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Centro Universitário Leonardo Da Vince

Curso de Bacharelado em Serviço Social

MAILANNE RAMOS DOS SANTOS


TURMA: SES0604

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: VIOLÊNCIA CONTRA MULHER E A


PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL

BARREIRINHAS - MA
2021
MAILANNE RAMOS DOS SANTOS

VIOLÊNCIA CONTRAMULHER E A PRATICA DO ASSISTENTE SOCIAL


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do
Centro Universitário Leonardo da Vinci –
UNIASSELVI, como exigência para a obtenção do título
de Bacharel em Serviço Social.

Nome do Tutor – Orientador


Ediane de Jesus Rodrigues Sa CRESS: 5636 2ª Região

BARREIRINHAS - MA
2021
FICHA DE CATALOGAÇÃO

Santos, Mailane Ramos dos.

Violência contra a mulher e a prática do assistente


social. 42 f

Monografia (Graduação) – Curso Bacharelado em Ciências


Sociais, Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI,
2021.

Orientador: Profa. Ediane de Jesus Rodrigues Sa. CRESS:


56362 2ª Região.

1. Violência Contra a Mulher. 2. Assistente Social. 3. Lei


Maria da Penha 4. Titulo.
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER E A PRATICA DO ASSISTENTE SOCIAL

MAILANNE RAMOS DOS SANTOS


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social, sendo
atribuída a nota “ ” (
), pela
banca examinadora formada por:

Presidente: Profª Ediane de Jesus Rodrigues Sa – Orientador Local

Membro: Prof – Supervisor de Campo

Membro: Prof – Profissional da área

BARREIRINHAS - MA
2021
Esse trabalho é dedicado aos meu pais.
AGRADECIMENTOS

À Deus, fonte de toda sabedoria e graça.


À meus pais, que me deram todo apoio e incentivo para enfrentar os desafios de
começar e terminar essa graduação.

À minha professora Nadiane Serpa por fazer parte da minha vida acadêmica, agradeço
cada ensinamento compartilhado, muito obrigada professora Nadiane.
A prática no Serviço Social conta bem
mais que a teoria, e a profissão para quem
não dá nada é porque não conhece a
realidade. Como profissional da área
devemos saber andar lado a lado do "Certo
que é Errado e do Errado que é
Certo.”
José Prado Júnior
LISTA DE ABREVIATURAS

CRAS - Centro de Referência de Assistência Social


CREAS – Centro de Referência Especializada de Assistência Social DEAM –
Delegacia Especial da Mulher
DPE/MA – Defensoria Pública Estadual do Maranhão LOAS –
Lei Orgânica da Assistência Social
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNAS – Política Nacional de Assistência Social
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Comparativo entre os meses de janeiro a dezembro de 2019 e 2020. Gráfico 02:
Números de medidas protetivas e denúncia dos casos de violência no Maranhão durante os
anos 2019 e 2020.
LISTA DE IMAGEM

Imagem 01: Manchete de Jornal com destaque para feminicídio em Barreirinhas, 2019.
RESUMO

A luta das mulheres pela igualdade e não violência é histórica, já teve muitos ganhos e
avanços tanto no que diz respeito a políticas públicas, quanto a ganhos legais. Ainda assim os
índices de violência contra as mulheres é alto. Como ponte de acesso entre mulheres
violentadas e os direitos a elas pertencentes se tem o profissional de assistência social, que age
na acolhida, escuta e acompanhamento das vítimas. Assim o presente trabalho teve como
objetivo compreender o papel do Assistente Social no atendimento de mulheres em
vulnerabilidade decorrente de violência doméstica e familiar e utilizou-se da metodologia de
revisão bibliográfica para fazer tal analise. As fontes foram retiradas de materiais já
produzidos e disponíveis nos sites de pesquisa acadêmica gratuitos. Como resultado, foi
possível levantar dados e registros sobre a violência contra a mulher, os dispositivos legais que
dela tratam, com foco na Lei Maria da Penha e instrumentos de contate, prevenção e coibição
de tal violação.

Palavras-chave: Violência contra a mulher, Assistente social, Lei Maria da Penha.


ABSTRACT

The struggle of women for equality and non-violence is historic, it has already had many gains
and advances both in terms of public policies and legal gains. Yet the rates of violence against
women are high. As a bridge of access between abused women and the rights that belong to
them, there is the social assistance professional, who acts by welcoming, listening to and
monitoring the victims. Thus, this study aimed to understand the role of the Social Worker in
caring for women in vulnerability resulting from domestic and family violence and used the
literature review methodology to carry out such analysis. The sources were taken from
materials already produced and available on free academic research sites. As a result, it was
possible to collect data and records on violence against women, the legal provisions that deal
with it, with a focus on the Maria da Penha Law and instruments for contacting, preventing
and curbing such violations.

Keywords: Violence against women, Social worker, Maria da Penha Law.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16

2 APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................17

3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL.....18

4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................20

5 OBJETIVOS............................................................................................................21

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................................................. 21


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................................................ 21

6 METODOLOGIA......................................................................................................22

7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA…………………………………………......24

7.1 A VIOLÊNCIA COMO PROCESSO HISTÓRICO…………………………….……..24

7.2 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O ESTADO…………………………….….26

7.3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS………………………………….………….………28

7.4 LEI MARIA DA PENHA………………………………………………………….……..28

7.5 ANÁLISE DE DADOS…………………………………………………………….……33

7.6 FEMINICÍDIO……………………………………………………………………………33

7.7 RESULTADOS………………………………………………………………………….34

7.8 FEMINICÍDIO NO MARANHÃO…………………………………………….…………34

7.9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS………………………………….….…………….37

7.9.1 O ASSISTENTE SOCIAL E OS DIREITOS DA MULHER…………….………....37

8 CONCLUSÃO..........................................................................................................40

9 REFERÊNCIAS.......................................................................................................41
16

1 INTRODUÇÃO

Durante o processo de graduação se entende a importância do um profissional que


atua no serviço social, como importante ponte de acesso entre os direitos daqueles que mais
precisam. Surge a necessidade de compreender as negligenciadas e crescentes estatísticas de
violência contra a mulher, mesmo havendo, ao longo dos anos ganhos de direitos como a Lei
Maria da Penha.
A Lei Maria da Penha foi divisor de águas no combater a violência contra mulher,
pois ela ampara e protege as mulheres independente de sua orientação sexual, condição
social, classe, raça ou religião. Tal Lei veio para combater a violência doméstica e familiar
contra a mulher, visto que no Art. 7º da Lei Maria da Penha são enumeradas algumas das
formas de violências que as mulheres sofrem diariamente. São elas: as violências físicas,
psicológicas, sexual, patrimonial e moral. Violências estás que são caracterizadas e
apresentadas no presente trabalho.
Assim como as Leis e autoridades competentes, o assistente social tem o importante
papel no combate a violência, por esse motivo precisa estar capacitado, e saber lidar com os
vários tipos de violência haja vista que acompanha casos pouco complexos até casos de alta
complexidade que podendo levar a perda da vida de mulheres, se não houver intervenção de
imediata.
Por isso, através desse trabalho busca-se compreender o papel do assistente social no
atendimento de mulheres em vulnerabilidade decorrente de violência doméstica e familiar.
Investigando as principais causas de violências sofridas por mulheres; fornecendo orientações
sobre a atuação do profissional de Assistência social no acolhimento às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar; e apresentando os mecânicos essenciais para a prevenção e
combate à violência contra a mulher.
Portanto, a fim de compreender o que já se tem descrito sobre o assunto, este trabalho
será realizado por meio de uma revisão de bibliográfica e dados. Está metodologia foi
escolhidapor ocasião da pandemia, promovida pela COVID-19, que impossibilitou que se
fizesse uma pesquisas de campo. A literatura é uma importante fonte de conhecimento
científico Para contribuir, no exercício dos profissionais que atuam como assistentes socais
no segmento do atendimento a mulheres em vulnerabilidade decorrente de violência.
17

2 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Iniciando nossa discussão pelo termo mais geral: violência, diremos que este é um
termo polissêmico e tem sido exaustivamente repetido pela mídia e trabalhado por inúmeros
pensadores de áreas diversas. O termo, tal como usado, denota grande alargamento de
nomeações, que vão desde as formas mais cruéis da tortura e do assassinato em massa, até
aspectos mais sutis, mas considerados opressivos na vida moderna cotidiana, como a
burocracia, a má distribuição de renda, certas normas culturais, entre outros. (SCHRAIBER,
1999).
A violência tem merecido lugar de destaque entre as preocupações cotidianas,
gerando políticas governamentais em diversos países do mundo”. Órgãos como a Organização
Pan-Americana de Saúde, consideram que a violência adquiriu um caráter endêmico e passou
a ser um problema de saúde pública devido número significativo de vítimas que vem
apresentando prejuízos orgânicos e emocionais (SANTI; NAKANO; LETTIERE, 2010).
Neste sentido a Organização Mundial de Saúde (OMS) publica, em 2002, o Relatório
Mundial sobre a Violência e Saúde, tornando público o problema da violência, definindo
como: “uso intencional de força ou poder, através de ameaça ou agressão real, contra si
mesmo, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou tem grande
probabilidade de resultar em ferimentos, morte, prejuízos psicológicos, problemas de
desenvolvimento ou privação” (CORREA, 2016)
Vianna et al. (2015) apresenta a violência de gênero como categoria analítica no ciclo
da violência contra mulher, e a influência da concepção da construção social, histórica,
econômica e cultural de gênero em sua ocorrência. A violência doméstica contra a mulher tem
sido um problema cada vez mais discutido e é uma das grandes preocupações da sociedade
brasileira devido à grande quantidade de mulheres violentadas. Mulheres sofrem violência pelo
simples fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer
outra condição. Tal violência é fruto de um sistema social que rebaixa o sexo feminino.
A violência contra a mulher acaba por se manifestar de diferentes formas e
circunstâncias. O fenômeno se expressa, principalmente, através da violência sexual, física
epsicológica, no entanto não se inscreve somente no corpo, pois nem sempre deixa marcas
visíveis, repercutindo na vida social da mulher (LETTIERE; NAKANO; RODRIGUES,
2008).
18

3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL

O serviço social com a profissão que atua nas expressões da questão social desde sua
gênese, que faz uma análise dos tipo de violência partindo dos processos de surgimento do
sistema capitalista e na luta das diferentes gerações. Assim, fechar os olhos para o
atendimento a mulheres violentadas, é uma grande omissão (SOBRINHO, 2020).
O profissional de assistência social tem um papel importante para o acolhimento,
acompanhamento, e também para denúncia do agressor. No entanto, não somente o ato de
denunciar atos violentos contra a mulher, mas também o de chamar a atenção da sociedade,
para que se crie condições necessárias, tais como leis, e políticas públicas cada vez melhores e
mais eficiente no combate e prevenção de violência contra a mulher.
Ao falar de Violência doméstica Sobrinho (2020), aponta que:
A violência doméstica é um tema muito presente no cotidiano do assistente social,
cabe a esse profissional identificar e conhecer as formas de violência. Os casos de
violência, que tem a mulher como sua vítima mais comum, não se limitam apenas a
agressão corporal, vai além, sendo composta por outras formas de violência que
agravam ainda mais a situação de vulnerabilidade da mulher (SOBRINHO, 2020).

A forma com que os profissionais concebem o agravo define como vai ser resolvido
e determina a prática assistencial. O profissional que atua no serviço social, é uma importante
ponte de acesso entre os direitos e aqueles que mais precisam. Surge assim, a necessidade em
compreender as negligenciadas e crescentes estatísticas de violência contra a mulher.
A Lei Maria da Penha foi um divisor de águas para combater a violência contra mulher,
visto que ampara e protege toda mulher independente de sua classe, raça, orientação sexual,
renda, cultura, nível educacional, idade e religião. Ela veio para combater, coibir e punir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Assim no Art. 7º da Lei Maria da Penha são
enumeradas as formas de violências sofridas pelas mulheres diariamente, sendo elas: físicas,
psicológicas, sexual, patrimonial e moral.
Sancionada em 07 de agosto de 2006, como Lei n.º 11.340, a Lei Maria da Penha
ganhou este nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha para ver se u agressor
condenado. Mesmo com tantos anos de luta e enfrentamento das mulheres
19

diante de uma sociedade machista e patriarcal, ainda vemos os casos de violência contra a
mulher crescerem abruptamente. (SOBRINHO, 2020)
Apesar da Lei Maria da Penha estar em vigor há 15 anos, tais violências continuam
sendo praticadas pelos homens. Dados alarmantes mostram essa realidade. Portanto, surge a
necessidade de aprimorar o acompanhamento dessas mulheres dentro do ambiente da
assistência social, para que estás encontrem abrigo e sejam ouvidas ao serem atendidas por um
profissional de assistência social, que com sua capacidade e habilidades possa aconselhar,
encaminhar, e intervir naquele meio social, podendo assim salvar muitas mulheres em
situação perigo.
20

4 JUSTIFICATIVA

A violência tem merecido lugar de destaque entre as preocupações cotidianas,


gerandopolíticas governamentais em diversos países do mundo (SANTI; NAKANO;
LETTIERE, 2010). Para as autoras, órgãos como a Organização Pan-Americana de Saúde,
consideram que a violência adquiriu um caráter endêmico e passou a um problema de
saúde pública devido número significativo de vítimas que vem
apresentando prejuízos orgânicos e emocionais (SANTI; NAKANO; LETTIERE, 2010). A
violência contra a mulher acaba por se manifestar de diferentes formas e circunstâncias. O
fenômeno se expressa, principalmente, através da violência sexual, física epsicológica, no
entanto não se inscreve somente no corpo, pois nem sempre deixa marcas visíveis,
repercutindo na vida social da mulher (LETTIERE; NAKANO; RODRIGUES, 2008,). Este
tem sido um problema cada vez mais discutidos e é uma das grandes preocupações da
sociedade brasileira devido à grande quantidade de
mulheres violentadas.
Sofrer violência pelo simples fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe social,
religião, idade ou qualquer outra condição, é fruto de um sistema social que rebaixa o sexo
feminino. Fechar os olhos para o atendimento a essas mulheres, é uma grande omissão. Assim
o assistente social tem um papel importante para o acolhimento, acompanhamento, e registro
de denúncias. No entanto, não é somente o fato de denunciar atos violentos contra a mulher,
mas sim o de chamar a atenção da sociedade, para juntos criar condições necessárias como
leis, e políticas públicas cada vez melhores para o combate e acolhida de mulheres
violentadas.
21

5 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Compreender o papel do Assistente Social no atendimento de mulheres em


vulnerabilidade decorrentede violência doméstica e familiar.

2.2 Objetivos específicos

 Investigar as principais causas de violências sofridas por mulheres;


 Fornecer orientações sobre a atuação do profissional de Assistência social no
acolhimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar;
 Apresentar os mecânicos essenciais para a prevenção e combate à violência contra a
mulher.
22

6 METODOLOGIA

A metodologia é o instrumento que o pesquisador se utiliza para construir o


conhecimento, conhecimento esse que permita fazer a discussão proposta pela pesquisa. No
estudo em questão, buscamos perceber a essência do pensamento científico e como ele opera
em contraste com o senso comum. Destacamos a importância fundante do método na ciência.
O objetivo é compreender como realizar uma pesquisa científica (BLOISE, 2020).
Segundo a classificação metodológica proposta por Nascimento (2016), a presente
pesquisa contará com uma abordagem metodológica qualitativa baseada na interpretação dos
fenômenos observados e no significado que carregam, dada a realidade em que os fenômenos
estão inseridos. Pode ser considerada como de natureza básica visto que busca gerar verdades,
ainda que temporárias e relativas, de interesses mais amplos (universalidade), não localizados.
Todavia, não tem compromisso de aplicação prática do resultado. Sendo classificada como
uma pesquisa de avaliação, pois atribui valor a um fenômeno estudado, necessita de
parâmetros bem estabelecidos de comparação ou referência, tendo como foco procedimentos.
Esta busca contribuir com o meio acadêmico de forma a debater sobre a problemática
da violência contra mulher e o quanto a atuação do profissional de assistência social pode ser
importante para a quebra do ciclo de violência e punição do agressor.
A pesquisa proposta tem caráter exploratório, visto que objetiva facilitar a
familiaridade do pesquisador com o problema objeto de pesquisa, para permitir a construção
de hipóteses ou tornar a questão mais clara. Quanto a sua classificação referente ao ambiente,
está se aplica como sendo de levantamento/estudo bibliográfico, pois os dados provem apenas
de referências teóricas, com análises realizadas em diferentes perspectivas (NASCIMENTO,
2016).
Com base na classificação metodológica de Silveira (1992), o presente estudo se
caracteriza como sendo uma revisão opinativa visto que esclarece a respeito do tema e, a partir
da assunção de que há um conjunto de opiniões formadas, pretende mudá-las. As revisões
podem ainda ser classificadas usando-se os critérios de Noronha e Pires (2000), nesse caso
essa se encaixa nós critérios de pesquisa bibliográfica de base, por servir de apoio, para as
pesquisas científicas e que foi
23

desenvolvida como suporte ao referencial teórico de monografias, dissertações, teses e outros


textos científicos.
Assim o presente trabalho se caracteriza como sendo uma revisão de literatura
opinativa e de base, visto que fomenta mudanças quanto a postura de profissionais de
Assistência Social frente ao acolhimento e acompanhamento das vítimas de violência
doméstica e também serve como suporte de referencial teórico de futuros textos científicos.
Para tanto, foi possível fazer discussões sobre o tema estudado. Foram utilizadas bases
virtuais de acesso a dados, tais como: Google acadêmico, Scielo e outros. Os textos/artigos
foram selecionados com base nos seguintes critérios: ser um trabalhos publicados em sites e/ou
revistas, abordar a pratica dos assistentes sociais nos espaços de atuação, tais como: CRAS
(Centro de Referência de Assistência Social) ou CREAS (Centro de Referência Especializado
de Assistência Social), e, ao mesmo tempo, envolver o atendimento de mulheres sujeitas à
violência doméstica e familiar. Devem abordar as limitações de atuação do profissional de
assistência social ou as ferramentas possíveis de serem usadas para atender mulheres vítimas
de violência doméstica e familiar.
Os textos foram lidos e resumidos, suas ideias foram avaliadas e analisadas quanto a
sua importância. Por fim os argumentos considerados importantes foram organizados num
compilado de informações dispostas aqui como resultado desta pesquisa.
24

7 ANÁLISE DOS DADOS

7.1 A violência como um processo histórico

Numa compreensão clássica da violência, ela é entendida como um excesso de uso da


força diante de normas sociais já estabelecidas. A interpretação da violência depende de um
contexto sócio-político favorável para que a pessoa violentada possa enunciar a violência que
sofre e ser legitimada nas instituições estatais de proteção e controle. Assim Angelim (2009),
afirma que violência é um processo subjetivo e coletivo.

A violência, provavelmente, sempre fez parte da experiência humana, é um


componente histórico das distintas sociedades em diferentes temporalidades. Evidencia-se a
constante de que as sociedades foram moldadas pelo estabelecimento da violência. Na
Antiguidade, era comum o sacrifício ritual. Os senhores feudais utilizavam a violência como
método de organização e manutenção dos feudos. Os Estados Absolutistas, que celebravam
rituais sanguinários, por meio dos suplícios (BERNASKI, 2018).
Na época do Brasil Colônia (1500-1822), vivia- se uma cultura enraizada de
repressão às minorias, desigualdade e de patriarcado. As mulheres eram consideradas
propriedade de seus pais, maridos, irmãos ou quaisquer que fossem os chefes da família.
Nesse período, a luta das mulheres era sobre faltas importantes daquela época: educação,
direito à vida política, direito ao divórcio e livre acesso ao mercado de trabalho.
A violência era compreendida como uma espécie de “educação”, para disciplinar as
mulheres que desrespeitassem os seus homens, sejam eles maridos, pais ou outros. Esse
“trabalho de reprodução esteve garantido, até época recente, por três instâncias principais, a
família, a igreja e a escola, que, objetivamente orquestradas, tinham em comum o fato de
agirem sobre as estruturas inconscientes e, principalmente, “à família cabe o papel principal
na reprodução da dominação e da visão masculina”. (BOURDIEU, 2007, p. 103).
No Brasil do século XX, na década de 60, houve várias mobilizações com foco em
denúncias de violências doméstica contra mulheres, onde houve a cobrança de
responsabilidadedo estado (Costa, 2007, p. 52). Buscou-se romper com dicotomias
25

entre o público e o privado cobrando responsabilidades do Estado e da sociedade em assegurar


a todas/os o respeito à dignidade humana e a uma vida sem violência.
Vale ressaltar que a noção de violência contra as mulheres nem sempre foi
compreendida como algo negativo, como um problema social. A violência era naturalmente
aceita já que a mulher era considerada como seres inferiores, que tinha obrigações, deviam
obediência e servidão ao homem e ao casamento. Inclusive essa visão era respaldada pelos
médicos da época: “por ter ossos, cartilagens, ligamentos e fibra mais frágeis, a mãe apenas
carregava o ovo com que o sexo fêmeo concorre para a propagação, assim como sucede com
os ovíparos”. (DEL PRIORI, 2013. p. 114).
Por muitas das vezes os casos de violência contra a mulher foram tratados como
sendo sem importância, ignorando a gravidade das violências sofridas por mulheres dentro de
suas próprias casas, ilustradas por dizeres populares como: “ em briga de marido e mulher,
ninguém mete acolher” (Saffioti, 1999). O caminho entre os direitos das mulheres e as lutas
para a igualdade das minorias em geral sempre estiveram entrelaçados.
Todo esse processo de classificação repercute como um habitus. Compreende-
se o conceito de habitus como a relação com as formas de socialização humana, guiadas por
meio de dispositivos culturais, repassados de geração para geração, que simulam certa
neutralidade e naturalidade das ações cotidianas (BOURDIEU, 1983). “Ora, longe de afirmar
que as estruturas de dominação são a-históricas, eu tentarei, pelo contrário, provar que elas
são produto de um trabalho incessante (e como tal, histórico) de reprodução [...]”.
(BOURDIEU, 2014, p. 56).
Pinafi (2017) em seu artigo aponta que:

A violência contra a mulher traz em seu seio, estreita relação com as categorias de
gênero, classe e raça/etnia e suas relações de poder. Tais relações estão mediadas por
uma ordem patriarcal proeminente na sociedade, a qual atribui aos homens o direito
a dominar e controlar suas mulheres, podendo em certos casos, atingir os limites da
violência (PINAFI, 2017).

As opiniões machistas de que o sexo feminino é frágil, leva há diversas


discriminações, e aumenta os diversos problemas como a desigualdade de direitos entre
homens e mulheres, como assédio, diferença salarial, e altos índices de violência
26

contra as mulheres. Assim, ainda hoje é possível ouvir comentários como: “Lugar de
mulheré na cozinha”, “Mulher tem que ser submissa”, “Mulher tem que fica é em casa”, e
muitas outras frases que levam a pensar que a mulher não tem lugar em outras funções,
somente servir para ser esposa, mãe e dona de casa. Devido a esse tipo de pensamento e
posicionamento é que o Brasil tem um grande índice de violência contra a mulher.

7.2 A violência contra a mulher e o estado

A violência contra a mulher diz respeito aos sofrimentos e agressões dirigidos


especificamente às mulheres. Como termo genérico, para referir à situação experimentada
pelas mulheres, quer remeter também a uma construção de gênero, isto é, se em primeiro lugar
evidencia uma dada ocorrência sobre as mulheres, também quer significar a diferença de
estatuto social da condição feminina, diferença está que faz parecer certas situações de
violência experimentadas pelas mulheres especialmente a violência que se dá por agressores
conhecidos, próximos e de relacionamento íntimo, como experiências de vida usuais
(BERNASKI, 20158).
No Brasil, as medidas que foram sendo tomadas ao longo dos anos para reduzir os casos
de violência contra a mulher envolveram a criação de normas e políticas públicas que tem o
objetivo de atender, acolher, dar abrigo, combater a violência e garantir de direitos pra
mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Como fruto dessas medidas, criou-se uma
rede de atendimento à mulher, envolvendo a atuação de diferentes profissionais, instituições e
serviços.
Inicia-se, na década de oitenta, as primeiras ações governamentais no sentido de incluir
em sua agenda a temática da violência contra as mulheres e, em 1985, é criada a primeira
delegacia especializada de atendimento às mulheres, fruto da luta do movimento de mulheres.
Nos anos noventa, as feministas se mobilizavam de forma mais contundente. Organizaram
seminários e reuniões em que a questão da violência era o foco principal. No Congresso
Nacional existiam alguns projetos de Lei de iniciativa de parlamentares, de um modo geral
voltados para aplicação de medidas punitivas e/ou ações pontuais. Nesse período, a
representação feminina no Congresso era pequena e a ação ainda não parecia prioritária para o
Executivo. Esses fatores foram determinantes para a permanência da lacuna legislativa
(Calazans e Cortes, 2011; Brazão e Oliveira, 2010).
27

Entre as medidas, criou-se também uma central de atendimento à mulher “Disque


180”, que recebe, de forma anônima ou não, denúncias sobre violência contra a mulher. As
denúncias podem ser realizadas, além do Brasil, a partir de mais 50 países. Outras instituições
criadas para o atendimento de casos de violência como as Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (DEAM’s) ou mesmo a Casa da Mulher Brasileira que são centros
especializados para acolhida e denúncia. Estas, entre outras iniciativas, são uma relevante
porta de entrada para o monitoramento e acompanhamento dessas mulheres. (MINISTÉRIO
DA MULHER, 2021)
O percurso brasileiro refletiu as grandes mudanças que ocorreram também na
comunidade internacional. O Brasil inovou nesse cenário com a criação das DEAM"s e tendo
sido palco de discussão dos grandes temas para a afirmação dos direitos das mulheres. O
apoio social, as campanhas de conscientização, as agências especializadas e as DEAM"s
permitiram que o problema da violência contra as mulheres pudesse ser contextualizado num
espectro social mais amplo de afirmação de direitos e de dignidade da pessoa humana,
viabilizando que o espaço doméstico fosse objeto de atenção pública e que o sofrimento
pessoal das mulheres se tornasse objeto de intervenção do Estado (ANGELIM, 2019).
Outo marco relevante entre as políticas de proteção dos direitos e da dignidade das
mulheres foi a Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340, 2006), que se faz um importante passo no
sentido de punir a violência doméstica e familiar. Por meio desta, o juiz, pode julgar e
condenar os agressores através de um juizado específico para causas de violência contra a
mulher. Outra grande vitória são as casas de abrigo, que é uma instituição especializada em
salvaguardar as mulheres vítimas de violência, garantindo, temporariamente, a habitação.
Podendo este ser solicitado pela mulher durante a denúncia ou junto a Centros de Referência
Especializados de Assistência Social - CREAS ou em Centros de Referência de Assistência
em Saúde – CRAS (MANSUIDO, 2020).
Além disso, as instituições CREAS e CRAS são importantes por estarem envolvidas
com programas de transferência de renda e na implementação de abordagens de
acompanhamento de vítimas de violência. Sendo o assistente social parte essencial da
consolidação dessas instituições, por terem uma visão mais ampla, e também da gênese dos
problemas sociais.
No entanto, no Brasil apesar das diversas políticas e iniciativas de aproximação e
acolhimento de mulheres vítimas de violência, é necessário ainda mais vigor, tendo
28

em vista a complexidade da violência de gênero. Segundo dados do relatório “Sinal vermelho


contra a violência doméstica: Você não está sozinha” (2020, p 15), o país ainda ocupa a 5º
posição na classificação de países mais violentos contra mulheres, sendo que apenas 40% das
vítimas conseguem vencer os estigmas da culpa e da vergonha, para pedirem ajuda. Os dados
sobre a violência doméstica e familiar, no Brasil, são subestimados e tiveram na pandemia de
Covid-19 aumentos significativos, por requerer, durante o período de distanciamento social,
que as vítimas passassem a conviver por mais tempo com seus agressores. Foi descrito, no
“Boletim Mulheres e seus Temas Emergentes - Violência doméstica em tempos de COVID-
19” (2020, p1) que 41% dos agressores são atuais companheiros das vítimas e que outros 37%
são ex-companheiros.

7.3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA

7.4 Lei Maria da Penha

O processo para a criação de uma lei especial de combate à violência doméstica e


familiar contra as mulheres no Brasil foi muito longo e antecipado de muitas manifestações e
debates. Na década de setenta, quando grupos de mulheres foram às ruas com o slogan quem
ama não mata, levantou-se de forma enérgica a bandeira contra a violência, sendo este tema
incluído na pauta feminista como uma de suas principais reivindicações. Grupos foram
formados, manifestações foram feitas e a luta para ver punidos os assassinos foram iniciadas.
Um dos casos mais emblemáticos daquela época foi o de Doca Street, que assassinou sua
companheira e no Tribunal de Júri alegou “legítima defesa da honra”, alegação até hoje usada
por advogados que tentam livrar assassinos da punição (Calazans e Cortes, 2011; Brazão e
Oliveira, 2010).
A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, como Lei n.º 11.340 visa
proteger a mulher da violência doméstica e familiar. A lei ganhou este nome devido à luta da
farmacêutica Maria da Penha para ver seu agressor condenado. Mesmo com tantos anos de
luta e enfrentamento das mulheres diante de uma sociedade machista patriarcal, ainda vemos
os casos de violência contra a mulher crescerem abruptamente. Apesar da Lei Maria da Penha
estar em vigor há mais de 10 anos, tais violências continuam sendo praticadas pelos homens.
Dados alarmantes mostram essa realidade (SOBRINHO, 2020).
29

Em 1983, Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica brasileira, sofreu diversas
tentativas de homicídio por seu marido, o que a levou a ficar paraplégica. Após ter sobrevivido
a tudo isso Maria da Penha, lutou incessantemente para que seu Marido fosse condenado.
Durante o processo houvem várias vezes alegações de irregularidades nos procedimentos dos
juris, levando por duas vezes o agressor de Maria da Penha a ficar em liberdade.
Nesse período Maria da Penha criou um livro com o título: “Sobrevivi... Posso contar”,
que falava sobre as agressões sofridas a partir de seu próprio marido. Esse livro com esses
relatos, deu oportunidade para Maria da Penha conhecer organizações que tratavam sobre a
defesa da mulher, e sobre justiça e direito internacional, que levou o caso para a Comissão
Internacional de Direitos Humanos dos Estados Americanos. Devido a tal repercussão das
violências sofridas e contadas no livro, o Estado Brasileiro foi condenado por ser negligente, e
ser tolerante a violência contra mulher. Com isso o Estado Brasileiro foi obrigado a tomar
medidas cabíveis, e o processo de Maria da Penha contra seu Marido foi concluído.
Em 2002, quando o processo estava prestes a ser arquivado, saiu a condenação do
marido de Maria da Penha e Em 2006 a Lei Maria da Penha foi aprovada e sancionada com
intuito de se criar programas, serviços de proteção, políticas públicas em defesa da mulher, e
o principal punir o agressor.
De acordo com a ONU - Organização das Nações Unidas, A Lei Maria da Penha, Lei
11.340, de 07/08/2006 é considerada a terceira melhor lei do mundo no combate à violência
doméstica, perdendo apenas para as leis da Espanha e Chile.
De acordo o documento da Presidência da República a Lei N° 11.340:

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre aEliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá
outras providências.

Sobrinho (2020), destaca dentre as formas de violência doméstica contra a mulher, a


violência psicológica como sendo a que marca a perversidade do agressor, que dentro
ambiente doméstico usa a intimidade que tem com a vítima sobre seus
30

sentimentos e medos, para reprimir e domina-la por meio de ameaça ou intimidação. A


agressão psicológica é mais difícil de ser identificada por ser um tipo de violência que não
deixa marcas visíveis segundo o artigo 7º Inciso II da Lei Maria da Penha:

A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (BRASIL/LEI
MARIA DA PENHA11.340/2006).

A violência psicológica pode gerar consequências muitas vezes irreversíveis, visto que
a mulher vitimada entra um processo de destruição de sua autoestima, sua segurança e
confiança ficam abaladas o que pode gerar problemas psicológicos, levando a depressão e em
casos extremos ao suicídio. Tal agressão muitas vezes não se limita apenas a mulher, os outros
integrantes da família também podem sofrer e ter traumas.
Neste contexto familiar onde a mulher sofre variadas violações, sua autonomia e
liberdade também é colocada em risco quando o cônjuge confisca seus bens materiais, como
documentos ou recursos econômicos para que a vítima fique dependente e não consiga sair da
situação de vulnerabilidade (Sobrinho, 2020). No momento em que a mulher expressa seu
desejo de separação a violência patrimonial passa a ser a mais comum. O agressor para
dificultar o divórcio se nega a fornecer os documentos necessários ao processo. Segundo a Lei
Maria da Penha em seu Art. 7 Inciso IV:

A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades; (BRASIL/LEI MARIA DA
PENHA11.340/2006).

Dentro do ambiente familiar uma outra forma de agressão é a violência sexual. Esta
está fortemente ligada a ideia de dominação, visto que a mulher é forçada a ter
31

relação sexual com seu agressor. Nesse caso a violência é marcada pelo gênero e não se limita
ao ato sexual em si. Outro aspecto desse tipo de violência é caracterizado pela coesão e
manipulação, onde na maioria das vezes a mulher não percebe que está sendo violentada, já
que a violência sexual consiste no fato da perda de controle sobre seus atos e direitos sexuais,
no caso da violência doméstica o risco é ainda maior porque a mulher está em desvantagem e
vulnerável.
Para tanto, apesar do senso comum a violência sexual não é cometida apenas por
desconhecidos e em lugares públicos. O agressor pode ser o cônjuge ou até mesmo outro
familiar, esse tipo de violência assim como os demais deixam marcas profundas na vítima. A
Lei Maria Penha define esta forma de agressão como:

A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,


a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação,
ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; (BRASIL/LEI MARIA DA
PENHA11.340/2006).

Nos casos de violência doméstica contra a mulher, a violência física é a que ganha
mais destaque. Segundo a Lei Maria da Penha, agressão física no ambiente familiar é
considerada como sendo toda conduta que ofenda a integridade ou a saúde corporal da mulher.
Tal agressão é a mais fácil de ser identificada, a mulher vítima dessa violência fica ainda mais
exposta em consequência das marcas que o agressor faz em seu corpo. A depender da
gravidade da agressão, a mulher pode ficar com marcas profundas e permanentes ou mesmo ir
a óbito. Segundo a Lei Maria da Penha art. 7 Inciso I.

A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal; (BRASIL/LEI MARIA DA PENHA 11.340/2006).

Muitas violências são vistas como naturais às mulheres, isso se dá devido ao contexto
de violência que foi naturalizado pelo conservadorismo histórico que existiu
32

e existe até hoje na sociedade brasileira. Além de todas as violências já citadas, a Lei Maria da
Penha art. 7 Inciso I aponta a violência Moral como sendo:

Entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria


(BRASIL/LEI MARIA DA PENHA 11.340/2006).

A violência social contra a mulher manifesta-se nas desvalorizações sofridas pelas


mulheres no âmbito público, como nas desigualdades no mundo do trabalho, na
desvalorização do nosso corpo em letras de músicas na mercantilização em propagandas
comerciais, no racismo e sexismos institucionais. (CISNE e SANTOS, 2018).
Em maio de 2021, também tivemos um novo documento legal atrelado a Lei Maria da
Penha que trata-se de um Formulário Nacional de Avaliação de Risco, para ser aplicado as
mulheres vítimas de violências domésticas e familiar. Que tem como objetivo mapear e
identificar quais motivos levam a ocorrência dessas violências.
De acordo com os relatos estudados de Maria da Penha, ainda falta assistência nos
pequenos municípios, ainda falta investimentos para a criação de políticas públicas em
cidades menores e em povoados. A violência contra mulher é recorrente nas famílias menos
favorecidas financeiramente e as mulheres de classe baixa são as prejudicas haja vista que
estas não tem apoio jurídico, proteção, aconselhamento. Toda via se sabe que a violência
doméstica e familiar está presente em todas as classes sócias.
Todos os dias surgem novos casos de violência, e para que essas mulheres possam
denunciar, é de extrema necessidade que na cidade onde ela reside haja os equipamentos
necessários para a sua proteção assim como descrito na lei.
Instituições como a casa abrigo, CRAS, CREAS, DEAM são necessárias em todas as
cidades pois do contrário, é grande o risco de que mesmo depois de haver feito a denúncia esta
mulher volte para casa, onde está seu o agressor. Com isso as agressões continuam, podendo
acabar com a morte dessa mulher por seu companheiro. Além disso os centros de referências
são essenciais no combate à violência contra a mulher já que trabalham com a conscientização
e o acompanhamento de cada caso de violência doméstica e familiar.
33

7.5 ANÁLISE DOS DADOS

7.6 Feminicídio

O feminicídio é manifestado com umas séries de particularidades, sendo que


compreende um enorme grupo de situações e não apenas as que ocorrem no âmbito doméstico
e familiar. Incluindo mortes causadas por mutilação, estupro, agressão severa, as perseguições
e morte das bruxas no continente europeu, as mortes de noivas e viúvas em sacrifício de
divindades na Índia e os crimes contra a honra em alguns países latinos e do Oriente Médio.
(BODELÓN, 2013).
Feminicídio é caracterizado por ser motivado por uma quentão de gênero,
quando a mulher é tratada com desprezo, menosprezo, desconsiderando a sua dignidade.
Assim, é denominado feminicídio quando uma mulher é morta exclusivamente pelo fato de
ser mulher. (ORTEGA, 2017). O que faz com que o assassinato de uma mulher seja
feminicídio é exatamente a causa do delito. É a motivação do crime que torna o ato mais
reprovável, demandando, subsequentemente que a punição seja condizente com o fato
(BODELÓN, 2013).
O homicídio feminino pode ser motivado por impotência, ciúme, egocentrismo,
possessividade, prepotência e até vaidade masculina, culpa, insegurança, fatores externos,
machismo, distúrbios psicológicos e adultérios, como ensina Eluf:

Em uma primeira análise, superficial e equivocada, poderia parecer que a paixão,


decorrente do amor, tornaria nobre a conduta do homicida, que teria matado por não
suportar a perda de seu objeto de desejo ou para lavar sua honra ultrajada. No
entanto, a paixão que move a conduta criminosa não resulta do amor, mas sim do
ódio, da possessividade, do ciúme ignóbil, da busca da vingança, do 7 sentimento de
frustração aliado à prepotência, da mistura de desejo sexual frustrado com rancor
(ELUF, 2007).

No dia 9 de março do ano de 2015, a lei do Feminicídio foi sancionada pela então
Presidente Dilma Rousseff. A Lei Nº. 13.104, modifica o artigo 121 do Decreto- Lei Nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 do Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância
qualificadora do crime de homicídio, e o artigo 1° da Lei Nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.
A Lei Nº 13.104 de 2015 é portanto a qualificadora hedionda dos crimes de homicídio
contra as mulheres quando envolverem violência doméstica e familiar, menosprezo ou
descriminação à sua condição de mulher (BRASIL, 2015).
34

7.8 RESULTADOS

7.9 Feminicídio no Maranhão

No Estado do Maranhão, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública,


divulgado em Agosto desse ano, houve um aumento de casos de feminicídio durante a
pandemia. Segundo o estudo, no ano de 2019 os casos de feminicídio eram 51 e em 2020
foram 65 casos.

Gráfico 01: Comparativo entre os meses de janeiro a dezembro de 2019 e 2020.

Gráfico 02: Comparativo entre os meses de janeiro a dezembro de 2019


e 2020.
7065
60
51
50
40
30
20
10
0

Número de casos fe meninicídio no Maranhão 20192020

Fonte: G1 Maranhão.

Quanto aos números de medidas protetivas concedidas no estado, o Maranhão em


2019 tinha um total de 10.725 medidas e no ano seguinte 12.722. Sobre as chamadas ao 190,
número de contato para o registro de denúncia de casos de violência doméstica, no Maranhão
em 2019 se tinha registrado 11.911 e em 2020 o número superou para 12.867, dados que
também demonstram o aumento no índice de violência contra a mulher no estado.
Sobre o compromisso do Departamento de Feminicídio da Polícia Civil do
Maranhão, delegada Wanda Moura afirma:
O nosso compromisso é em responsabilizar criminalmente todos esses
autores de crimes de feminicídio e prendê-los com a maior celeridade possível para
que a sociedade tenha certeza que os autores desses crimes não vão ficar impunes.”

(Relato a delegada Wanda Moura ao site de notícia G1 Maranhão, 2020).


35

Gráfico 02: Números de medidas protetivas e denúncia dos casos de violência no Maranhão durante os anos
2019 e 2020

Gráfico 01: Números de medidas protetivas e dunúncia dos casos de violência no Maranhão
durante os anos 2019 e 2020
13.500

13.000

12.500

12.000

11.500

11.000

10.500

10.000

9.500
Medidas protetivas concedidas no MAChamadas ao 190 de casos de violência
doméstica

20192020
Fonte: G1 Maranhão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), no ano de 2020


o mês de agosto foi o que mais registrou casos, com nove ao total. No mês de janeiro, um caso
foi registrado; outros seis em fevereiro; mais seis em março; em abril os registros subiram
para oito; e caíram para quatro em maio; junho registrou cinco casos; julho também registrou
mais cinco; mais cinco em setembro; três em outubro; seis em novembro e mais dois em
dezembro. Durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e por conta das medidas de
distanciamento social, houve um aumento de feminicídios durante o mês de maio, onde
também foi decretado o 'lockdown' nos quatro municípios que integram a Grande Ilha de São
Luís.
Um estudo realizado pela Defensoria Pública do Maranhão (DPE/MA) apontou que,
de janeiro a agosto de 2020, 2,4 mil atendimentos de casos de violência contra a mulher
foram registrados no estado. Os números representam uma média de 300 registros por mês. A
defensora pública Lindevania Martins afirma, que a maior parte dos casos de agressão,
acontecem no seio familiar e são praticadas por companheiro ou ex-companheiros, com quem
a mulher tem filhos. Além disso, mulheres que são
36

dependentes financeiramente e psicologicamente dos companheiros também são as que mais


sofrem.
Em um levantamento de casos feito pelo site G1 MA em Janeiro deste ano, em único
dia, duas mulheres foram vítimas de feminicídio nas cidades de Carolina e em Santa Luzia,
localizadas no interior do estado. Em ambos os casos, os companheiros das vítimas são
suspeitos de terem praticado os crimes.
Irene Guimarães da Silva, de 44 anos, foi encontrada morta com sinais de
estrangulamento na residência onde vivia com o companheiro. O crime teria acontecido após
uma discussão entre o casal. Segundo a polícia, ele foi preso. Ireny Pereira do Nascimento, de
22 anos, foi encontrada morta nas proximidades de um igarapé no povoado de Santa Luzia. A
principal suspeita é que o companheiro da vítima seja o autor do crime. Segundo familiares, os
dois teriam ido a uma festa e após uma crise de ciúmes, ele teria saído do local em uma
motocicleta. Ela não foi mais vista, até ter sido encontrada morta. Porém um dos casos de
maior repercussão este ano no estado foi a morte de Bruna Lícia, morta pelo marido, o policial
militar Carlos Eduardo. O acusado matou a tiros a esposa e o amante dela no Condomínio
Pacífico I, no bairro Vicente Fialho, em São Luís.
No Município de Barreirinhas, já houveram vários casos de feminicídio, O último é
datado de Janeiro de 2019, em que Magda Carvalho Oliveira, de 25 anos, foi morta no dia 08
de Janeiro pelo ex-namorado, Wellisson Farias Martins, de 22 anos. Magda foi encontrada
morta e enterrada no quintal da casa do ex-namorado.

Imagem 01: Manchete de Jornal com destaque para feminicídio em Barreirinhas, 2019.

Imagem da página do site do jornal O Estado do Maranhão


37

7.9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


7.9.1 O assistente social e os direitos da mulher

O profissional do Serviço Social é um importante personagem de comunicação entre


os mais necessitados e o Estado, tendo em si a responsabilidade de “garantia dos direitos, da
universalização dos acessos e da responsabilidade estatal”, segundo Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS (Atualizado 2013).
Há sobre o profissional do Serviço Social, conforme descrito nos princípios da Política
Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004, p33), uma responsabilidade educativa e de
acessibilizar àqueles que precisam, os seus direitos. E isso envolve divulgar as ações e
benefícios que podem alcançar os cidadãos.
A intervenção do assistente social nos casos de violência doméstica contra a mulher é
realizada dentro de uma rede de atendimento, em que o trabalho é feito por uma equipe
interdisciplinar para apoio e orientação das mulheres nesta situação de vulnerabilidade. O
assistente social é uma parte fundamental desse trabalho de prevenção e combate à violência
doméstica contra a mulher, com o conhecimento a respeito das variadas formas de violação a
integridade física, psicológica ou jurídica da vítima. (Sobrinho, 2020)
No que tange a atuação profissional do assistente social Mioto afirma:

Socialmente o profissional tem uma vasta atuação, que lhe põe em situação de
enfrentamento, e em uma constante busca de melhorias da qualidade de vida dos
indivíduos. Pois, um dos pilares da Assistência Social se manifesta através da
Seguridade Social, que garante entre outros, a liberdade do protagonismo dos
indivíduos, nas suas diferentes esferas sociais. Provendo também a acolhida, no
atendimento as necessidades básicas, como alimentação e moradia, bem como, o
acolhimento de indivíduos em casos de violência familiar, atuando inclusive, através
da separação da mesmo (MIOTO, 2013).

Percebe-se então que o serviço social vem construindo sua história trabalhando na
sociedade nas expressões sociais. E por isso tem se deparado, ao longo dos anos com diversas
e questões e, com muita frequência, em casos de violência contra mulher. Observando que a
violência de gênero permanece crescente no país, pois a cada minuto uma mulher é agredida,
seja fisicamente, verbalmente, ou psicologicamente, e esses atos de violência muitas vezes
resultam em morte.
38

Quanto ao atendimento no CRAS, Sobrinho que:


O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), é a porta de entrada da
assistência social, pois é onde o profissional de assistência social faz um trabalhado
de prevenção e fortalecimento de vínculos por meios de atendimentos de grupos ou
individualizados em algumas situações de violação de direito. É através do CRAS
que o assistente social encaminha a vítima é encaminhada aos outros equipamentos
da rede. É nas áreas de maior vulnerabilidade social e por meio do seu trabalho de
fortalecimento de vínculos que o assistente social pode encorajada a usuária a buscar
sua autonomia e reagir caso ocorra outra agressão (Sobrinho, 2020).

Assim quando a uma mulher credenciada no CRAS ou não e sofre a agressão


doméstica, deve ser encaminhada ao CREAS. O Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS) que, como destaca Sobrinho (2020), é uma unidade pública e/ou
estatal da Assistência Social, onde é oferecido um serviço especializado e contínuo ao
indivíduo ou as famílias que estão em situação de violação de direitos.

Esse equipamento deve assegurar a proteção social por meio de uma equipe
multiprofissional. É importante destacar que o atendimento do CREAS não é apenas
individualizado, o trabalho do assistente social é direcionado também a família que
está em situação de violação de direito. Por meio do CREAS a rede de atendimento à
mulher vítima de violência doméstica tem maior articulação, entre os
setores/serviços pela urgência dos casos (SOBRINHO, 2020).

O assistente social é um profissional comprometido com a liberdade e a justiça social e


estas estão ligados as lutas para promover a conquista de políticas e leis direcionadas ao
enfretamento da violência contra a mulher de todos os tipos e em todas os setores sociais.
Diante da dura realidade de intervenção em casos de violação de direitos o assistente social,
deve ter conhecimento dos instrumentos disponíveis a sua intervenção. Visto que é por meio
desses instrumentos que se pode intervir para amenizar a situação de violação da mulher.
Dentre esses instrumentos, a entrevista é muitas vezes o primeiro passo para o entendimento
do caso.
Sobrinho (2020) aponta que já na observação e escuta, o profissional pode dar espaço a
usuária para expressar seus sentimentos e a situação que se encontra, respeitando sempre os
limites e a fala da mesma. A visita domiciliar também como
39

instrumento, garante o aprofundamento do entendimento do caso, pois é por meio dela o


profissional pode ver a vítima em seu ambiente familiar, e fortalecer o vínculo que pode
facilitar no andamento do caso. As reuniões em grupo são também pertinentes, haja vista que
é por meio desses encontros a vítima se vê cercada de mulheres que passam pela mesma
situação, desta forma, ela pode sente-se mais fortalecida. Nessas reuniões as vítimas
expressam suas angústias sendo possível trabalhar a questão do empoderamento feminino por
meio da troca de experiências.
É por isso, os profissionais do serviço social vem atuando no enfrentamento da
violência contra a mulher para garantir os direitos dessas mulheres, que passam por esse
problema, já que a Lei ampara toda e qualquer mulher, sem restrição de classe, raça ou opção
sexual. Desse modo, o Assistente Social é o profissional mais próximo da realidade e das
vulnerabilidades daqueles que mais precisam. E, através da informação e de ações conjuntas
com outros profissionais, que ele é capaz de promover transformação da vida das mulheres.
40

8 CONCLUSÃO

De acordo com o que foi exposto pode-se concluir que a violência é uma herança
histórica e social que se repercute até hoje nas relações e na vida das mulheres. Mesmo depois
de anos de luta e resistência, e apesar de muitos ganhos com ações de políticas públicas e
sanção de leis que objetivam combater, coibir a violência contra a mulher, bem como punir o
agressor, ainda há muito que se conquistar.
Os dados mostram que os casos de violência doméstica e familiar
aumentaram consideravelmente durante o período de Pandemia no Maranhão e que muitos
municípios ainda não dispõem dos mecanismos de atendimentos às vítimas, tais como as
Delegacias Especial de Atendimento à Mulher, Casa de Apoio, CRAS e CREAS.
Assim é o assistente social que atua na rede de atendimento as vítimas, esté é uma
peça fundamental na intervenção interdisciplinar pois, com seu conhecimento técnico teórico
da realidade que abrange as mulheres, trabalha com instrumentos para o resultado eficaz dessa
intervenção. Faz-se necessária uma atuação do Estado para prover a estrutura necessária aos
equipamentos e aos profissionais dentro da rede de apoio. Bem como cabe aos profissionais de
assistência social estar pronto e capacitado para agir na Prevenção e combate à violência
contra à mulher.
38

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Maranhão registrou 60 casos de feminicídio em 2020. G1 Maranhão, São Luis.


05.01.2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2021/07/20/maranhao-ja-registrou-28- casos-
de-feminicidio-em-2021.ghtml .Acesso em: 28.11.2021

Mulher é encontrada morta e enterrada na casa do ex namorado. O Estado do


Maranhão. São Luis. 12.01.2019. Disponivel em:
https://imirante.com/oestadoma/noticias/2019/01/12/mulher-e-achada-morta-e-
enterrada-na-casa-do-ex-namorado/ Acesso em: 28.11.2021

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