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Aglomeracao Desaguamento e Tratamento Unidade I
Aglomeracao Desaguamento e Tratamento Unidade I
E TRATAMENTO
UNIDADE I
AGLOMERAÇÃO
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
AGLOMERAÇÃO..................................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
PELOTIZAÇÃO................................................................................................................................................................................. 6
CAPÍTULO 2
FORMAÇÃO DE PELOTAS......................................................................................................................................................... 12
CAPÍTULO 3
SINTERIZAÇÃO............................................................................................................................................................................. 16
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................19
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AGLOMERAÇÃO UNIDADE I
O Capítulo 2 segue explicando como ocorre a formação da pelota e quais são as principais
etapas de uma planta de pelotização e constituintes para conseguir produzir as pelotas.
Nesse capítulo, ainda são apresentados os dois principais equipamentos de pelotização:
tambores e discos de formação de pelotas.
Objetivo da Unidade
» Estudar o processo de pelotização.
Bons estudos!
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UNIDADE I | AGLOMERAÇÃO
.
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/primeira-usina-pelotizacao-brasil-vale-ponta-tubarao.aspx.
CAPÍTULO 1
PELOTIZAÇÃO
Determinar a granulometria fina na indústria mineral varia conforme o minério que está
sendo utilizado no processo. Por exemplo, se for realizado o tratamento convencional de
carvão, as partículas minerais são consideradas finas com o tamanho menor que 0,6mm.
No entanto, se o tratamento for realizado no minério de ferro, a parcela fina não utilizada
na concentração pode ser inferior a 20µm. Portanto, não é fácil realizar uma generalização
para a fração fina (LUZ et al., 2010).
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AGLOMERAÇÃO | UNIDADE I
Uso direto na
Parâmetros Briquetagem Pelotização
sinterização
Processo Adição à mistura Compressão ou extrusão Pelotamento e queima
Controle de operação Médio Muito fácil Relativamente simples
Ligantes Nenhum Usa Vários tipos
Distribuição granulométrica 0,1 a 5mm Heterogênea Fina (>900cm2/g)
Produtividade Sem efeito Alta Média
Volume da escória Médio Baixo Médio
Contaminantes Zn, Álcalis Depende do ligante Depende do resíduo e do ligante
Custos Alto Baixo Alto
Fonte: adaptado de Vargas (2007) apud Baptísta (2016).
Esses processos podem ser aplicados, por exemplo: a pelotização de finos de minérios e/ou
concentrados de ferro, a sinterização em usinas siderúrgicas integradas e a briquetagem
em finos de carvão mineral.
Pelotização
O processo de aglomeração mais atual é a pelotização e é advindo da necessidade de
uso de concentrados finos de magnetita, alcançados no processamento de minérios de
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UNIDADE I | AGLOMERAÇÃO
ferro nos Estados Unidos da América. A aglomeração de um material fino deve possuir
um alto índice de pulverização, isto é, uma superfície específica alta com valor em 2.000
cm2/g e umidade constante (LUZ et al., 2010).
Durante muitos anos, os minérios utilizados nos altos-fornos passavam pelo processo
de britagem e posteriormente sofriam classificação na mina ou nas usinas siderúrgicas.
Então, a fração grosseira era usada, enquanto a fração fina se acumulava em pilhas e
bacias sem aplicação econômica.
A procura por técnicas para conseguir realizar o aproveitamento da fração fina do minério
foi o que possibilitou o surgimento dos processos de aglomeração utilizados atualmente.
Januzzi (2008) explica que foi um processo desenvolvido no ano de 1912 por A. G.
Anderson e C. A. Brackelsberg, mas apenas a indústria de minério de ferro abraçou esse
processo por meio da implantação de uma planta piloto com capacidade para 120t/dia
de pellets na Alemanha em 1926.
Barros (2016), em consonância com autor acima, ressalta que a pelotização de minério
de ferro foi inventada no início do século XX a fim de utilizar os finos de minério de
ferro provenientes da lavra e beneficiamento que não conseguiam ser aproveitados nos
processos de redução.
Nunes (2004) explica que o propósito da formação das pelotas é conseguir o tamanho
desejado e as características mecânicas adequadas que possibilitem o transporte com
segurança do equipamento de formação para o equipamento em que é realizado o
endurecimento.
Essas forças presentes nas interfaces nada mais são que a tensão superficial da água e
as forças capilares que agem nas pontes líquidas que são formadas entre as partículas
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AGLOMERAÇÃO | UNIDADE I
de minério. Essas pontes líquidas possuem uma superfície côncava. Logo, nessas
circunstâncias, há uma resistência à tensão.
Nos casos em que os limites dos capilares alcançam a superfície externa da pelota,
compondo poros externos, a sucção capilar gerada na interface ar/água ocasiona uma
reação de mesma intensidade sobre os grãos, e assim as partículas permanecem ligadas,
efeitos esses que são apresentados na figura abaixo.
água
água
partícula partícula
As partículas possuem movimentos relativos que auxiliam a adesão entre elas, e isso
ocorre devido ao aparecimento de diferentes pontos de contato que existem entre os
grãos e superfícies, em que a maior quantidade possível de capilares deve ser formada.
Por causa da tensão superficial da película de água, são formadas pontes de líquido,
como mostra a figura 2 B, e, como consequência do movimento das partículas no
interior do disco de pelotamento e da união individualizada das gotas de água,
forma-se uma aglomeração com muitas partículas (figura 2 C).
Na parte interna desse aglomerado não compactado, as pontes líquidas primas surgem
entre a grande quantidade de sítios vazios que continuam a existir. Essas pontes são
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UNIDADE I | AGLOMERAÇÃO
responsáveis por manter as partículas conectadas como em uma rede, produzindo pelotas
sem a necessidade de compactação.
Nesse estágio, o ponto ótimo de formação da pelota é atingido quando não existe mais
nenhum poro dentro delas que não esteja preenchido com líquido. No entanto, não há
o revestimento total do aglomerado (figura 2E). Nessa etapa, as forças capilares agem
fortemente.
Na etapa que finda a formação da pelota, as partículas sólidas são totalmente revestidas
pela película de água. Nesse momento, as partículas sólidas são mantidas pela tensão
superficial que se torna completamente ativa (figura 2F), e a há redução vigorosa do
efeito das forças capilares.
A – Partícula sólida coberta por um filme de água; B – Início da formação das pontes
líquidas; C – formação do aglomerado; D – densificação do aglomerado; E e F – formação
de pelota crua.
A Água B C
Partícula
D E F
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Os seguintes fatores são importantes para a formação de pelotas verdes (NUNES, 2004):
» as forças físicas;
» área superficial;
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CAPÍTULO 2
FORMAÇÃO DE PELOTAS
Pelotamento
Ciclo
térmico no Secagem
forno de Pré-Queima
pelotização Queima
para Resfriamento
produção
da Pelota
queimada
Pelotas
Costa (2008) resume o fluxograma acima explicando que o primeiro estágio consiste
na formação das pelotas cruas ou pelotas verdes em equipamentos conhecidos como
discos ou tambores, onde o minério fragmentado em partículas demasiadamente finas
com distribuição granulométrica correta, logo após a mistura dos aditivos, é pelotizado
com o acréscimo ou não de água complementar.
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AGLOMERAÇÃO | UNIDADE I
Para o minério de ferro, principal minério que utiliza esse processo, os aditivos relevantes
são: calcário, a magnesita, o carvão e aglomerante. No estágio posterior, as pelotas verdes
passam por tratamento térmico: secar, pré-aquecer, queimar e resfriar, por meio de
ciclos térmicos predefinidos, buscando formar as pelotas queimadas.
Em consonância com Costa (2008), Augusto (2012) e Luz et al. (2010), a pelotização
é contínua e pode ser realizada por meio de discos de pelotização e tambor rotativo. O
mais utilizado atualmente é o disco de pelotização, e as variáveis básicas para esse disco
são a velocidade de rotação e o ângulo de inclinação (AUGUST0, 2012).
Além dessas duas variáveis citadas acima, Luz et al. (2010) cita: taxa de alimentação;
profundidade útil; posição dos raspadores; espessura da camada de fundo; posição do
ponto de alimentação. Todas essas variáveis operacionais interferem diretamente no
tempo de residência em que o material permanece dentro do prato pelotizador. A figura
4 mostra um disco de pelotização.
Suporte dos
raspadores Mistura
Desagregador
Disco ou prato
Redutor
pelotizador
Motor
Carga circundante
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Ponto de
Alimentação
Descarga
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L= 9 a 11m
Raspador
D=3-3,6m
6- 10°
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Nunes (2004) ressalta que, além da formação de pelotas em tambores e discos, em que
a mistura de minério e água rolam no equipamento, as pelotas podem ser obtidas pela
agregação das partículas sólidas dentro de um misturador. Nesse caso, as partículas
são ligadas conforme a posição mais oportuna, uma em relação às outras, e sofrem
compactação pelo movimento gerado pelo misturador.
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CAPÍTULO 3
SINTERIZAÇÃO
Essa referência ainda afirma que a elevada eficiência dos minérios aglomerados na
siderurgia torna comum o processo de fragmentação, seguido de aglomeração.
Cardoso (2016) explica que, nesse método, uma grande quantidade de coprodutos que
possuem granulação fina passa por um processo de compactação, e se transformam os
corpos coesos por meio de mecanismos físico-químicos, quando são expostos a altas
temperaturas. No entanto, essas temperaturas não podem ultrapassar a temperatura
de fusão do material.
Essa operação ocorre por causa dos movimentos atômicos que são produzidos com o
objetivo de reduzir a energia superficial associada ao material em pó que ainda não foi
sinterizado. “A energia superficial por unidade de volume é inversamente proporcional ao
diâmetro das partículas. Assim, partículas menores possuem mais energia e sinterizam
mais rapidamente que as partículas maiores” (CARDOSO, 2004, p. 34).
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Coque
Fundente Poro
Minério Não
fundido
Cálcio
Magnetita
Silicato
Quasi- Minério Sínter
partícula
» temperatura de sinterização;
» utilização de aglutinante;
» umidade da mistura;
Barros (2016) ressalta que esse processo é termicamente ativado e possibilita que
um grupo de partículas de certo material em contato a princípio consiga atingir uma
resistência mecânica. Ao longo da execução dessa técnica, a porosidade existente na
estrutura é fechada.
Para que a porosidade seja fechada, é preciso que o material seja deslocado para que
os espaços vazios sejam preenchidos. O modo como isso acontece é que define os
mecanismos para estimular a sinterização, que são: a sinterização por fase sólida, fase
líquida, sinterização ativada, sinterização reativa.
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UNIDADE I | AGLOMERAÇÃO
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REFERÊNCIAS
CHAVES, Arthur Pinto. Teoria e prática do tratamento de minérios. 2 ed. São Paulo: Editora
Signus, 2004.
JANUZZI, Aércio. Análise da aglomeração a frio no processo Hps (hybrid pelletized sínter)
com ênfase nas matérias-primas envolvidas. Dissertação (Mestrado Engenharia Metalúrgica e de
Minas) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
LARA, Ana Flávia Morais de. Espessamento e transporte de pasta mineral. Dissertação (Mestrado)
– Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2011.
LUZ, A. B.; SAMPAIO, J. A.; FRANÇA, S. C. A. Tratamento de minérios. 5ª edição. Rio de Janeiro:
CETEM/CNPq, 932p. 2010.
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Referências
VILELA NETO, Gil Ribeiro. Maximização do desaguamento dos rejeitos minerais gerados
pela concentração do minério de ferro. 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica,
Materiais e de Minas) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.
Referência Ilustrativa
Figura 3
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/voce-sabe-o-que-e-pelotizacao.aspx.
Figura 4
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/voce-sabe-o-que-e-pelotizacao.aspx.
Figura 25
Fonte: http://www.enobrasil.com.br/br/equipamento/11-5-1-filtro-rotativo-a-vacuo-sv.
Figura 28
Fonte: http://www.mausa.com.br/?pagina=produtos-detalhes&id=16.
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