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CAP, 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPANG COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL 5.1, GENERALIDADES Denomina-se andlise estrutural a obtengdo das respostas da estrutura, expressas usualmente em termos de esforgos solicitantes ¢ deslocamentos, a um conjunto de ages, por meio dé relagdes de equilfbrio, Seu objetivo, portanto, dentro do contexto do projeto estrutural, ¢ determinar os efeitos das agdes na estrutura, visando a verificagdo da ocorréncia de estados-limites tiltimos e de servigo. A anilise estrutural classificada como eléstica de 1", ordem se as relagdes de equilibrio sto estabelecidas com base na geometria indeformada (ou original) da estrutura, ¢ os materiais dos elementos estruturais slo considerados com comportamento sempre elistico. Esse tipo de anilise é 0 mais simples quase sempre o tinico ensinado nos cursos de graduagao em engenharia. Se as relagdes de equilibrio so estabelecidas com base na geometria deformada da estrutura, com os materiais considerados com comportamento sempre eldstico, a analise & classificada como eléstica de 2*. ordem. Esse tipo de andlise é mais complexo, pois como a geometria deformada da estrutura nao é conhecida durante a formulagdo das relagdes de equilibrio, ¢ necessario 0 emprego de um procedimento incremental interativo. Nesse procedimento, a geometria deformada, obtida de um ciclo de caleulos precedente, ¢ usada como base para a formulagio das relagdes de equilibrio do ciclo de céleulos atual. 89 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAG Neste Capitulo, considerar-se-4 que a andlise elastica de 1*, ordem ja ¢ conhecida. Assim, sera dada énfase anilise eléstica de 2*. ordem, com apresentagéo de alguns conceitos relevantes sobre a mesma e do método simplificado para sua execugo preconizado pela ABNT NBR 8800:2008. Nesse contexto, como complemento, procurar-se-4 apresentar ‘uma visdo geral do comportamento dos sistemas estruturais no que tange estabilidade lateral das edificagdes e A necessidade de se efetuar andlise eldstica de 2°. ordem. Anilises estruturais fora do regime eléstico nao sero abordadas, uma vez que ndo sio utilizadas na maior parte dos projetos com estruturas de aco. Salienta-se que a andlise estrutural deve ser feita com um modelo realista, levando-se em conta as deformages das barras causadas por momento fletor e forga axial e, quando for relevante, a deformagdo causada por forga cortante, e ainda, onde necessario, a interago solo-estrutura e 0 comportamento das ligagdes quanto a rigidez. 5.2, IDELAS BASICAS SOBRE COMPORTAMENTO ESTRUTURAL 5.2.1. Componentes Resistentes e Nao-resistentes a Agdes Horizontais E possivel identificar, dentro de uma estrutura, subestruturas que devido a sua grande rigidez lateral, resistem praticamente a todas as agdes horizontais atuantes. Essas subestruturas, que estabilizam toda a edificagdo, so denominadas subestruturas de contraventamento, ¢ podem ser pérticos em forma de treliga, também chamados de sistema treligados, pérticos nos quais a estabilidade é assegurada pela rigidez a flexfio das barras ¢ pela capacidade de transmissio de momentos das ligagdes, conhecidos como porticos rigidos, e paredes de cisalhamento. Pértico rigido Sistema treligado Parede de cisalhamento Figura 5.1 — Subestruturas de contraventamento Observa-se que as estruturas so na realidade tridimensionais, e precisam possuir subestruturas de contraventamento que as estabilizam nas duas direcdes principais, Os elementos que ndo possuem capacidade de resistir as agdes horizontais e que, por essa razio, nfo participam dos sistemas que suportam estas ages, so ditos elementos 90 CAP. §: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UMAG contraventados. Na figura 5.1, esses elementos sio todos aqueles que nao fazem parte das subestruturas de contraventamento. A estabilidade lateral dos elementos contraventados & proporcionada pelas subestruturas de contraventamento, ou seja, as forgas que tendem a desestabilizar os elementos contraventados so transferidas para as subestruturas de contraventamento, e devem ser consideradas no dimensionamento destas iltimas. Os elementos que no dependem das subestruturas de contraventamento para sua estabilidade, © que também nfo so usados para estabilizar outros componentes estruturais, sio ditos elementos isolados. Esses elementos, que podem ser, por exemplo, uma barra engastada em uma extremidade e livre na outra, uma barra birrotulada ou uma barra engastada-rolulada (figura 5.2), tém, portanto, um comportamento totalmente independente do restante da estrutura. 114 Figura 5.2 — Exemplos de elementos isolados 5.2.2. Consideracées Sobre os Sistemas Treligados e os Pérticos Rigidos E muito comum se ter estruturas nas quais, em uma diregdo, as subestruturas de contraventamento sdo pérticos rigidos e, na outra, sistemas treligados.A figura 5.3 mostra um exemplo de um edificio de multiplos andares onde esse sistema é utilizado. As agdes horizontais chegam as subestruturas de contraventamento por meio da lajes, que se comportam praticamente como diafragmas rigidos em seu plano. Estabilidade nesta diregao a Estabilidade nesta diregao proporcionada por pérticos rigides BS ~ ,Proporcionada por sistema treligado ‘(as ligagdes entre viges © (as ligagdes entre vigas © pilares to rigidas) pilares sio rotuladas) ~ Estabilidade proporcionada por pértico rigido e sistema treligado 1 3 ESTRUTURAL UMG AP. A figura 5.4 (fonte: Manual Brasileiro para Céleulo de Estruturas Metdlicas, MIC, 1986) mostra um galpdo industrial tfpico, com os nomes dos principais componentes estruturais construtivos, com a estabilidade transversal proporcionada por pérticos rigidos e a longitudinal por sistemas treligados, chamados usualmente de contraventamentos de cobertura e vertical. Pinel (tna, etc) {e fecnamento A | pon taser te [ramet ed L Pendurat ge ‘pamento font Pilar otulado na bate Figura 5.4— Galpfo industrial tipico }\. Par engastad ra base © contraventamento vertical transmite as agdes horizontais que atuam nas fachadas frontais, geralmente devidas apenas ao vento, ¢ as agdes horizontais oriundas do funcionamento de equipamentos, como pontes rolantes, para as fundagdes. O contraventamento vertical mais utilizado em galpdes tem a forma de X, e constitui pritica comum considerar apenas o trabalho das barras tracionadas. Tal procedimento se justifica pelo fato de as barras de contraventamento serem muito esbeltas e flambarem quando comprimidas, perdendo a efetividade, ¢ tem as vantagens de conduzir a uma maior facilidade de célculo e economia de material. A figura 5.5 ilustra o comportamento de um contraventamento vertical em X, quando atuam agdes horizontais decorrentes do vento e de uma ponte rolante da esquerda para direita e da direita para a esquerda (as barras comprimidas do contraventamento, que so desprezadas, aparecem em linha tracejada e se alternam com as barras tracionadas, dependendo do sentido das agdes horizontais). Necessariamente, nesse caso, deve-se ter um X abaixo da viga de rolamento para transmisso destas tltimas agdes. Nota-se que 0 trabalho do contraventamento faz com que os pilares sejam submetidos a forgas axiais de trago ou compressio. 92 (a) Agbes horizontais da esquerda para direita (b) Agies horizontais da direita para esquerda Figura 5.5 - Comportamento do contraventamento vertical em X Verificam-se que os pilares dos paingis contraventados funcionam como cordas, as barras horizontais (vigas) como montantes e as barras do contraventamento como diagonais de uma treliga. Os pilares de paine! contraventado ficam evidentemente apoiados nos niveis dos montantes € mesmo os demais pilares ficam apoiados pelas barras horizontais que chegam aos nés do painel (figura 5.6). niveis supostos fixos situagio Figura 5.6 - Apoios dos pilares em decorréncia do contraventamento Outros modelos de contraventamento vertical, diferentes do contraventamento em X, podem ser usados, para aumentar a area aberta entre os pilares ou melhorar a distribuigdo de esforgos, ou ainda por razSes arquiteténicas. Dois exemplos so apresentados na figura 5.7. No primeiro, chamado de contraventamento em A, uma das barras do contraventamento trabalha a trago (representada em linha cheia) e a outra deve trabalhar 4 compressdo (representada em linha tracejada), a menos que a viga consiga equilibrar, por flexdo, a forga de tragdo da outra barra do contraventamento; no segundo, um sistema de trés barras trabalha tracionado (representado em linha cheia), e um conjunto de trés barras que estariam comprimidas (representado em linha tracejada) & desconsiderado. 93 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UFANG: => Figura 5.7 - Modelos usuais de contraventamento vertical Na pritica, é comum se fazer um painel de contraventamento vertical a cada cinco ou seis, vaos longitudinais, quando esses vos no so grandes (no maximo da ordem de 6 m), com preferéncias para o primeiro vao e 0 tiltimo. O contraventamento de cobertura tem por fungéio transmitir as agbes horizontais que atuam na cobertura, geralmente devidas apenas ao vento, para o contraventamento vertical, evitando a ocorréncia de flextio excessiva da tesoura em torno de seu eixo de menor inércia. Na maioria das vezes apresenta configuragdo em X. Seu comportamento é mostrado na figura 5.8, juntamente com a participagtio do contraventamento vertical na transmissio das ages até as fundagdes. E usual, mas n&o necessdrio, que contraventamentos de cobertura e vertical fiquem em um mesmo vio. barras tracionadas = barras comprimi ages horizontals Figura 5.8 - Comportamento do contraventamento de cobertura Constata-se que, no plano da cobertura, as tesouras dos painéis contraventados funcionam como cordas, as tergas ligadas ao contraventamento como montantes (estas tergas so também chamadas de escoras) e as barras do contraventamento como diagonais de uma treliga. As tesouras do painel de contraventamento ¢ também todas as demais tesouras ficam apoiadas horizontalmente pelas escoras, conforme se vé ainda na figura 5.8 (as tergas que no estiverem ligadas ao contraventamento nao constituem apoio para as tesouras). 94 CCAP. §: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL. UNG Se a tesoura for treligada, apenas a corda superior ¢ apoiada lateralmente pelas escoras, © que significa que a corda inferior pode ficar com comprimento livre muito elevado, levando a problemas relacionados A sua esbeltez no plano perpendicular ao da treliga. Como solugdo, usualmente, so empregadas. as chamadas mios-francesas, conforme ilustra a figura 5.9, formadas por barras inclinadas que ligam pontos da corda inferior as escoras, tomnando tais pontos apoiados lateralmente, Adicionalmente, as méos-francesas reduzem o vao livre das proprias escoras ¢, conseqiientemente, o momento fletor atuante, permitindo a utilizagao de perfis mais econdmicos para esses elementos. corda superior da tesoura treligada Montante ou diagonal — da tesoura treligada barra inclinada da ‘miflo-francesa —_ corda inferior da tesoura treligada Figura 5.9 - Mao-francesa Ainda quando a tesoura é treligada, é interessante mencionar que ela pode se apoiar nos pilares em um tinico ponto (figura 5.10-a), constituindo uma ligago rotulada. Pode também se apoiar em dois pontos (figura 5.10-b), constituindo uma ligago rigida, tendo em vista que esses dois pontos permitem a formagao de um bindrio, por meio do qual ocorre a transmissfio de momento fletor da tesoura para o pilar. (@) Rotulada (b) Rigida Figura 5.10 - Ligagdes entre tesoura treligada e pilar 95 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG Muitas vezes, principalmente quando 0 galpao possui ponte rolante, sfo feitos ainda contraventamentos na cobertura em toda a extenso longitudinal do galpao (ver figura 5.4), junto as escoras de beiral. Esses contraventamentos tém por objetivo transformar a cobertura em um diafragma indeformavel em seu plano, tomando proximos os deslocamentos horizontais no topo de todos os pérticos transversais. Assim, evitam-se problemas relacionados a deslocamentos diferenciais elevados (figura 5.11). oN t (a) Sem contraventamento (b) Com contraventamento Figura 5.11 - Influéncia do contraventamento longitudinal na cobertura $.2.3. Consideracdes Sobre as Paredes de Cisalhamento As paredes de cisalhamento normalmente so feitas de concreto armado, mesmo nos edificios com estruturas de ago, e podem possuir varias formas (plana, retangular fechada, U, I, etc.), conforme mostra a figura 5.12. E comum essas paredes delimitarem 08 micleos de servigo dos edificios ¢ os estabilizarem nas duas diregdes principais. laje (diafragma horizontal) ] Figura 5.12 ~ Plantas de edificios com paredes de cisalhamento As agdes horizontais so conduzidas até as paredes de cisalhamento pelas lajes, que funcionam como diafragmas da edificagao. 96 COMPORTAMENTO E ANALISE ESTR UAAG 5.3. ANALISE DE 2°. ORDEM. 5.3.1. Efeitos Global e Local de 2°. Ordem Para a anilise de 2*. ordem, deve-se trabalhar com a estrutura deformada. Dessa forma, devem ser considerados necessariamente os chamados efeitos global e local de 2°. ordem. O efeito global de 2". ordem, conhecido como efeito pé-delta (P-A), so as respostas decorrentes dos deslocamentos horizontais relativos das extremidades das barras, obtidas estabelecendo-se 0 equilibrio na configurag4o deformada da estrutura. Seja, por exemplo, a estrutura de um sé andar mostrada na figura 5.13, formada por um pértico rigido e por um elemento contraventado, submetida a uma forga horizontal Fy, ¢ & atuagiio das eargas verticais P;, P2 Ps, respectivamente nas trés prumadas de pilares. Se os nés superiores da estrutura se deslocam horizontalmente de A, ao se considerar as cargas verticais deslocadas desse valor em relagio & sua posico original, surge na estrutura um momento de 2*, ordem dado pelo produto (2P)A. Esse momento é entdo transformado, na anilise, nas forgas horizontais equivalentes Ho, de sentidos opostos, dadas por: Ho Gra G1) onde EP é, evidentemente, a soma de P;, Pz ¢ P3, eh é a altura dos pilares, igual a altura do andar. a Pr Ps Ho oe — momento era h transformado no bindrio eauivalente ena (EP)A 4-28 Figura 5.13 —Efeito global de 2*. ordem (efeito P-A) As forgas horizontais equivalentes podem tornar os valores dos esforgos solicitantes nas extremidades das barras mais elevados, especialmente 0 momento fletor, e em menor proporgio, a forga axial. A figura 5.14 mostra as forgas horizontais adicionais em um andar intermediério qualquer (andar i) de uma edificago de diversos pavimentos. Nota-se que a forga gravitacional 97 CAP: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG total nesse andar, representada por P,, que & também a fora de compressio total no andar, atuando na posigdo deformada da estrutura, causa um momento igual a0 produto PAAvs1-A,) ©, conseqiientemente surgem as forgas horizontais equivalentes de sentidos opostos Ho, no andar, dadas por: Hos 2i(da1-a,) 62) As forcas horizontais totais resultantes nos niveis i ¢ superior do andar, Hye His1s sfo as diferengas entre as forgas Ho do andar em foco e dos andares abaixo e acima deste. Awe Hose Nivel (+2) Andar oe! Nivel (i+) Eixo da estrutura deformada Hier = Hos ~ Hoes on Hoy = (PHB) Aus - A) pl andar D Eixo da estrutura___—-——* indoformada po dar (1) ! Figura 5.15 — Forgas horizontais resultantes em um andar decorrentes do efeito P-A O efeito local de 2*, ordem, conhecido como efeito pé-deltinha (P-5), so as respostas decorrentes dos deslocamentos da configuragio deformada de cada barra da estrutura submetida a forga axial. A figura 5.16 ilustra esse efeito para barras com curvatura simples e curvatura dupla. A forga axial de compressfo NV atuante na barra provoca um aumento do momento fletor nas segSes transversais situadas entre as duas extremidades dessa barra, cujo valor maximo é igual a NS, onde 8 é 0 maximo deslocamento transversal provocado pela curvatura da barra (evidentemente, 0 aumento do momento é nulo nas extremidades ¢ variével ao longo do comprimento da barra). Se a forga axial for de tragio, ocorre uma redugo do momento fletor. 98 CAP, 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG iN tn in Figura 5.16 — Efeito local de 2°, ordem (P-8) em barras com curvatura simples ¢ dupla 5.3.2. Métodos de Anilise Estrutural 5.3.2.1. Idéia Geral A anilise estrutural de 2°. ordem pode ser feita por qualquer método que considere os efeitos global P-A ¢ local P-8. Existem programas computacionais comercializados por empresas especializadas que executam essa andlise, fornecendo resultados bastante precisos. No entanto, como muitos projetistas ndo disptiem desses programas, ou mesmo no sentem seguranga para utilizé-los, a ABNT NBR 8800:2008 apresenta um méiodo simplificado, denominado Método da Amplificag4o dos Esforgos Solicitantes (MAES), pelo qual a andlise de 2". ordem é simulada, com preciso aceitavel, por meio de duas andlises de 1°. ordem, 5.3.2.2. Método da Amplificacao dos Esforgos Solicitantes (MAES) 53. .2.1. Descrigito ‘Usando-se 0 MAES, a estrutura analisada, com a combinagio de agdes considerada, chamada de Estrutura Original, é substituida pela soma de duas outras, conforme se vé na figura 5.17: uma estrutura com o carregamento total, mas com os seus nés impedidos de se deslocar lateralmente, por meio de contengdes horizontais ficticias em cada andar, chamada de Estrutura nt (“no translation”, ou seja, sem deslocamento lateral) ¢ uma estrutura submetida apenas ao efeito das reagdes das conteng6es ficticias aplicadas em sentido contrério, nos mesmos pontos onde tais contengdes foram colocadas, chamada de Estrutura Ct (“lateral translation”, ou seja, com deslocamento lateral). Em cada andar da estrutura analisada, 0 momento fletor ¢ a forga axial solicitantes de cilculo, respectivamente Ms, ¢ Nsz, S20 dados por: Msg = By My + By Mey (5.3) 99 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG sa = Naw + Bo Nee (5.4) onde My ¢ Ny sao, respectivamente, 0 momento fletor e a forga axial solicitantes de cdlculo, obtidos por analise elastica de 1°. ordem na Estrutura nt. Por sua vez, My ¢ Ne, so 0 momento fletor e a forca axial solicitantes de calculo, obtidos também por andlise elastica de 1°. ordem, na Estrutura ft. Raa Ras per Raz = + Rsaa Rsax iA 2 4) Estrutura original ») Estrutura nt ) Estrutura ét Figura 5.17 — Estrutura Original decomposta na Estrutura nt e na Estrutura ét Ainda na expressio 5.3, 0 cocficiente 2; deve ser tomado igual a 1,0 se a forga axial que atua na barra for de trag&io. Se essa forga for de compresséo, seu valor é dado por: By =——2— 210 i Near (55) N, onde N. é a forga axial que provoca a flambagem elistica por flexdo da barra no plano de atuagao do momento fletor, calculada com o comprimento real L da barra (N, = 7 EV/L), Nga € a forga axial de compressio solicitante de cAlculo na barra considerada, em andlise de primeira ordem (Ns = Nw+ Ni) € Cm € um coeficiente de equivaléncia de momentos, igual a 1,0 se houver forgas transversais entre as extremidades da barra no plano de flexao e, se ndo houver essas forgas transversais, igual a: My 090-040 (5.6) sendo Mj/Mfz a relago entre o menor e 0 maior dos momentos fletores solicitantes de cdlculo na Estrutura nt no plano de flexéio, nas extremidades apoiadas da barra, tomada 100 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG como positiva quando os momentos provocarem curvatura dupla e negativa quando Provocarem curvatura simples (Mj= My; Ma = Mya). O coeficiente B ¢ dado por: 6.1) onde: Ns € carga gravitacional total que atua no andar considerado, englobando as cargas atuantes nas subestruturas de contraventamento e nos elementos que no pertengam a essas subestruturas; R, é um coeficiente de ajuste, igual a 0,85 nas estruturas onde todas as subestruturas de contraventamento sio pérticos rigidos, e igual a 1,0 para as demais estruturas; Ay & 0 deslocamento horizontal relativo entre os niveis superior ¢ inferior (Geslocamento interpavimento) do andar considerado, obtido na Estrutura ft (se Ay possuir valores diferentes em um mesmo andar, deve ser tomado um valor ponderado para esse deslocamento, em fungo da proporgao das cargas gravitacionais atuantes ou, ser assumido, de modo conservador, 0 maior valor); ZH € a forga cortante no andar, produzida pelas forgas horizontais de célculo atuantes, usadas para determinar Ay, obtida na Estrutura ft; hé a altura do andar. ‘A forga cortante solicitante de céleulo praticamente ndo sofre influéncia dos efeitos de 2°. ordem, razio pela qual seu valor pode ser tomado igual a da anélise eléstica de 1°, ordem (03 coeficientes B; ¢ By nao entram em scu célculo) ou scja, igual a da Estrutura Original ou igual a: fe + Veg (5.8) onde Vi ¢ V;, sito, respectivamente, as forgas cortantes solicitantes de cdlculo na Estrutura nt ena Estrutura £t. 5.3.2.2.2. Consideragdes Adicionais Sobre o Coeficiente By O coeficiente B, tem o objetivo de considerar, em todas as barras da estrutura (cada barra possui um B,), 0 efeito local P-8 no valor do momento fletor (a rigor, conforme foi ;plicitado anteriormente, esse efeito é variével ao longo do comprimento da barra ¢ nulo ‘nos nés, mas por simplicidade e conservadoramente, é tomado com seu valor maximo em. toda a barra). Seu valor € tanto maior quanto maior for o deslocamento 5 (ver figura 5.16), que depende do diagrama de momento fletor, representado pelo coeficiente Cy, 101 CAP, 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UMAG (notar, por exemplo, que Cy, é maior na curvatura simples que na dupla), da forga axial atuante Nsq (forga maior provoca maior 5) ¢ da rigidez da barra, representada pela forga axial de flambagem eldstica N, (quanto menor N,, menor a rigidez e maior 8). 5.3.2.2.3. Consideracdes Adicionais Sobre o Coeficiente By O coeficiente By tem 0 objetivo de considerar, em todos os andares da estrutura (cada andar possui um B,), 0 efeito global P-A nos valores do momento fletor e da forga axial. Seu valor é tanto maior quanto maiores forem os deslocamentos A e as forgas gravitacionais ZNgq. Os deslocamentos A tém maiores valores quando a rigidez da estrutura a deslocamentos laterais ¢ pequena, ou seja, quando as relagdes Ay/h sfio elevadas. A forga cortante no andar, Z/s,, nao influi no resultado, uma vez que a relagio AyEHseé constante (A, é diretamente proporcional a D/sa). 5.3.2. Estruturas Indestocdveis Lateralmente ‘Se_a Estrutura Original for indeslocdvel lateralmente, ou seja, se ja tiver seus deslocamentos Iaterais impedidos nos niveis dos pavimentos ou nos niveis dos nés extremos das barras por apoios externos ou outros meios equivalentes (a figura 5.18 mostra trés exemplos), nao faz sentido dividi-la em Estrutura nt e Estrutura ¢t, Nesse caso, basta que seja feita uma andlise de 1*, ordem da Estrutura Original, adicionando o efeito local P-5 aos valores dos momentos fletores, ou seja, multiplicando os momentos fletores por B;. Resumindo, para obtenedo dos esforgos solicitantes de célculo, devem ser izadas as Eqs. (5.3), (5.4) e (5.8), tomando os esforgos da Estrutura Original como sendo os da Estrutura nt, os esforgos da Estrutura ¢t nulos e caleulando B, com Neu apenas da Estrutura Original, ou 4 be be an hn (@) Pértico rigido com os (b) Pitar com nos (6) Viga biapoiada (com deslocamentos Iaterais impedidos _extremos impedidos de sends extremos impedidos de nos niveis dos pavimentos deslocar lateralmente se deslocar lateralmente) Figura 5.18 — Estruturas com deslocamentos laterais impedidos (indeslocaveis) 102 = ‘CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAG 5.4. CONSIDERACAO DE EFEITOS DE IMPERFEIGOES NA ANALISE 5.4.1. Generalidades ~ Na anélise estrutural, devem também ser considerados os efeitos das chamadas E imperfeigdes iniciais. Essas imperfeigdes so de dois tipos: geométricas e de material, 5.4.2. Imperfeicdes Geométricas © efeito das imperfeigdes geométricas iniciais precisa ser considerado para prever = possiveis desaprumos de montagem da estrutura. Esse efeito deve ser levado em conta > diretamente na anélise estrutural supondo, em cada andar, um deslocamento horizontal relativo entre os niveis inferior e superior (deslocamento interpavimento) de h/333, onde 2 ‘é a altura do andar em foco, conforme ilustra a figura 5.19. i (aethythsyi333 - nj 1 = L = i (hy+hy333 hy} 1 a Uf + ara - he Ee * Figura 1.19 —Imperfeigdes geometricas iniciais da estrutura Para facilitar a consideragao pritica do efeito das imperfeigdes geométricas iniciais na - anilise estrutural, 0 mesmo pode ser levado em conta por meio da colocagio, em cada a andar, de uma forga horizontal ficticia, denominada forga nocional (Fy2), igual 0,3% das cargas gravitacionais de célculo totais aplicadas no préprio andar, incluindo as das subestruturas de contraventamento e dos elementos contraventados (figura 5.20). ma Fras = 0,003 (Pass + Para + Pasa + Past) ——>’ Fru? 0,003 (Pasa + Pasa + Pasa + Pasa) ——e 0,003 (Para + Paaa + Pasa t Pass) —> Figura 5.20 -Forgas nocionais para consideragao do efeito das imperfeigbes geométricas 103 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG O efeito das imperfeigbes geométricas iniciais deve ser considerado em todas as diregoes ‘Televantes da estrutura, mas em apenas uma diregdo de cada vez. Isso significa que em uma estrutura com comportamento tridimensional, por exemplo, se forem utilizadas as forgas nocionais, essas forgas devem ser aplicadas nas duas diregdes horizontais principais, mas nao simultaneamente, conforme se vé na figura 5.21. Em cada dirego, as forgas devem ser aplicadas nos dois sentidos, com objetivo de buscar os esforgos solicitantes de célculo mais desfavoraveis em cada uma das barras da estrutura, Figura 5.21 — Forgas nocionais aplicadas nas duas diregdes horizontais principais Para se evitar uma condigdo excessivamente conservadora, as forgas nocionais nfio precisam ser consideradas ao valor das reagdes horizontais de apoio para efeito de dimensionamento das bases dos pilares e das fundagdes. 5.4.3. Imperfeicdes de Material ‘As barras que compdem a estrutura, por terem tensdes residuais, podem softer escoamentos localizados, que nao so detectados na anilise elistica, e que causam um aumento dos deslocamentos, Esse efeito, chamado de efeito das imperfeigdes iniciais de material, deve ser considerado na andlise estrutural. Um procedimento simplificado para tal consiste em reduzir a rigidez a flexio (produto BI, ou seja, do médulo de elasticidade do ago pelo momento de inércia em relago ao eixo de flex) e a rigidez axial (produto EA, ou seja, do médulo de elasticidade do ago pela drea da sego transversal) das barras para 80% dos valores originais. Logicamente, para se fazer isso, basta analisar a estrutura ual a 80% de 200000 MPa, ou seja, igual a 160000 MPa e, ao se obter 0. valor do coeficiente By (ver item 5.3.2.2.1), calcular N, com esse valor reduzido de F. 5.5. ANALISE ESTRUTURAL PARA ESTADOS-LIMITES ULTIMOS 5.5.1. Classificagao das Estruturas tipo de andlise estrutural e os efeitos que devem ser considerados na determinagéio das respostas da estrutura para estados-limites tltimos (essas respostas silo normalmente os 104 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG esforgos solicitantes nas barras) depende da classificagdo das estruturas quanto a sensibilidade a deslocamentos horizontais. Dentro desse contexto, as estruturas sfo ssificadas em estruturas de pequena deslocabilidade, média deslocabilidade ou grande deslocabilidade. Uma estrutura é classificada como de pequena deslocabilidade quando seu maior coeficiente B, calculado sem considerar 0 efeito das imperfeigSes de material, for igual ou inferior a 1,10. Se 0 maior By superar 1,10, mas nao superar 1,40, a estrutura & classificada como de média deslocabilidade. Se 0 maior By superar 1,40, a estrutura & classificada como de grande deslocabilidade. A classificagdo de uma estrutura depende da combinagao iiltima de ages, o que significa que uma mesmia estrutura, sob uma combinagdo de agées pode ser, por exemplo, de pequena deslocabilidade e para outra combinago, de grande deslocabilidade. Trata-se, portanto, de um procedimento demorado, que onera e dificulta substancialmente 0 célculo estrutural. Para minimizar 0 problema, a ABNT NBR 8800:2008 admite que a classificagto da estrutura seja feita uma unica vez, tomando-se a combinagdo de ages que fomece os maiores valores de Bz, que é a combinago constituida pela maior resultanite de carga gravitacional, além de algumas forgas horizontais, decorrentes de vento, equipamento, etc. As estruturas de grande deslocabilidade so raras na pritica, podem exigir consideragdes mais claboradas nos procedimentos de andlise estrutural, ¢ no serio tratadas neste trabalho. 5.5.2. Procedimentos 5.2.1. Estruturas de Pequena Deslocabilidade Nas estruturas de pequena deslocabilidade, uma primeira opgdo é a realizagao da anilise estrutural sem levar em conta 0 efeito global de 2°. ordem P-A eo efeito das imperfeighes de material. Nesse caso, basta que seja feita uma andlise convencional de 1°, ordem, com os momentos fletores obtidos multiplicados pelo coeficiente By, dado pela Eq. (5.5), para consideracao do efeito P-8 (no calculo desse coeficiente, na obtengao do valor de Cy, a relagdio My/M; deve ser obtida da propria Estrutura Original, uma vez que no sfio criadas as Estruturas nt e ft). © efeito das imperfeigdes geométricas, como visto no subitem 5.4.2, deve ser considerado em todas as combinagdes de agdes. No entanto, essa opgo s6 | pode ser utilizada se as forgas axiais solicitantes de calculo das barras, em todas as , combinagdes de agdes possiveis, nfo forem superiores a 50% da forga axial | correspondente ao escoamento (produto da Area bruta da segdo transversal pela resisténcia ao escoamento do aco) dessas barras. ) 105 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UAAG ‘A segunda opgdo é se efetuar uma anilise de 2, ordem, como descrito no item 5.3, levando-se em conta o efeito das imperfeigdes geométricas, exceto nas combinacies de agdes em que atuem outras forgas laterais, como as devidas ao vento e a equipamentos (salienta-se que nao é necessério colocar as imperfeiges geométricas em combinagdes de agdes em que existam outras foreas laterais), e desprezando-se o efeito das imperfeigdes de material. 5.5.2.2. Estruturas de Média Deslocabilidade ‘Nas estruturas de média deslocabilidade, a determinagdo dos esforgos solicitantes de ciloulo deve ser feita como na opgdo de andlise de 2°. ordem das estruturas de pequena deslocabilidade, mas sem desprezar o efeito das imperfeigdes de material, que deve ser considerado conforme descrito no subitem 5.4.3, ou seja, tomando 0 médulo de clasticidade £ igual a 160000 MPa. 5.5.2.3. Tratamento Comum para Estruturas de Pequena e Média Deslocabilidades Para fins priticos, é interessante unificar os procedimentos de andlise para estruturas de pequena e média deslocabilidades. Assim, recomenda-se usar diretamente procedimento descrito em 5.5.2.2 para estruturas de média deslocabilidade, climinando- se a etapa de classificagao da estrutura. Com esse procedimento unificado, se a estrutura for de pequena deslocabilidade, os resultados sero conservadores. No entanto, deve-se assegurar que a estrutura no seja de grande deslocabilidade, nao prevista neste trabalho. Isso pode ser feito facilmente, observando-se os valores dos coeficientes By, que no podem superar, mesmo que uma tinica vez, 1,55 (valor correspondente ao limite de 1,40 quando se usa E igual a 160000 MPa). Em resume, no procedimento unificado: - efetua-se uma andlise de 2* pos ordem, como descrito no item 5.3, para cada uma das eis combinagGes tiltimas de agdes que pode solicitar a estrutura (ver 4.3.2.2); - leva-se em conta o efeito das imperfeigdes geométricas por meio de forgas nocionais, conforme 0 subitem 5.4.2, exceto nas combinagdes de agdes em que atuem outras forgas laterais; - leva-se cm conta efeito das imperfeiges de material usando o médulo de elasticidade E com valor de 160000 MPa, conforme o subitem 5.4.3; - observa-se o valor do coeficiente Bp ,que n&o pode superar 1,55. E importante ainda frisar que as agGes precisam ser combinadas antes da andlise de 2°. ordem, pois respostas da estrutura dependem da interagdo entre as ages. 106 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL_ UAAG 5.5.2.4. Estruturas Indeslocaveis Lateralmente Se a estrutura for indeslocavel lateralmente, como se viu no subitem 5.3. 4, somente precisa ser considerado o efeito local de 2°. ordem P-6 nos valores dos momentos fletores. Esse tipo de estrutura possui, evidentemente, deslocabilidade nulae, por essa azo, como nas estruturas de pequena deslocabilidade, néo ha necessidade de se considerar o efeito das imperfeigdes de material. 5.5.3. Consideragées Sobre 0 Coeficiente de Flambagem Tendo em vista que a andlise estrutural leva em conta os efeitos de 2°. ordem, 0 coeficiente de flambagem por flexdo das barras axialmente comprimidas, que integram as subestruturas de contraventamento ¢ dos elementos contraventados, pode ser tomado igual a 1,0. 5.5.4. Possibilidade de Anilise de 1° Ordem Existem situagSes especificas em que pode ser feita andlise convencional de 1°, ordem, sem necessidade de se levar em conta os efeitos das imperfeigdes. E 0 caso, por exemplo, das treligas biapoiadas de piso © cobertura (figura 5.22). Essas treligas, como so componentes estruturais horizontais (ou quase), praticamente ndo softem influéneia do efeito global de 2*. ordem e das imperfeigdes geométricas iniciais, e 0 efeito local de 2*. ordem nao existe, pois as barras sao sujeitas apenas A forga axial. Conseqilentemente, ndo faz sentido considerar também as imperfeigdes iniciais de material. Figura 5.22 ~ Treligas biapoiadas de piso ou cobertura Lembra-se que, na andlise de 1°, ordem, é valido o prineipio da superposigdo dos efeitos, © que permite a opgdo de se obter isoladamente as respostas da estrutura a cada ago ¢ combinar posteriormente essas respostas, como se fez no exemplo da treliga biapoiada do Capitulo 4 (subitem 4.4.1). 107 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UMAG 5.6. ANALISE ESTRUTURAL PARA ESTADOS-LIMITES DE SERVICO Para determinagiio das respostas da estrutura para estados-limites de servigo (esas respostas so normalmente os deslocamentos da-estrutura), pode ser feita andlise estrutural de 1*, ordem, desde que a estrutura seja de pequena ou média deslocabilidade (maior coeficiente By obtido na verificagao dos estados-limites tltimos, com médulo de clasticidade E igual a 160000 MPa, nao superior a 1,55), usando-se as combinagées de ages de servigo (ver 4.3.3.2). Nao é necessdrio considerar os efeitos das imperfeigdes geométricas e de material, 5.7. EXEMPLOS DE APLICACAO 5.7.1. Esforgos Solicitantes de Célculo em Estrutura de Dois Andares ‘A estrutura mostrada a seguir possui dois andares e tem como subestrutura de contraventamento um pértico rigido. Atuam diretamente no pértico agdes permanentes (P,), constituidas predominantemente de pesos préprios de elementos construtivos industrializados, forgas decorrentes de sobrecarga (P,), havendo ocorréncia frequente de elevadas concentragdes de pessoas, ¢ forgas devidas ao vento (P,). Agdes permanentes (Py) e decorrentes de sobrecarga (Py) atuam também em elementos contraventados da estrutura. As vigas so sobrepostas por lajes de concreto (existe ligagiio mecénica entre as vigas de ago ¢ as lajes de concreto), que se comportam como diafragmas horizontais da edificagao. Representacao dos elementos contraventados No pértico rigido, os pilares tm perfil laminado W 360 x 79 (354 x 205 x 16,8 x 9,4) e as vigas perfil soldado VS 600 x 95 (600 x 300 x 12,5 x 8,0). 108 ‘CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG Determinar os esforgos solicitantes de calculo nas barras do pértico rigido para verificagao dos estados-limites iltimos. a) Tipo de Andlise e Combinagdes de Agdes Ser utilizado o procedimento unificado para estruturas’ de pequena e média deslocabilidades (ver subitem 5.5.2.3). Assim, deve ser feita anélise eldstica de 2a. ordem, para todas as combinagdes tiltimas de ages possiveis, levando-se conta as imperfeigbes geométricas iniciais (exceto nas combinagdes em que atue 0 vento) ¢ as imperfeigdes iniciais de material (usar médulo de elasticidade Z igual a 160000 MPa). As combinagées tiltimas de agdes possiveis so mostradas a seguir: - Hipétese 1: Carga permanente com imperfeigdes geométricas ¢ de material © 4,36 x 600= 810 kN 4,36 x 800+ 41,5376 = = 1372,5 kN 0,003 (5 x 183 + 4,38 x 600 = = 810 kN 109 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG = Hipotese 4: Carga permanente favordvel a seguranga, mais vento com imperfeigdes de material 4ax8= 2 44,2KN 44x 162 4 KN ~ Hipétese 5: Carga permanente mais sobrecarga (varidvel principal) mais vento, com imperfeig6es de material C4Q 1,85 x 80 + 1,5 x §0 = 183 KN 1,35 x 600 + +4,8x 375 = (= 1372,5 kN = 6,72 kN 14x06 x8 Stese 6: Carga permanente mais vento (variével principal) mais sobrecarga, com imperfeigoes de material iN as 4] oe - 4,38 x 600 + Za ; z? 160,5 kN 44,5 x0,7 x375= =i - > 2 4203,75 kN z/ b) Andllise Elastica de 2*. Ordem Deve ser feita andlise estrutural eldstica de 2*. ordem para as seis hipéteses de combinagées iiltimas de agdes apresentadas anteriormente, com £ igual a 160000 MPa, obtendo-se os valores dos maximos esforgos solicitantes de célculo em cada barra da estrutura. Como ilustraedo, a seguir serd apresentada a anilise apenas para a hipétese 6, usando 0 MAES, levando-se em conta inclusive a deformagiio por forga cortante, 110 UNG © primeiro passo ¢ a decomposig4o da Estrutura Original na Estrutura nt e na Estrutura tt 1203,75 kN z z Rs a) ie 160,5 kN 4203.75 kN zy yas Soh a z Estrutura = nt - zs 34 + Roar a Estrutura Pe “t Estrutura Original ~ Estrutura nt Faz-se a anélise da Estrutura nt, Nessa andlise, basta que seja processada subestrutura de contraventamento, no caso 0 pirtico rigido, com os apoios ficticios colocados diretamente neste portico (os elementos contraventados podem ser excluidos). As figuras seguintes mostram os diagramas de forga axial, forga cortante e momento fletor (os niimeros dos nds usados na andlise estrutural também so mostrados). As reagSes nos apoios ficticios Roa € Rsq2 Sao iguais, respectivamente, a 22,40 kN ¢ 11,20 KN. 401,25 Diagrama de forca axial (+ representa tragdo e - compressio) (kN) 802,50 i CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG Diagrama de forga cortante (KN) Diagrama de momento fletor (KN.m) Faz-se a andlise da Estrutura /t, Nessa andlise, processa-se 0 pértico rigido, com as reagdes dos apoios ficticios colocadas diretamente neste pértico (os clementos contraventados podem ser excluidos).As figuras seguintes mostram o carregamento com os deslocamentos e os diagramas de forga axial, forga cortante e momento fletor. : “ . 2 U20KN ‘ — Ag = 0,621 em {2240KN — Carregamento e deslocamentos horizontais 112 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL 8,46 1638 239 UPAAG Diagrama de forga axial (+ representa tragdio ¢ - compressao) 8.46 (kN) Diagrama de forga cortante (KN) Diagrama de momento fletor Nam) 113 CAP. §: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAG - Valores do coeficiente By O coeficiente By deve ser obtido em cada uma das barras do portico rigido, por meio da expressio: 210 1 Neat N, onde Cy é igual a 1,0 se houver forgas transversais entre as extremidades da barra e, se nao houver essas forgas C,, = 0,60 — 0,40. M Logo, vem: Z fe Nga = Nue + Ne Bar. Ce _ 7 By &) (kN) Pilar 2°x0,8x20000x22713 _ | 0,41 esa. | 0,6-0,4 (84,9/168,9)= | -802,50+8,46= | ~~ = | rr 40 -794,04 400° Os andar = 22417 1,0) vi 10 via 7 100,16 + 11,20 = 7 (forga oe ‘ = 111,36 (tragdo) axial de traco) Pilar °x0,8x20000x22713 _ | 0,42 dir. 0,6 — 0,4 (84,9/168,9)= | -802,50 - 8,46 = | —————,———— = Us 1 = 0,40 = -810,96 400° sar andar = 22417 10) Pilar °x0,8x20000x22713 _ | 0,29 esa, | 0,6 ~0,4 (333,2/411,7)= | -401,25+239= | ~A=S GR = | 2. = 028 = -398,86 a0 or andar = 22417 1.0) Viga stages 7x 0,8x20000%77401 _ 2. 10 Sosa 12007 1,02 andar Et = 8488 Pilar x 0,8x20000x22713 0,29 dir. 0,6 -0,4 333,24411,7)= | 401,25-2,39= | —————_ = U 2 = 0,28 = 408,64 En pet andar =22417 10) 114 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAG - Valores do coeficiente By O coeficiente By deve ser obtido em cada andar do pértico rigido, por meio da expressiio: onde R, & igual a 0,85, pelo fato de a subestrutura de contraventamento ser um pértico rigido. Assim, pode ser feita a tabela a seguir: Andar | a; i | @m) H | SNe | DHs| Be | em} (eN) | (KN) | T [0371 | 0371-00371 | 400 | 4012,50 | 33.6 2 [0,621 | 0,621 - 0,371 = 0,250 | 400 | 2006.25 | 11,2 ODNga™ 2 [(160,5 x 5) + 1203,75] = 4012,50 KN © ENsa (160,5 x 5) + 1203,75= 2006,25 KN. Como o maior coeficiente B situa-se entre 1,13 e 1,55, a estrutura, para o carregamento em consideragio, ¢ de média deslocabilidade, 0 que significa que © procedimento utilizado é valido. - Valores dos esforgos solicitantes de célculo Os valores dos esforgos solicitantes de cdlculo, a serem usados na verificagdo dos estados-limites tiltimos da estrutura, em alguns pontos estabelecidos como ilustragao (quando é indicado um né, seu nimero aparece nas figuras anteriores), sto dados conforme segue: Barra | Nse= Nut BaNu | Vsa= Var + Vr Msa= Bi Mur + Ba Mu &N) (kN) (KN.mm) Pilar esq, | “802,50 + 1150 (846)= | -63,69% 1680= | 4 9 (160,80) + 1,150 28,4) =-137,14 1 andar gs Lan (083) (barra toda) (barra toda) Viga ve, | T0016 biS)C120)= | 240,78 607" | 1,0(459,9) + 1,150 (0)= 459,90 andar (barra toda) (067) (n6 5) Pilar dir, | “$0250 1150 (8:46) = | 63,69 3 16.80 | 9 (169,80) + 1,150 (28.4) = 202.46, 1°, aricder 812,23 = 80,49, (067) (barra toda) (barra toda) Pilar esq, | 40V25-* 2982 (59)= | 186.21 340= | 1,0 (411,70) + 1,152 (14,4) =-395,11 oe: (barra toda) (barra toda) (n6 8) Viga 2, | TO7AE TASZG.60)= | 240.75 229" | 1,02 551,3) + 1,150 (0) = 562,33, andar (barra toda) (06 12) (né 10) Pilar dir, | A0W25* HN92 C259)= | 186.244 5.00% | 10 (-411,70) + 1,152 (14,4) =-428,29 a (barra toda) (barra toda) (6 12) fe 3000 7 aes 115 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPANG - Consideragées complementares Neste exemplo, como o coeficiente B, é igual a 1,0 ou muito préximo de 1,0 em todas as barras, os valores da forga axial ¢ do momento fletor na Estrutura /t so muito menores que na Estrutura nt ¢ 0 coeficiente B, nao é alto, os esforgos solicitantes da andlise de 2° ordem ficam préximos dos da anilise de 1°, ordem. No entanto, em muitos outros casos, as difereneas so significativas. Observa-se ainda que, em casos reais, especialmente quando a subestrutura de contraventamento nio ¢ simétrica, deve-se considerar a ago do vento nos dois sentidos (da esquerda para direita e da direita para a esquerda), e também as forgas nocionais. 5.7.2, Estado-limite de Servigo em Estrutura de Dois Andares Na estrutura de edificio do exemplo do subitem anterior, so suportados elementos sujeitos fissuragdo. Verificar se os deslocamentos laterais encontram-se dentro de limites permitidos, Solugio Como a estrutura suporta elementos sujeitos a fissurago, deve-se entender seu deslocamento excessivo como um estado-limite irreversivel. Assim, devem ser usadas as combinagées raras de servigo. A estrutura ja foi classificada no exemplo anterior como de média deslocabilidade. Logo, para verificagao dos estados-limites de servigo, pode ser feita andlise elastica de 1a, ordem (sem considerar as imperfeigdes iniciais geométricas e de material) com as combinagdes de agdes raras de servico dadas pela expresso: DFat Ft Dv Fo) a Como no caso da estrutura em questio, o carregamento decorrente do vento ¢ claramente © mais importante para o deslocamento horizontal, este carregamento deve ser adotado como variavel principal. Assim, a combinagdo de agGes de servigo fica: 1,0 (carga permanente) + 1,0 (vento) + 0,60 (sobrecarga) 1,0 x 80 +0,6 x §0 = 110 KN 0 oe Xo 110 KN ot e1 46 KN 10x16 116 (CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG Os deslocamentos laterais obtidos nos niveis dos dois andares so mostrados na figura seguinte: Aa = 0,355 om 4m 1 = 0,212 em 4m| Esses deslocamentos sio os deslocamentos totais no nivel dos dois andares, e niio apenas os deslocamentos provocados pelas forgas cortantes. No entanto, por simplicidade, de forma conservadora, serdio usados esses mesmos deslocamentos totais para comparaco com 0 deslocamento horizontal relativo entre pisos indicado, de 1/500 (se essa condigao for atendida, automaticamente a condigdo de deslocamento no topo limitado a H1/400 fica também atendida). Assim, tém-se os seguintes deslocamentos horizontais relativos: + no andar 1: (Ay - 0 = 0,212 — 0 = 0,212 cm) < (4/500 = 400/500 = 0,8 cm) = OK! + no andar 2: (Ap - Al = 0,355 - 0,212 = 0,143 em) < (Ii/500 = 400/500 = 0,8 cm) => OK! Salienta-se que essa verificagdio deve ser feita nas prumadas dos dois pilares (em nenhuma prumada os limites podem ser superados). No caso deste exemplo, a verificag0 foi feita por andar, uma vez que os deslocamentos nas duas prumadas so iguais (as vigas no se deformam axialmente) 5.7.3. Anilise de Sistema Treligado ‘A figura a seguir mostra a estrutura de uma edificagdo, na qual o sistema treligado ABC é a subestrutura de contraventamento e as barras DE ¢ FG sdo elementos contrayentados, ¢ também as agées caracteristicas atuantes. As barras BE e EG sao indeformaveis Imente. Solicita-se que: 1) sejam determinadas as combinagées altimas de agdes na estrutura; 2) sejam obtidas as forgas axiais solicitantes de célculo nas barras da subestrutura de contraventamento para as combinagSes tltimas de agdes determinadas anteriormente, usando o procedimento unificado para estruturas de pequena e média deslocabilidades, avaliando-se a validade desse procedimento. - Sabe-se que sob ago de uma forga horizontal de 1 kN no né B da estrutura, este né se desloca de 0,1 cm na diregfio da forga, quando o médulo de elasticidade do ago é tomado igual a 200000 MPa. 17 CAP. 5: COMPORTAMENTO € ANALISE ESTRUTURAL UPA pre pee pe _|e bn | B E Aggies caracteristicas: Phe = peso proprio de estruturas metélicas = 140 kN Sm| Pix = sobrecarga de cobertura = =90KN D F a) Combinagdes Ultimas de Ades As combinagées tltimas de agdes ttm como agdo varidvel principal a sobrecarga possuem a seguinte resultante gravitacional nos nds B, E e G: Pagros = 1,25 (Pig) * 1,5 (Pu) = 1,25 (140) + 1,5 (90) = 310 KN A essas resultantes gravitacionais, como nao atuam forgas laterais, deve ser acrescida a forga nocional F,,, representativa das imperfeigdes geométricas, nos dois sentidos (da esquerda para direita e vice-versa), conforme se vé a seguir: Page = 1,25 X 140 + 1,5 X90 = 310 KN Face Inet tegen yo 5 ; a Fra 0,003 (3 x 310) = 2,79 KN A ic D F b) Forgas Axiais Solicitantes de Céleulo com a Forga Nocional da Esquerda para Direita Deve ser feita a andlise estrutural eldstica de 2°. ordem para as combinagdes tiltimas de agdes apresentadas anteriormente, obtendo-se os valores das forgas axiais solicitantes de célculo nas barras AB © BC, usando 0 MAES. Considerando inicialmente a forga 118 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UMMG nocional da esquerda para direita e decompondo a Estrutura Original na Estrutura nt ena Estrutura ¢t, vem: 310kN BIOKN 310kN 2704n J t bpp Rou =, — s10kN SIOKN 310%N 279Kn | 1 4 y F ° A i Estrutura nt ia Ree ai E oo a c D ¥ Estrutura Original A © > F Estrutura ft ~ Estrutura nt ‘Na Estrutura nt (basta que seja processado o sistema treligado, com os apoios ficticios colocados diretamente no mesmo), evidentemente Rszx ¢ igual a 2,79 KN ¢ apenas a carga gravitacional de 310 KN provoca forgas axiais nas barras AB e BC, conforme se vé a seguir. Estabelecendo as condigdes de equilibrio do n6 B, respectivamente a forcas horizontais e verticais, tem-se: Nwusc=0 Nw. 48 =~ 310 KN sony 310 kN 2 baa 2,79 KN 5 == A iC 3m |__| 119 CAP, 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG -Estrutura ft A Estrutura £1 esta submetida apenas a reago de apoio Rs, de sentido contririo. QkN B @ Lac = (5? +37)'? = 5,83 m 5 sen a = 3/5,83 = 0,515 “aa c cos 0. = 5/5,83 = 0,858 Estabelecendo o equilibrio do né B respectivamente a forgas horizontais e verticais, tem- se: 2,79 + Nixgc sen 0 = 0 => Nyuge=-2,79/0,515 = -5,42 kN Nase 608 0+ Nya = 0 => Nias =-(-5.42 x 0,858) = 4,65 kN ~ Valor do coeficiente By Com a forga horizontal no né B de 2,79 KN, lembrando que 0 médulo de elasticidade deve ser tomado com valor igual a 160000 MPa (80% de 200000 MPa), tem-se um deslocamento horizontal (A;) deste né de: 2,79x0,1 08 = 0,35em Com h = 500 cm, R,= 1,00, 4, = A, = 0,35 em, e com ENg= 3.x 310 =930 kN EHs¢= 2,79 KN vem By = 1 — - 1 __ 1304 ot Be ee 1-1 035 930°" "Roa YAss 1,0 500 2,79 120 CCAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG - Valores das forgas axiais solicitantes de cdlculo Os valores das forgas axiais solicitantes de cdlculo, a serem usados na verificagao dos estados-limites Ultimos da subestrutura de contraventamento, sio obtidos conforme segue: saan Nnean + Ba Non ™-310 + 1,304 x 4,6 Noaac = Nuac + Bz Nac = 0+ 1,304 x (-5,42) ©) Forgas Axiais Solicitantes de Calculo com a Forga Nocional da Direita para Esquerda Considerando agora a forga nocional da direita para a esquerda, conclui-se imediatamente que as forcas axiais na Estrutura nt no se modificam, na Estrutura /t terdo apenas seus sentidos invertidos (a forga de tragio na barra AB passa a ser de compressio e a forga de compresstio na barra BC passa a ser de trago), ¢ 0 coeficiente By mantém o seu valor. Assim, vem: Nsaan = Nexan + Bo Ne,an = -310 + 1,304 x (-4,65) = -316,06 kN Nsanc = Nuac + Br Ni.ac= 0+ 1,304 x 5,42= 7,07 KN d) Verificacao da Validade do Procedimento de Andlise Estrutural Utilizado Como 0 coeficiente B; foi igual a 1,304, portanto situado entre 1,13 ¢ 1,55, a estrutura, para 0 carregamento em consideracao, é de média deslocabilidade, o que significa que 0 procedimento utilizado é valido. 5.7.4. Barra Birrotulada com Carga Transversal Concentrada e Forga Axial Determinar os maximos esforgos solicitantes de célculo na barra birrotulada mostrada, com 12 m de vao, para a combinagio ultima de ages formada por uma carga transversal concentrada na sego central de 36 KN ¢ uma forga axial de compressio de 800 KN . Sabe que a barra constituida por um perfil soldado CVS 450 x 116, fletido em relagio ao eixo x, que possui momento de inércia em relago a esse eixo (J,) igual a 52834 cm’. 5 Py=36 KN Noa = 800 KN ee 121 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISEESTRUTURAL UPAAG Solugao Como os dois nés extremos da barra so indeslocaveis lateralmente, pode-se aplicar 0 disposto no subitem 5.5.2.4, para estruturas com deslocamentos laterais impedidos. Assim, a forga axial de compresstio solicitante de célculo maxima (Ns) ¢ propria forga axial de 800 KN aplicada a barra e a forga cortante solicitante de calculo maxima ocorre junto aos apoios e ¢ dada por: Vy =e = 36-18 kN DEH O momento fletor maximo ocorre na segao central da barra ¢, na sua obteng&o, deve-se considerar 0 efeito local P-3, ou seja, a influéncia da forga axial no seu valor. Pelo MAES, tem-se que: Msg = By Mo com 108 kN.m : N, New Ny, onde C,,é igual a 1,0 por existir forgas transversais entre as extremidades da barra, Noy, & a forga axial de 800 KN, e El, _ x? x20000x52834 P 12007 = 7242 KN Neste céleulo de N,, usou-se E igual a 20000 kN/em?, ou seja, nfo foi considerada a imperfeiggéo de material, uma vez que a estrutura € indeslocdvel (nas estruturas de pequena deslocabilidade, a imperfeigfo de material ndo precisa ser considerada, conforme o subitem 5.5.2.4). O valor de J foi obtido da tabela de perfis CVS, Finalmente: 1,00 By=— apy = 24 Tadd e Mgg= 1,124 x 108 = 121,39 KN.m 122 CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL UPAAG E interessante ainda destacar que, conforme a teoria apresentada, o valor de Mg calculado € a soma dos momentos causados na segio central da barra pela carga concentrada P, pela forga axial de compressio N.,4, este tltimo momento decorrente do efeito local P-8, conforme mostra a figura a seguir. Assim: My, = B,x108 = 1,124x108 = 121,39 kN.m= 108 + 8005 onde 8 € a flecha causada simultaneamente pela carga transversal aplicada na sego central da barra e pela propria forga axial atuante. O coeficiente By permite a obtengio do momento com precistio aceitavel. Pa=36KN Se a forga axial fosse de tragio, B, deveria ser tomado como 1,0 e o momento fletor seria apenas aquele causado pela carga transversal concentrada (M), logo igual a 108 kN.m. 5.7.5. Barra Birrotulada com Momentos de Extremidade e Forca Axial Para a mesma barra do exemplo do subitem precedente, sob agio da forga axial de compressio NV. substituindo-se a carga concentrada Py por dois casos de momentos de exiremidade, conforme se vé a seguir, obter 0 méximo valor do momento fletor solicitante de céleulo: Caso a: Momentos diferentes de sentidos opostos nas extremidades Mua= 60 kN.n Mpa $0 KNam Nea= 800 KN ++} a Nea = 800 KN | L=12m Caso b: Momentos diferentes de sentidos iguais nas extremidades Mga= 60 KN.m A B Nea= 800 KN Nea= 800 KN j_—___22 ss Mpa= 50 KN.m (CAP. 5: COMPORTAMENTO E ANALISE ESTRUTURAL. UPAAG a) Casoa A diferenga bisica em relago ao exemplo anterior, para determinagio de Mey, € 0 caleulo do coeficiente C,,, que agora ¢ dado pela expressio: M, CC, = 0,60 0,40. No caso, a relagiio My/M; € negativa, pois My e Mz provocam curvatura simples. Logo: c, = 0,60-0,40{ 22] = 0,933 60 ¢, 0,933 800 Tar Finalmente: Msi = By My= 1,049 x 60 = 62,94 KN.m b) Caso b Agora a relagiio My/M; € positiva, pois M, ¢ M; provocam curvatura reversa. Logo: c, = 0,60- 0,40 2°.) = 0,267 60 1300 < 1,0 => Adotar B; = 1,0 N, Taz Como B; ¢ igual a 1,0, 0 efeito P-8 é desprezivel. Portanto: Msg = By My = 1,0 x 60 = 60,0 KN.m 124 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UPAG ARRAS TRACIONADAS 6.1. GENERALIDADES As barras tracionadas aqui estudadas so aquelas solicitadas exclusivamente por forga axial de tragdo. Nos edificios com estrutura de ago, tais barras aparecem compondo vigas (inclusive tesouras de cobertura) e pilares treligados e sistemas de contraventamento (as barras em alguns casos so tracionadas ou comprimidas, dependendo do sentido das agGes atuantes), ¢ ainda, frequentemente, como tirantes e pendurais (figura 6.1). Figura 6.1 — Exemplos de sistemas com barras axialmente tracionadas 125 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG Como as barras tracionadas nfo so suscetiveis a instabilidade, a propriedade geométrica mais importante no dimensionamento ¢ a area da segdo transversal. Destaca-se ainda que nas regides de ligago dessas barras a outros componentes da estrutura, muitas vezes se tem uma area de trabalho inferior & area total da sepdo transversal, devido A presenga de furos, no caso de ligagdo parafusada, e também 4 distribuigo ndo-uniforme de tensdes, causada por concentrago de tensdes nas regides onde se situam parafiusos ou soldas. Os mais diversos perfis (I, U, cantoneira, tubulares, etc.) so rotineiramente utilizados. 6.2. ESTUDO DA REGIAO DE LIGACAO 6.2.1. Area Liquida 6.2.1.1. Chapas Parafusadas 6.2.1.1.1. Linha de Ruptura e Largura Liquida Denomina-se linha de ruptura o percurso que passa por um conjunto de furos em uma ligacdo parafusada, segundo o qual se rompe uma barra tracionada. No caso da Chapa 1 mostrada na figura 6.2-a, em que a furago possui padrio uniforme, é evidente que a linha de ruptura dessa chapa seré A-B-C-D. Mas quando nao é seguido padrdo uniforme, como ocorre na ligagdo entre chapas mostrada na figura 6.2-b, torna-se necessdrio um estudo mais rigoroso. Chapa 1 Chapa 1 L eae, | (b) Furago com padrio nfo-uniforme (cotas em mm) Figura 6.2 - Linhas de ruptura 126 - CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPRAG Analisando apenas a Chapa 1 da figura 6.2-b, observa-se que ha possibilidade de a ~ ‘mesma romper-se segundo uma das seguintes linhas de ruptura: (a) A-B-C-D; (b) A-B-F-C-D; (b) A-B-G-C-D (c) A-B-F-G-C-D; (d) A-B-F-K-G-C-D. ~ Na pritica, para determinagdo da linha de ruptura que prevalece, usa-se um proceso . empirico que tem apresentado resultados bastante bons ¢ compativeis com ensaios. Por esse processo, deve-se determinar uma largura Iiquida (6,) para cada uma das possiveis linhas de ruptura pela equagio: b= a ~Lat dae 1) S onde +b, = largura total da segdo transversal; Edy = soma dos didmetros de todos os furos da linha de ruptura considerada; n= mimero de segmentos diagonais (ndio perpendiculares & linha de atuag&o da forga de tragdo); espagamento entre dois furos do segmento diagonal, na direg’o paralela & linha de - atuagdo da forga de tracao (figura 6.3); ~ g = espacamento entre dois furos do segmento diagonal, na dirego perpendicular a linha S de atuago da forga de tragdo (figura 6.3). i f A linha de ruptura que apresentar a menor largura Iiquida deve ser adotada. Figura 6.3 ~ Ilustrago das definigdes dos espagamentos se g entre os furos 1e 2 a Nota-se que: < a) na pratica, nas ligagdes usuais, somente precisam ser consideradas as linhas de ruptura a que passam pelos furos situados na regitio de maxima forga axial atuante ((V). Por essa azo, apenas foram levadas em conta na figura 6.2-b as linhas de ruptura que passam pelos furos B e C, os tinicos submetidos a forga total N, conforme mostra a figura 6.4, supondo, simplificadamente, que todos os parafusos trabalham igualmente (no caso, - cada parafuso transmite da Chapa 1 para a Chapa 2 uma forga de N/7). A linha de ~ ruptura I-J-K-L-M, por exemplo, apesar de passar por trés furos, no prevaleceria, uma S vez que estaria submetida a uma forga de tragdo relativamente reduzida (N— 4N/7); 127 ca cocieaa migra URAG b) a linha de ruptura A-B-G-C-D da figura 6.2-b nao foi considerada, pois possui a mesma largura liquida da linha A-B-F-G-D; ©) as linhas de ruptura so formadas por um conjunto de segmentos retos, que podem se situar na seco transversal (perpendiculares & forga N) ou formarem um Angulo diferente de 90° com essa forga (segmentos diagonais), mas sempre se dirigem de uma das extremidades longitudinais da chapa para a outra; 4) o primeiro segmento das linhas de ruptura se situa sempre na segdo transversal ¢ une uma extremidade longitudinal da chapa a um furo € 0 tiltimo segmento também se situa na segdo transversal ¢ une a outra extremidade longitudinal da chapa a um furo. Figura 6.4 - Transmissdo da forga axial pelos parafusos na Chapa 1 ‘Na Chapa 2 da figura 6.2-b, as linhas de ruptura possiveis, todas passando pelos furos J, KeL, seriam: (@V-E-K-L-M’; (b) P-I-F-K-L-M’ (ou'-I-K-G -L-M); (6) P-I-F-K-G-L-’. Como ilustrago, na figura 6.5 vé-se a linha de ruptura de uma chapa, obtida em ensaio de laboratério, passando pelos furos 1 e 2, os dois submetidos 4 maxima forga de tragiio. Figura 6.5 - Linha de ruptura de uma chapa em ensaio 128 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG 6.2.1.1.2. Didmetro dos Furos Os furos sto feitos por broca (uma broca, em movimento rotatério, efetua 0 furo) ou por ungdo (uma haste ponteada pressiona com forte impacto a chapa a ser furada), conforme se Vé na figura 6.6. Os furos broqueados podem ser feitos em chapas de cualquer espessura e os furos puncionados geralmente so limitados a espessura de chapa que nao ultrapasse 0 didmetro do parafuso em mais de 3 mm. | = @ Por broca (b) Por pungao Figura 6.6 — Execugio de Furos Em estruturas metilicas, na maioria das vezes, siio usados os chamados furos-padiiio, que possuem didmetro nominal 1,5 mm maior que o didmetro do parafuso empregado, Se os furos sao feitos por pungdo, nas suas bordas, do lado da saida da haste ponteada, por uma deficiéncia inerente ao processo, o didmetro fica ligeiramente superior ao valor nominal. Tal fato deve ser considerado no célculo da largura liquida, adicionando-se mais 2,0 mm ao diémetro nominal dos furos. Em sintese, deve-se tomar o didmetro do igual ao didmetro do parafuso mais 3,5 mm. Se os furos so feitos por broca, o problema no ocorre, ¢ basta tomar o diémetro nominal do furo, ou seja, 0 didmetro do parafuso mais 1,5 mm. 6.2.1.1.3. Area Liquida A rea da segio transversal reduzida pela presenga de furos é denominada drea liquida, representada por A,. Nas chapas, a drea liquida ¢ obtida efetuando-se 0 produto da largura liquida 6, pela cespessura f: An= bat (6.2) 129 CAP. 6: BARRAS TRACI UPAAG 6.2.1.2. Outros Perfis Parafusados As cantoneiras podem ser rebatidas segundo a linha do esqueleto (linha que passa pela semi-espessura das abas) e tratadas como chapas para obtengao da largura Kiquida e da rea liquida, conforme ilustra a figura 6.7. A largura da chapa fica igual 4 soma das larguras das duas abas da cantoneira menos sua espessura. by = 02 by 12 Figura 6.7 - Rebatimento de cantoneiras Nos perfis I, H e U pode-se usar um procedimento simplificado que consiste em determinar a drea liquida de cada elemento componente independentemente, somando-se em seguida essas Areas. Assim, calculam-se as Areas liquidas das mesas e da alma, considerando cada um desses elementos como uma chapa isolada, e depois somam-se os valores obtidos, conforme a seguinte expressdo: (An)pertt = (An)mesa superior + (An)mesa interior + (An)atma (6.3) Em um perfil qualquer, quando uma linha de ruptura tem todos os seus segmentos na segfio transversal, a area liquida pode ser obtida subtraindo-se da érea bruta 4, a area dos furos. Exemplificando, no perfil I da figura 6.8, a area liquida é dada por: An = Ag~ My 1) - 2d tae) ny linha de rupture = by wv, + a Figura 6.8 — Linha de ruptura em perfil com todos os segmentos na sego transversal 130 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. URAG 6.2.1.3. Ligagées Soldadas ‘As pegas estruturais ligadas apenas por meio de solda, como nao sofrem redugaio de area em fungdo da presenga de furos, possuem drea liquida igual a 4rea bruta. 6.2.2. Area Liquida Efetiva 6.2.2.1. Definigio Uma barra tracionada, conectada com de parafusos ou solda, por apenas alguns dos elementos componentes da seco transversal, fica submetida a uma distribuigdo de tensfo no-uniforme na regitio da ligagdo. Isso ocorre porque o esforgo tem que passar pelos elementos conectados, que ficam submetidos a uma tensdo média maior que a dos elementos nao conectados (elementos soltos). A figura 6.9-a mostra o comportamento de uma cantoneira ligada a uma chapa por meio de parafusos (somente siio mostrados os furos) e a figura 6.9-b por meio de solda, por apenas uma das abas. Vé-se que o fluxo de forgas apresenta afunilamento junto a ligago, se concentrando mais no elemento conectado. Observa-se ainda que a segio 1-1 é a mais solicitada da cantoneira na regio da ligagao, po ~ na ligagdo parafusada, sofre a perda de drea decorrente do furo ¢ esté submetida & totalidade da forga de tragio N (a seco 2-2, onde se situa o segundo furo, encontra-se solicitada por apenas metade da forga normal, uma vez que a outra metade jé foi transmitida pelo parafuso situado na segao 1-1); = na ligagdo soldada, situa-se em posi¢ao mais préxima da entrada da forga N, quando ainda nenhuma parcela dessa forga foi transmitida pela solda para a chapa. A segiio 1-1, portanto, fica submetida a uma tensio nfo-uniforme (figura 6.9-c), ¢ em razio disto, para efeitos préticos, considera-se apenas uma parte da mesma trabalhando de fato & trago, sob tensdo uniforme de valor igual ao maximo atingido, conforme ilustra a figura 6.9-d. Essa parte recebe a denominagdo de area Iiquida efetiva e é representada por 4., com a parte restante sendo desprezada, 21 parte da segto desprezada ‘rea iguida elstiva tl | L4 Neloa N=Jmmde (@) Ligagio parafusade _() Ligaglo soldada__(¢) Tensfo nfo-uniforme _(@) Area liquidaefetiva Figura 6.9 - Comportamento de uma cantoneira conectada por apenas uma aba 131 CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS. UMAG Para efeitos praticos, a area Iiquida efetiva € dada py Ae= CiAn (6.4) onde C; & um coeficiente de redugio aplicado & area quida 4,, cujos valores sto fomecidos a seguir. 6.2.2.2. Coeficiente de Redusio C, 6.2.2.2.1. Barras com Seco Transversal Aberta Nas barras com sego transversal aberta, quando a forga de trago for transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinago de soldas longitudinais © transversais para alguns (nfo todos) elementos da segao transversal, o coeficiente C, é dado pela seguinte expresso: (6.5) onde ce = excentricidade da ligagdo, igual a distincia do centro geométrico da segao da barra, G, a0 plano de cisalhamento da ligagio (em perfis com um plano de simetria, a ligagao deve ser simétrica em relagao ao mesmo € sio consideradas, no célculo de éq, duas barras ficticias e simétricas, cada uma correspondente a um plano de cisalhamento da ligagdo, por exemplo, duas segdes T no caso de perfis I ou H ligados pelas mesas ou duas segdes U no caso desses perfis serem ligados pela alma - ver figura 6.10); £.= comprimento efetivo da ligago (esse comprimento, nas ligagdes soldadas, ¢ igual ao comprimento da solda na dirego da forga axial; nas ligagées parafusadas ¢ igual a distincia do primeiro ao iiltimo parafuso da linha de furago com maior nimero de parafusos, na dirego da forga axial). ee te T superior (19) cS za, GdeTs aL Ge GaeUe | — fe als U esquerdo (Us) U direto (Ua) Figura 6.10 - Tlustrago dos valores de e, em segdes abertas 132 CAP : BARRAS TRACIONADAS UMAG Nao ¢ permitido 0 uso de ligagdes que resultem em um valor do coeficiente C, menor que 0,60. Por outro lado, caso o valor obtido pela Eq. (6.5) ultrapasse 0,90, deve ser usado nos célculos esse valor como limite superior. Verifica-se entdio que 0 coeficiente C, é tanto maior quanto menor for a distancia do centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligago (e.) ¢ quanto maior for 0 comprimento da ligagao (#,). Isso pode ser facilmente entendido observando-se a figura 6.11, referente a ligagaio de um perfil I pelas mesas, com a alma no conectada. Na figura 6.11-a, vé-se que quanto maior o comprimento da ligagdo, menor a area que nao trabalha no elemento ndo conectado na seco 1-1, a mais solicitada, Na figura 6.11-b, vé-se que se © perfil I tiver altura reduzida, a distincia ¢, é relativamente pequena e a drea que nfo trabalha & menor que se o perfil tiver altura elevada, altura da alma que NA. nao trabalha N72 —— N. N, eae “4 C= oa (b) Influgneia da distancia e. Figura 6.11 - Coeficiente de redugao C,em fungao de f, € e, Se a ligago for feita por meio de todos os elementos do perfil (figura 6.12), a tensdo normal na barra teri uma ndo-uniformidade pouco significativa e pode-se considerar C, igual a 1,0, + Eh Tou Utigado pet peas dias mesas a > +f “Toe epelasina . CCantonera Lignée pelas dus abas — Ee Figura 6.12 - Exemplos de casos de perfis ligados por todos os seus elementos 133 (CAP. 6: BARRAS TRACIONADA: UAAG Quando a forga de tragio for transmitida somente por soldas transversais & diregio dessa forga, situadas em alguns (niio todos) elementos da segao transversal da barras, como na situago ilustrada pela figura 6.13, 0 coeficiente C, fica igual a: (6.6) Figura 6.13 - Exemplo de perfil ligado por solda transversal em parte da seco 6.2,2.2.2, Chapas Planas Nas chapas planas ligadas exclusivamente pelas bordas longitudinais por meio de solda, 0 comprimento dos corddes de solda (,) no pode ser inferior & largura da chapa (b) devem ser usados os seguintes valores para o coeficiente C, (figura 6.14): C, =1.00, para €, 225 C, = 087, para 2b>£, >1,5b (6.7) C,=0,75, para 15b>¢, 2b solda nas bordas longitudinais Figura 6.14 - Chapa soldada apenas pelas bordas longitudinais 134 pas UMAG 6.2.2.2.3. Barras com Sego Transversal Tubular Retangular Nas barras com seco tubulares retangulares, quando a forga de trago for transmitida por meio de uma chapa de ligagdo concéntrica ou por chapas de ligagdo em do's lados opostos da seco, desde que 0 comprimento da ligagdo, £., ndo seja inferior & dimensio da segao na diregdo paralela 4(s) chapa(s) de ligagdo (figura 6.15), o coeficiente C, deve ser obtido como em 6.2.2.2.1. ee 4(d +5) L Figura 6.15 - Ilustragao do valor de ¢. em segilo tubular retangular 6.2.2.2.4, Barras com Secio Transversal Tubular Circular Nas barras com segSes tubulares circulares, quando a forga de tragao for transmitida por meio de uma chapa de ligag4o concéntrica (figura 6.16), se o comprimento da ligago, 4, for superior ou igual ao didmetro externo da barra e menor que 1,30 vez esse didmetro, 0 coeficiente C, deve ser obtido como em 6.2.2.2.1. Se 0 comprimento da ligagdo for superior ou igual a 1,30 vez 0 didmetro externo da barra, 0 coeficiente C, pode ser tomado igual a 1,0. Figura 6.16 - Iustragdo do valor de e, em segao tubular circular 6.3, IDENTIFICAGAO DOS ESTADOS-LIMITES ULTIMOS De acordo com 0 estudo apresentado no item precedente, a area de trabalho de uma barra tracionada na regido de ligagdo é a chamada area liquida efetiva (4.), € 0 colapso se dard quando a tensfo atuante nesta rea atingir a resisténcia ruptura do ago (f,). Nessa situagdo, a barra se romperé, em um estado-limite diltimo que recebe a denominagio de ruptura da segdo liquida. A figura 6.17-a mostra a ocorréncia deste estado-limite em um perfil I ligado pelas mesas por meio de parafusos. 135 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADA: UAAG Uma outra forma de colapso, no relacionada especificamente com a regio de ligago da barra, pode ocorrer desde que a tenstio de tragfo atuante ao longo do comprimento da barra, portanto na seco bruta da mesma, atinja o valor da resisténcia ao escoamento do ago (f,). Nessa circunstincia, a barra se encontra em situag2o de escoamento generalizado e sofreré um alongamento excessivo, 0 que provavelmente precipitard a ruina da estrutura da qual esta barra faz. parte, A esse estado-limite Ultimo di-se o nome de escoariento da segGo bruta, e um caso tipico do mesmo ¢ apresentado na figura 6.19-b, onde a corda inferior de uma treliga de cobertura atingiu o escoamento por tragdo ¢ seu comprimento aumentou muito, causando o colapso estrutural do sistema, (@) Ruptura da seg liquida (b) Escoamento da segdo bruta Figura 6.17 — Estados-limites tiltimos E importante observar que o escoamento da segdo liquida (a rigor, segao liquida efetiva), 20 contrério do escoamento da seedo bruta, ndo representa um estado-limite iltimo. No escoamento da segio bruta, praticamente toda a barra entra em estado de escoamento, 0 que faz com que seu aumento de comprimento seja excessivo. No escoamento da se¢o liquida, apenas a regio de ligagao escoa, € a barra como um todo sofre um aumento de comprimento pouco significative. O colapso na seco liquida efetiva sé fica caracterizado, portanto, quando essa se¢o se rompe. 6.4. DIMENSIONAMENTO AOS ESTADOS-LIMITES ULTIMOS No dimensionamento aos estados-limites tiltimos de uma barra submetida a forga axial de tragiio, deve ser satisfeita a seguinte relago: Nise S Nena (6.8) onde N,sz € a forga axial de tragdo solicitante de célculo, obtida com a combinagio de agdes de calculo apropriada, e Naa forca axial de tragdo resistente de céleulo, 136 ‘CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UNG Para o estado-limite de escoamento da segio bruta, tem-se, conforme o item 6.3 ¢ 0 subitem 4.3.2.3 (Capitulo 4), que: Ag hy ‘al Napa = (6.9) onde o produto 4, f, € a forga axial resistente nominal e 74; 0 coeficiente de ponderagéio da resisténcia, igual a 1,10. Para o estado-limite de ruptura da sego liquida, tem-se, também conforme o item 6.3 ¢ 0 subitem 4.3.2.3 (Capitulo 4), que: Ae Su Ya2 Nara = (6.10) onde o produto 4, f, é a forga axial resistente nominal e 742 0 coeficiente de ponderagélo da resisténcia, igual a 1,35. Em resumo, deve-se ter: (6.11) 135 respectivamente iguais a 1,10 ¢ 1,35 para os estados- limites de escoamento da segao bruta e de ruptura da sego liquida, expressam um maior nivel de incerteza quanto ao valor da resisténcia deste Ultimo. 6.5. LIMITACAO DO INDICE DE ESBELTEZ Recomenda-se que 0 indice de esbeltez das barras tracionadas, tomado como a maior relago entre 0 comprimento destravado Le o raio de giraydo r corespendente, excetuando-se as barras que tenham sido montadas com pré-tensio, nio supere 300, Essa Tecomendagao tem 0 objetivo de evitar que as barras tracionadas fiquem demasiadamente flexiveis e, como conseqiiéneia, apresentem (figura 6.18): - deformagdo excessiva causada pelo peso proprio ou por choques durante o transporte ¢ a montagem; - vibragio de grande intensidade quando atuarem ages varidveis, como vento, ou quando existirem solicitagdes de equipamentos vibratérios, como compressores, vibragio esta que pode se transmitir para toda a edificagdio, causando sensagdes de grande desconforto aos usuirios. 137 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAAG Figura 6.18 — Problemas em barras tracionadas com esbeltez elevada 6.6. EMPREGO DE BARRAS COMPOSTAS E usual se projetar barras compostas, por exemplo constituidas por duas cantoreiras ou dois perfis U, em que a ligagdo entre os perfis é feita por meio de chapas espagadoras, soldadas ou parafusadas a esses perfis, conforme ilustra a figura 6.19. Nesse caso, para se assegurar um comportamento conjunto adequado dos perfis da barra composta, a distincia méxima (¢) entre duas chapas espagadoras adjacentes deve ser tal que: £ — 300 a (6.12) onde rnip € 0 raio de giragdo minimo de apenas um perfil isolado da barra composta. ae Te tele fete = fan nel 7 : €1X0 de Fm a i , ed a < (@) Chapas espagadoras soldadas = rt — . = yr 4 ix de Pate sega0 I-1 (b) Chapas espagadoras parafusadas Figura 6.19 - Barras compostas com chapas espagadoras 138 ‘CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS. UPAG Como ilustragiio, a figura 6.20 mostra uma chapa espagadora soldada posicionada ao Jongo do comprimento de uma barra composta formada por duas cantonciras. Figura 6.20 ~ Chapa espagadora soldada Chama-se ainda a atengGo para o fato de que, em treligas e sistemas treligados, nas extremidades, as chapas de n6 evidentemente funcionam também como chapas espagadoras (figura 6.21-a). Mesmo que uma chapa de n6 ndo fique entre os componentes da barra composta (figura 6.21-b), ainda assim pode-se considerd-la adequada para a fungdo de assegurar o trabalho conjunto desses componentes. aS (a) Perfis dos dois lados da chapa de né (b) Perfis de um lado da chapa de né Figura 6.21 - Extremidades de barras compostas com chapas unindo os componentes 6.7. BARRAS REDONDAS COM EXTREMIDADES ROSQUEADAS E comum o emprego de barras redondas com extremidades rosqueadas, com a ligagio sendo feita por porca e arruela (figura 6.22), principalmente como tirantes de tercas ‘travessas de tapamento e como pegas de contraventamento. Figura 6.22 - Barras redondas com extremidades rosqueadas 139 CAP. 6: BARRAS TRACIONADA UPAAG dimensionamento das barras redondas segue um processo similar ao das demais barras tracionadas. Deve-se verificar 0 estado-limite dltimo de escoamento da segfo bruta, com a forga axial de tragfo resistente de calculo dada por: w= (6.13) onde 4, é a rea bruta da sego transversal, no caso igual a dea do fuste, ou ue (6.14) sendo dj 0 didmetro nominal do fuste. outro estado-limite tiltimo a ser considerado corresponde & ruptura da parte rosqueada, cuja forga axial de tragaio resistente de célculo ¢ dada por: Av fu Nyug = 6.15) 1, 135 (6.15) onde Ay, € a Area efetiva A tragdio da rosca, que corresponde, para as roscas usualmente utilizadas nas estruturas de ago, a 75% da area bruta do fuste 4s. Assim, a forga axial de trago resistente de célculo a esse estado-limite fica dada por: _ 075A, fy ng = 6.16) As barras redondas rosqueadas nao precisam atender quaisquer limitagGes relacionadas & esbeltez. Isso ocorre pelo fato de serem montadas com pré-tensio de tragio, proporcionada por aperto forgado da porca (figura 6.23), fazendo com que fiquem com o eixo praticamente reto e que sejam pouco suscetiveis a vibragdes. ‘aperto da porca até a barra ficar elemento onde a barra totalmente redonda esta conectada esticada Figura 6.23 ~ Barra redonda pré-tensionada por aperto forgado da porca 140 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG 6.8, EFEITOS ADICIONAIS 6.8.1. Efeito da Excentricidade da Ligagao Muitas vezes, a forga de trag%o introduzida por uma ligago nao tem a resultante coincidente com 0 cixo da barra, resultando numa flexdo adicional. A rigor, a barra estaria submetida entdo a uma solicitagdo de flexo-trago. No entanto, em barras de baixa rigidez A flexdo, como as cantoneiras ¢ os perfis U laminados de sego transversal de altura reduzida, com ligagdes de pequena excentricidade, a flexdo pode ser desprezada (figura 6.24). Ensaios mostraram que nesses casos no ocorre reducdo significativa da forga de tragao resistente. Ts ral cexcentricidade excentricidade ee BR Figura 6.24 - Excentricidade da ligagao_ Situagdes como as mostradas na figura 6.25, em que uma cantoneira é soldada por apenas uma aresta na diregio da forga, ou um perfil I é conectado por apenas uma das mesas, néio devem ser usadas, por causa da grande excentricidade existente, que invalida os procedimentos de calculo apresentados. Chama-se ainda a ateng&o para 0 fato de que, em barras com elevada rigidez a flexo, como o do perfil I da figura 6.25-b, a excentricidade projetada deve ser praticamente nula. (@) Cantoneira soldada por uma s6 aresta (b) Perfil I Tigado por apenas uma mesa Figura 6.25 — Exemplos de ligagdes inadequadas por causa da grande excentricidade 6.8.2. Efeito do Peso Préprio da Barra Todas as barras possuem peso préprio, como ¢ dbvio, e esto submetidas a ume flexdo decorrente do mesmo, quando no se encontram em posigo vertical. Quando se situam em posigao vertical, esto submetidas & variagZio da forga axial ao longo do comprimento 141 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UEPAAG €, quando se situam em posigfo inclinada, estdio submetidas simultaneamente a flexfio ¢ & variagdo da forga axial (figura 6.26). N ‘P (peso por unidade de comprimento) ty iio p sen IN] IM] (fungao de cosena) Figura 6.26 - Efeito do peso proprio da barra A influéncia do peso proprio das barras tracionadas deve ser avaliada, mas sabe-se que & pouco significativa para a maioria dos casos usuais, especialmente quando a project horizontal do comprimento da barra ¢ pequena, 6.9. EXEMPLOS DE APLICACAO. 6.9.1. Largura Liquida e Area Liquida de Chapa Determinar a largura liquida ¢ rea liquida da Chapa 1 da figura 6.2-b, sabendo-se que a mesma possui espessura de 8mm. Os parafuusos usados na ligaglo tém didmetro de 20mm, ¢ os furos foram feitos por pungao. a) Céleulo da Largura Liquida O diametro dos furos. puncionados sera: dy =20+3,5= 23,5 mm=2,35 em As possiveis linhas de ruptura, todas necessariamente passando pelos furos B ¢ C, com os respectivos valores da largura efetiva, calculados com a Eq. (6.1), so: -A-B-C-D by = 26 ~ 2(2,35) = 21,30 om - A-B-G-C-D By = 26 - 3(2,25) + 87/(4 x 12) + 874 x 6) = 22,95 em 142 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS URAG -AB-F-G-C-D b= 26 - 4(2.25) + 2[87/(4 x 6)] = 21,93 cm - A-B-F-K-G-C-D by = 26 - 5(2,25) + 2[87/(4 x 6)] + 2147/4 x 3)] = 22,25 em A largura Iiquida a ser adotada ¢ 21,30 cm, o menor valor obtido, que corresponde & linha de ruptura A-B-C-D. b) Caleulo da Area Liquida Como a chapa tem espessura de 8 mm (0,8 cm), usando a Eq. (6.2) obtém-se: Aq = 21,30 x 0,8 = 17,04 om™ ©) Consideragio Adicional sobre as Larguras Liquidas Suponha que se queira substituir a distancia de 80 mm entre as linhas de furagao ABCD e EFGH para um valor tal que a linha de ruptura A-B-F-G-C-D prevaleca sobre a linha A- B-C-D, Esse valor, representado por sy, pode ser obtido pela expresso: byiaca-r.6-c-0) = 26 - 4(2,25) + 2[s17/(4 x 6)] < basco) = 21,30 Assim, chega-se a s; inferior a 7,18 cm. 6.9.2. Area Liquida de Perfil I Soldado Determinar a érea liquida do perfil I soldado mostrado na figura a seguir, com a furago para ligaglo indicada. Os parafusos tém diametro de 16 mm, com furos puncionados. igual mesa inferior 30 16 Solugio O diémetro dos furos puncionados é: 4, = 16 +3,5 = 19,5 mm = 1,95 cm 143 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG Tratando separadamente as mesas ¢ as almas, como se fossem chapas independentes (ver figura a seguir), observa-se que a linha de ruptura das chapas das mesas é uma s6, A-B- C-D, que possui largura efetiva de: (by)p= 150 -2 x 19,5 = 111 mm e Grea efetiva de (Ay)y= 111 x 16 = 1776 mm? ‘Mesas inferior e superior 40 Alma 40 Na chapa da alma, as linhas de ruptura possiveis sio E-F-G-H ¢ E-F-I-G-H, cujas larguras efetivas so: (bdv-zecu = 00-2 x 16)—2 x19, Gdu-zeicn = (300 — 2 x 16)—3 x 19,5 +2 x 507/(4 x 40) = 240,75 mm 229 mm ¢, a drea efetiva, tomando 0 menor valor da largura efetiva, no caso correspondente & linha ruptura E-F-G-H, é (Ad = 229 x 8 = 1832 mm? Finalmente, a érea liquida do perfil seré igual a: An= 2(An)y+ (Ano = 2x 1776 + 1832 = 5384 mm? 6.9.3. Forca Axial Resistente de Célculo em Diversos Perfis Obter o valor da forga axial resistente de célculo, Ns para todas as barras tracionadas mostradas abaixo. As ligagdes sfo parafusadas, feitas com o uso de chapas, e as posigdes dos planos de cisalhamento estilo indicadas (nos casos a ¢ b, existem dois pianos de cisalhamento e, nos casos ¢ € d, apenas um). Os parafusos tém didmetro de 24 mm, estfio distanciados entre si, no sentido da forga de trago, em cada linha de furago, de 80 mm 144 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UAAG (distancia eixo a eixo de furos) e os furos das ligagdes foram feitos com broca. O ago usado possui resisténcia ao escoamento de 345 MPa e a ruptura de 450 MPa. Plano de cisalhamento N ™ oft Zz: Po de ips sms atta 7 : x ms foes ree aeeas coats a) W310x97 b) W310x97 c) U 152.4 x 12,2 d) L 127x 7,94 (série baseada em polegadas) a) Perfil W 310 x 97 Conectado pelas Faces Externas das Duas Mesas al) Dimensdes e propriedades geométricas relevantes da segdo transversal Nixa ao 110 110 a3) Ruptura da segdo liquida dy=24 + 1,5 =25,5 mm = 2,55 em (furos feitos com broca) Furagio com padréo uniforme => 4,,= 123,6 - 4(2,55 x 1,54) = 107,89 cm? sosuastx $4 sragonog{ ists) 305%154+1386%9.9 S11 mm 0,84 (valor entre 0,60 ¢ 0,90) 145 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAAG A= 0,84 x 107.89 = 90,63 em? 90,6345 = 3021,00 KN 135 ka = a4) Conelusio Prevalece 0 menor valor da forga resistente de cdlculo, considerando os dois estados- limites Gltimos. Portanto: Nea 3021,00 kN b) Perfil W 310 x 97 Conectado pelas Duas Faces da Alma b1) Escoamento da seco bruta Naa = 3876,55 KN (igual caso anterior) b2) Ruptura da seco liquida Ache aor, Ae =Ci An 13s com A, Furag&o com padriio uniforme = 4, = 123,6 — 2(2,55 x 0,99) = 118,55 em* 305/2~ Je1825,) ed x xO vaxtsasxis4x geet 495=5462 mm. [ase 0,66 x 118,55 = 78,24 em? News ees = 2608,00 KN 3) Conelusio Prevalece o menor valor da forga resistente de calculo, considerando os dois estacos- limites tltimos. Portanto: N,za= 2608,00 KN 146 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS ©) Perfil U 152,4 x 12,2 Conectado pela Face Externa da Alma cl) Dimensées e propriedades geométricas relevantes da segdo transversal 488 [885] 87 5.08 2 +6 124 Aq= 15,5 em’ 13] 2) Escoamento da segao bruta Ag Fy _15,5x34,5 110 110 486,14 KN. Ra = 3) Ruptura da segao liquida Nise Achy 135 scom A, =C; Ap Furagdo com padrio uniforme = A, ~ 15,5 — 2(2,55 x 0,508) = 12,91 em? e.= 13mm 0,90 x 12,91 = 11,62 em? 11,62x45 Nipg =o = 387,33 KN ees 4) Conelusiio =0,92 = Como esse valor € maior que 0,90, usa-se C,= UG 0,90 Prevalece o menor valor da forga resistente de célculo, considerando os dois estados- limites iltimos. Portanto: Njna= 387,33 KN 147 CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS UPANG 4d) Perfil L 127 x 7,94 Conectado pela Face Externa de Uma Aba dl) DimensGes e propriedades geométricas relevantes da segao transversal Ag= 19,50 em? 2) Escoamento da segao bruta —4e fy _ 1950x345 = 611,59 kN ma 1,10 110 3) Ruptura da segdo liquida Nyy = 4, com Ae Ci An 135 Furago com padro ndo-uniforme na cantoneira => deve-se rebaté-la segundo a linha do esqueleto para obtengo das linhas de ruptura, da largura liquida e da rea liquide: panic ‘As possiveis linhas de ruptura, com as suas larguras liquidas, so: © A-B-C = b, = 24,606 — 2,55 = 22,056 cm 2 © A-B-D-E: b, = 24,606 -2(2,55)+ = 20,275em x5; Logo, prevalece 6, = 20,275 cm e, 148 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS URAG 10,275 x 0,794 = 16,10 em™ = 34,7 mm 347 2x80 =0,78 (valor entre 0,60 ¢ 0,90) i ),78 x 16,10 = 12,56 em” x45 = 418,67 KN 135 44) Conelusaio Prevalece o menor valor da forga resistente de calculo, considerando os dois estados- Timites ultimos, Portanto: Nira = 418,67 KN 6.9.4. Forga Axial Resistente de Célculo em Cantoneira Uma cantoneira L 101,6 x 6,35(série baseada em polegadas), em ago ASTM A572 — Grau 50, esta ligada a uma outra pega por trés linhas de parafusos de didmetro de 16 mm, como se vé na figura (a) a seguir (os furos, feitos por pungdo, indicam as posigdes dos parafusos — notar que as duas abas esto conectadas). Determinar: (1) o valor da forga axial de tragdo resistente de célculo; (2) o valor dessa forga supondo ligago soldada em apenas uma das abas da cantoneira, com soldas longitudinais de comprimento de 150 mm, conforme a figura (b) a seguir. ‘Solda (a) Ligagdo parafusada (b) Ligagtio soldada a) Ligagdo Parafusada nas Duas Abas al) Ago estrutural ASTM A572 ~ Grau 50-=> f= 345 MPa = 34,5 kN/em®: f, = 450 MPa = 45,0 kN/em? 149 GAP. 6: BARRAS TRACIONADAS 22) Dimensdes e propriedades geométricas relevantes da sego transversal 101.6 3) Escoamento da sego bruta aAchy tT 10 12,51x34,5 ‘gpg = - 392,36 Bee a4) Ruptura da sepao liquida Ate 135) Ae =Cr An UPAAG Para 0 cdleulo da area liquida 4,, como a furago no tem padrdo uniforme, deve-se rebater a cantoneira segundo a linha do esqueleto, conforme é mostrado a seguir. 101,650 = 266 50 25 + 60-6,35 = 78,65 101,6 - 60 1,6 diametro dos furos é: d= 16 + 3,5 = 19,5 mm = 1,95 cm 2x 101,64 | 6,35 = 196,85 150 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UAAG As possiveis linhas de ruptura, com as suas larguras liquidas, sfio: © A-B-C= b, = 19,685 — 1,95 = 17,735 em © A-B-F-G = b, = 19,685 — 2(1,95) + 5°/(4x7,865) =16,580 em © D-E-B-C = b, = 19,685 — 2(1,95) + 57/(4x5) = 17,035 em © D-E-B-F-G => 6, = 19,685 — 3(1,95) + 5°/(4x5) + 59/(4x7,865) = 15,880 em Logo, deve ser usado o menor valor de b,, ou seja, 15,88 cm. Assim: 1 t= 15,88 x 0,635 = 10,08 cm? Como a ligagdo ¢ feita pelas duas abas, C, = 1,00, e: Ae= 1,00 x 10,08 = 10,08 em? Finalmente: _ 10.08% 45 135 ied =336KN a4) Resultado Nera = 336 KN (0 menor valor obtido com base nos dois estados-limites tiltimos).. b) Ligacio Soldada por Apenas Uma Aba bl) Escoamento da seco bruta Nyna= 392,36 KN (igual ao da ligago parafusada) 2) Ruptura da sego liquida a = 0:82 (valor entre 0,60 e 0,90) Logo: Ae =0,82 x 12,51 = 10,26 em? 151 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG e 10,26x 45 Napa = E® = 342 ne as b3) Resultado Nyra= 342 KN (0 menor valor obtido com base nos dois estados-limites iltimos), 6.9.5. Dimensionamento de Diagonal de Treliga em Cantoneira Dupla Dimensionar a diagonal de treliga AB, com comprimento de 2 m, mostrada na figura a seguir, para forga axial de tragio. Usar cantoneira dupla em forma de té, da série baseada em polegadas, em ago ASTM A36. Os parafusos da ligagdo tém didmetro de 16 mm, com 0s furos da ligacdo feitos por broca. Detalhe do né A Sabe-se que as forgas axiais na diagonal apresentam os seguintes valores caracteristicos (0 sinal + indica tragdo e 0 sinal ~ compressa): -40 KN decorrente de carga permanente gerada basicamente por peso priprio de estrutura metilica; -260 KN decorrente de sobrecarga na cobertura, e; +200 KN decorrente da ago do vento. a) Ago Estrutural ASTM A36 => f= 250 MPa = 25 KN/em’; f, = 400 MPa = 40 kN/em? b) Forea Axial de Tragao Solicitante de Calculo Visa = 1,0 (-40) + 1,4(200) = +240 kN ©) Escoamento da Seeiio Bruta Achy 110 254, : Nusa Napa = > 0s => 4g 210,56 om! 152

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