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CAPITULO 14 DOUTRINA E VIDA O que importa realmente € a vida e no a doutrina. Esse um senti- mento frequentemente expresso nos circulos cristios. A ideia € simples: Deus esti mais interessado na maneira como vives do que no que cre mos. Credos e dogmas nao sao importantes; o que importa é 0 comporta- mento exterior. A orfopraxia é 0 que vale, nao a ortodoxia. Podemos agra- dar a Deus mais completamente com um comportamento correto do que com um pensamento correto. Esse é um falso dilema com consequéncias perigosas. Pensar de modo correto e viver de maneira correta andam juntos. Podemos fazer distingo entre eles, mas separd-los ¢ fatal. Podemos ter teorias corretas sem a pratica certa, Podemos também ter uma pratica correta sem uma teoria correta, mas apenas por acidente, como uma feliz incoeréncia. O descrédito de uma doutrina segue em geral um padrdo comum. Comegamos por reconhecer que existem pessoas que tém todas as respostas teolégicas corretas, mas que levam uma vida escandalosa. O diabo pode tirar uma nota alta em uma prova de teologia. Os deménios reconheceram Jesus como o Filho de Deus antes que os discipulos, mas aqueles odiaram a verdade que reconheceram tao claramente. Existem muitas pessoas que conhecem a verdade sobre Deus, mas que estdo levando uma vida que de modo algum pode agradar a Deus. A TRAIGAO DO LIDER Na comunidade crit, ha uma profunda suspeita da teologi, PT” Palmente a teologia académica, e por um bom motivo. A igen tt arte do © que um erudito chamou de “a traigdo do intelectual”. was dent da Ceticismo levantado contra o cristianismo biblico tem a Deus. So os 'steja, Foram os tedlogos da igreja que declararam @ arias Seminarios teolégicos que atacam a confiabilidade das Fs Digitalizado com CamScanner 428 Como viver e agradar a Deus Lembro-me de meu proprio rude despertar como aluno de primeirg ano de seminério. Fiquei chocado ao ouvir um de meus professores nay somente negar a divindade de Cristo, mas também atacé-lo em um tom ge hostilidade, Teria ficado menos chocado se o professor tivesse expressagy, uma profunda crise pessoal de fé que o estivesse impossibilitando de accita, a fé biblica. Se ele tivesse feito essa confissdo com lagrimas e um coragsg partido, eu teria compreendido. Porém sua negagao foi expressa em uma espécie de militincia contra a visao biblica de Jesus. Quando 0 questionei sobre isso, meu professor me encarou e disse: “Meu jovem, vocé veio para o seminario com muitas ideias preconcebidas” A ideia preconcebida pela qual fui censurado era a crenca na divindade de Cristo. Fiquei totalmente confuso. Ingenuamente supunha que todos que iam para um seminario cristo para se preparar para © ministério cristo jé es. tavam convencidos da divindade de Cristo. Nao podia imaginar nenhum outro motivo para estar lé. Quando chamei a atengdo para o fato de que a Confissdo de Fé da nossa igreja afirmava claramente a divindade Cristo, ele me respondeu (em particular): “Os credos ortodoxos estiio cheios de...” (Ele no deixou a frase incompleta). Intimeros estudantes universitarios tém tido experiéncias semelhantes com professores nas universidades religiosas. Uma reago natural para a dor e 0 choque a esse tipo de ceticismo é recuar para o abrigo da fé nao in- telectual. A tentagio sedutora é a de pensar: Se for isso que a teologia aca- démica produz, entéio quem precisa dela? Vou conservar minha fé simples e evitar qualquer envolvimento com a teologia. Nao devemos supor que, pelo fato de alguém ser tedlogo, seja um cristo. Nao podemos supor que, porque alguém é um ministro ordenado, seja necessariamente um cristdo. Infelizmente, ha muitas pessoas que 0 tram no ministério por motivos erréneos. Alguns transformam o ceticismo teolégico em uma profissdo. Existem aqueles que estudam teologia cristi motivados por um desejo ardente de reprovar, neutralizar ou modificar © cristianismo. O homem natural tem inimizade suficiente contra Deus pat fazer uma cruzada contra ele durante a vida toda. Existe um inimigo dentro da igreja. Temos ouvido muitos testemunhos de ministros que declaram que $¢ converteram depois de serem ordenados e ficaram sabendo que, de fat muitos foram ordenados ainda incrédulos. O pastor americano Gilbert ‘Teo: nent, certa vez escreveu um ensaio intitulado: “Os perigos de um minist Slr ests com pes Jeo Ee theres de Deus, en Pp fe ovelha. Eles se disfarcam como homen 0 » enquanto no intimo esto em conflito com Deus. 188° | Digitalizado com CamScanner yr Doutrinae vida 129 ade, Lembramos que 0 grupo mais hostil contra Jesus em sua vida ira ocleto de seu tempo, 08 escribas ¢ os fariseus. trent pessoas buscam a ordenago por todos os tipos de motivos. Um deles € para legitimar sua incredulidade. Um outro motivo, como vimos, é ara agir contra Cristo do lado de dentro, E existem muitos que so verda- feiros humanitérios que encaram a igreja como uma institui¢ao maravilho- < ae interesse Social, Onde mais pode uma pessoa achar uma plataforma tro benestabelecida para exercer influéncia na comunidade? Quando um empresario se muda para uma nova comunidade, tem de trabalhar muito para criar novos contatos. Se quiser chegar a uma posigo dedestaque ¢ influéncia na comunidade, ele deve encarar a realidade de que jgso exige tempo e esforgo. Quando um novo ministro chega a uma cidade, imediatamente atinge uma posig&o de lideranga na comunidade. A influén- cia da igreja local pode estar enfraquecendo, mas ainda é uma realidade. O ministro tem a plataforma imediata com base na qual exerce influéncia. Tem um pulpit. Tem a congregagao. Tem os programas da igreja. Os salé- rios podem nao ser os melhores, mas as oportunidades de exercer influéncia ¢ lideranga na comunidade sao grandes. Um pulpito ¢ melhor do que uma tribuna improvisada sobre um caixote para aqueles que querem ter chance de convencer outras pessoas de seus proprios pontos de vista. Existem outros fatores que exercem certo papel e é doloroso falar so- bre alguns deles. Uma motivagao ignobil foi sentida fortemente na déca- da de 60. A matricula no seminario implicava isengdo do servigo militar. Alguns alunos foram sinceros a esse respeito. Trés anos em um seminério parecia uma opgao melhor do que prestar servigo no Vietna ou ficar exilado no Canada. ‘Nao ousamos, porém, generalizar. A grande maioria dos lideres esta no ministério por um desejo sincero de servir a Deus. Existem muitas ovelhas com pele de ovelha. De fato, elas so mais do que ovelhas: sao pastores. Esses pastores amam a Deus e amam seu povo, Com todos os seus defeitos, cles ainda tentam agradar a Deus € levar outras pessoas a fazerem 0 mesmo. g novi A NECESSIDADE DE UMA DOUTRINA A igreja precisa de pastores dedicados. Precisa também de dedicados ra ss0Fes de teologia. A igreja sempre tem se beneficiado grandemente do qauulho de te6logos sinceros. Volto frequentemente a visio de Agostinho, Poder de convicgao de Tomas de Aquino, & inteligéncia de Calvino e a ‘40 de Lutero. Esses homens alimentam minha mente e minha alma, > | Digitalizado com CamScanner oN 130 Como viver e agradar a Deus Todos precisamos de bons professores. Sei que nao posso passar sem eles. Porém, onde podemos encontri-los? Quais so os sinais de um bom professor de teologia? Achar bons professores é como achar um bom médico. Queremos um médico que saiba o que esta fazendo e que seja uma pessoa a quem pos. samos confiar nosso corpo. Se o médico for cordial e gentil, mas nao co. nhecer medicina, estaremos em um grande problema. De pouco vale se ele segurar minha mao, enquanto injeta um remédio errado em minha corrente sanguinea. Por outro lado, existem médicos profissionais altamente habilitados que dao pouca atencao a seus pacientes. Sabem como tratar doengas, mas nao sabem tratar as pessoas. Se for possivel, quero um médico que seja um mestre do conheci- mento médico e que também me valorize como pessoa. Do ponto de vista médico, essa seria a melhor alternativa do mundo. Em teologia, precisamos de professores que mostrem um alto grau de habilidade e conhecimento aliado a um amor profundo por Deus. Amar a Deus nao é uma barreira prejudicial a uma correta compreensio das coisas de Deus. Pelo contririo, um coragao que esteja inclinado para Deus ira ape- nas realgar 0 conhecimento de Deus dos tedlogos. O professor G. C. Berkouwer, da Universidade Livre de Amsterdi, certa vez observou em uma aula: “Senhores, todos os grandes tedlogos co- megam e terminam sua obra com uma doxologia!” A doxologia—os escritos dos grandes mestres — exalam o espirito da doxologia. Suas obras vao além da analise e da exposi¢ao e chegam até o louvor. Leia as obras do apéstolo Paulo, o primeiro tedlogo da igreja. No meio do seu tratado mais rigoroso sobre a eleicao, ele interrompe o fluxo do seu pensamento para exclamar: “© profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quao insondaveis so os seus juizos, e quio inescrutaveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). Encontramos 0 mesmo espirito de doxologia nos gigantes da historia da igreja. Nao podemos deixar de mencionar Agostinho, Atandsio, Ansel- mo, Tomas de Aquino, Lutero, Calvino e Edwards, para falar dos melhores. Nenhum deles ¢ infalivel. Podemos encontrar pontos de desacordo entre eles. Todavia, ha uma notavel e profunda unidade entre eles em relago as doutrinas essenciais da fé. Veja o que C. S. Lewis certa vez observou: ‘Nos tempos em que eu ainda odiava o cristianismo, aprendi @ reconhecer, como um odor muito familiar, algo quase invariavel que se me apresentava; estava no puritano Bunyan, no anglica- no Hooker ou no tomista Dante. Estava (adocicado e floral) em —i Digitalizado com CamScanner Doutrina e vida 131 Francisco de Sales; estava (grave e simples) em Spencer ¢ Wal- ton; estava (austero ¢ varonil) em Pascal e Johnson; também com ‘um leve sabor paradisiaco ¢ alarmante em Vaughan, Boehme e ‘Traherne. Na sobriedade urbana do século 18, ninguém estava em se- guranga —a Lei e a Mordomia eram dois ledes a solta. 0 suposto “paganismo” dos elisabetanos nao podia afasti-lo; ficavam a es- preita onde um homem podia supor estar mais seguro, no proprio centro de The Faerie Queene e da Arcadia. Naturalmente, era va- tiado, e ainda assim — afinal de contas — tao inconfundivelmente ‘0 mesmo; podia ser reconhecido, nao para ser evitado, aquele odor que é morte para nds até que permitimos que se transforme em vida.* Agora leia as obras do tedlogo critico do século 20, Rudolf Bultmann. Bultmann demonstra uma estranha erudigao técnica. Sua habilidade critica énotavel. No entanto, seria preciso a lanterna de Didgenes para encontrar- mos uma Unica observacio de doxologia em todos os seus escritos. Isso deveria nos dizer algo. Fazemos bem em nos perguntar se um homem que nio pode louvar a Deus ird agradar a Deus com seu amplo conhecimento. Ainda enfrentamos o dilema de um grande publico que tem medo da teologia. As vezes tenho sido um critico das livrarias cristas. Muita coisa que elas vendem como ensino € teologicamente fraco. Frequentemente os livros sfio nao apenas simples (o que é uma virtude), mas simplistas (0 que éum defeito perigoso). Ha muita doxologia, mas pouca teologia. Alguns escritos encontrados nas livrarias cristis manifestam uma profunda igno- rincia da teologia ortodoxa. Trata-se simplesmente de mau ensino. Um mau ensino bem-intencionado. Mas ainda assim um mau ensino. Em meu caso, criticar as livrarias e os editores cristdos significa mor- der a méo que me alimenta. Porém, se essa mao estiver dando alimento Petigoso para as ovelhas de Cristo, entdo alguém precisa mordé-la. Tenho solicitado aos editores que promovam os escritos dos grandes estres. A resposta costumeira é que 0 grande publico ndo costuma com- rar os grandes mestres. Continuo a rogar. Tenho certeza de que se a inds- ttia promovesse os clissicos, eles seriam mais vendidos. ; Certa vez, encomendei o livro Principles of Conduct [Principios de Conduta}, de John Murray, para um curso do semindrio. O editor avisou-me ae : 1970), a S. Lewis, God in the Dock, org. Walter Hooper (Grand Rapids: Eerdmans, 1970), 204, Digitalizado com CamScanner Como viver @ agradar a Deus / wre ie um recurso. Pedi ao editor que 0 reeditasse c estava esgotado, Usei d oer cl aie até para levantar 0S recursos canenn jo. io tit cra importante demais para deixi-lo ficar re ed eee . Para minha grande alegria, 0 editor cedeu € publ Co cae . Ficaria satisfeito em ver as livrarlas colocarem oui os mes ivros no pordo ou coloca-los no fogo, se cles fossem substituis oe pe las a de Lutero, Agostinho, Edwards ¢ outros. O que eu sei que nao apren i com eles? A tinica diferenga entre mim ¢ eles € que obra deles € mais bem claborada e muito mais bem escrita. Tenho certeza de que James Boice, J, L Packer, Charles Colson e uma hoste de escritores contemporaneos diriam _ Somos, na melhor das hipéteses, andes de pé nos ombros a mesma cois dos gigantes. | . ; ; Precisamos de uma doutrina sadia. O Espirito de santidade é também © Espirito da verdade. Verdade ¢ retidéo andam juntas. A vida verdadeira flui do pensamento verdadeiro. Nossa vida pode mudar exteriormente sem mudar interiormente. Tudo 0 que conseguimos € nos identificar com os fariseus. O Espirito chega a raiz da questo. So as érvores boas que produzem bons frutos. E a mente transforma- da que produz uma vida transformada. O que pensamos de Deus € 0 que mais exerce influéncia no modo como reagimos a Deus. O proprio arrepen- dimento é uma mudanga de mente que vem antes de qualquer mudanga de comportamento. Devemos rejeitar uma falsa dicotomia entre doutrina e vida. Podemos ter uma doutrina sadia sem uma vida santificada. Mas é muito dificil pro- gredir em santificagao sem uma doutrina sadia. A doutrina sadia nao é uma condi¢ao suficiente para produzir uma vida sadia. Ela nao produz santifi- cago de uma maneira automatica. A doutrina sadia é uma condigao neces sdria para a santificagao. E um pré-requisito vital. E como 0 oxigénio e 0 fogo. A simples presenca do oxigénio nao garante o fogo, mas ndo se pode ter fogo sem ele. PERCEPGAO, CONVICCAO E CONSCIENCIA Por qué? Por que a doutrina sadia é necesséria para a santificagao? Para que a santifica¢do real ocorra na vida crista sto necessérias, pelo menos, ws mudangas absolutas. Deve haver uma mudanga em nossa percep¢a0- coor none ez mudanga em nossas conviegbes, Deve haver uma muda onsciéncia. Todas essas trés sdo vitais para nossa santificagao. Digitalizado com CamScanner ad Doutrina e vida 133 ‘A percep¢ao envolve conhecimento. Antes que Possamos fazer vo- juntariamente 0 que Deus manda e 0 que Ihe agrada, precisamos primeiro entender © que € que Deus exige. Por meio da lei vem o conhecimento de ado. Também por meio da lei vem o conhecimento da justia, Uma pessoa poderia obedecer A lei “por acidente”, sem fazer isso de modo consciente. Mas tal atitude nao possuiria virtude moral, Suponha que um homem goste de dirigir seu carro a S0km por hora. Agrada a ele dirigir a essa velocidade. Ele dirige a 50km por hora em areas onde o limite é 80km por hora e também em areas onde o limite é 20km. Quando dirige na area onde 0 limite € 80km por hora, esta dentro do limite de velocidade. Esta obedecendo a lei. Mas quando dirige a 50km em uma érea em que o limite &20km por hora, é uma ameaga para aqueles que o cercam. Suponha que nosso motorista imaginario se recuse a olhar as placas de limite de velocidade. Desvia o olhar de qualquer placa que marque um limi- te de velocidade. Mantém-se deliberadamente ignorante quanto aos limites de velocidade. As vezes, “acontece” de ele obedecer & lei, mas apenas por coincidéncia. Se o homem deseja alcangar virtude moral como motorista e sempre dirigir dentro do limite de velocidade, deve primeiro tornar-se consciente da lei, ou seja, conscientizar-se. A percepgio, entretanto, nao é suficiente. Todos temos visto pessoas que so muito conscientes dos limites de velocidade, mas mesmo assim estio violando esses limites. Nao temos de olhar além de nés mesmos para descobrir os culpados. Para nosso comportamento mudar, temos de ir além da percepgdo — temos de ir para a convic¢ao. A convicgao é uma questio de profundidade e intensidade. Uma coisa € saber que determinada ago ¢ correta. Outra coisa ¢ ter a convicgdo dis- so. E muito mais facil ignorarmos nosso conhecimento do que agir contra nossas convicgdes. A convicgdo é um conhecimento bem estabelecido. Esta firmemente arraigada em nds. Vai além do cérebro e penetra na consciéncia. Nossa consciéncia age como uma espécie de governador sobre nosso comportamento. E a voz interior que tanto nos acusa como nos desculpa. Controla nosso comportamento por meio de aprovagdo ou reprova¢ao. © problema & que nossa consciéncia nem sempre nos diz a verdade. Gostamos de treind-la para que nos aprove sempre. ; E dificil viver com uma consciéncia culpada. Os sentimentos de Culpa nos paralisam. Podem produzir até mesmo nduseas. Podem provocar doengas psicossomaticas, Quando somos assaltados por uma consciencia Culpada, podemos mudar nosso comportamento ou mudar, nossa consciéneia, Podemos tomar a consciéneia insensivel. Podemos abrandar Seu tom acusador por meio da racionalizagao. Digitalizado com CamScanner 134 Como viver e agradar a Deus os pecados, podemos calar a vor interior jancia descrita por Paulo em Romanos mas encorajamos outros a Pela repetigio constante d da consciéncia, Entramos na decad 1, pela qual nfio somente continuamos a pecar, juntar-se a nés: Ora, conhecendo eles a sentenga de Deus, de que sao passiveis de morte os que tais coisas praticam, nao somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem (Rm 132). nte assisti a uma parte de um programa na TV que mos- trava uma entrevista com atores ¢ atrizes de filmes pornograficos. Esses atores insistiam que: (a) nao se sentiam culpados ¢ (b) tinham altos padrées de moral porque se recusavam a participar de violéncia sexual radical ou de exploragao sexual de criangas. Tinham consciéncia sobre a violéncia ea exploracdo de criangas que servia de “desculpa” para a falta de consciéncia em outras areas. Os atores “pods” justificavam seu comportamento recorrendo ao fato de que evitavam um comportamento sexual mais infame do que os seus proprios. Suas observagdes foram uma amostra consumada de autoengano, pelo qual casualmente chamavam o mal de bem. Faziam uma distingao entre o mau e o péssimo. Consideravam 0 mal que praticavam como algo bom, porque nao era péssimo. Nesse caso, a impiedade ¢ mostrada como algo relativo, de maneira que a consciéncia deles podia entio justficé-los Esse jogo é realizado em outros cendrios além daqueles que esto sen- do examinados. Enquanto eu puder apontar algum mal pior do que 0 meu proprio, posso me gabar com uma visio distorcida do vicio ¢ da virtude. Para que a consciéncia funcione de modo piedoso, deve ser influen- ciada por convicgdes piedosas. Para obter consciéncia piedosa, nossa cons- cientizagao do que é certo e do que é errado deve ser aprimorada. Isso envolve a mente. E uma questao de doutrina. A doutrina vem da Palavra de Deus. A Palavra dirige-se 4 nossa cons- cientizagao, Ela é dada para a nossa compreensao. A Palavra envolve @ mente endo 0 cotovelo. A Palavra é 0 livro do Espirito. O Espirito Santo inspira as Escrituras. Ele é o Revelador da verdade. ‘A obra do Espirito, porém, no para na inspiragdo da Escritura. O Es- pirito ilumina a Palavra e aplica a Palavra a nos: Recentemer Mas Deus no-lo revelou pelo Espirito; porque 0 Espirito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, seniio 0 seu Digitalizado com CamScanner —_ yr Doutrina e vida 135 rito, que nele esta? Assim, também as coisas de Deus, io espl i Por as conhece, sendo o Espirito de Deus (1Co 2.10-11), ninguém as Certa vez ouvi o Dr. David Hubbard, presidente do Fuller Theological inary, falar sobre essa passagem. O Dr. Hubbard explicou o significado Semimeruta do Espirito pelas coisas de Deus. aes seres humanos buscam coisas que nao tém ou que nao conhecem. 0 Espirito Santo nao é um membro ignorante da Divindade que esta procu- fando desesperadamente descobrir a verdade de Deus. O Espirito Santo é Deus. Tudo 0 que o Pai sabe, o Espirito jé conhece — ele nao precisa buscar conhecer. Pelo contrario, a passagem se refere 4 obra do Espirito de iluminag&o nds. E como se o Espirito pusesse uma lanterna na Palavra de Deus para nos ajudar a ver 0 que ja esta la, Ele esta nos ajudando em nossa busca de compreensio. O Espirito é enviado para nos instruir e nos convencer. Aplica a inten- sidade do conhecimento que é a convicgao. Jesus prometeu o Espirito Santo com esta finalidade: Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu va, porque, se eu no for, o Consolador nao vir para vés outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencera 0 mundo do pecado, da justiga e do juizo (Jo 16.7-8). O progresso proveniente de uma nova conscientizagao para uma nova conviegao € para uma nova consciéncia é dirigido pelo Espirito Santo. OEspirito atua com a Palavra. Ele nao age contra a Palavra ou sem a Palavra. A Palavra eo Espirito andam juntos. A doutrina e a vida andam juntas. A vontade © a mente andam juntas. Separar esses elementos é frustrar a obra de santificagao dentro de nés ¢ entristecer o Espirito Santo. Separd-las “evitar a vida integrada e dedicada que agrada a Deus. Digitalizado com CamScanner

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