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A caracteristica brasileira nas interpretacées de Callado Mariza Lira O contraste entre as tendéncias musicais da nossa ec ea indiferenga com que, por muito tempo, se tratou a missica brasileira € por demais chocante. Esse descuido originou-se, por certo, da feigdo especuladora do colonizador luso. Da miisica do povo, expansdo natural das ruas, pouco ficou registado nos trés primeiros séculos de vida brasileira. Se nfo fosse a exuberancia da natureza, a ardéncia do clima eo fator maximo do cruzamento das racas que aqui chegaram, nio possuiriamos, jamais, tio precioso populario musical A imposic&o jesuita da misica sacra nao abafou 0 eco das toadas primitivas dos gentios, nem a melodia saudosa do emigrado e muito menos 0 ritmo solucante do negro E enquanto era seguido o modelo das misicas latinas ¢ saxis que nos chegavam, ia-se elaborando lentamente a renovacao, como uma consequéncia inevitavel. A raga nova, com arroubos ardorosos, nao podia aceitar inde- finidamente a imposicéo de mtisicas de dansa e canto, francesas, italianas, polonesas, espanholas, etc TTC ETETT ERT TET EEEET TTT UTR E EET AULD DARA A CARACTERISTICA BRASILEIRA NAS INTERPRETAGOES DE CALLADO 211 A alma popular, de onde partem sempre as grandes transfor~ magées, pelos fins do século XIX, sentiu que era preciso libertar a sua misica da influéncia estrangeira. Chegara o momento de criar alguma coisa original, sem molde, que falasse & alma brasileira, que correspondesse ds suas ten- déncias. E foi no Rio que se iniciou esse movimento. A cidade feia e monotona era animada pelos choros, conjuntos de flautas, violdes, cavaquinhos e reco-recos. Percorriam as ruas em serenatas ¢ patuscadas, alegravam indistintamente as partidas dos saldes residenciais, os bailecos, das rétulas ou os arrasta-pés das estalagens iluminadas a lamparinas de querosene. O choro mais famoso do Rio, pelos principios da segunda metade do século XIX, era o do Callado — Joaquim Antonio da Silva Callado, flautista querido nas rodas musicais da época. Baile ou serenata onde aparecesse o Callado, havia alegria para toda a noite As mtisicas de entdo, modinhas, lundts, valsas, polcas, e qua- drilhas, saidas da sua flauta, eram verdadeiros rebolicos de sus- piros e corrupios. Ninguem como ele para sentimentalizar a nossa modinha, re- guebrar © lundi, espreguicar uma valsa, retorcer uma polca num verdadeiro busca-pé de arabescos ou repinicar uma quadrilha em ressondincias pirotécnicas. E’ que a misica do povo para Callado era uma fatalidade racial De familia modesta, mas, bem educada, Callado criara-se en- tre o charivari das misicas dansantes que o pai, piston e mestre da banda dos antigos Zuavos (depois Tenentes do Diabo) ensaia- va para os bailes. Aprendera miisica como quem aprende a falar, naturalmente. Dessa convivéncia com os companheiros do pai, mesticos € pretos, gente que tinha garbo na profissdo e procurava aprimorai se cada vez mais, veio-lhe 0 gosto para inventar, compor de im- proviso, coisas novas, diferentes, originais. Entre essa gente simples e descuidosa gue vivia de alegrar os outros, conseguiu Callado integrar-se insensivelmente dos an- seios da alma popular Mestigo, tendo nascido no Rio em 1848, em pleno delirio da polca, que alucinou a cidade, Callado reunia em si a ancestralidade musical, a influéncia do meio e a tendéncia da raga. 212 REVISTA BRASILEIRA DE MUSICA Tocando flauta e piano, fez daquela 0 seu instrumento pre- ferido, O Dr. Gonzaga Filho, médico de Callado, irméo da compo- sitora Chiquinha Gonzaga, relata-nos a opiniao textual do artista sobre a flauta no seu livro “Palestras”: “Possuo duas flautas, uma para concertos ¢ recreio proprio e outra que estou amansando. Os instrumentos de sopro seguem a sorte do piano. A principio reclamam ser surrados durante certo tempo; chegam depois ao petiodo de mansidao, ao cabo de largo tempo decaem, tornam-se desafinados e é perder esforcos em corrigi-los"’. A execucio desse instrumento por Callado era favorecida pelos caracteristicos da mesticagem Labios grossos, dentadura magnifica, compleicéio robusta re- fletindo pulmées fortes, permitiam-Ihe um sopro seguro, que o seu temperamento inquieto traduzia numa agilidade assombrosa. De fato, ndo s6 nas interpretacdes como nas proprias compo- sig6es de Callado, nota-se a preocupacdo do artista em exibir vai- dosamente a sua agilidade extraordinaria, O carater flautistico de quase todas as suas composicées ¢ a rigueza travessa da linha melédica sao, por assim dizer, constituidas de arabescos que dificultam a execucao. Havia outra particularidade interessante na interpretagio de Callado. Aproveitando-se dessa agilidade natural, executava quase sempre toda a melodia em rapidissimos saltos oitavados, dando a impressao perfeita de serem duas flautas a tocar. Mas o que diferencava a interpretacao desse artista, tornan- do-a caracteristica, ndo eram os desenhos gue tragava com a me- lodia, nem 0 ritmo, to pouco as variacdes do contra canto; era tudo isso repousando numa preguica, indecisdo propositada, espé- cie de “ganha-tempo’ Nao se percebia bem se era soluco ou pretexto transformado em sincopa. Sincopa original, preparo de modulagées que se ema- ranhavam num sussurro, caricioso ou num cascatear Alacre. As miisicas de Callado, que me foram dadas observar, sio ge- ralmente bindrias, de preferéncia em sustenidos ¢ poucos, na sua maioria, em tom maior, mas de linha mel6dica variabilissima. Do estudo comparativo de suas composigées sente-se a luta para libertar-se da tradigao e lancar a inovacdo, isto é, fugir do habito de se amoldar a nossa inspiracéo ao molde estrangeiro e langar as caracteristicas da raca. ° TTT EET EEE E EERE EEE CECE ERE TTT EEL LPF (ares ster ta at ey A CARACTERISTICA BRASILEIRA NAS INTERPRETACOES DE CALLADO 213 Lutando contra as convengées musicais da época, Callado Procurava retratar a alma brasileira em arrojos criadores. Vaidoso do seu instrumento, vivendo para a misica, muito mogo ainda ja era popularissimo no velho Rio. Aos 19 anos alcangava o seu primeito e ruidoso sucesso com a quadrilha Carnaval de 1867. Extremamente simpatico, bem falante, risonho, obsequioso, de grande cabeleira anelada, usando indiferentemente culos ou pince- nez para cortigit a miopia, apurado no trajar, Callado era o que hoje se chamaria — um irresistivel. A habilidade de compositor repentista atraia atengdes. As valsas dengosas, as quadrilhas foguetes, os lundtis reque- brados ou os choros serelepes, de nous sugestivos, quase sempre visando uma figura feminina, aumentavam-lhe o prestigio. O choro do Callado nao chegava para as encomendas. Com Viriato Silveira, outro flautista apreciado e seu grande amigo, Luizinho, Rangel, Baziza Cavaquinho, Juca Vale Violio, Ismael Correa e Léquinho vivia em bailes e pagodes. Mas o seu acompanhador predileto era o violéo Saturnino, um pardo magri- nho, que nao sabia mtisica, mas adivinhava as variacdes admira~ veis da flauta de Callado. Foi talvez desse conjunto que se originou o habito de esten- der a certa execugao caracteristica, a denominacao de choro, mais tarde tambem indicadora de composicées nesse estilo. A arte de Callado, porem, nao podia permanecer nas tocadas de choros. A sua tendéncia artistica numa antevisio dos destinos da miisica brasileira, acelerava-se em atividades Com o maestro Henrique de Mesquita, seu amigo e admira- dor, aprendeu composicéio e regéncia. Fez-se professor particular, organizador e regente de orques- tras de bailes, teatros e concertos. Vivendo profissionalmente da miisica naquela época distante, casado, com filhos, conseguiu. por intermédio de seu padrinho, 0 Marechal de Campo José Basileu Alves Gonzaga, pai da nossa primeira maestrina Chiquinha Gonzaga, uma apresentacdo para o Dr. Béthencourt da Silva, fundador do Liceu de Artes e Oficios. A influéncia do padrinho e a fama do afilhado valeram-lhe a nomeacdo de professor de mtsica do Liceu. AMAA ASO O ddd DOA 214 REVISTA BRASILEIRA DE MUSICA Entre os alunos pobres, e por isso mesmo ambiciosos de saber, Callado encontrou um ambiente favoravel para lancar a sua idéia de nacionalizar a miisica popular brasileira. Angariou em cada aluno um admirador e no diretor da casa um verdadeiro amigo. Muito the valeu essa dedicacio. Tendo ao morrer deixado a familia em dificuldade, 0 Dr. Béthencourt deu @ viuva o lugar de inspetora de alunos. Com o modesto ordenado que recebia, a esforcada criatura poude educar os filhos e criar os netos. Desses, alguns ainda vivem. Um deles é o flautista Joao Damasceno Callado Rodrigues, musico de 1.* classe da banda da Escola Militar do Realengo. Para os Jados da Linha Auxiliar, ja bem velhinha, mas forte ¢ lucida, reside uma irma de Callado, que é clarinetista. Note-se que nao ha um s6 descendente ou colateral de Callado que no se tenha dedicado a misica. © nosso flautista no tinha competidores no seu tempo. Foi preciso que chegasse da Europa, contratado para fazer miisica na Corte, o flautista belga — M. A. Reichert, a quem se deve a introdugao das flautas de prata no Brasil. Dominava em tudo o gosto europeu. A chegada do flautista belga veio empanar um pouco 0 pres- tigio de Callado, que nao se conformou com o ostracismo. Ai por 1862 - 1864 reunia-se no salao de concertos, do 1." andar da casa de mtisicas de Artur Napoledo, ‘na rua do Ouvidor, que havia de mais seleto em matéria de arte. Improvizavam-se concertos com Carlos Schramm, Artur Na- poledo e outros nomes festejados na época. Sucediam-se magni- ficas horas literarias como nas que se representavam as mais lin- das comédias de Machado de Assis e na que o Conselheiro José Feliciano de Castilho'leu pela primeira vez a tradugdo de Fausto, de Goethe. Certa vez, voltando de umas licées, Callado chegou a casa de misicas, trazendo a sua flauta de ¢bano de cinco chaves. Alguem o convidou para subir, pois o Reichert ia tocar para um pequeno auditério. Callado dirigiu-se ao salio. Depois das apresentacdes de costume, Reichert, comecou a audicéo. A misica de sua autoria ainda estava em manuscrito. Era dificilima. A execucdo inpecavel foi aplaudidissima. HACER REET TEE CREE RETUT TTT bed Rae ibd AAA AA DM bebe [A CARACTERISTICA BRASIV-EIRA NAS INTERPRETAGOES DE CALLADO 215 Reichert, que j& ouvira referencias sobre Callado, mostrou desejos de ouvi-lo. Callado nao se fez de rogado. Pediu 0 manuscrito, leu-o ligeicamente e tocou-o de primeira vista de um modo arrebatador. Houve verdadeiro entusiasmo entre os presentes Callado no quis, porem, parar ai a competicdo e propos a Reichert tocarem juntos O belga ficatia com a miisica ¢ ele faria as variacées a seu modo. Houve um verdadeiro assombro ante a audacia do mestico Mas, como se se tratasse de um prélio de honra. os dois iniciaram a execusao. Para nosso orgulho, os dois grandes flautistas se igualaram. Inegavelmente Reichert era um flautista notavel, educado nos grandes centros artisticos da Europa, mas o flautista brasileiro em nada lhe ficava a dever. Esse acontecimento ficou restrito aos meios artisticos ¢ nao teve repercussdo popular. Os invejosos, que sempre os houve, comecaram a afirmar a inferioridade de Callado. O zum-zum aumentava. Foi Henrique de Mesquita quem insistiu com Callado para realizar um concerto piblico, como ja 0 tinha feito Reichert. No dia do concerto a sala estava repleta. Uns desejavam a vit6ria, outros a derrota do brasileiro Callado apareceu sob uma salva de palmas . Sem auxilio de acompanhamento, o flautista langou no ar, a frase ondulante de um lund popular. Correu pela assisténcia um desapontamento geral. Iniciavam-se os comentarios que passariam a apupos, termina- ria tudo talvez em pateata. A um gesto displicente do flautista o acompanhamento comecou Callado iniciou novamente a frase e durante algum tempo a assisténcia, perplexa, ouviu as mais caprichosas variacGes, em de- senhos, andamentos e ritmos do motivo inicial . A sua interpretacdo alindou a mtisica, A sala toda aplaudiu Callado quando terminou a execugao do Lundd caracteristico. 216 REVISTA BRASILEIRA DE MUSICA Estava vitoriosa a misica popular e Callado consagrado o maior flautista do Brasil, Esse concerto valeu-Ihe a nomeacio de primeiro professor de flauta do Conservatério de Musica, fundado por Francisco Ma- noel, autor do Hino Nacional. Cresceram os despeitos. Havia uma verdadeira perseguicéo ao valor artistico de Callado Realizava-se um espetaculo de gala, assistido por D, Pedro II. Callado tocaria como a primeira flauta Pouco antes do inicio da abertura, o flautista afastou-se, por momentos, para atender a alguem, deixando a flauta sobre a estante, Um miisico que estava proximo, invejoso por certo da grande popularidade do artista, maldosamente desaparafusou, sem ser notado, uma das chaves do instrumento. Quando Callado come- sou a tocar, sentiu o defeito e compreendeu a perfidia. Com uma habilidade incrivel conse, jiu, com a chave fora do lugar, tocar toda a partitura com a perfeicdo costumacn, O fato propalou-se rapidamente. Soube-o 0 Imperador. Man- dou chamar o flautista e felicitou-o pessoalmente Entre Callado e Reichert havia um certo ressentimento. Callado néo petiloava 0 preconceito de cor, que 0 fazia pre- terido pelo estrangeiro. Galhofeiro, comprazia-se em atremedar 0 modo cuspinhador de Reichert quando soprava. E acrescentava — “Agora, eu!" e comecaa uma das suas originais interpretacées. Callado era um notavel compositor repentista. Contavam os do seu tempo que, numa viagem de barca para Niteréi, inspirou-se nos movimentos do mar e escreveu para nao se esquecer nos punhos, os grandes punhos de antigamente, muito engomados, uma Valsa De outra feita num Gagade em uma estalagem no antigo morro do Barro Vermelho, em S. Cristovio, compés a polca —— Improviso — num pedaco de papel de embrulho So intimeras as suas composicées, populares na sua grande maioria. Perderam-se quase todas. Restam algumas impressas e manuscritas, guardadas como reliquias por chorées cariocas da Velha Guarda. FICTETECEEEEEICCOCCEE EERE OOCOC COE bobd bbs AALDDDD DSSS IOSD A CARACTERISTICA BRASILFIRA NAS INTERPRETAGOES DE CALLADO 217 Uma das poleas mais famosas foi a ~ Querida por todos ~ oferecida & Chiquinha Gonzaga, que por algum tempo integrou © seu choro como pianista. Dessa convivéncia profissional, Chiquinha conseguiu desven- dar 0 sonho do flautista — a fixacao da caracteristica brasileira na misica popular A longa vida da maestrina nada mais foi que a continuagéo da obra iniciada por Callado, — nacionalizar a miisica do nosso povo. A primeira composicao triunfante de Chiquinha — Atraente — foi por muita gente considerada como de autoria de Callado No entanto, comparando-se essa miisica com as composicées do grande flautista carioca, facilmente”se percebera que houve ape- nas afinidade de idéias. A obra volumosa de Chiquinha, talvez por abranger maior espaco de tempo, ¢ muito mais profunda Mais feliz que Callado, Chiquinha viu realizada a sua obra, que aos poucos vai sendo compreendida. E sera cada vez mais. quanto mais for estudada. Entre as misicas que consegui reunir do flautista patricio, fi- guram: Lundit caracteristico, revisto e harmonizado por Pedro de Assis, professor da Escola Nacional de Musica, sob a orien- tagdo intransigente do critito miisical Oscar Guanabarino, j& fa- lecido, que “varias vezes ouviu o insigne flautista brasileiro Joa- quim Callado executar esse brilhantissimo Concertstiick nacional;”” a famosa Tarantella de Concerto. As quadrilhas : Flores do Co- ragéo, Mimosa, Maria Carlota, Manuelita, O que & bom, é bom! Salomé, Come é bom_o que é bom!... As cinco deusas, Souzinha. Pagodeira, Suspiro, Familia Meyer (oferecida a familia de Duque Estrada Meyer, flautista que Ihe sucedeu na cadeira do Conser- vatério), Ermelinda. Carnaval de 1867. As polcas: Lembranca do Cais da Gloria, Othos de Ana, Polca, Improviso, Puladora. Desejada, Nao digo, Flor amorosa (muito cantada na época com os versos da poesia de G. Cruz — Confisséo), Honorata, Ultimo suspiro, Polucena, Como é bom! Cruzes, minha prima! e Sa- Iomé. Choros: Perigoso e Choro e a Valsa A popularidade de Callado nao se restringiu a nossa cidade, Em Niteréi era estimadissimo. Figura imprescindivel dos saraus das mais aristocraticas familias ¢ sociedades Filarménicas. Pouco antes de falecer, em dezembro de 1879, o Imperador D. Pedro Il, “reconhecendo os relevantes servicos prestados na 218 REVISTA BRASILEIRA DE MUSICA qualidade de professor do Conservatério de Musica”, condecorou-o com o grau de Cavaleiro da Ordem da Rosa. Culminaram os despeitos. Em principios de margo de 1880, adoeceu, vitima de um ve- neno secreto, ministrado em um café que lhe teria sido servido em casa de uma mulher. A febre alta que o atacou, transformou-se em acesso perni- cioso, vindo a falecer em alucinagdes cruciantes a 20 do mesmo més, na tua do Sabéo, hoje Visconde de Itauna, 4 para os lados do Aterrado, Num desses delirios dolorosos, tomando de um papel de mti- sica, escreveu uma melodia que nao terminou, por ter se agitado fa ponto de deslocar o maxilar inferior, que nao mais voltou ao lugar. Essa melodia, como quase todas as suas miisicas e até a flau- ta, foi furtada no dia de sua morte. O enterro, feito as expensas dos colegas de Conservatério, teve as honras a que tinha direito como comendador. Morreu pobre, como a grande maioria dos artistas brasileiros. Mais tarde, um grupo de amigos, com o produto de um re- cital realizado no Teatro D. Pedro II, depois Teatro Lirico, com- prou uma casinha de rétula, na rua do Conde, 21, para spa fami- lia, ¢ uma sepultura junto a do seu amigo inseparavel Viriato Fi- gueira, no cemitério do Cajit. Em uma estacao de Cambuquira, de anos atras, um veranista mineiro gabava-se de possuir no seu arquivo a flauta de Callado, vendo-se gravado 0 seu nome. Callado viveu pouco, 32 anos apenas. Doze, talvez de atu acao predominante sobre os misicos populares da época, mas 0 bastante para criat adeptos e fazer escola. ‘Nao resta, pois, a menor divida de que a miisica popular bra- sileira nasceu nas interpretacdes de Callado. »ili«« AVAL TU VU VATU 2 aN 5 Agree REVISTA BRASILEIRA Volume VIL ARTE (Vera Vasconcelos Cavalcanti) ... . 207 A CARACTERISTICA BRASILEIRA NAS INTERPRETA- GOES DE CALADO (Mariza Lira) ...... 210 JULIAN (CARRILO E A “REVOLUGAO MUSICAL DO SOM " (Rodolfo Barbacci) ...... 219 a ahve, ESTUDO SOBRE © “GLISSANDO" NO PIANO (Roberto Tavares) ...... 226 ‘VAQUEIROS E CANTADORES” (A. Freitas) i 232 + PERIODICOS EM REVISTA (Cleofe Person de Matos & Mer- cedes Reis) Compositores medernos beasiteros 249 Misica brasleca nos programas da Orquestra Sinfénica do Bésico 254 Vethos compositores franciseanas e....+.2++vs . 254 Recebemos «.... anita ae NOTAS BIBLIOGRAFICAS (Lisa M. Peppercorn) Grove's Dictionary of Music and Musicians... oe) Irving Schwerke: Views and Interviews 00... 261 Lazare Saminsky: Mule of our Day so... S262 \.EDIGOES NOVAS 1. Miisica (Burico Nogueira Franga) .. 263 I. Livros (Assuero Garritano) 268 NECROLOGIO (Liliana Pennella) Nicolas Alagemovitz 275 Profesora Verney Campelo « 27 A ESCOLA NACIONAL DE MUSICA EM 1940 . 280 “\ OS CONCERTOS DA ESCOLA EM 1940 ... 298 REGISTO 304 Salvo indicasio em contririo todos os artigos publicados neste nimeto sio originais, expressamente escritos para @ “Revista Brasileira de Miisica”

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