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Código Logístico
ISBN 978-65-5821-059-7
SEGURANÇA PRIVADA
CLAUDIONOR AGIBERT
Segurança Privada
Claudionor Agibert
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: VectorCookies/Washdog/johavel/Shutterstock
Agibert, Claudionor
Segurança privada / Claudionor Agibert. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE,
2021.
108 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-059-7
4 Escoltas 66
4.1 Prestação do serviço de escoltas 66
4.2 Escoltas armadas 71
4.3 Escoltas desarmadas 77
5 Situações críticas 84
5.1 Contextualização 84
5.2 Prevenção de situações críticas 89
5.3 Plano de contingência 97
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• conhecer os aspectos gerais sobre segurança privada e sua
contextualização no Brasil e no mundo;
• conhecer os critérios, requisitos e conteúdos para seleção,
recrutamento e treinamento dos profissionais.
Aspectos introdutórios 9
1.1 Segurança privada no mundo
Vídeo A segurança privada tem raízes muito antigas, ainda que possa-
mos considerar que, de maneira mais estruturada e profissionaliza-
da, é um fenômeno relativamente recente. Nesse sentido, no artigo
“A brief history of private security” (em português, Uma breve his-
tória da segurança privada), Robinson (2021) faz uma abordagem
bastante completa sobre a atividade de segurança privada ao longo
da história, asseverando que:
a segurança privada existe há bastante tempo. Agentes de se-
gurança privada protegeram imperadores de seus assassinos
e castelos de ataques bárbaros. Os profissionais modernos
de segurança privada protegem pessoas e propriedade. O au-
mento da criminalidade e das ameaças de segurança fizeram
com que as companhias privadas de segurança se multiplicas-
sem nos tempos modernos. Há uma longa história de suces-
so por trás delas e são necessárias agora mais do que nunca.
(ROBINSON, 2021, tradução nossa)
10 Segurança Privada
Disputas de território e poder por todos os cantos do globo são
ilustrações da atividade de segurança privada, por exemplo, os ata-
ques das forças mongóis à China que, inclusive, como forma de
proteção, construiu a famosa Muralha, ou os exércitos japoneses Série
compostos pelos famosos samurais.
(ROBINSON, 2021). Diante desse cenário, em 1748, Henry Fielding Direção: Stephen Scott. Canadá/
EUA: Netflix, 2021.
propôs a criação de uma força de segurança profissional. Essa ten-
dência foi seguida por outros países e, em 1850, foi criada a famo-
sa empresa de segurança privada Pinkerton, ainda em atividade, ou
seja, há cerca de 171 anos!
Aspectos introdutórios 11
Saiba mais Outros detetives se sucederam investigando casos para os quais
Conheça um pouco mais as agências policiais não tinham condições, além de prover seguran-
sobre a emblemática
história de Jesse James, ça particular armada. A agência americana Pinkerton, por exemplo,
criminoso rastreado pela buscou e rastreou criminosos como Jesse James e Sundance Kid.
agência Pinkerton.
Disponível em: https://mundoedu- Sherman (2017) aponta que os primeiros detetives trabalhavam
cacao.uol.com.br/historia-america/ com casos de infidelidade, pessoas desaparecidas e fraudes em
jesse-james.htm. Acesso em: 29
jun. 2021. seguros.
12 Segurança Privada
Figura 1
Objetivos 5, 11 e 16 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável
Trata dos bem conhecidos fatores de conflito, injustiça e insegurança ao fazer com que os
Estados se comprometam em promover sociedade pacíficas e inclusivas, em prover acesso
à justiça para todos, e construir responsáveis, inclusivas e eficientes instituições em todos
os níveis. Um setor de segurança fragilizado e pouco eficiente é fator de contribuição para
conflitos, injustiça e insegurança, e para resolver esses problemas é necessário fazer com
que o setor de segurança seja eficiente, responsável sob uma governança técnica, estado de
Direito e o respeito pelos direitos humanos.
Aspectos introdutórios 13
Inclusive, há um capítulo da ASIS International no Brasil que fomenta
as atividades da organização, realiza encontros educativos, como semi-
nários, workshops e similares, além de atuar no processo de certificação.
14 Segurança Privada
feita por empresas privadas abriu espaço legal e incentivo para
o desenvolvimento do mercado, tornando-se negócio lucrativo
para empresários de setores diversos, e também para ex-poli- Vídeo
ciais e integrantes das forças armadas, que detinham o conhe- O vídeo A Importância
cimento técnico e proximidade com especialistas em segurança. da Segurança Privada no
Brasil, publicado no canal
Vigilante QAP, apresenta,
Podemos perceber, assim, que a segurança privada no Brasil tem
de maneira objetiva, uma
como embrião a segurança de instalações bancárias, de acordo com o perspectiva interessante
sobre a atividade no
determinado pelo Decreto-Lei n. 1.034/1969:
território brasileiro.
Disponível em: https://youtu.be/
Art. 1º. É vedado o funcionamento de qualquer dependên- PkpndFOONLc. Acesso em: 29 jun.
2021.
cia de estabelecimento de crédito, onde haja recepção de
depósitos, guarda de valores ou movimentação de numerá-
rio, que não possua, aprovado pela Secretaria de Seguran-
ça ou Chefatura de Polícia o respectivo Estado, dispositivo
de segurança contra saques, assaltos ou roubos, na forma
preceituada neste Decreto-lei. Parágrafo único. Os estabele-
cimentos referidos no artigo anterior compreendem as ins-
tituições bancárias, as caixas econômicas, e as cooperativas
de crédito que funcionem em lojas. Art. 2º Os estabelecimen-
tos de que trata o artigo anterior deverão adotar - no prazo
máximo de um ano, contado do início da vigência deste De-
creto-lei - dispositivo de segurança contra roubo e assaltos,
que consistirá obrigatoriamente, em: I - Vigilância ostensiva,
realizada por serviço de guarda composto de elementos sem
antecedentes criminais, mediante aprovação de seus nomes
pela Polícia Federal, dando-se ciência ao Serviço Nacional
de Informações; II - Sistema de alarme, com acionadores
em diversos locais do estabelecimento e em comunicação
direta com a Delegacia, Posto Policial, agência bancária ou
estabelecimento de crédito mais próximo. § 1º Caberá à au-
toridade policial competente vistoriar os estabelecimentos
de crédito sob sua jurisdição, encaminhando ao Banco Cen-
tral do Brasil, sempre que julgar necessário, relatório sobre a
observância do disposto neste Decreto-lei, indicando as pro-
vidências complementares que julgar cabíveis. § 2º O funcio-
namento de qualquer unidade bancária, agência ou filial de
estabelecimento de crédito, inclusive reinstalação em novo
local, dependerá de vistoria e aprovação prévias, na forma
prevista no parágrafo anterior. § 3º Mediante prévia aprova-
ção do Ministro da Justiça, o Banco Central do Brasil, quando
julgar conveniente, poderá determinar outros requisitos de
(Continua)
Aspectos introdutórios 15
segurança, além dos mencionados nos incisos I e II deste arti-
go, tendo em vista, inclusive, os relatórios a que se refere o §
1º. Art. 3º A dependência de estabelecimento de crédito que
não atender às exigências deste Decreto-lei, terá interditado
o seu funcionamento pelo Banco Central do Brasil, a menos
que seja comprovada a existência de razões imperiosas que
tenham impedido seu cumprimento e haja motivos que jus-
tifiquem plenamente a dilação do prazo para sua efetivação.
Art. 4º Os estabelecimentos de crédito manterão a seu ser-
viço, admitidos diretamente ou contratados por intermédio
de empresas especializadas, os elementos necessários à sua
vigilância, podendo organizar serviço especial para esse fim,
mediante aprovação do Ministro da Justiça, ou, quando se
tratar de serviço local, do Secretário de Segurança ou Chefe
de Polícia. § 1º A Polícia de cada Estado deverá ministrar ins-
truções especiais aos elementos de segurança dos estabe-
lecimentos de crédito e elaborar recomendações para sua
atuação conjugada com a dos órgãos policiais locais. § 2º
Os elementos de segurança dos estabelecimentos de crédi-
to, quando em serviço, terão as prerrogativas de policiais.
(BRASIL, 1969)
16 Segurança Privada
Art. 1º. É vedado o funcionamento de qualquer estabeleci-
mento financeiro onde haja guarda de valores ou movimenta-
ção de numerário, que não possua sistema de segurança com
parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério
da Justiça, na forma desta lei. § 1o Os estabelecimentos finan-
ceiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou
privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associa-
ções de poupança, suas agências, postos de atendimento, su-
bagências e seções, assim como as cooperativas singulares de
crédito e suas respectivas dependências. (BRASIL, 1983)
Podemos notar que o texto foi aprimorado para incluir bancos ofi-
ciais ou privados, além de demais postos de atendimento. Outro fator
relevante foi detalhar o significado de sistema de segurança:
Aspectos introdutórios 17
Art. 16. Para o exercício da profissão, o vigilante preencherá
os seguintes requisitos: I - ser brasileiro; II - ter idade mínima
de 21 (vinte e um) anos; III - ter instrução correspondente à
quarta série do primeiro grau; IV - ter sido aprovado, em curso
de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com
funcionamento autorizado nos termos desta lei; V - ter sido
aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico; VI
- não ter antecedentes criminais registrados; e VII - estar quite
com as obrigações eleitorais e militares. Parágrafo único - O
requisito previsto no inciso III deste artigo não se aplica aos
vigilantes admitidos até a publicação da presente Lei. Art. 17.
O exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no
Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresen-
tação dos documentos comprobatórios das situações enume-
radas no art. 16. (BRASIL, 1983)
18 Segurança Privada
identificação ou captura; ou IlI - cabina blindada com perma-
nência ininterrupta de vigilante durante o expediente para o
público e enquanto houver movimentação de numerário no
interior do estabelecimento. [...]
Art 5º. Vigilância ostensiva, para os efeitos deste Regulamento,
consiste em atividade exercida no interior dos estabelecimen-
tos e em transporte de valores, por pessoas uniformizadas
e adequadamente preparadas para impedir ou inibir ação
criminosa. Art 6º. O número mínimo de vigilantes adequado
ao sistema de segurança de cada estabelecimento financeiro
será definido no plano de segurança a que se refere o art.
2º, observados, entre outros critérios, as peculiaridades do
estabelecimento, sua localização, área, instalações e encaixe.
(BRASIL, 1983)
(Continua)
Aspectos introdutórios 19
numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos,
comuns ou especiais; III - escolta armada: atividade que visa
garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor,
incluindo o retorno da equipe com o respectivo armamen-
to e demais equipamentos, com os pernoites estritamente
necessários; IV - segurança pessoal: atividade de vigilância
exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física
de pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o respectivo
armamento e demais equipamentos, com os pernoites estri-
tamente necessários; e V - curso de formação: atividade de
formação, extensão e reciclagem de vigilantes. (BRASIL, 2012)
Gráfico 1
Quantidade de vigilantes com vínculos ativos – empresas especializadas e orgânicas por
região.
600.000 25.298
500.000
400.000
200.000
6.088
1.270 253.994
100.000 1.166 1.970
102.376
79.887 50.795
33.127
0
Região Norte Região Nordeste Região Sul Região Sudeste Região Brasil
Centro-Oeste
Especializadas Orgânicas
20 Segurança Privada
Outro dado que chama a atenção é a distribuição por gênero na
segurança privada. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (2020), do total de vigilantes no Brasil, apenas 9% são mulheres,
o que revela um mercado ainda desigual nesse quesito e que, portanto,
merece uma reflexão a respeito.
Tabela 1
Total de vigilantes aptos a trabalhar
Aspectos introdutórios 21
Dessa maneira, percebemos que a segurança privada tem expecta-
tiva de crescimento significativo, constituindo um importante segmen-
to da prestação de serviços especializados no Brasil.
22 Segurança Privada
Art. 74. O exercício da atividade de curso de formação, cuja
propriedade e administração são vedadas a estrangeiros,
dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o preen-
chimento dos seguintes requisitos: I - possuir capital social in-
tegralizado mínimo de 100.000 (cem mil) UFIR; II - comprovar
a idoneidade dos sócios, administradores, diretores, gerentes
e empregados, mediante a apresentação de certidões negati-
vas de registros criminais expedidas pela Justiça Federal, Esta-
dual e Militar dos Estados e da União, onde houver, e Eleitoral;
e III - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas me-
diante certificado de segurança, observando-se: a) uso e aces-
so exclusivos ao estabelecimento, separado das instalações
físicas de outros estabelecimentos e atividades estranhas à
atividade autorizada; b) dependências destinadas ao setor
administrativo; c) local seguro e adequado para a guarda de
armas e munições, construído em alvenaria, sob laje, com um
único acesso, com porta de ferro ou de madeira, reforçada
com grade de ferro, dotada de fechadura especial, além de
sistema de combate a incêndio nas proximidades da porta de
acesso; d) vigilância patrimonial ou equipamentos elétricos,
eletrônicos ou de filmagem, funcionando ininterruptamente;
e) no mínimo três salas de aula adequadas, possuindo capaci-
dade mínima para formação mensal simultânea de sessenta
vigilantes, limitando-se o número de quarenta e cinco alunos
por sala de aula, ressalvado o disposto no art. 79, inciso VI; f)
local adequado para treinamento físico e de defesa pessoal,
observado o art. 76, §2.º ; g) sala de instrutores; h) estande
de tiro próprio ou de outra instalação da empresa na mesma
unidade da federação ou convênio com organização militar,
policial, curso de formação ou clube de tiro; e g) caso possua
máquina de recarga, o local específico para a guarda da má-
quina e petrechos pode ser o mesmo utilizado para a guar-
da de armas e munições, desde que a pólvora e as espoletas
sejam armazenadas separadamente, sem contato entre si ou
com qualquer outro produto. §1.º Possuindo estande de tiro
próprio, sua aprovação e autorização pela Delesp ou CV de-
penderão da observância das seguintes especificações e dis-
positivos de segurança: I - distância mínima de dez metros da
linha de tiro até o alvo; II - quatro ou mais boxes de proteção,
com igual número de raias sinalizadas; III - para-balas dis-
posto de maneira que impeça qualquer forma de ricochete;
e IV - sistema de exaustão forçada e paredes revestidas com
(Continua)
Aspectos introdutórios 23
proteção acústica, quando se tratar de recinto fechado locali-
zado em área urbana. §2.º O objeto social da empresa deverá
estar relacionado, somente, às atividades de curso de forma-
ção. § 3.º A autorização para o funcionamento de curso de
formação inclui a possibilidade de realização do serviço de
vigilância patrimonial de suas próprias instalações. §4.º As
empresas que desejarem constituir filial na mesma unidade
da federação onde houver um estabelecimento da empresa
já autorizado, não necessitarão de nova autorização do Coor-
denador-Geral de Controle de Segurança Privada, ficando, no
entanto, obrigadas a proceder conforme o art. 6.º. §5.º No
caso do § 4.º , a filial poderá possuir suas próprias armas, mu-
nição e máquina de recarga ou utilizar as da outra instalação
da empresa na mesma unidade da federação, cujo estande
deverá ser utilizado. (BRASIL, 2012)
24 Segurança Privada
§ 1.º Os exames de saúde física e mental e de aptidão psicoló-
gica serão renovados por ocasião da reciclagem do vigilante,
às expensas do empregador. § 2.º O exame psicológico será
aplicado por profissionais previamente cadastrados no DPF,
conforme normatização específica. § 3.º Os vigilantes aptos a
exercer a profissão terão o registro profissional em sua Car-
teira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, a ser executa-
do pela Delesp ou CV, por ocasião do registro do certificado
de curso de formação, com o recolhimento da taxa de regis-
tro de certificado de formação de vigilante. (BRASIL, 2012)
(Continua)
Aspectos introdutórios 25
§4.º A frequência e avaliação seguirão as regras estabeleci-
das em cada programa de curso constante nos anexos desta
Portaria. §5.º O candidato aprovado fará jus ao certificado
de conclusão do curso, que deverá ser registrado pela De-
lesp ou CV para ser considerado válido em todo o território
nacional. §6.º O curso de formação habilitará o vigilante ao
exercício da atividade de vigilância patrimonial e os cursos de
extensão prepararão os candidatos para exercerem as ativi-
dades específicas de transporte de valores, escolta armada
e segurança pessoal. §7.º Os cursos de formação, extensão e
reciclagem são válidos por dois anos, após o que os vigilantes
deverão ser submetidos a curso de reciclagem, conforme a
atividade exercida, às expensas do empregador. §8.º O curso
de extensão em equipamentos não letais I é requisito para a
utilização pelo vigilante, dos equipamentos descritos no art.
114, §10, bem como para a inscrição no curso de extensão
em equipamentos não letais II. §9.º O curso de extensão em
equipamentos não letais II é requisito para a utilização pelo
vigilante dos equipamentos descritos no art. 114, §11. §10. A
participação nos cursos de extensão em equipamentos não
letais I e II e no curso de extensão em segurança para grandes
eventos, não vale como início ou renovação da contagem de
tempo de formação ou reciclagem de vigilante. (BRASIL. 2012)
26 Segurança Privada
des empresas, exige-se domínio de línguas estrangeiras, para facilitar
o atendimento de clientes e permitir melhor abrangência e desenvolvi-
mento do negócio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A segurança privada tem evoluído significativamente ao longo do tem-
po, mas nos últimos anos houve um acentuado aumento dos segmentos
de atuação, tendo em vista a evolução tecnológica, a complexidade das
relações e os novos fenômenos sociais.
Nesse sentido, observamos maiores demandas tanto para as empre-
sas de segurança privada quanto para serviços individuais, como detetives
particulares, técnicos em segurança cibernética e outros.
Aspectos introdutórios 27
Isso porque a modernidade trouxe inúmeros avanços, mas também
novas ameaças, potencializando a vulnerabilidade das pessoas em geral
que, por sua vez, acabam se preocupando com a prevenção e até mesmo
com a repressão, procurando, assim, profissionais com maior intensidade.
Sob essa ótica, podemos notar que o mercado da segurança privada
tende a crescer exponencialmente e que, por causa disso, verifica-se pro-
funda alteração legislativa no Brasil, tornando mais moderna, dinâmica
e atual a abordagem, o que dará mais robustez, estrutura e organização
para a atividade.
ATIVIDADES
1. Há registros de atividade de segurança privada na Antiguidade? Em
Vídeo
caso positivo, cite dois exemplos.
REFERÊNCIAS
ASIS INTERNATIONAL. Join ASIS, 2021. Disponível em: https://www.asisonline.org/
membership/join/. Acesso em: 29 jun. 2021.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5
out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.
htm. Acesso em: 29 jun. 2021.
BRASIL. Decreto n. 89.056, de 24 de novembro de 1983a. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 25 nov. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/antigos/d89056.htm. Acesso em: 29 jun. 2021.
BRASIL. Decreto-Lei n. 1.034, de 21 de outubro de 1969. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 21 out. 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/1965-1988/Del1034.htm. Acesso em: 29 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983b. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 21 jun. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7102.
htm. Acesso em: 29 jun. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento de Polícia Federal. Portaria n. 3.233, de 10
de dezembro de 2012. Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de Segurança
Privada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jun. 2013. Disponível em: https://www.
gov.br/pf/pt-br/assuntos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/portarias/
portaria-3233-2012-2.pdf/view. Acesso em: 29 jun. 2021.
CABRAL, I. O que é deepfake? Inteligência artificial é usada pra fazer vídeo falso. TechTudo, 28
jul. 2018. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/07/o-que-e-deepfake-
inteligencia-artificial-e-usada-pra-fazer-videos-falsos.ghtml. Acesso em: 29 jun. 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública,
2020. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/10/
anuario-14-2020-v1-interativo.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021.
28 Segurança Privada
ROBINSON, R. A Brief History Of Private Security. Trust Security & Fire Watch, 2021. Disponível
em: https://protectedbytrust.com/2019/02/10/a-brief-history-of-private-security/. Acesso
em: 29 jun. 2021.
SHERMAN, F. The history of private security. Bizfluent, 26 set. 2017. Disponível em: https://
bizfluent.com/about-5418822-history-private-security.html. Acesso em: 29 jun. 2021.
SOUSA, R. G. Jesse James. Mundo Educação, 2021. Disponível em: https://mundoeducacao.
uol.com.br/historia-america/jesse-james.htm. Acesso em: 29 jun. 2021.
WHAT we do. DCAF, 2021. Disponível em: https://dcaf.ch/what-we-do. Acesso em: 29 jun.
2021.
ZANETIC, A. A Segurança Privada no Brasil: alguns aspectos relativos às motivações,
regulação e implicações sociais do setor. Rev. Bras. Adolescência e Conflitualidade, v. 3,
p. 51-70, 2010. Disponível em: https://revista.pgsskroton.com/index.php/adolescencia/
article/view/224/210. Acesso em: 29 jun. 2021.
Aspectos introdutórios 29
2
Planejamento de medidas
de segurança privada
A segurança privada desenvolveu-se ao longo do tempo como serviço
altamente especializado, exigindo cada vez mais o devido preparo, trei-
namento e capacitação dos profissionais. Dessa maneira, como atividade
específica, precisa ter formatação, sistemática e dinâmica próprias, que
incluem, por óbvio, uma estrutura acadêmica de constituição e delimi-
tação dos aspectos fundamentais, permitindo seu aperfeiçoamento e a
consequente evolução.
Sob essa perspectiva, a segurança privada possui conceitos básicos,
para facilitar a compreensão da disciplina, bem como procedimentos pré-
vios, com finalidade preventiva e repressiva, como a análise de risco e o
plano de segurança. Assim, neste capítulo serão abordadas as questões
sobre os conceitos básicos, a análise de risco e os planos de segurança.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• compreender os conceitos básicos da segurança privada;
• realizar análise de riscos;
• elaborar planos de segurança.
30 Segurança Privada
É necessário esclarecer que há basicamente dois tipos de prestação Vídeo
de serviços de segurança privada: por empresas de segurança privada O vídeo A História da Segu-
rança Privada, de autoria
especializadas e por empresas de qualquer segmento que possuam de Edirlan S. de A. Silva,
serviços orgânicos de segurança privada. comenta as origens da
segurança privada.
Sobre o tema, José Sérgio Marcondes (2016) ensina que empresas
Disponível em: https://youtu.be/
especializadas em segurança privada são aquelas pessoas jurídicas de
toii2YS4c1c. Acesso em: 17 jun. 2021.
direito privado devidamente autorizadas pelos órgãos competentes
para realizar a vigilância patrimonial, transporte de valores, escolta ar-
mada, segurança pessoal e cursos de formação.
(Continua)
Segurança pessoal Atividade de vigilância exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física de pes-
privada soas.
Curso de formação, Atividade de formação, extensão e reciclagem de vigilantes, executadas por escolas cre-
extensão e reciclagem denciadas junto à Polícia Federal.
32 Segurança Privada
E, por fim, também constituem atividades de segurança privada
os procedimentos, métodos e processos para a formação e qualifi-
cação de profissionais.
(Continua)
34 Segurança Privada
privada, profissional especializado, de nível superior, res-
ponsável pela: a) análise de riscos e definição e integração
dos recursos físicos, humanos, técnicos e organizacionais
a serem utilizados na mitigação de riscos; b) elaboração
dos projetos para a implementação das estratégias de
proteção; c) realização de auditorias de segurança em or-
ganizações públicas e privadas; e d) execução do serviço a
que se refere o inciso XI do caput do art. 5º, na forma do
regulamento; II - vigilante supervisor, profissional habi-
litado encarregado do controle operacional dos serviços
prestados pelas empresas de serviços de segurança; III -
vigilante, profissional habilitado responsável pela execu-
ção: a) dos serviços de segurança privada previstos nos
incisos I, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e XII do caput do art. 5º; e 20
b) da segurança física de pessoas e do patrimônio de es-
tabelecimento de qualquer porte, sendo encarregado de
observar, inspecionar e fiscalizar suas dependências, con-
trolar o fluxo de pessoas e gerenciar o público em eventos
em que estiver atuando; IV - supervisor de monitoramen-
to de sistema eletrônico de segurança, profissional habi-
litado encarregado do controle operacional dos serviços
de monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança;
V - técnico externo de sistema eletrônico de segurança,
profissional habilitado encarregado de prestar os servi-
ços de inspeção técnica decorrente dos sinais emitidos
pelos equipamentos das empresas de sistemas eletrôni-
cos de segurança, mencionadas no inciso VI do caput do
art. 5º, vedados, em qualquer situação, o porte de arma
de fogo, a intervenção direta na ocorrência delituosa e a
realização de revistas pessoais; e VI - operador de sistema
eletrônico de segurança, profissional habilitado encarre-
gado de realizar o monitoramento de sistemas de alarme,
vídeo, raios X, scanners e outros equipamentos definidos
em regulamento, vedados, em qualquer situação, o porte
de arma de fogo e a realização de revistas pessoais.
Portanto, será considerado como ativo tudo o que possua valor po-
sitivo para a companhia; como ameaça, qualquer coisa que possa com-
prometer esse ativo; e, como vulnerabilidade, qualquer condição que
permita que essa companhia possa ser alvo de uma ameaça.
36 Segurança Privada
Pode-se perceber, portanto, que há uma enormidade de riscos
diferentes que podem pairar sobre uma companhia ou organização,
englobando tentativas específicas como fraude, furto, vandalismo, sa-
botagem, explosão, incêndio premeditado, agressão, estupro, roubo,
extorsão, sequestro, latrocínio e homicídio (MARCONDES, 2020).
imGhani/Shutterstock
Processo de busca, reconhecimento
Identificação e descrição dos riscos.
do risco
38 Segurança Privada
Na sequência do processo, faz-se uma análise das vulnerabilida-
des e das consequências da ocorrência das ameaças (sob a perspec-
tiva de danos materiais ou pessoais).
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Muito facilmente Facilmente Sem muitas Dificilmente Muito dificilmente
dificuldades
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
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Perturbações Perturbações leves Perturbações Perturbações Perturbações
muito leves limitadas graves muito graves
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
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De caráter De caráter local De caráter De caráter De caráter
individual regional nacional internacional
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
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Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
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Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
40 Segurança Privada
Na fase de avaliação do risco serão calculadas algumas variáveis, como
a magnitude, a probabilidade e a grandeza do risco (GLOBALSEG, 2017):
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
Magnitude do risco (C)
Importância do risco: I = F S
Danos ocasionados: D = P E
Magnitude do risco: C = I + D
Probabilidade (PR)
Probabilidade: PR = A V
Vlad Ra27/Shutterstock
Evolução do risco Classe do risco
Vídeo
Após essa classificação poderão ser oferecidas recomendações O vídeo Análise de Riscos
para a adoção de medidas preventivas e/ou repressivas, voltadas a fa- na Segurança Privada, de
autoria de Garcia Gartielli,
zer frente aos riscos definidos. mostra uma abordagem
interessante sobre essa
Independentemente do método utilizado, a análise de risco é importante fase do
muito importante para a definição de protocolos, para a padroni- planejamento.
42 Segurança Privada
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimen-
to financeiro onde haja guarda de valores ou movimento de
numerário, que não possua sistema de segurança com pare-
cer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da
Justiça, na forma deste Regulamento. Parágrafo único. Os esta-
belecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem
bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de
crédito, associações de poupança, suas agências, subagências
e seções. Art. 2º O sistema de segurança será definido em
um plano de segurança compreendendo vigilância ostensiva
com número adequado de vigilantes, sistema de alarme e pelo
menos mais um dos seguintes dispositivos: I - equipamentos
elétricos, eletrônicos e de filmagens instalados de forma a per-
mitir captar e gravar as imagens de toda movimentação de
público no interior do estabelecimento; Il - artefatos que retar-
dem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição, iden-
tificação ou captura; ou IlI - cabina blindada com permanência
ininterrupta de vigilante durante o expediente para o público
e enquanto houver movimentação de numerário no interior
do estabelecimento. Art. 3º. O estabelecimento financeiro ao
requerer a autorização para funcionamento deverá juntar
ao pedido o plano de segurança, os projetos de construção,
instalação e manutenção do sistema de alarme e demais dis-
positivos de segurança adotados. Art. 4º. O Banco Central do
Brasil autorizará o funcionamento do estabelecimento finan-
ceiro após verificar o atendimento dos requisitos mínimos de
segurança indispensáveis, ouvida a Secretaria de Segurança
Pública da Unidade da Federação onde estiver situado o esta-
belecimento. Art. 5º. Vigilância ostensiva, para os efeitos deste
Regulamento, consiste em atividade exercida no interior dos
estabelecimentos e em transporte de valores, por pessoas
uniformizadas e adequadamente preparadas para impedir ou
inibir ação criminosa. Art. 6º. O número mínimo de vigilantes
adequado ao sistema de segurança de cada estabelecimento
financeiro será definido no plano de segurança a que se re-
fere o art. 2º, observados, entre outros critérios, as peculiari-
dades do estabelecimento, sua localização, área, instalações e
encaixe. (BRASIL, 1983a, grifos nossos)
(Continua)
44 Segurança Privada
as normas específicas referentes à acessibilidade de pessoas
idosas e portadoras de deficiência. § 3o As instalações físicas da
instituição financeira integram o plano de segurança, devendo
ser adequadas e suficientes para garantir a segurança da ativida-
de bancária. § 4o O plano de segurança tem caráter sigiloso, de-
vendo ser elaborado pelo próprio estabelecimento financeiro ou
pela empresa especializada por ele contratada para fazer a sua
vigilância patrimonial. § 5o O alarme previsto no inciso II, quando
não conectado diretamente a um órgão policial ou a outro esta-
belecimento da própria instituição, deverá estar conectado dire-
tamente a uma empresa de segurança autorizada, responsável
pelo seu monitoramento, cujo nome deverá constar do plano de
segurança. (BRASIL, 2012)
46 Segurança Privada
Figura 1
Estudo de segurança Estabelecimento de contexto
Comunicação e consulta
Identificação de riscos
Análise de riscos
Avaliação de riscos
Planejamento tático
Planejamento operacional
Fonte: Adaptado de Marcondes, 2018.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A segurança privada vem se modernizando constantemente, seja pe-
los efeitos do fenômeno da globalização, pela evolução tecnológica dos
meios e recursos de proteção ou pelo desenvolvimento dos sistemas es-
tatais de proteção, que, pouco a pouco, centralizam seus esforços nas
demandas públicas de segurança.
O mercado da segurança privada acaba, portanto, por demandar cada
vez mais profissionais habilitados e capacitados, não apenas no nível de
execução operacional, mas sobremaneira nas funções de gestão, admi-
nistração e direção.
Nesse sentido, o estabelecimento de um diagnóstico mais próximo da
realidade e com o maior número de informações, efetivado de maneira
ATIVIDADES
1. Quais são os tipos de prestação de serviços de segurança privada?
Vídeo
Faça uma breve análise sobre eles.
REFERÊNCIAS
BAZOTE, M. Introdução ao Estudo da Segurança Privada. 2012. Disponível em: https://
senhoraseguranca.com.br/wp-content/uploads/2012/03/INTRODUC%CC%A7A%CC%83O-
AO-ESTUDO-DA-SEGURANC%CC%A7A-PRIVADA1.pdf. Acesso em: 17 jun. 2021.
BRASIL. Decreto Federal n. 89.056, de 24 de novembro de 1983. Diário Oficial da União.
Poder Executivo, Brasília, DF, 24 nov. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/antigos/d89056.htm. Acesso em: 17 jun. 2021.
BRASIL. Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de 1983. Diário Oficial da União. Poder
Legislativo, Brasília, DF, 21 jun. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L7102.htm. Acesso em: 17 jun. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento de Polícia Federal. Portaria n.º 3.233, de 12
de dezembro de 2012. Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de Segurança
Privada. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 13 dez. 2012. Disponível em: https://www.
legisweb.com.br/legislacao/?id=248148. Acesso em: 17 jun. 2021.
MARCONDES, J. S. Identificação, Análise e Avaliação de Riscos na Segurança Patrimonial.
Blog Gestão de segurança privada. s/d. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.
com.br/iidentificacao-analise-e-avaliacao-de-riscos/. Acesso em: 17 jun. 2021.
MARCONDES, J. S. Planejamento de Segurança Patrimonial – Plano de Segurança Patrimonial.
Blog Gestão de segurança privada. 2018. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.
com.br/planejamento-da-seguranca-patrimonial/. Acesso em: 17 jun. 2021.
MARCONDES, J. S. Risco: O que é? Definições e Conceitos. Classificação e Tipos de Riscos.
Blog Gestão de segurança privada. 2020. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.
com.br/risco-o-que-e-definicoes-e-conceitos/. Acesso em: 17 jun. 2021.
MARCONDES, J. S. Segurança Privada. O que é? Conceitos, Atribuições, Tipos. Blog Gestão
de segurança privada. 2016. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/
conceito-de-seguranca-privada/. Acesso em: 17 jun. 2021.
O MÉTODO de Mosler para a Análise de Riscos na Segurança Privada. Globalseg. 2017.
Disponível em: https://www.globalsegmg.com.br/o-metodo-de-mosler-para-analise-
de-riscos-na-seguranca-privada/#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20de%20Mosler%20
para%20a%20an%C3%A1lise%20de%20riscos%20na%20seguran%C3%A7a%20
privada,-12%20de%20dezembro&text=O%20M%C3%A9todo%20de%20Mosler%20
%C3%A9,com%20a%20gravidade%20dos%20problemas. Acesso em: 17 jun. 2021.
48 Segurança Privada
3
Procedimentos em ações
de segurança privada
Quando pensamos em segurança, inicialmente nos vem à mente o
sentimento comum a respeito da criminalidade e da violência, bem como
do papel dos órgãos policiais nesse contexto.
Isso significa que refletimos sobre a segurança pública e a missão
do Estado em garanti-la. No entanto, é notório que os recursos mate-
riais e humanos disponíveis são insuficientes diante das demandas.
Além disso, mesmo sendo dever do Estado prover a segurança públi-
ca, é responsabilidade de todos a sua efetiva realização, nos termos do
caput do artigo 144 da Constituição Federal.
Sob essa perspectiva, portanto, abrimos espaço para que a segurança
privada atue em diversos setores, em complementação às atividades de-
senvolvidas no âmbito da segurança pública, associada aos procedimen-
tos individuais que podemos adotar para prevenir situações indesejáveis.
Neste capítulo, serão abordadas as questões sobre as seguranças re-
sidencial, corporativa e pessoal.
Objetivos de aprendizagem
50 Segurança Privada
diferentes pavimentos, elementos artísticos, placas, boa limpeza
e jardins bem cuidados.
• Proteção à saúde e ao bem-estar das pessoas por meio de medidas educativas e preven-
tivas de segurança com o intuito de evitar atos e condições inseguras.
• Prevenção de acessos não autorizados e indesejáveis ao imóvel com a adoção de
medidas de segurança física.
• Proteção de pessoas e bens contra danos provocados de modo intencional, acidental ou
natural (MARCONDES, 2020).
ayax/Shutterstock
• Ao sair de casa ou ao retornar para ela, observe as proximidades e, se constatar a
presença de estranhos, não entre.
• À noite, deixe pelo menos uma lâmpada acessa na área de maior risco da residência.
• Ao viajar, avise parentes ou vizinhos para que verifiquem a residência.
• Oriente quem vive no local a não comentar com estranhos sobre informações pessoais
e bens que a família possui.
52 Segurança Privada
Outro aspecto muito importante é o cuidado que devemos ter
com “vendedores” ou pessoas que se apresentam como funcioná-
rios de empresas diversas, seja oferecendo produtos ou serviços,
seja realizando pesquisas.
Ammus/Shutterstock
Segurança corporativa
Segurança patrimonial
Políticas corporativas
Segurança de pessoal
Princípios básicos de governança
Segurança da informação
Políticas, procedimentos e normas
Segurança cibernética
54 Segurança Privada
Para Marcondes (2021), os seguintes documentos devem ser
elaborados:
Política de Segurança; Procedimentos de Segurança e Governan-
ça; Gestão de Ativos; Segurança de Recursos Humanos; Segu-
rança Física e Ambiental; Gestão de Comunicações e Operações;
Controle de Acessos Físicos e Lógicos; Gestão de Incidentes de
Segurança; e Gestão de Continuidade dos Negócios.
56 Segurança Privada
De igual sorte, a instalação de detectores de metal e portas gira-
tórias pode ser recomendada, além da possibilidade de destinação
de um local específico para a triagem de correspondências, malotes
e pacotes, uma vez que constituem fonte possível de explosivos e
agentes biológicos e químicos.
58 Segurança Privada
ayax /In-Finity/Champ008/Shutterstock
No veículo
• Ao estacionar, retire as chaves da ignição.
• Não deixe chaves de casa dentro do veículo.
• Não utilize adesivos ou quaisquer outros elementos que possam
identificar seu endereço.
• Procure manter o veículo à direita da rua quando estiver parado no
semáforo.
• Não deixe sobre os bancos do carro bolsas ou objetos que chamem
a atenção.
• Mantenha uma distância suficiente para manobrar o carro.
• Nunca fique dentro do carro estacionado.
• Ao estacionar ou parar em cruzamentos, principalmente à noite,
observe as pessoas com comportamento suspeito nas proximidades.
• Use um sistema de alarme.
• Se flagrar alguém mexendo no seu carro, nunca se aproxime.
Com dinheiro
• Não passe informações financeiras para estranhos.
• Nos dias de pagamento, adote medidas de segurança mais severas.
• Verifique se alguém está seguindo você.
• Se precisar transportar muito dinheiro, procure fazê-lo devidamen-
te acompanhado.
Transportes públicos
• Ao pagar a passagem, procure levar o dinheiro trocado ou utilizar
o vale-transporte.
• Tenha atenção redobrada aos objetos pessoais.
• Mantenha a bolsa em frente ao corpo.
• Não porte muito dinheiro.
Tabela 1
Roubos e furtos de veículos
Brasil 101.218 79.451 -21,5 112.444 89.882 -20,1 213.662 169.333 -20,7
Acre 815 516 -36,7 351 180 -48,7 1.166 696 -40,3
Alagoas 1.235 962 -22,1 ... ... ... 1.235 962 -22,1
Amapá 303 106 -65,0 411 132 -67,9 714 238 -66,7
Amazonas 1.054 950 -9,9 966 1.000 3,5 2.020 1.950 -3,5
Bahia 6.101 5.837 -4,3 2.828 2.224 -21,4 8.929 8.061 -9,7
Ceará 2.609 5.201 99,3 2.037 2.132 4,7 4.646 7.333 57,8
Distrito
1.717 1.276 -25,7 2.608 2.286 -12,3 4.325 3.562 -17,6
Federal
Espírito
1.875 1.585 -15,5 2.590 1.932 -25,4 4.465 3.517 -21,2
Santo
Goiás 2.462 1.516 -38,4 4.079 3.076 -24,6 6.541 4.592 -29,8
Maranhão 1.956 1.213 -38,0 1.370 866 -36,8 3.326 2.079 -37,5
Mato
1.074 765 -28,8 1.261 995 -21,1 2.335 1.760 -24,6
Grosso
Mato Grosso
287 217 -24,4 1.521 1.633 7,4 1.808 1.850 2,3
do Sul
Minas
5.518 4.330 -21,5 11.812 10.771 -8,8 17.330 15.101 -12,9
Gerais
Pará 3.191 1.988 -37,7 33 28 -15,2 3.224 2.016 -37,5
Paraíba 1.699 1.972 16,1 539 606 12,4 2.238 2.578 15,2
Paraná 3.065 2.522 -17,7 7.882 6.733 -14,6 10.947 9.255 -15,5
Pernambuco 6.546 5.343 -18,4 3.177 2.502 -21,2 9.723 7.845 -19,3
Piauí 2.164 2.133 -1,4 1.399 1.146 -18,1 3.563 3.279 -8,0
Rio de
21.633 13.795 -36,2 8.098 6.441 -20,5 29.731 20.236 -31,9
Janeiro
Rio Grande
3.070 3.185 3,7 447 290 -35,1 3.517 3.475 -1,2
do Norte
(Continua)
60 Segurança Privada
Roubo de veículos Furto de veículos Roubo e furto de veículos
Brasil 101.218 79.451 -21,5 112.444 89.882 -20,1 213.662 169.333 -20,7
Rio Grande
6.057 4.859 -19,8 6.660 5.328 -20,0 12.717 10.187 -19,9
do Sul
Rondônia 1.053 848 -19,5 1.317 962 -27,0 2.370 1.810 -23,6
Roraima ... ... ... ... ... ... ... ...
Santa
800 789 -1,4 4.391 4.258 -3,0 5.191 5.047 -2,8
Catarina
São Paulo 23.658 16.222 -31,4 45.334 33.101 -27,0 68.992 49.323 -28,5
Sergipe 918 1.045 13,8 405 413 2,0 1.323 1.458 10,2
Tocantins 358 276 -22,9 928 847 -8,7 1.286 1.123 -12,7
62 Segurança Privada
Não é aconselhado contar detalhes da saúde financeira, como quan-
tidade de bens, quantias (seja em espécie ou no banco), imóveis aluga-
dos etc., próximo de pessoas estranhas, porque podem estar captando
informações para uma quadrilha.
ayax/Shutterstock
• Adicionar na rede de contatos apenas pessoas que sejam conhecidas fisicamente.
• Manter conversações por sistemas mensageiros somente em casos especiais
• Não fornecer informações particulares; procurar não fazer postagens que demonstrem
rotinas diárias, locais de frequência e pessoas amigas.
• Evitar expor imagens de crianças e adolescentes; não expor imagens que mostrem
patrimônio.
• Desconfiar de contatos vindos de pessoas desconhecidas oferecendo serviços, amizade
ou mesmo coisas absurdas, como uma herança de um parente distante falecido nos
Emirados Árabes Unidos.
Vídeo O ambiente das redes sociais pode ser propício para a prática de
Assista ao vídeo Dicas de diversos delitos, variando de fraudes diversas, difamação, injúria, ca-
segurança para mulheres,
que aborda, de uma lúnia até crimes sexuais, extorsões, extorsões mediante sequestro e
maneira didática, alguns roubos, entre outros.
comportamentos seguros
para as mulheres. Com essas observações, no âmbito da segurança pessoal, notamos
Disponível em: https://youtu.be/ que, basicamente, o foco está em se manter atento e em alerta durante
W1BOEnCemc0. Acesso em: 13
jul. 2021. todos os momentos, dificultando a oportunidade do criminoso e mini-
mizando a vitimização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A segurança privada vem complementar a ação das agências poli-
ciais (de segurança pública) no contexto social. Nessa esteira, compa-
nhias especializadas na prestação do serviço, formalmente constituídas
e devidamente registradas pelos órgãos competentes, realizam as mais
diversas atividades.
Todo o complexo de variáveis faz com que as atividades de seguran-
ça residencial e corporativa, tanto das empresas privadas de segurança
quanto dos departamentos de segurança de companhias diversas, este-
jam em evolução e constante progresso.
64 Segurança Privada
Cada vez mais os profissionais estão qualificando-se e aperfeiçoan-
do-se, muitos dos quais integram a diretoria executiva de inúmeras
corporações, inclusive das multinacionais.
Contudo, como vimos, independentemente da atuação profissional
na área de segurança privada, cada pessoa pode adotar comportamen-
tos e condutas que prejudiquem a atuação do criminoso e reduzam os
riscos de vitimização, como prestar atenção aos detalhes, ao entorno
e a comportamentos suspeitos, bem como conservar um olhar crítico
diante das circunstâncias.
ATIVIDADE
Vídeo 1. A arquitetura de um imóvel tem alguma importância na prevenção do
delito? Justifique.
REFERÊNCIAS
AGIBERT, C. Terrorismo, narcotráfico, organizações criminosas e crimes digitais. Curitiba: IESDE
Brasil, 2020.
CABRAL, I. O que é deepfake? Inteligência artificial é usada pra fazer vídeo falso. TechTudo, 28
jul. 2018. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/07/o-que-e-deepfake-
inteligencia-artificial-e-usada-pra-fazer-videos-falsos.ghtml. Acesso em: 13 jul. 2021.
CALMON, F. De ligação direta a ‘jammers’: como roubo de carros evoluiu com
tecnologia. UOL, 22 jan. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/carros/colunas/
alta-roda/2020/01/22/de-ligacao-direta-a-jammers-como-roubo-de-carros-evoluiu-com-
tecnologia.htm. Acesso em: 13 jul. 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública
2020. 2020. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/02/
anuario-2020-final-100221.pdf. Acesso em: 13 jul. 2021.
KARPINSKI, M. T. Arquitetura contra o crime: prevenção, segurança e sustentabilidade.
Curitiba: Intersaberes, 2016.
MARCONDES, J. S. Segurança corporativa: o que é? Conceitos, objetivos. Blog gestão de
segurança privada, 2021. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/
seguranca-corporativa-o-que-e/. Acesso em: 13 jul. 2021.
MARCONDES, J. S. Segurança residencial: o que é? Objetivos, como funciona, recursos. Blog
gestão de segurança privada, 2020. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.
br/seguranca-residencial-o-que-e-objetivos/. Acesso em: 13 jul. 2021.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• compreender o conceito e aplicabilidade das escoltas armada
e desarmada;
• conhecer os procedimentos para a prestação do serviço de
escoltas.
1. Grupo de pessoas, corpo de tropas, policiais, veículos etc. que são destacados ou
contratados para acompanhar e proteger pessoas ou coisas.
[...]
2. Pessoas ou grupo de pessoas que acompanham outra(s); acompanhamento, séquito.
66 Segurança Privada
Com relação à escolta de segurança, há duas possibilidades: a es-
colta armada e a escolta desarmada. No que se refere ao transporte
de cargas, obrigatoriamente, a escolta deverá ser armada, por previsão
legal nesse sentido, o que discutiremos posteriormente.
Escoltas 67
No Brasil, por sua vez, houve igualmente um processo de trans-
formação sobre o transporte de cargas. Durante o período conhecido
como Brasil Colônia, o transporte de carga era precário, assim como as
estradas e a exploração dos rios para esse fim. Faltavam investimentos
da Coroa e quase toda a ligação entre as capitanias ocorria pelo mar
(SOUZA, 2020).
68 Segurança Privada
De acordo com o mesmo estudo, houve mais de 14 mil ocorrências
de roubo de carga no território brasileiro em 2020, o que demonstra
certamente a relevância da situação e a necessidade de proteção dos
itens transportados. O Gráfico 1 ilustra a evolução das ocorrências ao
longo de cinco anos.
Gráfico 1
Evolução anual de roubo de cargas no Brasil (2015-2020)
2020 14.159
2019 18.382
2018 22.183
2017 25.970
2016 24.550
2015 19.250
Gráfico 2
Evolução anual de valores subtraídos (em milhões)
2020 1250
2019 1400
2018 1470
2017 1570
2016 1360
2015 1120
0,000 200,000 400,000 600,000 800,000 1000,000 1200,000 1400,000 1600,000
Figura 1
Situação regional, 2020.
WooGraphics/Shutterstock
Norte Nordeste
171 ocorrências (1,21%) 943 ocorrências (6,66%)
R$ 41,88 milhões (3,35%) R$ 127,22 milhões (10,16%)
Sudeste
Centro-Oeste 11.516 ocorrências (81,33%)
271 ocorrências (1,91%) R$ 887,93 milhões (70,93%)
R$ 63,51 milhões (5,07%)
Sul
1.258 ocorrências (8,89%)
R$ 131,33 milhões (10,49%)
70 Segurança Privada
Vídeo
Com essas informações, podemos concluir que o serviço de escolta
O vídeo Como entrar para
de maneira geral – mas de modo especial para o transporte de car- Escolta Armada?, publicado
gas – mostra-se como fundamental, em crescente ascensão e que exi- pelo canal Vigilante QAP,
aborda os caminhos para
ge profissionais habilitados, capacitados e treinados, além, por óbvio, a qualificação necessária
da existência de empresas sérias devidamente registradas perante o para o desempenho da
função. Assista!
Departamento de Polícia Federal.
Disponível em: https://youtu.
Na sequência, discutiremos o serviço de escolta armada e desarma- be/0_WcyfV7k6s. Acesso em: 13
jul. 2021.
da no território brasileiro, à luz da legislação aplicável.
Por sua vez, o Regulamento dessa lei, aprovado pelo Decreto Fede-
ral n. 89.056/1983, assim estabelece:
Escoltas 71
acaba tendo duas finalidades: primeiro, a de deixar claro que essa ativi-
dade não pode ser realizada na modalidade desarmada; segundo, a de
reconhecer a sensibilidade e os riscos da atividade.
72 Segurança Privada
Processamento e compensação de cheques; Gerenciamento
e custódia de cheques pré-datados; Recolha de depósitos em
terminais bancários de autoatendimento; Abastecimento de
numerários em terminais bancários de autoatendimento; Enve-
lopamento de salários para folha de pagamento; Envelopamento
de kits-benefícios para funcionários; Manuseio e preparo de tic-
kets, vale-transporte e similares; Manuseio e preparo de cupons
de pedágio e similares; e Terceirização dos serviços de bilheteria
em eventos específicos, como feiras, exposições, shows etc.
Escoltas 73
muns nas rodovias brasileiras”, podemos observar que diversas razões
acarretam o deslocamento de animais, como mudanças, exposições e
abate, sendo os bovinos os mais transportados, além de aves, suínos e
caprinos (OS TIPOS, 2019).
De volta à escolta armada, de acordo com o artigo 63, inciso III, alí-
neas “a”, “b” e “c”, da Portaria n. 3.233/2012, do Departamento de Po-
lícia Federal, os veículos utilizados nas escoltas armadas devem ter as
seguintes características:
74 Segurança Privada
a) estar em perfeitas condições de uso; b) quatro portas e sis-
tema que permita a comunicação ininterrupta com a sede da
empresa em cada unidade da federação em que estiver auto-
rizada; e c) ser identificados e padronizados, com inscrições
externas que contenham o nome, o logotipo e a atividade exe-
cutada pela empresa. (BRASIL, 2012)
Escoltas 75
Um outro detalhe importante é que o ponto inicial da atividade deve
ser na unidade federativa de autorização da empresa, podendo haver ul-
trapassagem de divisas estaduais desde comunicado ao Departamento
de Polícia Federal e as Secretarias de Estado da Segurança Pública.
76 Segurança Privada
Nas atividades de transporte de valores e escolta armada, as em-
presas poderão dotar ainda seus vigilantes das seguintes armas e mu-
nições não letais de média distância (até 50 metros) e outros produtos
controlados:
• espargidor de agente químico lacrimogêneo, de uso autorizado
pelo Exército Brasileiro ou órgão competente.
• arma de choque elétrico de contato direto e de lançamento de
dardos energizados;
• granadas fumígenas, lacrimogêneas e de sinalização;
• munição no calibre 12 lacrimogêneas de jato direto;
• munição no calibre 12 com projéteis de borracha ou plástico;
• lançador de munição não letal no calibre 12;
• máscara de proteção respiratória modelo facial completo;
• filtros com proteção contra gases e aerodispersoides químicos e
biológicos.
Escoltas 77
Vídeo Todavia, a palavra escolta, como já visto, pode se referir ao acompa-
O vídeo A realidade da nhamento de pessoas ou de veículos. Nesse sentido, pode-se conceber
Escolta Armada em 2021,
publicado pelo canal a escolta motorizada, bem como a escolta a pé.
Pedrosa Previdência,
discorre sobre uma
No serviço específico de segurança pessoal, como não há obrigato-
atualização da atividade riedade legal para que seja realizada a escolta armada, as duas opções
em tempos de pandemia.
Assista!
são possíveis, isto é, escolta armada ou desarmada.
Disponível em: https://youtu. Antes de falarmos das escoltas desarmadas (motorizada e a pé)
be/9SIr3hkywCw. Acesso em: 13
jul. 2021. para a segurança pessoal, é relevante discutir a possibilidade de escol-
tas desarmadas para as situações de transporte de cargas.
78 Segurança Privada
É interessante ressaltarmos também a questão do deslocamento Vídeo
em aeronaves dentro do território nacional. Ainda que a escolta esteja
O vídeo App de Escolta (Pra
sendo realizada na modalidade armada, se a pessoa protegida tiver quem tem medo de sair
à noite), publicado pelo
que se deslocar por avião, os agentes de proteção não poderão portar
canal MyNews, apresenta
arma de fogo na aeronave. uma discussão sobre o
aplicativo Anjo 55, que
Isso porque é permitido única e exclusivamente a agentes públicos possibilita a solicitação de
um vigilante, não armado,
do serviço ativo, e em hipóteses específicas, embarcar armados, con-
para acompanhar o seu
forme o artigo 3º da Resolução n. 461/2018, da Agência Nacional de veículo durante determi-
nado trajeto. Assista!
Avião Civil:
Disponível em: https://youtu.
be/ZrQvXcjp-MA. Acesso em:
13 jul. 2021.
o embarque de passageiro portando arma de fogo a bordo de
aeronaves deve se restringir aos agentes públicos que, cumu-
lativamente, possuam porte de arma por razão de ofício e ne-
cessitem comprovadamente ter acesso a arma no período
compreendido entre o momento do ingresso na sala de embar-
que no aeródromo de origem e a chegada à área de desembar-
que no aeródromo de destino. (BRASIL, 2018)
Escoltas 79
Manter a distância e a velocidade adequada entre os veículos,
de modo a impedir tentativas de infiltração no comboio,
permitir frenagem rápida, sem haver choques e ainda permitir
mudança de pista.
80 Segurança Privada
Nessa linha, Girão (2014) acrescenta que:
é necessária muita atenção nas entradas e saídas de garagens
que exijam algum tempo para a sua abertura, deixando os veí-
culos expostos à abordagem; caso algum pneu fure em local
escuro e perigoso, é melhor continuar rodando até algum lugar
seguro, evitando sofrer um assalto ou sequestro. [...] Atenção
aos acontecimentos à frente do veículo: colisões incêndios e
outros obstáculos na pista; é importante ter sempre de 200
a 300 metros livres à frente [...] Estar sempre pronto a tomar
uma atitude de fuga ou defesa, conforme o caso; o veículo deve
estar sob total controle, rodando em velocidade normal. Se es-
tiver devagar, facilita o ataque e, em velocidade excessiva, cria
a chance de envolvimento em acidentes graves. [...] O cinto de
segurança deve ser usado regularmente, pois ele protege em
caso de acidentes ou impactos violentos numa fuga, além de
ser mais um obstáculo no caso de tentarem arrancar a pessoa
do veículo. Os agentes devem sempre treinar a forma mais rá-
pida e apropriada de se desvencilhar do cinto de segurança e
de abrir a porta do veículo, para que não haja perda de tempo
no momento do confronto. Em locais de evento ou quando o
comboio estiver estacionado, os motoristas são os responsá-
veis pela segurança dos veículos, devendo manter-se desem-
barcados e vigilantes.
Escoltas 81
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O serviço de escolta é muito importante em diversos contextos da se-
gurança (tanto pública quanto privada), pois apresenta as formações, os
procedimentos e as técnicas para o acompanhamento e a proteção de
pessoas ou coisas.
Tanto na modalidade armada quanto na desarmada, a atividade exi-
ge preparo e treinamento constantes, além das atualizações necessárias
para o acompanhamento das mudanças que sempre ocorrem ao longo
do tempo.
Seja na proteção de pessoas, seja na de transporte de valores ou de
outros tipos de carga, os profissionais envolvidos precisam estar em con-
dições de bem cumprir sua missão com eficiência e eficácia.
Os criminosos continuam desenvolvendo novas maneiras de praticar os
delitos, utilizando tecnologias e modificando seu modus operandi, de tal sor-
te que se apresentam como um desafio constante aos vigilantes e agentes.
Portanto, o estudo frequente, o aperfeiçoamento das técnicas existen-
tes e o foco nas partes preventiva e repressiva, com dedicação e esfor-
ço, serão determinantes para a minimização de eventos danosos – como
roubos, furtos, entre outros – e, consequentemente, para o aumento da
qualidade dos serviços prestados.
ATIVIDADES
Vídeo 1. Analise a transformação dos modelos de transporte ao longo da
história, mencionando os marcadores dessa transformação.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução n. 461, de 25 de janeiro de 2018. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 29 jan. 2018. Disponível em: https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/
legislacao-1/resolucoes/2018/resolucao-no-461-25-01-2018/@@display-file/arquivo_
norma/RA2018-0461.pdf. Acesso em: 13 jul. 2021.
BRASIL. Decreto n. 89.056, de 24 de novembro de 1983a. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 25 nov. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/antigos/d89056.htm. Acesso em: 13 jul. 2021.
BRASIL. Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983b. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
82 Segurança Privada
Brasília, DF, 21 jun. 1983. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7102.
htm. Acesso em: 13 jul. 2021.
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL. Coordenação-Geral de Controle de Segurança
Privada. Despacho n. 001/2014, de 02 de janeiro de 2014. Disponível em: https://
www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/
orientacoes/despachos/2014/Despacho%20001-14%20DELP%20CGCSP%20Utilizacao%20
de%20motocicletas%20em%20escolta%20201cdesarmada201d%20de%20cargas%20
-201cmotolink201d.pdf/view. Acesso em: 7 jul. 2021.
GIRÃO, M. Segurança de Dignitários. DocPlayer, 2014. Disponível em: https://docplayer.
com.br/64883293-Seguranca-de-dignitarios.html. Acesso em: 7 jul. 2021.
HOUAISS, A. (org.). Houaiss eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. [CD-ROM].
PRODUTO interno bruto – PIB. IBGE, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/
pib.php. Acesso em: 13 jul. 2021.
MARCONDES, J. S. Carro-forte: o veículo especial de transporte de valores. Blog Gestão
de Segurança Privada, 2021. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/
veiculo-especial-de-transporte-de-numerarios-bens-e-valores/. Acesso em: 13 jul. 2021.
MARCONDES, J. S. Empresas de transporte de valores: o que é, como funciona, como abrir.
Blog Gestão de Segurança Privada, 2016. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.
com.br/empresas-de-transporte-de-valores-no-brasil/. Acesso em: 13 jul. 2021.
ROUBO de cargas: panorama nacional – 2020. Portal NTC, 2021. Disponível em: https://
www.portalntc.org.br/wp-content/uploads/Apresentacao-Roubo-de-Cargas-2020-2.pdf.
Acesso em: 13 jul. 2021.
OS TIPOS de carga mais comuns nas rodovias brasileiras. Sansuy, 2021. Disponível em:
https://blog.sansuy.com.br/os-tipos-de-carga-mais-comuns-nas-rodovias-brasileiras/.
Acesso em: 13 jul. 2021.
SOUZA, C. B. P. de. Evolução histórica do transporte de carga. Portogente, 9 abr. 2020.
Disponível em: https://portogente.com.br/portopedia/111710-evolucao-historica-do-
transporte-de-carga. Acesso em: 13 jul. 2021.
Escoltas 83
5
Situações críticas
Qualquer planejamento, especialmente o da área de segurança,
deve contemplar o máximo número de variáveis, incluindo as questões
rotineiras e as excepcionais. Isso porque há vários cenários possíveis
em cada circunstância considerada, e todos eles precisam ser analisa-
dos, discutidos e elencados em um bom planejamento.
Ainda que seja impossível prever todas as situações, muitos proble-
mas serão minimizados e maior será a eficiência atingida.
Neste capítulo serão abordadas as questões a respeito das situações
críticas em segurança privada, iniciando com uma contextualização e se-
guindo para a prevenção de situações críticas e o plano de contingência.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• conhecer o conceito de situações críticas, as principais di-
retrizes para a sua prevenção e os planos de contingência.
5.1 Contextualização
Vídeo Quando situações complicadas ocorrem é necessário um conjunto
de procedimentos bem definidos e conhecidos por todos os colabo-
radores, de modo a minimizar os prejuízos e a solucionar mais rapi-
damente a questão.
84 Segurança Privada
crise empresarial é um acontecimento ou um conjunto de circuns-
tâncias que ameaça a integridade, o prestígio ou a sobrevivência de
uma organização, algo que desafia a sensação de segurança e coloca
em riscos os objetivos organizacionais da empresa. A crise empre-
sarial é uma situação prejudicial ou destruidora, de grande magni-
tude, repentina, aguda e que demanda resposta imediata, e que
está fora das estruturas operacionais rotineiras da empresa. Sob o
ponto de vista exclusivamente empresarial o conceito de crise está
ligado às diversas ocorrências que possam gerar desdobramentos
que comprometam a segurança corporativa da organização.
Situações críticas 85
Verificamos que as crises podem ter raízes diversas, cada qual exi-
gindo providência específica e planejamento especial, com medidas
adequadas e suficientes.
86 Segurança Privada
de determinadas crises, com objetivo de criar e condicionar atitu-
des adequadas quando a realidade assim o exigir. (MARCONDES,
2021a)
Situações críticas 87
previsões anteriores, das condutas adotadas e da correspondência
prático-teórica entre elas.
88 Segurança Privada
Isso quer dizer que a busca da qualidade deve ser interiorizada por
todos os colaboradores, o que funcionará como elemento dissuasor de
eventos críticos ou pelo menos como fator complementar no treina-
mento e preparo para as crises.
Situações críticas 89
Marcondes (2019) elucida que:
segurança preventiva é aquela realizada com o objetivo de evi-
tar que uma ocorrência indesejável ocorra. Ela pode ser reali-
zada através do emprego, antecipado e ostensivo de agentes
da segurança pública ou de segurança privada, de planeja-
mento, políticas, normas e procedimentos, e de sistemas ele-
trônicos de segurança.
90 Segurança Privada
Tabela 1
Matriz de priorização de GUT
Avaliação
Item Descrição problema G U T Total Priorização
Situações críticas 91
Objetivos da segurança residencial
Vlad Ra27/Shutterstock
1. Longuíssimo prazo (dois ou mais meses): não há pressa.
2. Longo prazo (um mês): pode aguardar.
3. Prazo médio (uma quinzena): o mais cedo possível.
4. Curto prazo (uma semana): com alguma urgência.
5. Imediatamente (está ocorrendo): ação imediata.
Vlad Ra27/Shutterstock
1. Desaparece ou não vai piorar, podendo até melhorar.
2. Reduz-se ligeiramente ou vai piorar em longo prazo.
3. Permanece ou vai piorar em médio prazo.
4. Aumenta ou vai piorar em pouco tempo.
5. Piora muito ou vai piorar rapidamente.
92 Segurança Privada
base em indicadores previamente estabelecidos, a fim de verificar a
eficiência e efetividade delas.
Quadro 1
Medidas de prevenção
Situações críticas 93
Reforço de contingente de segurança patrimonial, fiscais de
prevenção de perdas e monitoramento por circuito fechado de
TV (CFTV) em todas as lojas de rua e shopping centers.
94 Segurança Privada
Reforço do contingente de segurança patrimonial, fiscais de
prevenção de perdas e monitoramento por CFTV em todas
as lojas de maior criticidade, independentemente de serem
localizadas em rua ou shopping center.
Situações críticas 95
Implantação de sirenes com ou sem fio nas fachadas da loja para
chamar a atenção de maneira explícita por meio de som e luzes
de alerta (atenção para as especificações legais do uso de sirenes).
96 Segurança Privada
Algumas tecnologias podem ainda ser implantadas visando à pre-
venção, como:
davooda/Shutterstock
Gerador de fumaça
Equipamento gerador de fumaça/neblina, ativado automaticamente ou sob comando
à distância, que cria uma barreira de segurança.
Barreira sonora
Debilita o invasor e força-o a sair das instalações ativadas automaticamente ou sob co-
mando à distância.
Estroboscópio
Efeito de iluminação para desorientar e espanta o invasor.
Sonofletores
Dissipa o som de alta potência por meio de gravações predeterminadas ou em tempo
real com um operador de uma central de monitoramento à distância no ambiente invadido,
desestimulando a ação criminosa.
Situações críticas 97
O plano de contingência é muito importante porque poderá mini-
mizar os prejuízos porventura sofridos pela companhia, especialmente
depois que todos os colaboradores tenham o conhecimento dele e es-
tejam devidamente treinados. Nesse sentido, o plano de contingência
possui benefícios como:
permite à empresa refletir sobre as ameaças e vulnerabilidades
que podem prejudicá-la. Possibilita a identificação dos proces-
sos e recursos críticos da empresa, que, se atingidos por um
evento negativo, podem reduzir ou paralisar o funcionamento
da empresa. Propicia a elaboração antecipada de estratégias
para reagir rapidamente a eventos negativos. Como um plano de
contingência lista as ações que precisam ser realizadas, numa si-
tuação de emergência, todos podem se concentrar no que fazer
sem perder tempo e entrar em pânico. O plano de contingência
permite minimizar os danos que podem ocorrer em um desastre
e minimizar a perda de produção. Evita prejuízos de imagem e
financeiros para empresas; dentre outras. (MARCONDES, 2020a)
98 Segurança Privada
Aqui há a ênfase na necessidade e relevância da participação de
diversos atores, oriundos dos mais diversos segmentos e matizes pro-
fissionais, o que enriquecerá em muito o plano de contingência.
Por óbvio, antes de saber como atacar, precisamos saber o que atacar.
Dessa maneira, identificar e avaliar corretamente os riscos e as vulnerabili-
dades será fundamental para o estabelecimento de providências e medidas.
Situações críticas 99
Aprovado o plano pela autoridade competente (diretores, presiden-
te, diretor de segurança), ele deverá ser apresentado e divulgado a to-
dos os envolvidos, seguindo para um treinamento exaustivo, periódico
e constante, a fim de deixar sedimentadas as ações e responsabilidades
de cada um (direta ou indiretamente) naquela atividade.
Nunca reagir.
Manter a calma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As situações emergenciais – também chamadas de críticas – deman-
dam uma grande preocupação e reflexão sobre o assunto por parte dos
gestores de segurança em geral.
Estar atento aos novos conceitos e às novas maneiras de encarar os
eventos críticos pode significar uma “dor de cabeça” bem menos inten-
sa. Nesse sentido, acompanhar a evolução das ameaças, as quais foram
transformadas com a tecnologia e a globalização, é fundamental para o
estabelecimento de políticas institucionais sérias e eficientes.
Com esse pensamento em foco, ponderar as ações e medidas preven-
tivas como fator crucial nas organizações, por meio da adoção de com-
portamentos e regimentos sérios, racionais e científicos, será um ponto
de diferenciação da qualidade do ambiente considerado.
O estabelecimento de um plano de contingência claro, objetivo, ade-
quado e de fácil compreensão, com treinamento constante e periódico
de todos os envolvidos, realização de exercícios simulados frequentes e
análise posterior dos resultados (seja em exercícios simulados, seja em
eventos reais), poderá significar uma prestação de serviço ou um forneci-
mento de produto com alta qualidade, o que será um marco importante
no contexto organizacional.
ATIVIDADES
Vídeo 1. Tendo por base o conceito de crise empresarial, é possível concluir
que ela pode trazer sérios prejuízos a uma companhia? Justifique
sua resposta.
1 Aspectos introdutórios
1. Há registros de atividade de segurança privada na Antiguidade?
Em caso positivo, cite dois exemplos.
Sim. No Egito Antigo, por exemplo, muitos faraós contratavam agentes
de segurança privada, em suplementação aos seus exércitos, para
proteger suas propriedades, sua vida e integridade física. Em medida
similar, na Grécia Antiga, foi desenvolvido um sistema sofisticado de
segurança com agentes protegendo as mais importantes autoridades
e as principais vias de acesso às maiores cidades, devido aos saques e
roubos perpetrados por criminosos.
4 Escoltas
1. Analise a transformação dos modelos de transporte ao longo
da história, mencionando os marcadores dessa transformação.
De acordo com Souza (2020), na Pré-história o modelo utilizado era
a tração humana. Posteriormente, com a domesticação de animais, a
tração animal começou a ser utilizada. Com os avanços tecnológicos da
Revolução Industrial e a invenção dos motores, o transporte terrestre
por meio de caminhões e trens passou a ser o principal modelo,
trazendo eficiência e praticidade. Após a Segunda Guerra Mundial,
5 Situações críticas
1. Tendo por base o conceito de crise empresarial, é possível
concluir que ela pode trazer sérios prejuízos a uma companhia?
Justifique sua resposta.
Crise empresarial é um acontecimento ou um conjunto de
circunstâncias que ameaça a integridade, o prestígio ou a sobrevivência
de uma organização, algo que desafia a sensação de segurança e
coloca em risco os objetivos organizacionais da empresa. Portanto,
certamente a sua ocorrência pode trazer sérias consequências para a
companhia, como perda de patrimônio, eliminação de competitividade,
recuperação judicial e até mesmo falência.
SEGURANÇA PRIVADA
CLAUDIONOR AGIBERT