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“A vida é um aprendizado; quando você

para de aprender, você morre.”


― Tom Clancy

ATUALIZAÇÃO DE LEGISLAÇÃO NO SETOR DE TRANSPORTE


ATUALIZAÇÃO DE LEGISLAÇÃO NO SETOR DE TRANSPORTE
Regras para transporte de cargas

Assim como qualquer atividade econômica, o


transporte de cargas tem diversas regras que o
regulam.
São leis e normas que, juntas, garantem a
segurança, a harmonia, o pagamento de impostos
necessários para o setor (como os que pagam a
manutenção de estradas).
a legislação do transporte de cargas no trânsito,
podem impactar as operações.

O melhor cliente? Aquele que paga.


ATUALIZAÇÃO DE LEGISLAÇÃO NO SETOR DE TRANSPORTE
Regras para transporte de cargas

Como funciona a legislação de transporte de cargas no trânsito? Qual é a lei que o rege?
A principal lei sobre o transporte de cargas é a Lei 11.442/2007, também conhecida como Lei do Transporte
Rodoviário de Cargas. É nela que estão as principais definições a respeito dos direitos e obrigações de profissionais e
empresas que realizam esta atividade. É a lei que define, por exemplo, que o transporte de cargas pode ser feito por
transportadoras ou caminhoneiros
autônomos registrados na ANTT,
sejam eles agregados (isto é, vinculados
a uma empresa mediante remuneração
certa) ou independentes (que recebem
a cada frete realizado). Também é a
lei que define quais são as responsa-
bilidades em torno das cargas, seja
na segurança, no estado das entregas ou
até mesmo no caso de um sinistro.
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O que significa a sigla ANTT? Qual é a sua função?


ANTT é a sigla para a Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável por fiscalizar o transporte
rodoviário (e também o ferroviário). É ela quem concede o registro válido para os caminhoneiros interessados em
realizar o transporte de carga ou permite que empresas de ônibus realizem viagens intermunicipais e interestaduais.
É também quem supervisiona se há
irregularidades na atividade de transporte
de cargas. Trata-se de uma autarquia federal,
com independência do governo, mas vinculada
ao Ministério da Infraestrutura. Foi criada em
2001 pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso.
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Quais são as leis específicas para transporte de cargas no trânsito?


É o caso da Lei 12.619/2012, também chamada de Lei do Descanso, que estabelece as regras para a atuação
profissional de motoristas em diferentes áreas. Entre elas, estão as obrigações quanto a jornada máxima de trabalho
e de descanso, direitos e deveres trabalhistas (incorporados à Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT), bem como
remuneração no caso de longas viagens.
É nela que foi determinado, por exemplo,
que o motorista tem direito a descanso de
11 horas a cada 24 horas de trabalho,
bem como a uma hora de intervalo
para refeições.
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RESOLUÇÃO/CONTRAN n. 405/2012: dispõe sobre a fiscalização do tempo de direção do motorista profissional


de que trata o artigo 67-a, incluído no Código de Trânsito Brasileiro, pela lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012, e dá
outras providências;

MOTORISTA PROFISSIONAL: condutor que exerce atividade remunerada ao veículo;

TEMPO DE DIREÇÃO: período em que o condutor estiver efetivamente ao volante de um veículo em movimento;

INTERVALO DE DESCANSO: período de tempo em que o condutor estiver efetivamente cumprindo o descanso
estabelecido nesta Resolução, comprovado por meio dos documentos previstos no art. 2º, não computadas as
interrupções involuntárias, tais como as decorrentes de engarrafamentos, semáforo e sinalização de trânsito;

FICHA DE TRABALHO DO AUTÔNOMO: ficha de controle do tempo de direção e do intervalo de descanso do


motorista profissional autônomo, que deverá sempre acompanhá-lo no exercício de sua profissão;
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Como será a fiscalização do tempo de direção e do


intervalo de descanso do motorista?
I – Análise preferencial do disco ou fita diagrama do
registrador instantâneo e inalterável de velocidade e
tempo ou de outros meios eletrônicos idôneos
instalados no veículo, na forma regulamentada pelo
CONTRAN; ou
II – Verificação do diário de bordo, papeleta ou
ficha de trabalho externo, fornecida pelo
empregador; ou
III – Verificação da ficha de trabalho do autônomo,
sendo esta das últimas 24 horas.
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Quais são as condições que o motorista profissional fica submetido?


I – Deverá ser observado intervalo mínimo de 30 minutos para descanso a cada 4 horas ininterruptas na
condução de veículo. Desde que não completadas 4 horas contínuas no exercício da condução, o intervalo de
descanso poderá ser fracionado, no máximo, três períodos de 10 minutos;

II – Deverá ser observado, dentro do período de 24 horas, intervalo de, no mínimo, 11 horas de descanso,
podendo ser fracionado em 9 horas mais 2 horas, no mesmo dia;

III – Somente iniciar viagem com duração maior que 24 horas, após o cumprimento integral do intervalo de
descanso de 11 horas;

IV – Comprovar, mediante análise do cronotacógrafo (preferencialmente) ou diário de bordo ou ficha de


trabalho do autônomo, o tempo de descanso regulamentar.
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Quais são as penalidades e medidas administrativas caso seja


descumprido o tempo de direção e descanso previstos na
nova legislação?
A medida administrativa de retenção do veículo será
aplicada:

I – retenção do veículo por 30 minutos, caso não seja


observado intervalo mínimo de 30 minutos para descanso a
cada 4 horas ininterruptas na condução de veículo.

II – retenção do veículo por 11 horas, caso não seja


Caminhoneiro é flagrado dirigindo por mais de 40 horas
observado 11 horas de descanso num período de 24 horas ou sem dormir. Abordagem foi feita na BR-101, em Osório, e
veículo foi retido até que o motorista fizesse o descanso
quando deixar de descansar 11 horas entre duas jornadas de
02/09/2022 - 14h25minpor lei
trabalho.
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Quais são as penalidades e medidas administrativas caso seja descumprido o tempo de direção e descanso previstos na
nova legislação?
Observações:
– Não se aplicarão os procedimentos previstos nos itens anteriores, caso se apresente outro condutor habilitado que
tenha observado o tempo de direção e descanso para dar continuidade à viagem;
– Caso haja local apropriado para descanso nas proximidades, o agente de trânsito poderá liberar o veículo para
cumprimento do intervalo de descanso nesse local, mediante recolhimento do CRLV (CLA), o qual será devolvido
somente depois de decorrido o respectivo período de descanso;
– Incide nas mesmas penas previstas anteriormente o condutor que deixar de apresentar ao agente de trânsito
qualquer um dos meios de fiscalização já mencionados anteriormente;
– A critério do agente, no caso de não observância de intervalo de 30 minutos a cada 4 horas de condução do veículo,
não se dará a retenção imediata de veículos de transporte coletivo de passageiros, carga perecível e produtos
perigosos.
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Quais são as leis específicas para transporte de cargas no trânsito?


Parte de seu conteúdo foi alterado em 2015, pela Lei 13.103/2015, também conhecida pelo apelido Lei do Motorista.
Ela estabelece novos direitos para os profissionais do transporte rodoviário (seja de carga ou de passageiros), como
acesso a programas de aperfeiçoamento e formação e atendimento terapêutico e de reabilitação pelo Sistema Único
de Saúde (SUS).
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Quais são as leis específicas para transporte de cargas


no trânsito?
Também garante aos condutores proteção da União
por ações criminosas durante o exercício da profissão
e acesso a serviços de medicina ocupacional. Aqueles
motoristas que estão empregados também têm direitos
extras, como isenção de responsabilidade em alguns
casos de prejuízos, jornadas diferenciadas e garantia
de seguro obrigatório. A lei também estabelece
deveres como os de realizar exames toxicológicos
regulares.
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há outras leis e normas importantes que falam, por exemplo, sobre o transporte de alimentos ou de cargas perigosas,
como combustíveis, medicamentos e material hospitalar ou radioativo.
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O que é um veículo de carga? Há altura, largura e comprimento máximos para isso?


Um veículo de carga é todo aquele que pode realizar a transferência de uma mercadoria de um local a outro.
Normalmente, são utilizados caminhões para este tipo de tarefa no Brasil. O Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) é o responsável por estabelecer os limites de dimensões e peso máximos para os veículos de transporte
de carga. A largura máxima é de 2,60 metros, para as faixas de trânsito regulares brasileiras. Já a altura máxima
é de 4,40 metros e o comprimento máximo permitido é de até 19,80 metros, considerando veículos articulados com
mais de duas unidades. Já o peso máximo depende do tipo de veículo, o número de eixos e outras características
de estrutura de cada caminhão.
O Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, publicou a Resolução nº 882/2021 que estabelece os limites de
pesos e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres em território nacional, referenda a Deliberação
Contran nº 246/2021, e dá outras providências
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O que é o transbordo de carga?


É o nome dado à transferência de mercadorias presentes em
uma carga específica de um veículo para outro –
normalmente acontece, por exemplo, quando um caminhão
maior chega a um centro de distribuição e a carga é dividida
em partes menores para capilarização das entregas. Um
ponto importante é que os motoristas não podem se envolver
em atividades de transbordo de cargas perigosas, por
exemplo – algo que era feito antigamente, mas pode
ultrapassar suas obrigações perante a legislação e até causar
danos à operação. Também pode acontecer quando há
excesso de peso em um veículo e ele é parado pelas
autoridades competentes.
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Na estrada, quais são os processos de


fiscalização mais comuns?
Quando um caminhão é parado para ser
vistoriado pelas autoridades competentes, é
preciso estar com tudo em dia para que não
haja interrupção da viagem. Alguns dos
principais pontos são:
• Não ter excesso de peso no transporte
• Estar com os documentos obrigatórios
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Na estrada, quais são os processos de fiscalização mais comuns?


Quando um caminhão é parado para ser vistoriado pelas autoridades competentes, é preciso estar com tudo em dia
para que não haja interrupção da viagem. Alguns dos principais pontos são:
• Existência do O Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) foi instituído pela Lei
nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007. A inscrição no RNTRC é obrigatória para os transportadores rodoviários
remunerados de cargas em uma das seguintes
categorias:
• Transportador Autônomo de
Cargas - TAC
• Empresa de Transporte Rodoviário
de Cargas - ETC
• Cooperativa de Transporte Rodoviário

• de Cargas – CTC
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Na estrada, quais são os processos de


fiscalização mais comuns?
Quando um caminhão é parado para ser
vistoriado pelas autoridades competentes, é
preciso estar com tudo em dia para que não
haja interrupção da viagem. Alguns dos
principais pontos são:
• Presença do seguro de Responsabilidade
Civil do Transportador Rodoviário de
Carga (RCTR-C), que é obrigatório,
estipulado pela Lei nº 8.374, de 1991.
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Na estrada, quais são os processos de fiscalização mais comuns?


Quando um caminhão é parado para ser vistoriado pelas autoridades competentes, é preciso estar com tudo em dia
para que não haja interrupção da viagem. Alguns dos principais pontos são:
*Cumprimento da Lei do Código Identificador da Operação de Transportes (CIOT), com instituição do Pagamento
Eletrônico de Frete (PEF): O Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT) foi recentemente instituído
pela Resolução ANTT nº 5.862, 17 de dezembro de 2019.
Por sua vez, essa resolução foi alterada pelas
resoluções nº 5.869 e 5.873, ambas de 2020.
Seu preâmbulo não poderia ser mais claro e direto:
“Regulamenta o cadastro da Operação de Transporte
necessário para a geração do Código Identificador d
a Operação de Transporte – CIOT e os meios de
pagamentos do valor do frete referentes à prestação
de serviços de transporte rodoviário remunerado de cargas”.
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Regras para transporte de cargas
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Quais são os documentos fiscais necessários?


Três são os documentos fiscais normalmente requisitados pelas autoridades para fiscalização. Todos eles podem ser
eletrônicos. São eles:
1 - A implementação do Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e), um documento que lista todos os itens que
estão sendo transportados entre fornecedor e comprador: documento de natureza inteiramente digital e que visa
registrar, para fins fiscais, as operações com a prestação
de serviços do transporte de
cargas no território brasileiro.
Ele foi instituído através do Ajuste Sinief n° 09/2007,
juntamente ao seu documento auxiliar, com a
determinação de que os contribuintes do
ICMS utilizem o CT-e para substituir
os documentos impressos
Conhecimento de Transporte eletrônico, e terá que
implementar e manter um módulo emissor deste
documento.

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Quais são os documentos fiscais necessários?


Três são os documentos fiscais normalmente requisitados pelas autoridades para fiscalização. Todos eles podem ser
eletrônicos. São eles:
2 - A implementação do Manifesto Eletrônico de Documentos (MDF-e), um agrupamento de CT-e, utilizado
normalmente para o transporte interestadual;
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Qual é a importância dessas leis para o segmento de


transportes brasileiro?
Essas leis, bem como normas expedidas pela ANTT e pelo
Contran, entre outros órgãos reguladores, têm uma
importância singular para o setor de transportes. Primeiro,
por auxiliarem a classificar e entender os produtos
transportados pelo Brasil, bem como requisitarem a
documentação necessária pelas atividades econômicas
realizadas. Assim, é possível ao governo entender como
tributar essas atividades e também destinar recursos para
tal – se é percebido, por meio de documentos, que uma
determinada via se tornou mais utilizada, é possível
direcionar fundos para atividades como recapeamento e
ampliação, por exemplo.

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