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“I . FACULDADE CATHEDRAL DIREITO ADMINISTRATIVO It Professor: Ronilson M. Cavaleante ATO ADMINISTRATIVO CONCEITO ‘Ato Administrative & toda manifestaglo unilateral da Administragio Publica que, agindo nessa qualidade, tenha, por fim, imediato adquirr, resguardar, transfert, modifica, extinguir ¢ declarar direitos, ou impor obrigagdes aos administrados ou a si propria (Hely Lopes Meirelles). Para José dos Santos Carvalho Filho, 0 ato administrative é a exteriorizaglo da vontade de agentes da Administragdo Piblica ou de seus delegatérios que, sob regime de direito pablico, visa & produgdo de eftitos juridicos, com o fim de atender ao interesse piiblico. {V4 para Celso Antonio Bandeira de Mello, o Ato administrativo é a “declaragio do Estado (ou de quem the faga as vezes - como, por exemplo, um concessiondrio de servigo pablico), no exercicio de prerrogatives piiblicas, manifestada mediante providéncias juridicas complementares da lei a titulo de lhe dar cumprimento, sujeitas a controle de legitimidade por érglo judicial.” ops: (Os atos administrativos sto uma das espécies de atos juridicos (Genero). Ouseja.. Os atos juridicos sio toda manifestagio de vontade que tenha por finalidade adqy resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Os atos administratives, por sua vez, podem ser conceituados como manifestaglio de vontade da administrago piblica, cujos efeitos sto regidos pelas‘normas de direito administrativo. ops: Condigbes de existéncia ‘A administragto pablica deve usar de sua supremacia de poder puiblico para a execugl do ato administrative, Todo ato administrative & ato juridico de direito piblico. Os atos de direito. ‘privado pratieados pela Administragdo estio da adminis mas ndo na categoria dos atos administrativos ATOS DE DIREITO PRIVADO PRATICADOS PELA ADMINISTRACAO ‘A Administragao Piblica pode praticar certos atos ou celebrar contratos em regime de I ou Direito Comercial). Ao praticar tais atos a Administragdo Publica Direito Privado (Direito ela se nivela ao particular, e ndo com supremacia de poder. £ 0 que ocorre, por exemplo. quando a Administragio emite um cheque ou assina uma escritura de compra € yenda ou de doag: sujeitando-se em tudo as normas do Direito Privado. Entre os atos administrativos estdo os fatos administrativos EX: (tanto ‘a manifestago de vontade para producdo de efeitos juridicos quanto a realizagao material da funcao administrativa) ¢ os fatos da administragio EX: (Sao fatos oriundos da simples operagao da adm. Pub,, deles nao se originam efeitos juridicos). OBS: E importante deixar claro que o ato administrativo é diferente de atos politicos; de governo: atos legislativos e atos jurisdicionais. oBs: DICA: Vamos diferenciar o ato administrative do fato administrative ¢ 0 ato juridico do fato juridico, apesar de a pronuncia ser bastante parecida o fato e 0 ato ndo tem a mesma conceituagio. a) Fato Juridieo: é um acontecimento involuntério que produz consequéncias juridicas. EX: Nascimento. b) Ato Juridico: é um ato que depende da vontade humana para produzir seus efeitos. EX: Protocolar documentos ¢) Fato Administrativo: para Hely Lopes Meirelles “é toda realizagdo material da Administragao em cumprimento de alguma deciséo administrativa, tal como a construgdo de uma ponte, a instalacdo de um servico piiblico etc. 4) Ato Administrativo: Celso Anténio Bandeira de Mello conceitua 0 ato administrative como: “declaragao do Estado ou de quem the faca as vezes, expedida em nivel inferior & lei ~ a titulo de cumpri-la — sob regime de direito piblico € sujeita a controle de legitimidade por érgio Jurisdicional”. Os REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO e sao: Competéncia Finalidade Forma Motivacao Objeto Competéncia: Conjunto de poderes que a lei confere aos agentes piblicos para que exergam. suas fungdes com eficiéncia ¢ assim assegurem o interesse piblico. A competéncia é um poder- dever. € uma série de poderes. que 0 ordenamento outorga aos agentes piiblicos para que eles possam cumprir a contento seu dever de atingir da melhor forma possivel o interesse piblico. ‘Nenhum ato sera valido se nio for executado por autoridade legalmente competente. . E requisito de ordem piiblica, ou seja, ndo pode ser derrogado pelos interessados nem pela administrago. Pode, no entanto, ser delegada (transferéncia de fungées de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) e avocada (érgo superior atrai para si a competéncia para ccumprir determinado ato atribuido a outro inferior). Se a competéncia for, legalmente, exclusiva de certo érgio ou agente, nao poder ser delegada ov avocada. Caracteristicas da competéncia: 1. Amais importante de todas as caracteristicas desse requisito ¢ a irrenunciabilidade, que tem carter relativo, ¢ 0 que a relativiza sto 0s institutos da delegaglio e avocacao. 2. Inderrogabilidade: A competéncia ndo pode ser derrogada, isto é, a modificaglo de seu contetido ou titularidade nfo pode ser operada por mero acordo de vontades entre \ particulares e/ou agentes piblicos. Trata-se de uma caracteristica de carster absoluto. 3, Improrrogabilidade: Veda-se aos agentes piblicos que atuem além da lei, ou seja, além das competéncias previstas em lei. Tem caréter relativo, pois se refere ao exercicio da competéncia (passivel de transferéncia através delegago € avocagio) ¢ néo & sua 4, Imprescritibilidade: As competéncias devem ser exercidas a qualquer tempo. O agente piblico 6 obrigado a exercer suas competéncias a qualquer tempo, salvo nas hipéteses @ que allei estabelece prazos da administragio. Finalidade: Deve sempre ser 0 interesse piblico. E 0 objetivo que a administrago pretende aleangar com a pritica do ato administrativo, sendo aquela que a lei institui explicita ou implicitamente, nfo sendo cabivel que o administrador a substitua por outra. A finalidade deve ser sempre 0 interesse piblico e a finalidade especifica prevista em lei. para aquele ato da administragdo. E nulo qualquer ato praticado visando exclusivamente ao interesse privado, no entanto é vilido o ato visando ao interesse privado (desde que, cumulativamente, cle vise também a0 interesse piblico). Forma: £ o revestimento exteriorizador do ato administrative. Todo ato administrative ¢, em principio, formal, Em sentido amplo, a forma ¢ o procedimento previsto em lei para a prética do io administrative. Em sentido estrito, refere-se ao conjunto de requisitos formais que devem estar presentes no ato administrativo. Motivo: £ a situago de direito ou de fato que autoriza ou determina a realizagdo do ato administrtivo, podendo ser expresso em lei (atos vineulados) on advir do critério do administrador (ato discriciondrio), Difere da motivagao, que € a exposiqio dos motivos. Objeto ou conteado: E 0 efeito juridico imediato que o ato deve produzir. Por exemplo, 0 ato administrativo de demissio produz o desligamento do servidor piblico. ‘Teoria dos motives determinantes ‘Segundo essa teoria, o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situaglo de fato que gerou a manifestagio de vontade. Assim sendo, se o interessado comprovar que inexiste a realidade fatica mencionada no ato como determinante da vontade, estaré le irremediavelmente inquinado de vicio de legalidade. E de ressaltar que sempre que 0 motivo for discricionario 0 objeto também serd_ Ou seja, quando o motivo for discricionério no ha nec administragao 0 fizer, esta motivagdo valeré para todos os efeitos. Exemplo: Se a administragdo exonerar um servidor alegando falta de verba ¢ logo em seguida contratar novo pessoal, esse ato serd nulo por falta de motivo. idade de motivagio, agora se a ANULACAO, REVOGACAO E CONVALIDACAO DO ATO ADMINISTRATIVO. ANULAGAO E REVOGACAO Allei 9.784, de 29.01.1999 dispoe que : "A Administrago deve anular seus proptios atos, quando eivados de vicios de legalidade, pode revogé-los por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados 0s direitos adquiridos" (art. 53). “O direito da Administrago de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favordveis para os destinatérios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada mé-fé” (art. 54) “Quando importem anulagio, revoga¢o ou convalidacéo de ato administrativo os atos administrativos deverio ser motivados, com indicagdo dos fatos ¢ dos fundamentos juridicos ” (art. 50, VIIL). SURISPRUDENCIA: Siimula 473 do STF : “A Administrago pode anular seus proprios atos, quando eivados de vicios que os tomem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revogé-los, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, ¢ ressalvada, em todos os casos, @ apreciagio judicial”. Principais ligbes : ‘A Administrago com relagio aos seus atos administrativos pode : ANULAR quando ILEGAIS. REVOGAR quando INCONVENIENTES ou INOPORTUNOS ao interesse publico. 0 Judicisrio com relagio aos atos administrativos praticados pela Administrago pode : ANULAR quando ILEGAIS. Assim : Revogagdo - € supressio de um ato administrative legitimo ¢ eficaz realizada pela ‘Administragdo - ¢ somente por ela - por nfo mais Ihe convir sua existéncia. A Amulagao - invalidago de um ato ilegitimo e ilegal, realizada pela Administrago ou pelo judicifrio. Conctusio : a administragio controla seus préprios atos em toda plenitude, isto é, sob ‘aspectos de legalidade, e de mérito (oportunidade conveniéncia), ou seja, exerce a autotutela. 0 controle judicial sobre o atos administrativos se restringe ao exame dos aspectos de legalidade. EFEITOS DECORRENTES : A revogasio gera efeitos - EX NUNC - ou seja, a partir da sua declaraglo. Nao retroage. A anulagio gera efeitos EX TUNC (retroage A data de infcio dos efeitos do ato). CONVALIDACAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS “A convalidagio é 0’ refazimento de modo valido € com efeitos retroativos do: que fora produzido de modo invslido"(Celso Anténio Bandeira de Mello, I1* edigio,: editora Melhoramentos, 336). Allei 9.784, de 29.01.1999, dispoe que: "Os atos que apresentem defeitos sanéveis poderdo ser convalidados pela prépria Administraglo em decisdio na qual se evidencie nfo acarretarem lesfo ao interesse piblico nem prejuizo a terceiros * (art. 55). Assim: So é admissivel o instituto da convalidagio para a doutrina dualista, que aceita possam os atos administrativos ser nulos ou anuléveis. Os vicios sandveis possibilitam a convalidacao, ao passo que os vicios insandveis impedem © aproveitamento do ato,” Os efeitos da convalidagdo so ex-tunc (retroativos). Atributos ou caracteristicas + Presunsio de legitimidade: Decorrente do principio da legalidade da administraclo, o que faz esta presungio ser inerente a0 nascimento do ato administrativo, ou seja, todos os atos nascem com ela. Tal pressuposto faz. com que o onus da prova em questo de invalidade do ‘ato administrative se transfira para quem a invoca, fazendo que 0 ato seja de imediata execugiio, mesmo arguido de vicios que o invalidem. + Autoexecutoriedade: toma possivel que a administrago execute de imediato 0 ato administrativo, independentemente de ordem judicial.Existem duas excegées para a niio auto-executoriedade, sendo que umas delas é que tem que haver o processo de execug4o. + Imperatividade ou Coercibilidade: impée a coercibilidade para o cumprimento ou execugo do ato administrative, decorrendo da propria existéncia do ato, independentemente da declaragao de validade ou invalidade daquele. + Exigibilidade: coeredo indireta, no Direito administrative corresponde & mutta. + Tipicidade: O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidos pela lei para produzir os efeitos desejados. Assim, para cada caso, hi a previsio de uso de certo tipo de ato em espécie. A esse atributo denomina-se tipicidade. A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas consequéncias, garantindo ao particular que a Administrago Pablica nfo faré uso de atos inominados, impondo obrigagies da forma no prevista na lei. Por igual motivo, busca impedir a existéncia de atos totalmente discricionérios, pois eles sempre deveraio obediéncia aos contomos estipulados em lei, contudo a tipicidade esté presente somente nos atos administrativos unilaterais. Procedimento administrativo E a sucessio ordenada de operagées que propiciam a formagio de um ato final objetivado pela administrago piblica. Constitui-se de atos intermedisrios, preparatérios e autSnomos, porém, sempre interligados, de maneira tal que a sua conjugago d conteiido e forma ao ato principal. Classificagio ‘+ Quanto A supremacia do poder piiblico ‘= Atos de império: atos pelos quais 0 poder piblico age de forma imperativa sobre os administrados, impondo-Ihes obrigag6es, por exemplo. Exemplos de atos de império: ‘a desapropriagdo e a interdigio de atividades. * Atos de expediente: so aqueles destinados a dar andamento aos processos ¢ papéis ‘que tramitam no interior das repartigbes. ‘+ Atos de gestio: (praticados sob o regime de direito privado. Ex: contratos de locago ‘em que a Administragio é locatiria) nfo so atos administrativos, mas sfo atos da ‘Administragdo. Para os autores que consideram 0 ato administrativo de forma ampla(qualquer ato que seja da administrago como sendo administrativo), os atos de gestdo sfo atos administrativos. * Quanto 4 natureza do ato + Atos-regra: tragam regras gerais (regulamentos). ‘+ Atos subjetivos: referem-se a situagdes concretas, de sujeito determinado. * Atos-condigio: so os que permitem que o administrado escolha se iré submeter-se & regulamentagdo do poder pablico, ou seja, somente surte efeitos caso determinada ‘condigdo se cumpra. ‘+ Quanto aos destinatérios ‘= Gerais: atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situag0. + Individuais: produzem feito juridico mo caso conereto. Ato com sujeito identificével. + Quanto ao regramento + Atos vinculados: possuem todos seus elementos determinados em lei, nao existindo possibilidade de apreciagSo por parte do administrador quanto oportunidade ou & conveniéncia. Cabe a0 administrador apenas a verificago da existéncia de todos os elementos expressos em lei para a pritica do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador € obrigado a praticar ato administrativo; caso contrério, ele estard proibido da pritica do ato. + Atos discriciondrios: 0 administrador pode decidir sobre o motivo e sobre 0 objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acordo com as razées de oportunidade € conveniéncia. A discricionariedade é sempre concedida por lei e deve sempre estar ‘em acordo com 0 principio da finalidade publica. O poder judicisrio nao pode avaliar as razdes de conveniéncia e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, a competéncia e a forma (exteriorizagio) do ato. * Quanto a formacao ‘+ Atos simples: resultam da manifestago de apenas uma vontade dentro de um érgo piblico. + Atos compostos: resultam da manifestagio de um érgio, com aprovarao de outro érp%0. Dois atos; um primArio e outro secundario, sendo que este ratificard aquele. > Atos complexos: um s6 ato, com manifestagio de vontade de dois ou mais érgios (virios érgios). * Quanto aos efeitos 3 + Constitutive: gera uma nova situagdo juridica aos destinatérios. Pode ser outorgado um novo direito, como ‘permisséo ‘de uso de bem piiblico, ou impondo uma obrigaco, como cumprir um perfodo de suspensio. + Declaratério: simplesmente afirma ou declara uma situagdo ja existente, seja de fato ou de direito. Nao cria, transfere ou extingue a situagio existente, apenas a reconhece. Também € dito enunciativo. E o caso da expedigdo de uma certidao de tempo de servigo. ' 1 + Modificativo: altera a situagdo j4 existente, sem que seja extinta, ndo retirando direitos ou obrigagdes. A alterago do horétio de atendimento da repartiglo é exemplo desse tipo de ato. +> Extintivo: pode:também ser chamado desconstitutivo, que € 0 ato que pde termo a ‘um direito ou dever existentes. Cite-se a demissio do servidor piblico. * Quanto & abrangéncia dos efeitos + Internos: destinados a produzir seus efeitos no ambito intemo da Administragio Piiblica, nao atingindo terceiros, como as circulares e pareceres. + Externos: tem como destinatérias pessoas além da Administragdo Publica, ¢, portanto, necessitam de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos. ‘Sdo exemplos, a fixagdo do horirio de atendimento e a ocupagdo de bem privado pela Administragao Pablica. * Quanto & validade «= Vilido: & 0 que atende a todos os requisitos legais: competéncia, finalidade, forma, motivo € objeto. Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro. ‘+ Nulo: é 0 que nasce com vicio insandvel, ou seja, um defeito que no pode ser cortigido. Nao produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele deve ser observado até que haja decisio, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que teré efeito retroativo, desde 0 inicio, entre as partes. Por outro lado, deveriio ser respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo. Cite-se a nomeagio de ‘um candidato que nao tenha nivel superior para um cargo que o exija. A partir do reconhecimento do.erro, © ato é anulado desde sua origem. Porém, as agdes legais eventualmente praticadas por ele durante 0 periodo em que atuou permanecerdo validas. + Amulivel: é 0 ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido 0 defeito, 0 ato seré nulo; se corrigido, poderd ser "salvo" e passar a valido, Atente-se que nem todos os defeitos sao sandveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei ¢ analisados no item seguinte. ‘+ Inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um ato administrative, manifestagao de vontade da Administrago Publica. So produzidos por alguém que se fz passar por agente piblico, sem sé-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossivel. Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém. * Quante a executabilidade + Perfeito: é aquele que completou sen processo de formagao, estando apto a produzir sens efeitos. PerfeigSo nfo se confunde com validade. Esta é a adequagdo do ato & lei; a perfeiggo refere-se as etapas de sua formagio. + Inmperfeito: no completou seu proceso de formagio, portanto, niio esti apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a homologagao, publicago, ou outro requisito apontado pela lei. + Pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condigto ou termo, mas jé ‘completou seu ciclo de formago, estando apenas aguardando o implemento desse acessétio, por isso nfo se confunde com o imperfeito. Codigo € evento futuro € incerto, como o casamento. Termo € evento futuro certo, como uma data especifica. = Consumado: ¢ 0 ato que j4 produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar, Exemplifique-se com a exonerago ou a concessio de licenga para doar sangue. Espécies de ato administrative Segundo Hely Lopes Meirelles, podemos agrupar 0s atos administrativos em 5 cinco tipos: ‘+ Atos mormativos: so aqueles que contém um comando geral do Executivo visando a0 cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se com a caracteristica de generalidade ¢ abstrago (decreto geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreglo (decreto de nomeaggo de um servidor). Segundo Mircio Femando Elias Rosa séo exemplos: regulamento, decreto, regimento e resolugdo. Atos ordinatérios: so os que visam a disciplinar 0 funcionamento da Administraglo ¢ a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierdrquico, isto é podem ser expedidos por chefes de servicos aos seus subordinados. Logo, no obrigam aos particulares. Segundo Rosa, so exemplos: instrugdes, avisos, oficios, portarias, ordens de servigo ou memorandos. ‘Atos negociais: so todos aqueles que contém uma declaragao de vontade da Administracéo, apta a concretizar determinado negécio juridico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condigdes impostas ou consentidas pelo Poder Piblico. De acordo com Rosa, sfo exemplos: licenga, autorizaggo ¢ permissio. Atos enunciativos: so todos aqueles em que a Administragio se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinidio sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos piiblicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto 40 motivo € 20 contedido. Segundo Rosa, so exemplos: certidées, atestados e pareceres. ‘Atos: punitivos: so aqueles que contém uma sanggo imposta pela lei e aplicada pela ‘Administragao, visando punir as infragdes administrativas ¢ condutas irregulares de servidores ou de particulares perante a Administragao. Segundo Rosa, so exemplos: multa administrativa, interdiggo administrative, destruigo de coisas ¢ afastamento temporirio de cargo ou fungo piblica. Extingio dos atos administrativos Extingao natural (extingue-se pelo natural cumprimento do ato) ou por retirada do ato na Revogagio: em virtude de a-administrago no mais julgar oportuno'e’conveniente 0 ato administrativo, pode aquela revogi-lo motivadamente © garantindo a ampla defesa dos interessados, fazendo cessar seus efeitos a partir do momento da revogagdo: Assim, todos os efeitos surgides enquanto 0 ato permaneceu' vilido tambémno sfo. A revogagdo é prerrogativa da administragdo, nfo podendo ser invocada por meio judicial. ‘Anulagio ou invalidagio: se um ato administrativo possuir vicios insandveis, deve a administrago anulé-lo de oficio ou por provocagao de terceiro. Também 0 judiciério pode anular tal ato. A anulagio age retroativamente, ou seja, todos os efeitos provocados pelo ato anulado também so nulos. Cassagio: extingue-se 0 ato administrativo quando seu beneficidrio descumpre as condigdes que permitiam a manutengo do ato e seus efeitos. Caducidade ou decaimento: ocorre a retirada de um ato administrativo se advir legislagdo que impega a permanéncia da situagdo anteriormente consentida, ou seja, 0 ato perde seus efeitos juridicos em virtude de norma superveniente contréria aquela que respaldava a pritica do ato. Quanto & nomenclatura desta extingiio em raziio de proibigiio da atividade antes permitida, os juristas utilizam os termos caducidade (Celso Anténio Bandeira de Mello) ou decaimento (Anténio Carlos Cintra do Amaral, Fabio Mauro de Medeiros, Marcio Camarosano, Régis de Oliveira e Silvio Luiz Ferreira da Rocha). + Contraposigio: emissio de ato administrative, com fundamento em competéncia diversa da que gerou 0 ato anterior, mas cujos efeitos so contrapostos ao dele) + Convalidagéo: no é espécie de extingio, mas sim 0 proceso de que se vale a administragio para aproveitar atos administrativos com vicios sandveis, de modo a confirmé-los no todo ou em parte. Convalidam-se tais atos pelos seguintes modos: 1. Retificagio: a autoridade que praticou o ato ou seu superior hierarquico decide sanar © ato invélido anteriormente praticado, suprindo a ilegalidade que o vicia; 2. Reforma ou conversio: © novo ato suprime a parte invalida do anterior, mantendo ‘sua parte valida. ‘TIPOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS E SUAS RESPECTIVAS DEFINICOES: + Decreto: a férmula pela qual o chefe do poder executivo expede atos de sua competéncia privativa (art. 84, CF). + Portaria: é a formula pela qual as autoridades de nivel inferior ao chefe do poder executivo, de contetido amplo, ditigido a subordinados e transmitindo decistes de efeito intemo. * Alvari: éa formula utilizada para expedigio de autorizagbes e licengas. ‘+ Instruciio: € a formula de expedigo de normas gerais de orientago interna das repartigdes. *+ Aviso: de utitizacdo restrita, s6 sto utilizados nos ministérios militares. + Circular: € a formula pela qual as autoridades superiores transmitem ordens uniformes a funcionérios subordinados. Veicula regras de carter concreto, ainda que geral, por abranger uma categoria de subaltemos encarregados de determinadas atividades. ‘+ Ordem de servigo: so veiculadas por via de circular. + Resoluedo: forma pela qual se exprime a deliberagiio de érpiios colegiados. * Parecer: opinido técnica de érgio de consulta. * Officio: s8o “cartas oficiais”, o meio de comunicago formal para os agentes administrativos. + Despacho: decisées finais ou intermediérias de autoridades, sobre a matéria submetida a sua apreciagéo. ESPECIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Admissio: € 0 ato administrative vinculado pelo qual o Poder Piblico, verificando a satisfaglo de todos os requisitos legais pelo particular, defere-Ihe determinada situagao juridica de seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso de habilitacdo. Na admissio, reunidas ¢ satisfeitas as condigdes previstas em lei, a Administragto é obrigada a deferir a pretensio do particular interessado. O direito a admissio nasce do atendimento dos pressupostos legais, que so vinculantes para o proprio poder que os estabelece. A invalidagko da admissto s6 se dar nos casos de ilegalidade no seu deferimento ou no auferimento da situago admitida ou, ainda, por interessa piblico superveniente, compondo-se eventuais prejuizos do prejudicado. ‘Anulagto: & a declarapto de invalidago de um ato administrativo ilegitimo ou ilegal, feta pela legalidade, diversamente da revogaco, que se funda em motivos de conveniéncia ou de ‘oportunidade e, por isso mesmo, é privativa da Administragfo. Desde que a Administrago reconhega que praticou um ato contrério ao Direito vigente, cumpre-Ihe anulé-lo, e quanto antes, Para restabelecer a legalidade administrativa. Se o nfo fizer, poder o interessado pedir a0 Judicidrio que verifique a ilegalidade do ato e declare sua invalidade, através da anulaco. Aprovagio: é 0 ato administrativo pelo qual o Poder Publico verifica a legalidade € o mérito de Outro ato ou de situagies ¢ realizagdes materiais de seus proprios Orgs, de outras entidades ou de Particulares, dependentes de seu controle, ¢ consente na sua execugo ou manutengo. Pode ser prévia ou subseqilente, vinculada ou discricionéria, consoante os termos em que € instituida, pois em certos casos limita-se 4 confrontagiio de requisitos especificados na norma legal e noutros entenderes a apreciagdo da opornunidade e conveniéncia. Atestados administrativos: so atos pelos quais a Administrag3o comprova um fato ou uma situago de que tenha conhecimento por seus Srgiios competentes. No se confunde atestado com a certidio. Porque esta reproduz. atos ou fatos constantes de seus arquivos, a0 passo que 0 atestado comprova um fato ou uma situagdo existente, mas ndo constante de livros, papéis ou documentos ‘em poder da Administragio. A certidiio destina-se’a comprovar fatos ou atos permanentes; 0 atestado presta-se & comprovagio de fatos on situagdes transeuntes; passiveis de modificagdes freqiientes. Ambos so atos enunciativos, mas de conteiido diferente. Atos administrativos enunciativos: so todos aqueles em que a Administrardo’se limita a certificar ou-a atestar um fato, ou emitir uma opinifo sobre determinado assinto, sem:se vincular ao seu enmciado. Dente os atos mais comuns desta espécie merocem mengio as certddes, os atestados ¢ os pareceres administrativos. ‘Atos administratives ‘normativos:.sio aqueles que contém um comandogeral do Executivo, visando & correta aplicacdo da lei. O objetivo imediato ‘de tais atos & explicitar’a norma legal a ser observada pela Administracio e pelos administradores. Esses atos: expressam: em minicia 0 ‘mandamento abstrato ‘da'lei, e 0-fazem com a mesma normatividade da régia législativa, embora sejam * manifestagSes::tipicamente administrativas.~.A essa categoria pertencem | os decretos regulamentares ¢ os regimentos, bem como’"as:resolugdes, deliberages e portarias ide contetido geral. Esses atos, por serem gerais ¢ abstratos, tém a mesma’ nomiatividade: da léi'€’ a ela se equiparam para fins de controle judicial, mas quando,sob a aparéneia de norma, individualizam situagdes ¢ impSem encargos especificos a administradores, so considerados de efeitos concretos € podem ser atacados ¢ invalidados direta e imediatamente por via judicial comum,ou por mandado de seguranga, se lesivos de direito individual Iiquido e certo. ‘Atos. administratives,ordinatérios: .sfo os que visam a disciplinar o funcionamento da ‘Administraclo .¢ a conduta funcional de seus agentes. Sfo_ provimentos, determinagBes. ou esclarecimentos que se enderegam aos servidores piblicos a fim de orienté-los no desempenho de suas atribuigdes. Tais atos emanam do poder hierarquico, razio pela qual podem ser expedidos por qualquer chefe de servigo aos seus subordinados, desde que 0 faga nos limites de sua competéncia. ‘S6 atuam no émbito interno das repartigSes € s6 alcangam os servidores hierarquizados a chefia que os expediu. Nao obrigam os particulares, nem os funcionérios subordinados a outras chefias. So atos inferiores a lei, ao decreto, ao regulamento e ao regimento. Nao criam, normalmente, direitos ou obrigagtes para os administrados, mas geram deveres e prerogatives para os agentes administrativos a que se dirigem. Atos administratives punitivos: sio os que contém uma sang#o imposta pela Administrado Aqueles que infringem disposigdes legais, regulamentares ou ordinatérias dos bens ou servigos primir as infragdes administrativas ou a conduta irregular dos servidores "Administragio, Os atos administrativos punitivos, como facilmente se percebe, podem ser de atuagdo intema ¢ extema. Intemamente, cabe 4 Administragio punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os servigos defeituosos através de sangdes estatutérias; extemamente, inoumbe-Ihe velar pela correta observancia das normas administrativas. Em ambos os casos as infragées ensejam punig&o, apés a apuragdo da falta em proceso administrativo regular ou pelos meios sumérios facultados ao Poder Piiblico. AutorizagSo: é 0 ato administrativo discriciondrio € precirio pelo qual o Poder Piblico torna possivel ao pretendente a realizago de certa atividade, servigo ou utilizago de determinados bens particulares ou piblicos, de seu exclusive ou predominante interesse, que a lei condiciona a aquiescéncia prévia da Administragio, tais como 0 uso especial de bem piblico, o porte de arma, o trnsito por determinados locais, etc. Na autorizacio, embora o pretendente satisfaga as exigéncias administrativas, 0 Poder Piiblico decide discricionariamente sobre a conveniéncia ou nao do ‘atendimento da pretensio do interessado ou da cessar3o do ato autorizado, diversamente do que ‘corre com a licenga ¢ a admissio, em que, satisfeitas as prescrigSes legais, fica a Administrago obrigada a licenciar ou a admitir. ‘Avisos: sfo atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos aos seus ministérios. Os avisos foram largamente utilizados no Império, chegando, mesmo, a extravasar de seus limites, para conter normas enderegadas 4 conduta dos particulares. Os avisos também podem ser atos destinados a dar noticia ou conhecimento de assuntos afetos @ atividade administrativa. Certidées administrativas: sio cépias ou fotocépias fiéis ¢ autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartigbes piilicas. Podem ser de inteiro teor, ‘ou resumidas, desde que expressem fielmente 0 que se contém no original de onde foram extraidas. Em tais atos o Poder Pablico no manifesta sua vontade, limitando-se a trasladar para o documento 1 ser fornecido ao interessado 0 que consia de seus arquivos. As certiddes administrativas, desde ue autenticadas, &m o mesmo valor probante do original, como documentos pablicos que sio (CC, art. 212, Il; CPC, arts. 364 e 365, IM). Cireulares: so ordens escritas, de cardter uniforme, expedidas a determinados funciondrios ou agentes administrativos incumbidos de certo servigo, ou do desempenho de certas atribuigSes em circunstincias especiais. So atos de menor generalidade que instrugdes, embora colimem o mesmo objetivo: 0 ordenamento do servigo. Decretos: em sentindo proprio € restrito, so atos administrativos da competéncia exclusiva dos Chefes do Executivo, destinados a prover situagBes gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explicto ou implicito, pela legislagii. Comumente, o decreto é normativo ¢ geral, podendo ser especifico ou individual. Como ato administrativo, 0 decreto esti sempre em situaco inferior & lei e, por isso mesmo, no a pode contrariar. O decreto geral tem, entretanto, # mesma normatividade da lei, desde que nfo ultrapasse a algada regulamentar de que dispbe 0 Executivo, DeliberagSes: so atos administrativos normativos ou decisérios emanados de érglos colegiados. vas, so atos gerais, quando decisérias, sto tos individuais, Aquelas so sempre expediu nfo pode contrarié-las nas decisdes subsequentes: uma deliberago normativa s6 se revoga ou modi il normativa; nunca por uma deliberagéo individual do mesmo érglo. As deliberagBes devem sempre Gbeditncia ao regulamento ¢ 20 regimento que houver para a organizagdo ¢ funcionamento do pablicos. Visam punir e rej ‘ou dos particulares perante a. colegiado. Quando expedidas em conformidade com as normas superiores so vinculantes para a Administragao ¢ podem gerar direitos subjetivos para seus beneficidrios. Despachos administrativos: sio decisies que as autoridades executivas (ou legislativas & Judicidrias, em fungdes administrativas) proferem em papéis, requerimentos € processos sujeitos 4 ‘sua apreciago. Tais despachos nio se confundem com as decis6es judiciais, que so as que os Juizes ¢ tribunais de Poder Judiciério proferem no exercicio da jurisdigio que lhes € conferida pela Soberania Nacional. O despacho administrative, embora tenha forma e conteiido jurisdicional, ndo deixa de ser um ato administrativo, como qualquer outro emanado do Executivo. Despacho normativo: é aquele que, embora proferido em caso individual, a autoridade competente determina que se aplique aos casos idénticos, passando a vigorar como norma intema, da ‘Administracdo para as situagdes andlogas subseqentes. Dispensa: é 0 ato administrativo exime o particular do cumprimento de determinada obrigagio até entdo exigida pé lei, como, p. ex., a prestacao do servigo militar. E, normalmente, ato discricionario, mas inconfundivel com a autorizag3o, porque esta possibilita 0 desempenho de certa atividade, ao asso que a dispensa libera o interessado de determinada situago ou da pritica de certo ato. Estatuto:: conjunto de normas em torno das quais devem girar todas as atividades de um érgao, associagiio ou ségmento social a que ele se re fira. Regula direitos, deveres obrigagses. Homologasio: € 0 ato administrative de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e a conveniéncia de ato anterior da propria Administiag30, de outra entidade ou de Particular, para dar-Ihe eficdcia. O ato depende de homologagao é inoperante enquanto nio a recebe. ‘Como ato de simples controle, a’ homologasio nao’ permite alteragdes no ato controlado pela autoridade homologante, que apenas pode confirmé-lo oui rejeité-lo, para que a imegularidade seja comigida ‘por quem’.a praticou. ato homologado’ tomna-se eficaz desde 0 momento’ da homologaro, mas pode ter seus efeitos contidos por cléusula ou condigao suspensiva constante do proprio ato ou da natureza do negécio juridico que ele encerra. Instrugées: so ordens escritas € gerais a respeito do modo e forma de execugo de determinado servigo piblico, expedidas pelo superior hierérquico com o escopo de orientar os subalternos no desempenho das atribuigdes que thes estio afetas e assegurar a unidade de ago no. organismo administrativo. As instrugSes no podem contrariar a lei, o decreto, o regulamento, 0 regimento ou o estatuto do servigo, uma vez que sio atos inferiores, de mero ordenamento administrativo intemo. Por serem intemos, nao aleancam os particulares nem Ihes imp3em conhecimento e observancia, ‘apenas como ordens hierdrquicas de superior a subaltemo. Instrugées Normativas: ou regulamentares, so atos administrativos expedidos pelos Ministros de Estado para a execugio das leis, decretos e regulamentos (CF, art. 87, pardgrafo tinico, TI), mas so também utilizadas por outros érgiios superiores para o mesmo fim. Licenga: € 0 ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual o Poder Piblico, verificando que 0 i ncias legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a ealizagdo de fatos materiais antes vedados ao particular, como, p. ex., 0 exercicio de uma profisso, 8 construgo de um edificio em terreno proprio. A licenga resultado de um direito subjetivo do interessado, razo pela qual a Administrago no pode negé-la quando o requerente satisfaz todos os Tequisitos legais para sua obtengio, e, uma vez expedida, traz a presungiio de definitividade. Sua invalidagao sé pode ocorrer por ilegalidade na expedigao do alvaré, por descumprimento do titular ina execugdo da atividade ou por interesse piblico superveniente, caso em que se impde a correspondente indenizagéo. A licenga nfo se confunde com a autorizagdo, nem com a admissio, nem com a permissio, Oficios: so comunicagBes escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos ¢ superiores ¢ entre Administragao ¢ particulares, em carter oficial. Os oficios tanto podem conter matéria administrativa como social. Diferem os oficios dos requerimentos e peti¢des, por conterem aqueles uma comunicago ou um convite, a passo que estes encerram sempre uma pretensao do particular & Ordens de servigo: so determinagées especiais dirigidas aos responséveis por obras ou servigos piblicos autorizando sei inicio, ou contendo imposigdes de caréter administrativo, ou especificagbes técnicas sobre © modo e forma de sua realizagio. Podem, também, conter autorizagdo para a admissio de operarios ou artifices (pessoal de obra), a titulo precéirio, desde que haja verba votada para tal fim. Tais ordens comumente so dadas em simples memorando da Administragao para inicio de obra ou, mesmo, para pequenas contratagBes. Pareceres administrativos: so manifestagbes de érgdos técnicos sobre assuntos submetidos sua considerago. O parecer tem cardter meramente opinativo, no vinculando a Administrago ou os particulares & sua motivago ou conclusdes, salvo se aprovado por ato subseqiiente. J4, entio, o que subsiste como ato administrativo nfo ¢ 0 parecer, mas, sim, 0 ato de sua aprovardo, que poderé revestir a modalidade normativa, ordinatéria, negocial ou punitiva. Permissio: é 0 ato administrativo negocial, discriciondrio © precério, pelo qual o Poder Piiblico faculta a0 particular a execugio de servigos de interesse coletivo, ou 0 uso especial de bens péblicos, a titulo gratuito ou remunerado, nas condigies estabelecidas pela Administragao. E admissivel a permissio condicionada, ou seja, aquela em que o proprio Poder Piblico autolimita-se na faculdade discricionéria de revogé-la a qualquer tempo, fixando em norma legal o prazo de sua vigéncia e/ou assegurando outras vantagens ao permissionirio, como incentivo para a execuglo do servigo. Assim, reduzem-se a discricionariedade ¢ a precariedade da permissio as condigées legais de sua outorga. Portarias: s80 atos administrativos internos pelos quais os chefes de érgiios, repartigbes ou servigos expedem determinagSes gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores para fungdes ¢ cargos secundérios. Por portaria também se iniciam sindic&ncias e processos administrativos. Em tais casos a portaria tem fungo assemelhada a da deniincia do processo penal. ‘As portarias, como os demais atos administrativos intemos, nfo atingem nem obrigam 20s particulares, pela manifesta razlio de que os cidadfos nfo estiio sujeitos ao poder hierérquico da Administragiio Piblica. Nesse sentido vem decidindo o STF. Protocolo administrative: é 0 ato negocial pelo qual o Poder Piblico acerta com o particular a realizago de determinado empreendimento ou atividade ou a abstengio de certa conduta, no interesse reciproco da Administragtio e do administrado signatério do instrumento protocolar. Esse ato & vinculante para todos que o subscrevem, pois gera obrigagdes ¢ direitos entre as partes. E ‘sempre um ato biface, porque de um lado esté a manifestago de vontade do Poder Piblico, sujeita 20 Direito Administrativo, e, de outro, a do particular, regida pelo Direito Privado. Regimentos: sto atos administrativos normativos de atuagio intema, dado que se destinam a reger © funcionamento de érgios colegiades © de corporagées legislativas, Como ato regulamentar intemo, o regimento 36 se dirige aos que devem executar o servigo ou realizar a atividade funcional \ regimentada, sem obrigar aos particulares em geral. Os regimentos destinam-se a prover funcionamento dos érgios da Administiagaio, atingindo unicamente as pessoas vinculadas & atividade regimental. O regimento geralmente € posto em vigéncia por resolugdes do drgao diretivo do colegiado ¢ pode dispensar publicagio, desde que se dé ciéncia de seu texto aos que esto sujeitos as suas disposigdes. Mas € de toda conveniéncia seja publicado, para maior conhecimento de suas normas ¢ efeitos. que reflexamente possam interessar a todos 05 suj ne ladaos. Para os agentes ys 4s normas regimentais, 0 regimento € a lei da casa € sua violagdo pode dar ensejo 4 invalidagao do ato anti-regimental, desde que lesiva ou de decreto regulamentar. Regulamentos: so atos administrativos, postos em vigéncia por decreto, para especificar os ‘mandamentos da lei ou prover situagdes ainda nao disciplinadas pé lei. O regulamento, embora nao possa modificar a lei, tem a missdo de explicd-la e de prover sobre miniicias ndo abrangidas pela norma geral editada pelo Legislativo. Como ato inferior a lei, o regulamento nao pode contrarié-la ou ir além do que ela permite. No que regulamento inftingir ou extravasar da lei. ¢ irrito € nulo. por caracterizar situagao de ilegalidade Rentincia administrativa: é 0 ato pelo o qual o Poder Piblico extingue unilateralmente um crédito ‘ou um direito proprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administragao. A renincia tem caréter abdicativo e, por isso, no admite condi¢ao ¢ € irreversivel, uma vez consumada. Tratando-se de rentincia por parte da Administragdo, depende sempre de lei autorizada, porque importa o despojamento de direitos que extravasam dos poderes comuns do administrador piiblico. Resolugdes: sio atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (mas nao pelo Chefe do Executivo, que s6 deve expedir decretos) ou pelos presidentes de tribunais, Gra3os legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar matéria de sua competéncia specifica. As resolugdes, normativas ou individuais, sdo sempre atos inferiores ao regulamento € a0 regimento, no podendo inové-los ou contrarié-los, mas unicamente complementi-los € explicé-los. Seus efeitos podem ser internos ou externos, conforme 0 campo de atuaglio da norma ou os destinatarios da providéncia concreta. Revogagaio: é a supressdo de um ato discricionério legitimo ¢ eficaz, realizada pela Administragio, ‘e somente por ela, por nao mais Ihe convir sua existéncia. Toda revogagio pressupée, portanto, um ato legal e perfeito, mas inconveniente a0 interesse piblico. Se 0 ato for ilegal ou ilegitimo no ‘ensejara revogacao. mas, sim, anulagio. A revogacdo funda-se no poder discricionario de que dispde a Administragdo para rever sua atividade interna e encaminhé-la adequadamente a realizagdo de seus fins especificos. Essa faculdade revogadora ¢ reconhecida ¢ atribuida ao Poder Piblico. como implicita na fungdo administrativa. E, a nosso ver, uma justiga interna, através da qual a ‘Administragao ajuiza da conveniéncia, oportunidade ¢ razoabilidade de seus proprios atos, para manté-los ou invalidi-los segundo as exigéncias do interesse piiblico, sem necessidade do contraditério. Em principio, todo ato administrativo discriciondrio revogivel, mas motivas dbvios de interesse na estabilidade das relagdes juridicas ¢ de respeito aos direitos adquirides pelos particulares afetados pelas atividades do Poder Piblico impdem certos limites ¢ restrigées a essa faculdade da Administracio. Visto: é 0 ato administrative pelo qual o Poder Pablico controla outro ato da propria Administragio ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal para dar-Ihe exeqiibilidade. Nao se confunde com as espécies afins (aprovagaio, autorizagao, homologagio). porque nestas ha exame de mérito em certos casos operam como ato independente. ao passo que o visto incide sempre sobre um 310 anterior € nao alcanga seu conteado. E ato vinculado, mas na pritica tem sido desvirtuado para o exame discriciondrio, como ocorre com o visto em passaporte, que € dado ou negado ao alvedrio das autoridades consulares. Fonte: http:/Megislecao.ufsc.br/glossario/ Referencias: MEIRELLES, H. L; AZEVEDO, E. A; ALELXO, D. Paulo: Malbeiros Editores, 201 UNIVERSIDADE DE SAO PAULO. Glossirio de Espécies/Formatos ¢ Tipos Documentais da Universidade de Sto Paulo. Sio Paulo, 1997. Disponivel em: http://www.usp.br/sausp/sestao/download/elossario.pdf. Acesso em: 22Nov2011. ; FILHO, J. E, B, Direito administrativo brasileiro. 37.ed. Sdo

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