Você está na página 1de 8
ANALISE DA. MORFOMETRIA E DO USO E COBERTURA DA TERRA DA MICROBACIA DO CORREGO IPANEMINHA DE BAIXO, SOROCABA, SP Mariana Santos Leal", Kelly Cristina Tonello "Cnyveridade Federal de Sto Cals, Programs de Pés-Gradusto em Planeemeato¢ Uso de Recursos Renovives, Sercaba, Sto Paulo Brast man ereta@hotmal com Univesdade Federal de Sto Carlos, Daaramento de Ciscses Aminenas, Srocaba, Sto Paulo, Brasil -Kellytonllo fir be Recebid para pubbiagto: 18032016 ~ Acute yaa pbliasto: 26092016 Resume A bucia hidrogrifica & considerada uma unidade de planejamento 2 gestdo tomando-se importante 0 ‘conhesimento de suas earacteisticas, tanto fsicas quanto de uso e cobertura da terra, uma vez que estas influenciam sua dindmica hidrologica. Deste modo, este tabalho teve por objetivo a caracterizeto da ‘morfometris e do aro e caberira de terra de micrabacia do cémego Ipaieminha de Baixo em Sarocaba, SP. ‘A morfouietria foi realizada por meio de parimetros gecunetuicor, de rlevo e drenagem eaquanto que 0 uso © ‘eobertura da terra foram obtidas através de interpretagio visual de uma imagem digital orbital e vetorizagdo ‘ra tela das classes, seudo que amubas as onilises fore realizadas em win Sistema de Informagio Geogratica, De scordo com a morfomietria da mierobacia pode-se perceber que ela apresenta caracteristicas fisicas fivoraveis & conservagao da agua, no entanto as areas ce preservagao permanente encontrarami-se com deficit de vegetagio native em relagio 20 estabelecide por legislagia. A microbacia ests senda ocapada predantinantemente por plato de citrus, cutarsstemporirias « pastagemn, povsm a vegetagio nativa tambem ‘esti presente na forma de fagmentos dispersos. Palavras-chave: Processos hidrologicor: ives de preservasdo penmanente: gecmorfologia Abstract Morphomeny and land use and cover anaysis of Ipancminha de Baixo watershed, Sorocaba, SP- A watershed is ‘considered a planning and management unit, consequent it is important to Know their characterises, bot physical and use aad land cover, as these iafluence their dynamic hyekological. Thus, this study aimed to {hiracteize the morphometry sud the use and land cover ofthe Ipanemiiha de Baixo watered in Sorocaba, SP. For the morphometric evaluation were considered geometric. reef nd drainage parameters. wile the se and land ‘cover Was obtained through visual iexprtaton ofan orbital digital image and vectorzaton seen of classes, and ‘both analyzes were performed in a Gengrapic Information Systema, According to moqphomtry en be seen thst the watershed presents physical characteristics fwvrable fer the water conservation, however the permasent preservation areas have a native vegetation deficit, The watered las been oecupied predomiaatly by citrus plantations, temporary cops and pastre but the native vegetation i also present as fngments, Kevuords: Hydrological processes: permanent preservation area: geomorphology. INTRODUCAO. Una bacia hidrogrifica, limitada pelo divisor de aguas ou divisor topografico, abrange toda a area de ccaptagdo natural da dgua da chuva e proporciona escoamento superficial para © canal principal e seus tributarios (LIMA, 2008), De acordo com a Lei Federal n°, 9.433 de 1997, a bacia hidrografica deve ser considerada a unidade de planejamento @ gestio de Recursos Hidricos. Sendo assim, é importante couhecer as suas ccaracteristicas, tanto fisicas quanto de uso e cobertura do solo, que influeaciam a sua dinamica hidrolégica.. ( defhivio, infiltwacio, escoamento superficial e evapotranspiracdo si, por exemplo, alguns processos infinenciados pelas caracteristicas fsicas e biolégicas de bacia hidrografica (TONELLO et al_, 2006) Fatores como ccobertura vegetal, geologia, topografi cima e principalmente o manejo de solo influenciam diretamente a qualidade e quantidade de gua na bacia (ARCOVA ef ai.. 1998), que também podem ser alteradas pelo desmatamento, uso indiserimiaado de agroquimicos on excessiva exploracio das recursos naturais (PINTO eal. 2004), As caracteristicas fisicas, especialmente aquelas associndas ao relevo, a forma e a rede de drenagem, esto altamente relacionadas ao tempo e velocidade de escoamento da agua, o que vai incidir em maior ou menor infiltragdo da égua no solo. De acordo com a descrigio fisica da bacia possivel saber qual a suscetibilidade da mesma quanto ao risco de cheia, escoamento superficial e processos erosivos, dando uma indicagio de como deve ser o manejo da bacia para que ela possa proporcionar maior infltragio da gua no solo. FLORESTA,Cuatba, PR v. 6,0.4.p. 489-446, cut / dex 2016, Leal, ME; Tonle, KC ISSN eleonien 19824688 Dor: 105380 61463.45809 459 Para que a bacia fincioae como wat ambiente permedvel, onde a dgua infiltree percole até o lengal fisitico, o colo deve estas couretameate ocupado Ge acondo com ae carnctesistias de cada sitio. Assim, a bacin € capaz de captara agua das chuvas,armazeat-lae cede-a ace powcos por meio da: nasoeutes durante todo © ao Por sua vez, a informagées obtidas a parr de um diagnéstico sobre 0 us0 ¢ cobertura do solo, principelmente nas Areas de Preservacto Permanente (APP), so itis para norteae as acdes de manejo da hacia, pois a partir delas & possivel verifiear como a bacia esti sendo manejada © sua possivel consequéncia aa rodugio de dua ‘A ocupacio das APPs pela asropecuiria © expansio urbana é erescente © tem eausado intense degradacdo ambiental (FREITAS et al, 2013). A protegdo dessas areas esta estabelecida na Lei Federal n°. 12.651/12 devido a extema importincia sue apresentam. Elas atuam na facliteao ca infttacto de azoa no solo «do abastecimento do lencolfretieo, na manutencio da qualidade e quantidade da dua e podem servir como ‘obstdculo ao escoamento superficial de particulas ¢ sedimentos, que por sua vez, causam poluigio ¢ assoreamento dos recursos hidricos (LIMA; ZAKIA, 2004). Dessa forma, 0 objetivo desse trabalho foi caracterizar a morfometria da microbacia hidrogrifica do corrego Ipaneminha de Baixo, assim como do uso ¢ cobertura da terra, principalmente nas areas de preservacdo permanente, de forma a subsidiar agdes que promovam o seu adequado manejo e a conservagao da agua, MATERIAL E METODOS: A microbacia do Cérrego Tpaneminha de Baixo esti localizada no municipio de Sorccaba, SP, sendo contribuinte do Rio Ipanema, integrante do sistema de abastecimento da bacia hidrogrifica do Rio Sorocaba. A fren de estudo esta entre as coordenadas 23°32"- 23° 34° S ¢ 47°31" - 47° 30° W. (© municipio de Sorocaba esta localizado no interior de Sao Paulo a 90 quilémetros da capital, Com uma rea de, aproximadamente, 456 Kaye populagdo de 644.919 habitaates (IBGE, 2016), o municipio enfrenta um rapido crescimento demografico, o que exige do poder piblico cuidades e gestio equilibrada para manuteacdo da qualidade de vida a populacao. Sorocaba caracterizada como Area de tensio ecologica, onde originalmente encontra-se a Floresta Ombréfila Densa e Mista, Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado. De acordo com Képpea, o clima da regido & classificado como Cwwa (temperado seco e quente com vero quente), com temperatura anual média de 2.1 °C. A altitude média & de S80 m ea precipitaedo anual é de 1311,2 mm (CEPAGRI, 2015) A regio esti localizada na transigio do Planalto Atlantica para a Bacia Sedimentar do Parana, no inicio da unidade geomorfolégica conhecida como Depressao Periférica Paulista, sendo, portanto situada em rebordo de macico antigo. O releva € compasto por litologias sedimentares paleozoicas de arenitos e siltitos e formas zais nugosas ligadas ao embasamento cristalino como corpos graniticos e quarizitices (VILLELA, 2011). Quanto as classes de solo, as de Argissolos e Latossolos predominam, embora ocorra também Cambissolos, Neossolos litélicos e Gleissolos em algumas porgdes do municipio (OLIVEIRA et ai, 1999). Para a analise morfometrica foi utilizada uma carta planisltimétrica do Instituto Geogrifico e Cartozrifico do Estado de Sto Paulo (TGC) na escala 1:10.000, folha SF-23-Y-C-IV-2-NE-D, Fazenda Sto Marcos. Toda a base de dados e os pardimtetros morfométricos (Tabela 1) foram analisados no programa ArcMap 10.1. Tabela 1, Parimetros morfométricos ¢ seus respectivos métodos de obtengio. Table 1. Morphometric parameters and their methods of obtaining. nena ‘ane iis in esi Lee osgestaiencea scr eee aan Se ea aye Honea 0945) Fats de frm (65 eto (1932) (Ceciciente de compaidade (2) Vile Nts (1975) Todienus) ined cre) TSRIMAP cae Avie RG ERTCPES seri) Giniyb hice beacia Re a Pedi de drenagem Dendritico, weligs, retanzular, paralelo, radial ¢ anelar Henvon (1945 Tonner Seca ha aso) Shima ieee rascaaea Mees ad Decide de Sistema de Informagio Geogratica Embrapa (1979) See eS aaah apa down pumar dee, No 0) Noe ratte dase (G59) Lene (6), Sudan (1359), Sul 180, Sudoete Teneo 2006) (215), Oeste (270°) e Noroeste (315°) Rr sand sale iia apo Fo Reierniew td EGS janine Sima saan 0855 FLORESTA Gait Rv Ab a hp 9-860 Sen O18 ws Eats Taste Re ISSN elewrmien 19824688, DOE 105380 :E1465.45809 ‘Cues Tiga com apeai ta pata Wo coandadon de Ondem do caso dese ‘order. juno de dois ezmentoe de Toe gers Stable(1957) sezmenta de creme sin saeeicmeate aie do cal pial (Ge) Sopideiasdigngargl (ey Ferend6) Desde de anges DISLA cle Le song lS RTE rn 9) Sauloh iapasnbe Bice acon TERT ATT [anv Coston te mane C=) Carl cae Dv a dene eam Scans (956) Trend do perce wera EpeV°DA, oe Di ta dene doe Hoe 1945) Para a audlise do uso e cobertura da terra foi utilizada uma imagem digital Rapideye do ano de 2013 (MMA, 2015). ‘A delimitagao das classes foi obtida por meio de vetorizacao em tela, no programa ArcMap 10.1, apés a interpretagao visual do uso e cobertura. As classes identificadas foram as Seguintes: vegetacao nativa, corpo agua, estradas, rodovia, citrus, malha urbana, area edificada, pastazem, cultura temporaria, area tnnida, pinus e loteamento (IBGE, 2013), Antes de se verificar 0 uso e cobertum nas Areas de preservagio permanente foi erindo um buffer seguindo a Lei Federal n°. 12.651/12, onde a APP ao redor das nascentes teve um raio de 50 metros e largura de 50m ao redor das acumulagées naturais ou artfieiais de agua com mais de I ha enquanto que nas margens dos ‘cursos d°Agua ela apresentou largura de 30 metros. Cabe ressaltar que caso haja areas com uso consolidado nas APPs nos iméveis rurais de até quatro maédulos fiscais, a faixa a ser restaurada sera menor, variando de acordo com o tamanho da propriedade, sendo que no municipio de Sorocaba um médulo fiseal corresponde a 12 hectares (INCRA, 2013), RESULTADOS Morfometria ‘A dzea de estudo (Figura 1) apresentou padrio de drenagem dendritico e grau de ramificacdo de 3*. orem. ‘A partir do cdlculo da area (A) ¢ do perimetro (P) da microtacia, do comprimento dos cursos d”agva (Lt) ¢ do eixo da microbacia (Le) foi possivel obter os demais parimetros morfométricos, apresentados na tabela 2. ‘A microbacia apresentou um indice de sinuosidade de 1,07; um indicador que infere sobre © quio retilineo ou sinuoso é o curso d'éaua principal. ‘A anflise da forma da bacia dependeu dos pardmetros: indice de circularidade, que neste caso foi de 0,63; fator de forma que foi de 0,34 coeficiente de compacidade que foi de 1,25. Portanto, a0 analisar-se conjuntamente esses parimetros chegou-se a conclusio que a microbacia apresenta forma oblonga/ovalada segundo classificacdo sugerida por Nardini et al. (2013). Figura |. Microbacia Ipaneminka de Baixo, Sorocaba, SP. Figure 1. Ipaneminha de Baixo watershed, Sozocaba, SP. FLORESTA,Cuatba, PR v. 6,0.4,p. 489-446, cut / dex 2016, Leal, ME; Tonle, KC ISSN eleonien 19824688 Dor: 105380 61463.45809 41 Tabela 2. Caracteristicas morfométricas da microbacia Tpaneminha de Baixo, Sorocaba, SP. Table 2. Morphometric characteristics of the Ipaneminha de Baixo watershed, Sorocaba, SP. Parimetro morfomtrice Valor ra x Ein Pesimeto > 10,70kmn fg Comprimento do exo da baa le 4,120 | InuSccumostnde f ton § Pato de foma Ki 03a S —cocisiate de cmpacidade Re A indie de crulaidade te os Padi de densgem - Deauitco ‘Altods minima i 0m ‘Aine media Hin eam ‘Akitde maxima H 668m Amplitude sintien : sm & Declividade mininn : 0,068 % 2 Desiidede mia Dm este Declividade maxina - 3021% Orienagto : Newte Rano de elev Re 2 Orden da oc ¥ = Nimerodecanis a is | Gradiente do canal peicipal Ge 56% 2 Danidade de drenagem Di 2.60 kine S Denidade hidropriica Di 3.82 canis? Coeficiente de manutensao cm 038 mem % _Etensto do peruse superficial Ep 1am *% ——Comprimenta do curso d°agua principal L 282 km Conprinento total ds eursos dua a 4934 km Com relagio as caracteristicas de relevo a microbacia apresentou declividade média de 8,5%, sendo caracterizada com relevo predominantemente ondulado, onde 12,3% do terreno foram classificados como plano: 35.8% suave ondulado: $0,6% ondulado: 1.3% forte ondulado. A altirude variou de 580 2 668 metros resultando em altitude média de 624 m e amplitude altimétrica de $8 metros. A face de exposigio da foz da microbacia foi a orientagao norte, A razio de relevo que pode ser classificada em baixa (0 a 0,1), média (0,11 a 0,30) e alta (0,31 a 0,60). neste caso (0,02) foi considerada baixa. © gradiente do canal principal foi de 15,6%, apontando uma baixa declividade do curso d’igua principal ‘A densidade de drenagem, 2,60 km/km®, pode ser considerada como média, pois segundo Villela & ‘Mattos (1975) 0 valor deste parametro varia de 0,5 Km/Km*, em bacias com baixa drenagem, a 3,5 ou mais, nas bacias excepcionalmente bem drenadas. A densidade hidrogratica foi de 3,82 canaiskni e de acordo com 0 coeficiente de manutengdo obtido & preciso no minimo 0,38 km* para manter um quilometro de curso d’agua. ‘A extensio do percurso superficial, que representa a distiucia média percorrida pela égua da chuva antes de encontrar um curso digua, foi de 1.3 km. Uso e cobertura da terra ‘Em termos de ocupagio da terra, ha predominancia na microbacia de citrus ¢ culturas temporirias e, que juntas totalizam eezea de 40% da drea, enquanto que as pastagens esto presentes em aproximadamente 20% da 4rea total (Figura 2, Tabela 3). A cobertura do solo por vegetagdo nativa ¢ de 116,89 ha, o que representa 20% da frea de estudo, Na microbacia também se encontra um loteamento de 45,99 ha e uma malha urbana de 15,59 ha. As areas de preservagao permanente dos corpos d"gua contabilizam cerca de 100 ha e esto sendo principalmente ocupadas por vegetacao nativa, seguida de citrus, pastagem cultura temporaria. FLORESTA Cuatta, PR v 46.0.4. 459-446, out /dez 2016, Leal, MC: Tonllo, KC ISSN elewrmien 19824688, DOE 105380 :E1465.45809 42 rie tS i arate athe OS @ © Figura 2, Uso e cobertura da terra na microbacia do Ipaneminha de Baixo, Sorocaba, SP (a) e da area de ppreservagio permanente (b) Figure 2. Use and land cover in the Ipaneminha de Baixo watershed, Sorocaba, SP (a) and the permanent preservation area (b) Tabela 3. Area, em hectares, ocupada por cada categoria de uso e cobertua da tetra da microbacia do Ipeneminlua de Baixo, Sorocaba, SP e das areas de preservasio permanente (APP) Table 3. Area, in hectares, occupied by each category of use and land cover of Ipaneminha de Baixo watershed, Soroeab, SP and permanent preservation areas (APP) “Microbaci APP ‘Categorias © uso © cobertura da terra “Area (ha) “rea (ha) ‘Vesstagio Nativa 116.89 Bu Loteamento 45,99 059 Compa dag 13.89 232 Estrada de terra 9.13, s Estrada pavimentada 14s oa Rodovia $P-264 Sul 024 Cites 135.03 19,10 ‘Malla bona 1559 187 Ares edificada sug 039) 029 Postagem 107.76 18.68 12.99 ‘Cultura temporaria 98,04 17.00 B03 Area timida 19.14 3.33 691 Pins 0.87 os 022 Total 377.00 100 103.06 DISCUSSAO ‘Morfometria Considera-se que, quanto mais ramificada for a rede, mais eficiente seré o sistema de dienagem (FONELLO, eral, 2006). ‘A carga de sedimentos, a compartimentacao litolégica, a estruturagdo geologica e a declividade dos canais, segundo Horton (1945), influenciam a sinuosidade (Is). Quando o Is possui valor proximo a 1,0 0s canais FLORESTA Conta, FR ¥ 46.04, 9. 459-446 ou / dex 2016, Lal Ms. Tonio ee ISSN cence 1982-688 Dor 10 S380. 465. 45009 48 apresentarm tendéncia retlinea ¢ tendem a ser tortuosos com valores superiores a 2,0; enquanto que os valores intermediérios indicam formas transicionsis (SCHUMM; LICHTY, 1963). 0 Ts encontrado nesse estudo foi muito préximo a 1,0 apontando a tendéncia retilines, 0 que pode implicar em maior velocidade da agua, maior carreamento e meaoe aciimulo de sedimentos no canal principal (ANTONELLI: THOMAZ, 2007). ‘A forma de uma bacia hidogratica esta relacionada ao tempo de concentragio, ou sea, tempo que a qua do ponto mais remoto leva para chegar 4 foz da mesma. Quanto menor o valor do fator de forma mais alongada tende ser a bacia (LIMA, 2008). Segundo Villela ¢ Matios (1975), uma bacia com o fator de forma baixo, como o valor encontrado para a mierobacia em estudo (Tabela 2), € menos sujeita a enchentes que outa dde mesmo tamanho, porém com fator de forma distinta Com um coeficiente de compacidade proxima a 1,0 a bacia se aproxima de uma forma cigeular, caso contrario @ forma éa bacia ¢ mais alongada (VILLELA: MATTOS, 1975). Neste caso, o resultado indica que a bnacia se aproxima de uma forma mais alongada No caso do Ie também quanto mais prdximo de 1,0 mais circular & a bacia (LIMA, 2008), assim o Ie eacontrade corrobora com unis forma mais proxima da aloagada e maior tempo de concentragao da gua. O fate da microbacia ter sido classificada com formato oblengo/ovalado indica que a mesma tem uma tendéacia baixa’mediana a encheates, em condigées normais de pluviosidade anual. Em estudo semelhante realizado por Pinheiro (2011) na microbacia do cérrego Ipaneminha, também afluente do Rio Ipanema, 0s valores dos indices relacionados a forma foram muito preximos aos deste estud. A declividade também est relacionada ao tempo de concentragio da agua na baci, influenciando assim «© tempo em que a dua da chuva demora a alcangar a rede de drenazem. Quanto maior o tempo de concentragio, devido a menor declividade do terreno, maior a chance de infiltragio da agua no solo, 0 que vai depender também do uso e cobertura da terra (LIMA, 2008). Pinheiro (2011) e Antoneli ¢ Thomaz (2007) também encontraram valores de deelividade média muito préximos ao encontrado nesta microbacia, 8.2% e 8.0% respectivamente © baixo valor de raz8o de relevo obido indica que o rio tem uma baixa razdo entre o componente vertical (amplitude altimétrica) e horizontal (comprimento) e quanto menor o valor meaos acidentado é 0 relevo predominante no regide. Menezes et al. 2014) obtiveram © mesmo valor de razio de relevo para a bacia do Ribeirdo Vermelho, MG. © qradiente do canal principal expressa em porcentagem a relaglo entre a cota méxima eo comprimento do canal principal. A bacia do Arroio Boa Vista, PR analisada por Antoneli ¢ Thomaz (2007) apresentou gradieate de 15%, proximo 20 do presente estud. Analisando esses dois wltimos parimetros percebe-se que o canal principal, assim como a bacia, presenta baixa declividade o cue proporciona tun esccameato superficial mais eato e menor pressto de erase. Valores baixos de densidade de drenagem estio geralmente associades a regides de solos mais permesveis, possibilitando que a infllragdo seja mais eficiente (LIMA, 2008). Valor semelhante foi encontrado por Silva e Tonello (2014) na bacia do Ribeirio dos Pinheiriahos em Brotas, SP. Pinheiro ef a. (2011) a0 estudar uina microbacia com valores aproximados de area e declividade média observou uma densidade de . Acesso em: 09 jun. 2015. BRASIL, Lei Federal n°, 12.651, de 25 de maio de 2012, dispde sobre a protecio da vegetagdo nativa; altera as Leis n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n®*4,771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de i4 de abril de 1989, © a Medida Provisoria n* 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dé outras providéncias. Diario Oficial da Unio, Brasilia, DF. vinte © cinco de maio de 2012, Disponivel em: htpy/www-planalto.gov.br/ecivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/112651 unm, Acesso em: 23 abril 2015, CENTRO DE PESQUISAS METEREOLOGICAS E CLIMATICAS APLICADAS A AGRICULTURA (CEPAGRI), Disponivel em: . Acesso em: 12 agosto 2016. LIMA, W. P. Hidrologia Florestal aplicada a0 Manejo de Bacias Hidrogréficas. Piracicaba/SP: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiré2”, 2008, 245 p, LIMA, W. P; ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de matas ciliares. In: Rodrigues, R. Rs Leitdo Filho, H. F. (ed), ‘Matas Cillares: Conservacio e recuperagio, Sio Paulo: EDUSP, FAPESP, 2.ed. 2004, 320 p. MENEZES, J. P. C.: FRANCO, C. S OLIVEIRA, L. F. C; BITTENCOURT, R. Ps FARIAS, M. S FIA, R. ‘Morfometria ¢ evolugdo do uso do solo e da vazao de maxima em uma microbacia urbana. Revista Brasileira de ‘Geomorfologia, v. 15,2. 4, p. 659-672, 2014. MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA) Geo Catalogo. Disponivel em: Acesso em: 15 maio 2015. NARDINI R.C.; POLLO, R. As BARROS. Z. Xz CARDOSO, L. G.; GOMES, L. N. Anilise morfométrica e simulagao das Areas de Preservacdo Permanente de uma microbacia hidrogréfica. Irriga, Botucatu, v. 18, 2. 4 687-699, 2013. OLIVEIRA, J.B. de, CAMARGO, M. N.; ROSSI, M.; CALDERANO FILHO, B, Mapa Pedologico do Estado de Sio Paulo: legenda expandica. Campinas: Instituto Agrondmico/E MBRAPA — Solos, 1999, 64 p. PINHEIRO, R. C; TONELLO, KC; VALENTE, RO. A: SANTOS, | P. Ocupagio # caractetizacao hidrologica dda microbacia do Césrego Ipaneminha, Sorocaba-SP. Inriga, Botucatu, v. 16, n. 3, p. 284-245, 2011. PINTO, L. V. A; BOTELHO, S. A; DAVIDE, A. C; FERREIRA, E. Estudo das nascentes da bacia hidrosrafica do Ribeiro Santa Cruz, Lavras, MG. SCIENTIA FORESTALIS, n. 65, p. 197-206, 2004, SCHUMM, S. A. Evolution of drainage systems and slopes in badlands of Perth Amboy. Bulletin of Geological Society of America, , 67, p. $97-646, 1956 SCHUMM, 8. A: LICHTY, R. W. Channel widening and flood -plaia construction along Cimarron River, southwestern Kansas. Geol. Soc. Am. Bull. v. 70, p. 16-75, 1963. SILVA, J. L; TONELLO, K. C. Morfometria da Bacia Hidrografica do Ribeirdo dos Pinheisinhos, Brotas/SP. Irviga, Botucatu, v. 19, n. 1, p. 103-114, 2014 STRAHLER, A. N, Quantitative analysis of watershed geomorphology. Trans. American Geophysical Union, ve 38, p 913-920, 1957, STRAHLER, A. N. Quantitative geomorphology of drainage basins and channel networks. In: CHOW, V. T. (Ed.) Handbook of applied hydrology. New York, McGraw-Hill, 1964 TONELLO, KC; DIAS, H.C. T; SOUZA, A. L; RIBEIRO, C. A. A. S LEITE, F. P. Morfometria da bacia hidrografica da Cachoeira das Pombas, Guaahies ~ MG. Revista Arvore, Vicosa-MG, v. 4.1, 8, p. 156-168, 2006. VILLELA, S. Ms MATTOS, A. Hidrologia aplicada, Sio Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975, 245 p. VILLELA, F. N. J. Analise da relagao relevo-rocha-solo no contato Planalto Atlantico - Depressi Periféricn Paulista. 2011. 279 f Tese (Doutorado em Geografia Fisica), Faculdade de Filosofia, Letras (Ciéucias Humanas, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 2011. FLORESTA Cuatta, PR v 46.0.4. 459-446, out /dez 2016, Leal, MC: Tonllo, KC ISSN elewrmien 19824688, DOE 105380 :E1465.45809

Você também pode gostar