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Fisica CONTEUDO PARTE lV ELETRICIDADE E ESTRUTURA ATOMICA capiruLo 27 Alguns fatos qualitativos sébre a eletricidade .. 28 A lei de Coulomb e a carga elétrica elementar 29 Energia e movimento de cargas em campos elétricos. . . 30 © campo magnético 81 Inducio e ondas eletromagnéticas . 82 Explorando o dtomo 33 Fétons e ondas associadas & matéria . 34 Sistemas Quanticos e a estrutura dos atomos - GUIA DE LABORATORIO IV- 1 Iv- 2 IvV- 8 Ww- 4 3 IvV-— 6 Ves Rie s6) Iv- 9 Iv — 10 IvV-l1 Iv —-12 Objetos eletrizados . Indugio eletrostatica A férca entre duas esferas carregadas A soma de férgas elétricas . Diferenca de potencial . ‘A carga transportada por fons em solugio . © campo magnético de uma corrente .. © campo magnético nas proximidades de um fio JOnBo TOLMMEO ic, scnntes oaieien ame omens ses Medida de um campo magnético em unidades fundamentais .... A massa do eléctron . _ O acaso na desintegragio radiotiva . Colisdes nucleares simuladas 230 231 233 235 237 239 241 246 ELETRICIDADE E ‘ARI a = V ESTRUTURA ATOMICA © CAMPO ELETRICO em térno de uma placa condutora carregada, delineado por sementes de um tipo especial de grama flutuando em um liquido isolante. © estudo dos campos elétricos nos ajudari a entender a natureza da luz ¢ as forcas que mantém os itomos unidos, ALGUNS FATOS QUALITATIVOS SOBRE A ELETRICIDADE CAPITULO 21 Na Parte Ill, aprendemos que todo corpo material atrai outro corpo material com uma forca conhecida como fora gravitacional. Esta fOrga sé tem consequéncias priticas yuando um dos corpos tem massa muito gran- je, como um planéta, por exemplo, Entretanto, fa forca gravitacional nfo é a tnica forga de agio & distincia que pode existir entre corpos materiais. Existem outras muito mais fortes. ‘Um pequeno ima 6 capaz de levantar da mesa tim prego de ferro, contra stag gravita cional de téda a Terra. Um pente atritado sObre a manga do paleté atrai fragmentos de papel. Estes stio exemplos de forgas magnéticas e elétricas, respectivamente. Essas forgas sio conhecidas desde a anti- guidade. Os antigos gregos sabiam das pro- priedades de um minério de ferro (magnetita) que é um ima natural. As palavras ita, manetismo outras, derivam do nome de uma cidade da Asia Menor, Magnésia, perto da qual foi encontrado 0 'minério. Diz-se tam- Hh que o filtefo grogo, ‘Thales, teria obser vado fércas elétricas ha cérea de vinte cinco séculos, Teria verificado que o ambar, quando atritado, atrai pequenos objetos. A’ palavra eliricidade vem de “elektron”, nome grego do Ambar. Entretanto, foi sdmente durante a Renas- cenga que se desenvolveu de forma sistem’ tica 0 estudo da eletricidade e do magnetismo € 05 fisicos $6 conseguiram uma compreensio clara do assunto no fim do século passado. Dificilmente encontrar-se-4 um fato cientifico de consequéncias tio profundas e de tio ipa al gies Doe pal ara accares aplicagées priticas. A produgio e a utilizagio da energia elétrica e 0 desenvolvimento das comunicagées elétricas, modificaram comple- tamente nosso sistema de vida. Quanto a0 aspecto cientifico, aprendemos que as {orcas elétricas controlam a estrutura dos atomos ¢ das moléculas, A eletricidade esta associada a varios process biolgicos como, por exemplo, a agio dos nossos nervos e do nosso cérebro. 27 —1. Atracgdo e Repulsdo entre Objetos Eletrizados. Examinaremos, agora, alguns fatos bisicos relativos A eletricidade e a0 magnetismo © discutiremos sua interpretagio, Comecemos com uma experiéncia simples, Esfregue um bastio de vidro com um pedaco de seda suspenda-o como mostra a Fig. 27-1, Em seguida, atrite outro bastio de vidro e apro- 27-1 — Duas barras de vidro cletrizadae repelem-se, 10 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ xime-o do primeiro. Os dois bastdes se repe- Tem. Repita a experiéncia com duas barras de plistico friccionadas com uma pele de animal. Os dois bastées de plistico repelem-se da mesma maneira que os dois bastdes de vidro (Fig. 27-2). 27-2 — Duaw darrag pldsticas cletrizadas também se fcom exposigfo emo Finalmente, friccione um bastio de vidro com seda e um de plistico com pele. Suspenda um déles como indica a Fig. 27-1 e aproxime © outro, Voce verificaré que les se atraem. Podemos realizar experiéncias semelhantes @ essas com muitos outros materiais. Objetos de mesmo material, que foram “eletrizados” pelo. mesmo proceso, sempre se repelem. Objetos diferentes eletrizados por processos diferentes podem atrair-se ou repelir-se. Weipa ce ox compe’ Sstrindos pode ser clasificados em dois grupos. Existem apenas dois “estados elétricos”: um semelhante 20 do vidro e outro semelhante a0 do bastio de plistico da experiéncia anterior. Seguindo a tradigo que vem desde o tempo de Benja- min Franklin, diremos que o vidro e os corpos eletrizados que apresentam o mesmo compor- tamento que o vidro estio carregados positi- vamente, e que 0 bastdo de plistico e os objetos eletrizados que se comportam como @le estio carregados negativamente.* Dois corpos quaisquer com cargas positivas repe- Jem-se, da mesma forma que dois bastées de vidro eletrizados 0 fazem. Do mesmo modo, dois corpos quaisquer com cargas negatiy repelem-se. Qualquer objeto carregado positi- vamente atrai qualquer objeto carregado nega- tivamente. 27 — 2. Fércas Elétricas entre as Particulas que Constituem a Matéria. Aprendemos que a matéria é feita de dtomos € que 0s dtomos podem ser desdobrados em unidades menores. Mas até agora, neste livro, nio enfrentamos o problema de decidir se existem particulas fundamentais a partir das quais todos os Atomos sao constituidos, O estudo da eletricidade nos dara algumas infor- magées importantes sdbre esta questio. Para comegar, é natural supor que a fora entre dois objetos é a soma vetorial das {orcas que agem entre as particulas de que sao constituidos. Como hé corpos eletrizados que se atraem e outros que se repelem, podemos supor que também existem forcas de atragiio e de repulsio entre as partes de que s constituidos os objetos. Como h& objetos eld- tricamente positivos e elétricamente negativos, admitimos a hipétese de que, entre as par- ticulas que constituem a materia, haja dois tipos de particulas: positicas e negativas. Duas particulas de mesmo sinal se repelem e duas particulas de sinais opostos, se atraem. Algu- ‘mas das particulas de que é constituida a ma- téria pertencem a um terceiro grupo. Os néutrons, por exemplo, nao se comportam nem como particulas positivas, nem como particulas negativas. Embora as forcas elétricas entre particulas sejam enormemente mais intensas do que as forgas gravitacionais, quando dois objetos comuns descarregados sio colocados perto um do outro, nao se observa qualquer forca elé- trica entre éles. Este fato no significa que devemos abandonar a idéia de que existem particulas elétricas positivas e negativas na (*) As palavras positico e negativo sio usadas porque 13 fOreas exercidas por dois objetos com cargas. nega- Uva ¢ positiva respectivamente, sre um tere, se ALGUNS FATOS SOBRE © COMPORTAMENTO DA Luz 11 matéria. Como las de cargas opostas exercem forcas de sentidos opostos sObre uma terceira particula, concluimos que as forcas exercidas dois tipos de particulas podem se cancelar. Quando os efeitos das particulas positivas e negativas se cancelam exatamente, dizemos que 0 objeto esté descarregado ou elétricamente neutro. Podemos inclusive repre- sentar desta maneira um dtomo neutro. * Se adicionamos algumas particulas positivas ‘a um corpo eletricamente neutro, desaparece © equilibrio. O efeito das particulas positi- Sole tingas oi ca paticds ssestian, e dizemos que 0 objeto esta carregado positi- vamente. Podemos também carregar positiva- mente um objeto removendo algumas das particulas negativas e deixando, portanto, um excesso de cargas positivas (do mesmo modo, podemos tomar negativo um corpo neutro, adicionando particulas negativas ou removendo particulas positivas). ‘Vimos, que, se friccionamos um bastio de vidro com seda, éle se torna positive. Como pode isto acontecer? Podemos pensar em duas possibilidades: Talvez haja uma transferéncia de particulas positivas da seda para o bastio ou, talvez, uma transferéneia de cargas nega- tivas do bastio para a seda, Nos dois casos a seda deve tornar-se elétricamente negativa e © vidro, positive. Podemos verificar esta con- clusio aproximando a seda do bastio de vidro supenso. Verificamos que 0 bastio & atraido pela seda. Por outro lado, a seda repele um bastio plistico caregado negati- vamente. 27 — 3. Isolantes e Condutores E comum classificarmos os varios materiais dizendo que alguns sio condutores elétricos & outros isolantes. Esta classificagio baseia-se em experiéncias como as que discutiremos a seguir. Suponha que suspendemos por uma linha de seda uma esfera pequena e leve recoberta de metal. A seguir, apoiamos uma (*) Se cada pequeno volume de um corpo fOr neutro, a féeca resultante exercida por tédas as par- ticulas désse volume sdbre qualquer outra situada déle & mula. Contudo, um corpo pode ser neutro, ‘em média e, assim mesmo, exibir concentragées locais de carga, Neste caso, uma particula elétrica préxima de uma ‘dessas concentragées ficaré sujeita a fOrgas. uma barra metilica horizontalmente sébre um de vidro ou de-plistico, de modo que uma das extremidades da barra toque a pequena bola (Fig. 27-3). A seguir eletriza- mos um bastio de vidro e, com éle, esfrega- mos a outra extremidade da barra metilica. Verificamos que a bolinha se afasta da barra. Repetimos a experiéncia, substituindo a barra oe ELD fo Gee s \ Algumas cargas negativas. A barra¢ fom agors cangas positivas ee Tepelem. (o) Afastane ‘esfera oa barra metailcas metilica por uma de plistico; a pequena esfera nfo se move (Fig. 27-4). Verificamos, entdo, que a barra metilica e 0 bastio plis- tico exibem comportamentos diferentes. Para explicar esta diferenga necessitamos apenas supor que, num metal, algumas parti culas elétricas tém liberdade de movimento, Soe plistico, as particulas nao vim esa bers, Supe pe exemplo, que as particulas livres no metal sejam nega- tivas. Quando o vidro, lo positiva- mente, toca a barra metilica neutra, algumas das particulas livres da barra e da bola sio atraidas para o vidro e, portanto, a bola e a barra metilica ficam’ carregadas positiva- mente e se repelem, Mesmo depois de afas- tarmos a barra de vidro, haverd uma deficién- cia de particulas negativas na barra e na bola e continuarao a se repelir. iemos separ, também, que at paitenls livres sejam positivas. Se for ésse 0 caso, 12 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ 31-4 @) 31-4 (a) ‘Rapeumoe a” experifncia” com uma "barre ‘plastica, 1-4 (@) lugar da’ do metal. A bola permancce’ imgvel. quando tocamos a barra metilica com 0 Tentemos agora imaginar 0 que acontece Yidro eletrizado, particulas positivas passam quando substituimos a barra metilica pela e se espalham até a barra plistica. No plistico, nem as particulas ficam ambas positiva- positivas, nem as negativas tém liberdade de mente carregadas e se repelem. movimento. Assim sendo, sdmente a parte & i : i ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ 18 da barra plistica que esti em contato direto com o vidro carregado adquire um excesso do particulas positivas. O resto da barra permanece neutro, 0 mesmo acontecendo com ‘@ pequena esfera. Conseqiientemente, ne- nhuma forca afastara a bola da extremidade da barra, Substincias que se comportam como o metal neste tipo de experiéncia sio denominadas condutores, Aquelas que se comportam como © plistico sio denominadas isolantes. Todos os condutores contém particulas elétricas que se moyem liyremente, e os isolantes no, No fim déste capitulo aprederemos como se determina o sinal das particulas livres nas diferentes espécies de condutores. Verifica- remos que, quando os liquidos e gases con- duzem eletricidade, tanto as cargas_positivas quanto as negativas se movem. Nos metais, contudo, a condutividade 6 devida dnicamente ao movimento das particulas negativas. Para abreviar a discussiio, nas proximas secdes fare- mos a suposicdo de que sdmente as particulas negativas podem se deslocar. 27 — 4, Algumas Experiéncias com o Eletroscépio. © eletroscSpio ¢ um instrumento para reve- lar a presenga de cargas elétricas, A versio mais simples déste instrumento 6 0 antigo eletroscépio de félhas de ouro. Consiste de duas liminas de ouro, muito finas, suspensas a uma barra metélica e encerradas em um recipiente de vidro (Fig. 27-5). Explicaremos, agora, como funciona. Se tocarmos, com um pedago de plistico carregado, a pequena esfera metilica situada na extremidade superior da barra metilica. as laminas de ouro se afastam. Que aconteceu? Particulas elétricamente negativas passaram do (sos parma fects act on as apa imediatamente até as félhas de ouro, As folhas se repelem porque ficaram ambas nega- tivas; Como sio muito leves, uma pequena carga é suficiente para causar um afastamento perceptivel (as félhas se afastariam também se ustissemos um bastio de vidro friccionado com seda em vez do bastio de plistico; neste caso, porém, as folhas de ouro ficariam ele- trizadas positivamente). 21-5 — Bletrorosplo de folhas de ouro. As fOthas esto afastadas porque esto carregadas Carregue um eletroscépio e toque 0 seu ter- minal com uma esfera carregada, sustentada por um bastio isolante (Fig. 27-6). As fOlhas Se aproximam um pouco porque retiramos alguma carga. A carga 6 dividida entre o eletroscépio ¢ a bola, Faga a mesma experién- cia com uma bola maior. As félhas de ouro se aproximam muito mais, porque a esfera maior toma uma porgio maior de carga. O mesmo acontece se ligarmos 0 eletroscépio a uma grande esfera por intermédio de um fio meta- lico. Uma parte da carga percorre o fio con- dutor até a grande esfera, Se utilisarmos uma esferaextremamente grande, _priticamente tdda a carga passaré para cla ¢ o cletroseépio- ficard com t80 pouca carga, que as félhas se juntario completamente. Podemos usar a maior esfera possivel, a prépria Terra, Quan: do ligamos um eletroscépio & Terra, pritica- Bais eager ieaee ce hehe 14 ALCUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ ) letroscéplo carrexad: ste foriemente. (b) ‘Tocamos © terminal do eletroscopio om uma estera‘présa'a um cabo Isolante. “A carga ‘ssid agora dividida entre a esfera eo cletrosc6plo © {Gs folhag de. cure aproximam’se considerdvelmonte. eltxoseépio & tio pouco que nao pode ser per- eebido, Este processo de dividir a carga elé- trica com a Terra é, em geral, indicado pela expresso “ligar A terra”, Apesar de vocé nfo ser tio grande quanto a Terra, também pode funcionar como uma esfera condutora, Se carregar um eletroscépio € depois tocé-lo com o dedo, as flhas se juntam. Se, inicialmente, existe um excesso de particulas negativas no eletrosedpio, algumas elas passam para 0 seu corpo.Pode acontecer também que, através do seu corpo, elas passem para a Terra, Entretanto, mesmo que seus sapatos sejam isolantes, as’ folhas do electros- cépio se juntam. Neste caso, a carga estaré dlividida entre voc’ © o eletroscépio. Se o eletroscépio estiver carregado positiva- mente, voce também 0 descarregard tocando-o. Algumas perticulas negativas passam de vocd para o cletroscépio, neutralizando as cargas positivas que estavam nas folhas, Nos dois ‘casos, essas experiéncias nos permitem conchuir que © corpo humano é um condutor elétrico. Podemos verificar que outras substineias sio condutoras. Por exemplo, suponha que carre- gamos o eletroscépio novamente e tocamos seu terminal com um bastio de grafite, como a carga de um lapis (Fig. 27-7). As folhas se (*) A terra tem regives nio condutoras — a areia ‘dos desertos, algumas rochas, etc. — mas abaixo do solo bum imaterialsufslentemente, bom condutor, de ‘modo que a carga é ripidamente distribuida por téda a Tertt, Usise. frequentemente “um cano ‘metlico do sistema de distribuicio de Agua para garantir a Ugacdo A regito condutora subterrinea. 21-1 — Quando voce toca o terminal de um earrogado com Um bastie de grafite, as f6lbas apro Ximamvse completamente, ‘Tanto voee quanto a grafite ‘Sip “condutores, juntam imediatamente, revelando que a gra- ite & condutora, Por outro lado, as félhas de um eletroseépio carregado néo se movem se tocarmos 0 terminal com um pedaco de vidro, dorracha, ebonite, porcelana ou plistico que no estejam eletrizados. Essas substiincias so isolantes elétricos. Se tocarmos a esfera com um palito de fésforo, as folhas de ouro se juntam, porém muito lentamente, Aparente- mente, na madeira algumas particulas elétricas podem mover-se, porém nio tio livremente como nos metais; a madeira oferece uma “resis- téneia” muito maior ao movimento das parti- culas elétricas do que os metais. 27 —5. Inducao Eletrostitica. Nao necessitamos tocar um condutor para movimentar cargas sdbre éle, Suponha que temos dois cilindros metilicos apoiados sobre suportes isolantes. Nés 0s colocamos em con- tato, de modo que formem um tinico condutor longo, como mostram as figuras 27-8 ¢ 27-9. Aproximamos, entio, um bastio de vidro com carga positiva de uma das extremidades do condutor, A carga positiva do bastio de vidro atraird cargas negativas no condutor e repe- lira cargas positivas. Como resultado, a extre- midade do condtuor prdxima do bastio de vidro fica com excesso de particulas negativas ¢ a extremidade mais distante, com excesso de particulas positivas, Depois separamos os dois Cilindros metilicos empurrando os suportes iso- lantes, mantendo ainda a barra de vidro posi- tiva perto do condutor. O cilindro. préximo Seven salen carga negativa ¢ 0 outro, ALGUNS FATOS SOBRE O COMPORTAMENTO DA Luz 15 ro. Partie uma carga positiva. Podemos verificar esta inferéncia, retirando 0 bastio de vidro das proximidades, e aproximando uma pequena esfera carregada positivamente suspensa por um fio. Vemos que o cilindro préximo atrai a bolinha carregada positivamente, e que 0 outro a repele. A separagio de cargas positivas e negativas em um condutor, induzida pela presenga, nas proximidades, de um corpo eletrizado, deno- “dn direlta tema ‘da, Dositiva. (c) As barras retém jo quando © objeto’ earregado ¢” al mina-se indugdo eletrostdtica, Os excessos locais de cargas negativas © positivas que se acumulam em diferentes regides do condutor, sio denominados cargas induzidas. A indugio eletrostitica nos permite usar um eletrosedpio para detectar a presenga de car- gas elétricas sem transferi-las para 0 eletros- Cépio. De fato, desta maneira, podemos até mesmo determinar o sinal da carga. Para fazer isto, primeiro carregamos o eletroscépio, diga- 27.9 — Inducio eletrostaticn. (a) Barras metilicas em Contato e carga” positiva ‘as -proximidades.(b) ‘Am harras sto ‘seperadas. (0), Testamon a carga de cada harra’ com uma bolinha dotada’de carga ‘positiva. A. barra Avesquerda a repele "tem carga positiva. 0 dx lireita a aural — tem carga ‘exativa, 16 ALcUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ (eo) 27-19 — Usando um eletroscbplo ‘sina. thas do ouro. di ‘mais. (b) Unt corpo carregn Begativamente é gradualmente” aproximado de um oa eletroscoplo com carga positiva, Cargas negativas so mos, positivamente, Depois aproximamos a car- ga desconhecida. Se for positiva, induzird cargas negativas no terminal do eletroscépio , assim, aumentard a carga positiva nas félhas eas folhas se afastario ainda mais. (Fig. 27-10 (a)]. Se, por outro Jado, a carga desconhecida for negativa, a indugio agira de maneira jus- tamente oposta. A carga positiva total nas folhas decresceré e as félhas se aproximario. [Fig 27-10 (b)]. A indugio eletrostiticn também nos per- mite compreender a fdrca de atragio exer- cida por um corpo eletrizado sébre um condutor neutro. Suponha que 0 corpo ele trizado A esti com carga positiva (Fig. 27-11). Ble induziré cargas negativas na parte mais proxima do condutor e cargas positivas, na parte mais distante. A carga negativa induzida é atraida para as cargas positivas de A, e a carga positiva induzida é repelida, Contudo, a repulsio é mais fraca que a atra- iio porque as cargas positivas acham-se mais distantes de A do que as negativas. O resul- tado é que hé uma f6rga resultante sobre 0 condutor que o puxa na directo de A. HA uma forga de atragio semelhante a essa, rém menos intensa, entre um material iso- ite neutro © uma préxima, Num iso- ivas, mem as negativas podem afastar-se de seus 4tomos. Podem, entretanto, ser ligeiramente deslocadas. Podemos, por exemplo, imaginar letromed 1¢_aproxt- mam uma da almente, ve, uma carca negative, ‘multe grande se sproxima muito, tantas cargas nega: Dara as folnas que estas fleam las as fen com um ‘saido de cargas negativas e as folhas divergen novamente, um isolante constituido de particulas positivas, fixadas de tal modo que permanecem em suas posigdes, e de cargas negativas que sio man- tidas proximas as positivas por frcas do tipo das que as molas exercem, Essas fércas impe- dem que as particulas negativas se desloquem de grandes distincias. Mas, quando aproxi- mamios do isolante um objeto carregado positi vamente, as negativas sao atratdas. itemente, deslocam-se de uma curta distincia, afastando-se das s vas, na diregao do corpo que as ‘tal (Fig, 37-13), Como as las ne as estio um mais as do jtivo que as suas Pareeras positivas, a forge. de atagio.stbre elas 6 um pouco mais intensa do que a repul- ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA Lz 17 faolamte, mas as. particulas positivas cada moléevla “podem afastar-se ‘um “pouco de Sorigoes, As paftieuiag “negatives ‘ficam, assim, mals Drésimas da carga poultiva externa ¢ temos, de nOvo, tina "rca resuicante atrativa, Note aus, a renitdade, yenna ito so fg molécuiag allo extremamente edt arias letrieas AS proporgtes et siio exercida sObre as particulas positivas. Hé, entdo, uma férga resultante atrativa entre 0 isolante e 0 corpo earregado_positivamente. 27 — 6. Eletroscépios Aperfeicoados e Eletrémetros Quando as félhas de ouro de um eletroscd- pio estio encerradas em um frasco de vidro, como na figura 27-5, 0 eletroscépio 6 sensivel a quaisquer cargas que estejam nas proximi- dades, Tais carges exercem’ Forgas sobre. as folhas diretamente, quando as félhas estio carregadas, ou por indugio eletrostitica. Para 27-18 — Quando um corpo 6 trasido para, ‘as proximidades de" um eletroscoplo. blindado, “ctrgas So Indusidas ‘na. Blindagem. Dentro da. calxa, as fOrcas Gevidas Ae cargas Indusidas cancelam exatame efeitos dag cargas exteriores, ‘Tente a experiéncl 21-14 — Um eletroscépto simples blindado por uma. xa metdliea’ Gata de conserva ou leite ‘em 16). 0 jamento.senstvel € constituldo por um eanudinho” de sreseo recaberto de metal, suspenso por um altinete que. passa por dole furos de um suporte, muitas finalidades, contudo, gostarfamos que © eletroscépio reagisse sdmente as cargas colo- cadas nas félhas, ou situadas perto do terminal. Podemos climinar efeitos elétricos nio desejados, se substiuirmos a garrafa de vidro por uma caixa metilica e usarmos uma luva isolante para manter a caixa e as félhas elé- tricamente separadas (Fig. 27-13). Suponha que aproximamos um corpo A, carregado Positivamente de um eletroscépio com caixa metélica, A carga de A, induz cargas negativas na regitio préxima e cargas positivas na regiio oposta da caixa metilica. Verificamos experi- mentalmente que, se 0 eletroscépio esté com- pletamente envolvido por uma blindagem metilica, as folhas sio completamente isensi- veis A auséncia ou a presenga de cargas do lado de fora. As cargas induzidas exercem forcas sObre as fOlhas e, aparentemente, essa. fOrcas so exatamente equilibradas pelas for- gas exercidas pelas cargas positivas de A, Um cletroscépio blindado é, portanto, um instru- mento de muito mais confianga que o modéle grosseiro feito com um frasco de vidro, pois ¢ insensivel a influéncias elétricas externas que nfio interessem. Vocd pode construir um ele~ troseépio blindado como o da figura 27-14. As vézes desejamos detectar cargas menores do que as que produzem deflexdes nas folhas de um el de tipo comum, Modifi- 18 ALCUNS FATOS SOBRE O COMPORTAMENTO DA LUZ scala @ 37-15 — Eletrososplos sonstvele. (a) Esquema de um Gostmetro da radiacio, cuja alta sensibilidade decors Go {nto de ser a “haste” felta com uma fibre con _———— ©) Gutora muito peauena o leve. (b) A “haste de_um eletrémetro de quadrante, Uma agullia multo leve, sus- densa na cavidade existent “dentro. dos quatro’ qua- Grantes, de modo. a’ formar uma balanea “de torso. Uma bateria carresa iniclaimente a agulha © @ carga aber medida @-eolocada nos quadrantes. As eargas eo istriputdas de ‘tal -mancira “que “uma pequena. carga pode produzir uma deflexao ‘muito’ grande. (Um cando 0 arranjo, fazendo de fio muito leve ¢ condutor a parte mével, alterando a estru- ‘tura da barra condutora e reduzindo as dimen- ses, podemos construir eltroscépios bem mais sensiveis. Todos ésses instrumentos tém uma eaixa metélica para blindagem e um elemento sensivel que desempenha o papel da barra condutora e das félhas do nosso modélo sim- ples. Chamaremos a ésse elemento sensivel qualger que sea te, de haste do eletrosofplo. Com uma haste bem projetada e uma eaixa de blindagem, podemos medir cargas cérca de mil vézes menores do que as detec- tadas por um eletroscépio comum de fdlhas de ouro, Eletroscépios sensiveis sfio, atualmente, bas- tante comuns (Fig. 27-15). Os dosimetros de radiagio, usados para verificar se ali ficon exposto A radiagio, sio, na realidade, eletroscépiossensiveis. ‘Dispoem de uma escala, de modo que podemos fazer medidas quantitativas pela posicao do fio que substitui z Fro. 162 eletrdmetro de quadrants completo (de 8.0. Stari ¢A.J. Woodall, “ELECTRICITY AND MAGNETISM", Longmans, Green & Co, New York). as folhas do nosso instrumento simples (um eletroscépio com escala é geralmente, deno- minado eletrémetro). Quando o dosimetro esté carregado, 0 fio se desloca na_escala. Mais carga desloca-o mais ainda e a descarga faz com que se mova em sentido oposto. Ao projetar um eletrémetro, usamos 0 efeito de blindagem da caixa metilica. A observa- gio de que uma blindagem metilica separa 0 universo elétrico em duas partes na verdade permite mais do que construir um instrumento melhor. O cancelamento observado dos efeitos elétricos de uma carga situada fora da blinda- gem, mos dé informacio a respeito das forgae elétricas. Com raciocinio cuidadoso, pode-se mostrar que o cancelamento completo s6 pode ocorrer quando as fércas variam com o inverse do quadrado da distincia (*). A experiéncia (*). Nao faremos aqui esta demonstracio. Um cexemplo do fato & apresentado no filme do PSSC sdbre f lei de Coulomb. Uma discussio relacionada com 0 ‘assunto é dada, no quadro da Secio 28-8, ALGUNS FATOS SOBRE © COMPORTAMENTO DA Luz 19 tri baterias jas para produzir flexto, sto, equlvaientos a 180 pilhas de lantern serie, etsito de uma “dnica pllhe do lanterna’ mio seria detestavel de Coulomb, que discutiremos no préximo capitulo, mostra diretamente que as forgas elétricas sio désse tipo. 27—7. Esfregar objetos (como um bastio de plis- tico e um pano de 1a) no é a mica maneira de separar particulas eletricamente positivas negativas, As baterias (e outros geradores elétricos) sio, na realidade, méquinas de separar cargas elétricas. Um bom eletrosepio de fdlhas de ouro detectaré a separagio de cargas produzida jor um niimero suficiente de baterias (Fig. 97-16). Duas baterias (disponiveis em lojas de material de ridio) carregam um dosime- tro do tipo defesa civil, fazendo o fio indi- cador percorrer téda a escala. ‘A carga que uma bateria coloca em um eletrometro é do mesmo tipo que a carga de uma barra de vidro friccionada ou de qualquer outro corpo eletrizado, Quando o terminal positivo da bateria é ligado & extre- midade da haste do eletrémetro e o terminal negativo, a caixa de blindagem, a haste adquire a mesma carga que obtemos friccionando vidro, isto é carga positiva. Quando se inverte a ligagio, @ haste adquire carga negativa: essas cargas negativas podem ser canceladas por uma pequena fracio da carga positiva obtida quando se fricciona 0 vidro com pano de seda. Baterias, 27-17 — Um eletrosedplo ligado a uma bateria permunece Garresado mesmo quando a haste ea blindagem esti Tigadoa por um fio de alla resistgncla. Como. see. flo 4 fino » precisa ser multo longo, est enrolado formando ‘oma ‘bobina circular. Deslignaio-se a bateria, © eletros- copia ‘te. deacarrera. Portanto, a bateria é um mecanismo qui mico complicado que acumula cargas positivas no terminal positivo e cargas negativas no terminal negativo, apesar das forcas elétricas de atragio que tendem a reunir essas cargas. Quando a bateria é ligada & caixa de metal T haste do eletrémetro, a caixa ea haste ficam com cargas opostas. As cargas acumulam-se ripidamente até que, apés um tempo muito curto, as fércas elétricas, que empurram as cargas de volta para dentro da bateria com- pensam as forgas geradas pela agio quimica da bateria. 27 — 8. Correntes Elétricas. Como acabamos de ver, podemos carregar um eletrémetro ligando momentineamente a haste e a blindagem aos terminais de uma bateria, Quando desligamos a bateria, o ele- trémetro permanece carregado. Mas se, a seguir, ligamos entre si a haste e a caixa de blindagem por meio de um fio meté lico, 0 eletrdmetro descarrega-se ripidamente, As particulas elétricas devem ter-se movimen- tado pelo fio entre a haste e a caixa de blinda- gem. Admitiremos que sio as particulas nega- tivas que fazem isso. Agora, suponha que deixamos a bateris permanentemente ligada ao eletrémetro. Se ligarmos a haste & caixa por um fio que nio soja muito bom condutor (Vig. 27-17), o ele- 20 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ trémetro permanece parcialmente carregado.® Um fluxo continuo de particulas elétricas per- corre o fio. A medida que essas_ particulas negativas aleangam o terminal positive da ba- teria, elas cancelam algumas da cargas posi- tivas que ali estio ¢, ao mesmo tempo, diminui a quantidade de negativa no terminal negativo da bateria. Esta, por outro lado, contiua suprindo de cargas os terminais. Reagées quimicas forcam as particulas nega- tivas a se deslocarem pela parte interna da bateria, do terminal positive para o negativo (ou Is positivas na direcio oposta). A velocidade com a qual a bateria movimenta essas cargas é controlada pela velocidade com we as cargas, fora da bateria, passam pelo io € se cancelam, © fluxo de particulas elétricas em um con- dutor 6 denominado corrente elétrica, Em par- ticular, © fluxo continuo, forgado pela bateria, & denominado corrente consiante, As corren- tes elétricas produzem vitrios efeites, Por exemplo, um fio metilico, quando percorrido = corrente suficientemente intensa, se aquece. rodeos construir instrumentos para detectar ésses efeitos ¢, assim, medir correntes elétri- cas, Nas préximas seg6es e no Capitulo 29, discutiremos mais detalhadamente a corrente elétrica e sua medida, 27 — 9 Condutividade dos Gases. lonizacao. Carreguemos um eletroscdpio ligando sua haste ao terminal positivo e a blindagem ao terminal negativo de uma bateria. O eletros- cépio, naturalmente, esti cheio de ar. O que aconteceria se algumas das moléculas de ar fossem elétricamente positivas e outras nega- tivas? As moléculas positivas seriam atraidas pela caixa e as negativas pela haste. A che- gada das moléculas negativas neutralizaria o excesso de particulas positivas presentes na haste, ¢ o eletroscdpio se descarregaria paula- tinamente (Fig. 27-18). Entretanto, isto no acontece. Em geral 0 eletroseépio permanece carregado por longo nifica que as moléculas do ar sio elétrica- mente neutras, Se enchermos 0 eletroscépio '*) Um fio ‘e bem fino de liga de niquel-cromo () longo iga de niquel 21-18 — Se 0 ar contiver particulas elétricas positivas © hegativas, a carga ‘sera. rapidamente Derdida, "iyormaimente isto do ecorre Mas © ar pode fer lonizada, com outros gases, como didxido de carbono, hélio, argénio, etc., obteremos sempre 0 mes- mo resultado, mesmo ‘quando os gases utiliza- dos forem monoatémicos, Assim, moléculas completas, inclusive as que sio constituidas por um dinico dtomo, sio elétricamente neutras, Mas, se aproximarmos do eletroseépio car- regado algum material radioativo, ou fizermos incidir sdbre éle um feixe de raios X, éle se descarregaré gradualmente. E mais, se remo- vermos 0 material radioativo ou desligarmos 0s raios X antes que o cletroscépio tenha per- dido tdda a carga, 0 processo de descarga sera interrompido. ‘Podemos interpretar ésses resultados supondo que os raio X ou as radiagdes que emanam do material radioativo partem as moléculas do gas em fragmentos dotados de carga elétrica. Alguns désses fragmentos podem ser idénticos as particulas fundamentais que constituem a matéria e sdbre os quais ja falamos. Outros podem ser constituides por varias dessas par- ticulas. Outros podem ser formados por um fragmento carregado ligado a uma molécula neutra, formando, assim, uma unidade carre- gada mais pesada. Esses fragmentos mole- culares, ou esas unidades mais complexas, dotados de carga sio denominados fons, e diz- se_que um gis que os contém esta ionizado. Enquanto um gis comum é isolante, um gis ionizado comporta-se como condutor, Um ‘objeto dotado de carga positiva, imerso em um gis ionizado, atrai os fons negativos; um objeto carregado negativamente, atrai os fons posi- tivos. Em ambos os casos, os fons, ao entrar ‘em contato com o objeto, gradualmente neu- tralizam a carga inicial. ALGUNS FATOS SOBRE © COMPORTAMENTO DA LUZ 21 Podemos fazer muitas incias para mostrar que a condutividade de um gés resulta da ionizagio. Por exemple, podemos mostrar jue a descarga de um eletrosc6pio exposto a i foicb ds faio-X ako 6 deyidaia. can’ ches direto dos raios X sobre a haste. A experién- cia ilustrada na Fig. 27-19 mostra que os raios X estiio agindo sdbre o gis. Nesta experiéncia, bombeamos o ar para dentro do cletrosedpio através de um tubo, parte do qual recebe radiagio. Carregamos o eletroscépio, ¢ come- gamos a bombear o ar. Ligamos, entao, os raios X. O eletroscépio se descarrega porque 0s fons formados pelos raios X so levados ao cletroseépio pelo ar em movimento, Com o aparelho de raios X em funcionamento, desli- gamos a bomba; os fons formados néo chegam mais ao eletroscépio e a descarga gradual do eletroscépio cessa. No coméco desta segdo dissemos que os gases sto, em geral, bons isolantes. Poderiamos ter dito que, na auséncia de radiagao ionizante, sao isolantes perfeitos. & fato, entretanto, jue existe sempre uma pequena quantidade Ue radiagio em qualquer ambiente. Muitos materiais que nos cercam contém tragos dimi- nutos de substincias radioativas. Mesmo que possamos climinar a radiagio dos materiais Jue nos cercam, os raios césmicos sempre pro- luzirio alguns ions, Mesmo blindagens muito expéssas, feitas com materiais livres de radia~ 40, constituem uma protecio incompleta con- tra essas radiagdes penetrantes que tém origem fora da nossa atmosfera, Portanto, os gases estiio sempre pelo menos fracamente ionizados e, por ésse motivo, sio sempre condutores. Esta condutividade, entretanto, é tio pequena 21-19 — Os ralon X Jonlzam o ar em A. Quando este ar" com on" fons chess” ao eletroscopl, as folhas te Apreatimam. que s6 pode ser detectada com instrumentos muito delicados. 27— 10. A Camara de Neblina.* As figuras 1-6 © 7-17 mostram os rastros visiveis produzidos particulas se ‘mover ripidamente no liguido quase em eb ligio da cimara de bélhas e em emulsdes fotogrificas, Na realidade, somente partfculas ripidas Jas produzem ésses rastros. Cada rastro é o efeito indireto das forgas elétricas exercidas pela particula carregada sobre os étomos da emulsio ou do lquido. Uma cimara de neblina também nos per- mite “ver” as trajetérias das particulas eletri- zadas nos gases (Fig. 27-20). As particulas deixam uma trilha de ions positivos e nega- tivos, e o funcionamento da camara de neblina baseia-se no fato observado de que 0s vapd- res se condensam mais facilmente em tdrno désses ions. Um tipo de cAmara de neblina (a camara de expansio) consiste de uma caixa de vidro com uma parede mével (Fig. 27-21). Contém. uma mistura de um vapor, como o de alcool, ¢ de um gis, como o ar ou argonio. O vapor, que é normalnente liquido a temperatura ambiente, condensa-se ‘com facilidade. Se, repentinamente, puxamos a parede mével, o> gases se expandem e sua temperatura cai; se esta queda de temperatura fér suficiente, for- ma-se um nevoeiro que enche téda a cdmara. Se a queda de temperatura nio for muito grande, entretanto, 0 vapor se condensa ape- nas em témo dos fons. Conseqiientemente, se uma particula carregada atravessa a cimara no momento da expansio, a trilha dos {ons formados se transformaré num rastro visivel de goticulas de vapor condensado. Existe um outro tipo de camara de neblina, chamado edimara de difusio, que pode ser for- mada por uma caixa cilindrica rasa, eujo fundo € mantido frio enquanto que a parte de cima, transparente, fica a uma temperatura um pouco mais elevada, (Fig. 27-22), Revestindo por dentro a parede da cimara, coloca-se um pano ou mataborrio ensopado em ilcool. Este (2). N. do T. ~ “Cimara de neblina”, expresso que utilizamos para traduzir “cloud chamber”, & cenhe- cida, no Brasil, como “clmara de Wilson”. 22. ALGUNS FATOS: SOBRE 0 COMPORTAMENTO: DA: LUZ 27-20 — Fotografia de uma ctmara de neblina (i 4» Wilson) mostrando aa trajetorias das Darticula fem uma atmosfera de helio. (De P.MCS. Blac “Proceedings ‘of the ‘Royal’ Soctety” Sara ee rmistura de git © vapor parede de _ borrachs 24-21 — Uma chmara de neblina do tipo de expanalo. Quando « parede de" borracha @ bruscamente puxada ora, B vapor a chmara restrla-se e formann-se fem’ toro dos ‘fons se evapora. continuamente, e condensa-se no fundo frio da cimara. Ponco acima do fundo hd uma regiéo onde 0 dlcoo! no se condensa espontineamente mas, se ali houver fons, con: densar-se-4 em volta déles. Quando uma par- ticula carregada atravessa esta regifio, sua trajetdria torna-se visivel. Esta cimara é de Paper aee w | © feltro tampa: transparent base fria | de cobre | 21-22 — Uma chmara do neblina, do tipo de difusto, (ay A camara “€ uma eaixa de” pldstico com\ tampa Gatuxpa Tevestinds a parede, perto da tampa, ha Um tecldo. Grosso, emibebldo "em Aleool. No funds da Caixa hid uma ‘chapa de cobre pintada de negro e, sol ia A ela, ‘um tubo. de. cobre Imerso numa. mistur fefrigerante’ Quando. a” cAmara esth send usada, Tibosde ‘cobre mergulha numa ‘parrafa. térmica "au contém uma. moisture do slo Tastros Gevidos a raion cOnmicos eo observador ocasionalmente, Hare ver mais trajetorias, cologue na. camara uma fonts radiontiva fraca, ‘como o material ‘com. due fazer “os nameros dos relégion Tuminosos. construgiio barata e funciona continuamente. Com ela podemos observar a passagem oca- sional de uma particula césmica carregada Colocando-se nessa cimara uma pequena por gio de material radioativo, podemos observar as trajetérias dos fragmentos emitidos em con: seqiiéncia das desintegragées radiotivas (Fig 97-23), 27 — 11. A Condutividade das Solucées. Alguns liquidos conduzem a eletricidade outros sio isolantes. O comportamento da Agua ¢ das solugées aquosas é particularmente inte- ressante, Para estudé-lo experimentalmente, usaremos a montagem indicada na Fig, 27-24 Ligamos em série uma placa metilica, um me didor de corrente elétrica, uma bateria e uma segunda placa metilica. Introduzimos, entio, as placas metilicas (denominadas eletrodos) em um copo com digua ALGUNS FATOS SOUNE © COMPORTAMENTO Da Luz 23 27-25 — ‘Trajetorias de partioulas alfa na cmara de ‘ifwane, Se a gua é pura, o medidor nfo indica corrente alguma, Como as moléculas nos iqui- dos podem mover-se livremente, a auséneia de corrente demonstra que as moléculas estio clatricamente neutras. Quando dissolvemos sal de cozinha na agua, ‘© medidor indica corrente no circuito. O mes- mo acontece com muitos outros compostos quimicos, como dcido cloridrico, acido sulft nico, sulfato de cobre, cloreto’ de potissio, etc, Podemos explicar a condutividade dessas solugdes, supondo que o sal de cozinha (ou qualquer outra substincia dissolvida) se desdo- 21-24 — Aparelho para estudar a condugfo elétrica, nos Nquidos. Quando’ se" dissolve sal na agua, “© medidor bra em fragmentos positives © negativos que chamaremos também fons positives e negati- vos. Esta explicagio 6 muito semelhante a explicagdo da condugio elétrica nos gases. Nos lquidos, contudo, niio ¢ necessirio ne- nhum agente ionizante externo. Os fons pare cem formar-se por um desdobramento espoit= tdineo da substineia dissolvida, Obtemos provas convincentes para nossa explicagio da condutividade elétrica das solu- ges, observando 0 que acontece nos eletrodos. Se temos um sal de cobre (por exemplo, sul- fato de cobre) dissolvido na gua, verificamos que, quando passa corrente, o eletrodo nega: tivo vai sendo gradualmente recoberto por uma camada de cobre. Se usamos solugio de um sal de prata (nitrato de prata, por exemplo), verificamos que o eletrodo nega tivo fica coberto por uma camada de prata. Isto sugere que, quando o sulfato de cobre ou o nitrato de prata se desdobra na solugio, os dtomos do metal sio transportados, pelos fons positivos. O movimento désses’ ions nA corrente elétrica resulta num transporte ‘obser- vavel de matéria. © fendmeno descrito acima é conhecido como eletrélise, E comumente usado em gal- vanoplastia e€ em muitos outros processos industriais, como a refinagio do cobre, a. pro- dugio de gis hidrogénio ¢ a obtengéo do. alu- minio. Na Segao 29-4 veremos como se usa a letrdlise para medir cor-entes elétricas 27 — 12. Os Eléctrons nos Metais. Os metais sio o tipo mais comum de con- dutores. Que partfculas movem-se dentro diéles, Indica, passagem do cortente. A. carga através’ da solugho por fons’ positives transportada negative: 24 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ tomando-0s condutores? Si essas_particulas positivas, negativas, ou dos dois tipos? Nao existe uma experiéncia simples capaz de res- ponder a esta pecans de maneira decisiva, como no caso dos gases e liquidos. Contudo, ha um fato observado que nos dé uma pista sugestiva; éste fato juntamente com outras evidéncias circunstanciais nos fornecem uma resposta. natural pensar que as pea elétrica nos metais estio em estado de agitagio tér- mica permanente como as diclasie am gis (veja os Capitulos 9 e 26). Entretanto, a iéncia mostra que um pedago de metal eletricamente carregado conserva sua carga indefinidamente. Isto significa que as parti- culas elétricas nio podem, em condigdes nor- ma, escaper do, metal. ‘Concluimos que. girato estio préximas a superficie metalica, sujeitas a fdrgas que as atraem para o metal, plas de escapar, ‘Suponha agora que aquecemos o metal, A medida que a temperatura aumenta, a velo- cidade das particulas cresce, do mesmo modo . a velocidade das moléculas de um gas. ane raturas suficientemente altas, uma gio preci! das_particulas devert, ter ter siecteta bare oe maneira que foguentes que tenham ectiate suficiente para escapar 4 atracdo gravitacional da Terra, estas particulas dotadas de alta velocidade, mm devem. retornar ao pees E dese jue clas ultrapassem a distancia dentro as fOrcas atrativas exercem sua ago, ‘Com o aparelho ilustrado na Fig. 97-25, podemos fazer experiéncias para verificar o ‘temperatin Giminulndo a ‘resistencia do clrculto da. baterla” "A". que se passa quando aquecemos um- metal. A parte essencial désse equipamento é um cilindro metilico dco, com um filamento muito fino esticado ao longo de seu eixo. O fila- mento ¢ 0 cilindro estio encerrados em win recipiente de vidro, dentro do qual se faz um bom vacuo, O filamento deve ser ligado a uma bateria (indicada pela letra “A”, na figura), responsivel pela corrente que o aquece, Li- gamos também o filamento, através de um medidor de corrente, ao terminal negative da bateria “B”, cujo terminal positivo esta ligado a0 cilindro, Quando o filamento esti & temperatura ambiente, io hé corrente no circuito da bateria “B”. Mas, se elevarmos gradualmente a temperatura do filamento, 0 medidor final- mente registrari uma corrente, indicando que particulas elétricas passam pelo espago vazio entre 0 filamento ¢ 0 cilindro. Se elevarmos ainda mais a temperatura do filamento, indo do vermelho alaranjado ao branco, a corrente cresceri. muito ripidamente. Repetimos a experiéncia invertendo as liga- ges com a bateria “B", de modo que o cili dro fique negativo e 0 filamento, positivo. Neste caso, 0 medidor nio indica corrente. mesmo quando o filamento é aquecido a0 branco. Que significam ésses resultados? Suponha, primeiro, que o filamento como que “evapore” particulas negativas. Quando o filamento esti negativo ¢ 0 cilindto positivo, essas particulas si0 repelidas pelo filamento e atraidas pelo cilindro. Portanto elas viajam do. filamento para o cilindro; dai passam, através do fio condutor, para o terminal positivo da bateria corrente ligado & bateria “BR mostra ‘cargas através do espage entre-o fil mento © o llindro. fio de ligscio ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ 25 ¢, do terminal negativo, outra vez através do fio, para o filamento aquecido. Assim, a emis- sio de particulas nogativas pelo filamento, oes ee co hiato entre o fila- mento ¢ 0 cilindro, de modo que uma cor- rente constante é observada no circuito. Suponha, por outro lado, que o filamento emite particulas positivas. Elas saltariam do cilindro para o filamento quando o filamento estivesse positivo e 0 cilindro negativo, Obser- variamos, entao, uma corrente, no circuito da bateria “B’, O fato de ndo haver corrente quando o filamento est positive prova que 0 filamento niio emite particulas positivas. Con- cluimos que tédas as particulas elétricas “eva- poradas” de um metal aquecido sao negativas. Somos naturalmente levados a crer que as particulas emitidas no vacuo sio as mesmas que se movimentam dentro do metal. Essas particulas sio denominadas eléctrons, A emis- sio de eléctrons pelos metais é conhecida como emissio termoidnica, Outras experiéncias indi- cam que os elétrons sio os mesmos em todos os metais, Na experiéncia descrita acima, po- demos fazer o filamento e 0 cilindro de metais diferentes, por exemplo, tungsténio e niquel, Fazemos circular a corrente termoiéni- ca, por bastante tempo (a uma temperatura em que os atomos de tungsténio nfio se eva- poran facilmente), Nao encontramos no cilin- dro nem vestigio do metal que constitui o filamento por mais longo que tenha sido o tempo durante 0 qual os eléctrons circularam. Nao ocorre mudanca alguma na composigio do cilindro ou do filamento, Os eléctrons que saem do tungsténio devem ser, portanto, idén- ticos aos elétrons jé existentes no niquel. Concluimos, finalmente, que os eléctrons devem ser algumas das particulas fundamen- tais de que sao constituidos todos os metais e, na verdade, todos os dtomos, A justeza desta conclusio esti fora de divida, atualmente. Ela se tornari mais evidente ainda nos proximos capitulos, 27 — 13. Diodos, Canhées Eletronicos e Oscilé- grafos de Raios Catédicos, A emissio termoidnica tem muitas aplica- ‘ges priticas. Uma das mais importantes sio as valvulas cletrdnicas. © aparelho que utiliza- mos para demonstrar a emissiio termoidnica ¢ um tipo simples de valvula, conhecida como diodo (Fig. 27-26) na linguagem técnica de nidio. O fio aquecido que emite os eléctrons 6 denominado eatodo e 0 eletrodo que recebe os eléctrons ¢ denominado placa, Num diodo, os eléctrons se deslocam sempre do catodo para a placa, nunca na direcio oposta, Pode, portanto, ser usado como uma vilvula (ou *retificador” ou “detector”) para transformar uma corrente que percorre um cicuito ora num sentido ora noutro, em corrente que flui intermitentemente mas num unico sentido. 27-20 — Fotogratia de ‘maetalleg Branco, no centro, ¢ femite eléctrons. Quando esta, ‘eo cllindro exierno 6 positi © espaco entre dies it eléetrons atravens Podemos também usar um diodo para fazer um canhio eletrénico fazendo um furo na placa (veja Fig. 27-27). Embora a maioria dos eléctrons emitidos pelo filamento quente atinjam a placa, aquéles que se movem na diregao do furo passam por éle e continuam até encontrar a parede do tubo. Se a parede 26 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ estiver recoberta com tinta fluorescente, uma mancha brilhante aparece na regiio atingida pelos eléctrons. oriticio onto brithante 27 — © iodo simples pode ser convertido em um une, electrons “zendo-se Um furo no eine 'e fornande-te ‘mals compride © envoltorio de vidro. Uma fas extremidades ‘do tube & fecoberta” por ‘um subs Mineta fluoreseente due se torna brilhante no Tugar em fave 0 felxe de eléetrons. tncld, Com mais uma pequena modificagio, o tubo que descrevemos toma-se um oscilégrafo de raios catédicos. Colocamos dentro do tubo duas placas horizontais, de modo que o feixe de eléctrons passe entre éles (Fig. 27-28). do. ponte, brithante ‘quando nio hij ‘carga nas, places deflectoras 27-28 — © eanho de eléctrons pode servir como ele trometro, ‘se colocarmos um par de placas’ horizontals ante do” fur 8 Dor exer povitiva’ na ‘placa superior ‘ene eine de electrons sera. deeviado ‘motto da. mancha brithante em felagao 2 pesicdo cen- tral, serve como medida da carga que esta acre ae plncas Se uma das placas tem carga positiva & a outra, carga negativa, os eléctrons se desviam verticalmente no sentido da placa positiva eo feixe atinge o anteparo fluores- cente em outro ponto. Mesmo uma pilha de lantema ligada as placas deflectoras, produz ‘um desvio’ apreciavel da mancha_brilhante, Portanto, podemos usar o oscilégrafo como um eletrmetro, Se o associarmos a um ampli- ficador désses utilizados em ridio, teremos um instrumento muito mais sensivel do que os eletrometros descritos até aqui. Além da sensibilidade, o oscilégrafo de raios catédicos tem uma propriedade ainda mais itil: a rapidez de sua resposta, Devido & mas- sa de suas partes méveis, 0 eletrometro comum leva um tempo aprecidvel para atingir a posi- gao de equilibrio depois de carregado, Os cléctrons, entretanto, tém massa extremamente pequena, incomparivelmente menor que qual- quer pega mecinica. Por isso a deflexio de um feixe de eléctrons ocorre quase instanta- neamente. Assim, 0 oscilégrafo de raios caté- dicos é capaz de acompanhar variagdes muito nipidas de carga, 0 que os eletrometros comuns ‘nao podem realizar. Com o osciligrafo de raios catédicos, pode- mos mesmo estudar variagées muito répidas de carga. Para esta finalidade equipamos 0 instrumento com um segundo par de placas montadas para produzir deflexio horizontal (Fig. 27-29). Um cireuito de varredura, car- rega pouco a pouco o par de placas, descar- rega-as repetidamente e recomega 0 processo. dellectores horizontais Tigados. a0. circuito de varredura detlectores. verticais ligados 4 fonte de carga variivel que desejamos medir 27-29 — Um osclldgrato tem um segundo par de places para dar uma deflexto horizontal ao felxe de eléctrons, Carregandowse esas placas, provoea-se tum deilocamento horizontal da mancha luminok. ALGUNS FATOS SOBRE © COMPORTAMENTO DA Luz 27 Enquanto essas placas estio sendo carregadas a mancha fluorescente produzida pelo feixe de eléctrons se desloca horizontalmente no anteparo com velocidade constante. Na descar- ga, volta ripidamente ao ponto inicial. Ao mesmo tempo, 0 primeiro par de placas produz uma deflexio vertical correspondente a suas cargas. Como resultado das duas deflexies aplicadas simultineamente, a mancha fluores- cente traga uma curva que nos da uma visio grifica da maneira como varia, com 0 tempo, a carga nas placas verticais (Fig. 27-30). © oscilégrafo de raios catédicos tem muitas plicagoes. Os tubos de televisio ¢ de radar sio tipos especiais de tubos de raios catédicos. ‘As imagens sio produzidas pela deflexio horizontal e vertical de um feixe de eléctrons © pela variagio da intensidade do feixe, de modo a fazer cada pequena regio do ante- paro brilhar com uma intensidade que depen: de dos sinais que vém da cimara de televisio. PARA CASA, CLASSE E LABORATORIO 1. Suponha que vocé eletrizon uma barra de plistico friccionando-a com 1a, a) Voce espera que a la tenha ficado carregada’ b) Como tiraria a prova? 2. Quando se enche o tanque de gasolina de um aviéo, a embocadura metilica da mangueira é sempre ligada cuidado- samente, por meio de um fio, também metilico, & estrutura metilica do aviao, antes de ser introduzida no tanque. Por que se segue esta rotina? Desereva como ela cumpre sua finalidade, 3. a) Ao tocar um objeto metilico, como a maganeta de uma porta, em um dia séco de inverno, sente-se, ds vézes, um choque, acompanhado por uma faisea. Geralmente explicamos 0 fato dizendo que acumulamos uma carga estitica. Como determinaria voce 0 sinal dessa carga? Por que isto nio acontece em um dia timido de verdo? b) Se voce acumula uma carga estitica © toca o batente de madeira de uma logeato, fo felxe da esquerda, para Yegou rapidamence placas de deflexto tarde, Fotografia de um trago na tela do um ose Enguanto 0 circulto de varredura movimentot n iinelta, uma, bateria, ear jetalicas igadas As ‘Um instante, mals am ‘tuas vert fas placas “fo através de um" flo de alta resistencia. elétriea, porta, nfo observa faisca nem choque mesmo num dia séco. Por que? c) As vézes, se voce toca primeiro 0 batente de madeira © depois a maga neta metilica, ndo se produzem fais- cas nem vocé sente choque, mesmo que vocé tenha carga acumulada, Sngira uma explicacio. a) Por que vocé nao pode eletrizar uma barra. metilica segurando-a com as mAos? b) Que faria yoo’ para eletrizar uma barra metilica? Trabalho para casa: Carregue um cabide de plistico ¢ suspenda-o por um fio fino. a) Descubra se a carga 6 positiva ou negativa. b) Que acontece quando voce aproxima do cabide o seu dedo? c) Como explica 0 resultado obtido em (b)? a) Descreva os passos que voce seguiria para carregar positivamente um cle- trosedpio, por indugao, 28 ALCUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ nite b) Por meio de esquemas, descreva 0 movimento das particulas elétricas negativas durante 0 processo de carga. Alinhe trés blocos metilicos sobre uma ‘mesa de plistieo em contacto uns com 0s outros e coloque dois objetos com fortes cargas positivas, um de cada lado dos blocos, muito préximo, sem entre- tanto tocé-los, Em seguida, com uma barra isolante (descarregada), separe os locos metilicos, mantendo os objetos em suas respectivas posigdes. Fin: aoe retire éstes ultimos. a) Que carga existe agora em cada Bloco? b) Expliqne como os blocos adquiriram estas cargas, descrevendo 0 movi- mento das particulas negativas. Trabalho casa: Voce pode cons- truir um dispositive chamado eletréforo. Para isso necessita de um disco velho de vitrola e uma placa metilica um pouco menor do que o disco, Prenda um cabo isolante em Angulo reto com a placa. Uma pequena lata de conserva com uma vela grudada pode servir. Carregue 0 disco de vitrola esfregan- do-0 com Ia, Coloque a latinha sdbre o disco ¢ ligue-a A terra tocando-a por um instante com o dedo. Em seguida, sus- penda a latinha e utilize-a para earregar um eletroscépio. Que carga possui a lati- nha? Para carregé-la novamente voce precisaria carregar de novo o eletréforo? Antes da invengio do telégrafo magné- tico, muitos métodos foram propostos para enviar sinais a grandes distincias por meio de fios, usando a repulsio ou @ atragio eletrostitica, Sugira um dis- positivo simples para ésse tipo de comu- nicagio. Trabalho para casa: Realize uma expe- rigneia para verificar se fita adesiva descarrega um eletroscépio. Se encontrar algum sinal de condugio, reduza A metade a largura da tira e repita a experiéncia. Tente também com um com- primento duplo. Trabalho para casa: a) Carrregue um eletroscépio e aproxime de seu terminal um fésforo aceso. 12. 18. 4. Que observa? Observa alguma dife- renga no caso de estar 0 eletroseépio carregado positiva ou negativamente? b) Mantenha o fésforo suficientemente afastado para que o eletroscépio nao se descarregue, Que acontece se voce sopra o ar quente suavemente em diregio a0 terminal do eletroscépio? Como explica vocé éste resultado? E a descarga um efeito direto do aque- cimento do terminal, ou 0 aqueci- mento tornou 0 ar condutor? Sabemos que a carga elétrica flui através de certas solugdes, como a de sulfato de cobre em Agua. Neste caso forma-se um depésito de cobre no eletrodo negativo. Lembre-se da explicagio dada na Secio 27-11 e pense como se poderia utili- lizar éste para medir corrente clétria, Esteja ‘preparado para disuti suas idéias ay main i Na Secio 27-18, descreve-se um tipo simples de vélvula eletrOnica chamada diodo. Um triodo é um dispositivo seme- Thante mas possui um outro cilindro, feito de tela metélica, chamado grade, colo- cado entre o filamento e a placa [Fig. 27-31 (a)]. Suponha, em primeiro lugar, que a grade esti ligada & terra de modo que permanece gada, D Ugamos uma bateria (Fig. 27-31 (b)] de tal maneira que a grade se carrega neg- tivamente, Compare as correntes no cir- cuito da bateria “B”, nestes dois casos. Suponha que temos um grande niimero dep idénticas. Duas quaisquer delas, quando separadas pela distincia de 10 cm, repelem-se com a forca de 3 X 104° ‘newtons. a) Se uma delas esté a 10 cm de um grupo de n outras, com que fdrga oct espera que cla seja repelida? b) Suponha que vooé mede a repulsio encontra 6 X 10 newtons; quantas particulas havia no grupo? Suponha que temos um grande nimero de particulas elétricas positivas e nega- tivas, exatamente iguais (exceto quanto ao sinal). Isto significa que duas quais- quer delas se atraem ou se repelem mituamente, dependendo apenas de seus (a) (b) sinais, mas a intensidade da forca & sempre a mesma, desde que a distén- cia entre elas seja a mesma. Por exemplo, a forca entre duas delas é de 8 x 10 newtons quando a distincia é 10 cm. Uma particula positiva esti a 10 cm de um grupo que contém P particulas positivas e M particulas negativas. a) Com que forga seri repelida? Supo- nha que nio seja possivel contar as 27-21 — Para o Problema 13. particulas mas, medindo-se a forga, verifica-se que ela vale 6 X 10% newtons, Por éste resultado, 0 que se pode afirmar a respeito de Pe M? Imaginamos que a Terra possui uma pequena carga elétrica. Como se pode verificar isso? Na seguinte experiéncia ocorrem deslo- camentos de cargas elétricas. Um con- dutor cilindrico horizontal A (Fig. 27-92) — Para © Problema 17. oe 80 ALGUNS FATOS SOBRE 0 COMPORTAMENTO DA LUZ esti apoiado sobre uma base isolante A’. Uma esfera condutora B, suspensa por um fio isolante, possui uma carga nega- tiva intema, A esti descarregado. (1) B é trazido para perto de A (2) Liga-se entéo A, por meio de um fio, a um enorme objeto condutor situado fora do laboratério (por exemplo, uma Arvore tmida). (3) Retira-se 0 fio condutor. (4) Leva-se B para longe. (5) Toca-se de novo A com 0 fio con- dutor. (a) Suponha que sdmente particulas negativas podem se mover nos condutores (¢ nem as positivas nem as negativas nos isolantes) € diga que cargas se movem. e onde, em cada uma das pas da experiéncia descrita (b) Agora suponha que os condu- tores sio feitos de um material especial (existem alguns) em que s6 as particulas_positivas podem se mover. Explique tudo de novo em todos os detalhes. (©) Por tltimo, imagine que, no: condutores, tanto as particulas positivas quanto as negativas possam se mover (isto acon- teceria se os condutores fossem blocos de material _isolante revestidos com salmoura). Ex- pligue tudo de novo, em deta r LEITURA COMPLEMENTAR Funny, W. H., Puncent, E. M, Smuex, J, C. — Physics for ‘Science and Engineering Students — Blakiston, 1952 (Cap. 22). Gunenr, NE. — Eletricity and Magnetism. Ter- ‘eeira edigio, Macmillan, 1950, Sxmuine, Huce H. — Exploring Eletricity. Ronald Press, 1948. ee Srumpact, H. B, — “Animal Eletricity” — Scientific ‘American, Fevereiro, 1950. ‘Taxton, L. Lory — Physics, the Pioneer Science. Dover, 1959 (Cap. 40). Witsox, Mrrcieut. — American Science and Inven- tion, ’ Simon & Schuster, 1954 (Franklin: pags. 16-53). A LEI DE COULOMB E A CARGA ELETRICA ELEMENTAR CAPITULO 28 Até agora nosso estudo das forgas elétri foi apenas qualitativo, Vimos que as atragbe © repulsdes elétricas entre objetos grandes sao devidas ‘is atragGes e repulsdes entre as parti- ‘micas de que sio feitos ésses fossa proxima tarefa sera descrever experiéncias que nos fornegam informagoes titativas sobre essas forcas. 28 —1. Férca e Distancia. A maneira pela qual a forga de atragio ou de repulsio entre cargas elétricas depende da distincia que as separa foi estabelecida expe- rimentalmente pelo fisico francés, Charles Coulomb, em 1785, Em sua experiéncia, Cou- lomb utilizou uma balanga de torsio, seme- 28-1 — Abatxo: esquema da balanca de torso de Coulomb. ‘A direita: evento do aparelio de Coulomb, somo abarecet! no Original de seu Crabatho nte ao instrumento usado mais tarde por ndish para estudar a atragio gravitacional. (Veja Segio 22-10), A Fig, 28-1 € um esquema désse tipo de aparelho, Quando a esfera car- regada A é colocada no lugar, a forga elétriea de repulsio que cla exerce sobre a esfera carregada B faz girar a haste horizontal. Esta atinge uma nova posigio de repouso com 0 fio “de suspensio torcido. Quanto maior a torsao do fio, maior deve ser a forga entre as cargas. Assim, pelo Angulo de torsio, Coulomb podia medir a forca elétrica, Variando a dis- tincia entre as esferas carregadas, mediu a forga como fungio da distincia entre elas. 82. A LEI DE COULOMB & A CARGA ELETRICA ELEMENTAR Como as cargas estio distribuidas s6bre as esferas, a distincia entre elas deve ser suficien- temente grande para que pequenas diferencas distancia e diregdo nfo sejam importantes.* Utilizando esferas com cargas positivas ¢ negativas, Coulomb mostrou que a forca_elé- trica 6 sempre inversamente proporcional a0 quadrado da distincia entre as cargas. Esta- Deleceu éste resultado com uma exatidao da ‘ordem de trés por cento, Mais tarde, testes indiretos — utilizando o efeito de blindagem dos condutores — demonstraram a lei com Precisio muito maior. Cavendish conseguiu preciso de um por cento e, na segunda me- tade do século XIX, Maxwell estabeleceu 0 expoente 2 (o “quadrado” na lei do inverso do quadrado), com érro inferior a uma parte em 40.000. fjste mimero é conhecido, hoje em dia, com érro inferior a 1 parte em 10. Note que as forcas elétricas e as gravitacionais variam com a distincia exatamente da mesma forma, Nao conhecemos nenhuma explicagao para esta semelhanga mas, por causa dela, podemos muitas vézes compreender da mesma ‘maneira os efeitos elétricos e os gravitacionais. ‘Acreditamos que a férga de atragio ou de repulsio entre dois objetos carregados & a soma vetorial de tédas as forgas que as parti- culas elétricas de um exercem sdbre as parti- culas elétricas do outro, Em todos os casos, verificamos experimentalmente que a {orca varia na razio inversa do quadrado da dis- tincia entre os objetos. Concluimos portanto que a férca entre particulas elétricas indivi- duais varia na raxdo inversa do quadrado da distincia que as separa, A partir de 1910, muitas experiéncias foram feitas com particulas sub-atdmicas. Podemos Jangé-las umas contra as outras ou contra os nitcleos carregados dos dtomos. Como veremos no Capitulo 82, esas experiéncias também mostram que a forga elétrica entre particulas varia na razio inversa da distincia. 28 — 2. Carga Elétrica e Farca Elétrica. Em um corpo eletricamente neutro, os efei- tos das particulas positivas © negativas se (*) Quando corpos carregados esto muito dis- tantes, em comparagio com suias dimensies, sio deno- ‘minados cargas puntuais porque a posicéo exata das ‘cargas nos corpos, nésse caso, é pouco importante. cancelam, Um corpo dotado de carga posi- tiva ou negativa contém ee ou positivas nZio. contrabalangadas. Assim, a carga elétrica de um corpo depende do excesso de particulas positivas ou negativas, medido a partir do estado neutro. ‘A forga entre dois corpos carregados depen- de da distancia entre éles e cresce com © excesso de particulas positivas ou negativas em cada corpo. De que maneira, exatamente, depende a forca do excesso. de particulas elétricas? Para responder a esta questo pre- cisamos saber reduzir 0 excesso de particulas A metade, a um térgo, etc. Suponha que colo- camos em contacto uma esfera de metal car- xegada e uma esfera idéntica & primeira, mas descarregada (Fig. 28-2), As particulas elé- tricas mover-se-4o até ficarem igualmente repartidas pelas duas esferas. Cada esfera terd, entio, a metade da carga original. © que ocorre com as fércas elétricas quando as cargas sio repartidas? Meca a férca de repulsio entre duas esferas carregadas A e C, situadas a determinada distancia uma da outra. Depois reduza & metade a carga de A, fazen- do-a ceder carga a uma esfera B exatamente igual. A forga de repulsio entre Ae C (a mesma distancia) fica também reduzida & A LEI DE COULOMB E A CARGA ELETRICA ELEMENTAR SS 28-3 — Para comparar duas cargas, A © B, colocamos uma de cada ver A mesma distincla ‘de uma outra, carga, X,e melimos as * an Na sua opiniilo, qual 6 a raze entre as fOrcas que ‘atiam ‘aobre Xt metade. Obtemos ainda a mesma fra quando ‘A 6 substituida por B, a esfera com a qual a a foi repartida, Aparentemente a carga @ ‘as sfio proporcionais, conforme poderia- mos ter adivinhado. Experiéncias désse tipo quantitativamente elétricas, Duas car- ges sio iguais se sol a acio da mesma férga quando colocadas a determinada distn- cia de uma terceira carga. Uma carga é 0 débro de ourta quando fica sob a agio de uma forga duas vézes maior. Além do mais, a forca a que uma carga fica sujeita e a forca que ela exerce sobre outra variam da mesma forma. Quando uma carga é reduzida A metade, a forga que ela exeree sobre uma terceira carga fica também reduzida 4 metade. Em geral, comparam-se cargas comparando-se suas interag6es com uma terceira carga, a determinada distincia, A razio dessas forgas nao depende da outra carga, nem da distincia a que se deram as interacdes (Fig. 28-3). Resumindo em linguagem algébrica o que ja sabemos sdbre cargas elétricas, podemos dizer que a forga elétrica sObre uma carga q 6 proporcional & carga: F = q, Quando esta forca 6 a interagio entre a carga q e outro corpo pequeno com carga Q, a forca é pro- Porcional também a outra\ carga. Podemos item _comparar indicar esta proporcionalidade pela expressiior Fea . A carga elétrica tem agora nés_um rignificad|detiildo 5 sabsinoe Como expr a dependéncia entre a férca elétrica © a carga. Podemos combinar éstes dados com o resul- tado das experiéncias de Coulomb. {les nos dizem que a fOrca é inversamente proporciona? ao quadrado da distincia r entre as cargas. Chegamos, assim, & expresso completa para a forga de interagio entre duas cargas: pee - na qual o fator de proporcionalidade k depen- de apenas das unidades adotadas. para medi férgas, distincias e cargas. Chamaremos Lei de Coulomb a esta expressio e designaremos a forca como férca de Coulomb. Quando, pela primeira vez, falamos em cargas elétricas, demos 4 palavra um sentido qualitative, Uma carga elétrica era simples- mente o resultado da adigio ou remogao de algumas particulas positivas ou negativas de um objeto neutro, Agora, porém, aprendemos a comparar cargas quantitativamente e pode~ mos falar da carga das particulas individual- mente. Diremos que duas particulas tém a mesma carga quando experimentam a mesma fOrga sempre que colocadas 4 mesma distin- cia de outra carga. Se as fércas a que ficam sujeitas as duas particulas sao diferentes, dire- mos que suas cargas estio ma mesma razio que essas forcas, A “carga” de um “objeto \de", pode ser considerada como 0 excesso le particulas elétricas de determinado sinal. Mas a Gate de uma particula elétrica s6 pode ser definida pela forga que ela exerce. Mas falta, ainda, uma coisa. Necessitamos de uma unidade padrio de carga, algo dutivel, de modo que possamos comparar car- gas em qualquer Ingar, por mais distantes que sejam. esta finalidade muitas fio arbitrarias tém sido usadas. Felizmente, con- tudo, como veremos na Secio 28-5, a prépria fundamenal. natureza fornece uma unidade 28 — 3. Campos de Forca Elétrica, Suponha que colocamos uma carga em viirias posigdes, 20 redor de um pequeno objeto

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