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LEFPA, Vv. 5. (0-) Prchusio Umaine: fom. a pithoa/ Pololas: Glucat, J003, 2 Prodi de Materia izadas pelo pressor e mostra como produit um site erdcacional . Fechando 0 vo, Nara Wiholier, em Eétoraglo de Lies: arentagdes 20 professor autor, nio sb caracteriza com precisio © que é um fro, mas tanbém mostra os benecios que 0 conhecimento da etitoragio pode trazer para o prolesso. Segundo o que promete no tito de seu capitulo, reine, em seu texto, informagbes. de inimeras ‘ontese princpalmente de sua experincia como editora, S30 sugestdes que vio desde uso adequado do equipamento e de softvares disponiveis até recomendagées sabre 0 uso de folhaS de esio,insergSo de imagens no texto e instrxges ara aobtencio do nimero de ISBN. Conduindo a apresentacSo € retomando a metéfora do fh, gostaia de dizer que este lio foi gerado com muito ‘arnho e cuidado. Durante todo 0 perlodo de gestacio, foi sempre 0 centro da atencéo de toda a familia, composta pelos alunos da turma de Produo © Avalagio de Materia. Como nasceu da prética da sala de aula, acredtamos que serd til a professores que queiram fugir de auas pacronizadas oferecer a seus alunos um tratamento personaizado, produzindo mateias que reamente atendam seus interesses e necessidades. Pelotas, janeiro de 2003 Vilson J. Leta (Organizador) fa waleiads be COMO PRODUZIR MATERIAIS PARA 0 ENSINO DE LINGUAS 1 ~ Wilson Lela 14 Introducio {A produgio de materais de ensino é uma seqiéncia de atviades que tem por objeto cir um instrument de aprendizagem. Essa seqiincia’ de atividades pode ser |t descrta de vias maneras, ervolvendo um ngmero maior ou ‘menor de etapas. Minimamente, deve envoler pelo menos ‘quatro momentos:-(1) andlse, (2) deserwolimento, (3) implementacio e (4) avalacéo. Idealmente, essas quatro tapas devem formar um cio recursivo, onde a avaiagSo Jeve a uma nova anise, reiniciando um novo ciclo, 1k producio de’ mateiais € também um processo sistematico e de complexdade variada, Na extremidade mais simples esta, por exemplo,o resumo esquematico distrbuido durante uma palestra para acompanhar 0 que dz 0 palstrante. Na extremidade superior da escala, podem ser lstados projtas envalvendo o uso de vdeo ou de mutinigia interaiva, que, pela sua complesidade, exige um Planejamento mais detahado. Falta de planejamento, nesse ‘vel, pode resuitar em perda de tempo, inheiro e esto’ (FARDOULY, 2002). Plesor da Universal Catbica de Plots. mat ea@via-s.net i} “ Prod de Maes de Enso 12 ‘A analse parte de um exame das necessidades dos alunos, inchindo: seu nivel de adiantamento € 0 que eles precsam aprender, AS necessidades 30 geralmente mais ‘bem atendidas quando levam em consideragio as caractris- tics pessoais dos alunos, seus anseios e expectatvas, prele- rca por um ou outro estio de aprendizagem. Para que a aprencizagem ocorra, & também necessério que 0 material entregue ao aluno esteja adequado ao nivel de conhecimento ‘Ido conteido a ser desenvolvido. O que aluno ja sabe deve servic de andaime para que ele alcance 0 que ainda néo sabe. Ninguém aprende algo que é totalmente conhecido nem algo que seja totalmente novo. A capacidade de acionar © conhecimento prévio do aluno € uma condicio necessaria Para o sucesso de um determinado material. 0 que © aluno precisa aprender, portato, no é determinado apenas pela soma de competéncias exigda por uma determinada circunstncia, sea ela originada pela escola, pela comunidade ou mesmo pelo mercado de trabalho, Uma determinada crcunstincia pode erigr do aluno, por exemplo, que ele seja capaz de escrever cartas comerciais uma Ingua estrangera, envolvendo uma série de competéncias como dominio. de uma terminologia espectfca, uso correto das omas sintaticas da lingua, dsposicgo gréfica do texto na pigina, conhecimento do. género epistolar, ctc. Isso no significa, no entanto, que 0 aluno precisa aprender, num determinado momento, todas essas competéncias; 0 que 0 ‘aluno precisa aprender vai depender do que ele jd sabe. O material a ser produzido deve oferecer, ao aluno, a ajuda que ele precisa no grau exato de seu adiantamento € de suas necessidades, preenchendo possives lacunas. A analse incial das necessidades deve ser capaz no s6 de estabelecero total Como prod materi para oensnn de inguas 15 das competéncias a serem desenvohidas, mas também descontar, dessas competéncias 0 que 0 aluno ja domina. 0 saldo dessa operagio & o que o aluno precisa aprender. 1.3 Desenvolvimento A etapa do desenvolimento parte dos objetivos que io defndos depois da anlise das necessidades, A defniggo dara dos objetivos d4 uma diregio a alvidade que esta sendo deserwolvda com o uso do material Ajuda a quem aprende porque fica sabendo 0 que ¢ esperado dele. Ajuda a «quem elabora 0 material porque permite ver se a aprendza- gem est sendo efcente, facitando, assim, a avaiacéo. A defnigéo dos objetivas 0s objets podem ser gerais ou espectios. Objetivos gerais so claborados para periodos maiores de aprendizagem, como o planejamento de um curso; os objets eespecfcos, para periodos menores, envolvendo, por exemplo, uma aula ou atvdade, Ambos devem comecar com umn verbo ‘que descreva o comportamento final desejado para o alo. Para os objetivos gerais, usam-se geralmente verbos que denotam comportamentos nao dirtamente observives, Entre esses verbos, 0s sequinles tm sido empregados com tmais freqiénda: saber, compreender, interpretar, aplcar, analisar,integrar,julgar, aceitar, apreciar, crar, etc. Para os objetivos especficos, usam-se verbos de agi, érwolvendo comportamentos que podem ser diretamente obser- vados. Entre eles, destacam-se: ‘dentlicar, defnir, nomear, relaconar, destaar,afimar, distingir, escrever, reciar, sele Gionar, combinar, locaizar, usar, responder, detectar, etc. 6 Proto de Maes de frsino Verbos que denotam processo — aprender, desenvoher, memorizar, adquiri, etc. — nfo podem ser usados para elaborar “objetvos educacionas; eles nio descrevem o resultado da aprendizagem. 0 objetivo de aprendizagem possui trés componentes essenciais: (1) as condigGes de desempenho; (2) 0 comportamento que 0 aluno deve demonstrar (expresso por tum verbo); (3) 0 crtéio de execugao da tarela, No modelo dléssico de Bloom (ANDERSON; KRATHWOHL, 2001), 0 objetivo & sempre apresentado em termos do que o aluno deve alcancar, sob a perspectiva do préprio aluno, no do material desenvolido. A énfase esté na aprendizagem, naguilo que o aluno deve adguirr € no comportamento que le deve demonstrar — no no ensino, ndo no material que vai ser usado para levar 0 aluno a atingir 0 objetivo, E objetivo de aprendizagem: “ao ler um texto, 0 aluno devera ser capaz de identilicar trés idéias principais”. Ensinar a diferenca entre ida principal e idéia secundsria’ ‘As condigdes de desempenho especifcam as circunstincias sob as quais 0 comportamento deve ser demonstrado, Podem, e devem, ser expressas de modo simples, através de uma armagio. Alguns exemplos: ERENCES aa Cer 6 ain det | Sir a gravagde déima mila, 0 lung deve. 0 comportamento que 0 aluno deve demonstrar deve ser expresso através de um verbo que denota uma ago diretamente observavel. Came produit mates pra 0 ensino de tings ” 0s eritérios de execugdo da tarefa podem ser cexpressos em termos de velociade, grau-de corecio ou qualidade. 0 criti estabelecdo no objetivo é visto como 0 minimo que 0 aluno deve atingir. Se a atvidade pede, por ‘exemplo, que o aluno responda a dez perguntas com 70% de acertos (criério), 0 objetivo serd atingido com qualquer percentual igual ou acima de 70%. E possivel tracar os objetivos do material a ser produ- ido, iio s6-no dominio cogritvo (envohendo conheci- mento), mas também no dominio afetvo (envolvendo atitu- des) e mesmo no dominio psicomotor (envolvendo hablida- des). A defnicao desses objetivs leva em consideragio no 6 a anise das necessidades, mas também o tempo disponi- vel, sendo, as vezes, muito difil adequarem-se os abjetivos ‘20 tempo de que se dispe. ‘A seguir, apresentamos uma lista de exemplos em cada um desses objetvos nos tr8s dominios, aplicado 20 ensino de tinguas (cada objetivo geral é seguido de objetivos especticos) Taxionomia de objetivos para 0 ensino de linguas Dominio cognitvo 1 Conhece 0 vocabulério relacionado a um determinado ‘t6pico 1.1. identifica sindnimos 1.2 teaciona antnimos 1.3. define palavras 14 noma objetos 1.5: soletra palavas ~ _ 1.6. deduzo significado de palawras desconhecidas através do contexto Camo pots mle para enna de oguas mo 8 Prods de Meter de Eso 2 Compreende a estrutura gramatical 5.3 sa o sumério e indice remissivo de um lvro para 2.1 substitu palaras numa frase encontrar a infrmacio desejada 22 transforma frases (inerrogacdo, negacio) 5.4 escreve um pardgralo bem organizado 23 identica anomakas gramatcas 5.5 completa exericos de doze 24 fornece o tempo verbal correto 5.6 exoressa relagbes ene partes do texto através de 255 identifica sentencas completas conectores 2.6 identifica sinonimia estrutural 5.7 organiza adequadamente a nformagio num texto dissertatvo 3 Aplica regras gramaticals 5.8 faz o mapa conceitual de um texto | 5. transforma um mapa concetual em texto 3.4. consi frases 3.2. responde oralmente 3.3. responde por escrito 3.4 tradur para 0 portugues 3.5. traduz para a lingua estrangeira 3.6 apresentaalguém 3.7 cumprimenta 38 atende a um pedido Julga 0 valor de material escrito 6.1 expcaafnaidade de um mecanismo retétco 62 justia o uso da inguagem figurada 6.3, relaiona esto com objetivo 64 ienticaniveis de formalidade 4 Analsa textos escritos Dominio atetvo 4.1 inlere emosio 42 identifica esteredtipos cultuais 43 deduz conseqiéncias 44 descreve personagens 4.5 esquematiza enredo ‘ 1 Aeeitaditerencas cuiturais 1.1 ha com atengéo para fotos 1.2 faz perguntas sobre iustragées 1.3. aponta para detalhes das iustraqbes 1.4 faz comentarios sobre fotos 4.6 “descreve contexto : 47 identitica tema i . . : 4.8. relaciona informagio textual com informacao } 2 Demonstra interesse no tépico extratertual 2.1 oferece-se como vluntro para responder pergunas 2.2 {az alvidadesalém do que €solictado 5 Integra conhecimentos de clerentes areas 2.3. traz material extra para a aula 5.1 usa mecanismes adequados parainiciare encerrar ; 2.4 pergunta sobre cursos na comunidade tures de exrwersarao 2.5. cumprimenta o professor na LE 5.2. resume extraindo as idéas principals de um texto ~» Prodi de Mater de Ensino 3. Aprecia obras iterrias 3.1 tira fvros emprestado da biblioteca, 3.2 6 além do que pede o professor por prazer 3.3. lscute dilerentes autores 3.4 elogia algumas obras iteraias 4 Integra conhecinento da lingua em seu plano de vida 4.1 jusiica a importincia de conhecer a lingua em sua futura profissio 42 [6 revistas especiaizadas 4.3 busca na Internet tépicos tratados em aula 5. Demonstra consisténcia na prtca da lingua estrangeira 5.1. aproveta todas as oportunidades para praticar a LE 5.2. participa de salas de bate-papo na LE na Internet 5.3. procura ouvir ler aLE diariamente Dominio psicomotor 1 Reconhece vogais na nua estrangeira 1.1 discrimina vogais em pares minimos 1.2 identifica a vogal numa sentenga 2 Sabe a posigéo dos érgdos da fala para os diferentes fonemas 2.1. pronuncia corretamente seqiiéncias de fonemas inexistentes na lingua materna (slow) 2.2 explica a posigdo da lingua para uma determinada vogal 2.3 mostra a posigdo correta dos labios 24 abre a boca corretamente ij Como produ materias para o esi de inguas a 3 Imita sentengas que owe LI repete adequadamente 6 tiodelo 3.2. executa exerciios simples de expansio 3.3. executasubstuigdes em exerccis orais 4. Fala naturalmente yA pronuncia sentengas em velocidade normal “re, 42. usa @ entonacio adequada para perguntas 7° 43 acentua adequadamente palavras em uma frase 5 Fala luentemente SA fala sem hesitagéo 5.2. produz frases no ritmo adequado da lingua 5.3. usa pausas corretamente 6 Ajusta a fala a situacio. 6.1 fla mais répido quando tem menos tempo 6.2_artcula as palavras com mais cuidado quando diante de um auditério maior 7 Muda a pronincia 7.1 imita sotaques regionais 7.2. imita a fala de pessoas famosas A defnigéo da abordagem ‘Uma vez definidos os objtivos de aprendizagem, & necessério selecionar os conteidos pelos quais os obetvos serio alcangados. Se o objetivo, por exempl, for levar 0 uno a compreender um texto de uma determinada area de conhecimento, 0 contetid6 Selecionado pode ser um texto, uma amostra do léxico tipico da area,” ima lista de determinados mecanismos retbricos ou uma integragio de 2 ‘Proc de Matra de Easing dilerentes conleidos. A opgdo por um desses aspectos & determinada pela flosoia de aprentizagem a que se fifa 0 professor. Travicionalmente, no ensino de lingias, hi seis grandes abordagens (KRANNKE, 1987), que ampiamos abaixo,incuindo aspectos da lingua materna 1 Abordagem estruural O que o aluno precisa aprender ‘io o léxco e as estruturas gramaticais da Ingua, Deve saber expressar-se dentro de um vocabulério adequado © com corregio gramatical. Pode haver uma tolerncia maior ou menor ara com os vicios de fnguagem, incundo estrangeirismos, Problemas de regéncia, mas geralmente nao sio actos, A preocupagio é mais com a forma do que com o conteido. ~ Abordagem nocionalfancional. h énlase est no objetivo para © qual se usa a fngua, na realiade, mais na fungéo do que na nogéo. No caso da lingua estrangera, parte de uma taxionomia das funcdes: como discordar, apresentar alguém, pedir desculpas, etc. Também pode ser aplicado a0. ensino da lingua materma: como escrever uma carta de pedido de emprego, como rejeitar um convite educadamente, como solicitar ao auditério que se levante para cantar o hino nacional, etc, > Abardagem sivacional. 0 conteido a ser ensinado parte de uma situagéo em que a lingua é sada: visita a0 mmédico, checkin no aeroporto, abertura de uma reuniéo de negécios, etc. O pressuposto ¢ de que nessas situacbes ha tuma seqiénca tpica de fungdes que ocorrem sempre da mesma maneira usando sempre o mesmo fipo de linguagem ~e que pode, portanto, ser predeterminado, Abordagem baseadi em competéncias. Parte do Principio de que a linguagem usada numa determinada Como prose materia para o ers de ingias situagio € relalvamente independente da siuacfo, ‘dependendo mais de competéncias € processos lingistcos (Gominio dos aspectos fonoligics, lexical, sitios, ciscursivos, capacidade em detecar a idéa principal, em fazer uina apresentacio oral, etc.) que perpassam diferentes situagbes. Abordagem baseada em tarefz. Caracteiza-se por ,, subordinar a aprendizagem da lingua & execucio de uma determinada tarefa. E a execugdo da tarefa que vai determinar que conteido linglistico precisa ser aprendido. Diterencia-se da abordagem situational, por no predeterminar esse conteido, que pode surgir de modo imprevsivel durante o desempento da tarefa. Abordagem baseada em conteida. PSe a énlase no ‘ontetido, usando a lingua que 0 aluno precisa aprender. O pressuposto € de que enquanto o aluno presta aten¢lo no conteido, acaba adquirido a lingua incidentalmente. O material portanto no € desenvobido a partir de t6picas lngiisticos, mas de tpicos do proprio conteido. Ainda que. seja possivel desenvolver material de ensino rigorosamente dentro de uma inica abordagem, a pprética sugere a integragéo de duas ou mais. € também aconselhivel levar em consideracio 0s objetvos de aprendizagem, e, a partir dai, escolher a abordagem mais adequada. A detnigio do conteuido 0 conteddo na produgio de um determinado material pode ser definido de varias maneiras, dependendo da concepgao que se tem de lingua. Se entendo, por exemplo, a Prodegio de Maes de Ensno que lingua & um conjunto de palavras ligadas por regras _gramaticais, faco um recorte do lxicoe da sintaxe; se vejo a “°° lingua como um conjunto’ de eventos comunicativos, incluo ‘outros aspectos como regras de formalidade, os lugares socais de onde falam os intrlocutores, os eletos de sentido que suas falas podem provacar, etc; se entendo a lingua como um meio para desempentio de determinadas atividades, posso seleconar uma lista de taefas que devem ‘ser exécutadas pelos alunos: como escrever uma carta ‘comercial, elaborar um curriculo, fazer uma homepage, etc. uy Quando se fala em produgdo de materiais, tem-se ( privilegiado o ensino baseado na tarefa. Nesse caso, ha uma preocupago maior com 0 mundo real € 0 uso de dados lingiisticos auténticos. A idéia & de que o aluno no deve pasar por um curso sem conhecer a lingua como ela é realmente usada fora da sala de aula. Muitas vezes os alunos tm dificudade de transterir para 0 mundo real aquilo que aprendem na escola. Nao vendo aplicaco pratica para 0 conhecimento adguirido, acham-se muitas vezes donos de ‘um contecimento init. 0 uso de material auténtico pode ser ‘uma maneira de falitar essa transferéncia de aprendizagem, ‘Atransferéncia, no entanto, parece estar apoiada em um paradoxo de dif solugo: (1) para sobrevver no mundo ‘eal, oaluno precisa ser preparado pela escola; (2) para ser Preparado, de modo que a aprendizagem faca sentido, 0 ‘aluno precisa conhecer 0 mundo real. 0 desafio aqui — usando uma metéfora freqientemente citada na educagao (WEININGER, 2001) — 6 como levar o aluno do ambiente protegido do aquério para os perigas do mar aberto, A solugéo proposta por alguns, usando ainda a mesma metifora, & jogar 0 aluno no mar, puxando-o de vez em quando para que respire (WILSON; JONASSEN; COLE, 1993). ‘Aidgia€ de que o tempo entre o investimentoinicial do aluno Como produzi mates para ensno de inguas 2% re ‘€ 0 retorno pelo esforgo despendido seja 0 rae pasel oe pve sr aad a med er que. 9 aluno seja socitado desde o inicio a realizar tarefas =| \opatves ¢ préximas do mundo real (CARROLL, 1990). * ‘Na definigio do contetido, a preocupacio esta em efi da manera mais clara possiel o que exatamente 0 ‘aluno precisa aprender para aingir os objetivos defnidos anteriormente. A definigao das atividades A produgéo de materiais de ensino € uma area essencialmente pratica, A teoria & importante na medida em que fornece 0 suportetedrico necessério para justfcar cada atvdade proposta, mas subjaz &-atvidade, podendo ou no ser expiitada, Quem prepara o material precisa ter uma nogio bem dara da fundamentagdo sobre a qual se baseia, mas vai concentrar todo seu estorgo em mostrar a praca, no a teoria. A teoria trabalha nos bastidores; a pratica € 0 que \\ aparece no palo. Um bom trabalho de bastidores di seguranga ao que é apresentado, permitindo inovagBes ¢ até ousadias, As ativdades propostas para o ensino de linguas tém sido tradicionalmente dassificadas em quatro grandes reas: (1) fala, (2) escuta, (3) letra e (4) escrita, Os materiais podem ser preparados para cada uma dessas habiidades, em separado, ou de modo integrado, inciuindo duas ou mais habiidades, A Figura 1 mostra o recorte de uma athidade que pode ser usada para a prética da leitura de tabelas, producio orale escuta. I i f | | 2% Prodaséo de Mater de Enso A delnigo dos recursos A delingéo dos. recursos envohe basicamente 0 Suporte scbre o qual a lingua vai ser apresentada ao aluno, Tradicionalmente 0 suporte mais comum tom sido 0 papel, que por sua vez pode ser subdivdido em muitos oulros (lio, joral, revista, revista em quadhintos, revista académica, etc). Com o desenvolvimento e barateamento das tecnologias de comunicagio, outros suportes tornaram-se populares, inclindo fitas de audio, ftas de video e, mais recenternente, 0 computador ea Internet. Ts Bas gr, nea aa | Spi Wo | Patio] Ghepda[ Ecas = ho [ Drage ag] (ON), | Ba (58), z Re] Ponodege [2 Basta! | CSA | atm 2 esi9 fs ogo | zor Ya 3 i (row, | 8 or a |? seats | yy SI ftom | Shee [ase |e Van F(a), (88), 0F Bast | 26s) | hy =] o7o0. 2] or 1432 a 2158] : _ Frese, Togas (GH, ‘ Se [2 CON | sSoradas |! ESE “| wom soit 0138 andes | (CH, a cM | bast ms spot} one = z Weed i da Vl Fey Sagat oom Pa Age. Tet fpr ems ta ia pps Un ene APESD seeadacaiepand : (i asso peo pr Bas? (2) Este vin é dreto ou tem escalas?. (3) Qué horas sai o primeiro Wo sem escalas? {4} Que horas chega ém Braslia? ‘ (5) Ha um véo.que chegue ahles do meio.cia, sem trocar de avian? '(6) Quantas escalas tom esse vio? Figura | ~Exemplo de material para ensin de Portugués como LE, Como prog mates para enn de ais v7 ‘A introdugio do computador parece demandar uma nova alfabetizacio, ou lteracia, com a exigéncia de novas, competéncias, incuindda Capacidade de tabahar com arquivos elerénicos (saber como salvar um arquivo, copi-4o de um computador para outro, compacto e descompacts- lo, envid-lo pela Internet, navegar na rede, locaizar arquivos fem qualquer ponto do planeta, instalar e desinstlar programas, usar antivirus etc.). 0 computador, na realidade, Tepresenta uma convergéncia de diferentes tecnologias, incindo textos, imagens, sons © movimentos. Para quem possui as competéncias pressupostas pela nova literacia, os recursos que podem ser usados para o desenvolvimento de materiais de aprendizagem nunca foram tantos, 130 faceis de usar e tio disponiveis. Muitos recursos, que hi alguns anos sé estavam disponibiizados para grandes empresas, com allos custos de produgio, agora podem ser acessados por praticamente por qualquer individuo, a um custo irrisorio ou inexistente. A Figura 2, por cexemplo, mostra o resultado de uma pesquisa usando 0 Google, onde o objeto procurado era a imagem de mée com filo ("woman ¢ “child” em inglés). Em menos de um segundo o sistema conseguiu localizar milhares de arquivos contendo imagens de mulher com crianga. Apés acessado, um arquivo eletrnico, por sua natureza liquid, atamente mutavel pode ser modiicado reformulado de intimeras maneiras (Maley, 1998). Uma imagem pode ser nio s6 ampiada, reducida, alongada, distorcid etc. mas também inserida num determinado texto «que o professor terha selecionado para wm grupo de alunos. Seja qual for o texto, € sempre possivel iustréo com uma foto ou desenho rigorosamente adequado a um determinado conteido ou objetivo de uma aula. 28 Pod Nae de Ensino Figura 2— Imagens seeconadas do Google com as palavas have woman" hd”, de um universo de mlhares de agen. Ordenamento ds atvidades Os dois crtérios bisicos para o ordenamento das atvidades so facidade e necessidade, Pelo primeio citer, inicia-se pelo que é mais facie simples para oaluno, progredindo gradatvamente para o que & mais difcl ¢ ‘omplexo. 0 retorno pelo investmento feito na aprendizagem pode as vezes demorar um pouco, até produzir algo atl, Pelo crtério da necessidade, comeca-se pelo que é mais inecessario e iil para 0 aluno, com retorno mais imediato, A situagdo ideal € aquela em que se possa unir os dois | i | Como prada nates para o enna de xpas » crilérios; quando isso no for possive, a tendéncia tem sido sacriicar pelo menos parte da-faciidade em benelcio da uiildade antecipada Una maneira mais ampla e geral de ordenar as avidades baseiase nos nove eventos instrcionais de Gagné, assim desritos: 4 Garanta atengio rice despertando a curosidade do aluno para o tépco da aivdade. Conte uma histéria, mostre tuma iustragéo, faca uma analogia, conte una anedota, ce tum pensamento interessante, “ay Informe os objtvos Dee claro para os alunos 0 que des vio aprender: “No fim dessa atividade, vocés vio saber como..." rie uma expectatva através dos objetivo. == Acione 0 conhecinento prévo. Fara os alunos pensar sobre 0 que eles ja sabem. Relacione’a atividade nova a situagbes econhecimento que Ihe so famiares. <3 Apresente 0 contetido. Mostre os pontos mais importantes, use técnicas variadas para manter a atengéo € aumentar a compreensio, Use lustragbes, fotos, betes. > Failte a aprendizagem. Kude 0s alunos a seguir no processo de aprendizagem, orentando, escarecendo, dando exemplos. => Solcte desempento, Mantenha partcpacio ativa dos alunos. Peca para que executem tarelas relacionadas 20 que estejam aprendendo, Envolva-os perguntando, ciscutindo, ddemonstrando, > Fomeca feedback. Deixe claro para seus alunos de como eles esto acompanhando a atividade, ajudando com mais esclarecimento quando necessério, Tente produzit 0 ‘material de aprendizagem de modo a poder insert feedback Acesso em: mar. a York GRAVES, K. (Org.). Teachers as course developers, New Yor Cambridge University Press, 1996. ume i it tion, In; REIGE i, 1. M. Motational design of instruction ' noe Instructional design theories and models: an overview o their cent stats idle, NE: Eb, 1983, KRAHNKE, K. Approaches to syllabus design i ee teaching Englewood: its N: Regents Prentice Hal, 1987. ALEY, A. Squaring the circle; reconcling materials nl mate with material as empowerment. In Tovinsou, c 9) ‘Materials development in language teac adh ‘Cambridge University Press, 1998. p. 179-294. and PORTER L LAMER Pinar ates perormance Honeood,l: Dorsey Press, 1968: 38 Produgao de Materiais de Ensino STOLLER, F. L. 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