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HISTÓRIA

ALESSANDRA CARVALHO NASCIMENTO

A CONSTRUÇÃO DE UM PENSAMENTO DECOLONIAL


SOBRE A HISTÓRIA E A CULTURA DA POPULAÇÃO
NEGRA

Piracuruca
2022
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HISTÓRIA

A CONSTRUÇÃO DE UM PENSAMENTO DECOLON


SOBRE A HISTÓRIA E A CULTURA DA POPULAÇÃ
NEGRA

Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná,


como requisito parcial à aprovação no 5º semestre do
curso de História.

Piracuruca
2022
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................7
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

No Brasil contemporâneo ainda é muito frequente a questão do racismo, visto


que a sociedade, ainda não entende a fatalidade dos seus atos mediante a
sociedade negra. Buscou-se desenvolver uma atividade interdisciplinar, cuja sua
temática é a: A construção de um pensamento decolonial sobre a história e a cultura
da população negra. Com o propósito de compreender de forma aprofundada e
objetiva quanto ao cenário vivenciado por essas pessoas ao longo da história.
Ao analisarmos a formação do Estado brasileiro, podemos notar que o
processo de desenvolvimento interno está vinculado à história do racismo praticado
contra o povo africano, forçosamente trazido à América do Sul para ser submetido
ao trabalho escravo. Destituídos de sua humanidade, explorados e reduzidos à
coisificação, ou à condição de outro, por europeus que expandiam seus domínios a
povos e territórios para além-mar, os negros africanos tiveram suas vidas apagadas
quando afastados das suas origens. Assim sendo, seus descendentes sofrem, até
hoje, no Brasil, com o apagamento social advindo da condição imposta pelo
colonizador. Para Passos (2020).
O racismo epistêmico decorre da própria estrutura social, de uma suposta
normalidade com que se estabelecem as relações que são parte da sociedade. O
racismo ultrapassa as esferas individuais e institucionais, não sendo criado por elas,
mas reproduzido. Entretanto, a estrutura social não é estática, é dinâmica, dado que
as relações sociais de pessoas e grupos mudam, conforme se renova a vida social.
Ao longo da pesquisa, serão desenvolvidos textos que tem por importância
trazer o conceito de decolonialidade, de que modo essa perspectiva altera o modo
de pensar histórico, bem como, como essa perspectiva relaciona-se com a história
contemporânea, além de mostrar também as ligações entre a colonialidade e o
racismo epistêmico. Portanto, contribuindo para o campo do conhecimento e
avançando no meio acadêmico, para trazer a vida das pessoas o embasamento
necessário para a mudança desse cenário.
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2 DESENVOLVIMENTO

Para Araújo (2020) O pensamento decolonial é um pensamento que se


desprende de uma lógica de um único mundo possível (lógica da modernidade
capitalista) e se abre para uma pluralidade de vozes e caminhos. Trata-se de uma
busca pelo direito à diferença e a uma abertura para um pensamento-outro.

Perspectiva Negra Decolonial Brasileira / 2020 / Maria Clara Passos /


Com Ciência

E a partir da análise teórica decolonial, pensar estratégias por


perspectivas de autores negro(a)s e africano(a)s, como metodologia de
pertencimento e ancestralidade. Assim, edificar um ponto de vista a partir do
olhar do próprio continente e dos povos negros.A proposta é, (re)pensar a História
da África e diáspora negra, a partir da perspectiva decolonial (CAPORAL, 2021). A
teoria Decolonial nos propõe estratégias de resistência política e principalmente
epistêmica, nos permite desvelar como a colonialidade opera, e como os sujeitos
colonizados a vivenciam, ao mesmo tempo, que nos dá ferramentas conceituais,
para insurgirmos, resistirmos e avançarmos a descolonização (KANTOVITZ,
2022). Avançar a descolonização no âmbito desta pesquisa é legitimar saberes não
instituídos, memórias e histórias não contadas, bibliografias africanas e
diaspóricas, seus fundamentos epistemológicos e herança intelectual, ir além
dos saberes eurocêntricos, oficiais e dominantes, que silenciam e reduzem as
produções de outros saberes a um conjunto de representações estereotipadas
(NASCIMENTO, 2021).
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Nos estudos feitos, foi possível debruçar-se sobre a natureza das


contradições no ensino dentro da escola sob o olhar do pensamento decolonial, a
qual avalia os discursos e as práticas relativos à presença, ao acesso e à produção
de saberes legados à população negra. Consideramos, para tanto, a efetividade do
combate ao racismo estrutural e ao epistimicídio nas escolas brasileiras com a
criação da Lei Nº 10.639/2003 e da Lei Nº 11.645/2008. Como alternativa
pedagógica no espaço escolar, situamos a síntese cultural freiriana (OLIVEIRA,
2020).
A existência de um saber hierárquico branco europeu nas escolas brasileiras,
que nega e anula os saberes afro-brasileiros, por meio da adoção de uma prática
epistemicida, faz da escola um espaço contraditório, que, ao alimentar o racismo
estrutural, penaliza diretamente as crianças negras e indiretamente toda a
sociedade, naturalizando aspectos que conduzem à inferiorização do negro
(PASSOS, 20219). O Brasil possui contornos de uma herança colonial que
historicamente vem naturalizando práticas e discursos racistas reproduzidos em
diferentes contextos sociais, sendo a escola um deles (PASSOS, 2019).

Obra contra o colonialismo / 2020 / Bolívar Torres / Fundação Schimidt

A necessidade de combater o racismo na escola conduziu à criação da Lei Nº


10.639/2003 e da Lei Nº 11.645/2008, as quais teriam grande papel como veículos
de resistência em um espaço de reprodução de práticas e de discursos racistas, que
favorecem uma episteme vinculada a ideias colonialistas (REIS, 2022). O papel
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dessas leis, obrigando o ensino da história e da cultura afro-brasileira, apesar do


avanço jurídico e político, tornam-se letras mortas quando não acompanhadas de
políticas públicas efetivas no combate ao racismo. A ineficácia de políticas públicas
impede a disseminação dessas leis a todas as escolas brasileiras, o que delimita o
potencial que elas poderiam oferecer à escola, em defesa de um ensino que se
dedicasse à cultura e à história negra, como mecanismos de enfretamento ao
racismo estrutural. Isso poderia, inclusive, permitir a construção de saberes afro-
brasileiros entre os alunos, que, disseminados para além da escola, podem atingir
outras instituições, substituindo as práticas e os símbolos racistas presentes nas
relações sociais no Brasil (REIS, 2020).
O contexto epistemológico da educação brasileira precisa de estratégias para
combater o racismo. Nesse sentido, a síntese cultural freiriana (FREIRE, 2005)
torna-se uma possível alternativa, culminando em reais mudanças e trazendo o
pensamento decolonial ao ensino brasileiro, que passa a ser inclusivo e não
favorecedor das práticas de desigualdade na escola, a partir do não respeito à
diferença (SILVA, 2021).
A forma estrutural como o racismo se manifesta também na escola nos
mostra que esta pode também ser um meio útil para a naturalização de práticas e
discursos antirracistas. Embora os dispositivos legais previstos não tenham
conseguido efetivar-se, a escola continua sendo um espaço de resistência, com
potencial para a ressignificação de saberes racistas. A realidade atual claramente
ainda se coloca como um palco de reprodução racista, o que impede a construção
de um espaço plural na escola (SILVA, 2021).
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Saberes Decoloniais / 2020 / Franciely Baliana / Com Ciência

É importante destacarmos que a mudança para uma sociedade plural, de fato,


demanda uma discussão ampla, que leve à quebra dessa estrutura que coloca os
saberes brancos/europeus acima dos saberes negros. Não é admissível que o saber
negro continue a ser visto como um saber encaixado dentro do universo de ensino
confortavelmente branco/europeu, transformando-o, então, em um discurso paralelo
e distante, fazendo do negro um ser exótico, tendo a sua história e cultura ilustradas
em contextos singulares, comumente reconhecidos apenas nas datas
comemorativas (PASSOS, 2020).
Essa prática, por sua vez, favorece a adoção de antigas táticas de
desvalorização e de apagamento, suscitando, posteriormente, no questionamento
sobre os reais saberes negros, uma vez que este permanece como sendo outro.
Uma sociedade verdadeiramente democrática precisa estabelecer uma leitura de
real igualdade nas diferenças, sem conduzir a padronização ou a desigualdade, de
forma que as diferenças possam ser um aspecto universal e não pertencente ao
universal, rompendo com o status dos saberes brancos/europeus, sem criar outras
formas de hierarquia (OLIVEIRA, 2020).
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as atividades exigidas pela atividade interdisciplinar, foram essenciais


para nortear todo o processo de escrita deste portfólio, bem como, compreender
características relevantes sobre os processos de racismo vivenciado ao longo dos
anos pela sociedade. Pois, quando existe algum tipo de ocorrência referente a
diversidade, pode sim, gerar um impacto direto na vida das pessoas e com isso,
traumas que farão parte de suas vidas até hoje contribuindo dessa forma, para o
regresso da história .
Este portfólio foi de extrema importância para poder obter o conhecimento
necessário sobre esses aspectos. Perceber e aplicar na história, aspectos que
possam fortalecer o time a compreender mais sobre questões étnicas e que levem
ao embasamento do negro, quanto as minorias é extremamente importante para o
alcance de bons resultados na vida.
Logo, a construção desta atividade, gerou o senso de empatia e respeito as
diversidades que existem no mundo contemporâneo. Pois, independente da raça,
opção sexual ou sexo do indivíduo, as pessoas precisam se adaptar e passar a
entender mais as questões envolvendo essas pessoas. Desse modo, garantindo um
futuro melhor para toda a sociedade negra, que por ter passado por diversos
momentos na história que foram extremamente aterrorizantes, merecem um valor
ainda maior do que qualquer outro ser humano, a historia mostra claramente o
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quanto esse período decolonial foi devastador e o quanto teve impacto na vida
dessas pessoas, por isso, saber como efetivar a igualdade pode ser transformador
nos dias atuais.
A atividade foi de extrema importância para assegurar o potencial exigido pela
universidade, bem como, para que o acadêmico possa alcançar uma experiência de
excelência. Promovendo a diversidade, inclusão e respeito as pessoas existentes no
mundo. Tudo o que foi aprendido nesta atividade, com toda certeza, será colocado
em prática, prezando por um mercado mais eficaz e que gere uma sensação de paz,
entre as pessoas. Pois a importância de dominar essas características, podem ser
determinantes para o sucesso ou fracasso do mundo.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Serinaldo Oliveira; DOS SANTOS, Maria do Carmo Rebouças. EDUCAÇÃO E


DECOLONIALIDADE: A história da África e diáspora longe do olhar europeu. Revista PINDORAMA,
v. 11, n. 1, p. 72-84, 2020.

CAPORAL, Angélica Azeredo Garcia; FRUTUOSO, Paula Keller. Período colonial, movimento
decolonial e feminismo negro. 2021

KANTOVITZ, Geane; DE SOUZA, Gabriely Cristine; FERREIRA, Andressa. A perspectiva


decolonial dos saberes e práticas escolares: a experiência do Pibid no Subprojeto/História da
UENP (Jacarezinho-PR). Revista História Hoje, v. 11, n. 22, p. 429-448, 2022.

NASCIMENTO, Jairo Carvalho; CASTRO, Maria Aparecida Dias. O currículo decolonial e o


combate ao racismo epistêmico. Revista HISTEDBR On-line, v. 21, p. e021038-e021038, 2021.

OLIVEIRA, Luiz Fernandes. Opção decolonial e antirracismo na educação em tempos


neofascistas. Revista da ABPN• v, v. 12, n. 32, p. 11-29, 2020.

PASSOS, Maria Clara Araújo dos. “O currículo frente à insurgência decolonial: constituindo
outros lugares de fala”. Cad. Gên. Tecnol., Curitiba, v.12, n. 39, p. 196-209, jan./jun. 2019.

REIS, Diego dos Santos. A COLONIALIDADE DO SABER: PERSPECTIVAS DECOLONIAIS PARA


REPENSAR A UNIVERS (AL) IDADE. Educação & Sociedade, v. 43, 2022.
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REIS, Diego dos Santos. Saberes encruzilhados:(de) colonialidade, racismo epistêmico e ensino
de filosofia. Educar em Revista, v. 36, 2020.

SILVA, Marcos Gabriel Souza. Colonialidade e racismo epistêmico: análise dos atuais currículos
dos cursos de Licenciatura em História (UnB, USP, UFRB e UFRJ). 2021.

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