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RESGATADO

DO
“INFERNO”
As visões do Hades
(da drogaadicção ao resgate)

Pr. Luciano R. Falda


Agenda e testemunho: (19) 99477-2012

edipart
editora particular
Todos os recursos obtidos desta literatura serão destinados a obra missionária
Pr. Luciano R. Falda

SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ........................................................................ 5

INTRODUÇÃO ................................................................................... 7

___**___

CAP. 1 | O embarque às vontades ............................................ 11


CAP. 2 | Presa da toxicomania ................................................... 17
CAP. 3 | Sob o engano das visões .............................................. 33
CAP. 4 | Respostas às visões ....................................................... 37
CAP. 5 | O embarque indefeso ................................................... 41
CAP. 6 | Cegueira espiritual ........................................................ 47
CAP. 7 | Resposta através da dor .............................................. 79
CAP. 8 | O resultado pelo amor ................................................. 91

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Resgatado do INFERNO

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Pr. Luciano R. Falda

AGRADECIMENTOS

...Primeiramente, agradeço a Deus pela natureza de


minha vida. Por forma-me no ventre de minha mãe.
“Antes que forma-se no ventre materno, eu te conhe-
ci, e antes que saísse da madre te consagrei". (Jr 1:5a)

Prestarei sempre louvores a Deus por quando eu vi-


ver. Por ter me dado graça e concedido a sabedoria e o dis-
cernimento para publicar este livro.
"Louvarei ao senhor durante a minha vida; cantarei
louvores ao meu Deus, enquanto eu viver”. (SI 146:2)

Sou grato à minha esposa Aline, que sempre me apoi-


ou e incentivou-me a essa obra. Pela minha querida mãe
Maria Lucia, que nunca desistiu de mim; mas que sempre es-
teve ao meu lado. E por todos que colaboraram e colaboram
com essa obra.
"Até aqui nos ajudou o Senhor". (1Sm 7:12b)
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Resgatado do INFERNO

Rendo-lhe graças, ó Deus, por me manter vivo. Por tu-


do que fez e faz por mim. Que Seu santo e eterno nome seja
sempre lembrado, pelo século dos séculos. Pois...
"Em nenhum outro há salvação, porque também de-
baixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os ho-
mens, pelo qual devamos ser salvos". (At 4:12)

Agradeço a Jesus Cristo, por ter se entregado na cruz


para me salvar. Assim como salva você! Agora...
"Já estou crucificado com Cristo; e não vivo mais eu,
mas Cristo vive em mim, e a vida a que agora vivo na carne
vivo na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou
a si mesmo por mim". (Gl 2:20)

Prestarei culto a ti, meu Deus, pois me livraste do mais


profundo abismo. E garantiste-me a salvação.
"Temei a Deus, e dai-lhe gloria; porque vinda é a hora
do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar,
e as fontes das águas". (Ap 14:7b)

Amém...

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Pr. Luciano R. Falda

INTRODUÇÃO

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e


ainda quando for velho, não se desviará dele". (Pv 22:6)

Pela infância, viemos a apreender de nossos pais o ca-


minho correto a percorrer. Como funcionam as normas, re-
gras, verdades e repreensões a serem tomadas. Que ao mes-
mo caminho recebemos de Deus o dom em que a cada um
se cabe.

Para uns, o aprender destrutivo acaba se tornando em


ruínas, sendo que também, um grande caos aos que se en-
contram em sua volta, também se submetendo na realida-
de, em grande confusão.

Aquele que se adaptar a matéria será comparado co-


mo as ondas do mar, indo de um lado para o outro, mas não
avançando a lugar algum. Sempre se arraigará a destrutiva
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Resgatado do INFERNO

vontade própria da carne, e o desejo de mais prazeres a cada


dia, que, sendo assim, encontrará sempre a ser um tipo de,
"Governador Infantil".

Todos temos o livre arbítrio e um caminho a percorrer,


e a decisão de escolha cabe a cada um de nós.
Para o pensamento de muitos, o objetivo é: “atingir o
grau supremo de Deus a suas vidas, ao seu ser; só que a
grande maioria prefere permanecem no erro não aceitando
a verdade, sendo comparados a este tal "Governador Infan-
til”.
"Fazendo da carne mortal o seu braço e apartando
seu coração do Senhor”. (Jr 17:5)

Quando ignoramos a instrução e deixamos de apren-


der do Senhor o caminho da vida há percorrer, deixamos a
esperança de nos tornarmos sabeis filhos de Deus.

Todos os que percorrem por um lado hostil rumo às


concupiscências carnais, “não imaginam” o que à frente os
espera, pois estarão seguindo a um pensamento frágil, onde
pelo engano no início é brando, mas que ao final deste se
torna um fel, como a um deserto sem plantas. Sem alimen-
tos espirituais, pois...
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Pr. Luciano R. Falda

"Há caminho que parece direito ao homem, mas afi-


nal são caminhos de morte". (Pv 16:25)

Todo "Governador Infantil", fazendo e persistindo ao


que sua própria vontade o submete, acaba se desvirtuando
a uma conduta imoral, pois seus desejos o contaminam, tor-
nando-o, como recém-nascido. E não para por aí...
Quando persistindo ser na fase adulta um "Governa-
dor Infantil" (dentre o mais ímpeto estagio ao crescimento
intelectual), e não desenvolvendo assim a natureza exata do
próprio ser, apto a agir como criança pelo lado moral da éti-
ca aos costumes, e persistindo ao engano prazer momentâ-
neo da drogadição, destruição o sobrevirá!

Embarque agora a uma emocionante jornada e verda-


deiro drama real, realizado a um corpo natural-físico, "para-
normal" (pela cegueira) enviado ao hades (sheol), pelas for-
ças espirituais. Mas que, retornando do hades (através da
misericórdia de Deus), resgatando-o, e devolvendo-o, a vida.

Fica já uma dica: “Conquiste seus espaços através da


verdadeira escolha. Faça esquecimento e deixe de lado as
suas próprias vontades carnais para que viva de acordo com
a natureza exata de um viver construtivo. Realize-se com a
força espiritual e sobrenatural de Deus em sua vida. Tome
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Resgatado do INFERNO

cuidado com a escolha do caminho a seguir. Escolha correta-


mente e entre no embarque certo”.

Deseja ter sucesso?! Não escolha seguir o seu próprio


desejo e caminho, mas sim, o caminho de Jesus. Não deixe
que as forças espirituais do mal o arrastem para o caminho
de morte. Seja realista, sincero, integro e destemido. Faça u-
ma reflexão, consulte sua vida diariamente e embarque a u-
ma jornada certa, reta, segura e conquistadora. Afinal de
contas, estamos aqui só de passagem!

Daqui pra frente, “tenha uma excelente viagem”! En-


tregue e deposite a sua confiança em Jesus (o motorista des-
te embarque). Segurança terás para enfrentar todas as lutas,
e desafios que virá. Pois assim ele diz...

"Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, por-


que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso
para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu far-
do é leve". (Mt 11:29-30)

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Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 01
O EMBARQUE ÀS VONTADES

Como muitas outras, nasce uma criança. A alegria dos


pais se multiplica. Comunhão existe entre os mesmos. Cari-
nho, afeto, compreensão, união e amor tomam conta da-
quela família.

Durante todo processo de crescimento da criança, se-


us pais acompanhando vivem a alegrar-se com aquela inde-
fesa vida. Ouvem ser pronunciada a primeira palavra. Con-
templam seus primeiros gestos e os primeiros passos. Har-
monia se encontra naquele lar, sendo que a criança passa a
transmitir muito amor.

Não sabendo os pais como será seu futuro, “fazem o


possível” para que seja próspero e feliz e, no decorrer dos
dias, procuram agir da melhor forma para que seu filho cres-
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Resgatado do INFERNO

ça com saúde e sabedoria para que seja bem sucedido na vi-


da. Impondo-o assim, regras, e ensinando-o a caminhar.

"Ensina a criança no caminho em que deve andar".


(Pv 22:6a)

Por outro lado, infelizmente não acontece assim no lar


de muitas famílias.

Não conhecendo a verdade e a instrução de Deus para


suas vidas, se perdem, destruindo-se não somente a si mes-
mos como também aos seus filhos, por aceitarem e até
mesmo imporem um caminho errado e tortuoso. Agindo da
forma que desejam e decidindo por si mesmos a jornada a
seguir, portanto...

"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaço-


so, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os
que entram por ela)". (Mt 7:13)

Nos dias de hoje podemos observar e ver muitas mu-


lheres engravidarem na fase de sua adolescência. Não sa-
bendo nem o mínimo a respeito de uma gravidez, seus cui-
dados e deveres, acabam-se “entregando à prostituição” lo-
go na sua infância. Desconhecendo seu caminho e não tendo
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Pr. Luciano R. Falda

visão do futuro, acaba atrasando o lado da criança inocente


que vem a vida.

Infelizmente é muito chocante o que nos vem aconte-


cendo nestes últimos dias. As prostituições infantis, acaban-
do com a juventude de todos os povos e nações do mundo
todo, destruindo assim, toda a descendência porvir a abitar
neste nosso planeta.

Estamos vivendo os últimos dias, estamos na fase fi-


nal! Com tudo que estamos vendo acontecer, o que fare-
mos? Como reagiremos a este mundo conturbado, carrega-
do de discórdia e destruição, prostituição e feitiçaria; ao me-
nos sem falar das drogas, que por hoje, se encontra alta em
seu gral de destruição. Nos dias de hoje, quem se encontra
apto a aceitar que com apenas uma única dosagem alcoóli-
ca, sendo que, até mesmo uma pequena quantia ao uso de
um entorpecente, o possa destruir completamente!

Aquele que insiste e se dispõe a caminhar, erronea-


mente, desviando-se do bem e se submetendo a afundar
continuadamente para o caminhar desregrado ao álcool, as
drogas e com todos os seus efeitos de dependência, aca-
bam-se afundando a cada dia mais para o fundo do poço e à
destruição total.

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Resgatado do INFERNO

Todo nosso corpo, físico-mental, se apresenta há von-


tades, sendo que, esvaziando-se dos prazeres da carne, esta-
remos caminhando a mais apta lição referente ao autocon-
trole que, durante o vínculo às drogas, perceberemos não
ter domínio sobre elas.

Enquanto estiver o usuário pronto a controlar sua do-


sagem, difícil haver recuperação! Não aceitará a "derrota"
total para a drogaadicção. Enquanto não estiver no estágio
“fundo do poço”, “não encontrará forças o suficiente” a dei-
xar de "depender" das drogas.

Sem a entrega total a Deus ficará dificilmente aceitar,


algo parecer insignificante destruidor. Quando se diz: "vicia-
do" nas drogas, não se refere à pessoa usuária de drogas; e
quando se diz: "usar socialmente", não se refere à perda to-
tal de seu domínio próprio a elas.

Tome muito cuidado! Dizendo e acreditando usar so-


cialmente, estará alimentando a cada dia mais a ignorância
de seu ego ao viver destrutivo às drogas e, sendo assim, es-
tará sempre, e continuadamente vivendo ao desprezo de u-
ma vida desregrada em conjunto a drogaadicção.

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Pr. Luciano R. Falda

Quando uma pessoa se dispõe em parar de usar dro-


gas deve-se primeiramente aceitar o fato de que a sua pró-
pria força é impotente às suas próprias vontades, em se-
quência, deverá estar totalmente disposto ao propósito de
deixar de usá-las.

Admitindo inteiramente sua impotência perante as


drogas e aceitando a perda total de seu domínio a mesma
substancia, "refúgio encontrará" em deixar de usá-las. Mas,
caso não haja aceitação, será "impossível" deixá-las.

Quando nos é deixado à escolha infelizmente muitos


de nós nos fraquejamos, desviando-nos para o egocentris-
mo de nossa própria vontade que, por esta forma, não tere-
mos força o suficiente a deixar de usar, bem como a embar-
car rumo a vida sem que a entrega total a Deus seja feita.

Toda força que temos “vem do coração”, do propósito


sentimental com Deus. É ali que se encontra o centro de to-
da emoção.

Caminhando ao encontro de Deus há nos ajudar à bus-


ca da sobriedade, estaremos eliminando assim, de nós, do
querer destrutivo, à pratica do uso de drogas. Por isso...

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Resgatado do INFERNO

"Aplica o coração ao ensino, e os ouvidos às palavras


do conhecimento". (PV 22:12)

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Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 02
PRESA DA TOXICOMANIA

"A adolescência é um período de vida muito tumultu-


ado, é a fase de transição entre a infância e a fase adulta.
Isso faz do adolescente a maior vítima, presa fácil da toxi-
comania."

Este era o meu dia a dia. Representava a minha pesso-


a. Neste livro estarei falando da verdade ao meu ocorrido,
abrindo e depositando meus pensamentos em visões e sím-
bolos por mim vistos. Uma visão concreta, realidades da so-
bre naturalidade ou nascidos da mente.

Os que absorviam da vida retratavam as horas, os mi-


nutos, e os momentos em que o significado da existência
continha um sentido paranormal (por meio da cegueira espi-
ritual), advindo das forças ocultas.

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Resgatado do INFERNO

Os pensamentos das alucinações, explicava a razão do


meu ser, a motivação da minha vontade, o poder da alma e
o valor íntimo do meu "caráter", estruturando a minha per-
sonalidade que, sem o correto raciocínio e o discernimento
da lógica, me faria diferente de todos.

Programado para a vida no catálogo do mundo, meu


nome foi registrado como Luciano Rodrigues Falda. Meu no-
me assim pronunciado, conforme a pessoa, tem uma signifi-
cação diferente-inferior à normal ou mais elevada do que a
comum. Evidentemente, dependendo sempre do sentimen-
to a mim dirigido.

Não fazendo diário, nem cadastro histórico. Transpor-


tando minhas verdades acontecidas, embora por ser dife-
rente do normal sobre os fatos contidos, possam se tornar
fantasias ou considerados uma ficção.

"Reconhecedor" que sou (pela misericórdia de Deus),


e não satisfeito em só admirar minha natureza espiritual nos
dias de hoje, gravo no papel tudo o que de mim existiu e se
torna importante. “E não é o ego a conduta de “todo indiví-
duo”!

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Pr. Luciano R. Falda

Eu vivia concentrado em mim mesmo, em minhas pró-


prias vontades. Esse era o meu culto. As alucinações vividas
quando estava nas drogas eram o meu ser. Tudo o que me
beneficiava ou perturbava não me passava desapercebido.
Eu me espelhava de alma e corpo nas ilusões e sem as preo-
cupações de seus resultados; mas com as verdades nuas,
cruas e sem resultados. Vivia e encontrava-me totalmente
cego.

Da ideia alucinaria para a realidade, vasculhando os


mais secretos sentimentos, “eu me transformava em que
quisesse”, num breve espaço de tempo. Parece até loucura!

No todo deste livro eu me retrato fielmente através


de meu ser outrora, de meio, de circunstancia ou conse-
quências naturais da formação viva de meu caráter.

Hoje começando a narrar como eu era, como eu fazia,


como me via e sentia a vida. Não me preocupando com da-
tas, as únicas que me são importantes, são as que determi-
nam o dia em que me pus ao mundo, o dia em que nasci para
Cristo Jesus e a que marcará o dia em que morrerei física-
mente em carne. O resto é tempo que passa entre as duas
portas por onde transita a humanidade: a da vida e a da
morte.

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Resgatado do INFERNO

Sobre a vida que levava na drogaadicção faltava-me a-


mor, para entender a razão de ser feliz. Faltava-me carinho
para aceitar e a compreender a vida, com suas leis, sentidos
materiais e espirituais.

Lá estava eu, era apenas um adolescente, de olhos


tristes e expressão estática, a mendigar uma vida sob as ilu-
sões alucinarias de um viver destrutivo às drogas.

Parecia real haver festa constante em minha vida. Lá


me encontrava, caído às alucinações das drogas; ao parecer,
uma figurinha sem importância, à parte. Nada que me faria
levantar para a realidade da vida. Parcialmente destruído.

O resultado de tudo isso para mim era de solidão, des-


conforto e vazio. Um zero cheio de nada, o nada pintado
com tinta preta e a cor preta simbolizando a morte; o estado
de minha incapacidade, da minha nulidade, frustração, da
incompetência, da infelicidade e de todos os estágios da der-
rota.

De nada reclamava, ambicionando que os meus dese-


jos se concretizassem através do uso da substancia químico-
tóxica que me submetia a inalar. Penetrado às alucinações
pensava e acreditava não ser de ninguém!

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Após a pratica ao uso do entorpecente, meditava até


altas horas às ilusões obtidas, até que chegava o instante em
que fadigado as meditações, sentia-me completamente can-
sado, vencido pela angustia e depressão. Chegava até pesar
sobre os meus olhos que começavam a ver tudo embaralha-
do.

Ainda dopado, acreditava ser maravilhosos mundos às


ilusões por eu contemplar, que acreditava a ponto de extra-
ordinárias visões ser realista e fantástica escola da vida. Mas
encontrava-me cego as verdades.

Penetrado ao uso do entorpecente, considerava-me


fugir de mim mesmo e a englobar-me no universo das ilusõ-
es.

Por diversas vezes, estando e permanecendo ao gral


estágio alto ao uso das drogas, uma sombra triste e verme-
lha me envolvia por onde eu ia, no mais, perambulando pelo
local onde me encontrara: sendo em casa, como nas ruas ou
na mata, ali ela estava, sempre a me acompanhar. Sempre
curioso em saber qual seria seu significado, mas sem respos-
ta!

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Quando não colocava em pratica o uso das substanci-


as (que era quase impossível), ficava meditando nas alucina-
ções e sonhando com o mundo vazio em que me submetia,
pois, minha vida englobava-se ao uso da substancia química.

Imaginando tragédias ou acontecimentos que vinham


me abalar, não alcançava forças, aliviando assim, somente
na pratica do uso das drogas.

A "admiração” ou compaixão de todos se concentrava


na minha pessoa. Contemplavam-me, dirigiam-se a mim, in-
clinavam-se a cabeça e lamentavam até a ponto de chora-
rem. Existia me, parcialmente, a cada estágio da vida.

Via-me morrendo, vítima de um mal irreparável des-


truidor. Escolhia e preferia as vezes não acordar das visões
do que permanecer à volta de tamanha desgraça. Às lagri-
mas deslizavam pelo meu rosto através do âmago doloroso
de meu sofrer e de provar a imensa tristeza de meus entes
queridos, tamanho a ser um crucifixo de agonia, ofertando-
me, de uma só vez, o amor e carinho a mim transmitindo.

Ilusões continuavam a tomar conta de meu ser. Imagi-


nando e representando sugestionada, a hora de minha mor-
te. Sentia-me chegado e ao estágio final. O russo sinal de u-
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ma face pálida e decaída, lábios incapazes de proferir pala-


vras, quase sem forças a respirar. Me via através das dores
do sofrimento minha derrota, queimando-me por completo,
sentia-me estar sendo levado para o inferno.

Chorava de verdade! Lágrimas contínuas como a uma


enxurrada desaguava de meus olhos como a um pranto sem
fim. Havia rios de tristeza escorrendo de meus olhos que e-
ram como grutas a se ocultar sob cascatas. Todo meu corpo
ia se tornando brasas de fogo, e quanto a isso me assustava,
despertando-me de uma cena trágica por mim visto ao em-
barque pela câmara escura rumo ao inferno.

Contemplava pessoas estranhas como se fossem per-


didas pelas ilusões e prazeres do mundo. Talvez seriam al-
mas em sofrimento clamando por desejar sair de lá; mas
quando me viam, fugiam de minha presença.

Quando voltava das alucinações, via que ainda me en-


contrava vivo, pois não havia ninguém chorando à minha
morte! Enxugando as faces de meus olhos podia ainda con-
templar a luz de um dia claro e alegre, “saindo da escuri-
dão”.

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Resgatado do INFERNO

Que idiota que fui! Eu não devia ter sofrido tanto! Por
maioria das vezes ninguém estava ali nos momentos aluci-
nantes ao uso das drogas, ninguém chorando por mim! Mas
também, afinal, parecia não sofrer tanto!

Após o uso dos entorpecentes e quando saia pra outro


ambiente, os de minha volta me perguntavam: “Porque está
com essa cara. Que aconteceu com você?” Para mim essa e-
ra uma pergunta à toa e a qual me justificava não dando res-
posta especifica. Talvez me dispensassem um pouco de a-
tenção se lhes dissessem que me encontrava dopado, imagi-
nando assim, a tristeza dos familiares e amigos no dia da mi-
nha morte. Seria uma tristeza para a minha família. Sim, seri-
a uma grande tristeza! Que angustia. Vultos negros lhes apa-
receriam, e algumas lágrimas a respingar de suas faces, de
suas mãos e seus cabelos, quando ao ser de cada um deles,
arrependidos, se debruçassem sobre a cama e lamentassem
pelo ocorrido.

O desejo do querer destrutivo em usar drogas perma-


necia tomando conta de todo o meu ser. A cada dia que pas-
sava o desejo aumentava mais e mais, e todas as minhas
vontades iam se multiplicando através do querer se “trans-
formar em tudo o que desejasse” estando rumo às alucina-
ções toxicológicas.

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Pr. Luciano R. Falda

Todos os objetos que eu tocava parecia ganhar movi-


mentos, desprendendo-se de suas verdadeiras característi-
cas. Das peças em bronze, do mármore e da maneira como
da mata onde foram presas pelo misterioso poder de uma i-
lusão às alucinações, como imaginava ser, e até chegarem a
ponto de parecerem reais acontecimentos da vida.

Através do impressionante ambiente a qual me en-


contrara, tudo parecia se tornar mágica; mas que ao mesmo
tudo não se passava de alucinações ilusórias, efeitos das
drogas, fantásticas, mas destruidora.

Emprestava tudo e me entregava ao todo a ilusão das


drogas, mas somente ao ponto egoísta que me submetia
permanecer. Pobre de mim. Eu era tão só e vazio.

Sempre quando me abria um intervalo em permane-


cer ao uso da substancia, dizia a mim mesmo: “...Que vida é
esta. Onde não encontro nada edificante: nenhum apoio,
nem incentivo, nem amparo moral e, principalmente, ne-
nhuma razão para viver”. Com estas palavras parecer-me-ia
ser um bom início para reflexão.

Referindo-me as visões, me confundia: “Que mundo é


este, vazio e tão desastroso. Estou saturado! Esta vida me
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confunde! Sem amor e sem carinho. Tudo parece desmoro-


nar na minha cabeça”. Desejava que tudo fosse conforme o
meu desejado. (Música)...

Sufoca-me! Sou apenas mais uma figura que ocupa lu-


gar à volta de todos. Sim, pensava talvez encontrar algo dife-
rente através da música, mas juntamente com o uso da su-
bstancia tóxica.

Ligando o rádio iniciava a pratica do uso das drogas.


Visões e alucinações me cercavam a base de me faze acre-
ditar e a pensar ser o próprio locutor, apresentador, enfim,
tudo o que o meu pensamento desejasse acabava "sendo"
através da substancia tóxica. E tudo o que queria que acon-
tecesse, “acontecia"! Encontrava-me totalmente dopado e
perdido às alucinações.

Após o uso das drogas, depressão! Sentia-me cansado


e confuso. Somente me restando a vontade de sair pelas ru-
as, a aprontar com todos e com tudo o que se deparasse a
minha frente. Que feio. Que horrível! Não gosto nem de
pensar em tão horrendos pensamentos. Mas, encontrava-
me dopado. “Que é que vou fazer com meus pensamentos,
que se atropelam e veem assim enfileirados, sem que eu po-
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Pr. Luciano R. Falda

ssa brecá-los como paralisá-los... Que é que vou fazer. Já não


sei mais como me controlar”. Dizia-me inconformado.

Eu me sentia como um objeto da casa. Jamais poderia


dispor da minha pessoa como ser inteligente que raciocina-
sse e pensasse, sendo que não usava de inteligência e racio-
cínio devidamente, não era digno de palavra para impor algo
aos de minha casa, pois permanecia com uma mente insana
e totalmente descontrolada.

Que grave erro! Mas essas não são coisas das quais
devia me preocupar ou dar importância, pois, ao simples
que se era, a respeito do meu ser interior, “não existia para
eles”. Bastava o meu nome: Luciano. Assim me chamavam...

Permanecendo nas drogas, me sentia em ser corporal-


mente tátil, sentimentalmente invisível. Talvez pensasse
não importar aos outros as coisas que “não viam”, “que não
sabiam”! Para mim, importavam-lhes somente a matéria
que ocupava o espaço físico.

Hoje sinto e sei o que existia dentro de mim, nas tragé-


dias de lagrimas que jorravam de meus olhos, ao corpo gela-
do e rígido, como se outrora estivesse morto literalmente e
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que hoje eu renascesse de um terrível pesadelo, e aos suspi-


ros de admiração.

“Eu hoje sonho”! Penso como seria realidade viver


momentos alucinantes a me submeter carnalmente. Mas de
que adianta ser famoso, notado, admirado... O que poderia
fazer para que me amassem...

Para o mais profundo do abismo me transportava, sa-


indo da realidade deste mundo e embarcando literalmente,
rumo ao inferno.

Em uma de minhas alucinações, de minhas visões, de-


sejava ser como um famoso ator que conquistasse o mundo
com beleza, fantasia e talento. Mas na verdade tudo não se
passava de grandes ilusões, vindas através das alucinações
resultantes das drogas.

Muitas das vezes me via "prestigiado por multidões”,


ou durante grandes banquetes "respeitado e considerado"
o suprassumo da inteligência, recebendo prêmios que aos
olhos naturais não se veem, pelas muitas "realizações". Tu-
do não se passava de um jogo, uma mentira, uma tapeação,
uma luta do mal pela minha alma. Entre o bem e o mal.

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As fazes como os estágios se revezavam, sendo que a


cada nível ia se tornando mais difícil para que eu pudesse
"conquistar" suas realizações.

As provas se cumpriam e substituíam uma após outra


nos estágios de minhas visões, e eu não conseguia definir
em coisa alguma, despertando-me para o extremo da frus-
tração e no vazio tedioso de onde estivesse.

Algo sempre aparecia a me falar. "Olhe aqui meu caro.


Esta noite tenho algo para lhe mostrar. Tu serás o que qui-
ser e te farei conhecer a realidade do ser. Tu serás grande e
famoso, será a realidade de todos e para todos. Acredite,
por favor. Eu vou lhe mostrar grandes coisas. Dar-lhe-ei tudo
o que o mundo pode oferecer e que nunca teve! Satisfarei
todas as tuas vontades, mas hoje, um momentinho só, tra-
ga-me um pouco de atenção e siga a minha palavra, pois tu-
do se encontra bem e equilibrado. Você me pertence!" Por
nenhum instante mais voltei a ouvir a mesma voz.

Existem palavras que penetram em nosso cérebro, co-


mo há pensamentos que moram no secreto cofre que é a ca-
ixa craniana.

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Eu vivia lá: dentro das ilusões às "realidades" de meus


pensamentos. Na verdade, jamais poderia alcançar algo aci-
ma de minhas realidades, mas, permanecia completamente
alucinado, a ponto de acreditar nas visões que tinha.

Minha teimosia, mesmo que fosse por um simples pe-


ríodo alucinante rumo as drogas, não me faria alcançar o
que desejasse, é claro; mas sim, provocaria danos ao meu
modo de pensar, como de agir. Mas afinal de contas, vivia e
vibrava somente entre as alucinações de meu dia a dia.

...Sala, pavilhões, quarto, banheiro, cozinha, corredo-


res etc. Eu me transitava pela casa totalmente alucinado,
querendo encontrar algo que correspondesse as minhas alu-
cinações, que se identificasse consigo. Mas estava tudo um
só vazio, e os que por ali passavam eram sombras que se dis-
sipavam para um destino que ia se realizando, pelas horas
que fugiam, e que me prosseguia na direção que seria do a-
manhã. De um futuro através de meu corpo, através das fra-
ções do tempo em que me submetia ao uso da substancia,
que via monótono e sombrio. Não existia!

“Planta que cresce a questão de segundos”! Mal atu-


ante enganador. “Fogo que acende ao jorrar de água”! Já-
mais. Estavam todos ali. Eu os via, mas que os mesmos não
- 30 -
Pr. Luciano R. Falda

existiam (aos olhos naturais). Mas afinal de contas, que im-


portância podia ter no meio daquelas visões! Somente pro-
blemas através de um futuro que bastante vinha me destruir
se ali permanecesse. Pois tudo não se passava de permane-
cer as ilusões.

Todas as manhãs iniciava a pratica do uso de drogas.


Os domingos eram os últimos dias e para mim, o feriado se-
manal significava realmente o ultimo espaço de tempo. Pa-
recia que tudo na minha vida ia terminar num dia assim, des-
truído ao mundo das alucinações, estúpido por não reco-
nhecer minha derrota às drogas.

Hoje penso... “Seria descanso por aqueles momentos


ter perdido a minha vida para as drogas”. E me respondo,
“jamais!”

Nada do que eu podia sentir influenciaria no modo de


me tratar. Portanto, que me importaria saber qual seria meu
destino!

Era-me coisa à toa!...

- 31 -
Resgatado do INFERNO

- 32 -
Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 03
SOB O ENGANO DAS VISÕES

Já era tarde no interior de São João da Boa Vista, mi-


nha cidade. Todo o céu estava coberto com os crepúsculos
maravilhosos da cidade. Um sol alegre que ia se escondendo
para que se iniciasse mais uma noite. Poucas eram as pesso-
as que transitavam pelas ruas. Quase todas as pessoas da ci-
dade estavam preferindo o aconchego dos seus lares ao in-
vés de se exporem à visão de uma tarde linda.

Lá estava eu, seguindo por uma das ruas da cidade.


Minha aparência estava decaída, estava vivendo penetrado
ao mundo das alucinações. Minha fisionomia e meu aspecto
geral “dizia para todos que me via” que estava passando por
muitas lutas desastrosas, mesmo ainda sendo um jovem que
inicia a vida e de pouca idade. Desleixado da vida minha sur-
rada veste era-me uma mesquinha proteção ao corpo sofre-
- 33 -
Resgatado do INFERNO

dor. Perambulando, não obstante, levando as minhas mãos


pecadoras certa substancia química e tóxica, submetendo a
inalar a mesma e acreditando em um mundo diferente a mi-
nhas posições. Vivendo as ilusões em um devastador mundo
de fantasias, desejos e alucinações.

Paro diante de uma grande mata fechada e começo


por em pratica o uso do entorpecente. Alimentando a espe-
rança de que receba o poder desejado e que aconteça o que
fantasiar-me em minha mente.

Muitas “portas se abrem” e inicia-se a batalha entre o


bem e o mal em favor de minha vida e alma. É momento de
guerra!

Desejos se misturam a um pensamento ofuscante,


cheio de ilusões e discórdias, e alegram-se as horas do dia
considerado de "regozijo" geral em meu próprio querer alu-
cinante ao mundo das drogas.

Passam-se vários minutos, até mesmo horas, e declina


o entusiasmo às fantasias e ilusões. Como já disse aqui ante-
riormente, pensava que se penetrasse não somente as aluci-
nações da substancia; mas sim em tudo que pensasse, me e-
ra realizado por meio das uso.

- 34 -
Pr. Luciano R. Falda

A muda resposta de meu coração consistia em colo-


car-me neutralizado a minhas virtudes.

Certas alucinações indicavam que estava sendo trans-


portado às ilusões da substancia tóxica, e começo a soar! Di-
zia e pensava a mim mesmo que as fantasias vistas que, ha-
via pouco me tomado, eram reais acontecimentos da vida.

Das visões, ilusões invadem a mata e ouve-se uma


melodia alucinaria da mesma. Ouvia grande acerto à melodi-
a, como as nuvens formarem figuras reais aos olhos do ho-
mem natural. Agora, começa a abrir-se a peleja, a escolha
devia ser tomada.

Via-me através das ilusões de um rosto estampado o


assombro e a curiosidade.

A força da melodia se enfraquece cada vez mais em


que a procurava. A música termina e no céu nuvens iniciam-
se a formar que, logo após, caem às águas do céu a provoca-
rem sons no pavimento. Intervalo da visão: é-me aberto os
olhos reais e águas do céu continuam caindo, que me faz
meditar logo após do ocorrido da alucinação, que não sei se
estou sonhando ou se posso confiar em meus sentidos. Pois
estava completamente dopado.

- 35 -
Resgatado do INFERNO

Agora já não são apenas águas do céu que caem, mas


sim pensamentos em me iludir de que eu mesmo obtive po-
der a fazerem caírem do céu. Passava a ser contrariado pelos
meus próprios pensamentos. Parecia não sentir a chuva cair:
“Jamais ouvi melodia tão bela”! Dizia a mim mesmo. “Quem
será este que está a tocar, de onde vem”. Perguntava à mi-
nha consciência. “Chamam-no fantasia”, responde a minha
consciência interrogada.

Basta a menção da fantasia para que compreendamos


a mudança assombrosa que se efetuou naquela tarde.

- 36 -
Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 04
RESPOSTA ÀS VISÕES

Não há dúvida que se reside forças negativas à igno-


rância humana ligada a ilusão das drogas. Poderes pratican-
tes ilimitados, capazes de transformar a consciência em ele-
mento de grande alucinação e levando a confusão.

O homem domina como destrói a natureza de seu ser,


conforme sua fé: ser ela positiva, ao bem; como negativa, li-
gada ao mal. E é capaz de lhe arrebatar os segredos de suas
porções.

Através da cegueira espiritual, chega até o âmago das


coisas para fazer com que estas lhe entreguem as suas ocul-
tas fantasias. E uma vez que dispõe a possuí-la os entrega a
vontades, “transformando-os” naquilo que deseja estando
em seu ego.

- 37 -
Resgatado do INFERNO

Não obstante, pode-se afirmar que há uma coisa im-


possível aos mortais: “desvendar os mistérios que o porvir
representa”. É como se uma densa cortina separasse o pas-
sado cheio de ensinamentos e o presente fugaz do futuro
desconhecido. Vindo conhecer somente as profecias da Bí-
blia, as Sagradas Escrituras. Como se não bastasse!

Jesus em certa ocasião disse:

"...não vos inquietais com o dia de amanhã, pois o a-


manhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio
mal." (Mt 6:34)

Sim, podemos esperar verdadeiras maravilhas como


fruto da inventiva humana. Nossos dias atômico-espaciais
são um testemunho de que o campo das possibilidades do
homem é muito amplo. Contudo, também estamos conven-
cidos de que é impossível sermos profetas por nossos pró-
prios meios e faculdades.

Os pequenos erros de todos os dias, nos quais caímos


por ignorância, referente as coisas vindouras, e os muitos e
graves erros em que incorremos muitas vezes ao aceitarmos
nossas próprias opiniões e desejos.

- 38 -
Pr. Luciano R. Falda

Todos têm a oportunidade de aprender a viver na ver-


dade que é Jesus, seus ensinamentos. Todos têm o livre-ar-
bítrio de escolha ao querer embarcar segundo seu grau de
aprendizagem, ao seu próprio querer!

Ao recebermos Jesus e a sua verdade, estaremos em-


barcando certo e a um caminho reto que, sendo assim, pas-
saremos a nos educar e a nos fortalecer com as forças de De-
us em momentos de dificuldades, em uma conquista a fé so-
brenatural; indesejável ao homem insensato, sem amor ao
próximo como a si próprio que, para os tais, o que se cabe é
a caminhada a um embarque rumo a derrota, pois, Ilusões e
fantasias alimentam o desejo do homem insensato, pelo
querer permanecer apto à vontade de sua própria carne. A
esses, Deus, através de Sua infinita misericórdia, muitas das
vezes o livrará do laço de morte imposto pelo maligno. Mas
tome muito cuidado. Pois ao que recebe, descobre e conhe-
ce a Palavra de Deus como verdade infinita e não as pratica,
corre o risco de perder sua alma às diabólicas ciladas do
diabo. Por outro lado, Deus o livrará do laço maligno, pelo
motivo de guardar e a praticar Sua vontade em sua vida con-
forme os planos que tem a ti.

"Porque sou eu que conheço os planos que tenho pa-


ra vocês, ‘diz o Senhor’, planos de fazê-los prosperar e não
de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futu-
- 39 -
Resgatado do INFERNO

ro. Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os


ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me
procurarem de todo o coração." (Jr 29:11-13)

Muitas das vezes e embarcando a um caminho tortu-


oso ligado às trevas, através e por meio da misericórdia Divi-
na, a lâmpada de Deus estará o trazendo de volta a vida.

Descobrindo a luz de Deus e sentindo Seu Poder, ali-


mentará o desejo de seu coração em se optar por voltar aos
caminhos da luz. Treva não o consumirá quando a lâmpada
de Deus, pelo Seu poder o resgatar; que mesmo caído, o le-
vantará; mesmo abatido o animará; e, ao mesmo estando
morto, o trará a vida.

Jamais permaneça no erro da qual possa se encontrar,


para que a lâmpada de Deus permaneça acesa em ti, pelo
caminho a percorrer. Assim....

"Quando fazia resplandecer a sua lâmpada sobre a


minha cabeça, quando eu guiado por sua luz, caminhava
pelas trevas." (Jó 29:03)

- 40 -
Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 05
EMBARQUE INDEFESO

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia


como menino, pensava como menino; quando cheguei a
ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Tudo so-
fre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1Cor 13:11,07)

Quem será este vindo à vida?... É o que muitos per-


guntavam no dia de meu nascimento.

Nascido no dia 30 de abril de 1982. Brasileiro. Paulista


da cidade de São João da boa Vista, que por sua vez iniciaria
uma caminhada por este planeta, sobre a terra...

De que poderia se importar para muitos?... Mas para


sabermos, devemos conhecê-lo!

- 41 -
Resgatado do INFERNO

Com pais solteiros, sem haver aliança conjugal, e até


mesmo com Deus (sendo o mais importante), foi crescendo
ao meio de uma vida de família desregrada e sem união.

Mesmo “tendo o amor de seus pais” como filho, sen-


do uma criança não conhecia a Deus; não tinha Jesus Cristo
em sua vida, encontrava-se cego espiritualmente. Sentia-se
vazio! Mas mesmo assim, e apesar de todos os acontecimen-
tos e pelo que a cada dia presenciava, encontrava-se "ale-
gre", pois ainda era apenas uma criança inocente.

Filho de pai ator (novela e cinema) que, mesmo man-


tendo seus afazeres viajava a trabalho em busca de sucesso,
deixando seu "lar" como sua cidade para ir ao encontro de
fama.

Ao passar dos dias, ainda criança, analisava e percebia


que em sua casa não havia a paz que tanto almejava, pois
seu pai iniciava a beber, e "frequentemente".

As contendas e discórdias iam cada vez mais se alas-


trando naquela casa.

Sendo ainda uma criança, na fase de chegar à adoles-


cência, as respostas iam se agravando as causas, ocorrentes
- 42 -
Pr. Luciano R. Falda

de cada dia que o submetia, assim, tornando presa fácil para


que o diabo penetrasse em sua vida e viesse a tomá-la. Os
meses se passava, e a cada dia sua família destruindo-se aos
poucos. Contemplava todas as desavenças e brigas, (conse-
quentes do alcoolismo de seu pai), a desunião em família
que surgia em sua casa e pela falta de confiança que seu pai
tinha a respeito de sua mãe. Comunhão não existia entre os
mesmos.

Ainda jovem e analisando tudo que passava à sua vol-


ta, nem ao mesmo em seus estudos conseguia meditar, que,
por ainda ser um adolescente, passava os pensamentos a ser
tão quentes que se foi passando a reclamar.

Dia a dia a revolta aumentava, e em resposta a tudo i-


sso começou a roubar de seus pais.

“Que legal, o narrador falando de sua própria pessoa”!


Pois vamos agora testemunhar e falar um pouco de minha
história...

Lembrando que outrora e minha vida (período de mi-


nha escolaridade), aproximadamente no ano de 1990.

- 43 -
Resgatado do INFERNO

Por verem meus pais trabalharem com cheques e, a-


nalisando como os preenchia, os roubava e, passando a pra-
ticar estelionato aos mesmos, descontava-os nas vendas da
cidade, comprando assim caixas de chicletes para levar a es-
cola, distribuindo-os, e ficando apenas com as figuras.

Mas adiante, pelo ano de 1991 (não exatamente), ten-


do meu pai embriagado e precisando ser submetido a um
leito por noventa dias, por consequência a um acidente de
carro, aproveitando da situação do ocorrido, novamente pa-
ssei a rouba-lo. Arrombando sua escrivaninha e retirando o
cartão de crédito (juntamente com ele sua senha), passei a
frequentar as salas de jogos, mais conhecido como flipera-
ma que, matando as aulas, mantinha-me à sala de máqui-
nas, indo e voltando por quatro dias consecutivos. Resultan-
do assim no encerrando do credito bancário do meu pai.

O erro e destruição permanecia no habitat da minha


vida e família!

Seguindo mais adiante (aproximadamente no ano de


1992), submetendo-me a mais uma falta e lembrando bem
que me encontrava em um bairro próximo de minha casa
que, tendo avistado um cavalo junto a um pasto aberto e en-
contrando-o com o arreio solto, disse: "Já que esse cavalo
- 44 -
Pr. Luciano R. Falda

está nas ruas da cidade e sem arreio, vou leva-lo para minha
casa e dar-lhe de comer e beber" (tudo na inocência). Mas
vendo seu pai o animal desnutrido e precisando de cuida-
dos, aceitou que cuidasse do cavalo até que restaurasse a
saúde do animal; ao invés de procurar o seu verdadeiro do-
no e devolve-lo. Seria aquele mais um mal exemplo para
mim.

Durante algumas semanas aquele animal ficou em


seus cuidados, até que em uma certa tarde seu verdadeiro
dono avistou o animal que, ao invés de procurá-lo e dialogar
pelo caso ocorrido e requerer seu animal, chamou a polícia
que logo apareceu. Arquivando assim, minha primeira ocor-
rência em cartório.

- 45 -
Resgatado do INFERNO

- 46 -
Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 06
CEGUEIRA ESPIRITUAL

Com a mente sem proteção e maquinando-a para fa-


zer o mal. Já no alcoolismo, dependência química, prostitui-
ção, prazeres da qual o mundo oferece e submetendo-me a
destruição total, tirava de meus pais o que não me pertencia
e, sendo destruído pelas drogas, deixava que o inimigo (o
diabo), agisse de uma forma bem brutal em minha vida.

Os dias se passavam e minha mente ia sendo cada vez


mais perturbada e destruída.

O poder de toda contaminação maligna ia se alastran-


do cada vez mais sobre minha vida. Apesar de que “não fos-
se do meu querer” o praticar o mal, o que passava em minha
mente era somente viver para usar drogas e usar drogas pa-
- 47 -
Resgatado do INFERNO

ra viver, sendo assim, usado a cada dia mais pelo diabo atra-
vés de suas tramas e diabólicas enganações e pretensões.

Sentia-me derrotado! Não tinha nem sequer um míni-


mo de deposito de confiança de ninguém, nem ao mesmo
de meus familiares.

Já no fundo do poço e muito aprofundado nas drogas,


para me manter a elas furtava de tudo que me aparecia de
valor pela frente, aprontando com tudo e com todos os que
deparavam à minha volta, consumando-os a maldade.

A minha vida só se resultava em desgraça! Não conse-


guia nem se quer a sobra de um tostão em moeda para com-
prar ao menos um par de meias, pois até mesmo o que já se
tinha, muitas das vezes, ia parar nas mãos de traficantes, nas
bocas de droga.

Tendo se passado oito anos de dependência e no


mundo das drogas e, experimentando e consumido, impla-
cavelmente começando de: “cola de sapateiro, thinner, es-
malte, tintas, acetona, lança perfume, maconha, chá de co-
gumelo e até chegar a cocaína e ao crack (onde me trouxera
a maior “destruição”); e que, por este mesmo tempo me
submetendo: “a roubos, prostituição e alcoolismo”, e não
- 48 -
Pr. Luciano R. Falda

estando satisfeito ainda o diabo sobre a minha derrota, trou-


xe-me ainda uma desgraça maior, o meu envio a cadeia! É
que, de tanto furtar acabei sendo recolhido e preso pela pri-
meira vez. Fui para em um centro prisional.

Nessa época, assim me encontrava, como um pássaro


aprisionado em uma gaiola ou como um cachorro preso, a
sentir uma dor forte por consequência de meus feitos que,
se me desprendesse a vagar por aí, iria escabeceando às ce-
gas para uma volta cansada e lograda, porque nada me atra-
iria ou era bastante interessante para influenciar-me a se-
guir em frente à verdadeira vida; ou, ao que, sem sombra de
dúvida, me levar a morte.

Bastava o sentimento dentro de mim e o afastamento


para que arrepanhasse todas as coisas para o início de um
conhecimento ao mundo interior. Era dentro de mim, no
meu íntimo que tudo adquiria forma e valor, pois não me
perambulando por uma vegetação ao mundo exterior em
um vínculo às drogas.

Após ter “pagado o preço da derrota” e suportado o


resultado, tendo Deus o realizar em me trazer a salvação,
me estendeu Sua mão de misericórdia me trouxe à liberta-
- 49 -
Resgatado do INFERNO

ção do cárcere, físico e espiritual, dando-me a oportunidade


para o servi-lo.

Na época fui recolhido à prisão por ter furtado um au-


tomóvel. No momento em que me encarceraram confesso
que não me passava pela mente a esperança de ser liberto
fisicamente tão cedo, como espiritualmente falando.

Sumariando a espera de saber o resultado de meu ato


cometido, em resposta aos primeiros dias de prisão não me
cabia nem se quer uma fagulha de esperança em voltar tão
rapidamente à liberdade e ao convívio social.

Sido recolhido à prisão pelo artigo 155 do código penal


criminal, e que, tendo ainda em andamento, por vir, mais
dois processos do artigo 155, em seguido do artigo 498 e
seguintes do código penal criminal, a totalizar três processos
em andamentos pelos dias em que me encontrava detido.

Pela primeira vez tinha ido preso, no mais, não me ca-


bia respostas.

Tendo aproximadamente registrado nos arquivos do


fórum, um montante de dez intimações sendo ocorridas na
fase da adolescência e ainda sendo minoritário e primário:
- 50 -
Pr. Luciano R. Falda

três processos no artigo 155, em seguida do artigo 171, am-


bos do código penal criminal, mais dois processos no artigo
171 em seguida de outros e, ainda mais, oito processos nos
artigos do código penal criminal, com outros a vir.

Pela clausula processual, pelo motivo de ter muita das


vezes dado trabalho à justiça e por nunca outrora ter sido
preso (sendo reeducando primário de cadeia), meditava ao
pensamento a possibilidade de não sair tão breve da prisão
à liberdade física, pois pela justiça aqui da terra e através do
que diz a lei do código penal criminal me caberia a pena de,
aproximadamente, sete anos de reclusão (regime integral-
mente fechado), confirmando assim, e por ter diversos ante-
cedentes criminais, como também, quatro processos em an-
damento juntamente com o qual estava sumariando.

Sem esperanças encontrava-me, com o mais, perma-


necendo detido a duas semanas em uma cela da qual se pra-
ticava o uso de entorpecentes no interior da mesma. Ali me
via se submetendo ao uso das drogas, bem como viciado no
cigarro de papel.

Tendo de tirar meus dias de prisão e permanecendo


mesmo atrás das grades e preso nos vícios, meus dias eram
refletidos de angústias e depressão. Paz e bem estar não me
- 51 -
Resgatado do INFERNO

sobrevinha. Sentia-me totalmente fracassado por conse-


quências de meus próprios atos.

Por tudo que me sobrevinha acontecendo e permane-


cendo abalado ao fato de estar detido, já tendo ouvido se
falar em Deus e sobre Jesus, mas não O conhecendo de fato
e de verdade e sem forças a BUSCÁ-LO, sentia-me derrota-
do, angustiado, preso em cadeias e sem vigor espiritual para
uma nova vida em busca do bem e da Verdade para minha
alma.

Mas certo dia, mesmo não acreditando e sem espe-


rança, por momento constante, uma luz brilhou a minha vol-
ta e veio-me em pensamento a memória de um dos maiores
milagres que Deus me tinha operado outrora.

Olhe só o que Deus me trouxe a lembrança e o que co-


meçou a me fazer a diferença estando naquele lugar...

Praticando um furto em um estabelecimento comerci-


al, quando já no interior do mesmo me encontrava, ouço vo-
zes! Era o dono do estabelecimento que estava na parte ex-
terna do mesmo. “E agora, o que fazer para sair daqui se “a
única saída” que tenho fica justamente onde o proprietário
está, o que fazer”! Dizia a mim mesmo.

- 52 -
Pr. Luciano R. Falda

Tendo avistado uma única janela na lateral do prédio


pensei em sair por lá, mas quando lanço o corpo para sair de
dentro para fora... Tiros me são disparados! Não havia outra
alternativa e tentativa, e a cada minuto que ficasse lá no in-
terior do comercio menos tempo teria até que a polícia che-
gasse. Teria mesmo que enfrentar a arma calibre 38 e dar
um fora dali o mais rápido possível!

Era loucura o que estava fazendo, imaginava que já-


mais aquele comerciante me dispararia com a arma e que a-
tiraria em minha pessoa.

Foi assim. Sobrepus a cabeça para o lado externo do


estabelecimento através da janela e “fui impulsionado”. Só
que, após a tentativa, três tiros consequentemente me fo-
ram disparado! Pude comtemplar as duas primeiras balas
parando a minha frente (literalmente) e caindo por terra
sem me atingir.

No momento em que me foi disparado o terceiro tiro,


eis que uma forte luz brilhou em meu redor, e mais uma vez
e, literalmente, sendo agarrado pelo cangote e puxado do
caminho da bala, pude sentir o sobrenatural de Deus.

- 53 -
Resgatado do INFERNO

O mesmo Deus enviou o seu anjo para me livrar da


morte e eis que o atirador estava a uma distância de, aproxi-
madamente, doze metros e, direcionada a arma à minha di-
reção e disparando-a, pude dizer que: "Senti a força de Deus
e sua mão forte a me puxar! Pude contemplar, em milésimos
de segundo, a bala vinda em minha direção (como em câme-
ra lenta)". Glória a Deus pelo livramento!...

Hoje, se não fosse pela misericórdia de Deus para com


a minha vida e ministério, não estaria aqui contando as ma-
ravilhas que Deus operou a mim e, o livramento que me a-
conteceu.

Retornando à prisão já citada da qual me encontrava


e através das reflexões a mim contemplado, despertei-me!
Foi como se estivesse libertando-me de um pesadelo, sendo
arrancado de meus olhos as escamas do erro, do pecado e
da destruição, (assim como aconteceu com Saulo); que, no-
vamente me sobreveio a luz a qual permanecia apagada!
"Foi como a um disparo de fleche de uma máquina fotográ-
fica que, mesmo vegetando em um mundo de infelicidades,
novamente a luz brilhou!

No interior do centro prisional onde estava detido e-


xistia uma cela evangélica ("onde havia crentes converti-
- 54 -
Pr. Luciano R. Falda

dos"). Presos que haviam "recebido" o Senhor Jesus lá mes-


mo dentro do cárcere. Homens estes da qual estavam tam-
bém a procura de paz e uma nova vida que, optando em
Jesus, sabia que ali o encontraria. Mesmo ali, presos física-
mente, mas que, espiritualmente, poderiam assim como
foram e estavam, livres. Protegidos e revestidos com o po-
der de Deus.

A luz de Cristo brilhou a mim, senti o chamado de Deus


e tomei também a decisão em aceitar o Senhor Jesus em mi-
nha vida, assim também a de se ajuntar aos outros que, pelo
"mesmo propósito", estavam conhecendo e vivendo a ver-
dade que liberta. Jesus.

Após ter reconhecido a luz que brilhara em meu interi-


or e de ter decidido ser transferido para a cela de irmãos
(evangélicos) ao "propósito" de servir a Deus, o diabo é
quem não gostou nada da decisão, mas tendo já a certeza
de um caminhar em busca da "liberdade" que, poucos dias
antes da suposta decisão, fazia o diabo (o inimigo de nossas
almas) com que os demais do convívio viessem a me tentar
fazer desanimar da decisão, tentando, assim, afastar-me do
que Deus me havia chamado. Caiu por terra! Deus seja sem-
pre louvado. Mais uma vez foi derrotado, em o nome do Se-
- 55 -
Resgatado do INFERNO

nhor e Salvador, Jesus Cristo que, transferindo-me, fui mo-


rar na cela dos irmãos.

Antes de entrar na cela dos irmãos (cristãos), tive de


fazer algumas renuncias é claro, passando assim, a não mais
usar entorpecentes, a deixar o fumo do tabaco, enfim, dei-
xar de viver os prazeres da carne com suas vontades; pas-
sando assim a caminhar com Jesus, o Salvador do mundo. A-
gora, o seu Salvador!

Já no interior da cela, de imediato momento pude sen-


tir a carga pesada que carregava sendo aniquilada, pois na-
quele momento passava a desfrutar do poder e presença de
Deus.

As medidas da cela era de, aproximadamente, quatro


metros² de espaço útil que, estando em quatorze almas, difi-
culdades tínhamos até de deitar para descanso, mas que, so-
bre este fato, não importava a nós, pois havia lá o Espírito
Santo que nos consolava. Éramos "todos" ligados ao mesmo
Espírito. Não havia lá o uso do cigarro de papel, drogas, be-
bidas alcoólicas, prostituições, conversas mundanas, pala-
vras torpes nem ilícitas e nem se quer rádio nem televisor.
Apenas a verdadeira comunhão dos irmãos e a presença da
pessoa do Espírito Santo de Deus.

- 56 -
Pr. Luciano R. Falda

Todos os dias reuníamos para cultuar a Deus. Das


19:00 às 20:30 horas era momento de adoração a Ele e, em
respeito de minha parte, procurava sempre estar em comu-
nhão com o Senhor: “lendo a Bíblia, meditando, orando e
jejuando”. Era maravilhoso!

De segunda a segunda me programava, inspirando-


me ao que deixaria registrado a estas linhas. Buscando o Es-
pírito do Senhor, tudo tinha a fazer, encontrando-me as pa-
lavras e convertendo-as em vida e testemunho.

Penso. Medito de olhos abertos. Registrando fatos o-


correntes de sentimentos constantes no momento de refle-
xão. Sublinhando em forma emocionante e escrevendo cer-
tas partes em poesia como está lendo aqui. Esse era parte
de meu tempo!

A gratificação sobrevinha sempre ao carinho de comu-


nhão espiritual que me confortava, de consolo que me ani-
mava e de brilho pelas faces, de olhos que me fitavam com
amor e de uma voz que me sussurrava palavras de vida, ao
caminho, ao descanso e ao conforto eterno, perfumado
como o perfume e o mel das flores. “A Voz, o Olhar, as Mãos
que me tocavam”, pertenciam ao Espírito Eterno. Ele não é
parecido com nada e com ninguém que já teria visto. Ele é o
- 57 -
Resgatado do INFERNO

Espírito Santo da Realidade, da Realeza, a Verdade da reali-


zação e amor eterno.

Agora tudo se encontrava extraordinariamente. Se al-


guém ouvisse a Voz da vida, que era a impressão por instan-
te meditado em minha mente, ficaria fascinada por um sen-
timento confortante cuja origem é a causa do próprio arre-
batamento relevante à vida.

O importante é a esperança em se encontrar a vida! O


fator primordial de não se querer morrer é Deus! O motivo
de silenciar a dor e aguardar.

Minhas experiências conduziam-me pelo caminho


que escolhia e dos escombros dessa vida tediosa, que se
processava em função do meu pensamento, como se eu
arrancasse pela raiz todo passado, assim iniciava a viver
mesmo atrás das grades de uma cela fria! Antes em alucina-
ções para os mundos fantasiosos das ilusões, das "emoções"
desfalecidas, em distanciar-me desta que por agora vivo em
harmonia, em realidades relativas à verdadeira vida, que por
antes visões crua e dura que me trazia em solidão. À angus-
tia peregrinação da minha alma, nada mais que: “...Sendo
levado ao inferno!....”

- 58 -
Pr. Luciano R. Falda

Contemplei um dia ilusões, dizia eu. “Vivi há tanto


tempo um mundo encantado, como a uma maldição em pas-
se de mágica, presa no corpo frágil e inerte da minha vida
desregrada. Chega! Terei vida e comtemplarei o amor e,
então, serei feliz nesse dia. Espere.... Eu creio. E fico conten-
te. Assim neste langor suavizante: espero”.

Alguns meses se passaram... E na cela que se encon-


trava ao lado, os presos se revoltaram.

Pelo motivo da superlotação os presos fizeram um tú-


nel e tentaram uma fuga, mas sem sucesso a eles. Foram
descobertos pelos agentes antes que tivessem êxito. E em
consequência do motivo da ação dos presos a cela da tenta-
tiva de fuga teve de ser fechada e os presos que lá estavam
tiveram de ser colocados divididos nas demais celas, sendo
assim, o envio de três deles a morar na cela dos cristãos, na
cela evangélica (não sendo essa a decisão nem vontade dos
mesmos, mas enviados pelos agentes carcereiros).

Ao saber da notícia, glorifiquei a Deus por ter os leva-


do lá, para que, assim também, Deus os tocasse no coração
e na alma, os falasse e os confortasse com Seu amor, fazen-
do com que eles convertessem também de seus maus cami-
nhos e aceitassem a Jesus. Mas no decorrer e passar dos dias
- 59 -
Resgatado do INFERNO

e através do discernimento que Deus me havia dado, reco-


nheci que teriam sido postos lá para que o diabo viesse a
usá-los, na estratégia e astúcia de derrubar aos que ali já se
encontravam em busca dos caminhos no Senhor. Por outras
palavras, teria Deus permitido irem pra lá para pôr a prova
e a dar uma sacudida na cela dos irmãos, à saber, quem de
fato e de verdade estaria sujeito a deixar esse mundo com
seus prazeres a permanecer com o Senhor. Quem permane-
ceria a Ele em meio às provas e lutas do dia a dia.

E isso foi o que aconteceu! Deus passou a Sua Palavra


santa sobre aquele lugar e a cada dia que se passava às lutas
iam se agravando.

Para aqueles que adoravam a Deus em espírito e em


verdade e o buscava de todo coração, o diabo era repreen-
dido e caído por terra.

Foi se passando o tempo, e o inimigo com sua astúcia


tentava de todas as formas os derrubar.

Sendo os três colocados na cela evangélica e passan-


do-os assim a não respeitar o espaço cristão dos demais e
principalmente a Palavra de Deus a ser anunciada, pratica-
vam o uso de drogas e, ao consumo do cigarro que, enquan-
- 60 -
Pr. Luciano R. Falda

to a isso, não podiam fazer "nada", pois quando vieram para


a cela dos irmãos já consumiam tais substancias. Sem falar
das palavras profanas e insanas que eram constantes.

Como disse anteriormente, nós nos encontrávamos


no total de quatorze irmãos. Após as lutas e provas, que e-
ram constantes, alguns foram se enfraquecendo e outros
deixando a fé!

"Sem lutas, jamais alcançaremos a vitória!"

Alguns se desviaram à perdição, sendo também, que,


cinco dos irmãos foram transferidos para outro centro prisi-
onal. Assim, o resultado de tudo, foi que: apenas quatro dos
quatorze dentre eles permaneceram firmes, juntamente
com Jesus, sendo eu e mais três varões de fogo. Louvado se-
ja Deus.

A cada mês que se passava era um processo que me


aparecia. Com isso passava a ser sempre motivo astucioso
para que o diabo viesse a usar os demais presos para me
desanimar. Mas caía por terra! Eu o repreendia pelo nome
do Senhor Jesus, assim, recebendo a vitória e conforto.

- 61 -
Resgatado do INFERNO

Aparecia diversos detentos usados pelo diabo para


tentar me derrubar. Dizia eles que pelo resultado da vinda
de processos novos, e na somatória, me caberia a pena de
condenação, por no mínimo, sete anos de reclusão, regime
integralmente fechado. Mas com as forças que Deus me da-
va, tais palavras e acusações não me abalava. Tudo era en-
tregue às mãos do Senhor.

Pelo cálculo do homem e direitos do código Penal,


seria essa a condenação que me cabia, só que, "pelos cálcu-
los de Deus não!” Pois permanecia sempre convicto de que
o Senhor era comigo. Louvado seja Deus.

Meditando no capitulo primeiro do livro de Lucas,


versículo 37, onde diz que: "para Deus nada é impossível", a
cada dia minha fé em Deus ia aumentando. Sempre acredi-
tando que sairia daquela prisão o mais rápido possível, e
sem que fosse condenado. Essa era a minha fé!

Alguns meses de detenção se passaram...

Buscando a Deus nas madrugadas fui batizado com o


Espirito Santo! Louvado seja Deus. Sentia-me muito mais
que vencedor e fortalecido em Cristo Jesus.

- 62 -
Pr. Luciano R. Falda

Por aqueles dias estava sendo quase que impossível


meditar na Palavra de Deus. Já se encontrava no interior da
cela, um televisor. O seu volume permanecia sempre altera-
do, e não podendo fazer nada a respeito, a única solução era
buscar a Deus em oração. Graças a Deus por isso!

Buscando a Deus em oração e expondo a Ele a situa-


ção. Conversando com Deus e dizendo que não conseguia
buscar sua Palavra, logo na primeira noite em que busquei
veio-me em visão, sua resposta.

Deus me diz: "Filho meu, não queres tu buscar a mi-


nha presença! Escute... Existe uma cela no interior deste
presidio cujo nome que a ela se dão é: “seguro”. Lá buscará
a minha presença e a achará. Também lhe digo mais: Levará
aos que estão lá a minha Palavra. Eu serei contigo! E antes
que alguma coisa o possa lhe acontecer, já não mais estará
lá. Eu Sou o Deus que te fala!"

Despertando da visão, não sabia qual a decisão tomar,


fiquei confuso! Penso, e falo com Deus em espírito: "Senhor,
no seguro! Na cela seguro é complicado! A população da ca-
deia se encontra revoltada com a super lotação e a opressão
que está tendo no presídio. A qualquer momento poderá es-
tourar uma rebelião (como há dias estava para acontecer).
- 63 -
Resgatado do INFERNO

Se no seguro me encontrar, não sei o que poderá me suce-


der. Em mim não há dívida alguma com outros presos, ao
contrário dos que para lá vão. Mas se és Tu que me diz: “Vai
lá, eu vou! Como Tu me disseste, assim farei! Confio na sua
Palavra e sei que será cumprida. “Acredito que antes mesmo
que possa me acontecer algo de mal, ou antes mesmo que
qualquer rebelião aconteça, já não mais estarei lá! O Senhor
é comigo e a sua Palavra não volta atrás".

Acreditando que Deus me livraria do cárcere, coloquei


minha fé em prática! Lá estava eu, confiante, seguindo a Pa-
lavra e caminhando em direção a cela do seguro.

Após ser transferido de cela, logo me veio a palavra do


Senhor: "Hoje é o dia da sua libertação!"

Entrando no seguro, logo passo a buscar a face do Se-


nhor em oração. Cumprimento a todos os que ali estão,
passo a ungir os quatro cantos da cela com óleo e começo a
pregar a palavra de Deus. Foi uma bênção!

No momento em que o Senhor me usava para falar de


sua Palavra, todos foram cheios do Espirito Santo. Podia ver
na face de todos o brilho de Deus. As lágrimas cobriam suas
faces como a uma enxurrada de unção. Alegria, conforto e
- 64 -
Pr. Luciano R. Falda

consolo passam a fazer presença em suas vidas, e por emoci-


onados ao ouvirem a mensagem de Deus, a glória do Senhor
encheu aquele ambiente do Poder do Espirito Santo.

Após ministrar a palavra do Senhor fui me alimentar,


a marmita já havia chegado. Ao terminar, "louvado seja De-
us!”, que, tendo permanecido na cela do seguro, por no má-
ximo apenas seis horas, estando com vários processos e an-
tecedentes criminais (como já fora dito aqui), veio-me a li-
bertação física, “diretamente das mãos do Senhor”. Louvado
seja Deus! Cumpriu-se a sua Palavra! O carcereiro na grade
se encontrava com o alvará de soltura em suas mãos que,
abrindo o cárcere chama pelo meu nome. Fiquei pasmo. Não
saia nem palavras para responder ao carcereiro ao chama-
do. Mas bastou apenas mais alguns segundos para começar
a glorificar a Deus pelo cumprimento de sua palavra. Naque-
le dia, veio-me a libertação do cárcere.

Faça você também assim! Tenha sempre fé em Deus.


Confie nele que a sua vitória também chegará! Eu profetizo
em sua vida!

A mim foi assim! Após ter pago o preço da derrota, ter


me submetido ao resultado e ser liberto da prisão, chegada
foi a hora de me regenerar.

- 65 -
Resgatado do INFERNO

Tendo passado por momentos difíceis na cadeia e so-


frido as consequências de uma vida outrora sem o conheci-
mento de Deus, aos poucos ia me entregando a Jesus e des-
pertando-me da cegueira espiritual.

Tempos antes de ter sido preso, os anos iam se pas-


sando e eu percebendo estar me afundando a cada dia mais
para o fundo do poço, ao mundo das drogas. Por conta disso,
decidi me tratar em uma casa de reabilitação. Durante nove
meses de tratamento permaneci na casa concluindo a etapa.

Querido leitor, quando procuramos deixar as drogas e


passamos por um tratamento "especifico" referente ao as-
sunto, devemos estar cientes de que, verdadeiramente, virá
o resultado esperado; isso se chama agir com fé, com a cer-
teza. Devemos buscar para que o objetivo aconteça. Assim,
parar ou não de usar drogas dependerá única, e exclusiva-
mente, do querer de cada indivíduo. Se levarmos de qual-
quer jeito um tratamento como esse, não dando a impor-
tância devida a seus procedimentos (o famoso “levar pela
barriga”), não chegaremos a lugar algum “esperado”, e recu-
peração, será impossível!

Lá estava eu partindo de volta para minha casa, para


minha família. “Tratamento concluído!”. Mas Infelizmente
- 66 -
Pr. Luciano R. Falda

foi somente por algum tempo de sobriedade e lá estava no-


vamente, nas drogas. Recuperação nada! Havia levado o tra-
tamento de qualquer forma. “Nove meses de tempo perdi-
do”!

Não parou por aí... Foram várias as tentativas para pa-


rar de usar e deixar as drogas, passando por vários tipos de
tratamento: diversas outras casas de recuperação, sanató-
rios, grupos de auto ajuda, psicólogos e nada de sair das dro-
gas.

Reservas insanas ainda existiam em meu ser. Acredi-


tando não estar totalmente ao fundo do poço, pensava ain-
da poder consumir um pouco mais, pois ainda não era che-
gada a minha hora. Na verdade Deus estava dos altos céus
comtemplando todos os meus passos, e somente aguardan-
do a Sua hora para agir. Mas a caminhada em busca da sobri-
edade passava de tempo em tempos a ser buscada. Afinal
de contas o sofrimento e a angustia a cada dia nas drogas i-
am aumentando.

Ao passar por diversas experiências e por ter apren-


dido muito a respeito de minha doença, por mais um pouco
de tempo e luta para parar, pude me ver “firmado".

- 67 -
Resgatado do INFERNO

Voltando ao ponto anterior em que fui liberto da pri-


são, pude vivenciar muitas coisas boas acontecerem em mi-
nha vida.

Procurando pela congregação da qual jazia frequen-


tado certa feita, fui até o pastor e o informei tudo o que ha-
via se passado comigo e o que estava me passando. E sobre
tudo, o pedi orientações que, após ser instruído, reiniciei a
caminhada pondo em prática o que havia ouvido.

Ao passar dos dias foi cheio do Espirito Santo. Sentia-


me preenchido pelo poder de Deus. Toda segunda-feira, ter-
ça, quinta, sábado e domingo ia a igreja para adorar a Deus
e em busca de seu Santo Espírito. Esses dias eram marcados
para o momento de adoração! Bem como também aos do-
mingos era convidado a testemunhar o amor de Jesus em
um programa de rádio chamado: “Jesus entra no meu lar”
com a apresentação do Pastor João Batista (Tequinha).

Estava vivenciando uma nova vida, e em uma maravi-


lhosa conquista dedicava, e a cada dia, mesmo após chegar
de meu trabalho exaustivo, não deixava de meditar na Pala-
vra de Deus e o adorar!

- 68 -
Pr. Luciano R. Falda

Certo dia apareceu uma proposta de trabalho para a


minha mãe, mas ela teria de viajar para a cidade de Caldas
Novas, Minas Gerais, pois o trabalho seria lá. Sendo assim,
ela foi e confiou os cuidados da casa a mim, passando eu a
morar só e a cuidar da casa.

Já tinha se passado aproximadamente uns 5 meses


desde que minha mãe tinha ido, e as comunicações com ela
estava sendo apenas por meio de telefonemas e cartas.

Meus dias estavam sendo muito corrido, pois além do


trabalho e estudo tinha de cuidar dos afazeres da casa, bem
como de minhas responsabilidades do dia a dia, de quem
mora só. Sem contar que ainda passava boa parte do meu
tempo escrevendo parte deste livro.

Era difícil alguém me visitar. Mas certo dia um jovem


irmão da igreja em que eu frequentava foi até a minha casa
em um dia de final de semana, o mesmo era novo na fé e no
conhecimento da graça de Cristo. Portanto, ao ver que eu
estava escrevendo um livro, soltando um riso de deboche
emprestou a boca para o diabo para dizer que eu jamais iria
conseguir escrever e muito menos publicar o livro. O infeliz
veio somente para tentar me tirar do foco e a fazer-me parar
e desanimar, mas caiu por terra em o nome de Jesus que,
- 69 -
Resgatado do INFERNO

quanto mais tentavam me fazer parar, mais forças eu encon-


trava para prosseguir.

Em uma quarta feira, após meio período de trabalho,


decidi ir para o centro da cidade para resolver algumas coi-
sas e pagar algumas contas.

Após tudo que tinha de fazer ser feito e voltando a pé


em direção a minha casa, fui submetido a uma força que me
fez parar. Olho para o lado e comtemplo um certo homem
de terno e com uma linda maleta prateada em suas mãos (o
que isso foi a mim como um sinal de Deus). Essa maleta me
chamou muito a atenção e eu não sabia no momento o por-
quê. Mas no mesmo momento eu pude ouvir uma voz doce
e suave que me disse: “Preste bastante atenção neste ho-
mem. Desejo lhe dar algumas respostas e ele é quem será o
instrumento que usarei para falar contigo. Te enviarei até e-
le hoje mesmo e saberás que eu sou Deus”.

Fiquei pasmo e sem reação ao ouvir a voz de Deus que


por um momento de distração não vi mais o homem que se-
ria o porta-voz do Senhor naquela noite que, logo em segui-
da volto a tomar o rumo de minha casa e não deixando de
meditar nas palavras que havia recebido naquela tarde de
quarta-feira.

- 70 -
Pr. Luciano R. Falda

Não havia culto na igreja em que congregava, mas a-


pós tomar um belo banho e tendo me trocado, parto a cami-
nho e em busca das respostas de Deus. Afinal de contas, pa-
ra mim sempre era (assim como é) um prazer buscar a Deus
independente de que é.

Subo ruas, desço ruas e vira esquinas... Até que ao pa-


ssar por uma certa igreja o Espírito Santo me faz entrar. Me
colocando de joelhos (como tenho de costume ao entrar em
uma igreja), logo passo a orar e a sentir, imediatamente, a
presença de Deus naquele lugar de adoração.

Já tendo iniciado o culto, me levanto ainda com os o-


lhos fechados em Espírito de comunhão, passo a ouvir um
profeta anunciar a algumas almas as palavras de Deus, e ma-
is um pouco de tempo o mesmo profeta diz: “Deus está di-
zendo para você aí de camisa azul e calça social preta (era
comigo). Venha até aqui, continuou a dizer o profeta de De-
us. No mesmo instante o Espírito de Deus me tomou e me
enchendo do Espírito Santo fui me dirigindo a frente em
direção ao homem de Deus, falando em línguas e profeti-
zando. Chegando até ele Deus o usou para falar com minha
vida todinha. Falou de tudo o que já havia passado comigo.
Falou também sobre as pessoas que o diabo estava usando
para me tentar fazer desanimar de minhas literaturas e, in-
- 71 -
Resgatado do INFERNO

clusive, que naquele momento Deus estava me derramando


uma unção missionária. Dizia ele mais, que faria de mim um
missionário começando de um lugar deserto, que ninguém
gostaria de ir e nada fácil.

Após receber as palavras de Deus naquela noite, abro


os olhos, olho para o altar e contemplo a maleta que tinha
visto naquela tarde do dia quando voltava para casa após
pagar as contas. Resumindo que o profeta que havia me re-
velado tudo era o mesmo que Deus já havia me mostrado.
Louvado seja Deus pela sua grandeza. E pra concluir, o pro-
feta era um pastor de São Paulo que havia recebido o convi-
te para pregar naquela noite de campanha, e dizia depois o
mesmo que era a primeira vez que estava visitando a sua ci-
dade.

A cada dia buscava à Deus e continuava a minha cami-


nhada com Jesus. Sentia-me satisfeito e alegre em busca-lo
com todas as minhas forças. Toda a minha perseverança era-
me correspondida por Deus, que me supria em todas as
minhas necessidades: no trabalho, no serviço e responsabili-
dades da casa. E por parte de minha pessoa buscava a Deus
pedindo-lhe sabedoria para ministrar a sua Palavra por onde
me enviasse.

- 72 -
Pr. Luciano R. Falda

Irmão leitor, quando decidimos entregar nossas vidas


e vontades aos cuidados de Deus, a mesma deverá ser feita
por completa, se é que desejamos ter e receber o melhor de
Deus para as nossas vidas. A entrega deve ser sem reservas.
Velhos atos e atitudes que desagradam a Deus devem ser
deixados para trás. Todas as vontades da carne devem ser
por nós renunciadas por completo que, sendo assim, verda-
deiramente teremos o melhor de Deus. Mas isso só é feito
aos que desejam permanecer com Cristo Jesus, em sobrie-
dade.

"Infelizmente" e por falta de vigilância fui me subme-


tendo a diversos erros e abrindo várias brechas que me le-
vou a uma prova a qual não suportei.

Desde que passei a frequentar clubes e bailes de salão


(antes de conhecer a Jesus), aprendi a dançar e o que mais
passei a gostar de fazer era isso, dançar. A ponto de ser con-
vidado a trabalhar como freedance em um clube de minha
cidade. O ritmo bolero sempre havia sido minha dança pre-
dileta.

Certo dia havia recebido um bom dinheiro, e “estando


sem o que fazer em minha casa”, decidi dar uma volta pela
cidade. Tendo parado em uma lanchonete, pedi uma porção
- 73 -
Resgatado do INFERNO

e um suco de laranja. Enquanto aguardava o meu pedido fi-


cava observando o movimento das pessoas que faziam ca-
minhada naquela avenida que comecei a alimentar o desejo
carnal pelas mulheres que passavam por ali com seus shorts
curtos e apertados, vindo-me a chamar muito a atenção e
ao desejo pecaminoso. Grande erro! Ali estava o início de ta-
manha prova que me submeteria, vindo então ao começo
de mais uma recaída.

Terminando o lanche e pago a conta, tomo a decisão


de (depois de muito tempo) ir a um baile onde haveria de vir
tocar um conjunto muito bom de dança de salão, “misericór-
dia". Chegando lá, entro e me coloco a sentar em uma mesa.
Não faço o uso de bebida alcoólica, mas danço a noite toda,
e ao terminar o baile volto para casa.

Permaneci assim frequentando bailes e levando esse


ritmo por outras quatro noites, até que me veio a recaída,
de início, voltando a fazer o uso de bebida alcoólica.

Hoje me pergunto, o que fui fazer lá? Pois é, passava


a refletir, angustiado, e a sentir o peso do arrependimento
que, por mim só, não consegui retornar à comunhão com
Deus; passando assim a viver novamente sob a desobediên-
cia.

- 74 -
Pr. Luciano R. Falda

A não renuncia é um defeito que pode nos levar a


morte. Em circunstancia a teimosia pode invadir o coração
proibindo-nos de receber vida.

Os ensinamentos e as admoestações foram trazidos a


mim que, mesmo assim, lá estava, voltando em direção as
minhas próprias vontades e me esquecendo de tudo o que
tinha aprendido de Deus até o momento que, sobre isso, na-
da me pus a fazer. Nem sequer, me auto repreender. Assim
foi... Chegando lá, para que a desobediência me dominasse,
levando-me ao engano, e partindo até a uma recaída.

Novamente sendo controlado pelo alcoolismo e seus


efeitos, (presa do diabo), que, mesmo antes de ter ingerido
o álcool, “reparando na pista lisa e espelhada”, estruturan-
do-me a meus próprios desejos pecaminosos e, esquecendo
do que já tinha aprendido, assim encurvando-me para o dia-
bo. Como se não suportasse mais aguardar o tempo em que
Deus me prepararia para que pudesse receber uma mulher
abençoada para seguir comigo e somar na caminhada, pas-
sando a me sujeitar pela pressão rígida e áspera do mundo
que me optava a encontrar, numa falta de concordância,
levando-me para o fundo do poço, à novamente vegetar em
um mundo de pecado. Me esfregando com a cara em um
devastador charco pecaminoso para que pudesse ter por
- 75 -
Resgatado do INFERNO

momentos e outros alguns prazeres momentâneos a satisfa-


zer a minha carne.

A desobediência é um defeito grave, ela é uma imper-


tinência e desrespeito. Permanecer no erro deixando ser le-
vado pelo diabo, nos dará lucro? O que significa?

Estando nos caminhos de Deus jamais deveria ter ido


ao baile, afinal de contas eu já tinha passado pelo mundo e
sabia que lá não era meu lugar. Fui falho ao dar ouvido a mi-
nhas próprias vontades, até que a mão de Deus pesou sobre
mim, assim, tendo de passar por uma prova da qual não su-
portei.

Por aqueles dias, seria incrédulo de minha parte ao


descrever meus sentimentos; mas parece que recebia uma
comunicação do Espirito secreto que existe ao ser de cada
um. Que basta dar entrada a Ele para que venha permane-
cer.

Meu orgulho não permitia receber impressão direta a


me trazer verdades, repreendendo o meu ato, comprovan-
do minha desobediência e desrespeito para que viesse me
arrepender e confessar a Deus, recebendo a brisa de amor,
de ternura e carinho.

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Pr. Luciano R. Falda

O coração vazio é um corpo sem alma! Aprovo e assim


penso! Exatamente assim o é.

Olho, vejo e penalizo-me. Quão tristes estão os senti-


mentos mais íntimos dos que se entregam as próprias von-
tades; envolvendo, assim, a um vazio todo angustiante e
sentindo a falta da presença de Espírito, representante da
vida, o Autor íntimo das impressões sobrevindas ao coração.

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Resgatado do INFERNO

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Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 07
RESPOSTA ATRAVÉS DA DOR

Era uma agonia Implacável e lenta à espera da concre-


tização de um sonho. Não possível que continuasse assim,
dependendo de minhas fusões criadas, a criar fantasmas.
Precisava agora de um manso olhar solidário, das mãos de
Deus para me consolar e dar-me descanso. Ah, como beijari-
a essas mãos que me afagassem!

O que pretendia entender do intimo da luz, se não


conseguia compreender o meu viver destrutivo! O que tinha
dentro de mim era um destino designado à morte. O estigma
e o anátema que sacrificava e condenava a minha alma. Ago-
ra é outro, não mais a que aparentava. E quem poderia des-
confiar? Quase Ninguém! Talvez pensasse assim, mas as im-
pressões do passado e o que estava novamente vivendo me
condenava aos outros. Pensava que se me percebessem viri-
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Resgatado do INFERNO

am retalhar os meus sonhos, que na verdade não era nada


daquilo que estava novamente vivendo, ou na verdade, dei-
xando de viver. Os meus sofrimentos eram considerados de-
feitos e, pelo sistema cronológico da moral, diziam que era
um inocente.

Meus atos é que tinham como sempre terão importâ-


cia e significado. Não adiantava tentar me esconder dos ho-
mens pelas minhas atitudes quanto às feridas da minha alma
e os meus conflitos, que me sufocavam! Por tudo que passei
hoje digo: “Eu não sou Cristo, não sou exclusivo Fruto de De-
us”. Mas vivia crucificado. Isto era a tristeza congênita!

Cristo! Um nome! De um Nazareno! O Sacrificado pelo


povo e por todos os que acreditam na salvação e verdade!
Os pensamentos vêm e se vão! Ficava a insatisfação de con-
cluir, pensar... Afinal, p'ra que? É o que sussurrava.

Saber, para que? Para ficar aqui tentando decifrar a vi-


da e meus ocorridos passados! Mas que deram e trouxeram
hoje, as grandes motivações de tudo!

Certo dia, numa manhã de sábado, ao me levantar de-


pois de uma semana exaustiva de trabalho, fui ao mercado
fazer umas comprinhas e voltei. Decidi fazer uma faxina em
- 80 -
Pr. Luciano R. Falda

casa, e logo após terminar coloquei as panelas no fogo para


fazer meu almoço e as roupas na máquina para lavar. Estan-
do a preparar o almoço, comecei ouvir muitos passos em
volta da casa, e de repente aparece em minha frente cerca
de dez policiais, dentre civis e militares, juntamente com do-
is delegados de polícia. Chegaram a invadir a casa sem que
antes viesse chamar-me.

Algemando-me (sem que eu soubesse o que estava


acontecido), me recolheram e levaram-me a prisão para in-
terrogatório.

Eu estava em liberdade e sem nenhuma falta com a


justiça. Já havia pago o que devia, sendo assim, fiquei abala-
do! Por outro lado, acreditava ser a cobrança de algum ato
cometido a tempos atrás.

Sumariando ao início de uma temporária de três dias,


muito apanhava dos policiais e a opressão psicológica era
tão grande que não sabia mais o que fazer. Eu não sabia qual
era a minha acusação, pois não diziam; queriam que, por
mim mesmo, falasse e dissesse detalhes. “Mas como poderi-
a isso acontecer se nada sabia do caso”. Era inocente!

- 81 -
Resgatado do INFERNO

Depois de muito sofrer, físico e psicologicamente, en-


fim disseram sobre o porquê me tinham recolhido à prisão
para interrogatório. Estava eu sendo suspeito e acusado de
cometer um latrocínio (roubo em seguida de morte). Miseri-
córdia!

Ao ponto de não suportar mais as dores psicológicas,


cheguei a dizer que assinaria o B.O, como já disse, sem que
houvesse cometido; mas não queriam deixar-me assinar
sem que contasse detalhes do ocorrido que, quanto a isso,
nem sabia o que dizer. O pior foi que até mesmo falsa teste-
munha apareceu e me apontou dizendo ter sido eu o feitor
do crime. “Jesus da glória”!

Forças "eu não encontrava mais". Teria eu que supor-


tar as provas e tribulações vindas sobre mim! E que prova.

Já preso e colocado em uma cela da cadeia municipal


da cidade de Águas da Prata, e estando sumariando o meu
segundo dia, fui retirado da cela e levado a uma sala à parte.
Diziam os policiais que eu apanharia e seria torturado com
choques elétricos até que dissesse todos os detalhes do fato,
(naquela época era de costume fazerem isso com os sumari-
andos), a isso, fiquei apavorado e não sabia o que fazer e
muito menos o que dizer aos policiais. Mas graças a Deus a-
- 82 -
Pr. Luciano R. Falda

quilo não se passou de pressão psicológica e me levaram de


volta à cela.

Ficando sabendo as presas que estavam na cela ao la-


do sobre o que eu estava sendo acusado, sem que tivesse
cometido, (aquele presídio era feminino, e por estar o presí-
dio de São João da Boa Vista desativado, levavam para lá os
acusados para cumprir as provisórias), decidiram colocar em
oração a minha causa, pois iriam, como de costume, entrar
na presença de Deus em oração e lhe abrir culto.

Assim foi feito! E no mesmo momento em que esta-


vam todas na presença de Deus em adoração do lado de lá,
eu, em “minha cela”, também de joelhos coloquei a causa
nas mãos de Deus. Foram, aproximadamente, uns trinta mi-
nutos de intercessão a favor de minha causa que, só foi en-
tregar o clamor a Deus que a resposta veio da parte do Se-
nhor, louvado seja Deus.

Aconteceu que, vindo até mim o próprio delegado, me


disse: “Seu Deus é grande! Arruma suas coisas que você vai
embora. Descobrimos o feitor do crime a qual você, sendo i-
nocente, estava sendo acusado, você está livre”!

- 83 -
Resgatado do INFERNO

Logo após eu ter assinado os papeis, fui embora para


casa louvando e glorificando a Deus pelo livramento e mise-
ricórdia por ele tendo alcançado.

Por tudo isso e muito mais que havia acontecido comi-


go e olhando para as experiências vividas, poderia se dizer
que eu tinha aprendido que retroceder é tolice; mas ao invés
de me manter de pé e em busca diária de minha recupera-
ção em forma exclusiva de agradecimento a Deus por tudo,
mais uma vez estava lá, caído nas drogas! Tinha retrocedido.
E dessa vez pra pior. Lá estava eu. A vegetar novamente no
mundo de perdição.

Tendo se deixado levar pelo erro e mais uma vez no


mundo indesejável das drogas, submetia-me a vários furtos
na cidade usando pratica de meu "modus-operand", passan-
do assim a desativar os alarmes dos comércios que, afinal de
contas, tinha e tenho experiencia na área de segurança ele-
trônica.

Mesmo tendo o meu trabalho correto em uma empre-


sa da cidade, tinha o habito de roubar, pois somente o meu
salário não era capaz de me sustentar nas drogas que, a cada
dia, me destruía mais e mais.

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Pr. Luciano R. Falda

No passar dos dias pude fazer a compra de um auto-


móvel por consequência a uma boa venda que fiz no comer-
cio de meu pai.

Desleixado à vida saia para as orgias passando por di-


versas encruzilhadas e fazendo corres de drogas para outras
pessoas. Usava e dirigia bebendo no volante constantemen-
te.

Essa é a vida que levava! E quando Deus já tem escrito


um plano e um projeto traçado na vida de alguém, como ha-
via sido profetizado a mim (também sendo seu caso, pois
não é por acaso que está aqui lendo estas linhas), não aten-
dendo o chamado de Deus pelo amor (como também possa
estar sendo com você assim), tenha certeza de uma coisa,
"talvez irá pela dor”! Talvez!

Comigo aconteceu assim... Certo dia, permanecendo


a beber por 3 dias consecutivos e estando embriagado (co-
mo estava sendo de costume), decidi sair da cidade a ir em
busca de orgia na cidade de Poços de Caldas, município de
Minas Gerais. Encosto o carro em um barzinho da cidade de
São João e convido três de meus colegas para me acompa-
nhar. Não tínhamos dinheiro para colocar combustível no
carro, pois o que tínhamos estávamos reservando para po-
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Resgatado do INFERNO

der beber na cidade de Poços de Caldas. Nesse caso, come-


çamos a pensar o que faríamos para chegar até Poços de
Caldas.

Já era volta de umas 2:00 da madrugada, e para che-


garmos até o destino decidimos roubar combustível dos car-
ros parados pelo caminho.

“Tanque cheio, agora é hora de pegar estrada em des-


tino a Poços de Caldas”, dissemos. E assim fomos! Mas che-
gando lá e depois de circular pela cidade e não encontrando
movimento esperado, demos a meia volta e partimos em re-
torno a nossa São João da Boa Vista.

Passando pela Cascata, muita neblina nos submetia a


reduzir a velocidade, mas que nada! Estávamos embriaga-
dos e não demos a mínima.

Foi quando veio em nossa direção uma forte luz. Era


um caminhão, e o mesmo estava carregado. Poderia eu di-
minuir a velocidade, mas não pude, e algo inesperado acon-
teceu. Eu não conseguia movimentar minhas pernas e nem
meus braços. Somente pude ver toda a cena para ficar bem
gravada na minha memória. Aquilo era como se diz “desti-
no”; mas que tipo de destino seria aquele e de onde e por
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Pr. Luciano R. Falda

quem poderia ter vindo”. Será que de Deus? Mas Deus faria
algo parecer tão desastroso? Não posso afirmar que sim!
Mas posso afirmar que permite! Acredito que naquele mo-
mento o diabo queria tirar nossas vidas; mas Deus não per-
mitiu, pois sabia que eu, lá na frente, conseguiria vencer e
passar a dar bons frutos em testemunho de vida para a gló-
ria do Pai.

A pancada foi tão violenta que arrancou o eixo trasei-


ro do caminhão bem como o tombou com a colisão. No mo-
mento e após a colisão não pude ver mais nada. De minha
parte fui parar na U.T.I, e passando por uma cirurgia perma-
neci em coma por três dias.

Quanto aos meus colegas, dois deles ficaram ilesos e


outro também foi submetido a uma cirurgia. Mas graças a
Deus a vida de todos nós fora preservada.

Permaneci internado após do coma por doze dias. O


resultado do acidente à minha saúde foi de: "cinco costelas
quebradas, baço extraído e fratura exposta gravíssima en-
volvendo o meu antebraço, que, até hoje é torto".

Louvado seja Deus por livrar-nos da morte. E tratan-


do-se do carro, resultado, perca total! Mas tudo isso foi a go-
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Resgatado do INFERNO

ta d'água que precisava para reconhecer que só o Senhor é


Deus, e que não vale a pena viver no submundo das drogas
e pecado. O seu preço é caro!

Começando a perceber o tempo de Deus em operar


transformações em mim, meu sentimentalismo espraiava-
se pelo corpo e espirito e comecei a meditar em tudo e sobre
tudo que estava me acontecendo.

Após o reconhecimento, as tristezas passam a ter ou-


tro sabor. Uma satisfação nova que se mescla de ansiedades
ainda confusas e indecifráveis. Passando a querer amar ain-
da mais (na verdade coisa que não verdadeiramente fazia).
Agora sim a poesia tornando-se verdadeira não mais sob as
ilusões das drogas! Deixando assim as dores do sofrimento
passado arrebatado a minha mente! Querendo ver agora a
verdade e viver nela, assim tirando-me do mistério de uma
casa vazia, tirando-me do mais profundo abismo! Querendo
agarrar-me à definição do eterno, do bom grado, do amável!

Assim no dia de hoje conseguindo e sendo realizado!


Partindo do inferno para a necessidade de vida e do desejo
que tanto almejo alcançar!

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Pr. Luciano R. Falda

Hoje, e acima de tudo reconheço que é o tempo de


“renascer das cinzas”!

Me doa hoje a escolha de um querer realizar que se


incorpora em mim pelas minhas atitudes e, sem temer, mes-
mo sabendo que o mundo está à frente.

Assim me despeço do gosto amargo desregrado da ve-


getação passada das drogas, desejos e suas concupiscên-
cias!...

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Resgatado do INFERNO

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Pr. Luciano R. Falda

CAPÍTULO: 08
RESULTADO PALO AMOR

Hoje posso dizer que verdadeiramente estou liberto!


Não por forças, mas por amor.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu,


mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entrego-
u a si mesmo por mim”. (Gl 2:20)

Toda a trajetória que acabou de ficar sabendo, por


ninguém mais poderia ser expresso a não ser por mim mes-
mo, o próprio autor e feitor de tudo que acabou de ler. Sou
testemunho vivo e verdadeiro de tudo isso, como já disse:
"não por forças, mas pelo amor de Deus e misericórdia sobre
a minha vida”.

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Resgatado do INFERNO

Sou hoje um homem verdadeiramente livre. Estou es-


crevendo, parte deste livro de dentro de uma cela fria de u-
ma cadeia de segurança máxima.

Fisicamente, posso estar preso no momento, mas es-


piritualmente estou tão livre como uma águia a voar pelo
mais alto céu.

Tive um encontro verdadeiro com Deus e Cristo Jesus


me libertou.

Neste momento estou fazendo os últimos ajustes des-


te livro (sua ortografia e gramática), de minha casa. Não es-
tou mais atrás de uma grade. Sou um milagre de Deus!

Já se passaram alguns anos e estou aqui, limpo e sóbri-


o. Longe das drogas e seus prazeres.

Sou hoje um homem de Deus e realizado! Estou casa-


do e tenho uma esposa que me ama assim como eu a amo.
Uma mulher de Deus.

Temos hoje, pela misericórdia do Senhor, um ponto


de pregação em nossa casa, um ministério chamado: “Igreja
missionária da Santidade” e um chamado para a missão vo-
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Pr. Luciano R. Falda

lante. Estamos a começar nas praças de nossa cidade e pre-


tendemos alargar nossas estacas por onde Deus nos man-
dar.

O nosso ministério hoje procura fazer alianças de bem


com ong’s e ministérios voltados a missão onde, juntos, es-
taremos “saqueando o inferno e povoando o céu”.

Sou hoje responsável pela edição do Jornal: “O Embai-


xador em Cadeias”, obra essa que foi iniciada através do
pastor Carlos Anzolin, e que agora está conosco juntamente
em aliança com a Missão Ebede-Meleque, do seu presiden-
te, missionário Nelson Mendes Junior. Esse jornal é enviado
e circulado à diversos presídios do Brasil.

Para a glória de Deus, esse é o segundo livro que publi-


co, mas não o primeiro já escrito. O primeiro livro publicado
se chama: “Vai na fé”, onde falo sobre as ferramentas da fé
para alcançar os objetivos.

Hoje, meditando sobre meu passado, sobre tudo o


que passei para chegar até aqui e através do que estrou vi-
vendo, posso ter a certeza que liberto em Cristo estou.

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Resgatado do INFERNO

Aprendi a confiar que somente Jesus ...é o caminho, a


verdade, e a vida. (Jo 14:06).

Minha vida pertence a Ele! Somente a Ele!

Estou firme e forte, renovando-me com Poder a cada


dia! Encontro-me em um presídio de segurança máxima fa-
zendo a obra de Deus, mas breve estarei de volta no convívio
da sociedade a levar meu testemunho de vida.

Não tendo pressas, e louvado seja Deus por isso. Estou


na dispensação do Senhor, pois aqui há muitas almas para
serem resgatados e conquistadas para Jesus.

Agora sim, posso na minha humildade dizer que fui re-


generado pelo Poder do Espirito Santo. Rendo graças a Deus
por tudo e por todas as experiências da qual tive de passar
para me lapidar e revestir. Pois grande é a obra! Aleluia...

"Toda a adoração presto a Deus, pela graça de nosso


Senhor e Salvador Jesus Cristo, por ter Ele me transformado
com o poder renovador de Sua Palavra”.

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Pr. Luciano R. Falda

Não foi fácil passar pelo que passei! Mas hoje estou
transformado por Cristo Jesus, por ter se compadecido de
minha alma. Ele é o meu Libertador!

Posso afirmar que não vivo uma vida perfeita, mesmo


estando com Cristo, como ele mesmo disse: “no mundo te-
remos de passar por aflições”. Todos somos falhos e temos
nossas limitações, mas devemos procurar a cada dia dar o
nosso melhor pra Deus e Pai. Somente nosso Jesus foi perfei-
to, tendo de viver em carne.

Hoje sou salvo e permaneço livre e firme na rocha ina-


balável, que é Jesus (e não mais na rocha do crack) e, posso
afirmar: "Hoje vivo!". Sou feliz com Cristo Jesus, e pela glória
de Deus da qual me transformou é que lhe transmito essas
palavras, pois foi Ele que me proporcionou e colocou-me por
cabeça e a trabalho desse ministério.

Agradeço a Deus por ter-me ajudado a pôr-me em me-


u devido lugar. Quem me dera soubesse antes de tudo ter
acontecido a mim, qual seria o trabalhar de Deus em minha
vida. Mas se não tivesse passado pelo que passei, não teria
esse testemunho para contar e dar glória a Deus.

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Resgatado do INFERNO

O profundo e o oculto pertence somente a Deus. Al-


cancei à vitória em o nome de Jesus, o Cristo e Salvador.

Não posso deixar de, mais uma vez, agradecer a minha


esposa Aline, que está sempre do meu lado como uma ver-
dadeira adjutora. E a minha querida mãe que jamais se es-
queceu de mim, mas que sempre esteve de meu lado por
onde tenho passado, a suportar todas as dores e sofrimen-
tos.

Nos dias de hoje, escuto o soar das trombetas, e Je-


sus, o meu nome a chamar. "Jesus está voltando!". Marana-
ta.

Tenho a certeza de que subirei de encontro com o me-


u Senhor e mestre. Que receberei meu galardão! E você?!...
Esse é o melhor momento para se arrepender dos pecados
e vir também ao encontro de Jesus.

Louvado seja Deus que nos traz a salvação. "Confie-


mos em Seu Poder e alcancemos a vitória pelo nome de Je-
sus Cristo.

Aceite o testemunho para a glória de Deus e receba


também vida e a salvação diretamente de Jesus. Pois....

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Pr. Luciano R. Falda

"Só Ele é o caminho, a verdade, e a vida". (Jo 14:06)

Faça sua parte e a Dele sempre será feita. "Confie Nele


e Ele tudo o fará!...".

Que assim seja!...

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Resgatado do INFERNO

Outras obras do autor, Pastor Luciano R. Falda:

Para adquirir os livros do Pastor Luciano, entre em contato:


e-mail: ebedeluciano@hotmail.com | ou tel. (19) 99477-2012

*(Todos os recursos gerados serão destinados à obra do Senhor).


Que Deus vos abençoe.
Pr. Luciano Falda – Igreja Missionária da Santidade (seguindo a Paz com
todos e a Santificação)

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