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fa ALGUMAS QUESTOES SOBRE A LEITURAE A ESCRITA DE NUMEROS Com base nas referéncias sobre como os alunos constroem suas primeiras nogées de nuimeros, a autora aborda as principais diividas des educadores. Katia Stocco Smole S hens Enters hoje sibamos que neu Cantamos para responder pergntas lunes devem aprender em mate- ano arene nimers epctindo exc corn “Quanios ten, “Onde em Mica a edvcagao infil, ee di res- cos. de conager © xa, o remcien- ait ¢ “Quanto 3 tala. peta aa conceit de nmeros. Talez do ehmertos de conjumos ao papal, am Rangel (1992) lis que, ell 0 0 ese ema tena coo ampla- em questonamentes sgnfcavos rar com sesso una conta cor a+ mente investigado por indmeros pequl- sabre a Wa de qut, pare ut lercs lego de quanilicay, pssirse por ‘adore, Contudo, no incamum que em ua forma esc, os uns preisam proceso qe envole mulls apenza- suram divides 20 eceadoe da escola carina a chamada conser ze, uma ver que pra a cranga evo- inn, especialmente sabre o papel da. quand, sts ecames sobre o as-is 3 entagem cam Exo, a preci numerago este flada na conan unin indian que a mehor consruo sa junta op abjetos que serd0 cntados, (2 dos ndmeos pela cane. do concatn ocoe quands Mi um proces: separandoor dos que la seo cont MMinba-opgf0 a0 escrever ext artigo. simukineo no qual salam pan das rdenar o obec afm de que t= fol escotheralgumas das quests mis sar prcedmentor numdica em doe sears contados «cada ur srmente freqoentesfetas pelos pofesores © shuts de quaniicarao e campru ver: ere noms aprendigoe Comentdlas com haze as rfertncias ~ de qantas fa numero dos objeto, uiza- sobre come os alunos Consvoem suas ‘Obserando alunos de eueacao in-_davs na suesio convenconul 50 primeras nogies de nimeras. fan enquanto jogam ou bxincam em —_sxqueceno romes nern empregando siuscSesnfo-scolares, poreceme il- mals de uma ves 0 mene nome a8 F importante que os alunos aprendam sco areca que primeo eles cons- car cada objeto a ser conde cam ape 8 senda numérica ofl e excita? oem conceio de nimeros para eniio nas um nome; reconhacer que o imo ‘Aprendes matemstica significa, en uilizar a mumeras30 escrita ov falda. mer ald ao final da ontagem e- tre outros aspects, ner acess’ sua In~ Por so, minha asta que nil faz 0 fers quantidade total dos objecs, @ fuagem expectica. Sendo assim, nBo_sranor sonido no enn de mimerosse- lo somente ao hime eles. hi por que temer meztrar aos alunos as | puraro conceit de sua represetacao, Analcando esas niga, vemos formas espctices de ingasgem rele. Soho prcerio de que la pode amaps- gue vem o conlvecimenta da seqdenca rentes aos ndmewos, Todos 05 estos thar a ewoluco a aprendizagem, fads toma impose, per exe sobre 1 eval do concn de mine ploy ordenar 0 names pata a numero (0$ mosram que a experiencia cotdi- Saber 2 segiéncis nurméies ral {dos objetos« ald rane expres 1a permite desperar nas ciangano'de- 0 mesmo que car? $30 da quontiade final busca sejo de saber mais, dei mais lng, © Resporder atl ques exige de- _Aasim, e-conhecimento da seqnéncis Brazer de dizer a seqdéncia mumesica _renciar ectaco ds eontager- Nare-_niaitica oral € ume ferameta. por- de mami, de saber qual €0 préximo cago, uma cianga pode simplermen- ante para sages de coma, avalter, dia no calendéi. Pama eas, os rime te epee memoria seqdencia uate de objets, resolver 0 pe *05 so Insrumentos para dominarde- numeica sem pensar em quantidade. eis problemas de eximatva¢ ad ‘erminados aspects da realidade edo MS na contager, o que etd een jogo € glo. Atl mesmo para realizar 0 cielo mundo adult ‘um problema de natureza quantiaiva. ental wamos contagem. Por exem- Qe saaaaa ws NS @AgaINor 2004 plo, quando precisames caleular 10 ‘menos 7, € possivel encontrar resul- tado contando de ts para frente. Consideramos que 0s procedimen- tos de contagem no podem zer esque dos. Para tanto, & importante que os alunos sejam colocads diante de pro- posts nas quais tenham de aprender ‘contando: para saber quantos objetos hi em um lugar espectica, para ditt buir uma quantidade determinada de. ‘objets entre os amigos, para gunrdar lum material utlizado, para se agrupar segundo a orientaco da profesora, entre outras possibilidades. Quando as_criangas aprendem 1 numoracdi escrita? De certo modo, as criangas ifm ‘contato com 2 numeracdo escrita antes da escola e, algumas vezes, conseguem idenificar pumeros de canais de televi- ‘so, da casa e do aparamento. Quan- do chegam 3 escola, podem ampliar ‘esse conhecimento se 0 ambiente da sala de aula apresentar portadores s- iéricos, como calendios, quadros de rnimeros e fits mévicas, ¢ sea essas criangas forem dadas oportunidades de usar ndimeros fazendo anotagSes para ‘no esquecer ou para comunicar uma informago a outra pessoa por meio de ‘uma represeniacdo. ‘ho labora representages para ni meres, 05 alunos nido o fazem direta- ‘mente pela representaco conveacio- nal. Segundo diferentes estudos sobre 0 desenvolyimento-de notagBes nas cri- ancas, compreender o uso de algaris- ‘mos para representar quantidades € um ‘processo que demanda tempo. Frente & ‘consigna de representar uma quntida- ‘de-no papel, podem ser utlzades dife- rentes procedimentos, nfveis ou catego- rias de representaco. Em uma primeira fase, a crfanga faz marcas que nao tém relacZo com a quantidade representa dda, uilizando Bs vezes sina vasiados para rgistros. Essa é uma fare caracte- Fizada por garatujas, e as marcas no ‘papel so mais interessantes para a crt nga do que mostrar a quantidade, ou «2a, 0 registro no tem a fungi de co- ‘municar algo para alguém © pode apre- sentar marcas dstntas, como letras, ‘nmeros ou sinas, porque multas ve~ 2es 25 criangas ndo diferenciam os si- nals suas funcBes. Em uma segunda fase, 6 comum que 3 criangas facam registos com funcao ‘comunicativa, preocupando-se ccm a ‘quarmidade a ser representada. A orinci- pal caracterstica dessa fase ¢ que as A elaboragao ‘ula na awisieso | db congo ral AgaTaDA Mn swnovemmecscueceses ddertubadas em um jogo de boliche, elas marcas utlizadss para a representaco 0 fazem desenhando as préprias gar $30 muito parecdas com os objets re- ‘fas, ura a uma. Esa fase pode ter uma ‘presertados. Por exemplo, seas cran- _variaco, que & a comtespondéncia esti= ‘gas regsram a quantidade de garafas__ta.com os objetosrepresentados, porém ‘lo mais com desenhos. ‘0 epesentar a quantidade de arate errs ‘om um jogo de balche, a cianca desea 35 quatro {arafs derrubadase ours claneas que fgaran) ‘Ano I N'S © AgotNow 2004 @ Fairer teal QS) Neste aso, as garales do bolche ‘ora subsites por patos Ficalmente, 0 capazes de fazer representagBes por melo de ura nota- ‘ numdica. No entanto, com fre ‘gota utlizardo duas formas de re- preseniagZo combinadas ~ gersimente, © desenho'e a mimero ~ colocando um larismo para cada abjeto representa- ‘do em uma comespondéncia clara com 8 contagem, até que confem no fato ‘de que um simples sina algarismo) pode repreentar a quantidade descja- da, Ha situates em que, alem da es ta com algarismes, aparece também a escria por extenso, Come acompanhat (ais representagGies? Muitas vezes, nfo percebemos as faxes de representagdo porque nfo per- mitimes que eas aparecam. Rangel (1992) afirma que apenas em stuaces de representacio gyfica espontines & ave pedemos analisar como os alunos ‘exresiam quantidades sobre as quais Pensaram. Para a autora, a repesenta- ‘eB epontinea é aquela na qual a cr- anca € encorajada a fazer rgisros in- dependentas de modelos oferecdos pelo adult. Ou seja, nos casos em que ‘io ensinamas como fazer nem solic- tamnos de imediato “rio se esquecam cde por o nimero no seu registro”, cu “vamos todos juntos escrever quantas sgarafes derubames". Boas sinvagBex de representaglo gafica espontanea pediem ocorrer quando pedimos que os alunos produzam registos apés jogos, u deicamos que resolvam problemas ‘numésicos por procedimenios pessoais de registro ou, ainda, quando precisam ‘marcar quantos objets exitem em ‘uma colegio. ; paknanne ENRICO evs | | qt ae lane | ik 8 Camo fazer of alunos evaluicen fem suas representacBest Atividades nas quais 0s alunos con. ‘rontem diferentes epresentactes pr ‘duzidas por eles so boas portunidides para que evoluam em suas representa- Bes. Por esse motivo, ¢ importante que hala espaco planejedo para que expo- ‘nham e discutam suas represenaces logo apds trem sido reaizaas preciso careza de que no hi uma cevolucto linear, de que ent ur nivel @ ‘uso ha muitas varagBes posses. (Cada aluno & nico om sua forma de Densare exporo que pensa sobre quan Tidades, cabendo 20 professor escuar cexolicaes, agalisar procedimentos © dar espago parf que se manifestem, Destaco também a mportarcia da limeragio dos alunos com ex pertadores rhuméricos mencionados artes. Ao lon- igo da permanéncia dos alunos, €im- ppontanie problematizar esses portadores de modo que possam imteragic com eles e, conform mestrarem que identi- Qe eave N'5 eAgatNow 2008 a wa r 0888 19449, Mast ficam vsualmente os nimeros, em se- ‘qoénciz ou no, pedemos groper atvi- dades para grafa que, por sr um pro- cediment social, precisa ser ensinado {sso pode ser (cto similarmente ao que se faz paraaescrta das letras na alfa- beeagio E 0 espethamento? ‘Aates de responder a esta pergunta, sugerimos 20 letor que faca a seguinte ‘experincia: pegue um papel er: brin- ‘coe um lips. Sem olher para o papel, Dense em alguns nimeros eas excreva, Endo, olhe para o que escreveu. Tl- ‘vez veja uma escrita um tant. desfo- ‘cada, mas 10 verd mumeros espelha- dos. Se pensar sobre o processe que lempregou para essa escita, perceberé ue praticamente fez 0 lipis pasar por sobre a imagem mental do nimero. Neste regio espontinen de um jogo de ‘as, vemos que a crianga desenhow. 5 cars e colocou 2 quanti de ponos ue cata Joya abv ao fal ds patio Tia éaborads por alunas de 6 anos para Sorender a sequérca mein eset Pole essa imagem que os aluros na ‘educagio infantil no tim e que muitas ‘yezes faz com que escrevam 0s niime- ros em posigBes que ientificamos como espelhadas. A consciéncia em formago sobre a latealidade também pode contribuir ara trabalhar essas quests, pre- iso aussi os alunos a criar imagens ‘Vinsais sobre os algarismos muito antes de pedir que escrevam. Desenvolver atvidades corporais que a maior consciéncia da lateralidade e propor atividades de simetria para apri- ‘morar a nolo de espelhamento que ela pode trazerigualmente ajudam. ‘Alem disso, jogos e brincadeiras, como ppular amarlinha, colecionar fgurinhas fem dlbuns, construe jogos de witha, ‘guardar objetos em cabaas de zcordo cam a quantidade indicada ers uma cetiqueta, sto atividades que favorecem 4 discriminaco visual dos numeros pe- Jos alunos antes © durante 2s propostas de escrita propriamente dita. Por volts de 5 © 6 anos, quando as ciangas estio mais iteressadas pela ‘escrita convencional, 0 professor pode ‘propor que organizem agendas telefO- nicas ou lists de dats de aniversirios dz turma, eoloquem objetos em carkas para as quals produzam etiquetas, entre utras tare, Ese nelas a escita cexpelhada aparecer? Nesse caso, € pos- ‘sivelrefletir sobre ls, pedindo que o alune olhe em um portador a forma come o numero que excrevets aparece « sugerie que compare as duas formas. ‘Com esse procedimenta de confronto, {08 alunos passam a ser mais cuidado- sos com a excita Outra possbilidade & pedir que es- crevam em um papel um riimero que ‘professor sugere. Um painel com todas 1s exits & montado para Ser aralisa- {o «, 20 Final da discussdo, € possivel elaborar uma lista de cuidados para es- Ccrever mimeros corretamente. Contu- do, se ainda assim os alunos cespelharem numeros, sugio 20 profes sor que insist na atividade, inviga em sua realizago e tenha paciéncia com ‘0 alunos, jf que aprender a escrever ‘eros também & um process. ‘Axé que niimero devenos ensinar em ‘cada etapa da educacio infantilé ‘A questo mais importante para ajudar o professor nessa dilvida é dizer ‘Que no faz sentido trabalhar impondo Timites muito esveits para a seqiéncia numérica. © fundamertal & propor pro- blemas que apresentem nimeros em diferentes cortextos, que exjam inter- pretar nmeros om situapes e objetos de uso social para levar 0s alunos a e- fei sobre orde aparecem e quais 25 diferentes funcBes que assumem, O lie mite seré dado pela pripria aprendiza- seme cada um a seu tempo mestraré ‘os progressos que faz, até quanto con- segue conhecer + nurmeracio e tabs- Tar com ela. Portim, em se tratando de oime- ros, assim Como de qualquer outro eoncetp, 0 professor precisa lembrar- se de que a aprendizagem & complexa f proviiéria, Complexa porque exige ‘muitas relagBes, muita ida e vindas, ‘muito investimento. Proviscria poraue ‘nunca esté pronia, no se esgota er tuma dizia de aulas bem dadas, nem ‘em um semestre, nem em um ano. Faz parte ds aco do professor planejar para que todos avancem 2 partir de seus proprios conhecimentos. Referéacia Ribliografica RANGEL, A.C. Educaromatenitica econ trugao do ume pela cian. Pot Aig: Armed, 1992 a Si s 6 doutora em Educac0 € ‘coordenadora do Mathers Formacdo e Pesquisa E-mail: kaia@mathema.com.br es at

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