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1 CONTEXTO GERAL DESTE PRODUTO 2 INTERNET DAS COISAS € UMA OPORTUNIDADE UNICA 3 INTRODUCAO AO CONCEITO DE HORIZONTAIS E AS INICIATIVAS DO PLANO DE ACAO .. 4 OPLANO DE ACAO ESTA ORGANIZADO EM QUATRO CAMADAS DIFERENTES: VISAO POR AMBIENTE, OBJETIVOS ESTRATEGICOS, OBJETIVOS ESPECIFICOS E INICIATIVAS. 4.1 _DESCRICAO DAS QUATRO CAMADAS ..unnnnennnnn sennnnnnnnnennnnnennnnnn 4.2 ASPIRAGRODEIOT PARA O BRASIL... ve a2 142.1 Avisto por ambiente oferece uma aspiragdo de longo prazo para cada uma das verticals priorizadas no estudo (sauide, cidades, rurale industria). 2 4.3, OS OBIETIVOS FSTRATFGICOS INDICAM UM CAMINHO PARA O ALCANCE DA VISAG FM CADA UM OOS AMBIENTES a ronnnen D3 WOS ESTRATESICOS nennnnnennnnn dS 4.4 OS OBIETIVOS ESPECfFICOS IDENTIFICAM OS MEIOS DE SE ALCANCAR 05 08 44.1 Inovacéo e Insercéo Internacional intnnininnininnannnninnnnnincninnnnsnneDS 44.2 Capital Humano 7 443 Regulatério, Seguranga e Privacidade. 19 4.4.4 Infraestrutura de Conectividade e Interoperabilidade. 20 5 ASINICIATIVAS TANGIBILIZAM OS OBJETIVOS ESPECIFICOS EM ACOES FOCADAS, COM CLAREZA DE ATORES ENVoLWIDOS. 2a 5.1 Apaloniza¢Ko DAS INICIATIVAS FOCOU EM TRES CRITERIOS PRINCIPALS: IMPACTO NO ECOSSISTEMA, FACILIDADE DE IMPLANTAGAO E ALINHAMENTO.COM A ASPIRAGAO. 21 5.2 EXISTEMTRESTIPOS O€ INIIATIVAS NO PLAAO. o seen 2 5.2.1 AsAgdes Estruturantessd0 as principals niativas do plano de o¢60... 22 5.2.2 As Medidas sto acées relevantes, porém mais pontudlis..eann- seonin23 5.2.3 Os elementos catalsadores sto mats amplos do que oT e sero tratados fora do modelo de governanga do plano. 23 5.2.4 As iniciativas possuem diferentes horizontes de implantagdo ao longo dos proximos cinco aM0$ rin. 23 6 _ ORECORTE DAS INICIATIVAS POR TEMA TRANSVERSAL PERMITE MAIOR ARTICULACAO COM OS OBJETIVOS ESPECIFICOS ELENCADOS.. 25 6.1 INOVAGAO & INSERGKO INTERNACIONAL, 25 6.2 CapraL HUMANO, : nnn sonnnnenennnnnninnnee SD 6.3 __INFRAESTRUTURA DE CONECTIVIDADE € INTEROPERABIIDADE znsnessssee sane sone 6.4 —_REGULATOAIO, SEGURANGAE PRIVACIDADE ane : 7 ss 39 6.4.1 Regulacdo de Telecomunicagées 39 6.4.2 Privacidade e Protecdio de Dados Pessoais. 40 6.4.3 Seguranga da Informacdo. 40 7 OS TRES PROJETOS MOBILIZADORES SAO A FORMACAO DE UM ECOSSISTEMA DE INOVAGAO, A CRIACAO DE UM OBSERVATORIO DE IOT, EO APOIO A ADOCAO DE IOT EM CIDADES a2 TL DEFINIGRO DE PROJETO MoBILIZADOR A2 7.2 OEcOssisTEMA DE INOVAGKO PRESSUPOE A FORMAGAO DE REDES QUE CONGREGAM EMPRESAS CONSOLIDADAS, STARTUPS E ‘CENTROS DE COMPETENCIAS DISPOSTOS A ESTABELECER PARCERIAS PARA PROJETOS DE INOVAGAO EM IOT. TAMBEM FAZ PARTE D0 PROJETO FORTALECER E ESPECIALIZAR OS CENTROS DE COMPETENCIAS (COMO ICTS) EM TECNOLOGIAS NECESSARIAS PARA O DDESENVOLVIMENTO DE 1OT. A2 7.2.1 Formacdo das Redes de Inovagéo. 43 7.2.2 Fortalecimento dos Centros de Competéncias. M6 1 Versio atualizada em relagio & versio de Outubro/2017 7.3. OsseRvarORI0 0¢ AGOFS DO PLANO PERMITIRA O ACOMPANHAMENTO DAS NICIATIVAS E MELHOR ACESSO A INFORMAGAO ‘SOBRE MECANISMOS DE FOMENTO A INTERNET DAS COISAS NO BRASIL... sence 7.4 IOTEM CIOADES CONCENTRA ACOES VOLTADAS AO APOIO TECNICO, FINANCIAMENTO E CAPACITACAO PARA PERMITIR QUE CCENTROS URBANOS BRASLE'ROS ADOTEM SOLUGOES DE IOT PARA MELHORAR A VIDA DA POPULAGKO. 52 7.4.1 — Carttha de requisitos minimos para aplicagdo de loT. 53 7.4.2 Apoio no planejamento de pilotos de Internet das Coisas 56 7.4.3 Apolo na execucdo de pilotos 57 8 OPLANO DE ACAO DE IOT PARA O BRASIL E 0 PRIMEIRO PASSO EM DIRECAO A UM FUTURO MAIS COMPETITIVO, COM CADEIAS PRODUTIVAS MAIS ROBUSTAS, E MELHOR QUALIDADE DE VIDA DA POPULACKO. 58 9 ANEXO A 0 PROCESSO DE IDENTIFICACAO E PRIORIZACAO DAS INICIATIVAS ENVOLVEU ENTREVISTAS, WORKSHOPS, REUNIOES DE TRABALHO COM ESPECIALISTAS E CONSULTA PUBLICA 9.1 ENTREVESTAS 61 9.2 WoaKsHOPS .. sn sv sonnnnnennnnnenennneBl 9.3 REUNIOES DE TRABALHO COM ESPECIAUSTAS.r.nnnsnnnnnnnnnnnn nt) 9.4 CONSULTAPUBLCA. 64 9.5 CONSELHO CONSULTIVO OF PERF SENIOR. 64 1 Contexto geral deste produto O presente documento - “Relatério do plano de agio — Iniciativas e Projetos Mobilizadores” — & um dos produtos do estudo "Internet das Coisas: um plano de aco para o Brasil”, liderado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econémico e Social (BNDES), em parceria com 0 Ministério da Ciéncia, Tecnologia, Inovages e Comunicagées (MCTIC). O estudo, que tem por objetivo propor um plano de acdo estratégico para o pais em Internet das Coisas (em inglés, Internet of Things - oT), est dividido em quatro grandes fases: = Diagnéstico Geral e Aspiracao para 0 Brasil: obtencao de visdo geral do impacto de JoT no Brasil, entendimento das competéncias de TIC do Pais e definicéo de aspiragGes iniciais para IoT no Brasil; a Selegio de verticais e horizontais: definicdo de critérios-chave para selegio e priorizacdo de verticais e horizontais; = Aprofundamento e elaboragao de plano de agao (2018 -2022): aprofundamento nas verticais priorizadas, elaboracao de visdo para IoT para cada vertical ¢ elaboracao de Plano de Acdo 2018-22; = Suporte 4 implementagao: apoio 4 execugio do Plano de Agdo 2018-22. As trés primeiras fases sao compostas de nove produtos principais. O presente documento apresenta o plano de ago para o desenvolvimento de IoT no pais, com seus objetivos estratégicos e especificos, assim como as iniciativas mapeadas nos diversos féruns de engajamento do estudo. O documento consiste no produto 8, inserido na Fase III do estudo, como descrito no QUADRO 1a seguir: QUADRO1 Principals produtos do estudo infemet des Caisas: um plano de ago para Eaal ‘tec eee 2 Internet das Coisas é uma oportunidade unica A disseminagdo e 0 uso massivo de Internet das Coisas (ou Internet of Things - IoT, em inglés) iré transformar a economia e o dia a dia da populagéo de maneira téo ou mais impactante do que robética avangada, tecnologias Cloud, e até mesmo do que a internet mével. © professor da Harvard Business School, Michael Porter, um dos maiores pensadores do mundo dos negécios, considera Internet das Coisas “a mudanga mais substancial na produgdo de bens desde a Segunda Revolugéo Industrial”?, Tanto gigantes multinacionais como startups ja estdo aproveitando essa tendéncia emergente de solugées tecnoldgicas que envolvem conexao maquina a maquina para criar novos modelos de negécios e otimizar os que jd existem. Esta em curso um processo irreversivel de destruicao criativa, termo usado pelo economista Joseph Schumpeter (1883-1950) para descrever a transformacio industrial que destréi estruturas econémicas para criar outras. Um estudo do McKinsey Global Institute estima que o impacto de IoT na economia global sera de 4% a 11% do produto interno bruto do planeta em 2025 (portanto, entre 3,9 11,1 trilhdes de délares). Até 40% desse potencial deve ser capturado por economias emergentes. No caso especifico do Brasil, a estimativa ¢ de 50 a 200 bilhes de délares de impacto econémico anual em 2025. Mais importante do que os ganhos econdmicos séo os beneficios para a sociedade que a ampla adogao de loT pode trazer. Em junho de 2017 a Unido Internacional de ‘Telcomunicagées (UIT), braco da Organizagao das NagGes Unidas (ONU) para o setor de telecomunicagées, relacionou como a IoT pode auxiliar o mundo a alcancar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel, listando dez principais atividades, cujos pontos principais foram sintetizados no QUADRO 2a seguir. 2Hlarvard Business Review de outubro de 2015. hitps://hbr.ong/2015/10/how-smart-connected-products-are- ransforming-companies QUADRO2 Declaragao da Internet of Things para alcangar as metas de desenvolvimento sustentavel lens das da declaragio adotada pelos patcipantas da torn of Thi 1s Week 2017 loT em beneficio da humaridede, do meio ambiente & {do desenvolvimento sustentavel[..] Ove implementaglo da loT no contexto urbano & de servigos para criar cidades e comunidades mais intaligentes e mais sustentaveis [..] Promover um ecossistema abrangente, dinémica @ ‘seguro de oT, inchindo suporte a startups © incubadoras [1 Estmular 0 desenvolvimento e a implomentagao de pacrées que facitom a interoperabiidage eno tecnologias © solugbes IoT para pavimentar o caminho para um ecossistema aberto e nteroperdvel ‘Adotar aplicacdes inavadoras de loT para lidar com os desafios associados a fome, abastecimento de aga © sseguranga alimentar oe Promover 0 desenvolvimento e a adogao de Tecnologias Estimular 0 interesse no uso da loT para redugdo de ‘ural para promover a aplicagso de ICTs no fornecimento riscos @ miigagao de mudangas clmaticas [.] Identitcar e apolar a tendéncia crescente de uso de tecnologias aT na educacao [..) Adotar a aplicagdo eo uso da loT na conservaggo da biodversidade ¢ no monitoramento ecolgica [-] CContribuir para a pesquisa global e discussdes sobre IoT em cidades inteligontes « sustontéve's por moio de iniiatvas lobais[.] Promovero dislogo ea cooperagao intemacional sobre oT no desenvolvimento sustentavel [..] Oplano de ago de IoT que ¢ apresentado neste documento contempla 43% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel, como pode ser visto no QUADRO 3 a seguir. Isso aponta clara e diretamente o quao benéfica a adogdo de IoT pode ser para a sociedade brasileira. QUADRO3 43% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel sao contemplados pelo Plano de ago para loT no Brasil Motas dos ODS comtompladas pelo ‘iodo total de metas Pee eee + Mota 24: Até 2030, garantrsistomas sustontéveis e produgdo do alimentos o implomontarpréticas agrtcolas resilantes, que aumentam a rodutividade e a produgdo [1 Mota 3.4 Até 2090, reduzir om um terga a mmortaliade prematura por doengas nto ‘ransmissiveis via prevengao e tratamento, © promaver a sade mental eo bem-estar Mota 7:3: Até 2080, dbrar a taxa global de mmelhoria da efieléneta energétien 3 Introdugao ao conceito de horizontais e as iniciativas do plano de acgao Produtos anteriores deste estudo dividiram as oportunidades de negécios para IoT no Brasil e no mundo por ambientes — um aglomerado de setores correlatos, que tratam de desafios particulares a um determinado ecossistema. O estudo priorizou o direcionamento dos esforgos nos seguintes ambientes: cidades, satide, rural e industria (tanto manufatura, quanto industria de base)’. A matriz para priorizacao dos ambientes encontra-se no QUADRO 4 a seguir. QUADRO4 Amatriz de priorizagao destacou quatro Frentes Prioritarias de loT para o pais emanda x Capacidade de desenvolvimento x Oferta (tamanho do clrulo) @ Fens Promane ° Demanda | ss BSS —.@ lot para a )esese| Ina ea . nasttas Notes ae Losisica| ° ° Capacidade de desenvolvimento ° Para que o Brasil se posicione de forma destacada nessa corrida tecnolégica e aproveite suas vantagens em tais ambientes, precisa agir para destravar barreiras que limitam o potencial de desenvolvimento dessa nova tendéncia tecnolégica global. Diversos obstaculos tocam em mais de um (ou até todos) os ambientes mapeados. Portanto, enquanto os ambientes selecionados sdo chamados de verticais nos produtos anteriores, os temas transversais serao chamados de horizontais. Ao todo, foram mapeadas e discutidas quatro horizontais, que se encontram descritas no QUADRO 5 abaixo. 30 processo de priorizagdo detalhado esta disponivel no documento do Produto 6 ~ Priorizago das Verticais Horizontais, da Fase Il deste mesmo estudo. QUADROS5 Principais temas de loT transversais a todos os ambientes — as horizontais Peeael Regulate, agua tecnologia se “amancarse Apés um processo colaborativo de avaliagio dos principais desafios de cada vertical e das horizontais, elencou-se um conjunto de iniciativas relevantes para destravar e estimular 0 desenvolvimento de IoT. O levantamento contabilizou cerca de 200 iniciativas. Apés miltiplos processos de refinamento realizados em conjunto com BNDES e MCTIC e com participagao da Camara IoT, chegou-se a 75 iniciativas pertencentes ao plano e um conjunto de elementos catalisadores para impulsionar o desenvolvimento de IoT no Brasil. Todas as iniciativas foram levantadas em discussées que envolveram centenas de atores € estéo organizadas nas horizontais do estudo. © QUADRO 6 a seguir mostra alguns ntimeros de engajamento do processo de construgao do Plano de Acao. QUADRO6 levantamento de iniciativas na fase 3 envolveu centenas de pessoas diretamente, via entrevistas e workshops FASE 3 - 0 proceso geral de levantamento de iniciativas envolveu: SoS Pessoas Consutndas organzases Enovistas ; saul repeneradas Horas de euido Gotrvao com Septal do eae pxoes eric Horse wrkson sa onreanl t utosorgaos divas om eae ee governement 80s port stor Pastipartes Como resultado do processo de priorizagao colaborativo 0 consércio e o comité gestor construfram um novo recorte, estruturando as iniciativas a luz dos atores envolvidos, da facilidade de implementar e do impacto na criagdo de um ecossistema de Internet das Coisas. Neste novo recorte, as iniciativas que combinavam verticais e horizontais, foram agrupadas nos seguintes tipos: ages estruturantes, medidas e elementos catalisadores. Além disso, elencou-se trés projetos mobilizadores que fornecem o alicerce para a construgéo de um ecossistema robusto e colaborativo de IoT. Nesse caso, 0s projetos sio suportados por uma estrutura de governanca prépria, que canaliza esforgos sobre iniciativas correlacionadas e as proporciona maior potencial de avangar. Essa estrutura de tipos de iniciativas e projetos que as potencializam pode ser vista no QUADRO 7 a seguir. QUADRO7Z O processo de priorizagao destacou trés tipos de iniciativas e trés projetos mobilizadores Boe CR acy Reet eC Ecossistema de m Observatério de loT loT em Cidades Inovagao oer te FONTE: Fuso enpjamero do aso, dbossbes cr BNDESIMCTIC ane do arses -10- ‘isao 4 O plano de acdo esta organizado em quatro camadas diferentes: por ambiente, objetivos estratégicos, objetivos especificos e iniciativas 4.1 Descrigao das quatro camadas A organizacao do plano de ago prevé quatro niveis de granularidade para os objetivos a serem alcangados. Essas camadas sao desdobramentos umas das outras ¢ permitem compreender onde se quer chegar com o plano de acdo aqui descrito. O modelo ‘esquematico do QUADRO 8 permite uma visualizacdo das quatro camadas. QUADRO8 O plano esta organizado em quatro diferentes camadas que respondem “O que” serd feito e “Como” Estrutura do plane rig * Aspiragao de longo prazo para o ambiente @oque + Objetvos de longo prazo + Relagio préxima aos princh dlesatios por ambiente (vert rononas OO B * Objetivos de médio‘curte prazo + Sintese das Inielativas + Relagdo préxima com desaflos transversais (horizontals) @ Como Iniciativas categorized wagbos esruurantes = Medios = Elementos catalisadores principio norteador do Plano de Aco é a Aspiragao do Brasil para Internet das Coisas, que foi definida durante a primeira fase do estudo. A partir dessa aspiracao geral e de longo prazo para o pais foram definidas as Visbes particulares de cada um dos quatro ambientes priorizados, Essas visces se desdobram em objetivos estrategicos, que identificam os desafios do ambiente que IoT deve solucionar para entregar valor para a sociedade. Cada ambiente tem os seus objetivos estratégicos, fundamentais para direcionar os esforgos na direso do alcance de sua visao. Seguindo para o préximo nivel, os objetivos estratégicos desdobram em objetivos especificos. Se os objetivos estratégicos sao 0 “que”, os especificos so o “como”. Eles refletem 0 que precisa acontecer no ambito das quatro horizontais para que os objetivos estratégicos das verticais sejam alcancados. -u- As iniciativas, por sua vez, representam um conjunto de agdes, com um ou mais responsaveis. O conjunto de iniciativas realizadas permitird o alcance de um objetivo especifico. Desta forma, conforme as iniciativas forem sendo concluidas, de forma encadeada, sero alcangados os objetivos especificos do plano, seus objetivos estratégicos ¢, por fim, sua visdo. 4.2. Aspiracao de IoT para o Brasil Na fase inicial deste estudo, definiu-se uma visio ampla para todo o plano de agio em Internet das Coisas para 0 Brasil. O capitulo de Aspiragao no Produto 34 deste estudo detalha o proceso de escolha de tal visio abrangente, que levou em conta as aspiragies de outros paises e os anseios e desejos de centenas de participantes dos eventos realizados na primeira fase deste estudo. Por fim, a visio articulada foi a seguinte: Acelerar a implantagio da Internet das Coisas como instrumento de desenvolvimento sustentdvel da sociedade brasileira, capaz de aumentar a competitividade da economia, fortalecer as cadeias produtioas nacionais, e promover a melhoria da qualidade de vida Essa visio abrangente fundamentou os critérios para a selecdo dos ambientes, e se desdobra em visées para os quatro ambientes de aplicagdo priorizados, detalhadas a seguir. 4.2.1 A visdo por ambiente oferece uma aspiracao de longo prazo para cada uma das verticais priorizadas no estudo (saude, cidades, rural e industria) Para cada ambiente foram realizadas dindmicas com atores relevantes dos setores envolvidos para estabelecer uma visao do que se almeja com Internet das Coisas. Alguns exemplos de atividades realizadas para a construgao da visdo, dos objetivos e das iniciativas do Plano de Ago incluem workshops sobre os ambientes de satide, rural e industria com mais de 140 participantes, entrevistas com cerca de 60 atores cruciais para © sucesso do plano de acdo em cada uma das verticais ¢ horizontais, além de comités de trabalho com especialistas nos ambientes de aplicagao. Os relatérios especificos de cada uma das quatro verticais detalham o processo particular de construgao da visio em cada ambiente. Aqui, sumariza-se tais aspiragdes tematicas por meio do QUADRO9 abaixo. Além das visdes por ambiente, desdobramento da visao geral 40 capitulo de Aspiragio do Plano de Agio no documento do Produto 3 ~ Relatério de Anilise de Oferta e Demanda, da Fase II deste mesmo estudo. -R- descrita no item acima, o esquema visual abaixo também inclui breve di estratégicos para cada um dos ambientes. QUADRO9 Visao do Plano de Acgao de loT para o Brasil eo ee eee eee Eee Ree ee produtivas nacionais, © promover a melhoria da qualidade de vida DO OE Cidades ‘Saude Rural Industrias Eee Gone on Poe Vida nas cidades il ampliacio do acesso [MM produtividade ca [if doitens mais Per rere fancia do Bras [il complexos Perertey Pre o-coméreio mundial J aumentar a Parnes pear ers Sree oad oe ery ee precene nets eee Ete Srey reece ee ee s6cio-ambientl, por ry ores beret ir pete Comes Peron eco produtivas Perr exportador do Poteet od Pricer) ccd aa Cada vertical possui quatro objetivos estratégicos, um para cada desafio. A divisdo por desafios dentro de cada ambiente (como mobilidade, seguranca publica, eficiéncia energética/saneamento e inovagio no ambiente Cidades) permite uma organizagio “2B. melhor dos objetivos estratégicos. Esses objetivos, descritos no QUADRO 10 abaixo, ‘oferecem um caminho para alcangar a viséo desenhada no item anterior. QUADRO10 Objetivos estratégicos dos ambientes Reduzir tempos de ‘Aumentara deslocamento, con- || dade dos tratamen- || produtividade cia e a flexibilidade siderando diferentes || tos de pessoas com || qualidade da dos processos ‘modalidades de doencas crénicas por |] produedo rural industriais usando veicules, e aumentar || meio do monito- brasileira pelo uso de || solugdes de loT para a atratividade do ramento continuode || dados a gestio de transporte coletive || pacientes ‘operagoes ee ro Door F]| Aumentarcapacida- || Prevenir situagdes de || Otimizarousode || Promovero desen- Ell de de vigllinciae || riscoe controlar || equipamentos no _ || volvimento de novos F:4| monitoramento de || surgimento de epide-_|| ambiente rural pelo _ || equipamentos, $4) reas da cidade para_|| miase dedoengas || uso de loT produtos « modolos F4| mitigar situagdes de || intecto-contagiosas por de negécios que F| tisco 8 seguranca meio de solugies de incorporem solugées. 3 oT deloT i — Estoque e aos ry eee Soucy ir paren ui i ed Eee 2 feecinert Reduzir desperdicio || Aumentar a-ficién- || Aumentaro volume _ || Promover de utilities ¢ criar cla dos hospitals do |] de informagées e sua || integragdo e rede de iluminaggo |] SUS e unidades de _|| preciso no cooperagéonas publica que habilite || atoncao primaria de || monitoramentode _|| cadelas de solugées de loT de || sade através da ativos biolégicos || fornecedores de {forma ampla na adogao de solugies: bens, componentes, cidade lot ‘servigos e insumos. Promovera adogao de solugées desenvolvidas localmente para desafios do ambiente FONTE: Fos do ranamento do ie, dcusss cam BNDESIACTIC wna 6 orsrcio “ue 4.4 Os objetivos especificos identificam os meios de se alcangar os objetivos estratégicos Enquanto os objetivos estratégicos so restritos &s verticais selecionadas, os objetives espectficos buscam superar as barreiras horizontais de todos os ambientes, embora com especial énfase naqueles priorizados. Cada objetivo especifico retine um conjunto de iniciativas que, se bem encaminhadas, resultardo no alcance daquele objetivo. Estes objetivos sao cruciais para o plano. Eles sintetizam 0 que as iniciativas buscam alcangar e foram divididos por tema transversal. A seguir, apresentamos o detalhamento de cada objetivo especifico por horizontal. 4.4.1 Inovacdo e Insercao Internacional A horizontal de Inovagio e Insergao Internacional tem quatro objetivos especificos, que englobam 25 iniciativas. Os objetivos esto listados no QUADRO 11 a seguir: QUADRO 11 Inovagao e Insergao internacional * Estimular a experimentagdo, cooperagao e disseminagao de modelos de negécio bem sucedidos *Aperfeigoar e divulgar instrumentos de financiamento e fomento para ICTs ¢ ‘empresas inovadoras * Construir ambiente para monitoramento continuo e participativo do Plano de loT “= Internacionalizar solugbes locals em linha com padrées globais e interoperaveis Muitos especialistas e executivos de empresas tecnolégicas reconhecem que hé diversos instrumentos de financiamento ¢ fomento disponiveis, mas destacam que eles precisam de aperfeigoamentos para atender as demandas de Internet das Coisas. Processos mais expeditos de concessio de crédito, modelos alternatives de garantia, financiamento diferenciado para apoiar servigos ptiblicos e escalar empresas de base tecnolégica sem diluigdo excessiva de seus acionistas estdo no rol de questées mapeadas nos diversos féruns de engajamento ao longo do estudo. Esse objetivo pode, inclusive, ser aliado de outros, como a necessidade de incentivar a adogao de IoT ou o estimulo & experimentacao. Dificilmente haver desenvolvimento significativo de ofertantes de tenologias de IoT sem uma adogdo difundida dessas solugdes no mercado brasileiro. Instrumentos de financiamento e fomento podem ajudar na demanda por IoT, reduzindo as barreiras de entrada. Sem recursos para investimento em capital de risco, central para a experimentagdo e desenvolvimento de novos modelos de negécio, as inovagées se limitarao a serem incrementais. O capitulo de diagnéstico das Horizontais jé previamente mencionado neste documento detalhou a baixa insercao do Brasil em féruns internacionais de discussao sobre padrdes para o desenvolvimento de Io'T. Mas, além da participacao nessas aliangas, o Brasil precisa estimular a internacionalizagio de suas empresas que trabalham solugdes de ponta em IoT. Afinal, 0 caminho ideal para definir padrées de interoperabilidade ¢ através das empresas: sejam as brasileiras, que precisam de uma plataforma internacional, sejam as multinacionais presentes no pais. Por fim, a construgdo de um ecossistema saudavel de IoT requer o monitoramento das ages elencadas no Plano Nacional de ToT, que seguir o langamento deste documento técnico. Transparéncia e prestagao de contas s4o um imperative para que a intengao de induzir o desenvolvimento de IoT no Brasil obtenha sucesso. -16- 44,2 Capital Humano A horizontal de Capital Humano possui quatro objetivos especificos, que englobam 12 iniciativas. Os objetivos estao listados no QUADRO 12 a seguir. QUADRO12 Capital Humano “Ampliar forga de trabalho qualificada em loT nos ambientes priorizados, com foco especial na demanda *Despertar interesse dos jovens para loT/TIC ‘ Fortalecer corpo de P&D e engenharia para loT em classe mundial -Pfomover'a capacttagio’ __ de gestores publicos para loT fe i A ampliagio da forga de trabalho qualificada em IoT objetivo premente para que a adosao e © desenvolvimento dessas solugées avancem. Por um lado, hé questées estruturais relacionadas as deficiéncias de mao de obra que levam 48% dos empregadores no Brasil a afirmar que a falta de habilidades especificas ¢ um grande obstaculo ao preenchimento de vagas. Por outro, ha um baixo ntimero de formandos brasileiros em dreas relacionadas a IoT, como engenharia e computagio. Apenas 7% dos formandos brasileiros esto nessas 4reas, quando na Alemanha séo 15%, na Colémbia so 17% e no México 19% 5 Seja pela insatisfagdo de empregadores e ou pelo baixo percentual de formandos, a oferta de cursos em temas cruciais para o desenvolvimento de IoT ainda nao é suficiente. Por isso a importancia de fomentar a demanda por esse tipo de conhecimento: tanto despertando os interesses dos jovens, quando aumentando a demanda no mercado por 5 Capitulo de Diagnéstico das Horizontais, parte do Produto 3 Relatério de Andlise de Oferta e Demanda, da Fase I~ deste mesmo estudo. hitps:/wiw bades gov br/wps/portalisite/homelconhecimento/estudos/chamada-publica- internet-coisas/estudo-internet-das-coisas-um-plano-de-acao-para-o-brasil “7 profissionais qualificados em Areas como seguranga cibernética e big data, centrais para Internet das Coisas. © campo da pesquisa académica nacional também possui espaco para desenvolvimento. Um exemplo é queda na oferta de de bolsas em engenharia e dreas relacionadas a tecnologia. Elas cairam de 41 000 para 26 000 entre 2013 e 2015, bem como as autorizagdes de trabalho concedidas a estrangeiros cairam 46% entre 2011 2015. Portanto, o Brasil tem atraido menos talentos internacionais e tem investido menos em pesquisa. Por isso, é to importante 0 objetivo de fortalecer © corpo de P&D em areas relacionadas a IoT e garantir que tenham qualidade internacionalmente competitiva — 0 que necessariamente envolverd uma mistura de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Por fim, nao se pode negar o papel crucial de gestores piiblicos no fomento a oT: seja pelo lado da demanda, que pode ser impulsionada pelo governo, seja pelo lado do apoio téenico e financeiro aos projetos de desenvolvimento de Internet das Coisas. Sendo assim, a qualificagéo dos gestores publicos se torna necessdria para proporcionar mais efetividade nas futuras medidas. -18- 4.4.3 Regulatério, Seguranca e Privacidade A horizontal de Regulatério, Seguranga ¢ Privacidade possui diversos aspectos que sao mais amplos do que Internet das Coisas e cuja a anélise detalhada excedia 0 escopo deste estudo. Dado a relevancia desses temas mais amplos, eles foram mantidos neste relatério de forma breve e descritos em mais detalhes em um anexo especifico. O QUADRO 13 abaixo lista os 4 objetivos especificos da horizontal de Regulatério, Seguranca e Privacidade. QUADRO13 Regulatorio, Seguranga e Privacidade + Enderegar questées da regulamentacao de de aplicagées loT + Estruturar a criagao de um marco regulatério de protecao de dados essoais adequado para fomentar a inovagao @ a protecdo aos direitos indiviguais| * Identificar e tratar questées regulatérias especificas nas verticals priorizadas + Estabelecer desenho institucional adequado para enfrentar os desafios em privacidade e seguranga para loT Um dos principais pontos necessarios para o adequado desenvolvimento da Internet das Coisas est relacionado com a disponibilidade de conectividade. Desse modo a andlise e revisio do quadro regulatério de telecomunicagdes é de suma importancia para se asseguré-la, com as especificidades necessdrias, em especial diante da variedade de aplicagies e de noves modelos de negécio em IoT. Para além dos desafios na regulamentagao de telecomunicagies, ¢ essencial enderegar os atuais gargalos nos temas de privacidade ¢ protegdo de dados pessoais e de seguranga da informagao. Embora se tratem de temas maiores do que IoT, eles so catalisadores para o seu desenvolvimento adequado, em especial em ambientes como 0 de cidades e de satide. Por fim, hd um conjunto de questées regulatérias especificas dos ambientes cidades, saude, rural e industria que devem ser analisadas para o desenvolvimento da IoT. -19- 4.44 Infraestrutura de Conectividade e Interoperabilidade Ahorizontal de Infraestrutura de Conectividade e Interoperabilidade possui trés objetivos especificos, que englobam 20 iniciativas. Os objetivos esto listados no QUADRO 14 a seguir. QUADRO 14 Infraestrutura de conectividade e interoperabilidade -Ampliar a oferta de redes de comunicagao em acordo com as demandas por servigos de loT “Articular o tema loT em politicas publicas de ampliagao de solugées e infraestrutura para conectividade =Incentivar e promover a interoperabilidade e padronizacao de Redes, dispositivos e solugdes de loT Ainda que nao seja um desafio particular a IoT, ampliar a oferta de infraestrutura de redes de telecomunicagies ¢ um objetivo a ser perseguido. Se por um lado muito houve avango nas tiltimas décadas, com investimentos tanto da iniciativa privada quanto do Estado, ha muito espaco para ampliar a capilaridade da infraestrutura de conectividade, principalmente considerando-se areas mais afastadas dos grandes centros, que, nao obstante, sao importantes para as verticais priorizadas. Adicionalmente, 0 Estado tem papel fundamental enquanto articulador de atores ¢ formulador de politicas piblicas que visem aumentar as solugdes de conectividade que podem ser empregadas nos diversos casos de uso de IoT, em particular em verticais priorizadas de grande alcance social, como Saude e Cidades. Por fim, sempre que possivel, deve-se buscar promover a padronizagio e a interoperabilidade dos componentes das solugdes de IoT, com 0 objetivo de se obter maior escala de adocdo, mais rapidez de desenvolvimento de novos servicos e aplicagées, ¢ fomentar a capacidade de inovacao em IoT. -20- 5 As iniciativas tangibilizam os objetivos especificos em ages focadas, com clareza de atores envolvidos 5.1 A priorizagao das iniciativas focou em trés critérios principais impacto no ecossistema, facilidade de implantagao e alinhamento com a aspiracéo O processo de refinamento das iniciativas envolveu workshops, entrevistas, reunides de trabalho com especialistas, um conselho consultivo de perfil sénior e diversas interagdes entre membros do consércio e érgaos governamentais, sobretudo BNDES e MCTIC. Todo esse processo esta detalhado no anexo deste documento. No processo de levantamento de cerca de 200 iniciativas, os participantes jé eram estimulados a priorizar, aglutinar e simplificar as ages. Os critérios usados foram quanto cada iniciativa impactaria a criacdo de um ecossistema de ToT no Brasil, qual seria o nivel de complexidade da implementagéo daquela iniciativa e 0 quo alinhada estaria com a aspiragao do plano. Apés 0 processo de refinamento, o esforco passou a ser em priorizar e organizar um rél de 46 iniciativas entre as mais factiveis e promissoras para a construcao do plano de ago. Esse trabalho final de refinamento foi feito por meio de mais de 25 horas de reuniao entre do ¢ especialistas do BNDES e do MCTIC. As discussées realizadas com o Conselho Consultivo do estudo e com a Camara JoT também foram essenciais para balizar a abordagem escolhida e se chegar & lista final. os membros do consércio que gerencia este es A diminuigao do numero de iniciativas foi em grande parte um reflexo da consolidacao da organizagao delas ao redor das horizontais do plano, que sao em sua esséncia transversais aos ambientes de aplicagdo. A titulo de exemplo, ao invés de ter quatro iniciativas distintas tratando da oferta de financiamento para pilotos nos ambientes priorizados, definiu-se uma iniciativa tmica, 5.2. Existem trés tipos de iniciativas no plano A partir da priorizacéo das iniciativas elas foram categorizadas nos seguintes tipos, detalhados ao longo deste capitulo = 17 acées estruturantes = 31 medidas = 27 elementos catalisadores Essa separacdo foi realizada de acordo com o férum responsavel pela decisdo das iniciativas, o impacto delas e a facilidade de implantagao, como descrito no QUADRO 15 a seguir. -21- QUADRO15 Esistem trés categorias de iniciativas mapeadas ao longo do estudo Frum do de Impacto Fcilidado de implantagio + DecisGestomadas por ~ Alb elintado a adogdoe * Desatiadora porém alto escalso de orgdes—

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