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MÉTODOS DE

INTERVENÇÃO
ABA PECS
TEACCH
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
MÉTODOS DE INTERVENÇÃO ABA PECS TEACCH

SUMÁRIO

O Autismo...................................................................................................................................... 3
Caracterizando o Autismo ............................................................................................................. 3
Características Clínica: CID e DSM................................................................................................. 7
Critérios de Diagnóstico ................................................................................................................ 8
Métodos de Tratamento ............................................................................................................... 9
ABA – Análise Aplicada do Comportamento ............................................................................... 10
Como ABA é usada para ensinar crianças com autismo? ........................................................... 12
O que é DTT? ............................................................................................................................... 12
Catherine Maurice .......................................................................................... 15
Qual a maneira correta de usar a ABA? ...................................................................................... 15
PECS - Um caminho para a comunicação .................................................................................... 19
FASES DO PECS ............................................................................................................................ 24
Materiais para criar o PECS ......................................................................................................... 31
Criando livros PECS...................................................................................................................... 31
TEACCH ........................................................................................................................................ 32
Referências .................................................................................................................................. 36

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O Autismo

Caracterizando o Autismo

O autismo, inicialmente, foi descrito por Leo Kanner (1943), como Síndrome

Comportamental que se manifesta nos primeiros anos de vida.

O primeiro paciente observado por Leo Kanner foi em 1938. Durante seu trabalho foram

descritas onze crianças, entre meninas e meninos. A partir desse momento o autismo passou a

ser estudado por diversos pesquisadores, com mais frequência. Tendo seu conceito ampliado e,

atualmente, admitem-se diversos graus do autismo (SCHWARTZMAN, 2010).

Inicialmente, o indivíduo era considerado autista pelo o grave comportamento para a

vida cotidiana, devido as poucas pesquisas sobre o assunto. O autismo ficou, mundialmente,

conhecido através do filme “meu filho, meu mundo”, em 1979, reprisado por diversas vezes na

televisão.

Com os anos o conceito de autismo sofreu diversas modificações. Mas, ainda recebe os

mais variados diagnósticos médicos, indo desde o transtorno obsessivo compulsivo,

personalidade esquizoide, esquizofrenia, transtornos de humor, até deficiência mental isolada.

Mesmo assim, hoje, o quadro clínico do autismo é bem definido e caracterizado como um

conjunto de sintomas e dificuldades, manifestando-se comprometimento do relacionamento

social, por comportamento repetitivo, por dificuldades de linguagem, além da persistência em

determinadas rotinas não funcionais (STELZER, 2010).

Wing e Gould (1979) classificaram esses sintomas em 3 grupos denominados como tripé

dos sintomas autísticos.

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Tripé do Espectro Autístico

Falha na interação social


recíproca

Comprimento da imaginação Dificuldade na comunicação


Comportamento e interesse verbal e não verbal
repetitivos

Stelzer (2010, p. 7) explica que: O termo tem origem no grego: “autos” que significa

“próprio” (ZAFEIRIOU et al., 2007). Clemens Benda (apud BENDER, 1959) destaca que o termo

“idiotia”, de origem grega tem o mesmo significado de “autismo”, de origem latina, descrevendo

uma pessoa que vive em seu próprio mundo, uma pessoa fechada ou reclusa.

Anteriormente, o autismo estava ligado a fatores psicológicos e que os pais eram

responsáveis por esse quadro clínico. Na época afirmava que o autismo era causado devido o

comportamento frio e obsessivo dos pais em relação aos filhos. No entanto, essa hipótese foi

afastada pela literatura médica, e como citado acima, atualmente, o autismo é considerado

como uma desordem neurológica. Dessa forma, mesmo não existindo uma explicação completa,

apenas evidências incontestáveis, o autismo é considerado um distúrbio de desenvolvimento,

causado por condições genéticas e ambientais, que na verdade não é uma condição só, ou seja,

a neurobiologia do autismo não está relacionada a um problema psicológico, mas sim biológico.

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Em entrevista realizada o Neuropediatra Salomão Schwartzman (2010) afirma que essas

condições são bastante comuns e ao contrário do que se imagina estão presentes em vários

locais, exemplificando a escola, o ambiente de trabalho, etc. Tendo em vista o leque de

gravidade de conjunto de autismo, pela enorme variedade que ele tem, se você entrar numa

sala cheia de pessoas portadores da síndrome do autista, ficará surpreso com a variedade de

características que eles apresentam, muitas em diversos graus.

Nesse sentido, Wing e Gould (1979) explicam que o comprometimento é de diferente

intensidade para cada pessoa, ou seja, um indivíduo pode ter comprometimento mais intenso

de sociabilidade do que comunicação. No entanto, é necessário que exista o comprometimento

nos três pés do tripé descrito por Wing e Gould (1979).

Segundo Gauderer (1997) apud SANTOS (2015, p.13) define o autismo: Como sendo

uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante toda a

vida. Atribui ao aparecimento do autismo aos três primeiros anos de vida, sendo uma

enfermidade encontrada em todo mundo e em famílias de toda configuração racial, étnica e

social.

Assim, as características primordiais do autismo são o prejuízo na comunicação,

prejuízo na interação social e comportamentos repetitivos, sem muitos significados, que muitos

parecem ficar realizando sem uma finalidade muito clara. Exemplificando, pessoas com autismo

têm atração por movimentos circulares, podem passar hora fascinada com o giro de um

catavento ou de um ventilador. Assim, pode-se afirmar que o autista é um indivíduo metódico,

o “mundo” do autista é aquele que não se modifica, qualquer variação do seu “mundo” lhe traz

ao extremo desconforto. Frequentemente são intolerantes à determinados sons, é uma reação

desproporcional.

O indivíduo com transtorno de desenvolvimento autista apresenta uma enorme

dificuldade de interação social. Para ele o olhar dos outros, os sons, os movimentos e o

“falatório” provocam um “curto circuito” que as vezes deixam inseguros e desorientados.

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No autismo existe uma dificuldade grande de perceber sutileza e linguagem, de decifrar

gestos, movimentos e intenções nas expressões faciais das outras pessoas. Eles levam tudo ao

pé da letra.

Talvez, uma característica mais integrante do autista, nos mais variados aspectos, seja

a questão do olhar, para demonstrar o afeto usa-se vários canais, exemplificando toque físico,

tato visual, no entanto, o autista não tem essas habilidades, não gosta do contato, seja físico ou

visual, o que lhe causa enorme desconforto.

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Características Clínica: CID e DSM

Em termos de classificação, desde a descrição do autismo houve inúmeras categorias de

classificação. Mundialmente, os sistemas utilizados para a classificação e diagnóstico são CID

(Classificação Internacional de Doenças) e DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria).

As primeiras classificações do autismo foram psicose e esquizofrenia. A oitava revisão

do CID incluía o autismo como esquizofrenia, sendo unificada a categoria de psicose infantil na

nona revisão. Atualmente, o CID está na sua décima edição (CID – 10), incluindo o autismo como

Transtornos Globais do Desenvolvimento, havendo concordância com os DSM III e o DSM III-R.,

no entanto, o DSM-IV incluía o autismo como Transtorno integrante ao agrupamento de

Transtorno Invasivos do Desenvolvimento (BOSA e COL, 2002). Bosa e Col. (2002 apud SANTOS,

2015, p. 15) afirmam que o Autismo hoje é visto como nos mostra dentro das classificações

atuais, como comprometimento de três áreas principais: Alterações qualitativas das interações

sociais recíprocas, modalidades de comunicação, interesses e atividades restritos,

estereotipados e repetitivos.

O autismo é caracterizado pelos desvios qualitativos de comprometimento dos três

grupos do tripé, tais como interação, comunicação e uso imaginário, estando presente desde os

primeiros anos de vida das crianças. Nesse sentido, Melo (2004 apud SANTOS, 2015, p. 15)

explica que estas alterações surgem “[...] tipicamente antes dos três anos de idade”.

Como mencionado, o comprometimento é de diferente intensidade para cada grupo, ou

seja, um indivíduo pode ter comprometimento mais interno de interação do que comunicação.

No entanto, é necessário que exista o comprometimento nos três pés do tripé descrito por Wing

e Gould (1979).

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Critérios de Diagnóstico

Tendo em vista que o autismo é definido por um conjunto de comportamento que

variam em grau e gravidade, não existe um exame complementar capaz de afirmar o diagnóstico

do autismo, apenas dados clínicos, levando em consideração histórias e observação do

comportamento. Os exames disponíveis apenas permitem detectar doenças associadas ao

autismo.

Inicialmente, o diagnóstico parte da observação direta de comportamento feita pelos

pais e família, encaminhando a criança a um especialista.

Segundo AMA (2015) devido os sintomas estarem presentes antes dos 3 anos de idade,

dependendo da gravidade do comprometimento, torna possível fazer o diagnóstico por volta

dos 18 meses de idade.

O diagnóstico precoce do autismo torna-se importante para que haja um

direcionamento do mesmo ao tratamento mais adequado as suas necessidades, fazendo toda a

diferença.

Para SANTOS (2015, p. 39) “[...] temos que pensar que o diagnóstico de autista está

extremamente vinculado com o rótulo de incomunicabilidade, restringindo esse autista ao

contato com o mundo, uma vez que esse não faz uso da linguagem verbal”.

Atualmente, existem inúmeras técnicas e terapias para estimular o desenvolvimento da

área afetada, as quais serão utilizadas durante toda a sua vida. Para tanto, faz-se necessário um

diagnóstico correto para que o tratamento comece na fase inicial do transtorno.

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Métodos de Tratamento

A manifestação do autismo exige tantos cuidados que os familiares chegam ao

desespero, todos passam a viver em função da criança, e em tempo integral. Família nenhuma

está preparada para enfrentar essa realidade sem receber orientação especializada.

Cuidar de uma criança com autismo pode ser uma carga imensa, em certos casos o

transtorno impõe certas limitações que um simples passeio no parque torna–se impraticável,

ou seja, o dia a dia se torna sufocante. Os pais chegam a tomar atitudes super protetoras, sem

querer começa a entrar na doença do filho e consequentemente, não aprende a forma correta

de tentar evitar os comportamentos inadequados e inserir essa criança no mundo de maneira

possível.

As alterações neurológicas do autismo são mal conhecidas e ainda não existe cura para

este transtorno, contudo, existem inúmeras terapias que promete resultados, algumas sem

comprovação científica.

Uma vez que o espectro do autismo vai daquele que nem consegue falar aos dotados de

habilidades geniais, é necessário criar um sistema de comunicação em que participe

especialistas de diversas áreas, tais como: psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia

ocupacional, além de psiquiatria e neuropediatra; familiarizados com o problema.

A intervenção multidisciplinar se destaca por possibilitar, significativamente, a melhora

na qualidade de vida do autista, respeitando o nível de desenvolvimento e particularidades de

cada criança. Este tratamento consiste na orientação da família e no desenvolvimento da

linguagem e comunicação da criança autista.

Deste modo, pretende–se apresentar os principais métodos de tratamento do autismo,

mostrando que é possível tornar o nosso mundo mais acessível à eles.

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ABA – Análise Aplicada do Comportamento

O que é ABA?

Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis; abreviando: ABA) é um

termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação

entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem.

Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser implementado

para modificar aquele comportamento. O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do

comportamento observável e mensurável em oposição, por exemplo, à abordagem

psicanalítica, que assume que muito do nosso comportamento deve-se a processos

inconscientes. (Lembre-se de Freud!).

Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e B.F.

Skinner foram os pioneiros que pesquisaram e descobriram os

princípios científicos do Behaviorismo. São considerados os “Pais

do Behaviorismo”.

O livro de B.F. Skinner, lançado em 1938, “The Behavior

of Organisms” (O comportamento dos organismos), descrevia

seu mais importante descoberta, o Condicionamento Operante,

que é o que usamos atualmente para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na

aprendizagem. Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um

estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento

ocorra no futuro. Em português claro isso significa que, à medida que você vai levando a vida,

vão lhe acontecendo coisas que vão aumentar ou diminuir a probabilidade de que você adote

determinado comportamento no futuro. Por exemplo, se durante seu caminho para o trabalho

você acena e sorri para o motorista do carro ao lado, e ele deixa que você atravesse na sua

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frente, você provavelmente vai tentar a mesma estratégia no dia seguinte. Seu comportamento

de acenar e sorrir ficará mais frequente, porque foi reforçado pelo outro motorista!

Todos nós aprendemos através de associações e nosso comportamento é “modificado”

através das consequências. Tentamos coisas e elas funcionam; então as fazemos novamente.

Tentamos coisas e elas não funcionam; então é menos provável que as façamos novamente.

Nosso comportamento foi “modificado” pelo resultado ou consequência.

Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os termos: SD

(Estímulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador (Reinforcer), Controle de

Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction), Esquemas de Reforçamento (Schedules of

Reinforcement) e Modelagem (Shaping). Todos esses conceitos podem ser aplicados para

trabalhar com uma vasta gama de comportamentos humanos.

Adição e Transtornos Comportamentais...


Medos e Dependência de sono, de alimentação
Fobias Química
Parar de
Fumar Desenvolvimento da
Serviços de Proteção
Linguagem
à Criança

Educação/
Estresse e
Relaxamento
Ed Especial

Treinamento Comportamento
Aconselhamento de
de Animais Organizacional Casal e Família

ABA é um termo “guarda-chuva”, descreve uma abordagem científica que pode ser

usada para tratar muitas questões diferentes e cobrir muitos tipos diferentes de intervenções.

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Educação, especificamente Educação Especial para crianças com autismo, é uma das aplicações

dessa ciência.

Como ABA é usada para ensinar crianças com autismo?

Para ensinar crianças com autismo, ABA é usada como base para instruções intensivas

e estruturadas em situação de um-para-um. Embora ABA seja um termo “guarda-chuva” que

englobe muitas aplicações, as pessoas usam o termo “ABA” como abreviação, para referir-se

apenas à metodologia de ensino para crianças com autismo.

Um programa de ABA frequentemente começa em casa, quando a criança é muito

pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica também pode beneficiar

crianças maiores e adultos. A metodologia, técnicas e currículo do programa também podem

ser aplicados na escola. A sessão de ABA normalmente é individual, em situação de um-para-

um, e a maioria das intervenções precoces seguem uma agenda de ensino em período integral

– algo entre 30 a 40 horas semanais. O programa é não aversivo – rejeita punições,

concentrando-se na premiação do comportamento desejado. O currículo a ser efetivamente

seguido depende de cada criança em particular, mas geralmente é amplo; cobrindo as

habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de cuidados pessoais, motoras e de brincar. O

intenso envolvimento da família no programa é uma grande contribuição para o seu sucesso.

O que é DTT?

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https://www.appliedbehavioranalysisedu.org/how-is-discrete-trial-training-used-in-aba-therapy/

O Ensino por Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching – DTT) é uma das

metodologias de ensino usadas pela ABA. Tem um formato estruturado, comandado pelo

professor, e caracteriza-se por dividir sequências complicadas de aprendizado em passos muito

pequenos ou “discretos” (separados) ensinados um de cada vez durante uma série de

“tentativas” (trials), junto com o reforçamento positivo (prêmios) e o grau de “ajuda”

(prompting) que for necessário para que o objetivo seja alcançado.

Pense em aprender a jogar futebol – você não começou colocando um uniforme do seu

time e apresentando-se como centro-avante. Provavelmente, começou aprendendo como

chutar e controlar a bola com os pés. Então, depois que desenvolveu essas habilidades, começou

a chutar a gol. Se foi sortudo, teve alguém – pai, mãe, um irmão mais velho – que lhe

proporcionou muitas oportunidades para praticar (“tentativas!”), muito encorajamento

(“reforçamento positivo!”) e que lhe ajudou a se posicionar corretamente para chutar a bola

quantas vezes fosse necessário (“dando ajudas!”).

É importante notar que apesar do termo “DTT” ser frequentemente usado como

sinônimo de “ABA”, ele não o é. A ABA é muito mais abrangente e inclui muitos tipos diferentes

de intervenções, estratégias de ensino e manejo comportamental. DTT é um método dentro do

campo da ABA.

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Quem é Ivar Lovaas?

Ivar Lovaas é um psicólogo que foi a primeira

pessoa a aplicar os princípios da ABA e DTT para

ensinar crianças com autismo. Por isso muitas pessoas

falam do “método Lovaas” quando se referem sobre o

ensino de crianças com autismo.

Em 1987, Lovaas publicou os resultados de um

estudo de longo prazo sobre o tratamento de

modificação comportamental em crianças pequenas com autismo. Os resultados do seguimento

destas crianças mostraram que, em um grupo de 19 crianças, 47% dos que receberam

tratamento atingiram níveis normais de funcionamento intelectual e educacional, com QIs na

faixa do normal e uma performance bem-sucedida na 1ª série de escolas públicas. 40% do grupo

tratado foram depois diagnosticados como portadores de retardo leve e frequentaram classes

especiais de linguagem, e os 10% remanescentes do grupo tratado foram diagnosticados como

portadores de retardo severo.

Comparativamente, em um grupo de 40 crianças, somente 2% do grupo controle

(aqueles que não receberam o tratamento de ABA usado por Lovaas), atingiram funcionamento

educacional e intelectuais normais, 45% foram diagnosticados como portadores de retardo leve

e 53% foram diagnosticados como portadores de retardo severo.

Resultados
Estudo de Lovaas – 1987:
Recuperados Razoáveis Ruins

Crianças tratadas com ABA 47% 40% 10%

Crianças NÃO tratadas com ABA 2% 45% 53%

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Esta tabela mostra um resumo dos dados de seguimento de 19 crianças que receberam

intervenção intensiva ABA desenvolvida por Lovaas versus dados de seguimento de 40 crianças

de um grupo controle que não receberam a intervenção ABA desenvolvida por Lovaas.

Behavioral treatment and normal and intellectual functioning in young autistic children. Ivar O.

Lovaas, Journal of Consulting and Clinical Psychology, 1987, v. 55, n.1, p. 3-9.

Catherine Maurice

Em 1993, Catherine Maurice escreveu “Let Me Hear Your Voice: A

Family Triumph Over Autism”, publicado pela Fawcett Columbine Books

(“Quero escutar sua voz: a vitória de uma família sobre o autismo” – ainda sem

tradução em português). O conhecimento público do método ABA deve-se ao

relato da sua luta para encontrar um tratamento eficaz pra seus dois filhos com

autismo. O sucesso do tratamento – seus filhos são considerados “recuperados”

ou indistinguíveis dos seus colegas – inspirou muitos pais a considerar a ABA como opção de

tratamento para seus filhos. Vale a pena ler o livro para entender como ABA funciona dentro de

uma família real. Também é uma boa maneira para ajudar amigos e parentes a entender o que

você está se propondo fazer com um programa ABA.

Qual a maneira correta de usar a ABA?

Apesar de Lovaas ter sido o primeiro a usar as metodologias da ABA para ensinar

crianças com autismo, desde então muitos psicólogos vêm fazendo muitas contribuições e

refinamentos a essa abordagem. Como com qualquer ciência, a ABA continua a evoluir. Muitas

técnicas têm sido descobertas e tornado o ensino de ABA mais eficiente e efetivo ainda. Essas

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“práticas melhoradas” serão incorporadas no Programa “Ajude-nos a aprender” (“Help Us

Learn”).

Há muitas escolas, organizações e indivíduos que usam ou oferecem consultoria em

metodologias do tipo ABA e cada um tem seu jeito próprio de aplicá-las, mas todos usam os

mesmos conceitos básicos (ou deveriam usar!). A ciência que apóia a intervenção – a Análise do

Comportamento Aplicada – é a mesma; somente a maneira de aplicá-la varia! Pense em ABA

fazendo uma analogia com tocar piano. Quando você aprende a tocar, pode tocar rock, música

clássica, blues ou jingles. Os sons podem variar, mas todos eles usam a mesma metodologia

básica e seguem convenções musicais aceitas por todos.

PECS - Sistema de Comunicação através da troca de Figuras - é uma forma de

comunicação alternativa e aumentativa que treina a criança com autismo a trocar símbolos para

se comunicar.

Há muitos benefícios do PECS:

➢ Aumento nem comunicação espontânea

➢ Aumento em comunicação verbal

➢ Diminuição em comportamentos inadequados

➢ Aumento em interação social

Pesquisas estão sendo realizadas para comparar PECs a outras formas de AAC, incluindo

sistemas como linguagem gestual.

Aumente Consultores Educacionais, Inc. Foi estabelecida em 1992 por Andrew Bondy,

Ph.D, Lori Geade , CCC/SLP. Eles e a equipe da Pirâmide, oferecem serviços consultivos em

cenários do lar, escolas públicas/privadas que combinam a análise aplicada do comportamento

(ABA) a uma comunicação funcional.

A empresa oferece programas de treinamento altamente qualificado.

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A pirâmide é a fonte para o Quadro do sistema de Comunicação - PECS - o sistema

dinâmico de alternativo/aumentativo que focaliza em iniciação de comunicação antes que o

professor controle respostas O PECS escrito pela Sra Geada Bondy, vem ajudando milhares de

pessoas no mundo inteiro, e é a base da pirâmide para aproximar a educação e desenvolver

ambientes que mistura sistemas motivacionais com atividades funcionais e estratégias criativas

de comunicação.

Como pode ver o PECS pode ser um sistema de comunicação muito funcional para as

crianças que não conseguiram adquirir a fala na maneira típica.

O PECS imita o desenvolvimento de fala em crianças típicas, também pode ser usado

como uma ponte a linguagem verbal para crianças com autismo.

Como PECS pode ajudar crianças com autismo? A maneira que o PECS ajuda as crianças

com autismo é fornecendo apoio para o ensina o de linguagem verbal.

Muitas crianças com autismo têm dificuldades com a comunicação verbal, e parte destas

crianças não desenvolvem a comunicação verbal.

Os estudos mostram que o uso do PECS resulta em vocabulário aumentativo,

comunicação espontânea e aumentada, e em alguns casos, fala verbal funcional.

Temos que perceber que a incapacidade em se comunicar com o mundo frustra a criança

autista e com isso geram explosões e comportamentos inadequados

Funcionamento funcional é um déficit do típico do autismo (Pesquisa Conselho Nacional

- 2001)

CRIANDO O PECS

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Nome da criança

Faixa seleta destacável

Estrutura base para a colocação das figuras

Abaixo figuras PECS (boardmakers), imprimir ou recortar, plastificar ou usar papel

contact

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PECS - Um caminho para a comunicação

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A parte principal de muitas incapacidades

Expressão: Como me comunico com outras pessoas?

Compreensão: Entendo o que está sendo dito a mim?

Linguagem: Onde ir? O que fazer? O que fazer depois? Como fazer? O que escolher? O

que pode fazer? O que não pode fazer?

Fala/ linguagem X comunicação:

➢ Articulação

➢ Expressão vocal

➢ Sintaxe

➢ Semântica

A comunicação envolve:

➢ Estabelecer atenção

➢ Colher informação

➢ Processar informações

➢ Armazenar informação

➢ Cobrar informação

➢ Enviar informação

Sintaxe: parte de gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no

discurso, bem como a relação lógica de frases entre si e a correta e a correta construção

gramatical

Semântica: estudo das mudanças ou translações sofridas ,no tempo e no espaço pela

significação das palavras

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Comunicação Expressiva/ funções Pragmáticas

Pragmática: que vem do pragmatismo

Pragmatismo: doutrina de Charles Sanders Peirce, filósofo americano (1839-1914) cuja

tese fundamental é que a ideia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma de

ideias de todos os efeitos imagináveis atribuídos por nós e que possa ter um efeito prático

qualquer.

Formas de comunicação: fala, linguagem, língua de Sinais (libras), figuras, comunicação

corporal/gestual, linguagem escrita...

Comportamentos inadequados atribuídos a falta de comunicação: chutar, bater, gritar,

birras, morder etc...

Função da comunicação

- Solicitar: alimentos, atenção, protestos, cumprimentos, fazer perguntas,

interagir socialmente e etiqueta.

Pragmático - tornar a comunicação eficiente (linguagem social)

- Atenção

- Contato visual

- Responder a iniciação com os outros

- Retornar

- Regras de diálogos: começar, parar

Parceiros receptiva

- Frequentemente esquece

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- Não faz comparação

- Recursos pobres de comunicação

- Não a utiliza de forma funcional

Observando alunos com habilidades de comunicação receptiva

- Quais as formas de comunicação para que um aluno possa entender?

- Gestos/ linguagem corporal, fala, sinais manuais/ libras, objetos

Esta forma de comunicação se torna:

-Eficiente, efetiva, fácil de usar, socialmente aceitável, promove independência, torna

funcional, torna a comunicação agradável,

Não importa se são alunos verbais ou não verbais. A maioria dos estudantes são:

aprendizes visuais - Se eu posso ver ------ eu entendo

Estratégias visuais tornam a comunicação eficiente.

Ferramentas visuais são informação

- O que está acontecendo

- O que acontecerá

- Posso escolher

- Posso trocar

- Quem irá chegar

- O que posso fazer

Noção de tempo

- O que está acontecendo

- O que irá acontecer

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- Qual a sequência dos acontecimentos

Ferramentas que dão ORIENTAÇÃO

- Dar atenção aos alunos

- Utilização de formas de comunicação simples com figuras ou palavras escritas.

Ferramentas visuais que estabelecem regras

- Dizer o que fazer

- Dizer o que não fazer

- Definir recompensas

- Definir consequências

Ferramentas visuais para ensinar habilidades sociais

- Utilização de figuras ou formas e desenhos em que os alunos possam entender

de forma rápida e fácil.

- Não use quadros ambíguos nem complexos parta evitar que ocorra um colapso

Criando ferramentas visuais FAÇA:

- Usar formas que o aluno entenda rapidamente e facilmente

- Crie ferramentas que são universalmente entendidas.

- Observar como os alunos respondem

- Ensinar o que você criou

- Utilizar ferramentas visuais em todos os ambientes

Estratégias visuais

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A nossa meta é descobrir como usar estratégias que possam apoiar uma comunicação

visual que faça a diferença na vida do aluno.

Este tipo de comunicação é significativo e altamente motivador. Os materiais podem ser

feitos por nós mesmos.

Com o PECs a criança terá um pool ilimitado de comunicação. Qualquer pessoa que

receber a figura ou foto entenderá o objetivo.

O PECS é um excelente meio de comunicação para indivíduos com dificuldade motoras

e que não conseguem realizar sinais, quando utilizado de forma frequente a criança assimila

rapidamente e também rapidamente são generalizados para a vida da criança sem ter que

ensinar a equipe de funcionários da escola e familiares.

A figura é o sinal mais importante de um discurso para atender uma criança não verbal,

evitando comportamento inadequado; para o indivíduo verbal o pensamento é o sinal e o

discurso é um formulário.

FASES DO PECS

Há 6 fases para se ensinar uma criança a utilizar o PECS. Estas fases devem ser ensinadas

de forma sequencial onde o principal objetivo é aumentar a habilidade no aumento da

comunicação.

Fase 1:

A primeira lição para iniciar o PECS é fazer com que a criança peça de forma espontânea

artigos ou atividades.

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Esta primeira fase requer geralmente duas pessoas, professores ou membros da família

para trabalhar com a criança.

O primeiro adulto deverá estar à frente da criança e manter o contato visual, este adulto

será a pessoa com que nós queremos que a criança se dirija na maioria das vezes.

O papel do segundo adulto é permanecer atrás da criança e ajudá-la fisicamente para

alcançar a figura de seu desejo, retirar e entregar ao primeiro adulto.

Quando o primeiro adulto recebe a figura imediatamente o item solicitado pela criança

é junto reforçado verbalmente ( “ Oh! Você quer coca -cola! ”)

O mais cedo possível o auxílio físico do segundo adulto dever ser retirado até que a

criança consiga trocar de forma independente a figura pelo item.

Objetivo da fase 1:

O objetivo desta faze é que a criança inicie uma comunicação e também para que ela

possa ser espontânea.

Pais e profissionais devem resistir ao impulso - “ O que você quer?” Ou outros alertas

verbais. A criança desde o início aprenderá a solicitar seu desejo de dentro para fora.

Fase 2:

Nesta fase a criança deverá de forma confiante e independente solicitar um item

desejado, este item de grande valor (reforçador). A criança é incentivada a utilizar esta forma

de comunicação durante o dia inteiro e o item deve ser colocado a uma distância mais longa.

Nesta fase é inserida nova figura, ou seja, mais de um brinquedo, mais de um alimento,

roupas etc... A criança também é incentivada a solicitar itens de sua preferência para os pais,

familiares, professores, terapeutas, outras crianças etc.

Nesta fase a criança já expandiu o vocabulário e aumentou os números de pessoas para

que seus desejos sejam atendidos.

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Fase 3:

Na terceira fase começamos a pedir que a criança discrimine entre um número de

artigos em uma placa, fazendo escolhas a respeito de que item irá querer. O profissional ou pais,

perguntam: “ o que você quer fazer? “Mostrando a placa, mas esta pergunta deverá ser

desvanecida rapidamente assim que a criança consiga de forma espontânea fazer suas escolhas

tão bem quanto responder uma pergunta.

Deve-se iniciar esta fase com uma disposição pequena, geralmente 2 artigos. Quando a

criança estiver mais segura para escolher um item de seu desejo, um terceiro deve ser

adicionado e assim por diante até que a criança consiga encontrar um item de seu desejo dentro

de uma disposição com várias figuras (6 em cada placa).

Fase 4:

Nesta fase a criança consegue com facilidade fazer um pedido para uma variedade de

artigos, há uma variedade de pessoas e uma variedade de locais.

A criança é ensinada a usar tiras de sentença e a fazer um pedido mais longo.

A criança combinará uma figura “eu quero” com outra figura de seu item de desejo ou

atividade. As duas figuras deverão ser unidas a uma tira da sentença e a tira inteira será entregue

a outra pessoa que a criança está se comunicando e esta deverá entregar pelo item solicitado

.
EX:

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Fase 5:

As fases 5 e 6 ocorrem ao mesmo tempo, onde é focalizada extensão diferente da

habilidade da criança pela troca do item. A fase 5 estende a estrutura da sentença começada na

fase.

Os adjetivos e outras podem ser adicionadas ao repertório da criança para ajudar que

seu pedido se torne mais refinado. Exemplo: * quero 3 balas vermelhas

➢ Quero o tênis branco e azul

➢ Quero macarrão com queijo

➢ Quero passear no parque

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Fase 6:

A fase 6 do sistema PECS é um objetivo previsto na comunicação e no resultado previsto

da criança pelo professor]Agora é concluída na comunicação a figura: “ eu vejo”

“ eu escuto”

“ eu sinto “ e etc...

A criança será ensinada a comentar os elementos do ambiente que vive.

EU QUERO
IR SHOPPING

Quando se ensina um determinado vocabulário para uma pessoa, há uma expectativa

de que os termos aprendidos sejam utilizados.

Quando a pessoa aprende a usar esse vocabulário constrói sua linguagem modificando

sua forma de pensar e de se expressar.

A modificação não depende exclusivamente da “ linguagem” na qual a interação é feita.

Todas as modalidades são válidas: gestuais, verbais, exposições às experiências e etc.

Baseado nestas conclusões podemos ajudar a criar mais fases aumentativas?

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Exemplos da fase 7

A fase 7 do sistema PECS é o resultado da continuidade do trabalho previsto em uma

comunicação aumentativa.

Agora é incluída na comunicação as figuras com perguntas e respostas e frases mais

complexas, sendo elas:

✓ “O que____? ”
✓ “Onde ____? “
✓ “Quando ___? “
✓ “Quem ____? “
✓ “Porque que ___? “

O QUE? VOCÊ VER

PÁSSARO AZUL

EU VEJO UM 1

Exemplos da fase 8

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Dando continuidade à linguagem aumentativa e alternativa iniciamos neste momento a

criança de textos simples e que são funcionais na vida diária.

Esta também poderá ser a última fase para indivíduos que não conseguem chegar a fala.

EU QUERO BRINCAR VOCÊ

Exemplos da fase 9

Nesta fase chega o momento de substituir figuras por palavras e colocar a fala junto com

a palavra escrita da seguinte forma:

Quando a criança sollicita: “ Eu quero bala”

A pessoa que está junto deve ajudar a criança a verbalizar junto apontando o indicador

para sua boca e repetindo “ Eu quero bala”

Qualquer som produzido pela criança deve ser reforçado vrblamente “isso” “muito

bem” e etc.

EU VEJO ÔNIBUS

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Exemplos da fase 10

Este é o momento da retirada do PEC para indivíduo que contruíram uma linguagem

verbal, visual e escrita.

Este é um momento em que os profissionais / pais devem solicitar e verbalizar muito

mais, mesmo que a criança procure o PECS.

O PECS não deve ser retirado em sua totalidade mas de forma gradual.

Materiais para criar o PECS

Os símbolos usados em PECS possuem uma grande variedade de fontes.

✓ Bordmakers

✓ Desenho próprio

✓ Fotos e figuras de revistas, livros etc

✓ Fotografias: câmera, tradicionais e digitais

✓ Internet e cds cliparts

Criando livros PECS

Os livros de seleção dos símbolos utilizados no PECS apresenta, uma variedade enorme

de finalidades. Os livros de figuras baseados em atividades. Assim uma criança pode ter um livro

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que organize todos os símbolos que precisar usar: no carro; na casa da vovó; na escola; no

mercado; no shopping, no quarto, na cozinha; no quintal; no clube etc

TEACCH

O programa TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communications

Handicapped Children) foi especialmente concebido para trabalhar com crianças afetadas pelas

Perturbações do Espetro do Autismo. O aglomerado de todos os défices nas Perturbações do

Espetro do Autismo conduz a uma incapacidade de resolver problemas. Desta forma, torna-se

necessário promover regras educativas que possibilitem essa aprendizagem, e o ensino

estruturado possibilita essas aquisições.

➢ O Ensino Estruturado consiste num dos aspetos pedagógicos mais

importantes do modelo TEACCH.

➢ Este modelo apareceu com o objetivo de facultar aos pais técnicas

comportamentais para darem respostas ajustadas às necessidades dos seus

filhos autistas.

➢ O principal objetivo é auxiliar a criança com PEA a crescer e

aperfeiçoar as suas competências adaptativas para atingirem o máximo de

autonomia. No programa TEACCH, a ênfase é colocada na ajuda a pessoas com

autismo e nas suas famílias, de forma a atenuar os comportamentos mais usuais

desta patologia.

Segundo Marques (2000,p. 91)este programa assenta em sete princípios:

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1) uma melhoria da adaptação, através do desenvolvimento de competências e da

adaptação do meio às limitações dos indivíduos;

2) uma avaliação e intervenção individualizadas, mediante a elaboração de um

programa de intervenção personalizado;

3) A estruturação do ensino, nomeadamente, das atividades, dos espaços e das tarefas;

4) uma aposta nas competências emergentes, identificadas na avaliação;

5) A abordagem terapêutica de natureza cognitivo-comportamental e as estratégias de

intervenção assentam na ideia de que um comportamento inadequado pode resultar de um

défice ou compromisso subjacente, ao nível da percepção ou compreensão;

6) O apelo ao técnico “generalista”, a fim de treinar os profissionais enquanto

“generalistas”, trabalhando melhor com a criança e a família;

7) O apelo à colaboração parental, momento em que os pais trabalham com os

profissionais, numa relação de estreita colaboração, mas permanecendo em casa.

Entretanto o trabalho é iniciado nas estruturas de intervenção. O ensino estruturado é

aplicado através do modelo TEACCH e em Portugal faz-se uso deste modelo desde 1996,

tentando dar-se uma resposta alternativa aos alunos com Perturbações do Espetro do Autismo

em escolas do ensino regular, promovendo desta forma a tão aclamada inclusão. Foi na década

de setenta, na Carolina do Norte (Estados Unidos da América), que Eric Schopler e os seus

colaboradores desenvolveram este modelo na sequência de algumas investigações. Tinham

como objetivo ensinar aos pais algumas técnicas comportamentais e métodos de educação

especial que fossem de encontro às necessidades dos seus filhos portadores das Perturbações

do Espectro do Autismo. O Modelo TEACCH tem como base principal poder ajudar as crianças

com autismo e proporcionar-lhes melhores condições de vida, a crescer, a melhorar os seus

desempenhos e capacidades adaptativas, de forma a atingir ao longo da vida mais autonomia.

O Modelo TEACCH tem como objetivo incidir em áreas como:

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• Ensino de capacidades de comunicação;

• Organização e prazer na partilha social.

Tenta também centrar-se em áreas fortes que se encontram com frequência em

indivíduos com Perturbações do Espetro do Autismo:

• Processamento visual;

• Memorização de rotinas funcionais;

• Interesses especiais.

Este modelo pode adaptar-se às necessidades específicas de cada criança, bem como a

diferentes níveis de funcionamento. O Modelo TEACCH, é um modelo flexível, pois adequa-se á

maneira de pensar e de aprender destas crianças, e o professor tem a vantagem de poder

encontrar as estratégias mais adequadas, podendo desta forma responder mais assertivamente

às necessidades individuais, podendo desta forma minimizar muitos problemas que perseguem

estas crianças, tornando o seu dia-a-dia mais previsível e confuso. Este programa permite

modificar e organizar o meio a favor da deficiência deste tipo de alunos. Os indivíduos

portadores das Perturbações do Espetro do Autismo padecem de falta de estrutura, o que por

sua vez aumenta a falta de objetivo na ação e no comportamento estereotipado. Posto isto, é

de primordial importância a interação entre pais, terapeutas e professores, com o propósito de,

em conjunto, poderem determinar o quê; onde; quando; como; e em que sequência as

aprendizagens devem ser realizadas. A organização do Modelo TEACCH, tem vindo a facilitar os

processos de aprendizagem de autonomia, e diminuiu a ocorrência de problemas de

comportamento.

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PRINCÍPIOS E ESTRATÉGIAS DO ENSINO ESTRUTURADO–MODELO TEACCH

O Modelo TEACCH assenta num conjunto de princípios e estratégias, que passam pela

estruturação externa do espaço, estruturação do tempo, estruturação dos materiais e

atividades, permitindo que as crianças que frequentam este espaço se organizem internamente

e facilita-lhes deste modo os processos de aprendizagem e de autonomia, o que por sua vez se

traduz na diminuição de incidentes ao nível comportamental. O ensino estruturado faculta às

crianças portadoras das Perturbações do Espetro do Autismo:

• O fornecimento de informação clara e objetiva das rotinas;

• Um ambiente calmo e previsível;

• O atendimento à sensibilidade do aluno aos estímulos sensoriais;

• Sugestão de tarefas diárias que a criança é capaz de realizar.

• Promoção da autonomia;

• Adequa-se às necessidades de cada criança;

• Centra-se nas áreas fortes de cada criança;

• Adapta-se à funcionalidade de cada criança;

• Envolve toda a família e os técnicos intervenientes no processo

educativo.

A criança autista não tem estrutura mental que lhe permita organizar-se, através deste

modelo e de situações de ensino/aprendizagem estruturadas, as suas dificuldades são

minoradas, a criança sente-se mais segura e confiante. Neste modelo também se trabalha no

sentido de fomentar a independência, preparando assim as crianças autistas para a vida adulta,

pois é feito um grande investimento na sua autonomia. A criança tem muitos ganhos ao nível da

autoconfiança, resiliência e autoestima.

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Melhoria das capacidades adaptativas da criança; Colaboração entre pais e profissionais

que estão envolvidos no processo ensino/aprendizagem; Avaliação individualizada para a

intervenção; Reforço das capacidades; Teoria cognitiva e comportamental; Ensino estruturado.

Referências

AMA. Associação Mão Amiga: Associação de Pais e Amigos de Pessoas Autistas. Tratamento.
Disponível em:<http://www.ama.org.br/site/tratamento.html>. Acesso em: 13 mai. 2015.
AMIRALIAN, M. L. T. M. Psicologia do excepcional. São Paulo: EPU, 1986.
Classificação de Transtornos Mentais CID – X. Porto Alegre: Artmed, 1993.
KANNER, L. Autistic Disturbances of Affective Contact. Nervous Child, 2, 217150, 1943.
Manual Diagnóstico e Estátistico de Transtornos Mentais: DSM- IV. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SANTIAGO, J. A.; TOLEZANI, M. Encorajando a criança a desenvolver habilidades sociais no
Programa Son-Rise. In.: Revista Autismo: informação gerando ação. São Paulo, ano 1, v. 1, p. 14-
16, abril de 2011.
SANTOS, I. M. S. C. dos; SOUSA, P. M. L. de. Como intervir na Perturbação Autista. Disponível
em: < http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0262.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2015.
SANTOS, M. F. R. dos. Dialogando com o Autista. 2015. Artigo não publicado.

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SCHWARTZMAN, J. S. 1 em 110 crianças nascidas nos Estados Unidos está no espectro autístico.
E aqui? In: Revista Autismo. Ano I, nº 0, setembro de 2010.
STELZER, F. G. Uma pequena história do autismo. In: Caderno Pandorga de Autismo, vol. 1, junho
2010.
TOLEZANI, M. Son-Rise uma abordagem inovadora. In.: Revista Autismo: informação gerando
ação. São Paulo, ano 1, nº 0, p. 8-10, setembro de 2010.
VARELLA, D. Autismo (primeira parte). 2011. Disponível em:
<http://drauziovarella.com.br/crianca-2/autismo-primeira-parte/>. Acesso em 09 mai. 2015.

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