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Yumara Vasconcelos

Doutora em Administração pela Universidade


Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Contabilida-
de pela Fundação Visconde de Cairu (FVC). Gra-
duada em Ciências Contábeis pela Universidade
Católica de Salvador (UCSAL).  Escritora. Possui
grande experiência na coordenação acadêmica
de cursos a distância, dirigindo projetos nessa
modalidade.

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Registro contábil

Débito e crédito
Os registros contábeis são realizados com base no método de partidas
dobradas. Toda aplicação ou investimento tem uma ou mais origens de re-
cursos; dito de outra forma: o total de débitos deve coincidir com o total de
créditos.

As aplicações são representadas no sistema patrimonial pelos ativos. As


origens ou fontes de recursos são representadas pelo passivo (capital de
terceiros) e patrimônio líquido (capital próprio).

As fontes de recursos podem ser de capital próprio ou de terceiros.

Palavras-chave associadas ao débito e crédito


Débito Crédito
Destino, aplicação, utilização Origem, fonte de recursos
Ativo Passivo e patrimônio líquido

As contas de ativo possuem saldo devedor. O total da coluna de débitos,


pela lógica da própria movimentação, é maior que o total da coluna de cré-
ditos. A diferença entre débitos e créditos é que produz os saldos.
Contas de ativo
Débito Crédito
Coluna devedora Coluna credora
Saldo

O saldo da conta é obtido pela diferença entre o valor total da coluna de


débito e o total da coluna de créditos.

Um saldo se forma a partir da movimentação da conta. Denominamos


de “movimentação” qualquer modificação ocorrida na conta por meio das
transações ou eventos contábeis.
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Registro contábil

Debitamos uma conta de ativo sempre que adicionamos ou inserimos


itens ao patrimônio e creditamos sempre que utilizamos seus recursos, ou
simplesmente, baixamos os respectivos itens. Por exemplo, ao adquirir-
mos bens (móveis, utensílios, equipamentos, imóveis etc.) devemos debitar
a conta de ativo correspondente pelo custo de aquisição do bem. Ao bai-
xarmos os mesmos devemos realizar o lançamento a crédito. O crédito de
uma conta de ativo pode dizer respeito também à utilização de recursos.
Por exemplo, o registro de um recebimento deve ser feito a débito na conta
caixa (ou bancos conforme a situação) e o registro de um pagamento utili-
zando os recursos de caixa deve ser feito a crédito na referida conta.

Creditamos uma conta de passivo sempre que reconhecemos uma obri-


gação (dívida) e debitamos quando a amortizamos (pagamento). Sempre
que assumirmos um compromisso, devemos lançá-lo a crédito no passivo.
Por exemplo, ao comprarmos a prazo devemos creditar a conta fornece-
dores, retratando esse compromisso. Ao amortizarmos a dívida, devemos
debitá-la no ativo.

Contas de ativo
Débito Crédito
Ingresso de recursos Utilização de recursos
Saldo

Contas de passivo
Débito Crédito
Pagamento/baixa de obrigações Lançamento de obrigações
Saldo

Outros exemplos:

Bancos (ativo)
Débito Crédito
Recebimentos via depósito Pagamentos
Saldo

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Registro contábil

Empréstimos (passivo)
Débito Crédito

Obtenção do empréstimo e seu


Pagamento das parcelas devidas
reconhecimento

Saldo

Como se vê, a movimentação nas contas de ativo é contrária à movimen-


tação bancária, o que gera alguma confusão no entendimento.

As contas de passivo e patrimônio líquido, como representam origens


de recursos, têm saldo credor.

Contas de ativo
Débito Crédito

Diminuição de saldo (baixas,


Aumento de saldo (entradas)
retiradas)

Saldo devedor

Contas de passivo ou patrimônio líquido


Débito Crédito
Diminuição de saldo Aumento de saldo
Saldo credor

Vejamos algumas situações de débito e crédito:

Situações de débito Situações de crédito

 Ingresso de ativos por meio de depósitos,


recebimento de vendas e dividendos.

 Injeção de recursos na entidade oriundos


 Reconhecimento de uma dívida (emprés-
dos sócios (movimento de entrada na
timos, financiamentos, compras a prazo).
conta Bancos ou Caixa).
 Saque em dinheiro (movimento de saída
 Empréstimos recebidos de terceiros (mo-
na conta Bancos).
vimento de entrada na conta Bancos).
 Cheques emitidos e apresentados pelos
 Inserção de ativos no patrimônio da en-
favorecidos (movimento de saída na con-
tidade (movimento de entrada na conta
ta Bancos).
do ativo).

 Reconhecimento de direitos (movimento


de entrada na conta do ativo).

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Registro contábil

Exemplos de aplicação do método de partidas dobradas:

Exemplo 1.

Aquisição de máquinas e equipamentos por R$3.000,00 a prazo.

Ativo:

Máquinas e equipamentos
Débito Crédito Partida
R$3.000

Inserção de patrimônio.
Aplicação / destinação de
recursos.

Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Através de paga-


mento a prazo.

Passivo:

Contas a pagar
Débito Crédito Contrapartida
R$3.000

Fonte de recursos: capital


de terceiros.

Tivemos duas contas envolvidas nesse registro: uma de ativo e outra de pas-
sivo, mas observe que a importância debitada correspondeu àquela creditada.

Débito (conta de ativo) Crédito (conta de passivo)


R$3.000 R$3.000

A aquisição em questão, aplicação de recursos, teve como origem o capi-


tal de terceiros (passivo). Ao comprarmos a prazo estamos nos financiando
com o capital de terceiros. O passivo corresponde a recursos comprometidos
com terceiros. As contas de passivo comunicam esse compromisso. Aplicou-
-se o método de partidas dobradas: total de débitos = total de créditos ou
simplesmente, total de aplicações = total de origens.
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Registro contábil

Obs.: A inserção de bens é feita debitando-se o valor correspondente na


conta de ativo e creditando-se a(s) conta(s) que evidenciam a forma de fi-
nanciamento (pagamento).

Exemplo 2.

Compra de mercadorias para revenda por R$20.000,00 para pagamento


em 30, 60, 90 e 120 dias (parcelas iguais):

Ativo:

Estoque
Débito Crédito Partida
R$20.000

Inserção dos bens


adquiridos em
estoque.

Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? (Ou seja, qual a


conta que financiou a compra?) Resposta: foi a conta contas a pagar visto
que a compra foi realizada a prazo. Se fosse à vista, seria a conta caixa, por
exemplo.

Passivo:

Contas a pagar
Débito Crédito Contrapartida
R$20.000

Fonte de recursos: capital


Débito Crédito de terceiros.
R$20.000 R$20.000

Novamente, nota-se, em função da aplicação do método das partidas


dobradas que os totais de crédito e débito têm que equivaler-se, ou seja, o
resultado de um (passivo) deve ser o mesmo que o do outro (ativo).

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Registro contábil

Exemplo 3.

Pagamento da 1.a parcela (R$5.000,00) referente à compra de mercado-


rias pelo total de R$20.000,00. Como no exemplo 2 já foi lançada a entra-
da das mercadorias na conta estoque (e sua contrapartida na conta contas
a pagar), agora contabilizaremos o pagamento desta aquisição. Como se
pagou R$5.000,00 com dinheiro do caixa, então devemos creditar o valor
correspondente nesta conta:

Caixa
Débito Crédito
Saldo R$5.000

O crédito na conta caixa teve como contrapartida a baixa do valor na


conta de passivo correspondente: contas a pagar. A amortização da dívida
foi a aplicação ou destinação dos recursos retirados do caixa.

Débito  aplicação, destinação

Crédito origem, fonte

Contas a pagar
Débito Crédito Contrapartida
R$5.000 R$20.000
Saldo R$15.000 Saldo inicial.

Exemplo 4.

Compra de material de limpeza por R$200,00 para uso imediato a prazo.

Despesa de material de limpeza


Débito Crédito Destinação de
R$200 recursos.

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Registro contábil

Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Quem financiou a


compra?

Contas a pagar
Débito Crédito Contrapartida
R$200
Saldo inicial

As contas de resultado são compostas por contas de receitas, despesas


e custos. A movimentação das contas de resultado tem a mesma orientação
lógica apresentada anteriormente, ou seja, o “débito” corresponde à destina-
ção de recursos e o “crédito”, à origem.

As contas de receita são registradas a crédito porque as receitas são fontes


essenciais de recursos (elemento de sustentação do negócio) e têm como
correspondente o ingresso de ativos, bancos, caixa e/ou contas a receber. As
contas de despesa são destinações, nem sempre geram desembolsos ime-
diatos e são incorridas com o propósito de gerar receita.

São exemplos de despesas que não geram desembolso:

 compra de material de experiente para uso imediato por meio de car-


tão de crédito;

 despesa de depreciação, amortização e exaustão;

 serviços de manutenção prestados à entidade para pagamento em 30


dias após a execução do serviço.

Contas de resultado
Débito Crédito
Reconhecimento de despesas e custos Reconhecimento de receitas
uso/destinação de recursos fonte-mãe de recursos

Exemplo 5.

Compra de móveis e utensílios por R$8.200,00, com 50% do valor com


pagamento a prazo.

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Registro contábil

Móveis e utensílios
Ingresso do bem
Débito Crédito no patrimômino
R$8.200 da entidade.

Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Tendo em vista que


50% do pagamento foi à vista, então, o equivalente (R$4.100) sairá da conta
caixa (crédito) e os outros 50% serão lançados na conta contas a pagar (re-
conhecimento da dívida).

Débito  aplicação  destinação  Compra de móveis e uten-


sílios  partida

Crédito  origem  fonte  forma de financiamento da operação 


recursos de caixa (50%) e contas a pagar (50%)  contrapartida

A conta contas a pagar representa o capital de terceiros.

Tivemos no exemplo em questão: um débito correspondente ao somató-


rio de dois créditos (na conta caixa e na conta contas a pagar). Aplicou-se
novamente o método de partidas dobradas.

Contas a pagar
Débito Crédito Capital de terceiros.
Saldo inicial
R$4.100

Caixa
Débito Crédito Recursos disponíveis
Saldo inicial R$4.100
na própria entidade.

Exemplo 6.

Constituição de uma empresa com capital inicial de $56.000,00, em di-


nheiro. A conta capital social apresenta o investimento inicial dos sócios,
fonte primordial de recursos (capital próprio). A referida conta pertence ao
patrimônio líquido, possuindo, portanto, saldo credor. O registro é feito em

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Registro contábil

dois momentos, o de subscrição e integralização. A subscrição reflete o


compromisso dos sócios em integralizar o capital (investimento inicial) pac-
tuado em contrato pelos sócios. A integralização é o momento em que se
dá a contribuição efetiva dos sócios para a sociedade (entrega de bens e/ou
direitos).

Subscrição  compromisso contratual

Integralização  entrega de bens e/ou direitos (dinheiro, máqui-


nas, terrenos, imóveis etc.) para formação do patrimônio da entidade

Lançamento 1: subscrição

Patrimônio líquido

Capital social
Débito Crédito Patrimônio
R$56.000
líquido.

Patrimônio líquido

Capital a integralizar
Esta conta representa o
Débito Crédito compromisso dos sócios
R$56.000 em integralizar.

A conta capital a integralizar é também conhecida na literatura como


“capital a realizar”. Apesar de integrar o patrimônio líquido, possui saldo
devedor.

Após a subscrição, o passo seguinte é registrar a integralização de capital.


A integralização pode se dar de diferentes formas: em dinheiro, móveis e
utensílios, máquinas e equipamentos ou qualquer outro bem. Ou seja, os
sócios podem contribuir na sociedade de diferentes maneiras. Neste caso, a
integralização foi em dinheiro.

Lançamento 2: integralização

Os registros apresentados a seguir dizem respeito à integralização de ca-


pital social, em dinheiro.

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Registro contábil

Bancos
Débito Crédito
R$56.000(1)

Capital a integralizar
Débito Crédito
R$56.000 R$56.000(1)

A conta capital a integralizar, nesse momento, deixa de apresentar


saldo, pois o capital foi totalmente integralizado. Como se vê, a conta “capital
a integralizar” é uma importante conta de controle. Após a integralização de
capital inicia-se a movimentação financeira, ou seja, as transações corriquei-
ras que vitalizam o negócio (compras, pagamentos, recebimentos etc.).

Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é o relatório contábil que relaciona as aplicações
e as origens de recursos empregados em uma entidade, ou seja, os ativos,
passivos e patrimônio líquido. Quais as aplicações da entidade (ativo)? De
que maneira estas aplicações foram financiadas (passivo)? Recursos próprios
(patrimônio líquido)?

No Balanço Patrimonial o somatório dos saldos das contas de ativo cor-


responde à soma dos saldos do passivo (capital de terceiros) e do patrimônio
líquido (capital próprio).

Passivo e
IESDE Brasil S.A.

Ativo Patrimônio Líquido

Aplicações Origens

Na verdade, o Balanço Patrimonial corresponde a uma fotografia instantâ-


nea da situação patrimonial (situação estática, ou seja, de um dado momento).

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Balancete de verificação
O balancete de verificação é um instrumento interno que serve para veri-
ficação da exatidão dos lançamentos feitos na Contabilidade. Consiste na re-
lação das contas patrimoniais e de resultado, acompanhadas dos respectivos
saldos, posicionadas a débito e a crédito, segundo a natureza dos saldos.

Contas de ativo, de despesas e custos  saldo devedor

Contas de passivo, patrimônio líquido e receita  saldo credor

O balancete de verificação possui os seguintes elementos:

 identificação da empresa;

 data a que se refere o balancete;

 abrangência;

 relação de contas (grupos);

 saldo destas, com indicação se tais saldos são devedores ou credores;

 total dos saldos devedores e credores.

A análise desta modalidade de balancete pode ensejar ajustes ou corre-


ções. Deste balancete provém o Balanço Patrimonial.

Da denominação
Utiliza-se a expressão “balancete de verificação”, pois o balancete tem
como primeira função ou aplicação verificar se o total de saldo credor coinci-
de com o total de saldo devedor, ou seja, se o método das partidas dobradas
foi corretamente aplicado.

Da periodicidade
O balancete de verificação deve ser elaborado mensalmente. Entretan-
to, nada impede que seja elaborado e emitido em intervalos menores de
tempo. Quanto menor o período de abrangência do balancete, melhor para
o contador a fim de realizar a verificação da exatidão dos lançamentos. O
balancete é uma peça de conferência cujo nível de detalhamento deve ser
consentâneo (adequado) com seu propósito.
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Diferença entre balanço e balancete


O balanço atende tanto a fins internos quanto externos enquanto que o
balancete, em geral, é uma peça de trabalho do contador e alguns usuários
internos da Contabilidade, embora possa eventualmente servir a usuários
externos. O balancete é um relatório denso porque apresenta o movimento
de todas as contas do sistema de informações contábeis. O balancete deve
conter assinatura do contador responsável bem como o número de seu re-
gistro no órgão de classe.

Modelos de balancete:

Modelo básico:

Empresa: _____________________________
CNPJ: _________________________________
Período de abrangência: 01/01 a 31/12/XX
Balancete de Verificação em 31/12/XX

Saldo
Descrição das contas
Devedor Credor

Total

Modelo detalhado:

Saldo do mês Saldo do final


Movimentos do mês
Descrição das Anterior do mês
contas
Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor

A diferença entre os modelos é a quantidade e o nível de detalhes das


informações disponibilizadas para o usuário.

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Lançamentos contábeis
Utilizamos o recurso da conta “T” por motivação didática. A conta T
resume a movimentação ocorrida na conta representando, portanto, a pró-
pria conta. Deste ponto em diante, apresentaremos o lançamento em deta-
lhes, indicando a origem das contas envolvidas no plano de contas. Conhe-
cer o plano de contas da empresa é essencial à prática dos lançamentos, a
fim de que a classificação seja adequada.

Desconsidere a incidência de tributos e juros. O objetivo é praticar o ra-


ciocínio de débito e crédito na transcrição do registro contábil.

Lançamento de constituição de uma empresa


Ao constituirmos uma empresa, após estudo do negócio, definimos um
capital. Esse capital recebe diferentes nomes: capital, capital inicial, capital
social. Esse capital representa o investimento inicial necessário para o desen-
volvimento do empreendimento. Na sociedade por quotas de responsabili-
dade limitada, inicialmente deve ser feito o lançamento de subscrição de ca-
pital. O documento que legitima ou dá lastro ao registro é o contrato social.
Nele os sócios disciplinam a relação entre si bem como a relação entre eles e
a entidade, definindo o investimento necessário (capital social), a participa-
ção de cada sócio e sua consequente responsabilidade de integralização.

 Subscrição (compromisso formado pelos sócios).

Patrimônio líquido
Capital social
Débito
Capital a integralizar sócio X
Capital a integralizar sócio Y
Patrimônio líquido
Crédito Capital social
Capital subscrito

Debitamos a conta capital a integralizar para registrar o compromisso


dos sócios em contribuir para a constituição do patrimônio da entidade, cre-
ditando, em contrapartida a conta capital social subscrito.

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 Integralização do capital em dinheiro


(contribuição para a formação do patrimônio da entidade).

Ativo circulante
Disponibilidades
Débito
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

Patrimônio líquido
Capital social
Crédito
Capital a integralizar sócio X
Capital a integralizar sócio Y

Debitamos a conta banco, uma vez que a integralização foi feita em di-
nheiro, via depósito bancário, creditando, em contrapartida a conta capital
a integralizar. Saldo igual a zero para a conta “capital a integralizar” significa
que o compromisso dos sócios foi honrado em sua totalidade.

 Integralização (utilizando também outros bens –


dinheiro, imóveis e máquinas e equipamentos).

Ativo circulante
Disponibilidades
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)
Ativo não circulante
Débito
Imobilizado
Imóveis
Ativo não circulante
Imobilizado
Máquinas e equipamentos
Capital social
Crédito Capital a integralizar sócio X
Capital a integralizar sócio Y

Debitamos as contas que representam a forma de integralização dos


sócios a crédito da conta capital a integralizar. Os sócios podem contribuir
com outros bens, não exclusivamente dinheiro.

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Lembre-se: os sócios podem contribuir de diferentes formas para a consti-


tuição da sociedade.

Suponha que a empresa constituída seja de natureza comercial e que a


primeira ação dos gestores tenha sido a aquisição de um imóvel para sediar
as operações.

 Aquisição de um imóvel por meio de financiamento a longo prazo.

Ativo não circulante


Débito Imobilizado
Imóveis
Passivo circulante
Crédito Financiamentos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

Debitamos a conta imóveis e creditamos, em contrapartida, a conta de


passivo que representa o financiamento.

O próximo passo é fazer as aquisições necessárias para desenvolvimento


das atividades.

 Compra de mercadorias à vista para revenda (desconsiderando a


incidência de tributos).

Ativo circulante
Débito Estoque
Mercadorias
Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

Debitamos a conta estoque, inserindo as mercadorias no patrimônio


da entidade, e creditamos a conta banco, representando o desembolso
realizado.

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 Compra de mercadorias a prazo para revenda (desconsiderando a


incidência de tributos).

Ativo circulante
Débito Estoque
Mercadorias
Passivo circulante
Crédito Fornecedores
Fornecedor __________ (nome do fornecedor)

Debitamos a conta estoque, desta vez, em contrapartida da conta Forne-


cedores, uma vez que a operação foi a prazo.

 Compra de mercadorias, parte à vista e a outra parte a prazo.

Ativo circulante
Débito Estoque
Mercadorias
Passivo circulante
Fornecedores
Fornecedor __________ (nome do fornecedor)
Crédito Ativo circulante
Disponibilidades
Bancos
Banco _________ (nome da entidade financeira)

Debitamos a conta estoque, a crédito da forma de pagamento. Desta vez,


combinando uma parcela à vista (saída da conta bancos) e outra a prazo
(fornecedores)

 Aquisição de móveis e utensílios a prazo.

Ativo não circulante


Débito Imobilizado
Móveis e utensílios
Passivo circulante
Crédito Fornecedores
Fornecedor __________ (nome do fornecedor)

Debitamos o valor do bem na conta de ativo, móveis e utensílios e cre-


ditamos na conta que representa a forma de pagamento (fornecedores).

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 Aquisição de móveis e utensílios, 50% a prazo.

Ativo não circulante


Débito Imobilizado
Máquinas e equipamentos

Passivo circulante
Fornecedores
Fornecedor __________ (nome do fornecedor)
Crédito
Ativo circulante
Disponibilidades
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

Neste exemplo, apenas parte do pagamento foi à vista. Assim, debitamos


a conta de ativo pelo valor integral do bem e creditamos a conta fornece-
dores e bancos.

Faremos agora a amortização de parte das dívidas com fornecedores.

 Amortização de dívidas com fornecedores.

Amortizar uma dívida significa pagá-la, honrá-la.

Passivo circulante
Débito Fornecedores
Fornecedor __________ (nome do fornecedor)
Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

O lançamento de débito na conta fornecedores significa “baixa” da dívida


(via pagamento). A contrapartida, a crédito, é a conta bancos, representan-
do desembolso. Embora tenhamos utilizado neste, e em outros exemplos, a
conta “bancos”, é importante destacar que poderíamos ter utilizado a conta
“caixa”. Optamos pela conta “bancos” por ser a opção mais empregada. A
conta “caixa” é geralmente utilizada para movimentações de pequeno valor,
até mesmo por uma questão de segurança.

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 Amortização do financiamento realizado.

Passivo não circulante


Débito Financiamentos
Banco _______ (nome da entidade financeira)
Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco _______ (nome da entidade financeira)

Debitamos a conta que representa o financiamento a crédito da conta


bancos.

Débito  amortização da dívida

Crédito  desembolso

Uma vez estruturada as atividades, vamos contabilizar a primeira venda.


Atribuiremos valores para que se consiga entender o registro.

 Venda de mercadorias que custaram


R$200,00 por R$400,00, a prazo.

Primeiro devemos reconhecer a receita (conta de resultado). A receita re-


presenta uma fonte de recursos. É a sua geração que assegura a dinâmica
do negócio. Por esta razão é lançada (registrada) a crédito. O total de recei-
ta gerada compõe a equação do lucro, por isso é denominada de conta de
resultado:

Lucro (ou prejuízo) = receita - despesas - custos

Ativo circulante
Débito Direitos realizáveis
Clientes Valor ($)
R$400,00
Contas de resultado
Crédito
Receita de vendas

Após o reconhecimento da receita, temos que dar baixa nos estoques,


afinal é preciso registrar o fato em toda a sua extensão.

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Registro contábil

Contas de resultado
Débito
Custo das mercadorias vendidas
Valor ($)
Ativo circulante R$200,00
Crédito Estoque
Mercadorias

A baixa dos estoques é feita pelo valor de aquisição, uma vez que o regis-
tro de entrada foi feito por este valor.

Se a operação fosse à vista, o lançamento seria feito como segue:

Ativo circulante
Disponibilidades
Débito Bancos
Banco_______ (nome da entida- Valor ($)
de financeira) R$400,00

Contas de resultado
Crédito
Receita de vendas

Para cobertura de despesas de pequeno valor (fotocópias, alimentação,


transporte etc.) os sócios resolveram constituir um fundo fixo de caixa.

O fundo fixo de caixa é uma modalidade de caixa constituído com um


valor, fixado segundo as necessidades de desembolso da empresa em curto
intervalo de tempo. Trata-se de um valor estudado e planejado para cober-
tura de despesas específicas. A criação do fundo fixo evita a movimentação
da conta bancária para movimento de pequenos valores.

Ativo circulante
Disponibilidades
Débito
Caixa
Fundo fixo

Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco_________

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Registro contábil

A quantia sacada para formar o fundo fixo é entregue ao responsável pelo


controle do fundo.

O valor determinado como fundo fixo é suficiente apenas para cobertura


de pequenos gastos. Para grandes valores, deve-se utilizar a conta bancária.

Após determinar a quantia do fundo fixo, deve-se fixar um valor de repo-


sição, a fim de evitar que o caixa fique zerado. Assim, ao atingir esse valor de
reposição, a quantia gasta deve ser reposta. Naturalmente, essa reposição
somente ocorrerá após a prestação de contas, momento em que as despesas
serão reconhecidas.

Contas de resultado
Débito
Despesa de_______

Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco _______ (nome da instituição financeira)

A conta fundo fixo, uma vez constituída, não receberá movimentação,


exceto na hipótese de aumento ou redução do fundo fixo.

Os sócios poderiam, em vez de constituir um fundo fixo, criar um caixa


rotativo. O caixa rotativo não possui um saldo fixo de referência. Na verdade,
o saldo do caixa rotativo depende do volume de ingressos e saídas do caixa
(entradas e pagamentos). O lançamento de constituição é feito como segue:

Ativo circulante
Disponibilidades
Débito
Caixa
Caixa rotativo

Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco __________ (nome da entidade financeira)

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Registro contábil

 Depreciação.

À medida que as atividades são desenvolvidas, os bens empregados no


suporte a essa atividade se desgastam, ensejando uma perda de valor. A
perda de valor por parte de um bem em função desse desgaste é conside-
rada como despesa. Esse registro é lastreado pelo princípio da confrontação
das receitas com as despesas (Deliberação 29/86, CVM).

A despesa é reconhecida à medida que o bem se desgasta para gerar


receita.

O desgaste dos bens ao longo do tempo para gerar resultado é chamado


de depreciação.

O registro da depreciação é, geralmente, feito mensalmente, procedi-


mento coerente com a orientação do Princípio da Oportunidade (que orien-
ta à prática dos registros com tempestividade). Os saldos das contas depre-
ciadas não são modificados. A depreciação acumulada é contabilizada em
conta à parte. Porém, nem todos os bens são depreciáveis (somente os bens
tangíveis). Alguns bens não são depreciados, mesmo sendo tangíveis, por
tenderem à valorização. É o caso das obras de arte. A conta terrenos é outro
exemplo de bem que não é depreciado. Somente a construção é depreciada,
não o terreno. Também não são depreciáveis obras de arte, ouro.

Contas de resultado
Débito
Despesa de depreciação

Ativo não circulante


Crédito Imobilizado
Depreciação acumulada

A conta depreciação acumulada tem saldo credor, apesar de integrar o


ativo não circulante, imobilizado.

A depreciação reflete a perda de valor ou utilidade em função do uso, ação


da natureza ou obsolescência.

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Registro contábil

A depreciação é calculada com base no tempo de vida útil do bem


(quadro 1).

Quadro 1 – Taxas de depreciação

A autora.
Taxa anual
Descrição do bem Tempo de vida útil
de depreciação
Máquinas e equipamentos
Instalações 10 anos 10%
Móveis e utensílios
Veículos
Sistemas de processamento 5 anos 20%
de dados

Existem diferentes métodos para cálculo da depreciação. O mais comum


e empregado pelas entidades é o método das quotas constantes.

O cálculo da taxa, por este método, é feito por regra de três, demonstrado
a seguir:

Se em 10 anos a depreciação é de 100%


Em 1 ano a depreciação será de ?

Leia-se: se em 10 anos a depreciação é de 100%, em 1 ano a depreciação


será de?

10 x = 100 100  10
10
A taxa de depreciação anual será de 10% ao ano.

Vale ressaltar que existem outros métodos de depreciação, os quais não


serão abordados.

 Exaustão.

Em face do uso para fins agrícolas, observa-se com o tempo, o esgota-


mento do solo. Neste caso, esse “desgaste” recebe o nome de exaustão e
tem o mesmo tratamento contábil da depreciação.

Contas de resultado
Débito
Despesa de exaustão

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Registro contábil

Ativo não circulante


Crédito Imobilizado
Exaustão acumulada

O conceito de exaustão relaciona-se à perda de valor de direitos decor-


rentes da exploração de recursos naturais bem como dos bens aplicados
nesta exploração.

 Amortização.

Os direitos que a entidade possui estão sujeitos à amortização. A amor-


tização corresponde à perda de valor do capital aplicado na compra de di-
reitos de propriedade comercial ou industrial ou qualquer outro com tempo
limitado de duração (prazo legal, contratual). Exemplos: direito de uso da
marca, patentes.

Em virtude do “prazo limitado” para exercício desse direito, deve-se pro-


ceder a sua amortização, a qual é feita de forma proporcional ao prazo (Prin-
cípio da Competência).

Contas de resultado
Débito
Despesa de amortização

Ativo não circulante


Crédito Imobilizado
Amortização acumulada

O quadro 2 faz analogia entre os conceitos.

Quadro 2 – Depreciação, exaustão e amortização


A autora.

Conceito Objeto
Depreciação Bens físicos sujeitos a desgaste.
Recursos naturais (minerais ou florestais) e bens aplicados na explora-
Exaustão
ção destes recursos.
Amortização Direitos com prazo de duração limitado.

A prática contábil prevê inúmeras situações de lançamentos contábeis.


Selecionamos alguns deles para aplicação didática.

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Registro contábil

 Aplicações financeiras.

Ativo circulante
Débito
Aplicações financeiras

Ativo circulante
Disponibilidades
Crédito
Bancos
Banco ___________ (nome da entidade financeira)

 Rendimento de aplicações financeiras.

Ativo circulante
Débito Disponibilidades
Aplicações financeiras

Contas de resultado
Crédito
Rendimentos

Obs: considere a aplicação com prazo de resgate não superior a 90 dias.

Exemplo de contabilização

Transações

Constituição da empresa (comércio) com um investimento inicial de R$200.000,00


em dinheiro.
Evento 1
Nota de orientação
O registro é feito em dois momentos: o de subscrição e o de integralização.

Compra de um imóvel (edifício) no valor de R$50.000,00 em dinheiro. Neste imó-


Evento 2 vel as atividades serão desenvolvidas. A taxa de depreciação desse bem é de
4% ao ano.

Aquisição de um terreno (situado ao lado do imóvel adquirido), por meio de fi-


Evento 3 nanciamento, no valor de R$100.000,00 com o objetivo de abrigar a expansão do
negócio, conforme planejamento.

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Registro contábil

Transações

Aquisição de móveis e utensílios por R$10.000,00, a prazo. A taxa de deprecia-


Evento 4
ção desse bem é de 10% ao ano.

Compra de máquinas e equipamentos por R$8.000,00 à vista. A taxa de depre-


Evento 5
ciação desse bem é de 10% ao ano.

Pagamento de 10% das obrigações contraídas junto a fornecedores (do saldo


Evento 6
apurado até o momento).

Compra, à vista, de mercadorias necessárias para composição de estoque no va-


Evento 7
lor de R$20.000,00.

Emissão de um cheque para a constituição do caixa da empresa. A finalidade do


Evento 8 caixa é dar cobertura a pequenos gastos apenas. Valor do cheque destinado ao
caixa: R$2.000,00.
Vendas de mercadorias que custaram R$5.000,00 por R$10.000,00 50% a prazo.
Nota de orientação
Neste lançamento, inicialmente devemos reconhecer a receita para, em seguida,
baixarmos as mercadorias vendidas do estoque.
Pelo valor vendido, reconheceremos a receita (sequência de lançamento 9a):
Evento 9 Débito – contas a receber (50%) e bancos (50%)
Crédito – receita de vendas
Pelo custo de aquisição, baixaremos as mercadorias vendidas do estoque da
entidade, pelo custo de aquisição (sequência de lançamento 9b):
Débito – CMV (custo das mercadorias vendidas)
Crédito – estoque (dando “saída” ao que foi vendido)

Solução:

Capital social
Débito Crédito
(1a) R$200.000
Saldo R$ 200.000

Capital a integralizar
Débito Crédito
(1a) R$200.000 (1b) R$200.000
Saldo zero

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Registro contábil

Bancos
Débito Crédito
(1b) R$200.000 (2) R$50.000
(9a) R$5.000 (5) R$8.000
(6) R$1.000
(7) R$20.000
(8) R$2.000
R$205.000 R$81.000
Saldo R$124.000

Imóveis
Débito Crédito
(2) R$50.000
Saldo R$50.000

Terrenos
Débito Crédito
(3) R$100.000
Saldo R$100.000

Financiamentos
Débito Crédito
(3) R$100.000
Saldo R$100.000

Móveis e utensílios
Débito Crédito
(4) R$10.000
Saldo R$10.000

Fornecedores
Débito Crédito
(6) R$1.000 (4) R$10.000
Saldo R$9.000

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Registro contábil

Máquinas e equipamentos
Débito Crédito
(5) R$8.000
Saldo R$8.000

Estoque
Débito Crédito
(7) R$20.000 (9b) R$5.000
Saldo R$15.000

Caixa
Débito Crédito
(8) R$2.000
Saldo R$2.000

Receita de vendas
Débito Crédito
(9a) R$10.000
(a) R$10.000 Saldo R$10.000

Custo das mercadorias vendidas


Débito Crédito
(9b) R$5.000
Saldo R$5.000 (b) R$5.000

Contas a receber
Débito Crédito
(9a) R$5.000
R$5.000

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Cálculo da depreciação dos bens (evento 10):

Bem Cálculo
Depreciação anual: R$10.000 x 10% ao ano = R$1.000
10a) Móveis e utensílios
Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$1.000/12 = R$83,33

10b) Máquinas e equipa- Depreciação anual: R$8.000 x 10% ao ano = R$800


mentos Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$800/12 = R$66,67

Depreciação anual: R$50.000 x 4% ao ano = R$2.000


10c) Edifício
Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$2.000/12 = R$166,67

Despesa de depreciação
Débito Crédito
(10a) R$83,33
(10b) R$66,67
(10c) R$166,67
Saldo R$316,67 (c) R$316,67

Depreciação acumulada
Débito Crédito
(10a) R$83,33 Esta conta integra o
ativo imobilizado e
(10b) R$66,67
possui saldo credor.
(10c) R$166,67
Saldo R$316,67

O saldo de depreciação acumulada corresponde ao somatório de todas


as parcelas depreciadas.

Uma vez levantados os saldos, o passo seguinte é a apuração do resulta-


do. Inicialmente as contas de resultado (de receita, despesas e custo) devem
ser “zeradas”. Para zerar uma conta de receita basta debitar o saldo acumu-
lado no final do período e para zerar uma conta de despesa, basta creditar o
saldo correspondente. A contrapartida dos lançamentos de encerramento é
feita na conta denominada de Apuração do Resultado do Exercício (ARE).

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Registro contábil

Apuração do Resultado do Exercício


Débito Crédito
(b) R$5.000 (a) R$10.000
(c ) R$316,67
R$5.316,67 R$10.000
Saldo (d) R$4.683,33

Lucro (prejuízo)
Débito Crédito
(d) R$4.683,33
Lucro: R$4.683,33

Como a conta Apuração do Resultado do Exercício é também uma


conta de resultado deverá ser encerrada contra a conta lucros. Essa conta
era apresentada no Balanço Patrimonial, no grupo patrimônio líquido. Atu-
almente, o lucro remanescente, após a constituição das reservas, deverá ser
distribuído.

As contas de resultado são encerradas ao término de cada período contra


a conta apuração do resultado do exercício, que também será encerrada
contra a conta lucros ou prejuízos, conforme a situação.

Preparemos o balancete de verificação inicial, antes da apuração do resul-


tado do exercício. Esse balancete é importante porque sua análise enseja a
identificação de erros.

1.º Obtenha os saldos das contas.

2.º Transporte cada saldo para modelo de balancete.

3.º Verifique os saldos e a existência de eventuais diferenças. Constatan-


do-se diferenças, analise a movimentação das contas.

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Balancete de verificação inicial.

Saldo
Descrição das contas
Devedor Credor
Bancos 124.000
Caixa 2.000
Contas a receber 5.000
Estoque 15.000
Móveis e utensílios 10.000
Máquinas e equipamentos 8.000
Imóveis 50.000
Depreciação acumulada (saldo credor) 316,67
Terrenos 100.000
Fornecedores 9.000
Financiamentos 100.000
Capital social 200.000
Receita de vendas 10.000
Custo das mercadorias vendidas 5.000
Despesa de depreciação (total) 316,67
Total 319.316,67 319.316,67

Quando o somatório de débitos não equivale ao somatório de créditos,


algo foi registrado erroneamente. Nesse caso, é recomendado que sejam re-
visados. Persistindo a diferença não se deve avançar nos lançamentos. De-
tecte o erro e proceda à correção.

Hoje em dia, com os sistemas informatizados, a pesquisa de lançamento


ficou muito mais fácil. Por exemplo, levantamentos eletrônicos podem ser
feitos utilizando eventuais diferenças. É importante destacar que nem todos
os erros são detectáveis na análise superficial do balancete (erros qualitati-
vos). É preciso realizar os registros com atenção.

Ampliando seus conhecimentos

Depreciação, amortização e exaustão


(VASCONCELOS, 2009)

Os bens que integram o grupo imobilizado possuem um tempo de vida


útil econômico (exceto terrenos). Ao longo dos anos (do tempo de vida útil),

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Registro contábil

os bens se desgastam em função do uso, ação do tempo ou obsolescência. A


Contabilidade traduz essa perda de valor econômico por meio do registro da
depreciação.

A depreciação reflete a perda na avaliação de direitos que possuem por


objeto bens tangíveis sujeitos a desgastes ou perda de utilidade em face do
uso, ação da natureza ou desatualização tecnológica.

Geralmente as empresas optam por adotar os prazos de vida útil admitidos


pela legislação fiscal. O Regulamento de Imposto de Renda (RIR/99) determi-
na os critérios básicos de depreciação (arts. 305 a 323). As taxas são calculadas
como segue:

Depreciação de edifícios
Se em 25 anos a depreciação é de 100%
Em 1 ano ?

A taxa de depreciação anual será de 4% ao ano. Se o bem é depreciado 100%


dentro de seu prazo de vida útil, em 1 ano, qual será a taxa de depreciação?

Essas taxas são definidas admitindo-se uso normal do bem em um turno


de 8 horas. A Receita Federal apresenta uma lista extensa de bens e suas res-
pectivas taxas (Instrução Normativa SRF 162/98 e 130/99). Máquinas, equipa-
mentos, móveis, utensílios e instalações possuem uma taxa anual de depre-
ciação de 10%, pois seu prazo de vida útil é de 10 anos.

Os veículos possuem um prazo de vida útil de 25 anos, e consequentemen-


te, uma taxa de 4%. A depreciação é tratada contabilmente como despesa no
transcorrer da vida útil do bem. Debita-se despesa de deprecição e credita-
-se depreciação acumulada (do bem). Não é feita qualquer alteração no
valor original do bem. A depreciação é acumulada numa conta redutora, que
é a depreciação acumulada.

Móveis e utensílios
(-) Depreciação acumulada

O registro da depreciação é feito mensalmente. A contabilização da amor-


tização e a exaustão seguem o mesmo raciocínio. A amortização representa a
perda de valor dos recursos aplicados na aquisição de direitos de proprieda-
des comerciais, de serviços ou industriais e quaisquer outros com o tempo de
duração limitado, via prazo contratual ou legal.

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A exaustão representa a perda de valor ou esgotamento dos recursos na-


turais explorados pela entidade e dos bens aplicados na atividade de explo-
ração. Uma jazida mineral tende ao esgotamento ao longo dos anos em que
é explorada. Os conceitos de depreciação, amortização e exaustão retratam
eventos que, apesar de não gerarem desembolso, podem afetar em níveis dis-
tintos a produtividade das operações da entidade.

Atividades de aplicação
1. Analise as assertivas e classifique-as em VERDADEIRA ou FALSA.

(( A depreciação corresponde ao desgaste de bens tangíveis por


uso, ação do tempo ou obsolescência.
(( A exaustão diz respeito à exploração dos recursos naturais.
(( A amortização diz respeito ao desgaste de bens físicos.
(( O balancete apresenta a relação das contas, patrimoniais e de
resultado, com seus respectivos saldos.
(( O encerramento da conta “apuração do resultado do exercício” é
feito a cada período.
2. Sobre débito e crédito, assinale a alternativa correta:

a) O débito relaciona-se ao “destino”, “utilização” e “aplicação” de re-


cursos e o crédito, à origem ou fontes de recursos, as que viabiliza-
ram a aplicação.

b) O crédito relaciona-se ao “destino”, “utilização” e “aplicação” de re-


cursos e o débito, à origem ou fontes de recursos, as que viabiliza-
ram a aplicação.

c) O débito é realizado exclusivamente no caso de contabilização de


despesas.

d) O crédito é realizado exclusivamente no caso de contabilização de


despesas.

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Registro contábil

3. Sobre a natureza dos saldos é correto afirmar que:

a) as contas de passivo e despesa têm saldo devedor.

b) as contas de ativo e patrimônio líquido têm saldo devedor.

c) as contas de ativo e despesa têm saldo devedor.

d) as contas de passivo e ativo têm saldo credor.

4. Explique o mecanismo de “débito” e “crédito”.

5. Sobre exaustão é verdadeiro afirmar:

a) é sinônimo de depreciação.

b) é sinônimo de amortização.

c) tem como objeto os direitos com prazo de duração limitada.

d) tem como objeto recursos naturais explorados e bens utilizados


na atividade dessa exploração.

Gabarito
1. V, V, F, V, V

2. A

3. C

4. Debitamos uma conta de ativo sempre que adicionamos ou inserimos


itens ao patrimônio e creditamos sempre que utilizamos recursos. Por
isso as compras de ativos são registradas a débito e as retiradas de
caixa, a crédito.

Creditamos uma conta de passivo sempre que reconhecemos uma


obrigação (dívida) e debitamos quando a amortizamos (pagamento).
Por isso é que sempre que incorremos em uma dívida, realizamos um
lançamento a crédito.

5. D

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