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Déjà vu

Às vezes eu minto, às vezes eu choro


Às vezes eu rio, às vezes sinto ódio
Isso é normal, não sou especial
O meu mundo é igual, puro caos
Ando de mãos dadas com o mal,
Ando de mãos dadas com o baixo astral
Eu perdi os meus sentimentos,
Eu perdi os meus bons momentos
Tudo o que restou levo como passatempos
Cada dia me vejo mais sonolento,
Cada dia me afundo mais no tormento.

Em poucas ocasiões eu me apaixono


Em certas estações, fico no abandono
Acabo desmoronando, mas me recupero
E quando me vejo no espelho, estou como antes.

Tem vezes que não quero levantar


Tem vezes que o pesadelo me faz acordar
Sonhos? Sim, às vezes
Em grande parte, eu apenas escuto o meu choro
Nada mais importa, com tanto que eu me sinta feliz,
Ao menos uma vez, antes que a minha tristeza me sucumba
Não há cura, a vida é curta, então tento curti-la
Talvez eu não esteja aqui no ano que vem, talvez sim
Só quero que haja fim as minhas súplicas
Que eu encontre uma fuga dessa atormentada luta
O campo de batalha em minha mente está em cinzas,
Espero que a felicidade se torne minha linda vizinha.
Original é o poeta
que se origina a si mesmo Original é o poeta
que numa sílaba é seta expulso do paraíso
noutro pasmo ou cataclismo por saber compreender
o que se atira ao poema o que é o choro e o riso;
como se fosse um abismo aquele que desce á rua
e faz um filho ás palavras bebe copos quebra-nozes
na cama do romantismo. e ferra em quem tem juízo
Original é o poeta versos brancos e ferozes.
capaz de escrever um sismo. Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
de origem clara e comum Original é o poeta
que sendo de toda a parte que chegar ao despudor
não é de lugar algum. de escrever todos os dias
O que gera a própria arte como se fizesse amor.
na força de ser só um Esse que despe a poesia
por todos a quem a sorte faz como se fosse uma mulher
devorar um jejum. e nela emprenha a alegria
Original é o poeta de ser um homem qualquer.
que de todos for só um.

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