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Laboratório de conciliação, Mediação e Arbitragem

Análise da 2ª parte do texto “ Design de Sistemas de Disputas”

Nome: Yasmim Emmeline de Jesus Brandão TIA: 31616895 e Giovana Manzoti Andrade TIA:
31669654

3. Construção de consenso e desenvolvimento do sistema

3.1 Construção de consenso

A aprovação por todas as partes interessadas e afetadas do processo de design de sistemas de


disputas é necessária, visto que ao participarem, influenciam, opinam e na medida do possível
trazem para o processo de criação pontos que podem ser agregados ao projeto, aumentando
as chances de sucesso com um processo de criação junto o resultado acaba sendo na mesma
medida justo.

No caso disposto, muitos foram os envolvidos para ajudar na solução ao caso, dentre eles a
defensoria Pública, o Ministério Público, o Procon e todos os estados de São Paulo, que após o
acidente, abriram negociação com a empresa aérea e suas seguradas com o intuito de
celebrarem um termo de compromisso para a prestação diversos deveres de assistência, como
a psicológica e o reembolso de despesas de sepultamento e de passagens e a estadia para as
reuniões realizadas mensalmente.

Além disso, o grupo de autoridades funcionou também como mediador no processo,


harmonizando as pretensões dos familiares e empresas no que diz respeito ás condições legais
e parâmetros acordados pelas partes do sistema, sendo realizadas na fase de design do
sistema consultas com informações para as famílias das vítimas.

3.1 Desenvolvimento do Sistema

3.2.1 O foco da atenção na resolução de disputas

Disputa ou demanda, trata-se da pretensão resistida, que advém normalmente de um dano,


necessidade ou aspiração, composta pelos elementos: os interesses em jogo, os padrões
relevantes ou as regras de direito que servem como guia e a relação de poder entre as partes,
conforme Ury, um dos pais do DSD nos EUA.

Assim, as partes podem escolher focar sua atenção em uma das três esferas: reconciliar os
interesses que permeiam a situação, determinar quem está certo, ou determinar quem tem
mais poder.

3.2.1.1 interesses x posição

Enquanto os interesses são necessidades, os desejos e os medos que compõem a preocupação


ou a vontade de alguém, a posição compreende os itens tangíveis que alguém diz que quer, de
modo que este permeia o primeiro. O problema de uma negociação está nos conflitos entre
essas necessidades, desejos, preocupações e medos das partes, mas, quando se atravessa essa
barreira inicial, rumo aos interesses que motivam as partes, é possível encontrar uma
alternativa de posição que vai ao encontro de ambas as partes.

3.2.1.2 Foco em reconciliar interesses

A negociação é a melhor forma para reconciliar interesses, visto que como ato de comunicar
avançado e retrocedendo, com a intenção de alcançar um acordo, por meio de processos
padronizados de comportamento interativo, se direcionam a resolver uma disputa, como na
mediação que um terceiro acompanha enquanto as partes chegam em um acordo.

As negociações além de focarem em reconciliar interesses, focam em determinar quem está


certo, ou até mesmo focam em reconciliar interesses ou solucionar problemas, dependendo
da controvérsia havida entre as partes.

3.2.1.3 Foco em determinar quem tem razão

Colocando o foco para determinar quem tem a razão, os direitos raramente são claros, de
modo que padrões e regras contraditórios e diferentes podem ser aplicados ao mesmo caso e
assim fica considerável a dificuldade, sendo necessário recorrer a um terceiro, como um juiz
em um tribunal estatal ou à arbitragem.

3.2.1.4 Foco em poder

Poder, segundo Ury, é uma habilidade de forçar alguém a fazer algo que, do contrário, não
seria feito. Podendo ser exercido de várias formas, o poder está intimamente relacionado com
a alternativa, dependendo da existência de alternativas que satisfaçam os interesses da parte.
A destruição de valor, é claro, torna-se um problema, visto que a troca de hostilidade é
normalmente mútua e franca e as partes gastam e destroem recursos com isso, além de ser
um problema determinar quem ganhou, já que cada parte tem a sua autopercepção da
situação, que normalmente não coincide.

3.2.1.5 Deixar de lado, desistir, retirada

Muitas disputas terminam sem resolução quando não há interesse ou quando não há poder
para se resolver de forma satisfatória, terminando com a desistência ou com a retirada das
partes.

3.2.1.6 Convivência dos aspectos e deslocamento do foco da atenção

O enfoque na resolução de uma disputa, desloca-se entre os aspectos, interesse, direitos e


poder normalmente.

3.2.1.7 qual enfoque é mais conveniente?

A reconciliação dos interessem a um maior nível de satisfação mútua com os resultados, tende
ser melhor do que determinar quem está certo ou quem tem mais poder, sendo que as partes
satisfeitas, o relacionamento é beneficiado e a chance de que a disputa volte a ocorrer é
menor.

As disputas de poder geralmente custam mais caro, não apenas pelos esforços investidos na
briga, mas, pelos recursos que são destruídos e a perda de oportunidade, sendo criados novos
danos e ofensas e gerando novas disputas, já que determinar direitos e poder normalmente se
torna uma competição, uma batalha, para ver quem será o vencedor e prevalecerá e assim,
focar em interesses, faz com que os critérios custo de transação, satisfação das partes, efeitos
na reputação, relacionamento e reincidência sejam mais bem trabalhados.

3.2.1.8. Os limites do enfoque nos interesses

O procedimento focado em direitos, pode ser necessário para clarificar pontos e estabelecer as
fronteiras legais em que o acordo pode ser trabalhado, visto que, não se foca apenas em
interesses, como exemplo do acidente aéreo ou na necessidade de satisfação pública para a
preservação da imagem da empresa.

3.2.1.9. Diferentes meios de se focar em direitos e poder

Entre esses meios, temos a possiblidade das partes negociarem direitos e poderes, tentando
convencer umas às outras de quem está certo ou mesmo apenas trocando ameaças, sem
qualquer ação efetiva para demostrar poder, bem como procedimentos que determina poder
e direitos.

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