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4.

Entendendo como o assédio moral


ocorre
Introdução do módulo 04

Sabemos que o assédio moral no trabalho pressupõe conduta abusiva reiterada


e intencional dirigida a um empregado ou grupo de profissionais e que atenta
contra a personalidade e a dignidade psíquica da pessoa.

Mas, você já refletiu sobre quais condutas práticas no dia a dia profissional
podem configurar o assédio moral no trabalho?

A resposta para essa pergunta é complexa pois as condutas que apresentam os


requisitos para configuração de um ato de assédio moral são inúmeras e
diversificadas tendo relação direta com o campo do comportamento humano
que por sua vez é um tema também complexo.

Neste módulo, vamos explorar exemplos de condutas que podem configurar


assédio moral no trabalho se forem reiteradas e intencionais.

Apresentaremos, ainda, possíveis estratégias para tratar ou prevenir a


ocorrência do assédio moral no trabalho. Vamos lá?!

Situações que caracterizam o assédio moral no


trabalho

Para podermos identificar condutas que podem ser consideradas assediadoras


apresentaremos algumas práticas que têm sido reconhecidas como assédio
moral no trabalho quando preenchidos os requisitos que configuram essa
prática.
Conheça a seguir alguns exemplos de comportamentos que podem configurar
condutas assediadoras!

• Desprezar, sem justificativas a opinião de colegas, gestores estagiários ou


terceirizados.
• Manipular, omitir ou postergar o repasse de informações a pessoas que
delas necessite para as atividades do trabalho sejam colegas, ou gestores.
• Esvaziar as atribuições de um profissional gerando nele a sensação de
inutilidade ou incompetência.
• Postar mensagens em redes sociais ou ferramentas corporativas que
depreciem colegas, gestores estagiários ou terceirizados.
• Esquivar-se de estabelecer uma comunicação direta com um profissional
ou grupo utilizando comunicação indireta como bilhetes, email ou envio
de recados por intermédio de outros colegas.
• Fragilizar, ridicularizar ou menosprezar colegas, gestores estagiários ou
terceirizados seja por meio de palavras ou gestos de desprezo como
ironias, risinhos, suspiros, piadas, olhares desdenhosos, cochichos entre
outras condutas que visam inferiorizar o profissional.
• Responsabilizar um profissional publicamente sem fundamento e de
forma desproporcional ressaltando sua incompetência ou incapacidade
para realização do trabalho.
• Amedrontar um profissional, colega gestor, estagiário ou terceirizado
reforçando a possibilidade de punições ou, até mesmo, de demissão caso
adote uma conduta específica ou não realize um determinado trabalho.
• Submeter um colega, estagiário, terceirizado ou profissional a rituais
constrangedores ou humilhantes para aceitação no grupo como
dancinhas, prendas ou castigos.
• Designar atividades sem sentido ou que jamais serão utilizadas para
expor e fragilizar um profissional.
• Divulgar rumores a respeito de supostos problemas psicológicos de um
profissional, colegas, gestores, estagiários ou terceirizados.
• Criticar ou expor acontecimentos ou hábitos vinculados à esfera privada
de colegas gestores, estagiários, ou terceirizados.
• Disseminar boatos ofensivos ou calúnias a respeito de colegas gestores,
estagiários ou terceirizados.
• Determinar a realização de tarefas humilhantes a um integrante da
equipe.
• Sobrecarregar um determinado empregado repassando
responsabilidades excessivas cuja resolução é pouco factível.
• Invadir a intimidade por meio de escuta de ligações telefônicas leitura de
emails ou materiais deixados sobre a mesa do profissional.
• Zombar de atributos físicos da condição socioeconômica, da etnia, de
crenças religiosas ou de convicções políticas.
• Ofender o profissional utilizando termos ou gestos obscenos e
degradantes.
• Impor condições e regras de trabalho personalizadas, denotando
diferença em relação aos demais empregados e divergência às normas e
aos procedimentos internos.
• Isolar fisicamente um empregado para que ele não estabeleça contato
com os demais colegas.
• Instigar o controle de um profissional que não detém responsabilidades
gerenciais sobre outro, com o objetivo de estimular a desconfiança entre
colegas.
• Aplicar vigilância excessiva e vexatória quanto ao cumprimento de
responsabilidades horários ou vestimenta.
• Limitar o número de vezes e o tempo em que o profissional permanece
no banheiro.
• Atribuir apelidos pejorativos.
• Danificar, inutilizar ou interromper a operação de instrumentos de
trabalho ou equipamentos necessários para a realização das atividades
de colegas gestores, estagiários ou terceirizados.
• Reiteradamente, gritar ou abordar de maneira ríspida, desrespeitosa ou
constrangedora colegas, gestores, estagiários ou terceirizados.
• Induzir o profissional ao erro de maneira deliberada.
• Ignorar limitações físicas, problemas de saúde ou recomendações
médicas que possam interferir na realização de tarefas chegando a
ridicularizar o profissional por tal condição.

Esses comportamentos podem configurar condutas assediadoras!

As opções de condutas que podem ser escolhidas pelo assediador para atingir
seu alvo são inúmeras justamente por estarmos falando de um fenômeno
comportamental. Por isso, é muito importante estarmos atentos a ocorrências
como as exemplificadas tanto para interromper uma tentativa de assédio que
esteja em curso quanto para adotar as medidas pertinentes e reduzir os danos
para a vítima para a Empresa e para a sociedade.

Como lidar com situações que podem caracterizar


o assédio moral no trabalho

Apesar de o assédio moral acarretar severos prejuízos ao indivíduo assediado, à


equipe e à organização é possível adotar estratégias de enfrentamento e
intervenção para coibir ou combater essa prática no trabalho.

Apresentaremos a seguir estratégias que podem ser adotadas pela vítima para
tratar situações que configuram ou podem passar a caracterizar o assédio no
ambiente de trabalho.

A intenção é trazer uma reflexão a respeito de práticas que se adotadas


isoladamente ou em conjunto podem render benefícios concretos para coibir a
instalação ou perpetuação do assédio moral no trabalho.

Não pretendemos apresentar um manual que contemple todas as


possibilidades de intervenção ou reação. Trataremos de situações pontuais que
atentam contra valores éticos com o objetivo de coibir a recorrência dessas
situações ou mesmo a geração de problemas mais complexos.

E o que fazer quando você é a vítima?

Caso você esteja vivenciando uma situação de assédio é muito importante


analisar se determinadas condutas são realmente aceitáveis, banais ou normais.

A primeira coisa para se ter em mente é que não é aceitável alguém causar a
você ou a um colega constrangimento, humilhação, desrespeito ou cerceamento
de maneira reiterada e intencional. Independente da posição ou importância
que tenha na empresa ou no grupo.
Por isso, não se submeta! Diga não ao assediador!

Para reagir à intimidação que o assédio moral causa o profissional deve


conhecer e saber identificar que está sofrendo assédio moral.

Quando houver a possibilidade de diálogo tente, em um primeiro momento


expor os seus sentimentos os danos que a situação vem causando e as possíveis
consequências da prática do assédio.

Sempre que possível procure o autor da conduta e trate de forma aberta sua
insatisfação com aquele fato solicitando a ele que não mais adote tal
comportamento.

Esse tipo de atitude é importante mesmo em uma situação pontual que não
configure necessariamente o assédio moral mas que possa ser desrespeitosa no
contexto das relações profissionais.

Como segundo passo é fundamental dar visibilidade ao fato. Busque o auxílio


de sua chefia imediata. Tenha em mente que o gestor entre outras atribuições é
responsável por zelar pela manutenção de um clima de trabalho adequado
orientando e conduzindo sempre que necessário o comportamento esperado
nas relações profissionais. Provavelmente, com a atuação do gestor as condutas
assediadoras vão cessar e os danos derivados da prática poderão ser reduzidos.

Caso o gestor seja o próprio agente assediador ou, por algum motivo, você não
sinta confiança para compartilhar as situações e solicitar ajuda da sua chefia
procure apoio e solicite a intervenção do gestor imediatamente superior.

Quando a atuação gerencial não for suficiente para resolução do problema você
deve buscar suporte junto à Comissão de Ética da Empresa relatando condutas
consideradas inaceitáveis sob o ponto de vista ético. A Comissão de Ética poderá
orientar sobre como agir na busca de alternativas para o tratamento e a solução
do problema.

E você sabia que o Serpro tem sua própria Comissão de Ética?


Comissão de Ética do Serpro (CES)

A Comissão de Ética do Serpro (CES) é vinculada ao Diretor-Presidente e tem


suas atribuições e funcionamento amparados no Decreto nº 6.029, de 1º de
fevereiro de 2007 e na Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008, da
Comissão de Ética Pública (CEP). (Fonte http://www.serpro.gov.br/menu/quem-
somos/etica-e-integridade/etica/comissao-etica-serpro-ces/)

É importante também que você busque apoio de familiares e pessoas em quem


confia. O apoio e a solidariedade são fundamentais para melhor compreensão
da situação vivenciada a manutenção da autoestima dignidade e confiança.

Evite sentimentos de culpa inferiorização ou anuência com as práticas


arbitrárias que envolvem o assédio. Caso necessário além das medidas
apresentadas busque suporte profissional para aplicar técnicas de
enfrentamento e de relaxamento minimizando futuros problemas.

E quando você percebe que um colega está sendo assediado,


o que você pode fazer?

Para ajudar um colega que, na sua avaliação tem sofrido com uma conduta
assediadora de outro empregado é fundamental que você tenha clareza do que
é considerado assédio moral no trabalho.

Tendo clareza do que é assédio contribua com a manutenção de um clima de


trabalho saudável e apoie as pessoas que sofrem o assédio ou que são vítimas
de situações ou ataques pontuais.

Ainda que você tenha receio de se expor e sofrer retaliações caso tenha
presenciado cenas de humilhação, desrespeito, constrangimento ou
discriminação dirigida a um colega manter-se em silêncio contribui para a
perpetuação da prática inadequada e até mesmo para a cristalização do assédio
moral.
Como colega, que testemunha ou tem conhecimento desse tipo de prática há
algumas ações que você pode adotar. Vamos conhecer algumas delas!

• Ofereça apoio à vítima buscando encorajá-la a tratar a questão sem se


submeter às práticas assediadoras.
• Procure sua chefia imediata relatando o que sabe ou presenciou e solicite
mediação para tratamento do problema.
• Quando não for possível solicitar intervenção da chefia em razão de
suposto envolvimento direto ou indireto do gestor nas práticas adotadas
busque auxílio de chefias imediatamente superiores.
• Compartilhe a situação com outros colegas que possam de fato ajudar. É
importante dar visibilidade ao problema. No entanto, tenha cautela pois a
vítima precisa ser protegida e não exposta.
• Não dissemine o que sabe ou presenciou de forma irrestrita entre outros
colegas que não poderão contribuir diretamente para resolução do
problema.
• Procure a Comissão de Ética para comunicar os fatos que presenciou ou
teve conhecimento. A Comissão poderá orientar sobre as medidas
pertinentes e atuar em questões ou conflitos pontuais visando afastar a
configuração futura do assédio moral em si.
• Não negligencie o que você percebeu ou teve conhecimento!

Tenha em mente que um ambiente de trabalho saudável é uma conquista


diária. Esse ambiente se tornará possível quando houver vigilância e zelo
constantes visando a manutenção de relações respeitosas e condições de
trabalho dignas baseadas no respeito ao outro no diálogo, na ética e na
participação.

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