior do bulbo é possivel observar a fissura mediana. Entre a fissura e os sulcos laterais, fica localizada uma regio chamada de pirémide. Nessa regio, ocorre a ligagdo das areas motoras do cérebro com os neurénios motores da medula (Cosenza, 2008). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE ® FACULDADE Prominas 2.3,2Ponte A ponte é uma parte que fica entre o mesencéfalo @ o bulbo, fica na parte anterior do cerebelo © repousa sobre a base da regidio occipital. No limite entre a ponte ¢ 0 pé do cerebelo emerge dali o nervo trigémeo. Na regidio do chamado sulco bulbo-pontino emergem os nervos cranianos: nervo abducente; nervo vestibulo- coclear; nervo facial, O grande numero de raizes dos nervos cranianos em uma pequena drea cerebral, explica a manifestacéio de varios sintomas observados nos casos de tumores, por exemplo. (Ver Sindrome do Angulo ponto cerebelar®) (Cosenza, 2005; Machado &Haertel, 2014). Na regio da ponte emerge 0 trigémeo V par de nervo craniano, que apresenta duas raizes, uma mais volumosa sensitiva que inerva grande parte da sensibilidade da face e outra raiz mais delgada que é motora (Cosenza, 2005). Figura 06: Vista anterior do tronco encefalico Vista anterior Fonte: Machado e Haertel (2014) /portalsbn.org/manualsbn/201 6/09/07/6-4-tumores-o-angulo-ponto-cerebelar-ape/ acesso em 02/19 “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma arto desio material pode sor ropreduzida ou utiizada, soja por moos oletrénicos ou mocdnicos, inclusive fotocspias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE ® FACULDADE Prominas 2.3.3 Mesencéfalo Area localizada entre a ponte e o diencéfalo. E a menor parte do tronco encefdlico. De acordo com Cosenza (2005), nessa regio emergem quatro eminéncias arredondadas: denominadas de coliculo superior e inferior. Logo abaixo desses coliculos inferiores emerge o nervo troclear o quarto nervo craniano. Os coliculos formam 0 teto do mesencéfalo. Nesta regido esta localizado um importante grupo de neurdnics do mesencéfalo, a chamada sustancia negra, formada por neurénios que contém a melanina. Ele 6 atravessado por um estreito canal denominado aqueduto cerebral; um canal que liga os terceiro e quarto ventriculos, e permite a passagem do liquido cefalorraquidiano a medula aos ventriculos cerebrais (Cosenza, 2005; Machado & Hartel, 2014) Figura 07: Vista posterior tronco encefalico ‘ventroulo, Trigono dashabénuas Corpo geniulado medal Corpo genase tral Putina do tsa. Colfode eupton ees Coc ett Pedincuo onebelasupetior Nervo tooleat Locus ceiieos ‘véumeds cup Pecincula cable miso Pence cerebete veo. Pavessa ters Fovea superior Eevise meds igonohiposlossal Tube cuneicrme Frascieuo get Fonte: Machado e Heertel (2014) 2.3.4Cerebelo Cerebelo (deriva do latim, cérebro pequeno) esta localizado atras da ponte e do bulbo, ele contribui para formar o assoalho de quarto ventriculo (espago onde circula “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma arto desio material pode sor ropreduzida ou utiizada, soja por moos oletrénicos ou mocdnicos, inclusive fotocspias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro © cérebro espinhal). Ele esté ligado a medula e ao bulbo pelo pediinculo cerebelar inferior; e no pedunculo cerebelar superior, faz conexao com o pedinculo cerebelar médio e superior. De acordo com Machado e Haertel (2014) 0 cerebelo é um érgao muito importante para a manifestacao de comportamentos controlados, que envolvem: + Equilibrio e manutengao da postura: ele possibilita a contragao organizada entre os miisculos, de modo a manter o equilibrio e a postura normal, mesmo quando o corpo esta em deslocamento. - Controle do ténus muscular: sabe-se que o cerebelo apresenta esta fungo pois, os pacientes que apresentam a descerebelizagao, acontece a perda no ténus dos misculos. - Aprendizagem de habilidades motora: determinados movimentos, por varias vezes, 0 comportamento passa a ser A medida que existe uma repeti¢aio de executado com mais facilidade, velocidade e com menos erros. Isso mostra que o SN aprende a realizar tarefas motoras. = Coordenagéio dos movimentos voluntarios: Gragas as manifestagdes de incoordenagao motora -ataxia- apresentadas por pacientes com lesdes no cerebelo, nos permite atribuir a ele, a fungdo de orquestrar nossos movimentos voluntatios. Esse mecanismo de controle acontece de duas etapas: (I) Planejamento do movimento (elaborado pelas vias cérebro-cerebelo, a partir de dados conduzidos pela via céttico-ponto-cerebelar, de areas do cértex envolvidos nas fungdes psiquicas superiores, também conhecida como areas de associagéio e que expressam a deliberagao do movimento). (II) Correcaio dos movimentos planejados: ao Iniciar um movimento entra em agao, as vias espino-cerebelar, promovendo coregées e realizando os ajustes necessdrios para que o comportamento seja executado da forma mais adequada. FIQUE ATENTO! © cerebelo ¢ um 6rgéo muito importante para a manifestagdo de comportamentos controlados, que envolvem: equilibrio e a manutengao da postura, controle do ténus muscular, aprendizagem de habilidades motoras, coordenagdio dos movimentos voluntérios. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Mesmo com sua evidente ligagaio com os aspectos do comportamento, novos estudos em neuroimagem funcional tém mostrado que existe relacdio entre o cerebelo © questées cognitivas pela via cérebro-cerebelo. Cerebelo possui vias de conexio com o eértex pré-frontal que ajudam a realizar varias fungdes nao motoras como: - resolver quebra-cabega; - associar palavras e verbos; - resolver mentalmente operagdes complexas de aritméticas - reconhecer figuras complexas. 2.3.4.1 Sindromes cerebelares Machado e Hartel (2014) destacam trés sindromes cerebelares que sao mais comuns e seus impactos sobre a organizagao da vida. a) Sindrome vestibulocerebelo Lesées nessa regido causam perda da capacidade de usar informagdes adequadas para 0 movimento do corpo enquanto executa uma marcha ou ficar na postura ereta. As lesdes causam movimentos irregulares das pemas, tanto com olhos aberto, quanto fechados. Nao existe comprometimento dos bragos @ pernas para realizar movimentos ordenados, se estiver deitado ou apoiado. Apresenta ainda nistagno (movimentos dos olhos para os lados, constantemente, limitando a capacidade para focar). Ela manifesta com certa frequéncia em criangas de menos de dez anos de idade, em geral esta ligada a tumores no teto do quarto ventriculo cerebral b) Sindrome espino-cerebelar LesGes nesse local levam a erro na execucio dos movimentos, pois, essa regio para de processar informagées de posi¢o do corpo. O mecanismo de funcionamento na regidio espino-cerebelar se da por meio de programagéio das ages antecipatérias, para que nao haja erro na execugao do comportamento. A perda desse controle faz com que, por exemplo, um movimento de pinga para pegar um grampo s6 acontega depois que a mao ja ultrapassou o limite no espago para efetivar a pega da pinga; como resposta, existe uma tentativa de correcéio, que na “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro verdade causa ainda mais comprometimento, ocasionando um tremor terminal. Pode ocasionar também nistagno, alteracao da fala, ficando mais arrastada. ©) Sindrome cérebro-cerebelo LesGes nessa regidio causam: = atraso no inicio do movimento = decomposigao do movimento multiarticular: movimentos que sao realizados simultaneamente agora sdio realizados em uma sequéncia de inicio € término de um movimento, para s6 depois realizar outro. - Disdiadocinesia: comprometimento para efetuar movimentos com rapidez @ altemados; esses pacientes tém limitagao, por exemplo, para atender o comando de tocar o nariz com o indicador da mao direita e esquerda em sequéncia. = Rechago: 0 paciente perde a capacidade de fazer a paralizagao de um movimento ao receber um comando. Por exemplo, pede-se ao paciente para estender os bragos para frente @ solicita que fagam forca para erguer os bracos, 0 profissional por sua vez, forga os bragos para baixo, enquanto o paciente tenta elevar o braco. Um paciente com essa regidio preservada, ao final da forga exercida pelo profissional, automaticamente interrompe a forga de elevacéio dos bracos. O paciente com lesdes nessa regido vai elevar os bragos como se a forga ainda estivesse em agdo. = Tremor: tremor causado quando o paciente voluntariamente tenta pegar algo ou realizar algum movimento mais fino, como passar um folha, pentear cabelo e etc. + Dismetria: 0 paciente perde a capacidade de dosar os movimentos necessdrios para uma determinada ago. Testa-se essa habilidade solicitando ao paciente para tocar a ponta do nariz com 0 dedo indicador. O paciente tera dificuldade para acertar os movimentos para realizar a tarefa Ainda de acordo com Machado e Haertel (2014), 0 disturbios cerebelares podem estar ligados a varias outras condigdes como: malformagao congénita, questées de hereditariedade, tumores dentre outros. Segundo Machado e Haertel (2014), quanto a fisiologia das células cerebelares, elas guardam caracteristicas interessante: © cerebelo tem uma notivel capacidade de recuperacao funcional quando ha lesdes de seu cértex, particularmente em criangas, ou quando as lestes aparecem gradualments. Para isso, concorre 0 fato de que o seu cortex ter “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro uma estrutura uniforme, permitindo que as éreas intactas assumam pouco a pouco as funcdes das areas lesadas; entretanto essas recuperacées ndo corte quando as les¢es atingem os niicleos centrais, 2.4 NERVOS CRANIANOS A conexao entre encéfalo é realizada pelos doze pares de nervos cranianos. A maior parte desses nervos esta ligada ao tronco encefalico, a excegao do nervo 6ptico e olfatério. Conhecer sobre os nervos e suas questées funcionais precisa ser entendido pelos profissionais que lidam com o processo de ensino @ aprendizagem (Machado &Haertel, 2014). = Nervo Olfatério | par Tem sua origem na regio olfatéria partindo das fossas nasais. Ele é um nervo exclusivamente sensitive, suas fibras conduzem os impulsos olfatérios. Segundo Neto (2011), 0 declinio da aptidao para captar odores pode ser resultante da degeneracaio de células centrais e pode nao ter relagéio com alteragéio do aparelho olfativo. © olfato pode ser um indicio importante para o diagnéstico precoce de algumas doengas neurodegenerativas como o Parkinson. = Nervo éptico I! par E formado por um grosso feixe de fibras nervosas que partem da retina, Cada nervo éptico se une com o do lado oposto, formando o chamado quiasma éptico. E um nervo exclusivamente sensitive. = Nervo oculomotor Ill par Este nervo surge a partir do sulco do pediinculo cerebral, por meio da fissura orbital. De acordo com Pereira et al. (2012), esse nervo é ligado as fungdes de elevagaio do miisoulo da pélpebra, @ varios outros miisoulos ligados ao movimento ocular, exceto o musculo obliquo superior ¢ do musculo reto lateral. Lesdes nesse nervo podem ter como resposta dificuldade na elevagao dos olhos. Esse nervo também é importante para o reflexo pupilar a luz. O sistema nervoso auténomo, por meio de agdo de moderagéo da aco simpatica e parassimpatica, que vai dilatar e comprimir 0 esfincter pupilar; um dos testes mais conhecidos para avaliar atividade cortical preservada ou comprometida. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro + Troclear IV par Esse nervo 6 0 que inerva 0 musculo obliquo superior do olho. Sua partida aparentemente surge abaixo dos coliculos inferiores no mesencéfalo, @ juntamente com os nerves éculo motor ¢ abducente causam a habilidade para controlar 0 movimento dos olhos de forma intencional = Abducente VI par Netvo ligado ao movimento ocular, ele permite os movimentos laterais dos olhos. Ele inerva exclusivamente o miisculo reto lateral do olho. So nervos motores que entram na érbita pela fissura orbital superior. Esses tltimos nervos compée um grupo de nervos voltados a inervagéio e movimentacao ocular. = Nervo triggmeo V E um nervo misto, ou seja, ele tem raizes sensitivas e motoras.Tem sua origem entre a ponte @ 0 pedtinculo cerebral médio @ se divide em 3 ramos: oftdlmico, maxilar e mandibular. © oftalmico é responsavel pela inervagdio sensitiva dos olhos e passa pela fissura orbital superior. O maxilar é responsdvel pela inervagdio sensitiva do nariz até 0 ldbio superior e passa pelo forame redondo. O mandibular é responsavel pela inervagao sensitiva da mandibula, e a sensibilidade de 2/3 anteriores da lingua e movimentagao dos miisculos mastigatérios (Luna, 2010; Machado & Haertel, 2014) A patologia mais conhecida envolvendo 0 trigémeo é a neuralgia do triggmeo (para alguns autores quando afetada ou inflamada, causa a dor mais intensa que um ser humano pode sofrer), ele é descrita como a presenca de choques na face, cefaleia, vertigem, dificuldade para manter-se ereto e presenga de espasmos faciais; algumas vezes os sintomas so deflagrados abruptamente por mastigacdo, escovagao dos dentes, dentre outros. Ela ocorre mais frequente em mulheres e tem maior incidéncia na terceira idade. A causa da neuralgia ainda permanece uma incégnita (Luna et al., 2010) = Nervo facial VII E um nervo misto (motor e sensitivo), que se origina no sulco bulbo-pontino na base do cranio. E responsavel pelo sentido do paladar de 2/3 anteriores da lingua e motricidade dos musculos da mimica facial (Dib, Kosugi, Antunes, 2004). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Uma das mais conhecidas patologias que envolvem esse nervo é a paralisia de Bell ou paralisia facial. Essa doenca pode acometer pessoas em todas as idades causando paralisagao temporaria ou ndo, causando salivagao constante e liberagao lacrimal e assimetria facial. O paciente no consegue encher baldes, manter o ar dentro da boca, dentre outros. Essa paralisagdo tem um inicio abrupto ¢ mostra evolugdo favordvel, a recuperagdo total das fungdes desse nervo pode chegar a mais de 80% dos casos (Dib, Kosugi, Antunes, 2004). - Nervo vestibulo-coclear VIII par E um nervo sensitivo, tem sua origem no sulco bulbo-pontino. Esse nervo na verdade 6 a jungao do nervo vestibular — responsavel pelo equilibrio — e do nervo coclear — responsavel pela audigao. Uma eso nesse nervo pode causar perda parcial da audigdo e vertigens. - Nervo glossofaringeo IX par E um nervo misto, que se origina no sulco lateral posterior ¢ passa pelo forame jugular. E responsdvel pelo paladar e sensibilidade de 1/3 posterior da lingua, sensivel para seios e corpos carotideos, além de ter fungdo motora para os misculos da faringe, favorecendo a degluticao. - Nervo vago X par E 0 maior dos nervos cranianos. E um nervo misto, tem origem no sulco lateral posterior e passa pelo forame jugular. E motor para visceras do térax e abdémen, faringe e laringe, e a porgao parassimpatica das visceras abdominais e tordcicas. + Nervo acessério XI: E um nervo exclusivamente motor, tem sua origem no sulco lateral posterior & passa pelo forame jugular. E responsavel pela motricidade dos mlisculos trapézio e esterocleidomastoide. = Nervo hipoglosso XII E um nervo exclusivamente motor, sua origem é no sulco lateral anterior & passa pelo canal do hipoglosso. E responsdvel pela motricidade da lingua (inerva os misculos intrinsecos), faringe e laringe — fonagao e degluticao. Uma lesdo nesse nerve causa paralisia da musculatura de uma das metades da lingua, a pessoa afetada quando faz a profusdio da lingua ela se desvia para o lado lesado. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro SAIBA MAIS! Neuralgia dos nervos trigémeo, glossofaringeo e vago aspectos dos nervos. sobre a vida e desenvolvimento humano, Disponivel em: http:/www.scielo.br/pdf/anp/v13n4/07.pdt Acesso em: 02/19 2.5 AREAS FUNCIONAIS DO CORTEX CEREBRAL As Areas sensitivas do corpo humano esto distribuidas nos lobos frontal temporal, occipital. As areas sensitivas sao divididas em primarias (de projegao) seoundarias (de associagao) @ tercidria (fungdes psiquicas) que consistem em fazer a captagao e a resposta adequada para cada estimulo captado (Machado & Haertel, 2014) - Area somestésica primaria: localizada no giro pés-central e as areas 3,1 e 2 das areas de Broadman. Essa area é representada pelo denominado homunculo de Penfild ou homtneulo sensitive. SAIBA MAIS! Homtnculo de Penfild e suas ligagdes com o cortex cerebral e a somatotopia. Disponivel em: SCHOTT, G. D. Penfield’s homunculus: a note on cerebral cartography. Journal of neurology, neurosurgery, and psychiatry, v. 56, n. 4, p. 329, 1993. - Visfio: cértex occipital, na maioria dos mamiferos a visio nao esta completamente corticalizada. Estudos mostram que podem persistir algumas sensagdes luminosas, que nos permitem desviar de objetos no caminho, mesmo ‘com os olhos vendados. - Audigdo: area localizada no giro temporal transverso anterior. Lesdes nos dois lados do cértex temporal causam surdez completa. Lesdo em apenas um lado causa surdez parcial. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Seer alii NS YWUNICA ~ Olfatéria: localizada no giro do uncus. Alguns casos de epllepsia com a presenca de descargas na regido douncus, faz com que o paciente queixe de sentir cheiro de came podre. - Gustagao: apenas no mamifero homem é localizado no cértex da insula. INDICACAO BIBLIOGRAFICA BUENO, OFA Neuropsicologia hoje. Sao Paulo: Artes Médicas, p. 125-134, 2004. COSENZA, R. M. Morfologia externa do sistema nervoso central; in: Fundamentos de neuroanatomia 3°Ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2005 DIB, G. C.; KOSUGI, E. M.; ANTUNES, Marcos Luiz. Paralisia facial periférica. RevBrasMed, v. 61, n. 3, p. 110-7, 2004. DOS SANTOS, F. H. Fungées executivas. ANDRADE, VM; SANTOS, FH; BUENO, OFA Neuropsicologia hoje. Sao Paulo: Artes Médicas, p. 125-134, 2004, LUNA, E. B. et al. Aspectos anatémicos e patolégicos da neuralgia do trigémeo: uma revisdo da literatura para estudantes e profissionais da satide, BioscienceJourmal, v. 26, n. 4, pg. 661-674. 2010 MACHADO, A. B. M; HARTEL, L. M. Nervos cranianos; in Neuroanatomia funcional. Sao Paulo: Ateneu,2014 . Anatomia macroscépica do tronco encef: do cerebelo; in Neuroanatomia funcional. Sao Paulo: Ateneu,2014 . Embriologia, divisées e organizacdo geral do sistema nervoso; in Neuroanatomia funcional. Sao Paulo: Ateneu,2014 “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, FACULDADE Seer cote TES WUNICA NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000 NETO, F. P. et al. Anormalidades sensoriais: olfato e paladar. Int Arch Otorhinolaryngol, v. 18, p. 350-8, 2011. SCHMIDEK, W. R.; CANTOS, G. A. Evolucéo do sistema nervoso, especializagao hemisférica e plasticidade cerebral: um caminho ainda a ser percorrido. Revista Pensamento Biocéntrico, Pelotas, n. 10, p. 181-204, 2008. PEREIRA, C. U et al. Nervo oculomotor: anatomia, fisiologia e clinica 2012 “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro CAPITULO 03 - SEMIOLOGIA NEUROPSIQUIATRICA 3.1 SEMIOLOGIA CONCEITOS INTRODUTORIOS O termo semiologia 6 uma palavra derivada do grego Semion ‘sign’: sendo assim, ela diz respeito ao estudo dos signos. um termo amplamente utilizado no meio cientifico quando os assuntos so os sinais e sintomas dos transtornos mentais, das mais variadas etiologias. Enquanto um conceito, a semiologia fala sobre a aptiddo na compreensao do sentido dos fenémenos apresentados pelos pacientes de forma ampla, nao tendo o seu uso restrito as areas como: medicina, psiquiatria, neurologia e outras dreas da satide. Ela se refere ao estudo das atividades humanas, que envolve interagao entre dois interlocutores (Dalgalarondo, 2008) FIQUE ATENTO! - Sinais: apresentam aspectos perceptiveis em sua configuragéio, possuem conotagao mais empirica (observavel); de certo modo mais identificaveis que os sintomas. Por exemplo de sinais: febre, tosse, comportamento repetitivos & etc. = Sintomas - so de certa maneira inacessiveis ao interlocutor, possuem caracteristicas mais subjetivas. $6 6 possivel ter acesso aos sintomas, se 0 paciente de alguma forma verbalizar. Por exemplo: dor de cabega, angustia, cides ¢ ete, Vale ressaltar que a um observador atento, os sinais e sintomas podem se tomar mais perceptiveis. Ao imaginar, por um instante, a dificuldade de um pediatra para identificar 0 que um bebé esta sentindo. Pensar sobre 0 quao complexo 6 para a crianga expressar algo que para ela, por vezes, sequer sabe 0 que significa, tais aspectos evidenciam a complexidade implicita & pediatria, psiquiatria, dentre outras. Assim, um psiquiatra infantil terd que agugar sua percepgdo com muita preciséo, para que quadros do neurodesenvolvimento possam ter a devida intervengao, antes que processos cognitivos cristalizem diminua a possibilidade de intervir e promover “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro adaptagdes adequadas aos casos. E imprescindivel, portanto, que mesmo com essas limitagées na identificago de sintomas nas criangas, os pais ou professores possam ficam mais atentos para captarem aspectos empiticos sutis manifestos pela crianga, Neste trabalho 0 foco é dirigido mais profundamente sobre a semiologia voltada as doencas mentais. De acordo com Dalgalarondo (2008), “semiologia médica é o estudo dos sintomas e sinais das doencas’. Tal estudo possibilita ao profissional da satide identificar: - Alteragées fisicas e mentais que interfiram na adaptagéo do sujeito ao seu meio, ou encontrar disfungées que comprometam o desenvolvimento normal. - Ordenar os fenémenos observados durante o comportamento do sujeito, bem como, identificar de forma precisa a frequéncia, a intensidade de sofrimento e a duragao desses fenémenos. - Formular dlagnésticos mals precisos e 0 mesmo levantar hipsteses diagnésticas -HD- para os casos. Pois HDs tem grande importancia no cenario da identificagao ¢ tratamento de doengas mentais e do desenvolvimento. Alguns casos de transtornos mentais e do desenvolvimento apresentam uma miriade de aspectos sintomaticos relevantes para 0 profissional, mas que nao sao possiveis de identificar precisamente o que o profissional ou profissionais estao lidando. Vale ressaltar ainda, nao ser interessante que ocorra uma precipitagdo de fechamento de HDs ou a taxagdo de diagnésticos para alguns comportamentos desviantes da norma. Entretanto, nao é possivel desconsiderd-los no proceso (Dalgalarondo 2008). A semiologia psicopatolégica é definida como 0 estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais, que j4 possuam estudos cientificos, classificagdes & protocolos de intervencao determinados. E importante salientar que a semiologia nao se trata apenas da observagao da esfera da linguagem do paciente, pois existem muitos outros signos que carregam significados muito relevantes para o entendimento do caso, como gestos, tom de voz, inquietacao, rubor facial, dentre outros (Dalgalarondo, 2008). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Charles Morris (1946) como citado por Dalgalarondo (2008) apresenta uma distingdo referente as reas que tratam da semiologia, que séo nas dreas: seméntica, de sintaxe © pragmatica, Vejamos cada um em destaque. + Seméntica: ligada ao estudo das relagdes entre os objetos © os signos referidos. = Sintaxe: diz respeito a dois componentes “o significante (sigmans) que fomece o suporte material, 0 veiculo do signo; e © significado (signatum) aquilo que 6 designado mas que esta ausente no momento. Todo signo é constituido dessas duas partes. Por exemplo, 0 Ebook, possui um significante material dependente de alguma ferramenta tecnolégica e tem um significado préprio, reconhece-se 0 que & quando alguém se refere a ele. Charles S. Pierce como citado por Dalgalarondo (2008, pg.24), aponta as relagdes entre significado e significante, existe trés relagdes entre os signos: a) icone - 6 um tipo de signo no qual o elemento significante evoca imediatamente 0 significado, isso gragas a uma grande semelhanga entre eles, como se o significante fosse uma “fotografia” do significado. O desenho esquematico de uma mesa é considerado um icone do objeto mesa; o significante € 0 indice, algo que aponta para o significado. ») Indice ou indicador - a relagao entre significante e significado é baseada em contiguidade; o significante 6 um indice, algo que aponta para o objeto significado. Exemplo, trovao e relémpago so um indicador de chuva, tempestade e etc. c) Simbolo - é bem distinto do icone; no simbolo, o elemento significante e 0 objeto ausente (significado) sao distintos em aparéncia e nao apresentam relacao de contiguidade; néo existe uma relagao direta entre eles, trata-se de um aspecto socialmente convencional ¢ arbitrério. Por exemplo: o conjunto de letras agrupadas m-e-s-a, tarb-l-e € 0 objeto "mesa" nao existe qualquer semelhanga; segundo o autor: © sentido eo valor de um simbolo dependem necessariamente das relagdes que este mantém com os outros simbolos do sistema simbdlico total depende, por exemplo, da auséncia ou presenca de outros simbolos que expressam significades proximes ou antagénices a ele. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. 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Dalgalarondo (2008) destaca que, sintomas médicos e psicopatolégicos sao ao mesmo tempo indices e simbolo. - Sintoma como indice, indica que existe uma disfungiio instaurada em algum outro ponto do organismo, mas que mantém uma relagao direta ente eles, como por exemplo: casos de febre, na verdade sao informagées de que existe alguma disfungao organica, nas palavras de Dalgalarrondo (2008): relagao do sintoma com a distungéio de base 6, em certo sentido, de contiguidade. A febre pode corresponder a uma infeccao que induz os leueécitos a liberarem certas ocilocinas que, por cua agdo no hipotdlamo, produzem o aumento da temperatura. Assim, o sintoma febre tem determinada relagdo de contiguidade com o processo infeccioso de base. Os sintomas psicopatolégicos ao serem nomeados pelo paciente obedecem regras convencionadas em seu meio cultural, que devem perpassar pelo olhar do médico, que possui outra vivéncia sécio histérica. Os sintomas relatados pelo paciente carecem da tradugao para a linguagem médica. Sé entio, o carater simbolo linguistico se relaciona dentro de uma linguagem com significado. Para Dalgalarondo (2008 No momento em que o sintoma (nosso) recebe um nome, o sintoma adquire © status de simbolo, de signo linguistico arbitrario, que s6 pode ser compreendid dentro de um sistema simbdlico dado, em determinado Universo cultural. Dessa forma, a angistia manifesta-se (e realiza-ce) a0 mesmo tempo como maos geladas, tremores ¢ aperto na garganta (que indicam, p. ex., uma disfungao no sistema nervoso autonomo), e, a0 ser tal estado designado como nervosismo, neurose, ansiedade ou gastura, passa a receber certo significado simbdlico e cultural (por isso, convencional arbitrério), que s6 pode ser adequadamente compreendido e interpretado tendo-se como referéncia um universo cultural especifico, um sistema de simbolos determinado. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. 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Em quadros de psicopatologia a semiotécnica coloca foco sobre os instrumentos de rastreio de dados, como entrevista direta com o paciente ou com 0s familiares. Nessa perspectiva, Dalgalarondo (2008) salienta que: A coleta de sinais e sintomas requer a habilidade sutil em formular as perguntas mais adequadas para o estabelecimento de uma relagao produtiva e a consequente identificagao dos signos dos transtomos mentais. ‘Aqui S80 fundamentais 0 “como” e o “quando” fazer as perguntas, assim como © modo de interpretar as tespostas e a decorrente formulacéo de novas perguntas. Fundamental, sobretudo para a semiotécnica em psicopatologia, € a observagdo minuciosa, atenta © perspicaz do comportamento do paciente, do conteuido de seu discureo e do seu modo de falar, da cua mimica, da postura, da vestimenta, da forma como reage e do seu estilo de relacionamento com 0 entrevistador, com outros pacientes @ com seus familiares. Um ponto muito relevante nessa explanacéio sobre a semiotécnica recai sobre a necessidade dos profissionais envolvides nas questées “Psi” se empenharem na aquisigo de competéncias ¢ no desenvolvimento de habilidades adequadas, para estarem aptos @ atentos as manifestagdes que os pacientes trazem para o encontro. © que ira permitir a identificagao de comportamentos sutis, que sejam indicativos ou sugestivos de alguma disfuncionalidade, Mantendo tal comportamento, mesmo que a percepeao esteja equivocada, o profissional terd possibilidade de refutar sua HD e continuar 0 proceso de avaliagao dos sinais e sintomas. Zuarde e Loureiro (1996) apontam que os dados da hist6ria clinica e 0 exame do estado mental de um paciente sao basicamente obtidos por meio de entrevista, “Tedos 08 droits a0 reservados ao Grupa Promnas, de acrdo com a convengée ntemacional de eos ators. Nannuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro mas por certo, sofrem a interferéncia de varias influéncias comportamentais tendenciosas de cardter positive, negativo ¢ neutro. Entre as varidveis, pode-se destacar 0 relacionamento com o entrevistador, a0 entrevistado, a interagao entre eles e ao ambiente onde ¢ realizado 0 exame. Quanto ao entrevistador, caracteristicas pessoais como: crengas, sensibilidade, valores, estado emocional no instante da entrevista, podem ter impacto nos fenémenos observados. E notério que a forma como uma pergunta é formulada, o tempo de espera ofertado ao entrevistado para elaborar sua resposta, o tom de voz do entrevistador, o olhar, gestos, podem trazer grande impacto na coleta de informagdes. No contexto escolar, tais aspectos sao ainda mais relevantes de se observar. Portanto, pode-se refleti profissionais e dos questionamentos realizados, tem carater “(des)orientador” para que as criangas possam lidar com suas potencialidades limitagdes? (Zuarde & Loureiro, 1996). No entanto, cabe ressaltar que varidveis do préprio paciente, aluno, sujeito, familiar e etc., interfere na coleta de dados. O estado emocional, a motivagao para qual o impacto promovido pela presenca dos fomecer informagdes e etc. O grau de liberdade para expor o que esta sentindo ou pensando. E um ponto consensual que obter informagdes de quem procurou ajuda de livre e espontanea vontade, 6 muito diverso daquele que esta ali por obrigagdo ou forca. Aqueles que foram levados contra sua vontade, tem comportamentos e falas bem diferentes de quem percebe que existe a necessidade de ser ajudado. O interesse em ajudar pode contribuir para o recebedor ter interesse em ser ajudado (Zuarde & Loureiro, 1996). Talvez 0 aspecto mais relevante destacado até aqui seja a interagao assertiva, Zuarde e Loureiro (1996) fazem um interessante apontamento: A interagfio entre o entrevistador e © paciente, nfo se constitu, necessariamente, numa distorgao das condicdes “naturals” de observacao, se considerarmos que a conduta humana ocorre sempre “num contexto de vinculos @ relagdes humanas” @ nao isoladamente. Assim, a situagéio de entrevista [...] constitui-se numa forma particular de interagao, que ocorre dentro de um campo delimitado pelos seus objetivos, adauirindo caracteristicas préprias. Um dos integrantes deste relacionamento é um profissional, que deve usar seus conhecimentos para entender 0 que esta acontecendo com o outro e que deverd interagir de acordo com esta compreensiic. © paciente, por outro lado, necessita ©, em geral, espera obter auxilio do profissional, o que deve estimulé-lo a falar e refletir sobre si mesmo, ainda que, o paciente [...] a0 mesmo tempo que esta motivado para “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro revelar-se, pode ccultar sentimentos intimos, por conta de suas defesas psiquicas. De qualquer forma, a interacdo & uma das varidveis que influencia a observacdo, por exemplo, a eclosdo de sentimentos de simpatia ou antipatia, pode infiuir no resultado do exame. © conhecimento dessas varidveis e a preparacéio técnica do entrevistador, estimulam a contribuig&o, a comunicagao do entrevistado, minimizando ao maximo varidveis, de certa forma, preditivas, como as apresentadas anterlormente, permitindo que a entrevista seja mais rica, em termos de possibilidades de se obter os sinais e sintomas em profundidade, para que o paciente seja compreendido (Zuarde & Loureiro, 1996). E. Tulle citado por Jeon (2014) certa vez disse: 0 desejo mais profundo da alma humana é ser compreendida, o desejo mais protundo do ser humano é por ar (grifo nosso); entdo... se vocé escuta alguém, em profundidade, de tal forma que essa pessoa se sinta compreendida, € 0 mesmo que Ihe dar ar (grifo nosso). O profissional comprometido com seu fazer profissional ird contribuir para que o paciente possa realmente ter ar e condigées de arejar os pensamentos, os sentimentos @ as emogées. Ainda que nao Ihe seja possivel ficar livre de algum transtorno que gere limitagdes nas mais diversas esferas. Existem diferentes tipificagdes de entrevistas que, de forma geral, podem ser divididas em: aberta, estruturada e semi-estruturada. Vejamos cada tipo de entrevista (Zuarde & Loureiro, 1996) - Entrevista Aberta: Nao existe um soirpt pré-determinado ou rigido para as perguntas, Nela o entrevistado fala o mais livremente possivel, de forma que o curso da entrevista seja menos diretivo. Esse tipo de entrevista permite uma maior liberdade para ambos, entrevistado e entrevistador podem explorar mais aprofundada uma tematica. Suas desvantagens so: a pequena possibilidade de concordancia e determinar comparagdes entre entrevistados, bem como, entre diferentes entrevistadores; a dificuldade para formulacéo de diagnésticos consistentes, em razio da investigag4o assistematica dos sintomas; 0 tempo imprevisivel e, muitas vezes, pode ser gasto muito tempo com tematicas de pouca relevancia e ter que interromper as falas relevantes, em razéio do tempo. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro - Entrevista Estruturadas Existe um script definido a ser seguido, em relagao a ordem de obtengao de informagées, a sequéncia das perguntas e registros dos resultados sao melhor compardveis dentro de uma amostra grande de entrevistas. Vantagens: possibilita uma maior confiabilidade de hipsteses diagnésticas. Pois, as perguntas seguem o chamado padréio ouro de rastreio e de grande importancia para epidemiologia clinica. Esses roteiros séio muito comuns com testes ou inventarios de psicdlogos, psiquiatras e pedagogos. Desvantagens: a pouca flexibilidade das perguntas e determinadas condigdes cirounstanciais que 0 roteiro ndo abarca, mas que é relevante para o caso do paciente - Entrevista Semiestruturada Nesse formato existe um nivel de estruturagéio, bem como a possibilidade de inserir no protocolo, questées ou apontamentos relevantes, que ndo se encontram na entrevista. Elas também permitem uma certa flexibilidade na sequéncia e/ou forma de formular as perguntas, deixando o entrevistador mais & vontade para perceber as reagées do paciente frente a perguntas que trazem impactos nas crengas e valores dos pacientes. Um grande efetivo de entrevistas semiestruturadas s&o padronizadas, estabelecendo também os limites dessa flexibilidade. Estas entrevistas, em geral, mantém niveis consideraveis de confiabilidade. 3.3 EPIDEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS De acordo com Aratjo (2012), os avangos ocorridos no mundo, devido a melhoria dos indicadores de satide se deu com o advento da revolugdo industrial Essa revolugiio otimizou a disponibilizago de alimentos, condigdes de moradia e politicas de saneamento basico. Para o autor, a modificago mais significativa da histéria foi denominada por Omramcomo citado por Aratijo (2012) de “transicao epidemiolégica’. Por essa teoria, a humanidade atravessou trés grandes etapas epidemiolégicas na historia, que foram as eras da: “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro + Fomes e pestiléncias: que perdurou até a Idade Média e foi marcada como uma fase de elevados indices de natalidade, e também de mortalidade, por doengas infecciosas endémicas, epidemias e devastou as populagdes. Nesse periodo a expectativa de vida era de 20 anos * Declinio das pandemias: foi caracterizado pelo desaparecimento das grandes pandemias, muito embora muitas mortes se davam por adoecimento por infecgdes. Nessa era houve um aumento da expectativa de vida para 40 anos. * Doengas degenerativas © causadas pelo homem: marcada por uma grande melhoria do padrao de vida (moradia, saneamento, alimentagao € educacao). As principais causas de mortalidade passaram a ser por aumento do risco de doengas cardiovasculares e neoplasias malignas. Fase que teve uma reducdio no indice de crescimento demogratico. Os fatores causadores de doengas em humanos podem ser diagnosticados por meio do estudo sistematico de diferentes populacdes, essa ciéncia é denominada de Epidemiologia. Para Malaspina, Concoran, Schobel, Hamilton (2013) os estudos dessa area 6 percebido como uma série de questionamentos que avaliam: qual a frequéncia do transtorno? Existe maior frequéncia em algum subgrupo? Quais os fatores de risco esto relacionados ao transtomo? Para Malaspinaet al. (2013), as duas medidas que avaliam a frequéncia de uma doenga mais utilizadas nas ciéncias neuropsiquidtricas so a incidéncia e a prevaléncia. Veremos suas caracteristicas: A Incidéncia diz respeito ao ntimero de casos de uma doenga, mediante a uma referéncia temporal especifica, segundo a proporgéo da populagao total. A incidéncia de uma doenga pode ser determinada por varias formas: (I) Risco: ligado probabilidade de uma pessoa ser acometida de uma doenga, em um periodo especifico do tempo, normalmente definido por zero (sem risco) ou um (ira desenvolver da doenga). Um grande impedimento para o prosseguimento desses estudos de tisco é que muitos dos sujeitos de pesquisa sao perdidos, mortem por outras causas, 0 que pode distorcer os dados. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro (Il) Taxa: é uma medida alternativa para sanar os problemas com os sujeitos de pesquisa da analise do risco. A taxa é mensurada instantaneamente em sujeitos que desenvolveram uma determinada doenga, daqueles que permanecem em risco de desenvolver. Ja a prevaléncia esta relacionada com 0 indice de novos casos, de uma doenga durante um periodo determinado, como uma proporgao da populagao total em risco. Malaspinaet al. (2013) ressaltam que: ‘As duas medidas estado correlacionadas: a prevaléncia de uma doenca depende tanto de sua incidéncia quanto de sua duragao. E possivel comparar duas populagdes com e sem um fator suspeito ou predieponente a0 desenvolvimento da doenga por meio do calculo da razéio da frequéncia da doenca nas duas populagées; isso 6 conhecido como risco relativo. Para Wagner e Callergari-Jackes (1998) © isco relativo apresenta uma estimativa da associagao, entre a exposigao do sujeito ao fator de risco @ o desfecho (0 evento de interesse da pesquisa). O risco relativo “é definido como sendo a razéo entre a incidéncia do desfecho nos pacientes expostos ¢ a incidéncia do desfecho nos pacientes nao expostos” (Wagner &Callergari-Jackes, 1998). De acordo com Chaves (2008), a boa utilizagdio do método clinico para avaliagdo das doencas que acometem o sistema nervoso, bem como de outros campos do saber @ as diretrizes diagnésticas, todos possuem aplicabilidade universal para entendimento de patologias que visam: (I) A solugdo do problemas clinicos, que sao alcangados por varias incidéncias e dedugées Idgicas, obtidos por meio do levantamento de hipsteses, explicativas para os aspectos hist6ricos de uma doenga; (II) O diagnéstico que parte de uma atividade mental de integragao dos dados relevantes, elementos fomecedores para possiveis explicagdes mais compativeis com os fatos obtides na observacao clinica, durante o relato e dos sinais do paciente, entendido como um tipo de raciocinio clinico. © raciocinio clinico tem como foco 0 desenvolvimento de uma lista de problemas @ hipéteses diagnésticas diferenciais para cada sujeito. Nessa lista de problemas tem se relacionado a histéria médica pregressa, a historia familiar, observar aspectos psicossociais e do préprio sujeito, em relacao ao auto cuidado (Chaves, 2008). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro Por certo, as hipéteses diagnésticas de transtornos precisam ter como base achados de estudos controlados randomizados. Todavia é preciso ter em mente que a quantidade de informagao médica duplica em tamanho, © existe uma diminuigao do tempo gasto para se fechar uma hipétese diagnéstica; portanto, é preciso utilizar informagdes médicas baseadas em evidéncias -MBE- (Chaves, 2008). SAIBA MAIS! Estudo controlado randomizado como ferramenta de comprovagéio de dados com base em evidéncias. E baseada na comparagao duas ou mais intervengées, controladas pelos pesquisadores aplicadas aleatoriamente em grupos de participantes. Disponivel em: http:/www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/199 acesso em 02/19 Conforme destaca Chaves (2008) a MBE diz respeito ao uso consciencioso, aberto e prudente das evidéncias explicitas no momento da investigagao para contribuir com a tomada de deciséio, sobre qual a melhor forma de intervir os problemas do sujeito. Para o autor a MBE: Constitui-se na integragaio da expertise clinica individual com a melhor evidéncia clinica externa disponivel de pesquisa sistematica. Expertise clinica individual quer dizer a proficiéncia e a capacidade de julgamento que cada clinico individualmente adquire por meio de experiéncia e pratica clinicas. Expertise aumentada @ refletida de muitas formas, principalmente em mais diagnésticos efetivos e eficientes, em mais identificagoes responsdveis € no uso human de cilemas individuais des pacientes, direitos e preferéncias nas tomadas de decisdo clinicas sobre seus cuidados, Dentre as habilidades para a pratica de diagnésticos baseados em evidéncias destacamos, de acordo com Chaves (2008) algumas caracteristicas: - Capacidade para definir o problema com precisao; - estabelecer as informagdes séio essenciais para resolver os problemas; + realizar um busca refinada em bases de dados, preferencialmente em revistas indexadas; - selecionar os estudos de maior fator de impacto; “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro - desenvolver habilidade para envolver 0 paciente no processo de tomada de decisdo sobre a melhor abordagem dos problemas. IMPORTANTE! Expertise clinica individual quer dizer a proficiéncia e a capacidade de julgamento que cada clinico, individualmente, adquire por meio de experiéncia e pratica clinicas. Expertise aumentada ¢ refletida de muitas formas, principalmente em mais diagnésticos efetivos @ eficientes, em mais identificages responsaveis e no uso humano de dilemas individuais dos pacientes, direitos e preferéncias nas tomadas de decisdo clinicas sobre seus cuidados. De acordo com Chaves (2008) a melhor combinagao entre as ferramentas de BEM e 0 método clinico de conducéo de entrevistas “constitu o processo diagnéstico mais abrangente e atualizado em qualquer especialidade médica’. Quadro 02 - passos da medicina baseada em evidéncia Questo clinica = Anotar 0 problema clinico mais recente. = Quais os pontos mais criticos do caso? ~ E possivel responder as questées anteriores? De que forma? Busca pela informacao relevante - Elaborar alguma questo passivel de resposta clinica justificavel. - Quais as evidéncias mais relevantes apresentadas na literatura? - Analisar criticamente todas as bases de dados. = Integrar os dados relevantes mediante a experiéncia profissional eo envolvimento do paciente no processo de tomada de decisao. ‘As melhores evidéncias dependem do tipo de questao - Da observacao (quais os fenémenos/problemas?) - Da frequéncia (qual a frequéncia do problema?) - Amostra do caso com padrao ouro (que mostra uma boa comprovagao de resolutividade) - Prognéstico - Estratégias sobre como aliviar o problema? - Ensaios clinicos randomizados Fonte: Chaves (2008, pg. 25) SAIBA MAIS! Fator de impacto de periédicos e bancos de dados para pesquisa O fator de impacto ¢ o principal balizador para analisar as revistas cientificas “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro em todo o mundo. Esse fator 6 calculado somente entre revistas disponibilizadas na Web of Science. O caleulo do fator leva em consideraco a soma de todas as citagdes que a revista recebeu em dois anos, dividido pelo total de artigos publicados. Ao fazer uma pesquisa ou andlise de artigos sobre algum caso ou problema, é relevante verificar qual o Qualis a revista possui. Qualis com altos fatores de impacto, quer dizer que a revista publica artigos de ponta e com excelente validade dos dados apresentados. Disponivel em: _https://galoa.com.br/blog/o-que-e-fator-de-impacto-das- revistas-cientificas Acesso em: 02/19 Segundo Ramos (2007) 0 exame psiquico do paciente inicia com a andlise do estado mental realizada no contato pessoal, podendo ser em forma de entrevista ou exames. Nessa avaliago busca-se obter detalhadamente uma descricio dos contetidos mentais expressos pelo paciente. Dentre os atributos do processamento cognitive a serem avaliados, o autor apresenta um esquema de constructos a serem verificados nas entrevistas com os clientes. - Aparéncia e comportamento: O contato inicial com o paciente é preciso estar bem atento a questées como: 0 estado geral do paciente, avaliando aspectos como aparéncia fisica, comportamento mais destacado (inquietagdo, calma, agressividade), expressdes nao verbais (postura corporal, gestos). - Consciéncia: Analisar 0 quanto o paciente se mostra acordado, alerta ou vigilante, ou seja, 0 quanto ele tem aptidao para lidar, satisfatoriamente, em uma entrevista. Esse nivel pode variar de: totalmente alerta ou coma. Avaliagdes da consciéncia sao melhores aprendidas levando em consideragao aspectos como: (|) atengéo (aptidaéo para coletar, reter © processar informagdes disponiveis no ambiente; (II) orientagdo (otientacao espacial é a aptiddo para identificar em que local esta; orientacdo temporal 6 capacidade de entender tempo, o ano, més e dia e hora que esta no momento da entrevista). “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree Wunica @& Pro - Senso percep9ai Esta ligado aos érgaos do sentido: visdo, tato, paladar, olfato. Uma percep¢ao normal é aquela que acontece de forma organizada e proporcional ao estimulo externo que provoca. Anormalidades na senso percepgao acontecem quando o sujeito percebe o ambiente de maneira distorcida. A percepeao quando nao existe algum estimulo é denominada alucinagao. - Pensamento: O pensamento é entendido levando em conta alguns aspectos como: (|) Forma do pensamento: avaliada mediante a observagao do discurso associado a velocidade e 0 encadeamento das ideias; (II) contetido do pensamento: leva em consideragao o significado das ideias expressas pelo paciente, em especial quanto a compreensao da fala. Uma das alteragdes mais caracteristicas de contetido sao os delitios. + Juizo: Aptidao para julgar eventos que acontecem de forma adequada. Critic Ligado @ capacidade do paciente fazer auto julgamento, considerando adequadamente as suas apresentagdes de ideias. - Meméria: Diz respeito & capacidade de reter dados acerca dos acontecimentos vividos evocarlos quando necessario, + Atetividade: Analisando a capacidade do paciente de fazer contato afetivo com o examinador. Espera-se que o paciente esteja apto a sentir e relatar sobre suas emogées de forma adequada. A oscilago muito rapida do humor é conhecida como labilidade afetiva, - Pragmatismo: Aptidao do sujeito em realizar tarefas e atividades praticas, como auto cuidado com sua aparéncia e satide. Um pragmatismo adequado é dependente da volicao ou manter vontade preservada para a execugao dos atos. Por certo séio peculiaridades que demandam que o examinador esteja atento € envolvido com a entrevista, @ com os sinais e sintomas que sao apresentados. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Seer alii NS YWUNICA Observando esses aspectos é possivel ter um entendimento mais profundo dos problemas, mas também de ter pistas sobre por onde iniciar as intervengées & proporcionar melhorias no afsto © no comportamento dos pacientes (Ramos, 2007). INDICAGAO BIBLIOGRAFICA ARAUJO, J. D. de. Polarizagéio epidemiolégica no Brasil. Epidemiologia e Servigos de Satide, v. 21, n. 4, p. 583-588, 2012. CHAVES, M. L. F. Raciocinio diagnéstico em neurologia; in: rotinas em Neurologia e neurocirurgia. Porto Alegre: Artmed, 2008, DALGALARONDO, P. Introducdo geral a semiologia psiquiatrica; in Psicopatologias e semiologia dos transtornos mentais. 2° ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. JEON, A. alma no caos. Atheneu, 2014 MALASPINA, D.; CONCORAM, C.; SCHOBEL, S.; HAMILTON, S. P. Aspectos epidemiolégicos e genéticos; in: fundamentos da rimed, 2013 neuropsiquiatria e ciéncias do comportamento. Porto alegre: MARTINS et al. Semiologia da crianga e do adolescente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 RAMOS, R. T. 0 exame psiquico; in: Sindromes Psiquiatricas: diagnéstico e entrevista para profissionais de satide mental. Porto Alegre: Artmed, 2007. ZUARDE, A. W.; LOUREIRO, S. R. Semiologia psiq' Ribeiraio Preto, 29: 44-53, jan./mar. 1996 WAGNER, M. B.; CALLEGARI-JACQUES, S. M. Medidas de associacao em estudos epidemiolégicos: risco relativo e oddsratio. Jornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 74, no. 8 (1998), p. 247-251., 1998. rica. Medicina, “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, FACULDADE Procree Wunica @& Pro CONSIDERACOES FINAIS Neste trabalho é realizada a apresentagéo de elementos introdutérios relevantes sobre a neurologia geral. Por certo, o sistema nervoso central SNC, tem uma importancia singular para o entendimento do funcionamento neuronal normal e das disfungdes que podem acometer o ser humano. Mesmo 0 SNC sendo cheio de mistérios, alguns pontos ja sao, em partes, bem conhecidos como: fungées, estruturas neuronais e sua organizacao, o papel das sinapses @ dos neurotransmissores na formatagéo das fungdes cognitivas complexas do ser humano. Vale lembrar que os pontos j4 desvendados sobre a neurologia tem como ponto de partida o desenvolvimento de novas tecnologias ¢ da imagiologia. Técnicas como a ressonancia magnética funcional, a tomografia por emissao de pésitrons @ a estimulagéo trasneraniana tém possibilitado que novas descobertas sejam aleancadas e metodologias de abordagem no SNC tenham melhor eficdcia, Essas metodologias trazem mais esclarecimento sobre a anatomia geral e funcional do cértex cerebral. E evidenciam pontos relevantes do desenvolvimento filogenético do sistema nervoso. Nesse desenvolvimento, uma das partes mais relevantes do SNC, que promovem a (des)harmonia com 0 mundo externo, tem como fundamento os nervos oranianos. Conhecer cada um deles e suas respectivas dreas de inervagao ¢ fungdes, permite o entendimento de algumas manifestagdes sintomatolégicas ¢ a identificagao de anomalias, mesmo em estagios iniciais do desenvolvimento. A possibilidade de identificar pontos, que merecem destaque mais intenso sobre as manifestagdes clinicas neurolégicas, perpassam pelo entendimento da semiologia, em suas mais variadas areas do conhecimento. E com essa visio holistica, ser possivel captar dados relevantes, que vao descrever entidades disfuncionais ou nao e, assim, compreender melhor a epidemiologia clinica dos transtornos. Essas nogées de neurologia permitem que profissionais, ao entrarem em contato com pacientes, nas mais variadas demandas, enxergarem de forma mais aprofundada os sinais ¢ sintomas presentes nos diagnésticos estabelecidos. E mais “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, FACULDADE Procree UNICA @ Pro ainda, poder se tornar um agente de identificago da presenga de sinais, mesmo que sutis, de identificar alteragdes no sistema nervoso, e encaminhar aos profissionais mais qualificados, para confirmar ou refutar as suspeitas identificadas. Com isso, ha ganho aos pacientes, aos familiares, a sociedade de forma geral. Se abster de observar 0 SNC é deixar desprotegida uma parcela da populagao, que pode estar lutando contra alguns quadros neurolégicos disfuncionais, mas pode fazer de forma equivocada, ou que possa causar ainda mais prejuizo no sistema Nnervoso @, consequentemente, na estruturagdo de um ser humano pleno de possibilidades e de chances de se desenvolver. “Todos 08 artes sao reservados ao Grupa Prominas, de acordo com a convene internacional de dieios autores. Nanhuma arto desio material pode sor ropreduzida ou utiizada, soja por moos oletrénicos ou mocdnicos, inclusive fotocspias ou savages, ou, por sistemas de armazenagem e recunerapo de dados ~ sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas, cobs VINI e FACULDADE Procree “ wounica &Pro REFERENCIAS ARAUJO, J. D. de. Polarizagéo epidemiolégica no Brasil. Epidemiologia ¢ Servigos de Satide, v. 21, n. 4, p. 533-538, 2012. BUENO, OFA Neuropsicologia hoje. Sao Paulo: Artes Médicas, p. 125-134, 2004. CHAVES, M. L. F. 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Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, cobs VINI e FACULDADE Peace “ wounica &Pro MARTINS, Maria Aparecida et al. Semiologia da crianca e do adolescente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 MOREIRA, Catarina. Neuronio. Revista de Ciéncia Elementar, v. 1, n. 1, 2013. NETO, F. P. et al. Anormalidades sensoriais: olfato e paladar. Int Arch Otorhinolaryngol, v. 15, p. 350-8, 2011. PEREIRA, C. U et al. Nervo oculomotor: anatomia, fisiologia e clinica. 2012. RAMOS, R. T. O exame psiquico; in: Sindromes Psiquidtricas: diagnéstico © entrevista para profissionais de satide mental. Porto Alegre: Artmed, 2007. SCHMIDEK, W. R.; CANTOS, G. A. Evolugéo do sistema nervoso, especializaco hemisférica e plasticidade cerebral: um caminho ainda a ser percorrido. 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Nanhuma parte deste material pode sor reproduzda ou ulizada, soja por moios slotioncos ou mecanicos, inclusive fotocopias ou Savages, ou, por sistemas de armazenagem e recuneragao de dados ~ sem o coneentimento por escrito do Grupo Promina, REQUISITOS OBRIGATORIOS PARA CONCLUSAO DO CURSO Todos os cursos deverio ter duraga0 Ser aprovado em todas as disciplinas minima oxigida, contada a partir'do com nota minima de 7 pontos. pagamento da primeira mensalidade ES) e considerada a data de colacao de ‘grau do curso superior. Ter quitado todas as parcelas do curso. Entregar todas as documenacées exigidas para emissao do certificado. Ser aprovado no TCC (Artigo ou monografia) ‘com nota minima de 7 pontos. anes tote acetate CELE ety

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