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Uma das razões pelas quais os crentes discordam sobre a escatologia é porque
essa doutrina envolve muitos textos e questões hermenêuticas complexos. Neste
livro excelente e breve, Jeff Johnson esclarece cinco das questões mais difíceis
de serem resolvidas. Ele escreve com graça e facilidade, mas o leitor notará que
a sua clareza está embasada em um pensamento profundo sobre algumas das
passagens mais difíceis da Escritura. Estamos vendo um interesse crescente pela
teologia amilenista em nosso tempo, e este livro ajudará a saciar uma sede tão
evidente por clareza, rigor e profundidade de pensamento.
— Dr. Owen Strachan,
Professor associado de teologia cristã, Midwestern Seminary;
autor de Reenchanting Humanity: A Theology of Mankind
Jeffrey Johnson entrega o que promete: uma introdução de fácil leitura sobre o
cerne do amilenismo sem que mil coisas o distraiam! Seu olhar pastoral aguçado
penetrou profundamente na alma de nossa comunidade cristã. Com uma mente
teologicamente perspicaz, ele enfatizou cinco princípios-chave que servem para
nos guiar claramente através do labirinto confuso sobre o fim dos tempos no
qual muitos estão presos. Esta obra é permeada por ilustrações familiares e
testemunhos calorosos, o que faz com que o leitor se sinta em casa. O resumo
encontrado no final do livro merece ser lido antes de começar o todo, se
levarmos em conta aquela máxima de ler cada livro de trás para frente. Embora
seja uma obra breve, este livro fez com que Jeffrey Johnson se tornasse
memorável!
— Dr. Duncan Rankin,
Professor adjunto de teologia sistemática,
Reformed Theological Seminary
Com os acontecimentos de nosso mundo em constante mudança, parece que
cada vez mais pessoas estão fazendo perguntas sobre o fim dos tempos. Isso é
bom. Como cristãos, precisamos ter respostas. Contudo, infelizmente, às vezes
não temos as respostas de que precisamos. Com frequência, nós mesmos ficamos
confusos sobre esse assunto vital. Leia este novo livro de Jeffrey Johnson, Os 5
Pontos do Amilenismo. Aqui temos uma apresentação simples, sucinta e bíblica
que esclarece muitas noções falsas sobre o fim dos tempos e ancora com
segurança um crente à rocha sólida das verdades bíblicas. A leitura deste livro
me encorajou muito. Recomendo-o a vocês com entusiasmo.
— Rob Ventura,
Pastor, Grace Community Baptist Church,
Providence, Rhode Island
— Don Whitney
Título Original
The Five Points of Amillennialism
Por Jeffrey D. Johnson
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Copyright © 2020 Jeffrey D. Johnson. Todos os direitos reservados.
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Published by Free Grace Press
1076 Harkrider
Conway, AR 72032. United States.
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Copyright © 2021 Editora O Estandarte de Cristo
Francisco Morato, SP, Brasil
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1ª edição em português: 2020.
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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora O Estandarte de Cristo. Proibida a
reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
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Salvo indicação em contrário e leves modificações, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão
Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do
Brasil.
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Tradução e Revisão: Camila Rebeca e William Teixeira
Revisão ortográfica: Fernando Angelim
Capa: Scott Schaller
Adaptação da capa e diagramação: William Teixeira
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Visite: oestandartedecristo.com
1
A Hermenêutica Histórico-Redentiva
Hermenêutica Histórico-Redentiva
Autoria Divina
A História da Redenção
A Natureza Progressiva da Revelação
A Analogia da Fé
Teologia Pactual
Conclusão
2
Os Crentes são os Filhos de Abraão
Não foi a Ismael e aos Ismaelitas
Não foi a Isaque e aos Israelitas
Não a Posse Exterior da Lei
Não a Circuncisão Externa
Não o Nascimento Físico
Cristo é o Descendente de Abraão
A Igreja Não Substitui Israel
Conclusão
3
A Igreja é o Reino Davídico
O Reino Prometido no Pacto Abraâmico
O Reino Prometido no Pacto Davídico
O Reino de Deus Estabelecido na Nova Aliança
Conclusão
4
A Nova Terra é a Terra Prometida
Realização Parcial
Já, mas Ainda Não
A Realização em Dois Estágios (Espiritual e Físico) do Reino de Deus
Duas Vindas de Cristo
A Vinda de Cristo Seria um Dia de Julgamento
A Vinda de Cristo seria um Dia de Misericórdia
Um Dia de Ira e um Dia de Misericórdia
Não Uma, mas Duas Vindas
Duas Eras
A Presente Era Maligna
A Era Vindoura
Escatologia Inaugurada
Eras que se Sobrepõem
Dois Reinos (Jurisdições)
Os Dois Reinos são Incompatíveis
O Estado Não tem Jurisdição sobre a Igreja
A Igreja não tem Jurisdição sobre o Estado
A União da Terra (Física) e do Céu (Espiritual)
Isso Não é Espiritualizar Promessas Literais
Conclusão
5
A Finalidade da Segunda Vinda
Uma Segunda Vinda Catastrófica
A Ressurreição Geral
A Destruição do Mundo
O Dia do Julgamento
O Estado Eterno
Não Haverá Nenhum Reinado de Mil Anos Literais
Apocalipse 20:1-3
Conclusão
Introdução
Hermenêutica Histórico-Redentiva
A abordagem histórico-redentiva afirma os três compromissos centrais do
método histórico-gramatical. Em primeiro lugar, devemos evitar a leitura no
texto a partir de nossas próprias experiências e ideias, mas antes procurar
determinar o significado pretendido pelos autores — o que deve ser o objetivo
de todos os intérpretes da Escritura. Em segundo lugar, porque as palavras só
têm significado se forem compreendidas em sintonia com o seu contexto, logo a
compreensão da gramática das línguas originais da Escritura é crucial. Em
terceiro lugar, porque a Bíblia é um documento histórico, a cultura e os costumes
bíblicos desempenham um papel fundamental para o nosso entendimento do
significado da Escritura.
Embora ambas as abordagens tenham esses três compromissos em comum,
uma diferença fundamental permanece entre elas — uma distinção importante
que faz toda a diferença. Embora ambos os lados concordem plenamente com o
significado original pretendido, gramático e histórico, um princípio
hermenêutico adicional guia o método histórico-redentivo: a escatologia.
Embora isso pareça intrigante, permita-me explicar o que quero dizer com
escatologia. A palavra escatologia é derivada da palavra grega éschaton, que
significa “último” ou “fim”. A escatologia não se preocupa apenas com os
eventos do final dos tempos; de modo mais significativo, se preocupa com o fim
e o propósito divino de todos os eventos históricos. Não se trata apenas de
investigar o que acontece no fim do mundo, mas também porque Deus criou o
mundo em primeiro lugar. Quando o Catecismo de Westminster pergunta: “Qual
é o fim principal (éschaton) do homem?”, ele está perguntando qual é o principal
propósito ou objetivo da vida do homem. Para que fim ou propósito o homem foi
criado? Da mesma forma, a escatologia não é simplesmente perguntar o que
acontece no final, mas por que as coisas aconteceram. Em outras palavras, qual é
o fim, o propósito e o objetivo por trás dos acontecimentos históricos da
Escritura? Qual é o objetivo final de todas as coisas?
Ao tentar determinar o propósito divino da história, devemos lembrar que a
Bíblia não é escrita como um livro moderno com um índice contendo um
glossário de termos e definições. Deus não comunicou a doutrina de modo
sistemático, com cada assunto principal (como Deus, o homem, o pecado e a
salvação) organizado em sua ordem lógica. Antes, a Bíblia é uma história — é a
história de Deus. A Bíblia começa com os eventos históricos de uma criação em
sete dias, depois passa a incluir a queda do homem e, finalmente, avança para
revelar os diferentes passos que Deus deu para reconciliar o homem consigo
mesmo. A Bíblia é um relato da interação divina de Deus com o homem. Como
qualquer história, ela tem um começo e tem um fim.
Como outras histórias, a Bíblia começa com alguns personagens-chave
(Adão, Eva, Satanás e um filho) e logo estabelece um enredo que é desenvolvido
em sua complexidade até que todas as pontas soltas sejam amarradas para um
propósito único e unificador.
Ao contrário da ficção, o relato bíblico é histórico. Ele descreve lugares
reais, eventos reais e pessoas reais. O início da história foi registrado no livro de
Gênesis, e o fim da história foi predito em todos os livros da Bíblia. O
fundamento da história é encontrado nos três primeiros capítulos de Gênesis, e a
conclusão é encontrada nos três últimos capítulos do livro de Apocalipse. Entre
esses eventos está o relato da história da redenção.
Mais importante ainda, há um grande propósito por trás da criação e da
queda. Aprendemos que nada acontece por acaso. Não há personagens
irrelevantes. Há um propósito para tudo e para todos. Nós aprendemos que existe
um propósito por trás das histórias e profecias do Antigo Testamento.
Aprendemos, mais significativamente, que existe um propósito por trás do filho
prometido a Adão e Eva. Aprendemos que existe um propósito por trás dos
pactos abraâmico e mosaico bem como um propósito para Israel. Aprendemos
que existe um propósito para a vida e a obra do Messias. Aprendemos que existe
um propósito por trás da igreja. Aprendemos que tudo coopera para um único
propósito.
E por essas razões, o final da história nos revela muito sobre o início dela.
Se quisermos compreender o início de todas as coisas, é útil termos uma
compreensão do fim de todas elas, o que torna a escatologia uma parte vital da
nossa hermenêutica.
Em outras palavras, a escatologia auxilia a nossa hermenêutica porque nos
auxilia a entender a conclusão da história. A compreensão da conclusão nos
ajuda a compreender o propósito geral da história — o panorama geral. E
compreender o panorama geral nos ajuda a compreender as partes individuais da
história. Em qualquer bom enredo, o início sempre faz mais sentido depois que
terminamos de ler o último capítulo. Da mesma forma, ler o Novo Testamento
nos ajuda a compreender o significado original e pretendido do Antigo
Testamento.
A Bíblia não nos foi entregue em um único momento, mas
progressivamente, pouco a pouco, por 40 autores ao longo de 1.600 anos. Ela
começou com os escritos de Moisés e continuou a ser revelada até os dias de
Cristo e dos apóstolos. O cânon foi concluído no fim do primeiro século com o
livro do Apocalipse.
A compreensão da natureza progressiva da revelação bíblica é essencial
porque à medida que uma nova revelação vinha, ela não apenas desenvolvia a
linha da história, mas trazia maior clareza e discernimento sobre as partes
anteriores da história. Por exemplo, aprendemos mais sobre a promessa que
Deus fez a Adão e Eva em Gênesis 3:15 a respeito da descendência da mulher
quando lemos sobre Cristo morrendo na cruz. Ler sobre a morte de Cristo nos
Evangelhos não muda o significado original da promessa em Gênesis;
simplesmente acrescenta clareza ao Evangelho que foi originalmente prometido
à primeira geração de pecadores.
Com isso em mente, vamos considerar várias razões pelas quais devemos
usar essa última revelação para entender o significado original e pretendido da
revelação anterior — especialmente usando o Novo Testamento para entender o
Antigo Testamento: 1. Porque toda Escritura é inspirada por Deus e tem um
único Autor.
2. Porque há uma única linha da história, ou metanarrativa, que se
concentra em torno do Evangelho de Jesus Cristo — conhecida como a história
da redenção.
3. Porque a história da redenção é progressiva.
4. Por causa da analogia da fé, que é o princípio bíblico que diz que a
Escritura deve interpretar a Escritura.
5. Porque a nossa compreensão das alianças (e sua relação entre si) molda
nossa compreensão da Escritura.
Autoria Divina
Se a Bíblia (como uma coleção de livros que foi escrita por quase quarenta
autores diferentes ao longo de milhares de anos) não fosse inspirada, não
deveríamos esperar uma mensagem unificada. Se fosse apenas o produto de
homens falíveis trabalhando sob a luz obscura de seus próprios contextos
culturais e históricos, então naturalmente esperaríamos que os vários livros
estivessem cheios de contradições. Para entender o significado de qualquer autor
não inspirado, precisamos resistir a filtrar o que esse autor disse através das
lentes de outros autores. Se não houvesse um autor divino, os escritos do
apóstolo Paulo, por exemplo, só deveriam ser entendidos à luz do corpus
paulino.
Além disso, sem inspiração divina, o modo como Paulo entendia Moisés
não deveria influenciar tanto a nossa compreensão sobre Moisés. Sem
inspiração, não poderíamos ter certeza de que Paulo entendeu Moisés
corretamente. Como seria ingênuo interpretar A Odisseia, escrita em grego
antigo, através dos escritos de Shakespeare, escritos em inglês elizabetano, assim
também seria impróprio usar o Novo Testamento para entender o Antigo
Testamento.
Isso seria verdade se a Bíblia não tivesse um único Autor, a saber, Deus.
Mas a Bíblia não é como qualquer outra coleção de livros. Cada livro da Bíblia
foi inspirado por Deus (2 Timóteo 3:16). Assim, devemos abordar a Bíblia com a
convicção de que ela, do início ao fim, é a Palavra de Deus — que toda a
Escritura está livre de erro ou contradição.
Nós rejeitamos a noção de que o livro de Isaías deve ter sido escrito por
dois autores distintos em dois momentos diferentes, devido à suposta
impossibilidade de Isaías conhecer o nome e as atividades de Ciro, rei da Pérsia,
cento e cinquenta anos antes do nascimento dele (Isaías 44:28-45:1). Não temos
nenhum problema em aceitar as profecias e milagres da Bíblia porque cremos
que a Bíblia é a Palavra de Deus. Assim, por causa da inspiração, não temos
nenhum problema em compreender as profecias do Antigo Testamento à luz de
suas explicações e cumprimentos no Novo Testamento.
Como a Bíblia tem um único Autor divino, naturalmente esperamos uma
mensagem unificada do início ao fim. Porque Deus não pode mentir (Tito 1:2),
temos certeza que a Bíblia não pode contradizer a si mesma. Esse pressuposto da
autoria divina — que é testemunhado e afirmado pelas próprias Escrituras —
confere forma ao método hermenêutico histórico-redentivo.
A História da Redenção
Ele é chamado de método histórico-redentivo porque utiliza a história da
redenção, a metanarrativa essencial das Escrituras, como lentes através das quais
podemos entender as diversas passagens dela. Jesus disse: “Examinais as
Escrituras [do Antigo Testamento] porque… são elas que de mim testificam”
(João 5:39). O Senhor sabia que o tema da Escritura era ele mesmo (Lucas
24:27). Assim, devemos esperar que a pessoa de Cristo e a mensagem do
Evangelho — o tema do Novo Testamento — sejam o tema do Antigo
Testamento.
Vemos o Evangelho introduzido na narrativa bíblica imediatamente após o
pecado ter entrado no mundo pela primeira vez. Imediatamente após Adão e Eva
trazerem a morte e o juízo ao mundo, Deus trouxe as boas novas do Evangelho.
Embora o mundo tivesse acabado de cair na escuridão, a luz do Evangelho veio
dissipando as trevas. Aprendemos sobre o Evangelho assim que aprendemos
sobre o pecado e o juízo. Logo no início da história, em Gênesis 3, Deus
prometeu que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis
3:15).
Parece que Adão e Eva creram nessa mensagem evangélica, pois após ouvir
a boa nova acerca da descendência prometida, Adão chamou sua esposa de Eva,
que significa “a mãe de todos os viventes”. Ao invés de culpá-la, como fez antes,
parece que Adão, pela fé, a via como a progenitora do Messias que viria. Eva
seria a mãe do filho que traria vida e cura para o mundo. E foi depois que Eva
recebeu o seu nome que Deus cobriu graciosamente a nudez e a vergonha de
Adão e Eva com as peles de um animal inocente sacrificado.
Esse Evangelho primitivo era suficientemente claro para salvar todos
aqueles que, como Adão e Eva, exerceram fé na promessa de Deus. Tornou-se
evidente, logo no início da história, que a esperança da humanidade descansava
em um filho prometido. Era evidente que o homem não podia salvar a si mesmo
e que não há perdão dos pecados sem o derramamento de sangue inocente
(Hebreus 9:22).
Cada passagem da Escritura deve ser entendida à luz de sua relação com a
linha geral da história bíblica. Essa é uma parte vital do método de interpretação
histórico-redentivo.
A Natureza Progressiva da Revelação
A narrativa bíblica foi revelada progressivamente. Embora o fundamento da
história da redenção tenha sido estabelecido nos primeiros capítulos de Gênesis,
o desenvolvimento completo da história foi sendo revelado pouco a pouco ao
longo dos milhares de anos seguintes.
Ao olharmos cronologicamente através de cada livro da Bíblia, a linha do
enredo fica mais densa e aprendemos algo mais sobre a história da redenção. À
medida que passamos pela narrativa bíblica, aprendemos mais sobre a serpente e
a descendência da mulher. Aprendemos mais sobre a natureza de Deus e sobre o
que ele requer do homem. Vemos até que ponto o homem caiu em Adão e que
desesperança existe no mundo. Aprendemos cada vez mais sobre a beleza do
Evangelho até recebermos a palavra final de Deus na pessoa e na vida do seu
Filho (Hebreus 1:2). É apenas até vermos a Cristo no Novo Testamento que
vemos a plena revelação de Deus.
Por essa razão, o Senhor disse: “Porque em verdade vos digo que muitos
profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós
ouvis, e não o ouviram” (Mateus 13:17). João Batista foi o maior dos profetas da
Antiga Aliança, não porque ele era fisicamente mais forte ou mais inteligente do
que os demais profetas. Ele era o maior simplesmente porque era o último deles.
Isso o tornou o maior porque o fez mais conhecedor do que todos os outros
profetas da Antiga Aliança. João Batista conseguiu ver algo que nenhum dos
outros profetas que vieram antes dele conseguiu: a vida e o ministério do
Messias.
Esse conhecimento imediato de Cristo superou de longe o conhecimento de
todos os outros profetas da Antiga Aliança. No entanto, como disse Jesus Cristo,
o menor santo do Novo Testamento tem ainda maior clareza e compreensão da
verdade do que João Batista (Lucas 7:28). Segundo Pedro, até mesmo os
profetas do Antigo Testamento sabiam que suas profecias teriam maior benefício
para os santos do Novo Testamento: “Aos quais foi revelado que, não para si
mesmos, mas para nós, eles ministravam…” (1 Pedro 1:12).
Por consequência, devido à natureza progressiva da revelação divina, é
essencial que busquemos entender a revelação anterior à luz da revelação
posterior. E, mais importante, porque o Novo Testamento é a palavra final de
Deus, é importante compreender o Antigo Testamento à luz do Novo
Testamento. Como Agostinho afirmou de modo célebre: “O Novo Testamento
está no Antigo Testamento velado; o Antigo está no Novo revelado”.
Mas isso não significa que o Novo Testamento reinterpreta o significado
original, gramatical e histórico do Antigo Testamento. Ao contrário, o Novo
Testamento oferece uma visão divina do significado original e pretendido pelos
autores do Antigo Testamento. Quando o apóstolo Paulo diz, por exemplo, que o
descendente prometido de Abraão é Cristo, podemos saber com certeza que esse
era quem Deus sempre teve em mente quando prometeu a Abraão um
descendente em Gênesis 17. E quando o autor de Hebreus nos diz que Abraão
buscava uma cidade celestial cujo artífice e construtor era Deus (Hebreus 11:10),
podemos saber com certeza que uma cidade celestial era o que Deus tinha em
mente quando chamou Abraão de sua própria terra para caminhar todos os seus
dias como peregrino e estrangeiro neste mundo. [2]
Conclusão
O primeiro ponto do amilenismo é o método de hermenêutica histórico-
redentivo. Assim como a abordagem histórica-gramatical, a abordagem
histórica-redentiva procura compreender o significado pretendido do texto pelo
contexto gramatical e histórico relacionado a ele. Porém, além disso, o método
histórico-redentivo busca entender os vários textos da Escritura à luz de toda a
linha da história da redenção. Ele pretende entender o início da história à luz do
fim da história.
Para nossos propósitos, a fim de compreender a natureza e o tempo do reino
de Deus, é vital entendermos o propósito escatológico desse reino. O fim nos
ajuda a compreender o início. Isso é evidente porque a Bíblia tem um único
Autor e uma grande metanarrativa (linha histórica) centrada no Evangelho de
Jesus Cristo. Essa história da redenção tem sido progressivamente revelada no
tempo, levando a Escritura a interpretar a Escritura, o que molda a nossa
compreensão dos pactos bíblicos e sua relação de uns para com os outros. Em
tudo isso, a escatologia é uma parte vital da hermenêutica bíblica.
2
Os Crentes são os Filhos de Abraão
Por essa razão, em Cristo não há diferença entre judeu e gentio (Gálatas
3:28). A herança prometida a Abraão é recebida pelos herdeiros de Abraão da
mesma forma que foi recebida pelo próprio Abraão. Mesmo Abraão se tornou
herdeiro da promessa não por etnia, obras da lei ou circuncisão: Vem, pois, esta
bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão?
Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão. Como lhe foi,
pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão,
mas na incircuncisão. E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé
quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem,
estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja
imputada; e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da
circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai
Abraão, que tivera na incircuncisão (Romanos 4:9-12).
Assim, a herança não é por lei, circuncisão, genética ou direito de
nascimento, mas por promessa, e a promessa só pode ser recebida pela fé, tanto
por judeus quanto por gentios: Mas digo isto: Que tendo sido a aliança
anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e
trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa. Porque, se a
herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a
deu gratuitamente a Abraão (Gálatas 3:17-18).
E dessa forma, tanto judeus e gentios crentes (sem a lei, circuncisão e
genética) tornam-se os herdeiros e filhos de Abraão: Sabei, pois, que os que são
da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de
justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo:
Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos
com o crente Abraão (Gálatas 3:7-9).
A Igreja Não Substitui Israel
Paulo queria deixar claro que os crentes não estavam tomando o lugar de
Israel. Isso não é uma teologia que “troca seis por meia dúzia”. Não é como se o
Novo Testamento encontrasse uma nova forma de compreender o significado
original do pacto abraâmico. Ao contrário, para explicar o significado original
do pacto abraâmico, Paulo compara o Israel físico com Ismael e os crentes com
Isaque: Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro
da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da
livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são as duas
alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora,
esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora
existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a
qual é mãe de todos nós. Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à
luz;
esforça-te e clama, tu que não estás de parto;
porque os filhos da solitária são mais
do que os da que tem marido.
Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque. Mas, como então
aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o
Espírito, assim é também agora. Mas que diz a Escritura? Lança fora a
escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o
filho da livre. De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da
livre (Gálatas 4:22-31).
Nesse texto, aprendemos que os israelitas físicos (sem fé) não são mais
filhos da promessa do que Ismael. Assim como Ismael, os israelitas físicos (1)
são filhos da escrava, (2) nascem escravos, (3) nasceram de um nascimento
natural, (4) não são filhos da promessa e (5) seriam “lançados fora”, pois “de
modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre”.
Além disso, a futura inclusão dos gentios no povo da aliança de Deus foi
profetizada no Antigo Testamento: Canta alegremente, ó estéril, que não deste à
luz;
rompe em cântico, e exclama com alegria,
tu que não tiveste dores de parto;
porque mais são os filhos da mulher solitária,
do que os filhos da casada, diz o SENHOR.
Amplia o lugar da tua tenda,
e estendam-se as cortinas das tuas habitações;
não o impeças; alonga as tuas cordas,
e fixa bem as tuas estacas.
Porque transbordarás para a direita e para a esquerda;
e a tua descendência possuirá os gentios
e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. (Isaías 54:1-3) E essa profecia,
segundo Paulo, falava dos gentios que se tornariam os filhos de Abraão pela fé
(Gálatas 4:27). E em outro lugar, Paulo afirmou que Oséias profetizou o
acréscimo dos gentios. Em sua carta aos romanos, onde fala sobre Deus tendo
piedade daqueles que ele escolheu, Paulo inclui: Os quais somos nós, a quem
também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como
também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada
à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois
meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo (Romanos 9:24-26).
E no concílio de Jerusalém, Tiago argumentou a partir das Escrituras do
Antigo Testamento em favor de que os gentios fossem aceitos. De acordo com
Tiago, os gentios não deveriam ser aceitos apenas na comunidade da aliança de
Deus, a circuncisão também não deveria ser exigida deles. Tiago disse: E com
isto concordam as palavras dos profetas como está escrito: Depois disto voltarei,
e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas
ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor,
e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz
todas estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as
suas obras (Atos 15:15–18).
“Tiago declara”, segundo W. J. Grier, “que essa reedificação do tabernáculo
de Davi está ocorrendo agora na visitação de Deus aos gentios para suscitar
dentre eles um povo para o seu nome”. [6]
Dizer que o reino de Deus é espiritual e celestial por natureza não é dizer que o
reino não será um dia físico por natureza. Embora Abraão, pela fé, estivesse
procurando uma cidade celestial, foi o mundo que Deus prometeu dar a ele
(Romanos 4:13). Não só lhe foi prometida a terra que ele peregrinava, mas a
Abraão foi prometido tudo o que existia ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste
como uma herança eterna (Gênesis 13:14-15). Assim, parece que a cidade
celestial e eterna que Abraão pretendia herdar um dia estaria localizada sobre a
terra.
Bem, pelo menos assim parece, quando consideramos o fato de que a terra
prometida seria uma herança física: “Porque toda esta terra que vês, te hei de dar
a ti, e à tua descendência, para sempre” (v. 15). Embora se possa argumentar que
essa herança deveria permanecer na família de Abraão de uma geração para
outra até o final dos tempos, há mais razões para acreditar que essa promessa
ainda não foi cumprida. Há oito razões para acreditar que a terra prometida é o
novo céu e a nova terra.
Primeira, a terra prometida era a terra física — a mesma terra que Abraão
viu com seus próprios olhos: “Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti”.
Novamente, Deus disse a Abraão: “Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos
caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la” (Gênesis 15:7).
Segunda, a promessa deveria ser cumprida a Abraão, não apenas aos filhos
de Abraão: “Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua
descendência” (Gênesis 13:15). A promessa não era que Deus daria a terra a
Abraão vicariamente através de seus filhos, mas que Deus a daria tanto a Abraão
como aos filhos de Abraão para que a desfrutassem.
Terceira, Abraão ainda não herdou nenhuma parte desta terra. A única terra
que Abraão possuía era o pequeno terreno que comprou (não recebeu ou herdou
de Deus) de Efrom em Macpela para enterrar sua esposa Sara (Gênesis 23:10-
16). Com relação à terra prometida, Abraão viveu e morreu sem receber um
palmo dela. A Bíblia diz que ele peregrinou por toda a sua vida como estrangeiro
sem receber aquilo que lhe foi prometido (Hebreus 11:13).
Quarta, a terra seria uma herança eterna: “Porque toda esta terra que vês, te
hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre”. Em outro lugar, diz:
Lembrou-se da sua aliança para sempre,
da palavra que mandou a milhares de gerações.
A qual aliança fez com Abraão,
e o seu juramento a Isaque.
E confirmou o mesmo a Jacó por lei,
e a Israel por aliança eterna,
Dizendo: A ti darei a terra de Canaã,
a região da vossa herança (Salmos 105:8-11).
No tempo em que Abraão herdar a terra, ela nunca lhe será tirada. Quando
Abraão herdar a terra, ele habitará nela para sempre.
Quinta, isso não só implica fortemente que a cidade celestial é uma cidade
eterna, mas que Abraão teria vida eterna, ou então não poderia desfrutá-la para
sempre.
Sexta, isso infere que os filhos de Abraão, que também herdam a terra,
viverão para sempre. Junto com seus filhos, Abraão desfrutará a vida eterna na
terra prometida. E como Abraão, todos os verdadeiros filhos de Abraão, pela fé,
viraram as costas para este mundo e colocaram sua esperança em um lar mais
duradouro: Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma
pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam
oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por
isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já
lhes preparou uma cidade (Hebreus 11:14-16).
Sétima, para que os filhos de Abraão possam desfrutar para sempre da terra
prometida, então esses herdeiros devem ser os filhos de Abraão pela fé. Pois
somente aqueles que têm fé, como Abraão, terão a vida eterna. Como explicado
por Paulo, “porque a promessa a Abraão e sua descendência de que seria
herdeiro do mundo não veio pela lei, mas pela justiça da fé” (Romanos 4:13).
Oitava, consequentemente, para que a terra prometida seja toda a terra, o
termo terra prometida deve se referir aos novos céus e à nova terra — um lugar
onde somente a justiça e o povo justo habitam (2 Pedro 3:13). E a Bíblia não fala
da nova criação como a morada eterna dos filhos de Deus (Romanos 8:21)? E
Jesus não disse que os mansos herdarão a terra (Mateus 5:5)?
Assim, a ideia de que a nova terra é a terra prometida é o quarto ponto do
amilenismo.
Realização Parcial
Se a nova criação é a terra prometida, as promessas do pacto abraâmico
foram cumpridas apenas parcialmente. Vimos, no terceiro ponto do amilenismo,
que o reino de Deus já foi inaugurado nos corações dos filhos espirituais de
Abraão. O reino de Deus é atualmente espiritual. Em alguns aspectos, grande
parte do pacto abraâmico já foi realizado. No entanto, se a nova terra é a terra
prometida, ainda falta algo. Nós, como filhos espirituais de Abraão, pela fé,
aguardamos a ressurreição física e a recriação dos novos céus e da nova terra.
Até lá, nós vivemos neste mundo como peregrinos e forasteiros.
Já, mas Ainda Não
Esse cumprimento parcial do pacto abraâmico é muitas vezes explicado
pela concepção “já, mas ainda não” do reino de Deus. Por exemplo, o reino de
Deus já foi inaugurado, mas ainda não foi consumado. Embora a plenitude das
promessas do Antigo Testamento não será realizada até depois da segunda vinda
de Cristo, os primeiros frutos da era vindoura já brotaram na vida dos crentes.
George Ladd explicou isso desta forma: A igreja primitiva encontrou-se
vivendo em uma tensão entre a realização e a expectativa — entre “já” e o
“ainda não”. A era da realização chegou; o dia da consumação ainda está no
futuro.[7]
Para entender melhor o cumprimento já, mas ainda não (parcial) das
promessas do Antigo Testamento, é importante ver que (1) há um cumprimento
em dois estágios do reino de Deus e (2) há duas vindas de Cristo, (3) duas eras e
(4) dois reinos.
A Realização em Dois Estágios (Espiritual e Físico) do Reino de Deus
A concepção “já, mas ainda não” do reino implica que há um cumprimento
em dois estágios do reino de Deus que foi prometido a Abraão e Davi. O reino
de Deus foi inaugurado na primeira vinda de Cristo, embora não tenha sido
fisicamente consumado nos novos céus e na nova terra, o que acontecerá na
segunda vinda de Cristo. Os cidadãos do céu já receberam a vida eterna, embora
seus corpos permaneçam sob a maldição da queda. Cristo já conquistou e
subjugou os corações de seu povo, mas ele ainda não conquistou e subjugou
completamente as nações e removeu a maldição que mantém a criação em
sujeição.
De acordo com Paulo, toda a criação está gemendo junto com aqueles de
nós que têm as primícias do Espírito. Paulo explicou que estamos gemendo
interiormente “enquanto esperamos ansiosamente “a adoção, a saber, a redenção
do nosso corpo” (Romanos 8:19-23). Embora nos tenham sido dadas algumas
das promessas, ou seja, as primícias do Espírito, a plena herança de Abraão
ainda nos aguarda.
Embora o homem interior tenha sido redimido, o corpo ainda está por ser
glorificado. Da mesma forma, embora algumas das promessas de Abraão
estejam se tornando realidade — como, por exemplo, Deus chamando os filhos
de Abraão de cada nação — a herança completa, como a terra prometida, ainda
não se materializou. O reino de Deus agora é espiritual, mas um dia será também
físico — com a vinda dos novos céus e da nova terra onde só habita a justiça.
“Pelo fato de o reino ser tanto presente como futuro”, afirma Anthony
Hoekema, “podemos dizer que ele, agora, está escondido de todos, exceto dos
que têm fé em Cristo; um dia, entretanto, será totalmente revelado, de modo que
até seus inimigos terão, finalmente, de reconhecer sua presença e se curvar
diante de seu governo”. Os primeiros frutos do céu germinaram nos corações
[8]
dos crentes nesta era maligna atual, embora a colheita plena ainda não tenha sido
completamente realizada no estado eterno de glória.
No estado eterno de glória, céu e terra estarão perfeitamente unidos sob o
reino de Cristo (Efésios 1:10; Colossenses 1:20). Quando todo o mal for
exterminado e os ímpios e esse mundo maligno atual forem destruídos com a
recriação da nova terra, Deus então habitará com o homem em perfeita unidade e
paz para sempre. Verdadeiramente, o céu encherá a terra “do conhecimento da
glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2:14).
Naquele tempo, o pacto abraâmico será plenamente realizado. Abraão e
seus filhos, que foram atraídos de todas as nações e grupos de pessoas do
mundo, habitarão na terra prometida para sempre. Como afirma Hoekema: O
reino de Deus, portanto, deve ser entendido como o reino de Deus
dinamicamente ativo na história humana por intermédio de Jesus Cristo, cujo
propósito é a redenção do povo de Deus do pecado e de poderes demoníacos, e o
estabelecimento final dos novos céus e nova terra. Isso significa que o grande
drama da história da salvação foi inaugurado e uma nova era foi instaurada. O
reino não deve ser entendido apenas como a salvação de certos indivíduos ou
como o reino de Deus no coração de seu povo; significa nada menos que o reino
de Deus sobre todo seu universo criado. [9]
Duas Vindas de Cristo
O cumprimento em dois estágios das promessas do Antigo Testamento
corresponde aos dois estágios da vinda de Cristo. O Antigo Testamento
profetizou que o Rei vindouro estabeleceria tanto a paz quanto a justiça. O
Antigo Testamento falou do dia do Senhor como um dia de ira para os inimigos
do povo de Deus (Joel 2:1-2; Amós 5:18-20; Sofonias 1:14-15) e um dia de
misericórdia para o povo de Deus (Isaías 53).
A Vinda de Cristo Seria um Dia de Julgamento
Segundo Sofonias, o dia do Senhor deveria ser um dia de julgamento para
todos os habitantes da terra: Hei de consumir por completo tudo
de sobre a terra, diz o Senhor.
Consumirei os homens e os animais,
consumirei as aves do céu,
e os peixes do mar,
e os tropeços juntamente com os ímpios;
e exterminarei os homens
de sobre a terra, diz o Senhor…
O grande dia do Senhor está perto,
sim, está perto, e se apressa muito;
amarga é a voz do dia do Senhor;
clamará ali o poderoso.
Aquele dia será um dia de indignação,
dia de tribulação e de angústia,
dia de alvoroço e de assolação,
dia de trevas e de escuridão,
dia de nuvens e de densas trevas,
dia de trombeta e de alarido
contra as cidades fortificadas
e contra as torres altas.
E angustiarei os homens,
que andarão como cegos,
porque pecaram contra o Senhor;
e o seu sangue se derramará como pó,
e a sua carne será como esterco.
Nem a sua prata nem o seu ouro
os poderá livrar
no dia da indignação do Senhor,
mas pelo fogo do seu zelo
toda esta terra será consumida,
porque certamente fará de todos os moradores
da terra uma destruição total e apressada. (Sofonias 1:2, 3, 14-18) De
acordo com o profeta Isaías, o Senhor viria em julgamento: Eis que vem o
dia do Senhor,
horrendo, com furor e ira ardente,
para pôr a terra em assolação,
e dela destruir os pecadores.
Porque as estrelas dos céus e as suas constelações
não darão a sua luz;
o sol se escurecerá ao nascer,
e a lua não resplandecerá com a sua luz.
E visitarei sobre o mundo a maldade,
e sobre os ímpios a sua iniquidade (Isaías 13:9-11).
A Vinda de Cristo seria um Dia de Misericórdia
Também, segundo Isaías, o Senhor viria com a boa nova da salvação: Eu, o
Senhor, te chamei em justiça,
e te tomarei pela mão, e te guardarei,
e te darei por aliança do povo,
e para luz dos gentios.
Para abrir os olhos dos cegos,
para tirar da prisão os presos,
e do cárcere os que jazem em trevas (Isaías 42:6-7).
Um Dia de Ira e um Dia de Misericórdia
Assim, no Antigo Testamento, tanto a paz quanto o julgamento estão
ligados à vinda do Rei. O Antigo Testamento não só fala do Messias como a
pessoa que triunfará sobre seus inimigos e sujeitará as nações ao povo de Deus
(Sofonias 3:8), mas fala do mesmo Messias como o servo sofredor (Isaías 53:7).
O Messias viria para servir e sofrer, bem como para governar e reinar. O Messias
não deveria apenas trazer a paz às nações, ele deveria reinar sobre elas em
julgamento. Todas as nações da terra deveriam ser abençoadas nele, mas também
por ele todas as nações da terra deveriam ser condenadas. Ele deveria trazer
alegria e tristeza ao mundo.
Mas como Cristo pode fazer as duas coisas em seu aparecimento? Como ele
pode trazer cura e destruição para as nações?
Não Uma, mas Duas Vindas
Embora, ao ler o Antigo Testamento, seja difícil ver como Cristo trouxe
alegria e tristeza ao mundo em seu aparecimento, ao ler o Novo Testamento
aprendemos que o aparecimento de Cristo realmente acontece em dois estágios
— sua primeira e sua segunda vinda. O que parecia ser um único evento é, na
verdade, de acordo com o Novo Testamento, um único evento separado em dois
estágios. Ou, como diz William Cox: Esses não são na realidade dois eventos
separados, mas sim dois estágios de um mesmo plano. Os dois eventos se
complementam, e um não poderia estar completo sem o outro. [10]
do Novo Testamento é que ele espera uma consumação futura dos propósitos de
Deus com base na vitória de Cristo no passado. George Ladd faz essa
observação: “Seu testemunho [da igreja] da vitória de Deus no futuro é baseado
em uma vitória já alcançada na história. Ela proclama não apenas esperança, mas
uma esperança baseada nos acontecimentos da história e em sua própria
experiência”. [13]
Duas Eras
Esses dois estágios do reino de Deus (estágio um, inauguração, e estágio
dois, consumação) podem ser vistas nas duas eras (ou períodos maiores de
tempo) de que se fala no Novo Testamento: esta presente era maligna e a era
vindoura (Gálatas 1:4; Efésios 1:21). A primeira vinda introduziu a era vindoura,
e a segunda vinda acabará com essa atual era maligna. Mas o que são essas duas
eras ou períodos de tempo?
A Presente Era Maligna
Esta presente era maligna, segundo as Escrituras, é o período de tempo que
se estende desde a queda de Adão até a segunda vinda de Cristo (Mateus 28:20).
A presente era maligna é o período de tempo em que a escuridão, a escravidão, a
injustiça, o pecado e a morte reinam sobre a terra. A presente era maligna
perdurará enquanto houver pecado no mundo.
Segundo Cristo, os descrentes nascem neste mundo caído como “filhos
desta era” (Lucas 20:34, CSB), e segundo Paulo, os filhos desta era são mantidos
cativos ao poder “do presente século mau” (Gálatas 1:4-5). Esta presente era
maligna, consequentemente, é o império do reino das trevas sobre os povos e as
nações desta era (Apocalipse 18:3).
A Era Vindoura
Se esta presente era maligna é o período de tempo em que o mal habita na
terra, então a era vindoura é o período em que a justiça habitará na terra (2
Pedro 3:13). E embora a era vindoura não será plenamente realizada até a
criação da nova terra, onde somente a justiça habita, as primícias da era vindoura
já foram introduzidas nesta presente era maligna. Desde a primeira vinda de
Cristo, como demonstrado por sua própria ressurreição, o poder da era vindoura
entrou no mundo. E como o poder do Cristo ressuscitado continua a transformar
pecadores mortos em novas criaturas (2 Coríntios 5:17), o poder da era vindoura
continua a operar nesta presente era maligna.
O poder da era vindoura, portanto, está sendo manifestado na terra dentro
dos corações dos crentes (Tito 2:11-13). Aqueles que foram unidos, pela fé, ao
Rei da glória, “provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes da era vindoura”
(Hebreus 6:5). Eles foram libertados do domínio e reino das trevas e
transportados para o reino do amado Filho de Deus (Colossenses 1:13). Em
outras palavras, o poder e as bênçãos da era futura já começaram em parte na
vida dos crentes (Lucas 17:20-21; João 18:36).
Escatologia Inaugurada
A inauguração do poder da era vindoura nesta presente era maligna é um
antegozo do céu. É uma porção do poder, da justiça e da glória do estado eterno.
Anthony Hoekema identificou isso como a escatologia inaugurada. “A
escatologia inaugurada”, segundo Hoekema, “implica que a escatologia de fato
começou, mas não está de forma alguma terminada”. A escatologia inaugurada
[15]
Por causa de nossa dupla cidadania, devemos “dar a César o que é de César,
e a Deus o que é de Deus” (Marcos 12:17). Como peregrinos neste mundo,
somos chamados tanto a temer a Deus quanto a honrar o rei (1 Pedro 2:17).
Somos chamados a pagar nossos impostos ao Estado (Mateus 22:21) e a dar
livremente nossas ofertas à igreja (1 Coríntios 9:11). Como cidadãos deste
mundo, somos chamados a desfrutar ricamente de todas as coisas (1 Timóteo
6:17). Como cidadãos do céu, somos chamados a depositar nossos tesouros no
céu e a buscar primeiro o reino de Deus (Mateus 6:20, 33). Em nossa submissão
ao Senhor, somos chamados a estar sujeitos: Sujeitai-vos, pois, a toda a
ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos
governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor
dos que fazem o bem (1 Pedro 2:13-14).
Quando eu era mais jovem, meu pai me deu alguns conselhos que eu nunca
esquecerei e que impactaram a maneira como eu tenho abordado as Escrituras
desde então. De fato, esse conselho me ancorou na posição amilenista. Meu pai
sugeriu que eu interpretasse as passagens difíceis das Escrituras à luz das
passagens mais claras e diretas da Escritura.
Foi surpreendente para mim que um de meus professores de teologia tenha
distorcido esse simples princípio hermenêutico. Depois de argumentar que
deveríamos entender a linguagem simbólica e apocalíptica do livro de
Apocalipse literalmente, ele prosseguiu dizendo que a linguagem de 2 Pedro 3
deveria ser entendida simbolicamente. Pareceu para mim que ele disse isso
porque 2 Pedro 3 contradizia sua compreensão de Apocalipse 20. Ele fez o
contrário do que o meu pai me aconselhou a fazer. Meu professor procurou
interpretar uma passagem da Escritura mais fácil de entender, 2 Pedro 3, à luz de
uma passagem muito difícil, Apocalipse 20.
Eu não podia aceitar seu entendimento de Apocalipse 20 porque estava
convencido de que ele estava em oposição à passagem fácil de entender de 2
Pedro 3. Quando se trata de delinear os eventos do fim dos tempos, 2 Pedro 3 é
uma das passagens mais claras da Escritura. Se eu devo seguir os bons conselhos
de meu pai, então as passagens mais difíceis da Escritura, como Apocalipse 20,
devem ser entendidas à luz das passagens mais fáceis dela e não o contrário. E
quando lemos 2 Pedro 3, aprendemos que a segunda vinda de Cristo ocasiona o
fim do mundo. Isso também nos leva ao quinto e último ponto do amilenismo —
a finalidade da segunda vinda.
Uma Segunda Vinda Catastrófica
De acordo com as passagens didáticas das Escrituras no Novo Testamento
encontradas de Mateus a Judas, há certos eventos que ocorrerão quando Cristo
voltar: (1) a ressurreição geral dos mortos, (2) a destruição do mundo, (3) o
julgamento final e (4) a inauguração do estado eterno.
A Ressurreição Geral
Primeiro, naquele último dia da história humana, quando Cristo aparecer, os
mortos ressuscitarão. O profeta Daniel falou de uma ressurreição geral: “E
muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e
outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2). Essa ressurreição geral
dos justos e injustos foi então confirmada por Cristo: Vem a hora em que todos
os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para
a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação
(João 5:28-29).
Essa mesma mensagem foi pregada por Paulo, que afirmou que “haverá
uma ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos” (Atos 24:15).
Alguns na igreja de Tessalônica tinham medo de morrer antes da segunda
vinda de Cristo, porque tinham medo de perder aquele glorioso dia da segunda.
Mas, de acordo com Paulo, aqueles que morreram não perderão a segunda vinda.
Aqueles que estão mortos em Cristo já estão com o Senhor, e quando Cristo
voltar, eles, que atualmente são espíritos desencarnados, voltarão com Cristo
para encontrar seus corpos ressuscitados. Quando ele aparecer, os mortos
ressuscitarão primeiro e aqueles que estiverem vivos serão arrebatados pelos ares
e terão seus corpos transformados em novos corpos glorificados: Não quero,
porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não
vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós,
os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. Mas,
irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de
noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá
repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo
nenhum escaparão (1 Tessalonicenses 4:13-18—5:1-3).
Assim, vemos que o dia virá como um ladrão na noite, quando acontecerá
uma destruição súbita. Isso nos leva à segunda coisa que ocorrerá quando o
Senhor voltar.
A Destruição do Mundo
Cristo advertiu sobre a destruição do mundo em seu retorno:
Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam,
casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e
não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será
também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será
levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada
uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o
vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília
da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por
isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à
hora em que não penseis (Mateus 24:38-44).
E esta advertência foi reafirmada por Pedro quando ele disse:
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão
com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as
obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas
coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e
apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se
desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua
promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por
isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados
imaculados e irrepreensíveis em paz (2 Pedro 3:10-14).
O Dia do Julgamento
O último dia será um dia de julgamento final. De acordo com a parábola do
trigo e do joio, tanto os verdadeiros como os falsos crentes permanecerão juntos
até a colheita, no final dos tempos. Então Cristo virá, enviará os seus santos
anjos para separar o joio do trigo, “colherão do seu reino tudo o que causa
escândalo, e os que cometem iniquidade”. O joio será atado em feixes para ser
queimado e lançado na “fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes”
(Mateus 13:41-42). Mas o trigo será recolhido no celeiro e então “os justos
resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (v. 43).
Todos os mortos ressuscitarão quando Cristo vier para julgar o mundo (Atos
17:31). Ele advertiu: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para
dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12). Pois Cristo declarou: E
quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele,
então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante
dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e
porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que
estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-
me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me
(Mateus 25:31-35).
Paulo fala do dia do julgamento como o dia em que os santos serão
eternamente glorificados e os ímpios serão eternamente condenados: Prova clara
do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do reino de Deus, pelo
qual também padeceis; se de fato é justo diante de Deus que dê em paga
tribulação aos que vos atribulam, e a vós, que sois atribulados, descanso
conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu
poder, com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e
dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por
castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu
poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável
naquele dia em todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido
entre vós) (2 Tessalonicenses 1:5-10).
Será neste momento que Cristo submeterá todas as nações ao seu senhorio:
Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o
despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos,
para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira;
porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo (Sofonias 3:8).
Embora ele não tivesse interesse em entrar em guerra com as nações em sua
primeira vinda, em sua segunda vinda Cristo virá para conquistar os reinos deste
mundo: E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele
as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e
da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome:
Rei dos reis, e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:15-16).
Quando Cristo voltar, ninguém escapará. Não haverá lugar para se
esconder. É por isso que Pedro exorta todos a se examinarem se estão
reconciliados com Deus agora. Hoje é o dia da salvação. Quando o céu se abrir e
as nuvens se enrolarem como um pergaminho, será tarde demais. Devemos estar
preparados agora, pois Cristo está vindo como um ladrão de noite. Devemos
vigiar e estar preparados, como o Senhor nos advertiu, pois não sabemos o dia
nem a hora (Mateus 25:12). Uma vez que ele aparecer, não haverá mais
esperança de salvação. Não haverá salvação naquele dia ou em qualquer dia
depois dele, pois, como vemos no ponto seguinte, o último dia é o primeiro dia
da eternidade.
O Estado Eterno
O reino de Deus que foi inaugurado na primeira vinda de Jesus Cristo será
consumado em sua segunda vinda. Cristo não está começando a edificar seu
reino, como alguns sugerem, mas está prestes a entregar um reino completo e
perfeito ao Pai. Em outras palavras, quando Cristo apresentar um rei-no perfeito
a Deus Pai, isto marcará o fim do mundo: Depois virá o fim, quando tiver
entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e
toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os
inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a
morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que
todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe
sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então
também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para
que Deus seja tudo em todos (1 Coríntios 15:24-28).
Depois que o mundo for destruído pelo fogo, Deus criará um novo céu e
uma nova terra onde somente os justos habitarão com Deus para sempre.
Naquele tempo, ele “aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor
DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a
terra; porque o SENHOR o disse” (Isaías 25:8). Então, a promessa feita a Davi
finalmente será cumprida na íntegra. O filho de Davi terá edificado para Davi
uma casa onde o povo de Deus habitará com ele na terra prometida em paz para
sempre: E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a
nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa
ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu
povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de
seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas (Apocalipse 21:1-4).
Não Haverá Nenhum Reinado de Mil Anos Literais
Se quisermos usar todas essas passagens didáticas e claras da Escritura para
compreender as passagens difíceis da Escritura, então Apocalipse 20 não pode
estar falando de mil anos literais onde os justos e os injustos vivem juntos em
paz sob o governo de Cristo. Isso não é possível porque não há espaço para um
período de mil anos após a segunda vinda de Cristo. A Bíblia deixa claro que o
mundo termina no exato momento em que Cristo retorna. Uma vez que Cristo
venha novamente, (1) não haverá mais esperança de salvação, (2) não haverá
mais tempo para os ímpios viverem na terra e (3) não haverá mais tempo para os
ímpios viverem ao lado dos justos.
E isso é o que o termo teológico amilenista significa — “nenhum milênio
(literal)”. O a é um prefixo de negação, e a palavra milênio (milenista) é retirada
de Apocalipse 20, onde João fala de Satanás sendo amarrado por mil anos (ou
seja, um milênio). Portanto, os amilenistas acreditam que o reino de Cristo
aludido em Apocalipse 20:1-3 se refere ao reino espiritual de Cristo que se
estende desde a primeira até a segunda vinda dele, e não a um período futuro de
mil anos que ocorre após a segunda vinda de Cristo.
Apocalipse 20:1-3
Devemos lembrar que não foi Pedro ou Paulo, mas João que utilizou uma
linguagem simbólica e apocalíptica. Na verdade, na primeira frase do livro de
Apocalipse, João nos diz que as visões contidas em sua carta lhe haviam sido
mostradas através de sinais e símbolos: Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus
lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer;
e pelo seu anjo as enviou, e as significou a João seu servo” (Apocalipse 1:1,
NKJV).
A palavra traduzida aqui como “significou” é a palavra grega sémainó, que
tem o sentido de “significar” ou “dar um sinal”. Ela vem da palavra raiz séma,
que quer dizer “um sinal” ou “uma marca”.
Embora as visões no livro do Apocalipse não sejam as mesmas que as
parábolas de Cristo, elas são semelhantes na medida em que comunicam a
verdade através de uma história parabólica. A parábola do semeador, por
exemplo, deve ser interpretada figurativamente. Pregar o Evangelho pode ser
comparado a semear sementes, mas aqueles que pregam o Evangelho não estão,
na realidade, semeando sementes literais. Na parábola do semeador, as sementes
representam o Evangelho. Os diferentes tipos de solos também, segundo Cristo,
representam diferentes tipos de ouvintes do Evangelho (Mateus 13:1-23).
Da mesma forma, os sinais, as visões e a linguagem apocalíptica do livro do
Apocalipse não devem ser tomados literalmente. Eu não conheço ninguém que
não reconheça que pelo menos parte da linguagem de Apocalipse é simbólica.
Esses são apenas alguns exemplos, João viu (1) sete estrelas, que representavam
os sete anjos de sete igrejas, (2) sete candeeiros de ouro, que representavam as
sete igrejas da Ásia, (3) uma espada saindo da boca de Cristo, que representava o
julgamento divino que vem da boca de Cristo e (4) um dragão vermelho, que
representava Satanás. E a lista de símbolos prossegue.
Assim como a pregação do Evangelho é comparada à semeadura de
sementes e as sete igrejas são comparadas a sete estrelas no Apocalipse.
Esperemos, no entanto, que ninguém pense que estes anjos sejam literalmente
estrelas. Devemos ter cuidado para não interpretar símbolos como realidades
literais, tais como estrelas literais, candeeiros literais, um dragão vermelho literal
e uma espada literal saindo da boca de Cristo.
E se pudermos concordar que as visões do Apocalipse estão cheias de
linguagem simbólica, não deveríamos também concordar que tal simbolismo é
mais desafiador de interpretar do que a linguagem literal e didática de Paulo e
Pedro? Certamente, podemos concordar que as passagens mais difíceis da
Escritura não irão discordar das passagens mais diretas e claras.
Com a linguagem simbólica do Apocalipse e a linguagem literal de 2 Pedro
3 em mente, não deveríamos chegar à conclusão de que os mil anos falados em
Apocalipse 20:1-3 não se referem realmente a mil anos literais? Se 2 Pedro 3 não
permite a existência de um período de mil anos entre a segunda vinda e a
destruição do mundo, então devemos concluir que os mil anos em Apocalipse 20
estão falando de um período de tempo simbólico (perfeito ou completo).
Esse entendimento é reforçado pelo fato de que Apocalipse 20 está cheio de
linguagem simbólica. Essa visão particular inclui uma corrente, um selo, um
abismo e um dragão vermelho: E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do
abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga
serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no
abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as
nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um
pouco de tempo (Apocalipse 20:1-3).
Seria difícil imaginar que uma cadeia física e um selo físico pudessem
prender Satanás e que um abismo físico pudesse prendê-lo — pois ele é um ser
espiritual. É ainda mais difícil imaginar que esse abismo tenha uma chave literal
que o abre e fecha. E sabemos que, de fato, Satanás não é um dragão vermelho
literal. Na verdade, João se assegura de que compreendemos que o dragão
vermelho representa o Diabo.
Sem dúvida, João viu um dragão vermelho sendo amarrado por um anjo.
João viu, como se a visão fosse representada diante dele em uma peça cósmica
no céu, um anjo vindo do céu com uma chave na mão para abrir o poço no qual
o dragão vermelho, amarrado por uma corrente, seria jogado. E o mesmo anjo
que amarrou o dragão posteriormente o solta.
Mas, como o sonho de Nabucodonosor ou as parábolas de Cristo, essa visão
deve ser decifrada. Os símbolos devem ser interpretados. E certamente, como o
sonho de Nabucodonosor e as parábolas de Cristo, os símbolos nessa visão não
devem ser entendidos literalmente.
Devemos acreditar que a chave, a corrente, o dragão, o selo e o abismo são
todos símbolos que representam realidades espirituais, mas os mil anos devem
ser entendidos literalmente? Outros números do livro do Apocalipse, tais como
os números 7 e 666, são simbólicos. O número 7 representa a perfeição, e o 666
representa o homem (veja Apocalipse 13:18). O número 1.000 também não
poderia ser simbólico e representar uma realidade espiritual?
Quando se diz que Deus é dono de todo “o gado em mil colinas” (Salmos
50:10), devemos pensar que Deus só é dono do gado em mil colinas? Será que
isso deve ser entendidos literalmente? Não faz mais sentido pensar que a frase
“mil colinas” é uma linguagem parabólica representando todo o gado do mundo?
O período de mil anos do Apocalipse 20 é também uma forma parabólica
de falar sobre uma quantidade de tempo perfeita ou completa. Em outras
palavras, Satanás estará preso por todo o tempo necessário — nenhum dia mais
cedo ou um dia mais tarde. Pela quantidade total de tempo, o Diabo estará preso.
Cristo será capaz de fazer todo o seu trabalho sem ser impedido por Satanás.
Assim, faz mais sentido ver o reinado milenar de Cristo em Apocalipse 20
como símbolo do reinado espiritual dele que está ocorrendo atualmente entre sua
primeira e segunda vinda, pois Paulo diz que Cristo deve reinar até colocar todos
os seus inimigos sob seus pés. “Depois virá o fim”, diz Paulo, “quando tiver
entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e
toda a potestade e força” (1 Coríntios 15:24).
Com 2 Pedro 3 e 1 Coríntios 15 em mente, parece evidente que Apocalipse
20 não pode estar ensinando um futuro reino milenar de Cristo na terra (que
acontecerá após a segunda vinda e que consiste de crentes e incrédulos). Parece
mais possível que os mil anos sejam meramente simbólicos de um período de
tempo não revelado, porém perfeito, entre a primeira e a segunda vinda de
Cristo.
Mas a objeção óbvia é que o dragão vermelho deve estar amarrado durante
esse tempo, e todos sabemos que Satanás está atualmente andando como um leão
buscando alguém para devorar (1 Pedro 5:8).
Se olharmos mais de perto, porém, vemos um detalhe importante sobre a
natureza e a extensão da prisão de Satanás. Assim como João nos dá o
significado do dragão vermelho, ele nos dá o significado da prisão: “para que ele
não engane mais as nações” (Apocalipse 20:3). Em outras palavras, aprendemos
que Satanás está restrito de tal forma que não é mais capaz de manter as nações
do mundo cativas de suas mentiras e enganos. Esse é o ponto dessa passagem.
Floyd Hamilton explica desta forma: Suponho que ninguém insistiria que
Satanás deve ser amarrado com uma corrente literal de ferro ou algum outro
metal, pois Satanás é um espírito e correntes materiais não poderiam mantê-lo
cativo por um momento sequer. Amarrar sempre significa a limitar o poder de
alguma forma. Quando os homens se amarraram com um juramento de não fazer
algo, concordaram em limitar seu próprio poder e direitos conforme a extensão
de seus juramentos. Um homem e uma mulher estão vinculados por seus votos
matrimoniais, mas isso não significa que estejam vinculados em relação a outros
relacionamentos em suas vidas… Portanto, o fato de Satanás estar amarrado não
significa que ele seja impotente para tentar as pessoas, e nós sabemos que ele
não é. É simplesmente uma limitação do poder de Satanás em um aspecto
particular, especificamente a capacidade de “enganar as nações”. Durante o
período entre as duas vindas, o Evangelho deve ser proclamado a todas as
nações, e Satanás é impotente para impedi-lo. O caminho da salvação foi aberto
a todas as nações e não há nada que Satanás possa fazer para bloquear esse
caminho. [23]
OEstandarteDeCristo.com
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O Estandarte de Cristo
❝Nós precisamos de um estandarte pela causa da verdade; pode ser que esse pequeno volume ajude a causa
do glorioso Evangelho, testemunhando claramente quais são as suas principais doutrinas… Aqui os
membros mais jovens da nossa igreja terão um Corpo de Teologia, que servirá como uma pequena bússola,
e por meio de provas bíblicas, estarão prontos para dar a razão da esperança que há neles… Apeguem-se
fortemente à Palavra de Deus que está aqui mapeada para vocês.❞ — C.H. Spurgeon, 1855
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mesmo tempo tão prático, como diz o próprio autor: Nestes capítulos temos nos esforçado para colocar
diante de nossos leitores as regras que temos usado há muito tempo em nosso próprio estudo da Palavra;
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torná-los tão lúcidos e completos quanto possível, colocando em suas mãos esses princípios de exegese que
nos foram de grande proveito.❞
Os Distintivos da Teologia Pactual Batista
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teologia do pacto da Inglaterra no século XVII. Ele mostrou fatores significantes que contribuíram para as
diferenças entre o pensamento e a prática dos presbiterianos e batistas particulares, descrevendo categorias
teológicas em termos fáceis e acessíveis.❞ — James M. Renihan, Ph.D. Deão e professor de teologia histórica Institute of Reformed Baptist
Studies
A Falha Fatal da Teologia por Trás do Batismo Infantil
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enquanto usada como apoio para o batismo infantil. Ele expôs uma análise detalhada de cada parte do
sistema, aprovou o que era biblicamente fundamentado, desafiou o que é indefensavelmente inventado e
ofereceu alternativas convincentes para cada parte do sistema que ele desafiou.❞ — Tom J. Nettles, Ph.D.
Professor de teologia histórica Southern Baptist Theological Seminary
Um Guia para a Oração Fervorosa
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❝A oração particular é o teste de nossa sinceridade, o indicador de nossa espiritualidade, o principal meio de
crescimento na graça. A oração particular é a única coisa, acima de todas as demais, que Satanás busca
impedir, pois ele bem sabe que, se ele puder ser bem sucedido neste ponto, o cristão falhará em todos os
outros… Por mais desesperado que seja o nosso caso, maior é nossa necessidade de orar, se a graça em nós
está fraca, a contínua negligência em orar a fará ainda mais fraca, se nossas corrupções são fortes, a omissão
em orar as fará ainda mais fortes.❞
Oração: Orando com o Espírito Santo e com o Entendimento
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❝A oração é uma ordenança de Deus que deve ser praticada tanto em público quanto em particular. Além
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com Deus, e também possui efeitos tão notáveis que alcançam grandes coisas de Deus, tanto para a pessoa
que ora como para aqueles por quem ela ora. A oração abre o coração de Deus e através dela a alma, mesmo
quando vazia, é preenchida. Através da oração o cristão também pode abrir seu coração a Deus como o faria
com um amigo, e obter um testemunho renovado de Sua amizade.❞
Piedade Cristã: Os Frutos do Verdadeiro Cristianismo
John Bunyan
Todo aquele que foi justificado pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo encontrará aqui um excelente
guia para que possa viver de modo agradável a Deus. Este livro faz lembrar a magistral obra, A
Prática da Piedade, do piedosíssimo Lewis Bayly, por seu fervor e fidelidade bíblicos, e por sua
sobriedade e zelo piedoso de obedecer aos mandamentos do Senhor em todas as áreas de nossas
vidas e em todos os nossos relacionamentos. O autor nos exorta à prática da verdadeira piedade cristã
a partir de Tito 3:7-8.
O Homo como Sacerdote em seu Lar
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❝A ideia de que um homem é sacerdote em seu lar se deriva naturalmente da tese de que todo ministério
cristão tem caráter sacerdotal. No entanto, esse assunto confronta os homens com algumas das
responsabilidades mais difíceis que enfrentaremos. Quando cumprimos nosso dever e sentimos nosso
pecado e fraqueza nessa área, devemos constantemente nos lembrar da graça e das promessas que Deus nos
deu. Não podemos fazer progresso confiado em nossas próprias forças. Somente cresceremos e
assumiremos nossas responsabilidades com a ajuda de Deus.❞
A Doutrina da Trindade
John Owen
John Owen fez uma defesa magistral da grande doutrina bíblica da Santíssima Trindade contra os
socinianos. Dificilmente veremos hoje alguém que se denomine um sociniano, mas não é tão raro assim
encontrar alguém indouto e inconstante que segue as pisadas deles e nega a verdade bíblica sobre a bendita
doutrina da Trindade, para sua própria perdição eterna (2Pe 3:16). Portanto a refutação que Owen faz das
principais objeções dos oponentes dessa doutrina permanece útil também para os nossos dias. Sobretudo é
proveitosa a exposição fiel e profunda feita por ele sobre os principais textos bíblicos que revelam essa
verdade fundamental sobre o único e verdadeiro Deus: Pai, Filho e Espírito.
Os 5 Pontos do Calvinismo
C.H. Spurgeon
Nesta excelente coletânea de sermões Charles Spurgeon expõe o ensino bíblico sobre aqueles que
ficaram conhecidos como os 5 Pontos do Calvinismo: 1. Depravação Total;2. Eleição Incondicional;
3. Expiação Limitada; 4. Graça Irresistível; 5. Perseverança dos Santos. A capacidade ímpar com que
Deus dotou o pregador e a beleza e firmeza da verdade bíblica por ele tratada fazem deste livro um
recurso extremamente importante para todos aqueles que desejam obter uma compreensão clara e
robusta do ensino bíblico acerca da soberania da graça divina na salvação dos homens.
Como Saltar em Segurança para a Eternidade
Lidiano Gama
❝Com habilidade, o autor L.A. Gama desenvolveu a viagem de Greg Thopp rumo à eternidade
sempre ladeado pelas doutrinas que foram o fundamento e alicerce não apenas dos batistas
particulares (reformados), mas da própria Reforma Protestante e do puritanismo inglês e norte-
americano que se seguiu. O livro é valioso para todos os cristãos, mas, sobretudo, é uma preciosa
contribuição para os batistas e uma excelente oportunidade para se examinar cuidadosamente esse
documento, a Confissão de Fé Batista de 1689.❞ — Marcus Paixão
Teologia Bíblica Batista Reformada
Fernando Angelim