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rz nos orbitais 1s, ‘um étomo. ESTRUTURA ATOMICA E A TABELAPERIODICA / 103, Existem vérias maneiras de se indicar a distribuiggo de carga em um orbital. Uma delas ¢ fazer um gréfico de y*, como foi feito anteriormente. Outra maneira, em duas dimensGes, ¢ ilustrar a nuvem de carga, como mostra a Fig. 3.25, onde as ‘reas escuras representam regiGes de alta densidade eletrOnica. Orbitais 5 de energia mais alta diferem, em alguns aspectos, do orbital Is. A Fig. 3.26 compara a maneira como a densidade eletrOnica varia para os orbitais 1s, 2s ¢ 3s, Notemos que, no orbital 2s, medida que nos afastamos do niicleo, a densi- dade de elétron cai a zero e depois aumenta outra vez, antes de decrescer gradual- mente uma vez mais. J4 vimos anteriormente que os locais onde 2 amplitude ou intensidade de uma onda cai a zero sG0 chamados nés. Assim, a onda eletrOnica para um elétron em um orbital 2s possui um né da mesma forma que as ondas na corda de um violdo, Na Fig. 3.26 vemos que o orbital 2s possui um né e 0 orbital 3s possui dois. A despeito destas diferencas, todos os oxbitais s tém uma importante proprie- dade em comum., Se tragarmos uma superficie na qual a probabilidade de encontrar o elétron é constante, a superficie teré a forma de uma esfera. Todos os orbitais s tém uma “forma” esférica. A principal diferenga é que, & medida que caminhamos para valores mais elevados de 7, a esfera, dentro da qual encontramos 2 maior parte da densidade de elétron (por exemplo, 90%), tomna-se maior. Em outras palavras, 0 ta- manho da nuvem de carga torna-se maior com 0 aumento do niimero quintico prin- cipal, ndo apenas para os orbitais s, mas, também, para os orbitais p, d e f. Isto significa que os elétrons em orbitais de maior 7 estardo a uma disténcia média maior do mticleo e que 0 Stomo torna-se maior 4 medida que seus subniveis de maior ener- gia tornam-se ocupados, A “forma” caracteristica da nuvem eletrénica de um orbital 2p esté ilustrada na Fig, 3.27. Vemos que, para um orbital 2p, a densidade eletronica nfo distribuida 104 / QUIMICA GERAL Figura 3.28 Segiio transversal do um. orbital 3p. Figura 3.29 Os trés orbitais p, de uma dada subcamada p, apontam em diregGes que sio mutuamente erpendiculares, Imaginando-se que eles apontam 20 longo da ditecdo dos eixos xyz, poderemos rotuld-los de ys Py © Py. 3.16 VARIAGAO DE PROPRIEDA- DES COM ESTRUTURA ATOMICA de tal modo, um elétron em um orbital 2p gasta parte de seu tempo em cada um lados do étomo. Orbitais p de energia mais alta contém nés, da mesma forma que os orbit: de energia mais alta. Uma seedo transversal de um orbital 3p é representada Fig. 3.28. A despeito destas diferengas, existe uma concentragéo de densidade trOnica ao longo de certas diregGes especificas em todos os orbitais p. Conseqiten mente, todos os orbitais p tém propriedades direcionais definidas. Como vei isto nos permite compreender por que as moléculas tém as formas que apresent Por estarmos interessados apenas nas propriedades direcionais dos orbitals, repres taremos todos os orbitais s como esferas e todos os orbitais p como um par de lo’ em forma de halteres, orientando-se em sentidos opostos em relacdo 20 niicleo. Um subnivel p € composto de trés orbitals p, cada um tendo a mesma “forme Eles diferem um do outro apenas nas diregdes nas quais suas densidades eletrOnic esto concentradas. Estas diregdes formam dngulos retos umas com as outras, co € mostrado na Fig. 3.29. Em virtude de os orbitais p poderem set tragados num s: tema de eixos 297, identificaremos os orbitais pela notagdo P,.,Py ¢ Ps. Ja vimos que os orbitais se p diferem na “forma” de suas nuvens eletrdnic Orbitais dos subniveis d e f também tém “formas” caracteristicas: todavia, eles s consideravelmente mais complicados que os orbitais p. Os orbitais d desempenh: um importante papel na quimica dos elementos de transiggo. As formas dos orb: tais f so muito complexas e, uma vez que so necessérias apenas para discutir a qui mica dos elementos de transi¢ao interna, ndo pretendemos descrevélas. Muitas das propriedades dos elementos variam de uma maneira mais ou meni regular, & medida que caminhamos da esquerda para a direita dentro de um period: ou de cima para baixo dentro de um grupo, na tabela periddica. A maioria dest variagOes pode ser explicada diretamente em termos de vatiagdes nas estruturas eletrOnicas dos elementos. Analisemos, brevemente, trés destas propriedades: tama ho atémico e iGnico, potencial de ionizagdo ¢ afinidade ao elétron. ‘Tamanho atémico e iénico Como jé mencionamos anteriormente, os dtomos sdo extremamente pequenos Eles tém didmetros da ordem de 10°! m. A unidade usada durante muitos anos para indicar 0 tamanho dos dtomos, fons ou moléculas é 0 angstrom (A). 1A = 10% cm = 10 m ESTRUTURA ATOMICA E A TABELAPERIODICA / 105 Esta ndo é reconhecida como uma unidade SI ¢ na literatura cientifica atual estas dimenses s4o geralmente expressas em nanémetros (nm) ou picdmetros (pm). 1am =10° m 1pm = 10m Em qualquer discussdo sobre tamanho atémico encontramo-nos imediatamente face a face com um problema bésico de definigdo: o que se entende por tamanho ou raio de um dtomo? Jé vimos que a densidade eletrOnica em um dtomo ndo termina repentinamente a uma determinada distincia do micleo. Em vez disso, ela se reduz gradativamente, aproximando-se de zero a disténcias grandes do centro do dtomo. Por esta razdo € dificil definir precisamente o que se entende por tamanho de um tomo. Uma vez que, nos sistemas quimicos, os étomos nunca ocorrem isolados, mas estdo sempre nas vizinhaneas de outros étomos, o raio de um dtomo pode ser tomado como a metade da distancia entre étomos vizinhos, quando o elemento esté presente em sua forma mais densa (isto é, a forma mais densamente compactada, que é, usual- mente, a s6lida). Todavia, esta definigdo é complicada porque, quando os étomos formam uma ligagdo, como nas moléculas Hy ou Cla, eles de aproximam mais uns dos outros do que dtomos ndo ligados (exemplo, os gases nobres, quando sdo con- gelados). Assim, 0 raio atémico que medimos para os dtomos de um elemento puro nffo sera, necessariamente, 0 mesmo nos compostos. Por exemplo, os dtomos de carbono no diamante (carbono puro) esto separados por uma disténcia de 154 pm , por isso, podemos assinalar para o carbono um raio de 77 pm. Na molécula de etano, C,H, , a distancia carbono-carbono é também de 154 pm; todavia, no etileno, Hg, ¢ no acetileno, Cz Hy, encontramse distincias carbono-carbono iguais a 137 © 120 pm, respectivamente. Isto resulta em raios atémicos para o carbono de 69 ¢ 60 pm, ambos consideravelmente menores que 77 pm A despeito desta dificuldade de defini¢do podemos comparar os raios atémicos dos elementos, se eles forem medidos sob circunstancias que conduzirdo, essencial- mente, a formas similares de ligagdes entre seus dtomos. Na Fig. 3.30, ilustramos a variagdo do raio atémico com o mimero atémico. Vernos que, a medida que caminha- mos para baixo dentro de um grupo, o tamanho dos atomos geralmente cresce e, & medida que caminhamos da esquerda para a direita através de um perfodo, observa- ‘mos um decréscimo gradual no tamanho do dtomo. A fim de interpretar esta tendéncia dentro da tabela periédica, em termos da estrutura eletrdnica, devemos olhar os fatores que determinam o tamanho da camada mais externa dos étomos, isto €, a disténcia média na qual os elétrons se encontram na camada mais externa. Como jé discutimos na seeZo anterior, um fator € 0 ndimero quantico principal da camada mais externa (0 leitor deve-se lembrar de que os elé- trons se situam em distincias gradativamente maiores do micleo com 0 aumento do valor de 7), © tamanho da camada mais externa também depende da carga nuclear efetiva que um elétron experimenta nesta camada. Os elétrons nas camadas mais internas~ tendem a se situar entre 0 micleo ¢ os elétrons da camada mais externa, blindando, assim, a cammada mais externa da carga nuclear. Em um dtomo de s6dio, por exemplo, 68 10 elétrons do cerne de nednio blindam o elétron mais externo 3s da carga positiva dos 11 protons do nicleo. Portanto, o elétron 3s mais externo sente uma carga efe- tiva de, apenas, cerca de 1 +. Elétrons dentro da mesma camada também exercem alguma blindagem entre si. Todavia, sua capacidade de exercer este efeito nfo é muito grande. A medida que passamos de um dtomo para o imediatamente abaixo, dentro de, lum grupo, cada elemento sucessivo tem seu elétron mais externo em uma camada 205 / QUIMICA GERAL 25 20}-— Relo atémico (A) HW | Figura 3.30 ‘Graco do raio atémico seatre 0 niimero atémico. A variag0 no tamanho .zxdmico 20 longo da tabele periédica néo é sempre ave, contorme emonstram as deregularidades vistas no 69 perfodo na Fig. 3.30. Numero atémico com maior valor de n. A carga nuclear efetiva, sentida pelo elétron ou elétrons mais extemos, permanece, aproximadamente, a mesma; dessa forma, o efeito liquido ¢ ‘um aumento no tamanho com o aumento do nimero atémico dentro de um grupo. Por exemplo, entre os metais alcalinos, do Li ao Cs, o mimero quintico principal do elétron mais externo aumenta de 2 para Lia 6 para o Cs. 0 elétron mais externo ise- Iado em cada um destes elementos, todavia, sente uma carga nuclear efetiva quas: constante de 1 + . Portanto, o aumento em tamanho que ocorre do Li ao Cs é um resultado de o elétron estar em uma camada com n progressivamente maior. Para os elementos representativos, a medida que caminhamos da esquerda pare a direita através de um periodo, adicionamos elétrons a mesma camada e, simult=: neamente, aumentamos a carga nuclear. Uma vez que os elétrons da camada externa nfo exercem um efeito de blindagem muito intenso entre si, a carga nucle=: efetiva experimentada por qualquer elétron da camada mais externa aumenta. Este aumento na carga nuclear efetiva conduz. a uma atragio maior dos elétrons da camade mais extema, quando nos movemos da esquerda para a direita em um perfodo. Como resultado, os elétrons externos sao puxados para mais préximo do mick ocortendo, entdo, um decréscimo no tamanho do étomo. ‘A variaggo no tamanho, quando percorremos uma linha dos elementos de tr: sigo ou de transiggo interna, € muito menor do que entre os elementos represen tivos. Ela & conseqiiéncia de os elétrons serem adicionados a uma camada mais inte= nna, A medida que a carga nuclear torna-se maior. Na primeira linha dos elementos transigdo, por exemplo, os elétrons mais extemos situam-se na subcamada 4s, cada elétron sucessivo é adicionado & subcamada mais interna 3d, a medida que corremos a tabela. Os elétrons da camada interna so bastante efetivos na blindag: da carga nuclear, de maneira que os elétrons mais externos 4s sentem apenas leve e gradual nimero da carga nuclear efetiva ao longo desta regido da tabela pei dica, Assim, ocorrem pequenas variagSes no tamanho. 0 decréscimo gradual no tamanho, que acontece por ocasido do preenchims to da subcamada 4f' nos lantan{dios, € chamado contragéo dos lantanfdios ¢ ESTRUTURA ATOMICA E A TABELAPERIODICA / 107 23.6 atémicos e inicos (em picdmetros) Tons Positivos Raios Reior Atomicos —Tonicos Carga wA li as 60 Ga Grupo VIA F oa 136 (-» Na 154 95 G1) cd 9 181 (» K 196 133 (4) Broa 195 (1) Rb oan 148 (+1) I 133 216 (ay Cs Bs 169 D GupoVIA 0 66 140 (-2) aA Be 90 31 (+2) S104 184 (2) Mg 130 65 (+2) Se 17 198 (2) cai 99 (42) Te 137 221 (2) Sr 192 113 (42) GrpoVA oN 70 wi (3) Ba 198 in) (42) P 0 212 (-3) Al ug. 50 (+3) Go 1m ea (43) Elementos que formam mais de um fon In 162 81 (43) - Fe 126 Fe 76 Fes 64 Co 15 Co 78 Co 63 Cu 128 Cur 96 cut 69 alguns efeitos marcantes na quimi tanidios no 69 perfodo. Por & muito parecida e 6 extremamente dificil separar um do outro, No proximo capitulo, veremos que muitos dos el ragdo eletrOnica que a mesma de um gés nobre, Por exemplo, um dtomo de s6dio, a0 perder seu Unico elétron 3s, produz o fon Na*, cuja estrutura eletrénica consiste no ceme de nednio. Neste Ponto, a camada mais extema tem seu mmero quaintico principal igual a 2 e, assim, os elétrone de camada mais externa no fon Na” esto a uma distancia média menor do nticleo que o elétron 38 no étomo de Na. Quando fons negativos sfo produzidos a partir de étomos neutros, adicionamse Jromere, _ Na* (g) + e~ Este é um processo endotérmico, porque o elétron é atrafdo pelo niicleo p sitivo; portanto, deve-se fomecer energia para removélo. Uma vez. que todos os at: mos, exceto 0 hidrogénio, possuem mais do que um elétron, eles também possue: mais de um potencial de ionizaggo. A quantidade de energia necesséria para remover: primeiro elétron é chamada primeiro potencial de ionizagfo, a necessdria para rem ver o segundo elétron é designada segundo potencial de ionizaedo e assim por diant: Como podemos prever, os potenciais de ionizagao sucessivos tém valores cada v. maiores, porque as espécies das quais o elétron é removido tornam-se, progress mente, mais catregadas positivamente. Por exemplo, o primeito potencial de ioni eo envolve a remogao de um elétron de um étomo neutro, enquanto o segundo volve a remogio de um elétron de um fon, cuja carga é 1 +. A Tab. 3.7 contém os potenciais de ionizagdo sucessivos para 03 20 primeir elementos da tabela periddica. Eles sf0 dados em quilojoules por mol (kJ mol?) representam as energias necessérias para remover elétrons de um mol de tom gasosos. Examinando os dados desta tabela, salta aos olhos a grande estabilida associada a um elétron de um cerne, que tem a configuragio eletrénica de um gis n: bre. Vemos, por exemplo, que, para um elemento do grupo IA, o primeiro potenci de ionizagao ¢ relativamente baixo, sendo o segundo muito grande. Para os element (Pore se seperar 0 elétron do Tabela 3.7 Potenciais d inizagdo dos 20 primeiros elementos (kJ/mol) Primeiro Segundo _Terceiro. Quarto Quinto —‘Sexto —Sétimo—Oiltavo H [i312 He [2371 5247 Li 520 |_7297_ 11810 Be 900-1757 |_14840 21 000 B 800-2430 3.659 |_25020_ 32810 Cc f1086 2 382 4619 6221 [37800 47300 N |r4o2 2857 4577 7473 9-443 | 53.250 64 340 oO |134 3301 5301 7468 10980 13320 |_71300_ 84.050 F flest 3.375 6045 8418 11020 15160 17860 | 92000 Ne [2080 3.963 6276 ©9376 §=612190 15.230 = = Na | 495,83 |_4 565 6912 9540 13360 16610 20110 25 490 Mg | 737.6 1450 7732 10550 13620 18000 21700 25 660. Al 57,4 1816 2744 |_11580_ 15030 18370 23290 27 460 si 786.2 1577 3229 4356 | 16080 19790 23780 29 250 PP fo12 1.896 2910 4954 = 6 272 | 21270 25410 29 840 s 999.6 2260 3380 4565 6 996 © 8 490 |_ 28080-31720 cl f255 2.297 3850 5146 «©6544 «9.330 11020 | 33 600 Ar [1520 2.665 3947 5770 ©7240 «8810 11970 13.840 K 418,8|_3 069 4600 5879 7971 9619 11380 14.950 Ca | 589.5 1146 4941 6485 8142-10520 12350 «13.830 3.31 do primeiro de ionizago com atOmico. ESTRUTURA ATOMICAE A TABELAPERIODICA / 109 do grupo IIA, ocorre um grande aumento no potenciall de ionizaedo apés serem remo- vidos dois elétrons, enquanto que, para os elementos do grupo IIIA, o salto se dard apés 0 terceiro elétron ter sido perdido. De fato, vemos que, em geral, ocorre um grande salto no potencial de ionizacao depois que o tomo perde um nimero de elétrons que é, numericamente, igual a0 seu nimero do seu grupo. Uma vez que um elemento do grupo IA contém um elétron externo & configuragdo eletronica de um gés nobre, um elemento do grupo IA contém dois e, assim por diante, este grande aumento no potencial de ionizacdo deve refletir a extrema dificuldade encon- trada a0 se tentar quebrar a estrutura do gis nobre, que se situa abaixo da camada mais externa, A variago do primeiro potencial de ionizagao nos periodos e grupos, ilustrada na Fig. 3.31, varia quase que paralelamente com o tamanho atomico. Isto ngo sur- preende muito, uma vez que a energia necesséria para remover completamente um elétron de um dtomo deve depender, em parte, da sua distincia ao nficleo. Além disso, os mesmos fatores responsaveis pela contragdo no tamanho da camada mais externa, a medida que caminhamos através de um periodo, levam, também, a que 0 elétron esteja mais firmemente ligado. Assim, 4 proporeo que caminhamos para baixo dentro de um grupo (por exemplo, os metais alcalinos), 0 aumento que ocorre ‘no tamanho € acompanhado por um decréscimo no potencial de ionizagao. A medida que nos deslocamos através de um perfodo, da esquerda para a direita, o aumento da carga nuclear efetiva experimentado pelos elétrons da camada mais externa faz com que a camada se reduza em tamanho, tornando mais dificil a remogao de um elétron. Examinando mais de perto-a tendéncia no potencial de ionizagdo dentro de um perfodo, notamos algumas irregularidades. No 29 periodo, por exemplo, espe- ramos um aumento uniforme no potencial de ionizago, ao irmos do Li ao Ne. To- davia, observamos que o potencial de ionizagao do berilio € maior que o do boro e que 0 potencial de ionizaedo do nitrogénio ¢ maior do que 0 do oxigénio. Estas inversdes também podem ser explicadas pelas estruturas eletronicas dos elementos. No caso do berilio, 0 primeiro elétron a ser removido situa-se na subcamada completa 2s, enquanto que 0 elétron que ¢ primeiramente removido do boro situa-se na subcamada 2p, ocupada com um tinico elétron. A subcamada 2p tem energia mais alta que a 2s e, assim, 0 elétron 2p do boro é mais facilmente removido do que um elétron 2s do berilio, Quando tomamos o nitrogénio, temos uma subcamada 2p semipreenchida (a estrutura eletronica do nitrogénio € 1s*2s?2p*), enquanto que, no oxigénio, a sub- g izaeéo (em contésimos de kJ/mol) 5 Potencial 8 é 8 gs 3 8 8 110 / QUIMICA GERAL Adicionar mais do que um elétron um domo ‘solede 6 sempre um Proceso endotérmico, camada 2p est ocupada por quatro elétrons. O quarto elétron, nesta subcamada 2p estd em um orbital jé ocupado por um elétron, experimentando consideravel repul so elétron-elétron. Em conseqiiéncia, este elétron ¢ mais facilmente removido qu: um dos elétrons em qualquer um dos orbitais unicamente ocupados do dtomo de nitrogénio. Notemos que a mesma inversfo da ordem de valores para o potencial de ionizacdo também ocorre nos periodos 3 e 4, onde o potencial de ionizaczo do fosforo é maior do que 0 do enxofie e 0 do arsénio é maior do que o do selénio. Afinidade ao elétron Afinidade a0 elétron é a energia liberada ou absorvida quando um elétron é adicio- nado a um dtomo neutro, gasoso, em seu estado fundamental. Um processo com: este ocorre, por exemplo, quando um Atomo de cloro captura um elétron, para se tomar um fon negativo. Cl (g) +e —> CF (g) A afinidade ao elétron (como o potencial de ionizacao) aplica-se a étomos iso- Jados e, usualmente, representa um processo exotérmico. Isto porque estamos colo- cando o elétron em uma posi¢do onde sofre atragdo do niicleo. Podemos ver como 2 adigdo de um elétron a um dtomo liberaria energia considerando 0 proceso inverso, ou seja, afastando 0 elétron do campo atrativo do niicleo. Se a remoggo do elétror: exige trabalho (isto 6, ¢ um processo endotérmico), 0 processo oposto libera energia. Existem circunstancias em que mais de um elétron é adicionado a camada mais externa de um dtomio. Por exemplo, o oxigénio reage para formar o fon 07, no qual um dtomo de oxigénio captura dois elétrons. O primeiro elétron entra em um dtome: neutro, mas 0 segundo elétron, que é adicionado para dar ao fon uma carga 2 —, deve ser impingido a um fon j4 negativo, o que requer trabalho. Portanto, constatamos que a segunda afinidade ao elétron de um dtomo é uma quantidade endotérmica. 4 Tab. 3.8 contém as afinidades ao elétron para alguns dos elementos representativos Esta tabela ndo est4 completa, porque as afinidades ao elétron so dificeis de ser me- didas e, para muitos elementos, nao foram ainda determinadas com exatidao. Tabela 3.8 Afinidades ao elétron® para os elementos representatives (kJ/mol) TA TA MIA IVA VA VIA H Be B c N ° =+100 7 122 =49 141 Mg Al Si P s ~430 44 134 —7 ~200 ca Ga Ge AS Se = -30 120 -77 195 Sr In Sn Sb Te — -30 121 101 =190 Ba at Pb Bi Po - 30 110 110 ~183 4 Valores negativos significam que o processo Mf + e-—+ M- & exotérmico. ESTRUTURA ATOMICA E A TABELAPERIODICA / 111 Da mesma forma que o potencial de ionizagdo, as variagSes na afinidade a0 elétron geralmente seguem paralelamente as variagdes no tamanho atémico. Isto ocorre porque estamos considerando a colocacgo de um elétron na camada mais externa do dtomo. Quanto mais proximo puder o elétron ficar do nficleo, maior serd efeito da carga nuclear. Atomos muito pequenos e cujas camadas externas Sentem unia elevada carga nuclear efetiva (exemplo, elementos da parte superior lireita da tabela periddica) tém afinidades ao elétron muito grandes. Por outro lado, 08 dtomos grandes © cujas camadas mais externas sentem 0 efeito de uma pequena carga nuclear efetiva (tais como os elementos dos grupos IA e ITA) possuem peque- nas afinidades ao elétron. Se examinarmos a Tab. 3.8, veremos que os no-metais do 2° perfodo possuem afinidades ao elétron que sfo menos exotérmicas do que a dos elementos do mesmo Brupo, logo abaixo deles, no 39 perfodo. Isto é um pouco surpreendente, pois em um dado grupo o tamarho aumenta de cima para baixo. Aparentemente, a compactagio dos elétrons na camada externa de um elemento do 29 perfodo toma as repulsbes muituas dos elétrons substancialmente maiores do que na camada externa de um elemento do 39 perfodo. Portanto, mesmo embora o elétron que é adicionado a um elemento do 29 periodo fique mais préximo do niicleo do que um adicionado a um elemento do 39 perfodo, as repulses maiores na camada externa menor levam @ uma menor quantidade de energia de ligagao final. Finalmente, o carbono tem uma afinidade ao elétron substancialmente exotér- mica, enquanto que a do nitrogénio ¢ efetivamente endotérmica. Com 0 catbono, 0 elétron que entra pode ocupar um orbital vazio 2p e, portanto, softer apenas uma repulsdo elétron-elétron minima. Com o nitrogénio, todavia, um elétron adicional ‘deve ser colocado cm um orbital que jé esteja ocupado por um elétron. As zepulsoes elétron-elétron resultantes sf maiores, da mesma forma que a perda da estabilidade extra, que um dtomo de nitrogénio tem por causa da sua subcamada p semicheia, faz com que a afinidade ao elétron para o nitrogénio seja uma quantidade endotérmica. hist6rica 72 clétrice da matéria 1, 2.¢ 3 de Avogadro 83 positivas 4, 5,6 08 eletromagnética 32, 33, 34, 37, 79, 80, 81 © 88 ‘ucleares 7,9, 10, 11, 12, 89 90 13, 14, 15, 16, 17,74, 75, 76, 77 © 78 periddica 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26,27, 28, 31 atémico 35, 84, 85, 87 Bohr 36, 42.¢ 86 E DE QUESTOES E PROBLEMAS (Niimeros dos problemas em negrito) Propriedades ondulatérias da matéria 32, 37, 38, 39, 93 e 94 Mecénica ondulatéria 40, 53 ¢ $7 E= me? 92 Camadas, subcamadas o orbitais; niimeros quinticos 41, 43, 44,45 046 Propriedades magnéticas 48 Configuragies eletzénicas 42, 47, 48, 49, 50, $1.¢ 52 Formas de orbital $3, 54, 55, 56,57 ¢ 58 ‘Tendéncias periddicas em: tamanho: 59, 60, 61, 62, 63, 64 e 91 potencial de ionizacdo: 65, 66,67, 68 95 afinidade ao elétron 65, 69, 70 ¢ 71 xz / QUIMICA GERAL QUESTOES DE REVISAO (Gasé a: propriedades observadas para os raios ca- sedis? (Qual definiggo do Coulomb? Deseahe ¢ identifique um tipico tubo de descarga emgis. ‘Qual 2 origem das patticulas positivas que existem em um tubo de descarga em gis? ‘Que sfo raios canais? De que sfo formados? Bor que o fon hidrogénio foi considerado uma par- ‘icula fundamental (uma particula que ndo pode ser Gividida em outras mais simples)? Descreva os trés tipos de radiagio emitidos pelas sabstincias radioativas. SS Como se separam as particulas de massas diferentes, sum espectrOmetro de massa? 38 Por que Rutherford concluiu que a carga positiva deve estar coneentrada em um niicleo muito denso dentro do étomo? Quais as propriedades do elétron, do préton € do séutron? Re Soke 4% B11 Qual o niimero de protons, néutrons e elétrons em cada uma das seguintes espécies: '33Cs, '1Ca"*, “IIT Shag? ese? Qual o niimero de protons, néutrons e elétrons em cada uma das seguintes espécies: +2!Ba, "92a, Her, @Nie !7Tm? Z.13 Escreva os simbolos corretos para cada um dos se- 312 guintes isstopos: @) 2=%,4=55 @ Z=71,4=170 (b) Z = 37, A= 86 (©) 2=70,A= 169 (©) Z= 81,4 = 204 3.14 Quantos néutons tém cada um dos dtomos da questdo 3.13? 3.15 Que isStopo serve como padrio para a escala corren- te de massa atémica? 3.16 Voe8 pode explicar por que as massas atémicas de alguns elementos (como Cl e Cu, por exemplo) so ___ to afastadas de mimeros inteiros? 3.17 Qual a diferenca entre mimero de massa ¢ masse atémica? : 3.18 Enuncie a versio modems da lei periédica. 3:19 Por que foram deixados espagos vazios na tabela periddica de Mendeleev? Em que se baseou Mendeleev para construir sua tar bela periddica? 3.21 0 elemento gilio nfo era ainda comhecido quando Mendeleev construiu sua tabela. Aqui esto algumas propriedades do alumfnio (logo acima do galio) e do indio (logo abaixo do gélio), junto com as proprie- dades atualmente observadas para 0 gilio. 3.20 Aluminio Indio lio Peso atdmico 27 m5 70 Ponto de fusto 66°C SPC 30°C Ponto de ebuligo 267°C 2000°C2403°C Férmula do cloreto AIC, InCk_ Gah, Formula do éxido ALO; InO: Ga,0; Ponto de fuséo do cloreto 190°C 586°C 78°C 3.25 3.26 3.27 3.28 3.29 3.30 331 3.32 3.33 3.34 3.35 3.36 337 (© que teria Mendeleev predito para essas propricds- des do gilio? Como comparariamos com as propri=- dades atualmente observadas? Faga um esbogo da tabela periédica moderna em que 95 lantanidios e actinfdeos estejam localizados no ‘meio da tabela, em sous loeais préprios. Dos seguintes, quais so considerados elementos ze- presentativos: Mg, Ti, Fe, Se, Ni, Br? ‘Quais dos seguintes elementos sfo elementos de tran sigdo: St, Ru, As, W, Age Al? ‘Que elementos constituem os elementos de transicao_ interna? Qual desces elementos 6 um halogénio: Na, Ca, Fe Fea? Qual desses elementos ¢ um metal alcalino: Br, K, ©. Sen? Qual desses elementos é um metal alcalino terroso: Cu, B, Ba, Nee Se? Quais dos seguintes elementos so metais: Te, Né. Se,Fe Ss? Quais as propriedades observadas para os nfo-metais? Qual a importincia da tabela periédica para o desen- yolvimento da teoria da estrutura eletiOnica do tomo? Desenhe uma onda e identifique seu comprimento) de onda e sua amplitude. Qual a ligagdo existente ‘entre © comprimento de onda e a fregiiéncia de uma onda de luz? Quais sio as unidades de freatiéncia no SI? Por que os comprimentos de onda das ondas de ridio so dados em metros ¢ 0s da luz visivel sfo dados em ne németros? Quais 0s comprimentos de onda que litt ‘tam a porgdo visivel do espectro eletromagnético? De que maneira podemos comparar os comprimento: de onda da luz infravermelha e da luz ultravioletz com os comprimentos de onda da Iuz visivel? Que & um espectro de linha? Em que ele difere de ‘um espectro contfnuo? Do ponto de vista da estru- tura at6mica, qual 2 importincia do espectro de linha? Descreva © modelo do tomo de Bohr. Por que sus teoria foi abandonada? Que evidéncia inicial indi cava que a teoria de Bohr poderia estar correta? Que é uma figura de diftagdo? Como ela é pro- durida?

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