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UERN – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

DISCIPLINA: FUDAMENTOS DA PSICOLOGIA

DOSCENTE: MS. JARILEIDE CIPRIANO DA SILVA NASI

1º PERÍODO

TURMA: 2016.1

JADSON SILVA DANTAS

REFLEXÃO: CAPÍTULO LÁ DO LIVRO MEMÓRIA DE MACACO E PALAVRAS


DE HOMEM, DE BORIS CYRULNIK

NATAL/RN
2016
Reflexão

O que é o homem em sua essência? O que nos impulsiona a agir como agimos,
sentir como sentimos, fazer como fazemos? O que constitui o comportamento humano?
Essas são indagações que sempre fazemos e nos inquietamos, muitas vezes, ao não
obtermos as respostas. Entretanto, o etólogo e psiquiatra Boris Cyrulnik, em sua obra
Memória de macaco e palavras de homem, nos permite refletir e repensar certas
convicções, muitas vezes errôneas, que temos de nós mesmos e dos outros.
Especialmente no primeiro capítulo, denominado Lá (que será o cerne desta
reflexão), o autor nos leva a um universo próximo, porém, ao mesmo tempo distante,
onde podemos analisar a vida que tanto presenciamos e fazemos parte, com uma certa
impessoalidade, digo, como um observador que está fora de todo o objeto de estudo, do
objeto a ser observado.
Com a junção das duas ciências que domina o pesquisador expõe no capítulo,
sua experiência na pesquisa da psiquiatria, bem como da etologia, fazendo uma relação
entre as duas áreas e nos fazendo meditar sobre o comportamento animal em
comparação com o comportamento humano. É impressionante como não conseguimos
assemelhar certas coisas a princípio, mas quando nos permitimos observar melhor
encontramos o desapercebido anteriormente. É o que Cyrulnik nos mostra ao falar sobre
o comportamento do macaco ao entrar em conflito com outro pelo domínio territorial:
eles se encaram, olho no olho até o perdedor, sem conseguir fixar mais seu olhar no
oponente, dá as costas, mostrando o ânus. O vencedor lhe dá três ou quatro golpes na
bacia. Dessa forma, ele mostra quem manda no “pedaço” agora.
Com uma simples meditação nesse comportamento não vemos semelhança
alguma com os seres humanos, até que com um olhar mais atento podemos percebê-la
como elucida o autor mais a frente: “Sente-se num café ou num comboio em frente de
um ser humano, sustente fixamente o olhar dele e, se possível, de forma intensa...Para
apaziguar a angústia, o observado não precisara de expor o seu ânus como o babuíno.
Falara! E é exatamente nesta palavra que reside uma das especificidades humanas”
(pág. 31 – 32).
Sendo assim, o pesquisador nos deixa uma lição muito importante a ser seguida:
o cuidado na observação. Segundo ele, a análise deve ser feita com cuidado, pois o
observador não pode colocar no objeto de estudo os seus desejos, suas convicções ou
suas expectativas, embora tenhamos expectativas ao fazer certa pesquisa temos que ser
cautelosos para manter a veracidade dos fatos estudados.

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