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(Projeto Euclides) Cesar R. de Oliveira - Introdução À Análise Funcional-IMPA (2010)
(Projeto Euclides) Cesar R. de Oliveira - Introdução À Análise Funcional-IMPA (2010)
0 de forma que Allglln $ (fll: $ BU, VEE X. EXERC{CIO 1.6. a) Verifique que normas equivalentes num espago veto- tal geram a mesma topologia (iétrica) e possuem as mesmas sequéncias de Cauchy; portanto, se um desses espagos métricos for completo, entéo © outro também serd. b) Mostire que se duas normas geram a mesma topologia, entio elas so equivalentes, Exemplo 1.6. As normas |j - ||. € || - ||1 no espago vetorial dos po- lindmios em [0,1] ndo sio equivalentes, pois se py(t) = t"-1, tem-se IPnlloo = 1, para todo n > 1, enquanto |[palli = 1/n, que converge a zero quando n-+00. EXERCICIO 1.7. a) Mostre que num espago normado de dimensio fi- nita um conjunto é compacto se, e somente se, ele é fechado e limitado (lembre-se que num espago métrico todo compacto é limitado e fechado).. b) Seja Ex = (bng)§21, sendo 5; = Ose i # ke dex = 10 “6 de Kronecker”. Use essa sequéncia para mostrar que em (P(N), I
ase de X, de forma que todo
€€ X pode ser decomposto ‘aye. Basta mostrar que qualquer
norma ||| em X 6 equivalente a ich SPs |ay|. Uma desigualdade
segue diretamente da estimativa
Saye;
7
em que B = maxi 0. Use isto para mostrar a desigualdade
de Holder | J vodul < J Wpldu < lvlllelle para v € LE ey € Lf. Bscolhendo ip =
vr" /IB!*, mostre entéo que [lly = suPyyy na f v|ds, verifique a desigualdade
de Minkowski [Wx + valy < Ibdillp + [Walle €que [lp & uma norma, L? completo
pelo teorema de Riesz-Fischer. Adapte para I”Capitulo 2
Compacidade e
Completamento em
Espagos Normados
Neste Capitulo so tratadas duas propriedades sobre espacos normados. A
primeira 6 que a bola unitéria fechada em 47 6 compacta se, e somente se, a
dimensio de AV’ 6 Gnita (lembre-se que A’ sempre denota um espago normado)
A segunda 6 que todo espago normado “pod ser completado” mum espago de
Banach.
2.1 Compacidade e Dimensio
soguinte lema é a ferramenta chave para se construir sequéncias
limitadas, que no possuem subsequéncias convergentes, em espagos NV
de dimensio infinita, Embora certamente com a intuigéo prejudicada,
pela auséncia explicita de ortogonalidade, uma interpretagio geométrica,
de seu enunciado é importante para tornar natural sua. demonstracéo,
Lema 2.1 (Lema de Riesz). Sejam X um subespaco vetorial fechado
préprio do espago normado (N,|| \). Entéo, para cada 0 0. Assim, para todo d> c existe w € X come < |l(-wl] <
ISEC, 22: COMPLETAMENTO DE ESPACOS NORWADOS i
4. O votor € = ((—w)/II¢ wl pertence a N\X e [lf] = 1. Além disso,
para todo n € X tem-se
1
[roa @ +1 - ot | = eG
le nl
Portanto, para 0 < a < 1 dado escolhese d = c/a € segue 0 resultado
desejado infyex fn] 2a.
Teorema 2.2. A bola fechada B(0;1) em um espaco vetorial normado
N € compacta se, ¢ somente se, dimN < co.
Demonstragéo, Se dim < oo, sabe-se que B(0; 1) é compacta (veja
© Bxercicio 1.7). Se dimA’ nfo é fnita, seré usado o Lema de Riesz
para construir uma sequéncia em B(0;1) que néo possui subsequéncia
convergente,
Seja & € N, |[fil|=1. Pelo Lema de Riesz existe f € N, com
Ull=1, € l\éa — &l| > 1/2 (escolhende a = 1/2 no Lema de Riesz)
O espaco vetorial Lin({€1,€2}) é fechado, pois é de dimenséo finite.
Novamente pelo Lema de Riesz, existe & € NV, com [fall = 1, [fo —
Gil] > 1/2 e llés — | > 1/2. Desta forma, constrdi-se uma sequéncia
(G)E1, lal = 1, para todo n, e [gj - &ll > 1/2 para todos j # k.
Esta sequéncla nao possui subsequéncia convergente e, portanto, a bola
unitéria fechada B(0;1) nfo 6 compacts.
Exencicio 2.1. O que se pode dizer se B(0;1) for eubstituida por
S(0; 1) no Teorema 2.2?
EXERCICIO 2.2. Dé exemplos de subespagos de [2(Z), 1°(2) e L1(R)
que nao sio fechados.
2.2 Completamento de Espacos Normados
Definigio 2.8. Dois espagos métricos (Xd) e (¥, D) sio ditos isomeétri-
cos se existe uma isometria x : X — ¥ bijetora (Iembre que « é uma
isometria se D(x(€),(n)) = d(€,7), pars quaisquer &,1) € X,e que toda
isometria é injetora),
EXERC{cto 2.3, Mostre que um espago métrico isométrico a um espago
miétrico completo também & completo.12 [CAP. 2: COMPACIDADE E COMPLETAMENTO
Definigdo 2.4. Dois espagos noumados Ne No so isomorfos se existe
uma isometria linear bijetora x : Ni + Nj (ou seja, «(af +n) = an(6) +
k(n), para todo £,n € Nia € Fe wé sobrejetora). A aplicagio « é
chamada de isomorfismo entre esses espagos normados.
§
‘Teorema 2.5. Se (X,d) € um espago métrico, entio ele € isométrico a
‘um subconjunto denso de um espaco métrico completo (X,d); tal X é
chamado de completamento de X. Além disso, quaisquer dois comple-
tamentos de X séo isométricos.
Demonstragio. Seré construido o completamento de forma similar
& construgéo de Cantor dos niimeros reais; cada ntimero real pode ser
identificado com as sequéncias de Cauchy, de ntimeros reais ou apenas
racionais, que convergem ale. Nao sero apresentados todos os detalhes
técnicos da demonstragéo, pois embora ela envolva varios passos, cada
uum deles ¢ simples.
Seja X 0 conjunto das classes de equivaléncia de sequéncias de Cau-
chy em X, em que duas dessas sequéncias (f) ¢ (£4) so equivalentes se
limy.soo (Eq, €j,) = 0. Usando a desigualdade triangular segue que esta
relagéo realmente define classes de equivaléncia e, ainda, que se &,} ¢ X,
cento o limite
lim a(t)
existe © ndo depende dos representantes (En); (rin) de € © 7, respecti-
vamente) utilizados, e detine uma métrica em X. Para se concluir que
© limite existe, considere d(En, 1) S U(En,m) + d(Ems Mm) + Ams Mn)s
implicando em.
ld(Eas 1h) ~ (Gras Mh)! S (Ens &m) + (thas Mr)
e sendo (E,), (Ms) sequéncias de Cauchy conctui-se que (d(Eu,"))a &
Cauchy em R, e portanto convergente. A independéncia dos represen-
tantes mostra-se de forma similer.
Defina x : X + x(X) CX, de forma que (€,€,¢,-+-) é um represen-
tante de (é); entdo « é uma isometria cuja imagem é densa em (X, d)
De fato, se (q) 6 um representante de € € X, entdo dado ¢ > 0 tem-se
dé, (Em) = littn-o0 d(Eq,€m) < € para m suficientemente grande, j4
que (£,.) 6 Cauchy; disto segue « densidade.
Utilizando esta isometria, a densidade e novamente a desigualdade
triangular, mostra-se que (X,d) € completo. De fato, se (G.) CX é
[SEC. 22: COMPLETAMENTO DE ESPACOS NORMADOS 13
uma sequéncia de Cauchy, para cada n escotha ty € X de forma que
(En, (Mn) < 1/n; assim,
(Mn), (Tm) S Ad((rn)s Sn) + A Ens $m) + AEs (Em)
1 ze 1
< gt tends to,
mostrando que (1(n,)) € Cauchy e, por isometria, (7,) 6 Cauchy em X
e, logo, representa algum ij € X. Usando a desigualdade triangular
segue que d(n,7) < d(Ens 6(tn))+ dst), 79) < 1/ n+ litt soo dns tim)
mostrando que, para n— co, (&) converge a ff; assim X é completo.
Se existe outra isomettia sobrejetora » : (X,d) + (W,D), com
W denso no espago métrico completo (Z,D), entio a composicio 10
n°): 5(X) — W 6 uma isometria bijetora, a qual tem extensio tinica
para uma isometria entre os fechos desses espagos, ou seja, entre (X,d)
e (Z,D); portanto quaisquer dois completamentos de (X,d) sao iso-
métricos. Frequentemente identifica-se o espago métrico X com 1(X)
ou K(X). om
Exercicto 2.4. Preencha os detalhes da demonstracio do ‘Teorema 2.5.
Exercicto 2.5. Qual o completamento de um espago com a métrica
discreta? B dos nimeros racionsis com a métrica usual?
préximo resultado mostra que a construgdo realizada para o com-
pletamento de um espaco métrico pode ser transiadada a espagos nor-
mados mantendo a estrutura linear.
Teorema 2.6. Se (N,|l-||) € um espago normado, entdo ele é isomorfo a
‘um subespago denso de um espaco de Banach (B, |l - ||); tal B é chamado
de completamento de N’. Além disso, quaisquer dois completamentos
de N’ sio isomorfos.
Demonstragéo. Serio utilizadas as notagées introduzidas no Teo-
rema 2.5 © em sua demonstragéc. Basta mostrar que, neste caso, (X,d)
um espago vetorial com d gerado por una norma compativel com «(V).
A estrutura linear em X é definida naturalmente pela classe de equiva-
lencia de soma pontual de representantes das parcelas envolvidas, assim
definindo ¢ = € +, e 0 produto por escalar af pela classe de equivalén-
cia da qual (agn) & um representante ((,) sendo um representante de14 [CAP. 2: COMPACIDADE & COMPLETAMENTO
8), Agora, a isometria « induz uma norma, [] em «(M) com [x(€)] = (If
e, novamente por ser isometria, a métrica correspondente é a restrigio
de da n(N). Estende-se esta norma a X definindo-se {I|é|l| = 4(0,€),
de forma que (X,d) é um espaco normado; como também é completo, &
um espago de Banach. my
EXERCicIO 2.6. Preencha os detalhes dz demonstragio do Teorema 2.6;
em particular, mostre que jf [| é uma norma.
Osservagio 2.7. Hi ainda um anélogo desses completamentos para
espagos com produto interno (veja o Teorema 17.15). Outra demons-
tragdo do Teorema 2.6 ser proposta quando forem discutidos detalhes
dos espagos duais de espagos normados; veja 0 Exercicio 12.6.
OnservagAo 2.8. Em geral, diferentes normas num espago vetorial po-
dem levar a diferentes completamentos; por exemplo, se no espaco ve-
torial das sequéncias em F com apenas um mtimero finito de entradas
néo-nulas for considerada cada norma | -llp,1 < p < 00, entio 0 com-
pletamento é isomorfo ao correspondente (P(N).
Notas
AA idéia de completamento de espagos métricos é muito importante; varias ope-
ragGes e conceitos #6 tomam uma forma satisfatéria apds algum tipo de extensio ou
completamento, Por exemplo, a integral de Lebesgue pode ser definida via extensio
da integral de Riomann a certo completamento do eapsgo daa fungSea continuas; com.
's transformada de Fourier ocorre algo similar sendo L*(R) seu espaco natural. E
fundamental em Anélise Matemética, particularmente para a teoria de equagées ¢
operadores diferenciais, que hi subespacos de fungGes reais infinitamente diferencis
veis cujos completamentos (com topologias adequadas) resultam em L?(R).
Embora 0 completamento de espagos normados possa ser demonstrado de forma
clogante usando espagos duais (veja o Exercicic 12.6), a demonstragio aqui discutida
traa uma construgio transparente @ intuitive; por isso foi inclusa,
‘Note ainda outra caracteristica particular de espagos notmados de dimensio infi-
nita: pode haver dois subespagos vetoriais denms cuja interseego 6 apenas o zero, de
‘maneira que a soma de operadores definidos ers cada um desses subespacos est, em
‘principio, definida apenas no zero! Por exemplo, tome em L*(R) o espago de Schwara
(fangées infinitamente diferencidveis deesindo rapidamente no infinita) © o espago das,
FungGes simples.
‘O importante Lema de Riese 2.1 foi publicado por F. Riesz em 1918, num trabalho
ceujo principal tema eram os operadores comoactos em espagos de Banach e seus
spectros; veja também as Notas nos Capitulos 24 e 30.
[SEC. 22: COMPLETAMENTO DE ESPACOS NORNADOS: 15
Exercicios Adicionais
Exsncicto 2.7. Mostre que em NV de dimensic infinita, qualquer subconjunto que
contém um aberto (no-vazio) no 6 compacto. Conclua que espacos normados de
dimensio infinita ndo possuem subconjuntos localmente compactos.
Exencicio 2.8. Uma sequéncia (fx): aum espago normado AV é absolutamente
somavel se S~°.,||fnl| < o0. Mostre que A’ é um espaco de Banach se, e somente se,
toda sequascia absolutamente somvel¢somavel (se, 2 Gx converge) em NV.
ExeRcicio 2.9. Sejam y:.Ni — Ns uniformemente continua e 1; Ns 08 completa-
rmentos de Ni_¢ Na, respectivamente. Mostre que a aplicagio possul uma tnica
extensio 1.7, a uniformemente continua (svidentemente cada espago normado
est sendo identificado com um subespago denso em seu completamento).
Exeacicio 2.10. Construa uma sequéncia de fungées tn : [0,1] + R de forma
4que valle = 1, «qual converge & nero em L7(,] para todo 1 <'p- LR(),
(Mev
SUH), PETE,
6 urn operador linear para qualquer 1 < p< co. Note que (Mgi)) € L2,
para eLz. «20 ICAP. 3: ESPAGOS SEPARAVEIS
Exemplo 3.12. Sejam X e ¥ espagos métricos compactos eu: ¥ +X
continua, Entéo Ty, : C(X) > C(Y), (Ta¥)(y) = Y(u(y)), 6 um operador
linear. ¢
Exercicio 3.6. Seja T : dom TC X — Y um operador linear. Verifi-
que os seguintes itens:
a) A imagem de T, img T:=T(dom T) ¢ Y, € 0 nticleo de T, N(T):=
{€ € dom T': Té = 0}, sto subespagos vetoriais.
b) Se dim(dom T) = n < 00, ento dim(img T) < n.
c) O operador inverso de T, T+: img T — dom T, existe se, e somente
se, TE = 0 + € = 06, existindo, é um operador linear.
d) Se T, S sio operadores lineares invertiveis, entdo (T'S)~! = S-\T-*
(supondo, logicamente, que és operagdes tém sentido).
Uina rica teoria é obtida quando se fundem os operadores lineares
com a topologia natural gerade por normas. O préximo resultado é um.
exemplo disto, pois mostra que se um operador linear & cont{nuo em
falgum ponto de seu dominio, entéo ele 6 uniformemente contfnuo em
todo dominio,
Teorema 3.13. Seja T : Ni — Ng um operador linear entre espacos
normados. Entdo as seguintes proposigdes sao equivalentes:
(3) supygyer IVE < co; 0M Sef, @ imagem da bola undtdria é limitada
(ii) Existe 0 > 0 de modo que \\T§|| < Clif], para todo € € Ni,
(iti) T é uniformemente continuo.
(iv) T é continuo.
(v) T € conténuo em zero.
Demonstragio. (i) (ii) Soja. C = supyeycr ITEl- Se 0 # € € Ni, entio
ATE/leI)|l SC, on seja, [Ell < CIE, VE EMA.
(ii) (iii) Se En € Ni, ento ||TE — Trl] = T(E -n) I] < Cllé - all.
(iti)=> (wv) e (iv)=> (v) sao dbvios.
(v= (i) Como T é continuo em zero existe 6 > 0 em que ||T€—TOl] =
TEL <1 se IE — 0] = lll < 4. Assim, se |[€|| <1, verm que I]5E|| <5
\IT(6E)|| < 1s portanto, ||TE| < 1/4, (i) vale.
|
|
|
|
ISEC. 32: OPERADORES LINEARES 2L
Definigdo 3.14. Um operador linear continuo é também chamado de
limitado, e 0 conjunto dos operadores limitados de NV; em N seré deno-
tado por B(Ni,N2). Serd também usada a notagio B(M) como abre-
viagdo de BU, V) (note o uso distinto do termo linear limitado compa-
ado ao uso em aplicacdo limitada em geral, ou seja, em que a imagem
6 limitada; neste tltimo sentido toda aplicagio linear (nio-nula) nao é
limitada, verifique!.
Exemplo 3.15. O operador T,, do Exemplo 3.12 é continuo, pois para
todo y € O(X) tem-se
IZvvlloo = sup [4(u(t))| < sup [¥(4)| = [lvlloos
te tex
e Ty é limitado pelo Teorema 3..3/ii). «
ExeRcicto 3.7. Sejam X e Y espaos vetoriais de dimensio finita e
T:X + um operador linear. Escolha bases em X e ¥ e mostre que
T pode sor representado por uma matriz, e diseuta como muda a matriz
que representa T se outras bases forem consideradas. Discuta o anélogo
de tais resultados no caso em que X e/ou ¥ possui/possuem dimensio
infinita; qual o papel da base de Schauder nesta. questo?
Proposig&o 3.16. Se T': Ni + No é linear e dim}, < 00, entéo T &
limitado.
Demonstragéo. Considerando em Nj a norma |llé\l| = {\é||1 + ITEll2,
segue que existe C > 0 de forma que [él < Cilélj: para todo ¢ € Mi,
pois estas normas sio equivalentes (Teorema 1.7). Assim, ||Télj2 <
WEI < Cligh eT élimitado. om
Exemplo 3.17. Seja T : {(En) € P(N) : Dp |n°alP < cof > P(N),
com 1 < p < 00, T(Eq) = (n%q); este operador linear, mas nao 6
continuo, pois se {en}z21 € a base candnica de J°(N), entio en/n — 0,
enquanto Te, nio converge @ zero, Um outro argumento: T' nio 6
limitado pois |len||p = 1e ||Ten|ly .
Exemplo 3.18. [Shifts] O operador deslocamento, ou shift, & direita
(cesp. esquerda) em I*(Z), 1 < p < 00, é definido por Sq : 1?(Z) + P(Z)
(resp. Se). 7 = Saf (resp. 1 = Sef), com nj = &-1 (resp. mj = E+),
J € Z. Note que o operador shift em 1?(Z) 6 uma isometria bijetora22 ICAP. 3: ESPACOS SEPARAVEIS
e, portanto, limitado. Definem-se também os shifts em [?(N) de forma,
andloga, mas se 1) = Su€ define-se m = 0; estes também so limitados,
mas Sq em [?(N) néo é sobrejetor, embora seja isométrico, «
EXERCicTO 3.8. Use bases de Hamel (veja as Notas para comentério
sobre a existéncia dessas bases) para mostrar que se todo operador linear
T:N ~N for continuo, entéo dimN < co.
Notas
‘Todo espaco vetorial admite uma base de Hamel (veja a Proposigéo 10.9); de-
‘monstra-se isto com o auailia do Lema de Zorn, o qual seré discutido em Capitulos
sobre 0 Teorema de Habn-Banach. Em 1973 Per Bniflo (Acta Math. 180, 309-317)
‘apresentou um exemplo de espago de Banach separdvel que nio possui base de Schau
der; voja também os trabalhos de A. M. Davie, Bull. London Math. Soe. 5, (1973)
261-266 e J. Apprex. Theory 18, (1975) 392-394, para simplificagées téenicas,e P. R.
Halmos, Amer. Math Monthly 85, (1978) 256-257 em que o problema & destacado,
Nas Notas do Capitulo 25 aparecem outros detalhes sobre a construgio de Eno.
‘As condigées para que LPN) seja separsvel dependem tanto de propriedades de ©
quanto de medida yi; por exemplo, basta que j seja o-finita © tenha base contével.
(Os operadores lineares tm sido amplaments estudados, pois além de uma teoria
bastante desenvolvida, sio importantes em apicagdes a diversas éroas da ciéncia,
Para citar apenas alguns exemplos: oscilagées, difusio, Teoria Ergédica, Mecinica
‘Quéntica, Eletromagnetismo, estudos de bifureagées, ete, Uma das téenicas mais
utilzadas em Andlise e aplicagies é 8 aproximasio de operadores gerais por lineares.
‘Um operador linear & 8 gonoraliaasén ca matris am eapagos da dimensio infnita.
Esta idéia surgiu claramente quando Volterra, baseando-se na construgdo da integral
to Cileulo, nsou discrotigacdes para encontrar solugées aproximadas de uma equagio
integral, » vltando num sistema linear de equagées (Bnito). A solugdo do problema
original ~rin abtida no limite de um némero infinito de variéveis,
‘A Algebra Linear foi desenvolvida no sécule XIX na ordem l6gice reversa do que
6 apresentada em textos atualmente, ou soja, sargiu via equagées lineares, determi-
‘nantes, matrizes e, finalmente, espagos vetorias (de dimensdo finita); isto é natural,
pois em geral parte-se de um problema particular para a formulagio abstrata futura.
Seria esperado que tal desenvolvimento desse indicagSes preciosas sobre os problemas
fem Anilise Funcional, contudo, @ prépria Algebra Linear teve pouca infludncia so-
bre a ordem em que a Andlise Funcional se desenvolveu, nio otimizando 0 processo,
Bntende-se isto a0 se notar que até os primeiros anos do século XX, o8 espagos veto-
riais sempre eram associados a alguma base fica e, consequentemente, os operadores
Jineares apareciam sempre através de suas representagSes matricials nessas bases, Re-
sumindo, a idéia de vetor como uma n-upla foi abandonada relativamente tarde, pelo
‘menos em termos do desenvolvimento da Andlise Funcional abstrata.
SEC. 32) OPERADORES LINEARES 23
Exercicios Adicionais
EXERCicIo 3.9. Seja A um subconjunto linearmente independente do espago ve-
torial X. Mosire que A é uma base de Hamel de X se, e somente se, para todo
vetor § € X existe n € N de modo que € pode ser escrito na forma € = D7. a6,
com € € Aas EF, 15 j [9(¢)| > 8
para todo t € A. Assim, xa, a fungdo caracteristica de A, pertence
alfa) e
Moxallp = [ior rcatrante = lial.
seguindo que ||.Mgl| > 8 e, portento, || Mg|| = [[dlloo. =
Exemplo 4.4, Seja K : (9, A, ) x (Q,A,u) + F mensurdvel (espaco
@-finito) e suponha que exista C > 0 com
[isCenldute) F o funcional linear continuo f(y) = (0), para y €
C{=1,1] (verifique que |[fl] = 1), ¢ F : L”[-1,1] —+ F uma extensio de
f linear continua (tal extensio existe; veja o Capftulo 10, em particular
9 Corolério 10.15). Suponha que exista uma fungio $ € L'[-1,1] de
modo que F() = J’, dv dt, para toda v € L®[-1, 1}; a sequéncia de
fangSes continuns ¥n(t) =e"! satistaa [Wallac = 1s F(¢n) = FCW)
1, mas F(n) = J) dyn dt converge a zero (por convergéncia, domi-
nada). Portanto, nao existe uma fungéo ¢ € L[-1,1] representando
F €L®[-1,1]*. Conclui-se que L' em geral nao é reflexive. «
Exemplo 4.15. Este exemplo € importante e geral, e certamente de-
vido a tais adjetivos, de demonstragiio longa; assim, serio apresentadas
referéncias para, sua demonstracéo nas Notas,
TEOREMA DE Rins%-MARKOV Sejam X um espago topoldgico com
pacto de Hausdorff e M(X) 0 conjunto das medidas complexas boreli-
anas (finitas) sobre X com a norma |i) = |y\(X), # € M(X). Entio,
C(X)* = M(X); mais especificamente, a aplicagéo M(X) + C(X)*,
A G, com
G00) = fn Ww € C(X),
6 uma isometria linear sobrejetora. Destaca-se que a qualquer elemento
positive f € C(X)* (positivo significa que se y > 0, entéo f(¥) > 0)
estd associado uma tinica medida positiva boreliana finita jr sobre X.
Exercicto 4.9. Mostre que se f € C[a,b]* e f(é") = 0 para todo
inteiro n > 0, entéo f = 0. O que dizer se a medida boreliana finita y
em (a, satisfaz f (dy(4) = 0, para todo n > 0?
conceito de dual tornou-se uma ferramenta importante na teoria
de Equagées Diferenciais Parciais, Teoria Ergédica e em vérios ramos
da Fisica-Matemética, e seré explorado com mais detalhes em Capitulos
posteriores.
Notas
© conceito de dualidade em espacos vetor.ais surgiu apenas por volta de 1900,
‘mesmo assim para espagos de dimensio finita e, como ji observado anteriormente,
ssurgia compre associado @ n-uplas de miimeros. Hd 0 concvito de dual algébrico de
‘um espago vetorial X, denotando o conjunto dos funcionais lineares sobre X (sem
topologia), Contudo, em espacos normados de dimensio infinita pode-se construir
31
exemplos de funcionsisIneates,ndo-nulos, qu se aaulsm suum subconjunto dens;
8 exigéncla da continuidade exci tais patologins Os dois dusis coincidem se, ©
Somente se, dimensso do espage notmado for ina (vejao Exeretco 423),
‘A igualdade entre espagos normiados deve sempre ser interpretada como iden-
ticagdo vin isomorfamo {aplcagio Hiner iaométrcn), por exomlo, em La, 6)"
‘L*(a, 5] (para p,q # 1); esta relacéo foi demonstrada por F. Riese por volta de 1910,
generalizando seus préprios resultados j4 obtidos para !?(N) e Cla, |; foi o primeiro
fexemplo de espagosceflexivendistintos de anus duis. Contd, Riese nfo ava ex:
Plicitamente oconcsito de espago dual, qual fo ntrodurido formalmente por Hahn,
por volta de 1925. O fato de que L'(a,8]* = L*(a, 6] foi demonstrado por H. Steinhans
fn 1910; para a carateriagéo de L(A)" no caso gera, veja o trabalho original J.
Schwartz, Proc. Amer. Math, Soe. 2, (1951) 270-215. A caracteringio de L3(0)",
com elementos representados por integrals em rela & medidas fnitamenteadtivas,
pode ser encontrada no §20 de & Hewitt e K. Stombers, Real and Abstract Analy.
sis, GTM 25, Springer Verlag, Nova Toraue, 1975; outrarepresentacio esse espago
ode ser btida a partir da Proposigao 1.11 se for possivel encontrar 0 C(X) que Ii
parece; notando-se que L* 6 uma C'-Algebra comutativa com identiade, podese
contrat C(X) via tranformada de Gelfand [Rudin (1973) © 0 importante Teo-
rema de Gelfand-Naimark, e entdo usar Riesz Mentor. Para uma earactrizagio do
segundo dual de C(X), ou seja, M/(X)*, veja [Conway (1985)], pégina 79.
‘Todo espago de Hilbert é reflexvo, como demenstrado n0 Capitulo 19.
16 algumas varintes do enunciado do Teorema de Riese-Marlo aq apreson-
tado; por exemplo, pode-se adaptélo para espages topotigicos X localmente com:
pactos. Para a demonstragio veja A. A. Castro Jt, Curso de Teoria da Medids, Rio
de Janeiro, Projeto Bucldes-CNPa, 200, ou H. L, Royden, Real Analysis, Londres,
Macmillan Company, 1968. No caso particular de Cla," (como j& comentado, 0
caso originalmente tratado por F,Riesa)hi-demonstragios espectcas, por exemplo
mn (Kreyseig (1978)
Exercicios Adicionais
EXERCICIO 4.10. Mostre que se T € B(Ni,N2) seu micleo N(T) é um subespago
vetoril fechado, Verifique que $: I'(N) —, (SE)n = f/m 6 limitado mas img $ no
6 fechado, e que seu operador inverso S~! : img § + 1!(M) existe e nio é limitado.
EXeRcfcto 4.11. Soja f um funcional linear sobre N.
1) Mostre que f € A se, © somente se, existe C' > 0 com [f(€)| < C para todo em
alguma bola B(y;r). Generalize para operadores lineares entre espacos normados.
1) Mestre que / € N20, ¢ somente se, N(f) &fechado (embora posse parecer, no
6 trivial). Isto pode ni valer para operadores lineres; veja 0 Bzerecio 9.12.
EXERC{CIO 4.12. Discuta se 0 micleo do functonal f : (2(N), [|= leo) —+ Fs definido
por f(Eis€a,--+) = D2 & fechado,32 [CAP 4: OPERADORES LIMITADOS E ESPACO DUAL
Exenoicto 418. Se §,7° ¢ B(B), com T invertivel em B(B),¢ I — Si] < 1/2,
adapte o Bxercicio 4.7 para mostrar que $ 6 invertvel. Conciaa que 0 conjunto dos
operadores invertiveis em BB) ¢ aberto.
PxeRcicio 4.14. Se T € B(G), we sires pora defnir op operadores son T e cos T™
em BB)
Exrcicto 4.15. Complete a dersonstragio no Exemplo 43 para o caso p
Bxencicio 4.16. Mostre que 0 operador I defnido por (Iy)(t) = fW(s) ds, ¥
Cia, }, pertence a B(Cia,f)- Mostee também que este operador no possul autovalo-
reo, on Seja, que nfo exister 1 Fe 0 # 1 € Cle,b] de forme que 1) =
Exencicio 4.17. Seja T: Ni ~+ Na um operador linear (imitado ou no). Mostre
que se o seu opetador inverso T— exita e pertence & B(s,.Vi), entio existe C > D
de forma que [él S CTEI| para todo € € Ni
Exencfoto 418. Pora cada a € R consdere o funcional em C{-1,1] dado por
sole) = [0 +090,
Mostre que f, & um elemento do dual de C{-1, 1] e que [fell = 2+ lal.
Exencicio 4.19. Seja A = (9 € C[0,1] : 0) = 0}. Moctre que AV é completo,
analis para quals valores de r >-C0 funcional linear
pen f°
pertence a Ae caleule sua norma nesnes casos,
Exzrcfoto 4.20. Seja X um subespago vetorial fechado proprio de W. Se para
T © BW) tense que (1~T)N’ CX, mostre que para cada 0 (1) < 0, e existe
ty € (0,1) com (ty) = 0, ou seja, (ty) = ty fica demonstrado que yp
‘possui um ponto fixo.
Exercicto 5.1. Encontre os pontos fixos das aplicagdes $ : R +, (1) =
BeT: C*(R) —, (TH(t) = v(t).Bd ICAP. 5: PONTO FIXO DE BANACH
Exemplo 5.2. A busca de solugies difsrencisveis em (to — @,to +
a] (a > 0) da equagio diferencial em R, y(t) = F(t,¥(#)), com a
condigao inicial (tp) = Yo, sendo F consinuamente diferencidvel numa.
vizinhanca de (to, ¥o), se teduz, via o Teocema Fundamental do Célculo,
a encontrar todos os pontos fixos do seguinte operador ® : Cte ~ a,
total
(®0)(t) = vo +f F(s,W(s)) ds, + € [to —a,t9 +a).
Isto seré discutido mais adiante. ©
Dada uma aplicagéo A de um espaco métrico (X,d) nele mesmo,
uma tentativa para se obter pontos fixos é partir de um ponto qualquer
& € X e aplicar A, sucessivamente, obtendo-se € = A(Ea), 2 = A(&.),
“+s &x = AlGn-1) ¢, tomar o limite n — 00. Se easa sequéncia Ey
converge a algumn Ce A é contfnua, entfio realmente obtém-se um ponto
fixo, pois
C= im &
stim, AGx-1) = A(Jim &-2) = A()-
Esta idéia é chamada de método das aproximagdes sucessivas. No caso
de espagos métricos completos, uma condigfo que garante a convergéncia,
desses iterados aparece na
Definigao 5.3. Sejam (X,d) e (Y, D) espagos métricos. Uma aplicacio
A: X — Y 6 uma contragéo se existe uma constante 0 < a < 1 de
modo que, para todos §,9 € X, D(A(§), A(n)) < ad(é,n).
EXERC{CIO 5.2. Constate que toda contragio entre espagos métricas é
uniformemente continua.
Exercicio 5.3. Seja ¥ : RR uma fimelo derivavel de forma que,
para todo ¢ € R, |y/(t)| < a < 1. Mostre que # é uma contragao.
Generalize para aplicagées de R" em R™.
‘Teorema 5.4 (Ponto Fixo de Banach). Seja R um subconjunto fechado
do espaco métrico completo (X,d). Se a aplicagéo A: R—+ R é uma
contragdo, entéo A possui um, e somente um, ponto fizo em R.
Demonstracao. Se 6 e (2 sao pontos fixes de A em R, ento
(C1, 62) = HACC), ACG) < ad(Gr, 2),
35
ou seja, (1 — @)d(¢1,¢2) < 0; como a < 1 segue que d(G,Gq) =Oea
contragéo A no possui pontos fixos distintos em R.
Para mostrar que existe um ponto fixo basta mostrar que, dado
€ € R, asequéncia (f, = A(E))%2.o (A°(E) = €) € de Cauchy, j4 que toda
contrago € continua. Usando indugio obtém-se d(fi,£2) < ad(é, £1),
A(E2,&) < ad(&i,é2) < aPd(E,é) ©, de forma geral, d(E,En+1) <
afd(é,é1), n EN.
Assim, para todos n,m € N
AGus8im) S_ alGn,Grsa) + dlGnsts Sosa) +* + dlGotnats€nin)
S a®(lLtatatt-- tal) d(€,&)
< yaa.
Ina
Como a” 0 para n —> 00, segue que (Eq) é sequéncia de Cauchy em R,
© A possui um ponto fixo na regio fechada R.
O préximo resultado é uma consequénca da demonstragio do Teo-
rema do Ponto Fixo de Banach.
Corolario 5.5. Usando a nolagio do Teorema 5.4, com A: RR
‘uma contragéo, entéo para qualquer € € R a sequéncia (f = A"(£))%.0
converge ao tinico ponto fizo ¢ de Ae com erro (e “velocidade de con-
vergéncia”) no n-ésimo iterado estimado por
a
én. €) S dle fs).
Demonstracao, Basta tomar m — oo na expressio
(Es 61)
om
dn btm) <7
e usar a continuidade da métrica.
Exemplo 5.6. A aplicagéo 1: R + R, #(:) = 2t, nao é uma contragio
em qualquer aberto da reta, mas possui um tinico ponto fixo. ¢
Exemplo 5.7. Permitindo-se @ = 1 néo se tem, em geral, existéncia
nem unicidade de pontos fixos. Considere, na reta real, a aplicagio
‘dentidade (com infinitos pontos fixes) e a translagio TE = €+1 (a qual
niio possui pontos fixos). «36 ICAP. 5: PONTO FIXO DE BANACH
Exemplo 5.8. A uniformidade na contragio, caracterizada por 0 <
a < 1, pode ser essencial para a existéncia de ponto fixo. Isto é bem
exemplificado por , @ : (1,00) —, v(t) = t+ 1/t, o() =t +e, que
satisfazem [p(t) — ¥(8)| < |t— s|, |#(t) — 4(s}| < |t — s|, para todos
4,8 € (1,00), # #8, mas nfo fossuem pontos fixos.
Corolirio 5.9. Sejam R um conjunto fechado do espaco métrico com-
pleto (X,d) eA: R— R. Se eviste m € N de maneira que A™: RR
# uma contragdo, entéo A possui um, e somente um, ponto fizo em R.
Além disso, para todo € € P. a sequéncia (A"(E))2.o converge a esse
ponto fizo.
Demonstrago. Denote ®:= A™, o qual possi umn tinico ponto fixo
€ R, pois é uma contragio, Como todo ponto fixo de A é ponto fixo
de ®, apenas ¢ pode ser ponto fixo de A em R. Usando que Ae &
comutam entre si, vera que
®(A() = A(®(C) = AO,
out seja, A(C) 6 um ponto fixo de &; por unicidade A(C) = ¢, 0 ¢ 60
‘inico ponto fixo de A em R.
Dado € R, para mostrar que AY(€) converge a ¢ quando
n — 00, sejam M = maxock