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CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UPAG ARRAS TRACIONADAS 6.1. GENERALIDADES As barras tracionadas aqui estudadas so aquelas solicitadas exclusivamente por forga axial de tragdo. Nos edificios com estrutura de ago, tais barras aparecem compondo vigas (inclusive tesouras de cobertura) e pilares treligados e sistemas de contraventamento (as barras em alguns casos so tracionadas ou comprimidas, dependendo do sentido das agGes atuantes), ¢ ainda, frequentemente, como tirantes e pendurais (figura 6.1). Figura 6.1 — Exemplos de sistemas com barras axialmente tracionadas 125 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG Como as barras tracionadas nfo so suscetiveis a instabilidade, a propriedade geométrica mais importante no dimensionamento ¢ a area da segdo transversal. Destaca-se ainda que nas regides de ligago dessas barras a outros componentes da estrutura, muitas vezes se tem uma area de trabalho inferior & area total da sepdo transversal, devido A presenga de furos, no caso de ligagdo parafusada, e também 4 distribuigo ndo-uniforme de tensdes, causada por concentrago de tensdes nas regides onde se situam parafiusos ou soldas. Os mais diversos perfis (I, U, cantoneira, tubulares, etc.) so rotineiramente utilizados. 6.2. ESTUDO DA REGIAO DE LIGACAO 6.2.1. Area Liquida 6.2.1.1. Chapas Parafusadas 6.2.1.1.1. Linha de Ruptura e Largura Liquida Denomina-se linha de ruptura o percurso que passa por um conjunto de furos em uma ligacdo parafusada, segundo o qual se rompe uma barra tracionada. No caso da Chapa 1 mostrada na figura 6.2-a, em que a furago possui padrio uniforme, é evidente que a linha de ruptura dessa chapa seré A-B-C-D. Mas quando nao é seguido padrdo uniforme, como ocorre na ligagdo entre chapas mostrada na figura 6.2-b, torna-se necessdrio um estudo mais rigoroso. Chapa 1 Chapa 1 L eae, | (b) Furago com padrio nfo-uniforme (cotas em mm) Figura 6.2 - Linhas de ruptura 126 - CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPRAG Analisando apenas a Chapa 1 da figura 6.2-b, observa-se que ha possibilidade de a ~ ‘mesma romper-se segundo uma das seguintes linhas de ruptura: (a) A-B-C-D; (b) A-B-F-C-D; (b) A-B-G-C-D (c) A-B-F-G-C-D; (d) A-B-F-K-G-C-D. ~ Na pritica, para determinagdo da linha de ruptura que prevalece, usa-se um proceso . empirico que tem apresentado resultados bastante bons ¢ compativeis com ensaios. Por esse processo, deve-se determinar uma largura Iiquida (6,) para cada uma das possiveis linhas de ruptura pela equagio: b= a ~Lat dae 1) S onde +b, = largura total da segdo transversal; Edy = soma dos didmetros de todos os furos da linha de ruptura considerada; n= mimero de segmentos diagonais (ndio perpendiculares & linha de atuag&o da forga de tragdo); espagamento entre dois furos do segmento diagonal, na direg’o paralela & linha de - atuagdo da forga de tracao (figura 6.3); ~ g = espacamento entre dois furos do segmento diagonal, na dirego perpendicular a linha S de atuago da forga de tragdo (figura 6.3). i f A linha de ruptura que apresentar a menor largura Iiquida deve ser adotada. Figura 6.3 ~ Ilustrago das definigdes dos espagamentos se g entre os furos 1e 2 a Nota-se que: < a) na pratica, nas ligagdes usuais, somente precisam ser consideradas as linhas de ruptura a que passam pelos furos situados na regitio de maxima forga axial atuante ((V). Por essa azo, apenas foram levadas em conta na figura 6.2-b as linhas de ruptura que passam pelos furos B e C, os tinicos submetidos a forga total N, conforme mostra a figura 6.4, supondo, simplificadamente, que todos os parafusos trabalham igualmente (no caso, - cada parafuso transmite da Chapa 1 para a Chapa 2 uma forga de N/7). A linha de ~ ruptura I-J-K-L-M, por exemplo, apesar de passar por trés furos, no prevaleceria, uma S vez que estaria submetida a uma forga de tragdo relativamente reduzida (N— 4N/7); 127 ca cocieaa migra URAG b) a linha de ruptura A-B-G-C-D da figura 6.2-b nao foi considerada, pois possui a mesma largura liquida da linha A-B-F-G-D; ©) as linhas de ruptura so formadas por um conjunto de segmentos retos, que podem se situar na seco transversal (perpendiculares & forga N) ou formarem um Angulo diferente de 90° com essa forga (segmentos diagonais), mas sempre se dirigem de uma das extremidades longitudinais da chapa para a outra; 4) o primeiro segmento das linhas de ruptura se situa sempre na segdo transversal ¢ une uma extremidade longitudinal da chapa a um furo € 0 tiltimo segmento também se situa na segdo transversal ¢ une a outra extremidade longitudinal da chapa a um furo. Figura 6.4 - Transmissdo da forga axial pelos parafusos na Chapa 1 ‘Na Chapa 2 da figura 6.2-b, as linhas de ruptura possiveis, todas passando pelos furos J, KeL, seriam: (@V-E-K-L-M’; (b) P-I-F-K-L-M’ (ou'-I-K-G -L-M); (6) P-I-F-K-G-L-’. Como ilustrago, na figura 6.5 vé-se a linha de ruptura de uma chapa, obtida em ensaio de laboratério, passando pelos furos 1 e 2, os dois submetidos 4 maxima forga de tragiio. Figura 6.5 - Linha de ruptura de uma chapa em ensaio 128 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG 6.2.1.1.2. Didmetro dos Furos Os furos sto feitos por broca (uma broca, em movimento rotatério, efetua 0 furo) ou por ungdo (uma haste ponteada pressiona com forte impacto a chapa a ser furada), conforme se Vé na figura 6.6. Os furos broqueados podem ser feitos em chapas de cualquer espessura e os furos puncionados geralmente so limitados a espessura de chapa que nao ultrapasse 0 didmetro do parafuso em mais de 3 mm. | = @ Por broca (b) Por pungao Figura 6.6 — Execugio de Furos Em estruturas metilicas, na maioria das vezes, siio usados os chamados furos-padiiio, que possuem didmetro nominal 1,5 mm maior que o didmetro do parafuso empregado, Se os furos sao feitos por pungdo, nas suas bordas, do lado da saida da haste ponteada, por uma deficiéncia inerente ao processo, o didmetro fica ligeiramente superior ao valor nominal. Tal fato deve ser considerado no célculo da largura liquida, adicionando-se mais 2,0 mm ao diémetro nominal dos furos. Em sintese, deve-se tomar o didmetro do igual ao didmetro do parafuso mais 3,5 mm. Se os furos so feitos por broca, o problema no ocorre, ¢ basta tomar o diémetro nominal do furo, ou seja, 0 didmetro do parafuso mais 1,5 mm. 6.2.1.1.3. Area Liquida A rea da segio transversal reduzida pela presenga de furos é denominada drea liquida, representada por A,. Nas chapas, a drea liquida ¢ obtida efetuando-se 0 produto da largura liquida 6, pela cespessura f: An= bat (6.2) 129 CAP. 6: BARRAS TRACI UPAAG 6.2.1.2. Outros Perfis Parafusados As cantoneiras podem ser rebatidas segundo a linha do esqueleto (linha que passa pela semi-espessura das abas) e tratadas como chapas para obtengao da largura Kiquida e da rea liquida, conforme ilustra a figura 6.7. A largura da chapa fica igual 4 soma das larguras das duas abas da cantoneira menos sua espessura. by = 02 by 12 Figura 6.7 - Rebatimento de cantoneiras Nos perfis I, H e U pode-se usar um procedimento simplificado que consiste em determinar a drea liquida de cada elemento componente independentemente, somando-se em seguida essas Areas. Assim, calculam-se as Areas liquidas das mesas e da alma, considerando cada um desses elementos como uma chapa isolada, e depois somam-se os valores obtidos, conforme a seguinte expressdo: (An)pertt = (An)mesa superior + (An)mesa interior + (An)atma (6.3) Em um perfil qualquer, quando uma linha de ruptura tem todos os seus segmentos na segfio transversal, a area liquida pode ser obtida subtraindo-se da érea bruta 4, a area dos furos. Exemplificando, no perfil I da figura 6.8, a area liquida é dada por: An = Ag~ My 1) - 2d tae) ny linha de rupture = by wv, + a Figura 6.8 — Linha de ruptura em perfil com todos os segmentos na sego transversal 130 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. URAG 6.2.1.3. Ligagées Soldadas ‘As pegas estruturais ligadas apenas por meio de solda, como nao sofrem redugaio de area em fungdo da presenga de furos, possuem drea liquida igual a 4rea bruta. 6.2.2. Area Liquida Efetiva 6.2.2.1. Definigio Uma barra tracionada, conectada com de parafusos ou solda, por apenas alguns dos elementos componentes da seco transversal, fica submetida a uma distribuigdo de tensfo no-uniforme na regitio da ligagdo. Isso ocorre porque o esforgo tem que passar pelos elementos conectados, que ficam submetidos a uma tensdo média maior que a dos elementos nao conectados (elementos soltos). A figura 6.9-a mostra o comportamento de uma cantoneira ligada a uma chapa por meio de parafusos (somente siio mostrados os furos) e a figura 6.9-b por meio de solda, por apenas uma das abas. Vé-se que o fluxo de forgas apresenta afunilamento junto a ligago, se concentrando mais no elemento conectado. Observa-se ainda que a segio 1-1 é a mais solicitada da cantoneira na regio da ligagao, po ~ na ligagdo parafusada, sofre a perda de drea decorrente do furo ¢ esté submetida & totalidade da forga de tragio N (a seco 2-2, onde se situa o segundo furo, encontra-se solicitada por apenas metade da forga normal, uma vez que a outra metade jé foi transmitida pelo parafuso situado na segao 1-1); = na ligagdo soldada, situa-se em posi¢ao mais préxima da entrada da forga N, quando ainda nenhuma parcela dessa forga foi transmitida pela solda para a chapa. A segiio 1-1, portanto, fica submetida a uma tensio nfo-uniforme (figura 6.9-c), ¢ em razio disto, para efeitos préticos, considera-se apenas uma parte da mesma trabalhando de fato & trago, sob tensdo uniforme de valor igual ao maximo atingido, conforme ilustra a figura 6.9-d. Essa parte recebe a denominagdo de area Iiquida efetiva e é representada por 4., com a parte restante sendo desprezada, 21 parte da segto desprezada ‘rea iguida elstiva tl | L4 Neloa N=Jmmde (@) Ligagio parafusade _() Ligaglo soldada__(¢) Tensfo nfo-uniforme _(@) Area liquidaefetiva Figura 6.9 - Comportamento de uma cantoneira conectada por apenas uma aba 131 CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS. UMAG Para efeitos praticos, a area Iiquida efetiva € dada py Ae= CiAn (6.4) onde C; & um coeficiente de redugio aplicado & area quida 4,, cujos valores sto fomecidos a seguir. 6.2.2.2. Coeficiente de Redusio C, 6.2.2.2.1. Barras com Seco Transversal Aberta Nas barras com sego transversal aberta, quando a forga de trago for transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinago de soldas longitudinais © transversais para alguns (nfo todos) elementos da segao transversal, o coeficiente C, é dado pela seguinte expresso: (6.5) onde ce = excentricidade da ligagdo, igual a distincia do centro geométrico da segao da barra, G, a0 plano de cisalhamento da ligagio (em perfis com um plano de simetria, a ligagao deve ser simétrica em relagao ao mesmo € sio consideradas, no célculo de éq, duas barras ficticias e simétricas, cada uma correspondente a um plano de cisalhamento da ligagdo, por exemplo, duas segdes T no caso de perfis I ou H ligados pelas mesas ou duas segdes U no caso desses perfis serem ligados pela alma - ver figura 6.10); £.= comprimento efetivo da ligago (esse comprimento, nas ligagdes soldadas, ¢ igual ao comprimento da solda na dirego da forga axial; nas ligagées parafusadas ¢ igual a distincia do primeiro ao iiltimo parafuso da linha de furago com maior nimero de parafusos, na dirego da forga axial). ee te T superior (19) cS za, GdeTs aL Ge GaeUe | — fe als U esquerdo (Us) U direto (Ua) Figura 6.10 - Tlustrago dos valores de e, em segdes abertas 132 CAP : BARRAS TRACIONADAS UMAG Nao ¢ permitido 0 uso de ligagdes que resultem em um valor do coeficiente C, menor que 0,60. Por outro lado, caso o valor obtido pela Eq. (6.5) ultrapasse 0,90, deve ser usado nos célculos esse valor como limite superior. Verifica-se entdio que 0 coeficiente C, é tanto maior quanto menor for a distancia do centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligago (e.) ¢ quanto maior for 0 comprimento da ligagao (#,). Isso pode ser facilmente entendido observando-se a figura 6.11, referente a ligagaio de um perfil I pelas mesas, com a alma no conectada. Na figura 6.11-a, vé-se que quanto maior o comprimento da ligagdo, menor a area que nao trabalha no elemento ndo conectado na seco 1-1, a mais solicitada, Na figura 6.11-b, vé-se que se © perfil I tiver altura reduzida, a distincia ¢, é relativamente pequena e a drea que nfo trabalha & menor que se o perfil tiver altura elevada, altura da alma que NA. nao trabalha N72 —— N. N, eae “4 C= oa (b) Influgneia da distancia e. Figura 6.11 - Coeficiente de redugao C,em fungao de f, € e, Se a ligago for feita por meio de todos os elementos do perfil (figura 6.12), a tensdo normal na barra teri uma ndo-uniformidade pouco significativa e pode-se considerar C, igual a 1,0, + Eh Tou Utigado pet peas dias mesas a > +f “Toe epelasina . CCantonera Lignée pelas dus abas — Ee Figura 6.12 - Exemplos de casos de perfis ligados por todos os seus elementos 133 (CAP. 6: BARRAS TRACIONADA: UAAG Quando a forga de tragio for transmitida somente por soldas transversais & diregio dessa forga, situadas em alguns (niio todos) elementos da segao transversal da barras, como na situago ilustrada pela figura 6.13, 0 coeficiente C, fica igual a: (6.6) Figura 6.13 - Exemplo de perfil ligado por solda transversal em parte da seco 6.2,2.2.2, Chapas Planas Nas chapas planas ligadas exclusivamente pelas bordas longitudinais por meio de solda, 0 comprimento dos corddes de solda (,) no pode ser inferior & largura da chapa (b) devem ser usados os seguintes valores para o coeficiente C, (figura 6.14): C, =1.00, para €, 225 C, = 087, para 2b>£, >1,5b (6.7) C,=0,75, para 15b>¢, 2b solda nas bordas longitudinais Figura 6.14 - Chapa soldada apenas pelas bordas longitudinais 134 pas UMAG 6.2.2.2.3. Barras com Sego Transversal Tubular Retangular Nas barras com seco tubulares retangulares, quando a forga de trago for transmitida por meio de uma chapa de ligagdo concéntrica ou por chapas de ligagdo em do's lados opostos da seco, desde que 0 comprimento da ligagdo, £., ndo seja inferior & dimensio da segao na diregdo paralela 4(s) chapa(s) de ligagdo (figura 6.15), o coeficiente C, deve ser obtido como em 6.2.2.2.1. ee 4(d +5) L Figura 6.15 - Ilustragao do valor de ¢. em segilo tubular retangular 6.2.2.2.4, Barras com Secio Transversal Tubular Circular Nas barras com segSes tubulares circulares, quando a forga de tragao for transmitida por meio de uma chapa de ligag4o concéntrica (figura 6.16), se o comprimento da ligago, 4, for superior ou igual ao didmetro externo da barra e menor que 1,30 vez esse didmetro, 0 coeficiente C, deve ser obtido como em 6.2.2.2.1. Se 0 comprimento da ligagdo for superior ou igual a 1,30 vez 0 didmetro externo da barra, 0 coeficiente C, pode ser tomado igual a 1,0. Figura 6.16 - Iustragdo do valor de e, em segao tubular circular 6.3, IDENTIFICAGAO DOS ESTADOS-LIMITES ULTIMOS De acordo com 0 estudo apresentado no item precedente, a area de trabalho de uma barra tracionada na regido de ligagdo é a chamada area liquida efetiva (4.), € 0 colapso se dard quando a tensfo atuante nesta rea atingir a resisténcia ruptura do ago (f,). Nessa situagdo, a barra se romperé, em um estado-limite diltimo que recebe a denominagio de ruptura da segdo liquida. A figura 6.17-a mostra a ocorréncia deste estado-limite em um perfil I ligado pelas mesas por meio de parafusos. 135 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADA: UAAG Uma outra forma de colapso, no relacionada especificamente com a regio de ligago da barra, pode ocorrer desde que a tenstio de tragfo atuante ao longo do comprimento da barra, portanto na seco bruta da mesma, atinja o valor da resisténcia ao escoamento do ago (f,). Nessa circunstincia, a barra se encontra em situag2o de escoamento generalizado e sofreré um alongamento excessivo, 0 que provavelmente precipitard a ruina da estrutura da qual esta barra faz. parte, A esse estado-limite Ultimo di-se o nome de escoariento da segGo bruta, e um caso tipico do mesmo ¢ apresentado na figura 6.19-b, onde a corda inferior de uma treliga de cobertura atingiu o escoamento por tragdo ¢ seu comprimento aumentou muito, causando o colapso estrutural do sistema, (@) Ruptura da seg liquida (b) Escoamento da segdo bruta Figura 6.17 — Estados-limites tiltimos E importante observar que o escoamento da segdo liquida (a rigor, segao liquida efetiva), 20 contrério do escoamento da seedo bruta, ndo representa um estado-limite iltimo. No escoamento da segio bruta, praticamente toda a barra entra em estado de escoamento, 0 que faz com que seu aumento de comprimento seja excessivo. No escoamento da se¢o liquida, apenas a regio de ligagao escoa, € a barra como um todo sofre um aumento de comprimento pouco significative. O colapso na seco liquida efetiva sé fica caracterizado, portanto, quando essa se¢o se rompe. 6.4. DIMENSIONAMENTO AOS ESTADOS-LIMITES ULTIMOS No dimensionamento aos estados-limites tiltimos de uma barra submetida a forga axial de tragiio, deve ser satisfeita a seguinte relago: Nise S Nena (6.8) onde N,sz € a forga axial de tragdo solicitante de célculo, obtida com a combinagio de agdes de calculo apropriada, e Naa forca axial de tragdo resistente de céleulo, 136 ‘CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UNG Para o estado-limite de escoamento da segio bruta, tem-se, conforme o item 6.3 ¢ 0 subitem 4.3.2.3 (Capitulo 4), que: Ag hy ‘al Napa = (6.9) onde o produto 4, f, € a forga axial resistente nominal e 74; 0 coeficiente de ponderagéio da resisténcia, igual a 1,10. Para o estado-limite de ruptura da sego liquida, tem-se, também conforme o item 6.3 ¢ 0 subitem 4.3.2.3 (Capitulo 4), que: Ae Su Ya2 Nara = (6.10) onde o produto 4, f, é a forga axial resistente nominal e 742 0 coeficiente de ponderagélo da resisténcia, igual a 1,35. Em resumo, deve-se ter: (6.11) 135 respectivamente iguais a 1,10 ¢ 1,35 para os estados- limites de escoamento da segao bruta e de ruptura da sego liquida, expressam um maior nivel de incerteza quanto ao valor da resisténcia deste Ultimo. 6.5. LIMITACAO DO INDICE DE ESBELTEZ Recomenda-se que 0 indice de esbeltez das barras tracionadas, tomado como a maior relago entre 0 comprimento destravado Le o raio de giraydo r corespendente, excetuando-se as barras que tenham sido montadas com pré-tensio, nio supere 300, Essa Tecomendagao tem 0 objetivo de evitar que as barras tracionadas fiquem demasiadamente flexiveis e, como conseqiiéneia, apresentem (figura 6.18): - deformagdo excessiva causada pelo peso proprio ou por choques durante o transporte ¢ a montagem; - vibragio de grande intensidade quando atuarem ages varidveis, como vento, ou quando existirem solicitagdes de equipamentos vibratérios, como compressores, vibragio esta que pode se transmitir para toda a edificagdio, causando sensagdes de grande desconforto aos usuirios. 137 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAAG Figura 6.18 — Problemas em barras tracionadas com esbeltez elevada 6.6. EMPREGO DE BARRAS COMPOSTAS E usual se projetar barras compostas, por exemplo constituidas por duas cantoreiras ou dois perfis U, em que a ligagdo entre os perfis é feita por meio de chapas espagadoras, soldadas ou parafusadas a esses perfis, conforme ilustra a figura 6.19. Nesse caso, para se assegurar um comportamento conjunto adequado dos perfis da barra composta, a distincia méxima (¢) entre duas chapas espagadoras adjacentes deve ser tal que: £ — 300 a (6.12) onde rnip € 0 raio de giragdo minimo de apenas um perfil isolado da barra composta. ae Te tele fete = fan nel 7 : €1X0 de Fm a i , ed a < (@) Chapas espagadoras soldadas = rt — . = yr 4 ix de Pate sega0 I-1 (b) Chapas espagadoras parafusadas Figura 6.19 - Barras compostas com chapas espagadoras 138 ‘CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS. UPAG Como ilustragiio, a figura 6.20 mostra uma chapa espagadora soldada posicionada ao Jongo do comprimento de uma barra composta formada por duas cantonciras. Figura 6.20 ~ Chapa espagadora soldada Chama-se ainda a atengGo para o fato de que, em treligas e sistemas treligados, nas extremidades, as chapas de n6 evidentemente funcionam também como chapas espagadoras (figura 6.21-a). Mesmo que uma chapa de n6 ndo fique entre os componentes da barra composta (figura 6.21-b), ainda assim pode-se considerd-la adequada para a fungdo de assegurar o trabalho conjunto desses componentes. aS (a) Perfis dos dois lados da chapa de né (b) Perfis de um lado da chapa de né Figura 6.21 - Extremidades de barras compostas com chapas unindo os componentes 6.7. BARRAS REDONDAS COM EXTREMIDADES ROSQUEADAS E comum o emprego de barras redondas com extremidades rosqueadas, com a ligagio sendo feita por porca e arruela (figura 6.22), principalmente como tirantes de tercas ‘travessas de tapamento e como pegas de contraventamento. Figura 6.22 - Barras redondas com extremidades rosqueadas 139 CAP. 6: BARRAS TRACIONADA UPAAG dimensionamento das barras redondas segue um processo similar ao das demais barras tracionadas. Deve-se verificar 0 estado-limite dltimo de escoamento da segfo bruta, com a forga axial de tragfo resistente de calculo dada por: w= (6.13) onde 4, é a rea bruta da sego transversal, no caso igual a dea do fuste, ou ue (6.14) sendo dj 0 didmetro nominal do fuste. outro estado-limite tiltimo a ser considerado corresponde & ruptura da parte rosqueada, cuja forga axial de tragaio resistente de célculo ¢ dada por: Av fu Nyug = 6.15) 1, 135 (6.15) onde Ay, € a Area efetiva A tragdio da rosca, que corresponde, para as roscas usualmente utilizadas nas estruturas de ago, a 75% da area bruta do fuste 4s. Assim, a forga axial de trago resistente de célculo a esse estado-limite fica dada por: _ 075A, fy ng = 6.16) As barras redondas rosqueadas nao precisam atender quaisquer limitagGes relacionadas & esbeltez. Isso ocorre pelo fato de serem montadas com pré-tensio de tragio, proporcionada por aperto forgado da porca (figura 6.23), fazendo com que fiquem com o eixo praticamente reto e que sejam pouco suscetiveis a vibragdes. ‘aperto da porca até a barra ficar elemento onde a barra totalmente redonda esta conectada esticada Figura 6.23 ~ Barra redonda pré-tensionada por aperto forgado da porca 140 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG 6.8, EFEITOS ADICIONAIS 6.8.1. Efeito da Excentricidade da Ligagao Muitas vezes, a forga de trag%o introduzida por uma ligago nao tem a resultante coincidente com 0 cixo da barra, resultando numa flexdo adicional. A rigor, a barra estaria submetida entdo a uma solicitagdo de flexo-trago. No entanto, em barras de baixa rigidez A flexdo, como as cantoneiras ¢ os perfis U laminados de sego transversal de altura reduzida, com ligagdes de pequena excentricidade, a flexdo pode ser desprezada (figura 6.24). Ensaios mostraram que nesses casos no ocorre reducdo significativa da forga de tragao resistente. Ts ral cexcentricidade excentricidade ee BR Figura 6.24 - Excentricidade da ligagao_ Situagdes como as mostradas na figura 6.25, em que uma cantoneira é soldada por apenas uma aresta na diregio da forga, ou um perfil I é conectado por apenas uma das mesas, néio devem ser usadas, por causa da grande excentricidade existente, que invalida os procedimentos de calculo apresentados. Chama-se ainda a ateng&o para 0 fato de que, em barras com elevada rigidez a flexo, como o do perfil I da figura 6.25-b, a excentricidade projetada deve ser praticamente nula. (@) Cantoneira soldada por uma s6 aresta (b) Perfil I Tigado por apenas uma mesa Figura 6.25 — Exemplos de ligagdes inadequadas por causa da grande excentricidade 6.8.2. Efeito do Peso Préprio da Barra Todas as barras possuem peso préprio, como ¢ dbvio, e esto submetidas a ume flexdo decorrente do mesmo, quando no se encontram em posigo vertical. Quando se situam em posigao vertical, esto submetidas & variagZio da forga axial ao longo do comprimento 141 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UEPAAG €, quando se situam em posigfo inclinada, estdio submetidas simultaneamente a flexfio ¢ & variagdo da forga axial (figura 6.26). N ‘P (peso por unidade de comprimento) ty iio p sen IN] IM] (fungao de cosena) Figura 6.26 - Efeito do peso proprio da barra A influéncia do peso proprio das barras tracionadas deve ser avaliada, mas sabe-se que & pouco significativa para a maioria dos casos usuais, especialmente quando a project horizontal do comprimento da barra ¢ pequena, 6.9. EXEMPLOS DE APLICACAO. 6.9.1. Largura Liquida e Area Liquida de Chapa Determinar a largura liquida ¢ rea liquida da Chapa 1 da figura 6.2-b, sabendo-se que a mesma possui espessura de 8mm. Os parafuusos usados na ligaglo tém didmetro de 20mm, ¢ os furos foram feitos por pungao. a) Céleulo da Largura Liquida O diametro dos furos. puncionados sera: dy =20+3,5= 23,5 mm=2,35 em As possiveis linhas de ruptura, todas necessariamente passando pelos furos B ¢ C, com os respectivos valores da largura efetiva, calculados com a Eq. (6.1), so: -A-B-C-D by = 26 ~ 2(2,35) = 21,30 om - A-B-G-C-D By = 26 - 3(2,25) + 87/(4 x 12) + 874 x 6) = 22,95 em 142 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS URAG -AB-F-G-C-D b= 26 - 4(2.25) + 2[87/(4 x 6)] = 21,93 cm - A-B-F-K-G-C-D by = 26 - 5(2,25) + 2[87/(4 x 6)] + 2147/4 x 3)] = 22,25 em A largura Iiquida a ser adotada ¢ 21,30 cm, o menor valor obtido, que corresponde & linha de ruptura A-B-C-D. b) Caleulo da Area Liquida Como a chapa tem espessura de 8 mm (0,8 cm), usando a Eq. (6.2) obtém-se: Aq = 21,30 x 0,8 = 17,04 om™ ©) Consideragio Adicional sobre as Larguras Liquidas Suponha que se queira substituir a distancia de 80 mm entre as linhas de furagao ABCD e EFGH para um valor tal que a linha de ruptura A-B-F-G-C-D prevaleca sobre a linha A- B-C-D, Esse valor, representado por sy, pode ser obtido pela expresso: byiaca-r.6-c-0) = 26 - 4(2,25) + 2[s17/(4 x 6)] < basco) = 21,30 Assim, chega-se a s; inferior a 7,18 cm. 6.9.2. Area Liquida de Perfil I Soldado Determinar a érea liquida do perfil I soldado mostrado na figura a seguir, com a furago para ligaglo indicada. Os parafusos tém diametro de 16 mm, com furos puncionados. igual mesa inferior 30 16 Solugio O diémetro dos furos puncionados é: 4, = 16 +3,5 = 19,5 mm = 1,95 cm 143 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG Tratando separadamente as mesas ¢ as almas, como se fossem chapas independentes (ver figura a seguir), observa-se que a linha de ruptura das chapas das mesas é uma s6, A-B- C-D, que possui largura efetiva de: (by)p= 150 -2 x 19,5 = 111 mm e Grea efetiva de (Ay)y= 111 x 16 = 1776 mm? ‘Mesas inferior e superior 40 Alma 40 Na chapa da alma, as linhas de ruptura possiveis sio E-F-G-H ¢ E-F-I-G-H, cujas larguras efetivas so: (bdv-zecu = 00-2 x 16)—2 x19, Gdu-zeicn = (300 — 2 x 16)—3 x 19,5 +2 x 507/(4 x 40) = 240,75 mm 229 mm ¢, a drea efetiva, tomando 0 menor valor da largura efetiva, no caso correspondente & linha ruptura E-F-G-H, é (Ad = 229 x 8 = 1832 mm? Finalmente, a érea liquida do perfil seré igual a: An= 2(An)y+ (Ano = 2x 1776 + 1832 = 5384 mm? 6.9.3. Forca Axial Resistente de Célculo em Diversos Perfis Obter o valor da forga axial resistente de célculo, Ns para todas as barras tracionadas mostradas abaixo. As ligagdes sfo parafusadas, feitas com o uso de chapas, e as posigdes dos planos de cisalhamento estilo indicadas (nos casos a ¢ b, existem dois pianos de cisalhamento e, nos casos ¢ € d, apenas um). Os parafusos tém didmetro de 24 mm, estfio distanciados entre si, no sentido da forga de trago, em cada linha de furago, de 80 mm 144 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UAAG (distancia eixo a eixo de furos) e os furos das ligagdes foram feitos com broca. O ago usado possui resisténcia ao escoamento de 345 MPa e a ruptura de 450 MPa. Plano de cisalhamento N ™ oft Zz: Po de ips sms atta 7 : x ms foes ree aeeas coats a) W310x97 b) W310x97 c) U 152.4 x 12,2 d) L 127x 7,94 (série baseada em polegadas) a) Perfil W 310 x 97 Conectado pelas Faces Externas das Duas Mesas al) Dimensdes e propriedades geométricas relevantes da segdo transversal Nixa ao 110 110 a3) Ruptura da segdo liquida dy=24 + 1,5 =25,5 mm = 2,55 em (furos feitos com broca) Furagio com padréo uniforme => 4,,= 123,6 - 4(2,55 x 1,54) = 107,89 cm? sosuastx $4 sragonog{ ists) 305%154+1386%9.9 S11 mm 0,84 (valor entre 0,60 ¢ 0,90) 145 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAAG A= 0,84 x 107.89 = 90,63 em? 90,6345 = 3021,00 KN 135 ka = a4) Conelusio Prevalece 0 menor valor da forga resistente de cdlculo, considerando os dois estados- limites Gltimos. Portanto: Nea 3021,00 kN b) Perfil W 310 x 97 Conectado pelas Duas Faces da Alma b1) Escoamento da seco bruta Naa = 3876,55 KN (igual caso anterior) b2) Ruptura da seco liquida Ache aor, Ae =Ci An 13s com A, Furag&o com padriio uniforme = 4, = 123,6 — 2(2,55 x 0,99) = 118,55 em* 305/2~ Je1825,) ed x xO vaxtsasxis4x geet 495=5462 mm. [ase 0,66 x 118,55 = 78,24 em? News ees = 2608,00 KN 3) Conelusio Prevalece o menor valor da forga resistente de calculo, considerando os dois estacos- limites tltimos. Portanto: N,za= 2608,00 KN 146 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS ©) Perfil U 152,4 x 12,2 Conectado pela Face Externa da Alma cl) Dimensées e propriedades geométricas relevantes da segdo transversal 488 [885] 87 5.08 2 +6 124 Aq= 15,5 em’ 13] 2) Escoamento da segao bruta Ag Fy _15,5x34,5 110 110 486,14 KN. Ra = 3) Ruptura da segao liquida Nise Achy 135 scom A, =C; Ap Furagdo com padrio uniforme = A, ~ 15,5 — 2(2,55 x 0,508) = 12,91 em? e.= 13mm 0,90 x 12,91 = 11,62 em? 11,62x45 Nipg =o = 387,33 KN ees 4) Conelusiio =0,92 = Como esse valor € maior que 0,90, usa-se C,= UG 0,90 Prevalece o menor valor da forga resistente de célculo, considerando os dois estados- limites iltimos. Portanto: Njna= 387,33 KN 147 CAP. 6: BARRAS TRAGIONADAS UPANG 4d) Perfil L 127 x 7,94 Conectado pela Face Externa de Uma Aba dl) DimensGes e propriedades geométricas relevantes da segao transversal Ag= 19,50 em? 2) Escoamento da segao bruta —4e fy _ 1950x345 = 611,59 kN ma 1,10 110 3) Ruptura da segdo liquida Nyy = 4, com Ae Ci An 135 Furago com padro ndo-uniforme na cantoneira => deve-se rebaté-la segundo a linha do esqueleto para obtengo das linhas de ruptura, da largura liquida e da rea liquide: panic ‘As possiveis linhas de ruptura, com as suas larguras liquidas, so: © A-B-C = b, = 24,606 — 2,55 = 22,056 cm 2 © A-B-D-E: b, = 24,606 -2(2,55)+ = 20,275em x5; Logo, prevalece 6, = 20,275 cm e, 148 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS URAG 10,275 x 0,794 = 16,10 em™ = 34,7 mm 347 2x80 =0,78 (valor entre 0,60 ¢ 0,90) i ),78 x 16,10 = 12,56 em” x45 = 418,67 KN 135 44) Conelusaio Prevalece o menor valor da forga resistente de calculo, considerando os dois estados- Timites ultimos, Portanto: Nira = 418,67 KN 6.9.4. Forga Axial Resistente de Célculo em Cantoneira Uma cantoneira L 101,6 x 6,35(série baseada em polegadas), em ago ASTM A572 — Grau 50, esta ligada a uma outra pega por trés linhas de parafusos de didmetro de 16 mm, como se vé na figura (a) a seguir (os furos, feitos por pungdo, indicam as posigdes dos parafusos — notar que as duas abas esto conectadas). Determinar: (1) o valor da forga axial de tragdo resistente de célculo; (2) o valor dessa forga supondo ligago soldada em apenas uma das abas da cantoneira, com soldas longitudinais de comprimento de 150 mm, conforme a figura (b) a seguir. ‘Solda (a) Ligagdo parafusada (b) Ligagtio soldada a) Ligagdo Parafusada nas Duas Abas al) Ago estrutural ASTM A572 ~ Grau 50-=> f= 345 MPa = 34,5 kN/em®: f, = 450 MPa = 45,0 kN/em? 149 GAP. 6: BARRAS TRACIONADAS 22) Dimensdes e propriedades geométricas relevantes da sego transversal 101.6 3) Escoamento da sego bruta aAchy tT 10 12,51x34,5 ‘gpg = - 392,36 Bee a4) Ruptura da sepao liquida Ate 135) Ae =Cr An UPAAG Para 0 cdleulo da area liquida 4,, como a furago no tem padrdo uniforme, deve-se rebater a cantoneira segundo a linha do esqueleto, conforme é mostrado a seguir. 101,650 = 266 50 25 + 60-6,35 = 78,65 101,6 - 60 1,6 diametro dos furos é: d= 16 + 3,5 = 19,5 mm = 1,95 cm 2x 101,64 | 6,35 = 196,85 150 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UAAG As possiveis linhas de ruptura, com as suas larguras liquidas, sfio: © A-B-C= b, = 19,685 — 1,95 = 17,735 em © A-B-F-G = b, = 19,685 — 2(1,95) + 5°/(4x7,865) =16,580 em © D-E-B-C = b, = 19,685 — 2(1,95) + 57/(4x5) = 17,035 em © D-E-B-F-G => 6, = 19,685 — 3(1,95) + 5°/(4x5) + 59/(4x7,865) = 15,880 em Logo, deve ser usado o menor valor de b,, ou seja, 15,88 cm. Assim: 1 t= 15,88 x 0,635 = 10,08 cm? Como a ligagdo ¢ feita pelas duas abas, C, = 1,00, e: Ae= 1,00 x 10,08 = 10,08 em? Finalmente: _ 10.08% 45 135 ied =336KN a4) Resultado Nera = 336 KN (0 menor valor obtido com base nos dois estados-limites tiltimos).. b) Ligacio Soldada por Apenas Uma Aba bl) Escoamento da seco bruta Nyna= 392,36 KN (igual ao da ligago parafusada) 2) Ruptura da sego liquida a = 0:82 (valor entre 0,60 e 0,90) Logo: Ae =0,82 x 12,51 = 10,26 em? 151 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPAG e 10,26x 45 Napa = E® = 342 ne as b3) Resultado Nyra= 342 KN (0 menor valor obtido com base nos dois estados-limites iltimos), 6.9.5. Dimensionamento de Diagonal de Treliga em Cantoneira Dupla Dimensionar a diagonal de treliga AB, com comprimento de 2 m, mostrada na figura a seguir, para forga axial de tragio. Usar cantoneira dupla em forma de té, da série baseada em polegadas, em ago ASTM A36. Os parafusos da ligagdo tém didmetro de 16 mm, com 0s furos da ligacdo feitos por broca. Detalhe do né A Sabe-se que as forgas axiais na diagonal apresentam os seguintes valores caracteristicos (0 sinal + indica tragdo e 0 sinal ~ compressa): -40 KN decorrente de carga permanente gerada basicamente por peso priprio de estrutura metilica; -260 KN decorrente de sobrecarga na cobertura, e; +200 KN decorrente da ago do vento. a) Ago Estrutural ASTM A36 => f= 250 MPa = 25 KN/em’; f, = 400 MPa = 40 kN/em? b) Forea Axial de Tragao Solicitante de Calculo Visa = 1,0 (-40) + 1,4(200) = +240 kN ©) Escoamento da Seeiio Bruta Achy 110 254, : Nusa Napa = > 0s => 4g 210,56 om! 152 (CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS URAG Portanto, cada cantoneira deverd ter uma area minima de 10,56/2 = 5,28 em” e se tentara usar 0 duplo L de 63,5 x 4,76 (4g= 2 x 5,80 = 11,60 cm’). 4) Ruptura da Seco Liquida Aha _ Ade Ae = 810 em” Nisa = 240S Nieg = 45 = 533 A.=CiAy Para o célculo da area liquida 4,, obtém-se o didmetro dos furos: dy= 16+ 1,5= 17,5 mm=1,75 em Como a furago tem padrio uniforme, basta fazer: Ay, = 2(8,80 = 1,75 x 0,476) = 9,93 cm? y coeficiente C, vale: 1B = 0,65 (valor entre 0,60.€ 0,90) * a fhGivnnees x. c= 1,75 om) lec = 1,75 cm Logo: ty 65 x 9,93 = 6,45 cm’ < 8,10 cm” => Insuficiente perfil deve ser alterado para um com maior capacidade resistente. Assim, tentar-se-A usar 0 duplo L 63,5 x 6,35 (4g= 2 x 7,67 = 15,34 cm?), Dessa forma: y A, = 27,67 = 1,75 x 0,635) = 13,12 cm? i ron = Fx = 1,96 erm 2 = 0,63 (valor entre 0,60 € 0,90) Ae =0,63 x 13,12 = 8,27 cm? > 8,10 om? = OK ¢) Esbeltez iy Deeg = E- = 200 200 _ 192.04 < 300 = Condigio atendida Tan 7, ‘196 153 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UAAG Observar que o raio de girago minimo da cantoneira dupla € igual ao raio de girago em relago aos eixos x; e yj tabelados de uma cantoneira, ) Chapas Espacadoras £309 4 <3009 65372 om 124 Cn iene Como o comprimento da diagonal & de apenas 200 cm, nao so necessérias chapas espagadoras. Deve-se notar que 0 raio de giragao minimo de uma cantoneira isolada é igual ao raio de giragfio em relagdo ao eixo y tabelado. 6.9.6. Verificac&o de Barra de Trelica em Duplo U Na treliga de cobertura abaixo, verificar a barra AB para forga axial de trag’lo, em perfil duplo U 76,2 x 6,11. Foi usado ago estrutural ASTM A572 — Grau 50. A forga P é formada pelos seguintes valores caracteristicos: (a) 90 KN, de carga permanente decorrente basicamente de peso proprio de estrutura metélica; (b) 130 KN, de sobrecarga; (©) 80 KN, de carga decorrente de equipamento que, apesar de mével, permanece no local por longos periodos de tempo. Os parafusos possuem didmetro de 20 mm ¢ os furos da ligagdo foram feitos com broca. EP | c 1,65 m 1,65 m | | |somm Detalhe do né A a) Aco Estrutural ASTM AS72 ~ Grau 50 => f= 345 MPa = 34,5 kN/om?; f, = 450 MPa = 45,0 KNiem? 154 CCAP. 6: ARRAS TRACIONADAS UAAG b) Forga de Tragio Solicitante de Célculo na Barra AB - Agdio varivel principal: sobrecarga Pa= 1,25 (90) + 1,5 (130) + 1,5 x 0,7 (80) = 391,5 KN ~ Agi variavel principal: equipamento Pa= 1,25 (90) + 1,5 (80) + 1,5 x 0,8 (130) = 388,5 KN Logo, deve ser usado Py = 391,5 kN Estabelecendo as equagdes de equilibrio do né A, vem: EFy=0= 195,75 + Naguc ena =0 ae aa rrcrrr 556 faa = 0 1,65? +11? tard Meng, t Nsqac = -195,75/0,556 = -352,07 KN Vaa= 391,512 = 195,75 KN E Fy= 0 = Nsvan + Nowic 608 0 = Neuan = 352,07 x 0,833 = 293,27 KN ©) Dimensdes e Propriedades Geométrica Relevantes da Seco Transversal Ag=2X 7,78 = 15,56 em? 1r,~ 2,98 em (0 aio de girago em relagio ao eixo x do duplo U é igual a0 raio do eixos x e do U simples, cujo valor étabelado) aon. rin.) Jase 830m (rn) pet ~ Fytabelado = 1,03 em 4d) Escoamento da Seco Bruta mr Nusa = Mjpa = it > => 293,27 5 = 488,02 KN => OK 15,56 x3: 0 155 CAP. 6: BARRAS TRACIONADAS UPANG ¢) Ruptura da Segio Liquida Ad. Nig = 293,275, ie 135 Ag =C, An = 20+ 1,5=21,5 mm =2,15 em Aq= 2[7,78 ~ 2,15 x 0,432] = 13,70 em? wt = 0,815 (valor entre 0,60 e 0,90) Ae =0,815 x 13,70 = 11,17 cm? Finalmente: 111745 Nisa = 293,27 $ Nira = = 372,33 kN=> OK 1) Esbeltez = <300 a, min = y= 1,83 em 33 718033 <300 = OK. ) Chapas Espagadoras t <300=> © < 300-5 ¢< 309 0m Cin pers 103 Como 0 comprimento da diagonal é de 330 cm, deve-se colocar uma chapa espagadora na sego central (0 espacamento entre as chapas espagadoras fica, portanto, igual a 165 cm). 6.9.7. Verificagdo de Barra de Treliga em Secdo Tubular Circular Na treliga de cobertura dada no exemplo precedente, verificar a barra AB para forga axial de tragdo, constituida por um TC 88,9 x 5,5, em ago VMB 300, com a ligagaio soldada indicada. 156 CCAP. 6: BARRAS TRACIONADAS. UMAG cus (chapa de n6) Chapa de né TC 889% 5,5 }00 mm TC 88,9 x 5,5 Detalhe do n6.A en a) Ago Estrutural VMB 300 = f, = 300 MPa = 30,0 kN/em”; f,= 415 MPa = 41,5 kN/em? b) Forga de Trago Solicitante de Célculo na Barra AB ‘Como em 4.9.4, N,s¢= 293,27 KN. ¢) Dimensdes e Propriedades Geométrica Relevantes da Segio Transversal 3,5 Ag 14,40 em? r=2,96 cm 88,9 d) Escoamento da Segio Bruta Ay st Ning : "110 = 293,27< 392,73 KN => OK ¢) Ruptura da Seco Liquida 29327 Nas = Ae~CiAy A, = Ay (rea recortada para chapa de n6) = 14,40 ~2 x 0,55 x 0,8 = 13,52 cm? £,= 10,cm (comprimento da solda longitudinal) => ¢,/D = 10/8,89 = 1,12 157 CAP. 6; BARRAS TRACIONADAS Como £./D se situa entre 1,0 ¢ 1,3, tem-se que C, D889 283 om (ver figura 6.16) = oR 2,83 10 = 0,717 (valor entre 0,60 e 0,90) A, =0,717 x 13,52 = 9,69 cm? Finalmente: Nygj = 293.27 < Nee (Bais = 29537 KN=> OK f) Esbeltez ~ <300 Tmin = 7 = 2,96 om 11149 <300=> OK 6.9.8. Dimensionamento de Barra Redonda Rosqueada UPAAG A estrutura abaixo é estabilizada pela barra redonda rosqueada AC indicada. Supondo a atuagio apenas da forga Hj, de vento mostrada, determinar o didmetro da barra redonda, considerando que a mesma seja fabricada em ago ASTM A36. Hie = 40 KN E> & (valor caracteristico) 2m a) Aco Estrutural ASTM A36 => f, = 250 MPa = 25 kN/em’; f, = 400 MPa = 40 kN/cm? CAP. : BARRAS TRACIONADAS UAAG b) Forga Axial de Tragao Solicitante de Caleulo Hoye = 1,4 (40) = 56 KN Estabelecendo as equagdes de equilibrio do né C, vem: E Fy 0 56- Nac cos a =0 3 3 56- Nese cos sane Nsaco Nsaac = 560,832 = 67,31 KN ¢) Escoamento da Seco Bruta 4 Nuss S Nena Sy = 6731< 24 A,2=2,960m? 110 110 Portanto, a barra redonda rosqueada devera ter uma area minima de 2,96 cm” e se tentara usar 0 didmetro comercial de 22,23 mm (2,223 om), correspondente a uma drea bruta de 3,88 cm’, conforme tabela. 4) Ruptura da Parte Rosqueada Arty _ UTSAS, Mise Noga = 135° = 135 0,75Ay fu. _ 0,75x3,88%40 Ny si = 97315 Ny pa ~The sive igaae = 86,22 KN => OK. ©) Conclusio ‘Usar barra redonda rosqueada com diametro de 22,23 mm. 159

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