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FREDERICK S. PERLS Bat prattico, - TeSICRQ serick 5, Porls, © eriador da Gestaltterapia, ocupe uma posigio um tanto sires. At no contexte deste manual. Ao contrdrio de Freud, Jung, Adier, James e outros fen < contribuigtes para a psicologia da personalidade ocorrem principalmente na_éréi_Sid{) prética da pitcoterapia, mais do que na drea da teoria da personelidade. No en: a ‘nos ditimos anos, 2 popularidade da Gestalt-terapia e sua utilizagdo numa empl vere 1s : dade de outros contextos além dos especificamente terapéuticos, sugerem que ve pena examinar Perls e a visSo “gestéltica” do ser humano; ambos representam uma © rente e uma tendénciatm@portante na psicologis da personalidade. De fato, @ pror’ ss falta de uma énfase estritamente tedrica_ne_maioria dos trabalhos posteriores. de Pers: reflete_& direefo para a qual ele teniava dirgir @ Psicologia; Pars estava convencido at Na | que ume visio des per amente holistica e produtiva exi Uma substancial desintelectualizaggo, visto qui sinh Ear sUae palaveas "a prostitute de nteligéncia ... um substituto pobre itr e vivenclar” (Peris, 1967, p. 15). Perls perGebeu que nfo obstante os perigos da superintelectus- para imped“ = torned® ae tues ‘elise Toner redutidas « uh Conjunto-de Tague e inte fice SEoSidlaa nuoadveas PonrToser Competou seu Gitimo manure WA Abordager yo gottumamentel, man, mesmo em sue forma incorptets, ol nace, 0 lago de outrer traaihor Ge menor especficidade t6rlea, uma base pare com Dreender e vado getitice da picologia da pesonelidade. Embora sla certo que valet pena estrapolar a teoria coerente que fundamenta o trabalho de Perls @ fim de compreen i, tal esforco ndo seria capaz de ceptar 0 carisma, @ forca e 0 contégio do estilo préprio @ pessoal de Perls—um es = ‘que, tanto nas Gbras quanto na vida de Peris, con fe para a recente fe ‘POUTESEGe da Gesteli-erapla tanto quanto seus méritos mais tebricos, Ap PAD err Dentro e fora da lata de HISTORIA PESSOAL é beet # Frederick S, Perls nasceu em Berlim em 1893, filho de pais judeus de Coleco minha criagio ae : a Sie co via ou snvauade classe média baixa, Em sua autobiografia, Dentro ¢ Fora da Lata de Lixo. Tristeza ou exaltec6o, Perls descreve-se como a ovelha negra da famélia, freqlentemente irritado € Alegria e peser como eu desdenhoso em relacfo a seus pais, expulso da escola apés ter repetido duas oe vezes a sétima série e envolvido em problemas com autoridades durante todé eréo revistos; Sanidesindh Cyc pautoridades aursHte Ie Sentindo-me sadio @ sua adolescincia, pyy,Acco PM BWAATVIOW aitentd 1olied, Conseguiu, no entanto, terminar seus estudos e recebeu 0 Acolhido ou rejeitado. médico, especializando-se em psiquiatria. Enquanto terminava seu treinamen- Trastes © ca0s interrom ‘to médico, juntow-se a0 exército alemao ¢ serviu coitio médico na Primeira 4 pense Guerra Mundial. Depois da guerra voltou a Berlim e, entrando na Sociedade eee dos Bo&mios Berlinenses, comegou a formular algumas das idéias filos6ficas & emer ma significative’. qe fomneceriam Tundamentos para o desenvolvimento da Gestalt-terapia, Gaia « Em 1926, Perls trabalhou com Kurt Goldstein no Instituto de Soldados com ¢ No final de minha vide “Lasbes Cerebrals e compreendeu, através de seu trabalho com Goldstein, (Peris, 19696). Imporlancia de considerar 0 organismo humano como um todo, ao invés de 2 iy! ‘Wlo comoum aglomerado de partes funcionando desordenadamente. ~~ Em1927 mudou-se para Viena e comecou seu treinamento em psicand- om lise; fol analisado por Wilhelm Reich e supervisionado por varias outras figuras 4 w : jortantes do movimento psicanalitico que se. iniciava: Karen Homey, Otto Fenichel e Helene Devtsch, entre outros. ge’ : Em 1933, com a ascensdo de Hitler ao poder, Perls partiu para a Holan- 3 da e depois para a Affica do Sul, onde Tundov 0 Tnsiituto Sul-Afficano de | he FREDERICK'S. PERLS & A GESTALT-TERAPLA water yy 12 Psicandlise, Voltou a Alemanha em 1936 para apresenter um ae wy Congresso Psicanalitico e encontrar-se com Sigmund Freud. 0 encontro fol » uma grande decepefo para Perls; recorda-se de que durou talvez quatro minu- fore de que nfo ofereceu nenfiuma oportunidade para explorar as idélas de Mew rompimenso com os| " Freud, o que Perls esperava hd anos. (guns nos ronis tarde (aps ~~ “‘Muitos anos depois, Perls rompeu abertamente com o movimento psica- meu encontro com Fred. nalitico e, em 1946, imlgrou para os Estados Unidos. Prosseguiu com 0 désen- as 0 fantasma nunca fc! \ento da Gestalt-terapia e, em 1952, fundou 0 Instituto Nova-iorquino cal eat ee apia. Mudou-se para Los Angeles e, entdo, no infcio dos anos SS sndice wow tar mr para o Instituto Esalen em Big Sur na California, onde propos tual, minha religi6o... So. workshops, lecionou e passou a ser amplaniente conhecido como expoente breveio onto a rewla- ~. de uma filosofia e de um método de psicoterapia novos e vidvels. Pouco antes #9. . . . Eu mesmo tinha de sua morte, seu literesse voltou-se para 0 estabelecimento de um kibbutz, We responsabilizar pels © gestdltico. Morreu em 1970 na ilha de Vancouver, 0 local da primeira comu- Tynge, SxMegce (Pers. = nidade gestdltica terape Tan goes acrescantados), As principais correntes intelectuais que influenclaram diretamente Perls foram a psicandlise (principalmente Freud e Reich), a psicologia da Gestalt “Kohler, Wertheimer, Lewin, Goldstein e outros) ¢ 0 existencialismo ¢ a | fenomenologia. Perls também incorporou algumas das idéias de J. L. Moreno, | psiquiatra que desenvolveu a nogfo da importancia do desempenho de pa- | ci De um modo menos. ee Perls descreve a ce ‘ z | | s "ANTECEDENTES INTELECTUAIS 7 iA Sn UuLnuar > Psicanélise Freud, 0 primeiro livro que Perls escreveu, £g0, Hunger and Aggression, “nfo pretendia fornecer uma nova teoria da personalidade, mas deveria consti- “tuir uma revisfo da teoria psicanalitica. De fato, uma boa parte do trabalho ! de Perls foi dedicado ao desenvolvimer “do trabalho-de-Fretid. Mesmo apés seu rompim 'Perls continuow a julgar suas proprias idéias como uma revisdo do traba de Freud e, mais ainda, como uma revisao da psicandlise de acordo com 4 _ interpretagio de muitos da segunda geragfo psicanalitica. As divergéncias pene Poise Breud estaram relaionadas principalmente com os métodos dy s tratamento psicoterspico de Freud, mais do que com suas exposigdes te6ri- ee ‘ | cas sobre a importincia das motivag6es inconscientes, a dindmica da persone- oPyln \wu voi s ‘Hidade, padroes de relacionamentos humanos e assim por diante. “Nao as des-! -° ‘obertas de Freud, mas sua filosofia ¢ técnica, tornaram-seobscuras” (Perls, epee UIT 19696, p. 1 ue Na discussfo da influéncia da psicologia da Gestalt sobre Petls, © Con Nenhum de nbs, proven: 0 humano como um todo foi de grande importancia. Perls” mente com excerdo do ia que o trabalho de Freud era basicamente limitado pela falta de énfase préprio Freud, compreen- numa yisfo holistica do funcionamento do_o 2 aT dRine deu 2 premeturidade em ~ aplicar a psicandlise no ta: NBO a vimos tamento como resimente era: == levou Perls a dar énfase particular, 20 COntriMlo — projero de pesquisa P=. ‘mais do que a0 profundamente reprimid6, Como 1969b, p. 1421. TEORIAS DA PERSONALIDADE tlemento crucial para a compreensfo ¢ 0 trabalho com 0 conflito intrapss- Aico. Do mesmo modo, Perls acentuava a importincia do exame da situacao “2 pessoa no presente, ao invés da investigagdo de causas passadas como suge- 1a Freud. Perls acgeditava que a consciéncia do como a pessoa se comporta 2 cada momento é mais relevante para 2 autocompreensio ¢ a capacidade para mudanga do que uma compreensdo do porqué de um determinado compor- tamento. © inicio da divergéncia de Perls com relagdo @ abordagem freudiana referia-se a teoria dos instintos e da libido. Quando Perls comegou a formular Sua propria teoria do que Freud denominava instinto, ele sugeriu que um or.” \Sanismo tem miffades de necessidades que so sentidas quando o equilibrio | BSICOISgICO e/ou fisiolégico deste organismo & perturbado. Assim como ha | milhares de tipos de disturbios do equilfbrio do organismo, hé milhares de Se 0 paciente vai fechar 0 | tipos de instintos que aparecem como meios pelos quais o organismo tenta livro de seus problemas | reequilibrar-se, Passados, deve fechdlo no 2 presente. Porque deve en- Na visfo de Perls, entdo, nenhum instinto (por exemplo, sexo ou agres- tender que se seus proble- so) & ““basico”; todas as necessidades s#o expresses diretas de instintos do mas pasiados fossem real- ong ..Perls sugeriu que os métodos psicanaliticos de interpretagao e as- $ Lexrag rset pia Sociagao livre (em particular da maneira como vinham sendo geralmente usa- mente, no seriam atueis 40S, de acordo com Freud) constitufam uma fuga da experiéncia direta do (Perls, 1973, p. 76 na ed, Taterial interpretado e associado e eram, portanto, métodos de auto-explora: Brak). ROM Ja ga $80 ineficientes e via de regra ineficazes. vo” Oe “ofp” A énfase que Freud dé a importancia da resisténcia ¢ ligeiramente alte. bgt cet rada, na abordagem de Perls, para a énfase na conscientizagao de qual- SS — : ie ots, para. Ease 18 e y Se a sobrevivencia de um }.9Wer tipo, aentuando-se em particular a forma da fuga, mais do que seu con- J* individuo for ameacade tude especifico (por exemplo, a quesiao relevante est ligada 20 como estou Porque seu nivel de agd- vitando a cons ear no sangue esté muito |" FReia aes baixo, ele procuraré comi- cia, € ndo ao que estou evitando). = eu @ relaggo transferencial (do paciente para o terapeuta) rans como sendo central para a eficiéncia do processo psicoterdpico. Perls con Se ees eerevivencia <° dava quanto a existéncia do fendmeno ‘da transferéncia e, de fato, encaray Scheherezade foi ameeceda § 4 pace ‘ante da p ~ — pelo Sultdo e para fazer COMO Um aspecto importante da atril frente a ameaca contou estérias durante mil e uma noites. Podert mos entéo dizer que ela tinha um instinto contador ers discordava da colocagdo de Freud se de estéries? (Perls, 1973, tica importante era a de liberacdo de repres pp. 22-23 na ed. bras.) _ assimilago do material ocon ; pelo simples fato de existir, tem muito matér | terapéutico; a tarefa importante e dificil a de assimilagdo di 80, Omastigar, digerir e integrar de tragos, habitos, atitudes e modelos de com- portamento previamente introjetados (eng i 4 wnt Talvez © mais importante seja que Perls e a abordagem gestéltica pro- gressivamente chegaram a dpresentar uma visio de mundo alternativa, uma weltanschauung diferente daquela da qual emerge a teoria psicanalitica. Nes- \ps | & contexto, ‘XIX oferecem uma perspecti- OP” | vada natureza horiana caja Enfase€substancialmente diferente da vist6 mals il de Peris. imipreensao desta diferenca de visio teap tyes “(aque leva aos estilos © caracteristicas diverpentes do trabalho psi- FREDERICK 8, PENLD B A GESTALT-TERAPIA 170 eanalitico ¢ gestiltico), uma grande parte da teorla pslcanalitlea encontra eu correlato no trabalho gestaltico.t as a Reich. A outa influéncia pslcanalfucagmportante sobre Perls fol ade — A tum de scus analistas, Wilhelm Reich. Relch desenvolveu a nogdo de “couraga cp. Os muscular”; ele também acentuou a importéncla do cardter (ou modos habl- (por tuais de reagit) na determinagfo da inaueira pela qual uma pessoa atua. th Reich sugeriu que o cariter se desenvolve cedo na vida do individuo e serve. 231” como um tipo de couraga contra est{mulos externos ou internos considerados ;-meagadores pelo individuo, Essa couraga caracterol6gica fixa-se Msiologica- frente (isto €, couraga muscular) e funciona como resisténcia ao Mnsight ou maudanga psi = . ‘Pouco depois de sua exposicto sobre a importdncla da couraga muscu- * Om ! lat, Reich formulou 0 conceito de orgon, umd idéia que Perls, assim como J yy" ey ee f concerted an ‘outros analistas mals ortodoxos, acharam dificil sustentar. O trabalho Y anterior de Reich influenciou fortemente Perls, em particular sua visto do E corpo,em relagdo & psique. oe Pricologia da Gestalt % A teoria da Gestalt fol inicialmente formulada no final do séoulo XIX na Alemanha e Austria. Desenvolveu-se como um protesto contra a tentativa de_compreender a experiéncia at ise fia > ‘qual os elementos de uma experiéncia sZo reduzidos aos seus componentes ‘mais simples, sendo que cada componente analisado separadamente, dos ‘outros © em que a experiéncia é entendida como uma mera soma destes com: ponentes. A propria nogo de “gestalt” contradiz a validade deste tipo de Landlise atom{stica. Embora nfo haja nenhum equivalente preciso em portu:' / c “gués para a palavra alem# gestalt, o sentido geral é de uma disposiga0 ov « figuragfo—uma_organizagfo espectfica de partes que contitui um todo js f-eular. O princfpio mais importante da abordagem gestaltica 6 0 de propor [Peseta sent Ware uma aTdTise das partes nunca pode proporcionar uta compreensto do,’ epe-lcedutlwa. 5 ve ‘uma vez qué 6 f0do°€ definido pelas interagdes e interdependéncies Soo aot. ‘partes-AS partes de uma gestalt nfo mantém_ sua identidade quanda.estfo” mentado_em sous _compo- aradas de sua fungioe ligarno todo, ‘Fontes (Peis, 1963p, p.63)_, ax Wertheimer mer publicou, em 1912, trabalho que é geralmente consi- E-derado o furidamento da escola gestéltica. Seu trabalho descrevia um experi- ‘mento executado por Wertheimer e dois de seus colegas—também figuras cen- is do movimento gestéltico— Wolfgang Kohler e Kurt Koffka. Este experi- do movimen- Sian en ripida to pontos de ¥ Brevémente, alguns dos correlatos podem ser encontrados nos seguintes pares / ‘gonceitos gerais: catexia de Freud e figuratundo de Perls; libido de Freud ¢ exci ‘bdsica de Porls; associagfo livre de Freud e continuum de consciéncia de Perls; co nicia (consciousness) de Freud e consclentizag£o (awareness) de Perls; 0 enfoque de dna resistencia © 0 enfoque de Perls na fuga da conscientizagfo; @ compulsfo & gfo de Froud ¢ as situagdes inacabadas de Perls; a regressfo de Freud e o retral- Besento (do meio ambiente) de Perls; o terapeuta que permite e encoraja a transferEncla, ide Freud, e 0 terapeuta que € um “habllidoso frustrador”, do Perls; a configuragfo neu de defesa contra Impulsos, de Freud, ¢ a formacto rfgida da gestalten, de Perls;a gojecdo transferencial de Freud e a project de Perls .. .¢ asim por diante, 130 ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE luz préximos um do outro, variando os intervalos de tempo entre os clarbes. Descobriram que quando o Intervalo entre os clar6es era menor que 3/100 ‘ do segundo, eles pareciam simultdneos, Quando 0 intervalo era de 6/100 de segundo, o observagor dizia ver o clarfo mover-se do primelro ponto 20° segundo. Quando o Intervalo era de 20/100 de segundo ou mais, os pontos de luz, foram observados como o eram na realidade: dois clarOes de luz separa- dos. A descoberta crucial do experimento refere-se t percepgdo de movimento : quando os clardes estavam separados por aproximadamente 6/100 de segun- do; 0 movimento aparente nfo era fungo de est{mulos isolados, mas depen- dia dag caracterfsticas relacionadas dos estfmulos ¢ da sua organizagdo neural ¢ perceptiva num tinico campo. 3 Os resultados deste experimento levaram a algumas reformulag6es fun- damentals no estudo da percep¢fo ¢, durante as décadas de vinte, trinta ¢ quarenta do nosso século, a teoria da Gestalt fol aplicada ao estudo da apren- dizagem, resolugfo de problemas, motivago, psicologia social e, até certo ponto, & teoria da personalidade. Uma visfo gestéltica da teoria da perso- nalidade foi exposta pelo psicélogo social Kurt Lewin, Lewin deserevia 0 portamento como fungio de forgas operando no “espaco vital” psicol6- ['gico de um indivfduo, definido como a configuragfo total da realidade psi- [ coldgica deste indivfduo num dado momento.? : 1S_ A escola gestéltica causou enorme impacto em todo o campo da Psico- jc}, Sbpwts na metade do stculo XX, abordagem deta escola tinhase tomado to emerge como figura contra o fundo constituido pela comida; sua percepeo PY — adapta-se, capacitando-o, assim, a satisfazer suas necessidades, Una ve7 salts ~ Teta a sede, sua percepodo do que é figura e do que € fundo provavelmente ne “'Se modificaré de acordo com uma mudanga nos interesses e necéssidades “Figura 5.1 — Um Exemplo do Fen8meno Figura-Fundo. Embora, por volta de 1940, a teoria da Gestalt jé tivesse sido aplicada ‘em muitas éreas da Psicologia, foi em grande parte igorada no exame da Mindmica da estrutura da personalidade e do crescimento pessoal. Além do" g mais, ainda ndo havia nenhuma formulagdo de prinefpios da Gestalt especifi- ialismo e Fenomenologia Perls doscreveu a Gestalt-terapia como uma t ha fildsofia existencial_¢ utilizando-se de pri existen a € fenomienologi rr rap desenvolvido ditétamente a partir de antecedentes fenomenolégicos e exis. Aenciais particulares, varios aspectos di Pe nvolvidos em muitas escolas do atu sanic inteiramente_racional. A pai SSociou-se & maioria dos existencialistas insistindo que o mundo vivencial de sm individuo s6 pode ser compreendido por mei fe proprio ifdivfduo fez de sua situagéo unica. Do Bo-que © encontro do terap. encial_entve_ dias peas modo, Perls susten- euta com um paciente constitui um encontro FREDERICK S, PERLS E A GESTALT-TERAPIA Varianite do cléssico retacionamento™ 131 Todos os érgios, os senti- dos, 08 movimentos ¢ of ensementos subordinam- ‘$2 8 esta necessidade em gente © logo mudam sua lwaldade © fungfo assim que aquels soja satisteita © posse entéo para o fun- do. . .. Todas as partes do organismo identiticam-se ‘temporarismente com @ gestalt’ emergente (Pers, 19690, p. 118), oe, 132 TEORIAS DA PERSONALIDADE Sinto-me desesperado a re- A idéia de que mente ¢ corpo constituem dois aspectos da existéncia one eite cease diferentes ¢ completamiente separados, era uma nogdo que Perls, junto com a re wide Olnande bere maioria dos existencilistas, achava intolerdvel. De acordo com suas objegtes pletermente trangeda, mas # UMA ciso mente-coxpo, a aplicagdo’ que Perls fazia da teoria da Gestalt na ‘que, porém,é incapaz de cOmpreensio da personalidade levou-o a abandonar a idéia da cisfo entre produzir a imagem, 2 gos sujeito € objeto, e, mesmo, a da cisfo entre organismo'e meio. Ao invés de * tai total, Explieaebes no, ° considerai” que” cada Ser humano encontra um mundo que ele experiencia A “Geo Nie Pea aurinery {como sendo completamente separedo de si mesmo, Perls acreditava que @s “Gempreensio, voots podem ~PesS038 ctiam e constituem seus proprios mundos; o mundo existe para’um pesar © que thes oferego, | dado indivfduo como sua propria descoberta do mundo. : mas seré que conheco seus ( conceito de intencionalidade ¢ bisico tanto para o existencialismoe2 eee i _Ainda estou fenomenologia quanto para o trabalho de Perls; a mente ou consciéncia & pordo e deseo spar eniendida como intengio e nfo pode tr compreefdia’t parte do que épém- 9 Po ea adlne cdesatir eg 8800 OU pretendido. Os sentidos dos atos psiquices ou intengdes deve : larger tudo, Eu no seria alcangados em seus proprios termos, fenomenologicamente, e em termos de 8 fenomendlogo #2 no pu: , sua propria intengdo particular. Assim, a critica existencialista da nogao freu- deste ver 0 dbvio, 180 6, | diana de instintos é semelhante a de Perls, mencionada anteriormente; em % é 2 iBETene- gest | |contraste com a visfo de Freu, 2 libido consttul um ato psiquico, mas nfo. Piss endo putene oar |! \é nem mais bésico nem mais universal que qualquer outro. Todo ato psiquico 3g Tor ie coperinda deme. \.€ intengfo, e toda intengfo deve ser compreendida em seus proprios termos, € atolar com e-tontlanga de" ndo em termos de um ato psiquico mais “basico”. ‘Gue_siguma figure emergi- Dois temas importantes da maior parte do pensamento existencialist ‘4 do Tundo c26tIeo (Ferls, so a experiéncia do nada e preocupagdo com a morte e 0. medo. Como vere- 5 er: “Thos 20 examinar a visfo que Perls tem da estrutura da neurose, esses temes também constituem elementos importantes em sua teoria sobre o funciona™3 ‘mento psicol6gico: sani f0 método fenomenolbzico de compres através da descrigdo é bési - Donna. a feb HOS" de escolha sto suficientes para ju 9 i fenomenolégica na intuica | Se eS ee esséncias abseme e ele chama de ¢inteligéncia ou sabedoria d do: Tha-se & confianga de ‘organismo. ——Frinalmente, 0 proprio modo de Perls propor sua abordégem inclui, como qualquer descrigd0 de'uma abordagem fenomenologica, as caracterfsti- cas fenomenologicas ¢ existenciais descritas acima. Seus livros nfo sao agi “pienitagdes descrevendo um ponto de vista particular, uma vez que, na estru- tra fenomenologica, a argumentago perde o sentido a nfo ser qué 0 leitor, {ora do" contexto de sua prépria experitncle, decida aceitar as premisas de si Perls desde 0 infcio. O esti “€existencial “no~sentido ¢ CONCEITOS PRINCIPAIS © Organismo Como Um Todo ‘Um conceito fundamental subjacente ao trabalho de Perls tem sua for. mulagfo explicita, como vimos, a partir do trabalho dos psicélogos da Ges talt. Na teoria de Perls, a nogdo de organismo como um todo é central—tanto nena FREDERICK S, PERLS E A GESTALT-TERAPLA 7 ey sncia “Mee em relago ao funcionamento intra-orginico quanto a pat ipagfio do organis- y nels ® “mo em seu melo para criss um campo unico de ativdades, No contexto do ~ of ie goes “funcionamento intra-orginico, Perls insistia em que os seres humanos so gi It na organismos unificados e em que nfo hé nenhuma diferenga entre 0 tipo dé” wy al j “tividade fisica-e-mental. Perls definia atividade mental simplesmente como ividade da pessoa toda que se desenvolve num nivel mais baixo de energia que a atividade fisica. © orgenismo age 2 rear 2 _ Esta concepgdo do comportamento humano consistir em niveis de ati- sg, SS nieaere sidades levou Perls a sugerir que qualquer aspecto do comportamento de um menor intensdade; & rai considerado como uma manifestaggo do todo-o ser da { da que diminui a inten paciente faz—como ele ou ela se movimen- | dade, © comportamento | {isleo te transforma em comportamento mental. Quando @ intensidade 2u- menta, © comportamento mental tornae comporta- mento ffaieo (Perls, 1973, p. 28 na ed. bras) = do fato de considerar o individuo como parte perene de um campo mais am- ‘plo que inclui o organismo e seu meio. Assim como Perls protestava contr “Bopo™der dlvisso_corpo/mente, protestava também contra a divisdo interno] Jexterno; considerava que a questfo das pessoas serem dirigidas por forgas Stemas‘ou externas ngo tinha nenhum sentido em si, uma vez que os efeitos ‘eausais de um sfo inepariveis dos efeitos causais do outro. Hé, no entanto, am limite de Comitato enitfe 0 individuo e seu meio; é esse limite que define a aco entre eles. Num indiv{duo saudavel este limite ¢ fluido, sempre permi- FAtindo contato e depois afastamento do meio. Contatar constitui a formagao "de uma gestalt; afastar-se representa seu fechamento. Num individuo neur6-| tic, a8 fung6es de contato e afastamento esto perturrbadas, ¢ ele se encontra’ m_como primeiro pli © ago efetiva é dirigida para a satisfagdorde uma necessidade dominan” i te incapazes ou de perceber “quals“de de definir sua, acl prma-a-satisfazer-tais'necessidades. Assim, @ neurose acarreta proeesios dis ocie gicionais de contato ¢ afastamento que causam uma distorgaS@ existéncia— argues 0 individuo enquanto o1 ificado. eto < Enfase no Aqui e Agora A visto holistica levou Perls a dar énfase particular & importancia da o presente ¢ imediata que um individuo tem de seu meio,,Os \ os _sio_incapazes de viver no presente pols catregam cronicamente, igo situag6es inacabadas (gestalten incompletas) do passado, Sa atengfo g, pelo menos em parte, absorvida por essas situag6es e eles nfo tém nem ciéncia nem energia para lidar plenamente com o presente. Visto que @ 2 de as Stag S aparece no presente, os indi- Ewiduos neurdticos sentemrse incapazes de viver com sucesso. Assim, a Ges- -terapia nfo investiga o passado idade de procurar traumas situayded THACABGGaE mas convida-o pacente simplemente @ 68 Coneen- va experiéneia presente, pressupondo qué os” il 134 to na supert{clo, ao db- ‘como a nudez do Im- porador. Seus olhos @ ouvi- dos tém conhecimento das Mitleo nfo 0 tenha cogado (Perlis, 18696, p, 272), A antlodade nade mais é do que a tensfo entre o agora @ © depois, . . por mplo, se eu perguntar ‘Quem quer subir equi pa- fa trabalhar?", vocts pro- vavelmente comecariam ra- pidamente a ensalar, “O que rel 14?" @ assim por disnte, & claro que, provavelmente, —fiearlem com medo frente & audl- éncla porque deixeriam » realidede segura do agora para dar um salto para o futuro (Perls, 19698, p. 73 naed. bros.), ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE fragmentos do situag6es Inacabadas ¢ problemas nfo resolvidos do passado emergirfo Inevitavelmente como parte desta experiéncla presente. A medida que estas sltuagbes Inacabadas aparecem, pede-se ao paciente que as represen te ¢ experimenta de novo, a fim de completé-les e assimilélas no presente? Perls definiu ansiedade como a lacuna, a tensfo entre 0 “agora” € 0 “depois”, A inabllidade das pessoas para tolerar essa tensfo, sugeria Perls, leva-a8 @ preencher a lacuna com planejamentos, ensalos ¢ tentativas de tor- nar o futuro seguro. Isto ndo apenas desvia a energia e a atengfo do presente ar eriandoperpetuiamente situagées inacabadas), mas também impede o tipo de abertura, para o futuro, decorrente do crescimento ¢ da espontanei- Além da natureza estritamente terapéutica deste enfoque ligado & cons- clentizagdo do presente, uma tendéncia subjacente ao trabalho de Perls 6 {Ge due wver com a atengfo voltada para o presente ao invés do passado ou lruturo, é, em si, algo bom que leva ao crescimento psicologico. ‘Aqui vemos “mals uma'vez como 0 trabalho psicoldgico de Perls est4 forternente baseado num contexto filoséfico, num tipo de weltanschauung que pressup6e que 2 experitneia presente de uma pessoa, num dado momento, é a dnica expe- nléncia presente posstvel e que a condigZo para se sentir satisfeito e reali- zado a cada momento da vida 6 a simples aceltagfo sincera desta experién- “cla presente,* A Proponderdncia do Como Sobre o Porqué Uma conseqiléncia natural da orientagZo fenomenologica de Perls ¢ de sua abordagem holistica é a énfase na importancla da compreensfo da expe- rigncla de uma maneira descritiva e nfo cauisal: Estrutura'e furg&o 840 idén- “Tieas; se um individuo compreende como ele ou ela faz. alguma coisa, esta 3 Embora este cnfoque no presente seja particularmente acentuado no trabalho da Gestalt, deriva da nogo psicanalitica de que o pastado ¢ transferido de forma neuré- tlea para o presente. Assim, tanto no trabalho psicanalftico quanto no gestdltico, a pessoa tenta “complexar’ no presente, * Como apontou Cldudlo Naranjo em seu artigo “PresentCenteredness Techn!- que, Prescription and Ideal” (em Fagan & Shepherd, Gestalt Therapy Now, 1970), cen- far-ie no presente é uma atitude que leva ao desenvolvimento psicol6gico, que é central ‘em multas psicologias orientais. Buda, num trecho de Pali Canon, sugeres ‘Néo volte atrds em colsas que passaram, E parao futuro nfo acalente esperancas desejadas; passado fol delxado para trds por tt, O estado futuro ainda nto veio. ‘Mas aquele que com clara visto pode ver O presente que estd aqul e agora Tal sdbio deverla aspirar a atingir O que nunca se perde ou se abala, (Fagan & Shepherd, Gestalt Therapy Now, 1970, p. 67.) E, na tradigfo sufista, Omar Khayyam sugere: Nunca antecipe a tristeza de amanhé, Viva sempre neste paradisiaco Agora. .. Levante-se, por que lamentar este transitdrio mundo dos homens? Passe toda sua vida em gratiddo e alegria, (The Rubalyat of Omar Khayyam, traduzido por Robert Graves ¢ Omar Ali-Shah, p. 54.) FREDERICK S, PERLS A GESTALT-TERAPLA 138 pessoa est na posig#o de compreender a ago em si. Segundo Perls, o detér- minante causal—o porqué— da ago ¢ irrelevante para qualquer compreens#o plena da mesma; toda ago tem causas miltiplas, asim como toda causa tem causas miltiplas, e as explicagdes de taig causas nos distanciam mais e mais da ‘compreensio do ato em si. Além disso, uma vez que todo elemento da exis- -, téncia de alguém s6 pode ser compreendido como parte de uma das varias gestalten, no hd qualquer possibilidade deste elemento ser compreendido como sendo “‘causado” separadamente de toda a matriz de causas da qual participa, Uma relago causal nfo pode existir entre elementos que formam um todo; todo elemento causa é causado por outros. Assim, na pratica da ' Gestalt-terapia, a énfase estd em ampliar constantemente a consciéncia da maaneira como-a pessoa se compOrta, é nfo em esforcar-se para analisar @ ‘gi#f0 pela qual a pessoa se comporta de tal forma. safe -Conscientizagio* Os trés principais conceitos da abordagem de Perls que examinamos i a0 organismo como um todo, @ énfase no aqui ¢ agora,e a prepon- Eu acredito que esta ¢ 2 cia do como sobre 0 porqué—constituem os fundamentos para enten- grande colsa 2 ser_com- conscientizagdo, 0 ponto central de sua abordagem terapéutica. O pro- Preendie: s tomeds de de crescimento, nos termos de Perls, é um processo de expanséo das| "neue pode tor efit: de autoconsciéncia; 0 fator mais importante que inibe 0 cresciment©| ce cura (Perls, 19686, p. igcoldgico é a fuga da conscientizagao. ‘34 na ed, bras.). e> Perls acreditava plenamenté no que ele chamava de sabedoria do orga- si no. Considerava 0 individuo maduro e saudavel um individuo auto-apoi- re auto-regulador. Via 0 cultivo da autoconscientizaggo como sendo figido para o reconhecimento da natureza auto-reguladora do organismo gmano. Segundo a teoria da Gestalt, Perls sugeriu que o princfpio dahierar- i de necessidades est sempre operando na pessoa, Em outras palavtas, a] ecessidade mais urgente, a situagdo inacabada mais importante, sempre emer |" “e & pessoa estiver simplesmente consciente da experiéneia de si mesma a» 136 Qualquer _distarbio__do Tequilteric “E'S mais forte configure ‘ef figura-fundo assumiré temporariamente 0 contro le de todo 0 organismo. Tal € a lel bésica da auto-regu- Jagdo__organtemica (Perls._ 19696, pp. 79,92). | Estar consciente é prestar atengdo as figuras perpetuamente cemergentes4 ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE vel inicial to fora do contexto quanto o resto do material. Esta fuga de um. conscientizagdo continua, esta auto-Interrupedo, impede 0 individuo de ences rar e trabalhar com a conscientizago desagradavel. Ele ou ela permanece em pacado numa situagdo inacabada. le sua propria percepgdo. Evitar a tomada de consciéncia é enrijecer 0 livre ig, luir natural do delineamento figura e fundo. Perls sugeria que para cada individuo existem trés zonas de consciénciz:, consciéneia de si mesmo, consciéncia do mundo e consciéncia do que esti ““entze”—um tipo de zona intermedidria da fantasia. Ele considerava 0 exame “desta Ultima zona (que impede a conscientizagdo das outras duas) como & grande contribuiggo de Freud. Sugeriu, contudo, que Freud concentrous to completamente na compreensfo desta zona intermediéria que ignorou #5 importéncia de trabalhar para o desenvolvimento da capacidade de conscien- tizarse nas zonas de si mesmo e do mundo. Em contraste, a maior parte dt abordagem de Perls inclui uma tentativa muito deliberada de ampliar a conse’ entizago e obter contato direto consigo e como mundo. ~~~ DINAMICA Crescimento Psicolégico Perls definia a sadde e a maturidade psicologicas como sendo a cap: dade de emergit do apoio ¢ da regulagfo ambientais para um ‘uma auto-regulagdo, O processo terapéutico representa um ¢ desta emergéncia. O elemento crucial no auto-epoio ¢ na auto-regulagdo € ¢ téncia dos sinais. Ela inclui todos 6s sinais de contato: “bom dia”, “ot”, O ipo est bom, nfo 62” A segunda camada é a dos papéis ou jogos. Eacama- » da do “‘como se” em que as pessoas fingem que sto aquelas que gostariam de =-ser: o homem de negécios sempre competente, @ menininha sempre boniti- bye nha, a pessoa muito importante. Depois de termos reorganizado essas duas camadas, Perls sugere que oe 3 ‘-aleangamos a_camada do impasse, também denominada camada da anti- = » \ -existéncia ou do evitar fobico. ‘Aqui experienciamos o vazio, 0 nada: € 0 pon- Y to em que, para evitarmos o nada, geralmente interfompemos nossa toriada a a Pe aetna ¢-Tetzocedemos & camada dos papéis. Se, no entanto, formos ra x ‘eapazes de manter nossa quioconsciéncia neste vazio, aleangaremos a morte, 3 .da_implosiva, Esta camada aparece como morte ou medo da morte pois consiste numa paralisia de forgas opostas; experienciando esta camada m com a palavra explosdo. A maior parte de voces sabe milhares de explosdes por minuto dentro do cilindro, Isto é diferente da violenta explosto do catatOnico: esta seria como & explosio se tanque de gasolina, Outra coisa, uma nica exploso nfo quer diet nada. ‘Ae assim chamadas quebras de couraga da teorla reichlana tem tfo pol utile dade quanto o insight da psicandllse. As coisas ainda precisam ser trabalhadas Getls, 1969, p. 85 na ed. bras, com os grifos acrescentados)- Agora, nfo se apavorei dirigir um carro. Existem Existem quatro tipos de explosdes.que.o. individu pode. experienciar Ja morte. Existe a explosfo_ em pesar, 1¥? envoNeo da ou morte que nfo tinha sido previamente assimila- te a explosko em 7a ido sua ex} as sexualmente bloqueadas. E- Selo 6m raiva quando sua expressto fol reprimiéa. E, por fim, e # explosfo no que Perls chama de joie de vivre—alegri 2 ——— 7 estratura de nossos papéis é coesiva pois destinase a absorver e.cor solar a energia_destas explosoes. A concepgfo erréniea bisica de que essa Eeemergia precisa ser controlada deriva de nosso medo do vazio e do nada (ter: (eerie camada), Interpretamos « experiéneia de mt vazi0 como sendo wm vazio "Tce augers que as TIOROMES orienta, filo- = Festéril e nfo um vazio fecundo; Perl xY - wv 138 ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE ‘ sofia Zen em particular, tém muito a nos ensinar a respeito di sexs A cia do nada sera Interrompe sete rerigGes de-tomo um individuo se desenvolve, Perls gj. SUSI <§ mantém a idéia de que a mudanga nfo pode ser forgada e que o crescimento gy, S80 ~paicolégico € um processo nat Ineo. :o- a ‘Obstéculos ao Crescimento 4 rt } Perls considera a fuga da conscientizagdo ¢ a conseqiente rigidea é2 jp FS 2am percepefo e do comportamento como os maiores obstaculos ao crescimento- SP Psicol6gico. Os neurdticos (aqueles que interrompem seu prop: crescimen- 3 wv” ’ ‘toy no podem ver claramente suas necessidades ¢ tampouco podem distinguir,.7 __de forma apropriada entre eles @ 0 resto do mundo. Em consequéncia, s%0 in-. ‘capazes de encontrar ¢ manter um equilfbrio adequado entre eles proprios ¢ 9 resto do mundo, A forma que este desequilfbrio geralmente toma ¢ a pes sentir que os limites sociais e ambientais penetram muito fundo dentro dela rose consiste em manobras defensivas destinadas ao equilfbrio « ‘este mundo invasor.— ‘sugefe que existem quat tirbios de limites—que impedem © crescimento: introjeg40, projegdo, con-. 3 protego rel flugncia e retroflexto. (Na estrutura em cinco camadas da neurose, descrit | 3. “Poucd atras, estes weCanismos de defesa operam basicamente na segunda e% Sener terceira camadas.) ¥ Introjegdo. Introjeego ou “engolir tudo” ¢ o mecanismo pelo qual 03 in- ncorporam padr5es, atitudes e modos de agir e pensar que ndo sis: dividiios Sprlos-e-quemto-assimilam ou digerem o suliciente para tomndlor | . 3 ‘seus. Um dos efeitos prejudiciais da introjegdo ¢ que os individuos introjetivos Ger" c Cartbarceen- pcre 2ch#m muito dificl_distinguirentza.o que realmente sent c © GUS 05 6% Gi, : ery quem erté fren. OS Guerem que eles sintam—ou simplesmente 0 que Os outros sentem. A ir peau ‘do 0 que a quem e orefie- R uma forga desintegradora da personalidade, jp: IO! _Xer faz consigo 6 Ue G08 tos ¢ as atitudes engolidos sfo incompativeis aie ™ ‘arid de fazer aos outros. ‘uns com os outros, os indiv/dos introjetivos se tornardo divididos. ~~ set | ‘Como a Introjegdo te apre : eee SE oom eae Projecfo. Outro mecanismo neurético é a projegto; num certo sentido,"t real 6 60 oposto da introjeggo. A projecdo ¢ a tendéncia de res] ir 08 ou- jeof0 se apresenta polo uso tr0S dos pronomes “ele”, “ela”, FREDERICK S, PERLS E A GESTALT;TERAPIA a 138 \ = Btn iin mee met find ete [: xfo significa literalmente “voltar-se de forma rfspida contra”; individuos re-' flexores voltam-se contra si mesmos e, ao invés de dirigir suas energias para Eemudanga'e manipulagfo de seu meio ambiente, dirigem essas energlas para'si f proprios. Dividem-se e tornam-se sujeito e objeto de todas suas ages; sfo 0 ‘Petls aponta que estes mecanismos raramente operam isolados um do Pp autro, embora as pessoas equilibrem suas tendéncias neurbtices entre ésies Eiqpatro mecanismos em variadas proporgdes. A fungdo crucial que todos Stes mecanismos preenchem é a confusfo na diseriminagdo de limites. Dada ‘ia confusio de limites, 0 bem-estar de um individuo—definido como a ‘pacidade de ser auto-epoiado ¢ auto-regulado~é seriamente limitado. SA visio de Perls destes quatro mecanismos bdsica na maior parte de abordagem psicoterapéutica. Por exemplo, Perls considerava a introje¢f0 10 sendo central no que ele chamou de luta entre o dominador (topdog) Prefiro tabalnar especie ‘0 dominado (underdog). O dominador é um pacote de padrOes e atitudes Pat OM aciean Bs ome : = io que, em sonhos, nbs re- Wiurojetados; Perls sugere que enquanto o’dominador (ou, de acord® com —tyemoy unit ard menss- id, © superego) permanece introjetado ¢ ndo assimilado, as exigéncias ex gem existenclal ~ Emogées . ans considera « emopfo como a forga que fornece enerBie ® 1 EmogGes so a expressio de nossa excitagdo bésica, 2s sar nossas ¢seolhas, assim como de satisfazer nossas neces Sifereneia de acordo com situagSes variadas~por exemplo, pelas glandulas prarenais em raiva e mefo ou pelas glandules sexuals em) libido. A excitasa®: emocional mobiliza o sistema m essfo muscular da emora? 3 0 wuscular, Se a expr far Bloqueada, criaremos a ensiedade, que é 2 contengdo a excites ‘vez ansiosos, tentamos dessensibili izar nossos sistemas sensorials @ fim && ‘eduzir a excitagdo criada; ¢ nesse ponto que sint romas como frigidez, ns ‘Suvir=o que Perls chama de “furos de nosss personalidad Essa dessensibilizagao emocional € considera basica na neurose. Intelecto Parl sereditava que © inteleeto foi supervalorizado ¢ superutilizado & nossa Sociedade, em particular nas tentativas de compreender ¢ natures ‘chamava de sabedoria do organist ‘mana, Acreditava profundamente no que Bren vi esta sabedoria como sendo um tipo de intuigso baseads ‘mais emiogHo que no intelecto, ¢ mais em sistemas naturals do que ef conceit Pris freqlentemente afirmava que o intelecto foi reduzido a um mes nismo de computagdo usado para tomar parte numa série de jogos de enc do em perguntar por que as coisas acontecem impede as pes erienclarem como elas acontecem assim, a consclé a efiocional ‘Auina € ‘bloqueada"em fungao do fornecimento de explicag6es. Explicar, geordo com Perls,-é-propriedade"do intelecto e constitui muito menos compreender. a = sn? erls sentia que a producdo verbal, uma expressio do intelecto, € pai evlarmente supervalorizada em nossa cultura; sugere que existem trés nf fm tal produgio: cocd-degalinha (bate-papo social), coco-de-bol (desculpay Sucionalizaydes) ¢ cocd-de-clefante (teorizar, especialmente de modo filos® fico e psicol6gico). Self Perls nfo tinha nenhum interesse em enaltecer 0 conceito de self a fix de incluir qualquer coisa além do cotidiano, manifestagbes Obvias de qui fnos somos. Somos quem somos; maturidade ¢ sade psicolbgica envolves © cermos capazes de proclamar isto, o invés de sermos tomados pelo sent Srento de que somos quem deverfamos ser ou quem gostariamos de ser, Nog fos autolimites esto constantemente mudando na interagéo_com _Embientes, Podeimos, dado ‘um certo nivel de consciéncia, confiar em noss cabedoria organismica para definr estes limites ¢ dirigi 0 ritmo de contato fuga em relagdo a0 meio ambiente. FREDERICK S, PERLS E AGESTALT-TERAPIA 25% A nogdo de “self” ou “eu”, para Perls, nfo é estética e objetivavel; “eu” €Smplesmente um simbolo para uma fungdo de identificagdo. O “eu” iden- é com qualquer. que seja a experiéncia emergente da figura em primel- ‘plano; todos os aspectos do organigmo saudavel (sensorial, motor, psico- go ¢ assim por diante) identificam-se temporariamente com a gestalt rgente, e a experiéncia do “eu” € essa totalidade de identificag6es. Fungo Festrutura; como jé vimos antes, sfo idénticas. - Terapeuta Perls sugere que o terapeuta 6, basicamente, uma tela de proje¢o na © paciente vé seu proprio potencial ausente; a tarefa da terapia € a recu- .¢0 deste potencial do paciente. O terapeuta é sobretudo um habilidoso Tfrustrador. Embora dé satisfago 20 paciente dando-lhe ateng&o € aceitac0, ‘9 terapeuta frustra-o recusando-se a dar-lhe o apoio de que carece. O terapeu- TH age como um catalisador que ajuda o paciente a passar pelos ‘pontos da” “fuga” ¢ do impasse: o principal instrumento catalisador do terapeuta consis- "te em ajudar o paciente a perceber como ele ou ela constantemente se inter- > rompe, evita a conscientizagdo, desempenha papéis assim por diante”(As projecdes que estdo envolvidas na relacfo do paciente com o terapeuta for- necem um aspecto bastante significativo da fuga daquele, mas, como mencio- namos anteriormente, outros aspectos além dos elementos transferenciais da elagdo paciente-terapeuta também sdo considerados importantes.). Finalmente,’o terapeuta ¢ humano e seu encontro com o paciente en- volve 0 encontro de dois individuos, o que inclui mas também vai além do -encontro definido de papéis a/paciente. c= Perls acreditava que a terapia individual era obsoleta, tanto ineficiente = quanto via de regra ineficaz. Sugeria que o trabalho em grupos tinha muito quer o trabalho. envolva explicitamente o grupo inteiro, quer E. “assiima'a forma de uri interagdo entre o terapeuta ¢ um individuo dentro do ® grupo. Sugeria que o grupo pode ser extremamente valioso a0 fornecer uma situagdo de mundo microcésmica na qual as pessoas podem explorar suas ati- tudes e comportamentos uns em relago aos outros. O apoio do grupo na i] “emergéncia segura” da situagdo terapéutica também pode ser bastante stil f | 20 individuo, assim como a identificago com os conflitos de outros membros e sua resolugo dos mesmos. AVALIAGAO : ‘A Gestalt-terapia-é-sobretudo_uma sintese de abordagens que visa a compreensdo, da, psicologia e compo! anos. Isto n&o lhe tira a ‘originalidade ou utilidade; em termos gestdlticos; a originalidade e utilidade = tepousam na natureza do todo e ndo na derivacao das partes. ” ee (——~Enquanto siritese, a Gestalt-terapia incorporou de forma util muito da © psicologia existencial ¢ psicanalftica, assim como fragmentos e partes do beh ore ‘WGiifase no comportamento e no Obvio), psicodrama (a representa flitos); psicoterapia-de grupo (traball ismo (minimo de intelectualizagao e enfoque na co to da Gestalt-terapia ¢ humanista e orientado para o crescimento, 0 que, ‘ ite-comas~associagdes de Perls com titiifo” Esler, ‘tornou a ‘Gestalt-terapia uma forca importante no movimento do potencial humano. A : 141 Quando trabalho no sou Fritz Perls, Torno-me na- da—coisa nenhuma, um ca- talisador, @ eu gosto de meu trabalho. Esqueco de mim mesmo e mergulho no seu problema, &, uma vez que nds tenhamos ter- nado, retorno & platéia, a prima donna que exige uma apreciaggo, Eu posso trabalhar com qualquer pessoa. Nido posso traba- Thar com sucesso com todo mundo, . . , Neste curto fimde-semana eu néo os tocarel se vocts estiveren profundamente perturba- dos. Eu 0s provocaria mais do que voces _poderiam aguentar (Peris, 1969, pp. 228-228). 142 yA maloria das pessoas acha ue explieacio & 2 mesma » | Colsa que compreensio, At fe uma grande diferen- 2, Como agora, eu posto explicer muta coisa a vo: cfs. Posto darihes uma oreo de sentengas que os aiudaréo a construir_ um ‘modelo intelectual de co- ‘mo nés funcionamos, Tal- vez alguns de vocés sintam 2 coincidéncia destes sen- tengas e explicagdes com a sua vida real, ¢ Isto 6 com preensio. Neste momento ‘poss0 apenas hipnotizé-los, persuadi-ios @ fazé-los crer que estou certo, Vocés ndo sabem. Eu estaria apenas pregando alguma colsa. Vor cts ngo aprenderiam a par- tir de minhas pelavres. A- : prendizagem descober- i ta... . E eu espero poder aludéios @ aprender a des- cobrirem alguma colsa so- ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE al natureza coloquial ¢ de senso comum da literatura sobre Gestalt-terapia, ail as: como as atitudes de muitos terapeutas da Gestalt, comegem a conti a istificagdo da psicoterapia, que muitos consideram bem = cont Seanad 0 inflo deste capitulo, o trabalho de Perls. centrou-se mais explicitamente em torno da pritica da psicoterapia do em uma teoria da personalidade, Nao é de surpreender que isto faga com qu hhaja certas falhas na tentativa de extrapolar uma teoria coerente de seu trabe-| lho. Porém, o fato em si 6 consistente com sua visio da utilidade da teoris enquanto teoria. Se a atitude e a experiéncia que constituem a abordager: Bestaltica ajustam-se: basicamente as nossas proprias atitudes ¢ experiéncias, ela entdo nos oferece muito no campo da expanso de nossa propria cons- cigncia, E claro que existem perigos nesta abordagem aleat6ria. Alguns deles so visiveis em muitas das aplicagdes usuais da Gestalt-terapia. A abordagem, quando aplicada numa situagdo terapéutica, tornasse facilmente mégica, sim- plista, redutiva, ou simplesmente uma imitago do estilo pessoal particular de Paris. Um aspecto da Gestalt-terapia que suscitou criticas considerdveis refere- -Se as implicacdes da abordagem gestiltica de Perls em termos sociais e polit cos. A idéia da capacidade de fazer escolhas, de assumir a responsabilidade pe- “TE Prépria vida, de tomnarse um individuo “euto-epoiado e auto-regulado” ‘tem como premissa uma relativa liberdade, em termos de restrig6es sociais, 0 que 6 cértamente inacessivel para muitas pessoas. Criticas similares foram fei- tas a respeito do uso das técnicas gestélticas com individuos psic6ticos; a | Gestalt-terapia pressupde uma substancial capacidade de se responsabilizar pelas proprias escolhas, e 0 préprio Perls questionava a conveniéncia de se Gestalt-terapia com psicbticos. i A Gestalt-terapia desenvolveu-se em reagZ0 20 que Perls considerava | uma tendéncia crescente de rigidez e dogmatismo na Psicologia, particular- | mente na Psicologia Pricanalitica, Uma importante questto avalitiva que de- ! ve ser levantada a respeito da abordagem gestdtica (ou de qualquer outta) é | seguinte: tendo obtido certa popularidade no pensamento psicologico, com | que faclidade se instalaré nos mesmos tipos de rigidee e dogmatismo contra | 0 quais Perls se rebelava? E certo que a facilidade com que a abordagem ges- | téltica 6 traduaida em séties de truques psicoterapéuticos e em curas psico. | terapéuticas aparentemente instanténeas nfo ajuda a mantéla como um pro- | pésito vital e sério, o que Perls pretendia, No entanto, colocados de lado tais | problemas na aplicaggo da abordagem gestéltica, Perls contribuiu de forma | significativa para uma psicologia holfstica do organismo humano e para a psi- cologia da conseincia humana, ATEORIA EM PRIMEIRA MAO Esta é a introdugéo da Gestalt-Terapia Explicada. E um exemplo direto e condensado do modo como Fritz Perls apresentava seu ponto de vista. Desejo falar sobre o desenvolvimento atual da psicologia humanista. Levamos ‘bastante tempo para desmascarar todo o logro freudiano, e agora estamos entran- do numa fase nova e perigosa. Estamos entrando na fase das terapias “estimulan- FREDERICK S, PERLS E A GESTALT-TERAPIA tes"$ “ligando-nos”” . Hh afttogen pa ann, cnn olin seg oe See amen ct eps con gop considerar qualquer necesidade de crscimento, om eomaidene pe oe sop esa ine on pet io dasle ior Endos roe stiver se tornando mods, dfeada, ai Cioule: Pate Se logis gant deitar num divé durante um ano, uma. ; 05, 0s danos que softemos com a psicandl ca influgneia sobre pacients, a nfo ser por dearer cada vez mals meso, Tisai ane teats Saat Ft ampere rls mo estd acontecendo atualmente, smuato Preocupedo com 0 que Uma das objegdes que tenho contra qualquer . a atc no conte are pum ea Sagan nia tiem e tls em semindrios de conscléneia sensorial ou alegria, para daa ida de que tinh ye ad va 4 gone tks gue amason a dle stisteetote srabpeu cara as suinte ones megane Tomes 2 toma uma perigotaatvdade substi, ame outs fla tegpa que inpadeo ‘Agora, o problema no é tanto em relagSo as “teraplas estimulantes™, mas em relat w tad sottura americana, Nos domes um gio de centa e oltenta gras, 20 Puritanisme e moralismo até o hedonismo.** De repente, tudo tem que ser diver- $Ho e prazer, e qualquer envolvimento sincero, qualquer estar aqui real, & desenco- rajado. Mil flores de pléstico ‘Nao fazem um deserto florescer Mil rostos vazios ‘Nao podem uma sala varia preencher [Na Gestalt-terapla trabalhamos por elgo mais. Estamos aqui para promover 0 procesio de crescimento e desenvolver o potencial humano. Nés nfo falamos &\ “Blegria Instantinea, de eonsciéncia sensorial instanténea, de curs instanténea, presess de, cfesimento & um processo demoredo, NZo podemos apencs estat “Teds e dizer: *Venha, vamos ser felizes! Varios i!” Se voc€ quiser, pode conse- {gir isto com LSD, acelerando tudo, mas Isso nfo tem nada a ver com o trabalho Sincero da abordagem psiquidtrica que eu chamo Gestalt-terapia. Na terapia, nJo que superar o desempenko de papéis, Temos também que preencher ‘personalidade, para torné-la novamente inteira e completa, E outra fez, da ieima forma que antes, isto nfo pode tet feito por meio de "es fas YimuHtEs"~ Ne Gestaltterapia temos uma forma melhor, mas que nfo é nenhum atatho migico, Voeé no precisa se deitar num div ou ficar “zendo” durante vin- te ou trinta anos, mas tem que se empenhar na terapia; e crescer leva tempo. 0s “condicionadores” também partem de um falso pressuposto. Sua premissa bésica de que o comportamento é “lei” nfo passa de um amontoado dementias, fu seja, nds aprendemos a respira, « comer, aprendemos a andar. “A vida nade nats é do que as condig6es nas quais ela tem origem.” Se, na reosganizagio beha- Morista do nosso comportamento, obtivermos uma modificagfo em termos de ima maior auto-aceitagdo, e jogarmos fora todos os papéis socials atificiais que aprendemos, entdo estou do lado dos behavioristas. Oempecitho parece sex & nx T Nae “Estimulantes"=turning-onners. Turn-on: expressto em giria america: ina, que se refere 20 estado em que se fica apés ingerir alguma droge (maconha, estimu- nutes, alucinégenos ete). Em gitla brasileira corresponderia a expresses come “flcar ligado”, “de barsto”, “muito doido” etc. Uma vez que, em Portugués, estas expressdes srmrenos difundides entre 0 piblico em geral, conservamos a alternativa mals formal: ~ ¢stimulantes. # *Hedonismo: erenga no fato de o prazer set 0 principal bem do homem. 143 144 ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE siedade, Sempre 2 ansiedade, E claro que se fica ansioso se é preciso aprender uma nova forma de comportamento, ¢ os psiquiatres tém medo da ansiedade. Eles néo sabem 0 que ¢ ansiedade. A ansiedade € 2 excitagGo, 0 élan vital que catregamos Conosco, © que se tora estagnado se estamos incertos quanto 20 papel que deve mos desempenhar. Se ndo sabemos se vamos receber aplausos ou vaias, nds hesit- mos; entZo 0 coragdo comega a disparer, e toda a excitagdo ndo consegue fluir Fa 12 a atividade, ¢ temos “medo de palco”, Assim, a formula da ansiedade é muit= simples: a ansiedade é 0 vicuo entre o agora e o depois. Se voc8 estiver no agora ‘do pode estar ansioso, porque a excitagdo flui imediatamente em atividade es- pontinea. Se vocé estiver no agora, voc’ seré criativo, inventivo. Se seus sentidos estiverem preparados, e seus olhos e ouvidos abertos, como em toda crianga pe- quena, voc8 acharé a solugfo, Uma liberagfo para a espontancidade, fo da personalidade total— im, sim, sim. A pseudo-espontaneidads dos estimulantes 4 medida que se torna: : hedonistas—apenas 0 “vamos fazer alguma coise, vamos tomar LSD, vamos tex ; alegria instanténea, consciéncia sensorial instantinea"—ndo. Assim, entre 0 Cila do condicionamento ¢ 0 Caribdis des terapias estimulantes existe alguma coisa: t ‘uma pessoa que é real, uma pessoa que se assume, ‘Como vocés sebem, existe ume rebelifo nos Estados Unidos. Nos descobrimos que produzir coisas, viver para coisas e trocar colsas nao é 0 sentido fundamental da vida, Descobrimos que o sentido da vida é que ela deve ser vivida e nfo comer- cializada, conceituada e restrita a um modelo de sistemas. Achamos que a manipu- ago ¢ 0 controle no constituem a alegria fundamental de viver. Mas devemos também compreender que até agora temos apenas uma rebelifo. Ainda nfo temos uma revolugéo. Ainda falta muita coisa. Existe uma disputa en- 3 tre 0 fascismo eo humanismo, Neste momento, parece-me que a disputa estd qua se perdida para os fascistas. E que os selvagens hedonistas, os estimulantes nfo- -realistas e apressados nada tém a ver com o humanismo, E um protesto, uma re- beldia que & boa como tal, mas que nfo representa um objetivo. Eu tenho’ tido {J muito contato com jovens da nossa gerago que esto desesperados. Eles véem ,/ 9 milltrismo e a bomba etdmiea ports de tudo, Eles querer abteralguma col sa da vida. Querem tornar-se reais e existir. Se existe alguma chance de interrom- per a ascensZo e queda dos Estados Unidos, cabe 4 nossa juventude aproveité-ta, I ccabe a voc’ apoiar essa juventude, Para conseguir isto existe apenas um caminho: fornar-se real, aprender a assumir uma posigdo, desenvolver seu centro, compreen- ‘/éer a base do existencialismo: uma rosa é uma rosa é uma rosa, Eu sou 0 que sou, 'e neste momento ndo posso ser diferente do que sou. E isto que trata este livro. Dou-hes a orago da Gestalt, talvez como uma diretriz. A oragdo da Gestalt-tera- pia é: Eu fago minhas coisas, vocé faz as suas ‘Néo estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas E voce ndo esté neste mundo para viver de acordo com as minhas. Vocé € vocé, ¢ eu sou eu E se por acaso nos encontramos, é lindo Se ndo, nada hia fazer. + (Perls, 1976, pp. 13-17. EXERCICIOS Continuum de Consciénci Ao discutir 0 conceito de Perls de conscientizago, mencionamos set uso de continuum de consciéncia como um meio de encorajar a autoconscién cia ou consciéncia de si. Paradoxalmente, o continuum de consciéncia é un exercicio que requer uma imensa disciplina em sua pratica, embora tenha co mo objetivo 0 desenvolvimento da espontaneidade. A nogdo subjacente a continuum de consciéncia € que a espontaneidade e a autoconseiéncia depen FREDERICK S, PERLS E A GESTALT. TERAPIA dem de uma real compreensto do significado das palavras “como”e “agora”, Trabalha sobre 0 princfpio gestéltico de que, dada a capacidade do individuo de manter uma consciéncia continua de sua propria experiéncia, a situay4o inacabada mais importante (a necessidade dominante) sempre emergiré para ser trabalhada. g AS instrugdes so simples: apenas tenha consciéncia, acada segundo, do ‘que voeé esté experienciando—como vocé experiencia sua existéncia agora. Observe 0 progresso de sua consciéncia. Quando ¢ que vocé se interrompe -com planos, ensaios, fantasias, recordages? Vocé avalia ao invés de permitir ‘a pura conscientizago? Como ¢ a disciplina da conscientizagao? Preste aten- “gio especial aos modos pelos quais voce sabota seus proprios esforcos em “austentar a conscientizagdo; so esses os modos pelos quals vocé via de regra 2 impede de contatar plenamente com o mundo e com sua propria experién- cia. = Vocé também pode tentar prolongar e ficar em contato com o momen- Hio'em que vocé quet evitar a conscientiza¢do continua. Voct pode sentir 0 que estd evitando? Emerge uma situagZo em que vocé se sente incompleto? ‘A tentativa, neste exercfcio, é intensificar sua capacidade de experien- , desenvolvendo a capacidade para a experiéncia plena do que ¢. A suposi- 10. de que, prestando atenpfo a nossa experiéncia, a cada momento, pode- Enos nos aproveitar do que necessitamos para viver uma vida plenamente sa- Trabalho com Sonhos ! Perls sugere que sonhos sfo mensagens existenciais que podem nos aju- ar a compreender quais as situapdes inacabadas que carregamos conosco, 0 ue nos falta em nossas vidas, 0 que evitamos fazer e como evitamos e nos apropriamos de partes nossas. Ele descreve as oportunidades de crescimen- to através do trabalho com sonhos desta forma: Em Gestalt-terapia nés nfo interpretamos sonhos, Fazemos com eles algo mui- to mais interessante, E em vez de analisar e contar 0 sonho, nés queremos trazé10 de volta a vida, E 0 jeito de trazéo & vida é reviver 0 sonho como se ele estivesse ocorrendo agora. Em vez de contar 0 sonho como uma estéria do passado, encene- “0 no presente, de modo que ele se torne parte de vocé, de modo que voc real- mente se envolva. Se voc compreender 0 que pode fazer com os sonhos, poderd fazer muita coi- sa por voc! mesmo, sozinho. Pegue um velho sonho ou fragmento de sonho, no importa, Enquanto vocé ainda se lembra dele, ele ainda estd vivo e € acessivel, e ainda contém uma situagZo inacabada, nfo assimilada. Quando trabalhamos com sonhos, geralmente pegamos apenas um pedago do sonho, porque se pode tirar 4 muito de cada pedacinho. ‘Assim, se vocé quiser trabalhar sozinho, eu sugiro que voc8 escreva 0 sonho € faga uma lista de todos os detalhes. Ponha cada pessoa, cada coisa, cada sensago, ¢ trabalhe com elas para se tornar cada uma delas. Envolvase, e procure realmente transformarse em cada um dos diferentes itens, Torne-se mesmo esta coisa—seja Ho que for—torne.se a coisa, Use sua magia, Transforme-se naquele sepo felo, ou no que Id estiver—a coisa morta, a coisa viva, o deménio, ¢ pare de pensar. Cada pedacinho é uma peca de um quebra-cabe¢as, e, juntos, todos os pedacinhos for- ‘mario um todo maior, mais forte, mais feliz, uma personalidade mais completa mente real. Em seguida, pegue cada um destes diferentes itens, personagens ¢ partes, ¢ faga com que eles se encontrem, Escreva um roteiro, Quando digo “escreva um r0- telro” quero dizer faga com que as partes opostas mantenham um didlogo, ¢ vocé 146 ‘TEORIAS DA PERSONALIDADE tos certos) que eles sempre acabam bi descobrird (especialmente se pegar 05 opost 3 de qualquer parte do sonho, £0 vo: gando entre si, Todas as diferentes partes, Tesmo, uma projegdo de voct, ese existem lados inconsistentes,lados contradit¢ rios, e vocé os utiliza para se combaterem mutuamente, vocé tem sempre 0 clerst Jogo do cohfito, o jogo da autotortura, A medida que o processo de encontro desenvolve, hd um aprendizado mituo até chegermos a uma compreensto ¢ 3F=> ciagfo das diferengas, até chegarmos a unidade ¢ integragdo das forgas oPow™ Entfo, a guerra civil terd terminado, e as energias estardo prontes para as bats com o mundo. : ‘Cada bocadinho de trabalho que voc fizer significard um pouco de assimse=) de algo, Em principio, voc pode passar por toda a cura—vamies chaméila €e === ‘ou maturagdo-se tiver feito esta nica coisa com um sonho. Tudo estd af. O> rihos se modificam, mudam de forma, mas quando voc comega deste jelte. “¥ 8 descobre que cada vez aparecem mais sonhos € que a mensagem existenc-++ >: torma cada vez mais clara, De agora em diante, portanto, eu gostaria de colocar a énfase sobre 0 trabslh= com sonhos. Nés encontramos tudo que precisamos no sonho, na periferia do so- rho, no ambiente do sonho. A dificuldade existencial, a parte da personalidade que estd faltando, tudo estd af. £ uma espécie de ataque central, bem no meio de sua nfo-existéncia. (© sonho é uma excelente oportunidade de descobrir os furos da personalida- de. Eles aparecem como vazios, espacos em branco, e quando se chega & vizinhan- (de tals buracos, fica-se confuso ou nervoso. Hé uma experiéncia epavorante, 2 : expectativa: “Se eu me aproximar haverd uma catéstrofe. Eu sorei nada" Bu jf falei um pouco sobre a filosofia do nada. Este é 0 impasse, quando vocd evita, ‘quando vocé vira fSbico, De repente vocé fica com sono, ou se lembra de alguma coisa muito importante que precisa fazer. Assim, se voc8 trabalhar com sonhos é melhor trabalhar junto com outra pessoa, que pode indicar quando voc’ estd evn tando, Compreender 0 sonko significa perceber quando vocé estd evitando 0 6b- vio. O tinico perigo € que esta outra pessoa poderia vir muito depressa em seu s0- corzo, e the dizer 0 que esté se passando dentro de vocé, em vez de Ihe dar a chan-/ ce de descobrir por si $6, | E se voc descobre o significado, cada vez que se identifica com um pedacinho | 4o sonho, cada vez que vocé transforma um iss0 em eu, voeé aumenta a sua vita- lidade e 0 seu potencial, erls, 1976, pp.101-103.) : i | Exemplo de Trabalho com Sonho Linda:Eu sonhei que estou olhando. .. um lago. . . que esté secando, e no meio! hd uma pequena ilha, e um circulo de. .. botes. .. sfo como botos, s6 que | podem ficar em pé; entfo sfo como botos que sf0 como pessoas, ¢ esto i num circulo, uma espécie de ceriménia religiosa;e ¢ muito triste... eu me | ssinto triste porque eles conseguem respirar, eles esto dangando em torno | do cfrculo, mas a dgua, 0 elemento deles, esté secando. Ento, € como | mores. .. como ver uma raga de gente, uma raga de criuturas, morrendo. ; E a maioria sfo fémeas, mas alguns tém um pequeno érgio masculino, ; fentdo hd alguns machos, mas eles ndo vfo viver o suficiente para se repro- | duzir, ¢ 0 seu clemento estd secando. E um deles est sentado aqui ao meu” lado ¢ eu estou falando com este boto, ¢ ele tem espinhos na barriga, uma espécie de porco-espinho, e os espinhos nfo patecem fazer parte dele. Eu acho que hd uma coisa boa nessa dgua secando, eu penso. . . bem, pelo menos quando a dgua secar, no fundo provavelmente haveré algum : tesouro, porque no fundo do lago deve haver coisas que cafram, como { moedas ou coisas assim; mas eu olho com cuidado e tudo que consigo encontrar é uma placa de carro velha. . Este & 0 sonho. | FREDERICK S, PERLS E AGESTALT:TERAPIA Fritz: Por favor, seja a placa de carro. Lt Eu sou uma placa de carro velha, jogads no fundo do lago, Eu nfo sirvo para nada porque nfo tenho valor—mesmo que eu nfo estejaestagada— bu jé estou vencida, eentdo nfo poss ser usada como placa de caro. - ¢ eu estou simplesmente jogada num monte de lixo. Fot isto que eu fiz com uma placa de carro, joguei- num monte de xo. F: Bem, e como voet se sente com relagio a isto? } Galxinhe.) Néo gosto. No gosto de ser uma placa de carro, ..¢ instil. Fi Fale sobre isto, Fei um sonho Zo comprido até vocé chezar a encontrar festou certo que ela deve ter muita importancia. Titi, Veneida, ..A utiidade de uma placa de carro € per ithe dar permissfo para um carro... ev nfo dou permissio anit Se udm porque estou veneids, --..Na Califérnia, cles s6colam. . 8 gente Setapn um rétu. »-« gruda no carro, em cima da placa velha Pala fentutiva de humor) Entdo talvez alguém pudesse me colocar no carro, ce grudaro r6tulo em mim, nfo st." Muito bem, Agora seja 0 lago. Eu sou um lago. . . eu estou secando, e desaparecendo, sendo absorvido pela tetsa.. (com um toque de surpress) morrendo.... Mas-quando cu Penetro na terra, vro parte dela... entZo talvez eu mothe a drea que es Bem volta, entfo, . . mesmo no lago, mesmo no meu lcito, podem cres- fer flores (saspiros). . «. Pode crescer uma vida nova, . . de mim (cho- Bh ‘Voed captou a mensagem existencial? ‘Sim, (Triste, mas com convicgfo.) Eu posso pinter... eu posso crar..- tu posto eflar belera. Eu nfo posso mais reproduzir, eu sou como © oto... mas eu, ,. eu estou. ..¢W. .. continuo querendo dizer que eu jou elimento, . eu... como a 4gua se torna, .. eu molho a terra, e dou Sida... colsas que erescem, a 4gua. .. precisam tanto da terra quanto da y e-0 af €.0 Sol, mas assim como a 4gua do lago, eu posso participar em alguma coist, e produzir...alimentar. fa superficie voo8 acha algo artificial—uma place de um pedacit arto, vord arificial-mas quando vocé chega mais fundo, vort descobre 2 ‘que a morte aparente do lago, na verdade, é fertilidade. Li E eu nfo preciso de uma placa, de permissfo, de uma licenga pare. -» elicaders.) A natureza nfo precisa de uma placa para crescer. Voce ‘fo serd initil, se conseguir ctiar organismicamente, © que significa, se vvood se envolver. E eu nfo preciso de licenga para ser criativa. ... Obrigada. @erls, 1976, pp. 116-118.) pp. 101! BIBLIOGRAFIA COMENTADA Frederick S., 1947. Ego, Hunger trabalho mais inteloctualmente ori da Gestalt-terapia em seu desenvolvi da Forma. “1973.4 Abordagem Gestitia; Testemunha Ocular da Terapia, Rio de Jensito, ‘ahar Edtores, 1977. Os Sltimos manuscritos de Perls, publicados em conjunto J postumamente. A Abordagem Gestlticeoferece uma exposiho teérica exes So te apradével leitura da Gestltterapia, enquanto que Testemunha Ocular de Terapia incul 0s registros de uma série de filmes de sessSes terapéuticas, que Perls planejou para usar como material de ensino. ‘and Aggression, New York: Random House. Eo fentado de Perls, explica em detalhes a teoria ‘mento a partir da psicanilise e da psicologia T NALZA tentativa de humor se refere a um trocadilho intraduzivel, Em inglés,o «to sick quer dizer enfar,colocer, apegar; sticker & algo que se coloca, um rétulo Wo, por exemplo; mas também quer dizer algo que se enfia, ques coloca dentro. A reaeme entZo um duplo sentido, com uma conotaggo nitidamente sexual, mas que 148 TEORIAS DA PERSONALIDADE torial Ltda., 197. eplicada, Sto Paulo, Summus Edit jiscuss: __., 19698. Gestalt Terapia Ex ‘outta (além de A ABordagem Gestdtica acima) reelmenis excelente di onic da Gestalt-terapia, incluindo registros de sessbes de terapia. E 119600. In and Out The Garbage Pall. Lafayette, ‘Calif: The Real People Pres “autobiografia de Perls, cela de anedotas ¢ eserita nom tila casual e humor’ ‘Hoos uma experiéncia em esctitos de Gestalt, que descreve as origens ¢ 0 des volvimento da Gestalt-terapia, __, 1969b. Dentro ¢ Fora da Lata Ltda,, Sto Paulo. Fagin, Joen e Shepherd, Irma, orgs. 1970. 6 ‘Science and Behavior Books. Inclui textos de Gestalt além de vérias das conferéncias de Fritz Perls. selegto de pontos de vista técnicas € aplica -terapla. Naranjo, Claudio, 1973. The Techniques of Gestalt Press, Trés breves trabalhos sobre Gestalt-terapia que © bulges tebricas ¢ uma discussfo da Gestalt-terapia 6 Par Him pouco afastado da posigdo de Perl; Naranjo explora particular eontoas supressivas e expressivas na Gestalt-terapi2 5 de Lixo, x ser publicado pela Summus editor Palo Alto, Calif de terapeutes 2 estalt Therapy Now. m certo niimero Oferece uma interessar: goes da Gestely 2 referentes 4 teoria, 1 Therapy, Berkeley, Calif: The SAT ferecem excelentes contt 9 ir de um ponto de visti mente 0 uso ¢ Ito, Calif REFERENCIAS Fagen, Joen, ¢ lima Shepherd, ores. 1970- Gestalt Therapy Now. Palo All Khayaam, mar Khayaam, Traduzido por Rober ‘Graves e Omar AliShah, New York: Doubleday, Naranjo, Claudio, 1973. The Techniques of ‘Gestalt Therapy. Berkeley, Calif.: SAT Pres Perls, Frederick S., 1947. Ego, Hunger ond “Aggression. New York: Random Houst ____., 1967. “Terapia de Grupo versus Terapia Individual”, in Isto é Gestalt, John O ‘Stevens. 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