Você está na página 1de 95

PRINCÍPIOS PARA MEDIÇÃO

DE MOTORES
Alexandre Frascari
UA 1 : ANÁLISE QUALITATIVA DA
PROPAGAÇÃO DE ONDAS
• As ondas têm propriedades universais que se aplicam em todos os
campos da física.
• Nesta aula vamos estudar as propriedades gerais da transmissão de
energia pelas ondas e algumas de suas aplicações práticas.
ONDAS E ENERGIA
Ondas são perturbações de um meio que transmite energia e não matéria.

Por exemplo, as ondas caminham na


água, mas carregam a água (ou o pato)
com elas
• Uma onda é uma perturbação de um meio que se propaga no espaço
e no tempo, transferindo energia e não matéria.
• No exemplo de uma corda, um pulso caminha por ela (onda
transversal) sem que haja deslocamento do material da corda na
direção de propagação da onda.
• Quando essa onda encontra um obstáculo, ela reflete, retornando à
sua origem. Se esse obstáculo é imóvel, a onda retorna com a mesma
fase. Como vemos na figura a seguir:
PROPAGAÇÃO DE ONDAS EM UMA CORDA: REFLEXÃO, TRANSMISSÃO

Transmissão de uma onda em um meio Reflexão da onda quando encontra um


homogêneo obstáculo imóvel.

Assista o vídeo : https://youtu.be/9OpL3OFuVXo

https://brasilescola.uol.com.br/fisica/reflexao-onda-uma-corda.htm
• Quando ocorre uma mudança de meio, uma parte da onda é refletida
e outra parte é transmitida.

• A figura a seguir mostra esse fenômeno com a onda refletida


invertida à onda incidente pelo fato do ponto de junção de uma corda
fina com uma mais grossa ser móvel (e não fixa).
Assista o vídeo: https://youtu.be/eLDIJvTEBhg
Propriedade das ondas da luz: reflexão e
refração

O mesmo fenômeno ocorre na


propagação da luz: Quando há uma
mudança de meio (por exemplo, a
onda vai do ar para o vidro), uma
parte da luz é refletida e outra
parte é transmitida (refratada) com
um desvio no ângulo de incidência.
Interferência de ondas: ocorre quando duas
ondas que se propagam em sentidos opostos se
encontram
• Quando a onda incidente encontra a onda refletida, há uma
sobreposição dessas duas ondas, que chamamos de interferência de
ondas.

• Essa interferência pode ser:


• construtiva: quando elas têm a mesma fase e se somam
• Destrutiva: quando elas tem fases opostas e se cancelam
Ondas construtivas e destrutivas

Construtiva Destrutiva

Referencia: Vitorino Azeredo Carreiro: FENÔMENOS ONDULATÓRIOS


Aplicação: amplificador de som
Impedâncias são as características do meio onde a onda se propaga. Serão estudadas para circuitos elétricos
em detalhes na próxima aula. Um amplificador de potência envia sinais em forma de ondas para as caixas de
som. Quando as impedâncias são diferentes nas caixas de som e no amplificador, uma parte da energia enviada
pelo amplificador para as caixas retorna. O resultado disso é que o som vai sair baixo nas caixas de som e os
transistores de saída do amplificador vão sobrecarregar e esquentar, podendo queimar o estágio de saída.

Casamento de impedâncias: Nesta aplicação, a melhor


eficiência é conseguida quando a potência do
amplificador é totalmente transferida para as caixas de
som. Neste caso, a principal regra é: as caixas de som
precisam ter impedância igual ou maior que a
impedância do amplificador, receiver ou módulo ao qual
estiverem ligadas – caso contrário, correm o risco de
queimar muito facilmente.

Por exemplo, uma caixa de 4 ohms pode ser ligada em


um amplificador que suporta no mínimo 4 ohms, mas
não em um que suporta pelo menos 8 ohms.
• Como vemos no exemplo acima, ele é análogo ao exemplo da corda e
da luz.
• Quando a impedância do amplificador está casada com a impedância
das caixas de som, a potência transmitida é máxima. Casar
impedâncias equivale a fazer com que a onda não “sinta” a mudança
de meio, e com isso, não haja reflexão e toda a energia da onda é
transmitida.
• Esse casamento de impedâncias equivale a um ponto chamado de
ressonância do sistema amplificador-caixa de som.
Aplicação: Reflexão em uma linha de
transmissão de energia
Quando uma onda viaja em uma linha de transmissão
e encontra uma incompatibilidade de impedância,
parte (ou toda) dela é refletida de volta na direção
oposta.

Um gerador está fornecendo energia para uma carga através de uma linha de transmissão. Se a impedância da
linha não corresponder à impedância da carga, ocorre uma reflexão e parte da potência é refletida de volta.

Quando uma onda direta e uma refletida viajam simultaneamente em direções opostas em uma linha de
transmissão, a onda resultante, sendo a superposição das duas, é chamada de onda estacionária.

Ter ondas estacionárias em uma linha de transmissão não é necessariamente uma coisa ruim, mas os
transmissores geralmente não gostam de receber de volta parte da energia que fornecem.
https://www.giangrandi.org/electronics/anttool/swr.shtml
Onda estacionária em uma linha de transmissão
Representação esquemática de ondas estacionárias
Aplicação: antenas ressonantes
• Uma onda reflete quando há mudanças nas propriedades elétricas do material. Isso se baseia no
comportamento das ondas, que refletem nas superfícies onde a constante dielétrica muda, de maneira
semelhante à maneira como a luz reflete quando as propriedades ópticas mudam. Essa reflexão das ondas
corresponde a uma perda na potência transmitida.
• Isso leva ao conceito de casamento de impedâncias para reduzir essas perdas, como no caso dos
amplificadores de som. Casar impedâncias é fazer com que a impedância da linha de transmissão seja o mais
próximo possível à impedância da antena, para transferir eficientemente o sinal recebido da linha de
transmissão, caso contrário, parte da potência do sinal do transmissor será refletida de volta ao transmissor. A
transferência de potência máxima requer a correspondência da impedância da antena à impedância do receptor
ou transmissor. A correspondência de impedância entre a linha de alimentação e a antena é medida por um
parâmetro chamado razão de onda estacionária (SWR) na linha de alimentação.
• A maioria dos projetos de antenas são baseados no princípio da ressonância, onde há o casamento de
impedâncias. A superfície refletiva (da antena) é constituída normalmente por um fio ou haste metálica fina
onde é conectado a uma linha de transmissão. Quando o sinal de rádio que vai ser transmitido chega em uma
antena devidamente projetada (o condutor com ¼ do comprimento de onda a ser transmitida), o sinal reflete
com uma mudança de fase de 360 graus, retornando ao sinal original. Este processo cria uma onda estacionária
no condutor, que é a onda ressonante.

https://en.wikipedia.org/wiki/Antenna_(radio)
Ondas estacionárias em um dipolo de meia onda conduzido em
sua frequência de ressonância. As ondas são mostradas
graficamente por barras de cores (vermelho para tensão, V e
azul para corrente, I) cuja largura é proporcional à amplitude da
quantidade naquele ponto da antena.

Em resumo: Uma antena ressonante é uma antena em que a impedância da linha de transmissão é o mais
próxima possível da impedância da antena (casamento de impedâncias), fazendo com que a potência
transmitida pelo sistema linha de transmissão-antena seja máxima.
Algumas aplicações do casamento de
impedâncias
• Casamento entre transmissores e antenas
• Transmissores de alta potência Telefones celulares Casamento Inter
estágio de transistores
• Maximizar potência em estágios amplificadores de potência.
• Evitar a queima de amplificadores de potência quando a potência
refletida na carga retorna ao amplificador.
• Evitar reflexões que causem distorção de sinais em linhas de
transmissão
• Como vimos, as leis da energia e das ondas são aplicáveis a vários
tipos de situação, em vários meios diferentes.

• Na sequência do curso vamos ver a relação dessas propriedades com


o problema da medição da potência relacionada aos motores. Antes
de saber como medir, é preciso saber o que se está medindo.
UA 2 : A TAL DA IMPEDÂNCIA

Nesta aula vamos estudar a impedância em circuitos elétricos.

Primeiramente faremos uma revisão dos conceitos de impedância


estudados na disciplina de circuitos eletrônicos.
Impedância resistiva
Quando se aplica uma tensão contínua (DC) em
uma carga resistiva, a corrente aparece
imediatamente.

A potência elétrica dissipada no resistor é dada


pela equação:

Potência = Voltagem DC x Corrente DC

No caso ao lado
P = 12 Vdc x 120 mAdc = 1.44 Watts

Os valores de tensão são obtidos por um


voltímetro DC e de corrente com um
amperímetro DC
Tensão e corrente eficaz (rms)
Esta representação seria a mesma para a corrente eficaz.

Desta forma é chamado de corrente alternada eficaz a corrente alternada que é equivalente à
corrente contínua em quantidade capaz de transferir potência a uma carga.

Os sistemas de potências são medidos tanto em corrente eficaz como em tensão eficaz, desta
forma os valores que medimos em um multímetro são valores eficazes tanto para corrente
quanto para tensão.

Quando se fala em valor eficaz normalmente lembra-se da sigla RMS que do inglês é root mean
square que traduzindo seria valor médio quadrático, isto é um cálculo médio estatístico de um
valor variável, que pode ser usado para definir também o valor eficaz.

Para a forma de onda senoidal, como a vista nos sistemas de corrente e tensão alternadas
temos as seguintes fórmula para a tensão eficaz e corrente eficaz:

https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-corrente-ou-tensao-eficaz/
Observe que o valor médio de uma senóide é zero porque a
soma da energia transmitida no ciclo positivo mais o ciclo
negativo é zero. Para isso se define o valor de corrente eficaz
em que o valor de uma corrente contínua, Icc, capaz de
dissipar a mesma potência em um resistor, equivale ao valor
de pico da corrente CA multiplicado pelo fator 0,707.

https://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/index.php/AULA_2_-_Circuitos_2_-_Engenharia
Quando se aplica uma tensão alternada (AC) em uma carga resistiva, a corrente aparece imediatamente. A
medida da tensão e da corrente é dada pelos valores rms que equivale ao valor eficaz das ondas senoidais:

Potência DC = Tensão DC x Corrente DC

Esquematicamente vemos abaixo:

Tensão DC

Corrente DC

Potencia DC

Os valores de tensão rms são obtidos por um voltímetro AC e


corrente rms com um amperímetro AC.
Representação rms das ondas senoidais

Tensão DC rms

Corrente DC rms

Potência DC rms

Para facilitar o entendimento da transferência de energia entre as fontes e as cargas indutivas e capacitivas, nos próximos
exemplos vamos representar a tensão e corrente senoidal pelo seus valores eficazes como ilustrado acima.
Impedância reativa
Aprendemos que resistor é um componente passivo que
"resiste" à passagem de corrente elétrica. Na verdade, o
resistor realiza duas funções:
• Efeito Joule: transforma energia elétrica em calor. Em
geral isto é indesejável, mas é útil na resistência de
chuveiro, no filamento da lâmpada, etc.
• Mantém uma tensão proporcional à corrente,
conhecida como queda de tensão.

As impedâncias são medidas em "Ohms“, podem aparecer


sempre que exista uma relação entre tensão e corrente. Não é
preciso que esta relação esteja gerando calor.

https://epxx.co/artigos/impedancia.html
Num circuito de corrente contínua (CC), uma bobina
não passa de um monte de fio enrolado. É
praticamente um curto-circuito. Porém, quando
alimentada com corrente alternada (CA), a bobina
torna-se reativa: ela absorve energia magnética, e
devolve em seguida, a cada ciclo.

De forma simétrica, um capacitor não deixa passar


nenhuma corrente CC, porém em CA ele também é
reativo, absorvendo e devolvendo energia elétrica.

Figura acima: Indutor ligado a uma fonte de


corrente alternada. Se desconsiderarmos as
perdas de transmissão, este circuito não
consome energia, embora haja muita
corrente nos fios o tempo todo
https://epxx.co/artigos/impedancia.html
Figura ao lado: Corrente e potência do circuito anterior.
Note que a potência é negativa a metade do tempo.
Potência negativa significa que a energia está sendo
devolvida ao gerador. Já a corrente nunca troca de
sentido. Na média a corrente é de 10A, porém ela vai
contra a tensão da fonte em metade de cada semiciclo,
devolvendo energia.

Enquanto absorvem e devolvem energia, estes componentes geram uma tensão que se opõe à corrente. Portanto eles "resistem", à sua maneira, e portanto possuem uma impedância
em Ohms. Esta impedância é função da frequência CA.

Em instalações elétricas, aparelhos cuja impedância é em parte reativa são denominados cargas reativas. Elas costumam ser indesejáveis. A impedância reativa não gasta energia por si
mesma, porém a energia elétrica indo e voltando acaba sendo dissipada pelo sistema de transmissão (fiação, conexões, tomadas, transformadores, etc.).

Por exemplo, suponha um aparelho cuja impedância é 22Ω reativa. Se você ligá-lo na tomada, circulará uma corrente de 10A (220 dividido por 22). A potência aparente do aparelho é
2200VA, mas a potência útil é zero, pois a corrente vai e volta 120 vezes por segundo. A conta de luz não sobe, porque o relógio fica indo e voltando.

Agora, digamos que as perdas de transmissão da usina elétrica até sua casa sejam de 10%. Grosso modo, energia que fica indo e voltando será 100% perdida em 10 ciclos. Ela custou
dinheiro para ser gerada, virou fumaça e ninguém vai pagar por isso.

Por conta disso, as concessionárias de energia penalizam consumidores cujo fator de potência seja baixo — ou seja, com uma grande proporção de cargas reativas.

Por sua vez, grandes consumidores instalam equipamentos que corrigem o fator de potência. Por exemplo, se uma empresa possui muitas cargas indutivas (motores, eletroímãs) pode
instalar um banco de capacitores, cuja reatividade é de natureza oposta. Do medidor de luz para fora, a impedância total parece não-reativa.

https://epxx.co/artigos/impedancia.html
Vamos entender melhor essa questão: vamos analisar o que ocorre utilizando a equivalência da
tensão e corrente senoidal pela representação eficaz para deixar mais claro o que ocorre

Em uma carga indutiva (reativa) a tensão e corrente estão


Em uma carga puramente resistiva (não defasadas: o indutor funciona como uma inércia para a
reativa) a tensão e corrente estão em corrente, portanto primeiro é aplicada a tensão (“força”) e
fase: depois a corrente vai acompanhar (“movimento”)

Tensão rms Tensão rms

Corrente rms Corrente rms

Potencia rms Potência rms

I=0 V=0
P=0 P=VI P=0

Potência rms = Tensão rms x Corrente rms Veja que aqui a potência transferida é reduzida. Porque onde a tensão é zero, e,
Essa potência corresponde a área do quadrado onde a corrente é zero, a potência é zero (P=V.I). Como consequência a área
amarelo na figura acima amarela fica menor que no caso da impedância resistiva
Em uma carga capacitiva (reativa) a tensão e corrente
Em uma carga puramente resistiva (não
também estão defasadas, mas em sentido oposto ao caso
reativa) a tensão e corrente estão em
do indutor: primeiro a corrente é estabelecida, depois a
fase:
tensão aparece

Tensão rms Tensão rms

Corrente rms Corrente rms

Potência rms Potência rms

V=0 I=0
P=0 P=VI P=0

Potência rms = Tensão rms x Corrente rms Da mesma maneira que no caso do indutor, aqui também a
Essa potência corresponde a área do potência transferida é reduzida. Porque onde a tensão é zero,
quadrado amarelo na figura acima e, onde a corrente é zero, a potência é zero (P=V.I). Como
consequência, a área amarela fica menor que no caso da
impedância resistiva.
Como as impedâncias reativas do capacitor e do indutor são opostas, eles podem ser utilizados em
conjunto para equilibrarem seus efeitos. O indutor atrasa a corrente, enquanto o capacitor adianta. Se
forem colocados valores adequados, um efeito anulará o outro, fazendo com que o comportamento seja
equivalente ao da impedância resistiva.

Figura acima: Simulação da carga


parcialmente reativa corrigida. Abaixo:
Figura acima: Simulação sem o capacitor. potência real em azul, potência aparente
Tensões acima, potências embaixo. laranja.
Figura acima: Carga parcialmente
reativa, com capacitor para corrigir o
fator de potência.

Essa condição corrigida é chamada de ressonância, e corresponde ao casamento de impedâncias visto quando
estudamos as propriedades das ondas, mas que nesta aplicação é chamado de correção do fator de potência.
Assunto da próxima aula.
https://epxx.co/artigos/impedancia.html
• Quando uma carga resistiva é alimentada por CA, tensão e corrente
estão sempre em fase. Se a tensão é positiva, a corrente é positiva. Se
a primeira é negativa, a segunda também é negativa. A multiplicação
de tensão por corrente sempre resulta num valor positivo, portanto a
transferência de potência é sempre em uma direção: da usina para a
carga.

• No caso de uma carga reativa, isto não é mais verdade. Numa carga
puramente indutiva, a corrente está 90º defasada da tensão. Numa
carga puramente capacitiva, a corrente está 90º adiantada da tensão.

https://epxx.co/artigos/impedancia.html
UA 3 : FATOR DE POTÊNCIA
• CARGAS LINEARES
• Para levar em conta o que ocorre nas cargas reativas mostradas na
aula anterior, foi definida uma quantidade chamada de Fator de
Potência que será o objeto desta aula.
• Em seus termos mais simples, o fator de potência (FP) é uma medida
de quão efetivamente a energia elétrica está sendo utilizada por um
sistema.
Maneiras intuitivas de compreender a impedância

No caso das massas,


a impedância é a
massa

Casamento de impedâncias para o som

Matthew Schwartz Lecture 9: Reflection, Transmission and Impedance


chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://scholar.harvard.edu/files/schwartz/files/lecture9-
impedance.pdf
ANALOGIA COM A LUZ

LUZ
• Como vimos na primeira aula sobre o
comportamento geral das ondas, uma
fonte de energia senoidal (AC) se
comporta da mesma maneira do que a
lua.
• Quando um raio de luz atinge um meio
com índice de refração diferente, parta da
luz é refletida e parte é transmitida.
• O mesmo ocorre quando uma fonte de
tensão senoidal é conectada a uma carga
reativa (indutância ou capacitância) que
possui uma impedância diferente da linha
de transmissão: parte da energia é
refletida e parte é transmitida.
TRIÂNGULO DAS POTÊNCIAS

DEFINIÇÕES
• Seguindo a analogia anterior foram definidos os seguintes parâmetros
elétricos:
• Potência Aparente: é a energia total enviada para a carga (corresponde à luz
incidente)
• Potência Reativa: é a energia refletida (corresponde à parte da luz refletida)
• Potência Real: é a energia que efetivamente é transmitida à carga
• Fator de Potência: é definido como a relação entre a potência aparente e a potência
real:
• Fator de Potência = Potência Real/Potência Aparente ou FP = PR/PA
Como a potência transmitida é sempre menor ou igual a 1, o Fator de Potência varia
entre 0 e 1.
Como vimos, o Fator de Potência é só uma
maneira de descrever quantitativamente a
porcentagem da energia transmitida que
efetivamente chega à carga.

FP = 0.5 significa que só 50% da energia


transmitida é recebida pela carga. O restante
da energia é refletida de volta para a linha de No triângulo das potências acima pode se observar
transmissão. que se forma um ângulo (Phi) entre a potência real e a
potência aparente. Por esta razão o Fator de Potência
Também pode ser feita uma representação muitas vezes é chamado de cos(Phi). Porque no
gráfica chamada de triângulo das potências, triângulo a potência real é a projeção no plano
como ilustrado na figura ao lado. horizontal da potência aparente, que pode ser
calculada pelo cos do ângulo phi.

FP= cos(phi)
Vamos analisar o que ocorre voltando ao esquema apresentado na aula anterior:

Carga resistiva Carga reativa indutiva

Tensão rms Tensão rms

Corrente rms Corrente rms

Potência rms Potência rms

I=0 V=0
P=0 P=VI P=0

Potência rms = Tensão rms x Corrente rms Veja que aqui a potência transferida é reduzida. Porque onde a tensão é zero, e,
onde a corrente é zero, a potência é zero (P=V.I). Como consequência a área
Essa potência corresponde a área do quadrado amarela fica menor que no caso da impedância resistiva
amarelo na figura acima
Aqui a potência real corresponde ao quadrado amarelo. Observe que o
Corresponde ao Fator de Potência =1. Isto é, toda a quadrado amarelo no caso anterior é maior que neste caso, porque parte da
energia enviada pela fonte é recebida pela carga. energia é refletida.
(Potência aparente = Potência real)
• Observe aqui que quando se mede a corrente
e a tensão com um multímetro, o que está se
medindo são os valores rms, que
correspondem aos quadrados vermelho e azul
ao lado. Se multiplicarmos a Tensão rms pela
Corrente rms obteremos a potência aparente.
• Portanto a Potencia Real é obtida pela
multiplicação da Potência Aparente pelo Fator
de Potência:

Potreal = Potaparente x Fator de Potência

Obviamente todas as potências são medidas em Watts. No entanto, para se distinguir a potência aparente da
potência real, foi convencionado utilizar a unidade Watts apenas para a potência real e VA (Volt-Ampere) para
potência aparente. Pelas considerações acima, a potência real precisa ser medida utilizando-se um wattímetro.
UA 4 : CARGAS NÃO LINEARES
• SÉRIE DE FOURIER
• FONTES DE ALIMENTAÇÃO
• ANALOGIA COM CARGAS LINEARES
• Antes de continuar, vamos revisar a definição de potência. Potência é o trabalho físico realizado por (ou
absorvido por) uma máquina elétrica (a carga), determinado pela tensão na carga e pela corrente (em fase)
através dessa carga. A potência real em corrente contínua DC sempre segue esta definição simples. O trabalho
pode ser uma função mecânica (comumente rotativa, como nos motores), ou a produção de calor. Não importa
se o calor é o trabalho desejado ou um subproduto de ineficiências no sistema eletromecânico. A eficiência é
determinada pela potência de entrada versus potência de saída. Se a saída desejada for movimento rotativo, o
calor gerado pela máquina só contribui para a entrada de energia e é um 'resíduo' (não contribui com
movimento rotativo).
• O trabalho é medido em Joules (ou seus múltiplos). Um Watt é um Joule por segundo. Watts representam
energia real, e é assim que você é cobrado pelo seu fornecedor de eletricidade. Muitos clientes industriais são
penalizados se o fator de potência no ponto de conexão for menor que um mínimo predeterminado
(normalmente ~0,9, mas varia). Os novos medidores inteligentes que estão sendo instalados em todo o mundo
também são (aparentemente) capazes de cobrar dos clientes residenciais por um fator de potência ruim, se a
legislação permitir.
• A menos que o leitor esteja familiarizado com conceitos elétricos e eletrônicos, definir potência é realmente
mais difícil do que parece. Como observado, a potência geralmente é definida como o produto da corrente e da
tensão e, para CC, funciona sempre. Se tivermos 10V em um resistor de 10 Ohm, ele consumirá 1 Ampere e
dissipará 10 Watts. Não há ambiguidade - a resposta é tão precisa quanto as leituras de tensão e corrente
permitirem.

https://sound-au.com/lamps/power-factor.html
• Onde as coisas ficam complexas é quando não temos mais uma fonte de alimentação CC. A corrente alternada (AC) é
fornecida para usuários comerciais e domésticos em todo o mundo, embora esteja fora do escopo deste artigo explicar as
razões para isso. Basta dizer que este é o caso, com energia fornecida em uma frequência de 50Hz ou 60Hz em uma
variedade de voltagens. Tanto a frequência quanto a tensão são consistentes na maioria dos países, e as combinações
típicas são 230 V RMS a 50 Hz (na maior parte do mundo, incluindo Europa e Austrália) ou 120 V a 60 Hz (EUA e Canadá e
Brasil).
• Desde que a carga ainda seja um resistor (como acima), 10 V RMS em um resistor de 10 ohms ainda fará com que 1 A flua
e o resistor dissipará 10 W. A frequência e a forma de onda são (surpreendentemente) irrelevantes. Medições de tensão
de raiz quadrada média (RMS) significam que a tensão RMS causará aquecimento idêntico em uma carga puramente
resistiva como uma tensão CC igual. 10V RMS é exatamente equivalente a 10V DC - mas apenas com uma carga
completamente resistiva (por exemplo, lâmpada incandescente, elemento de aquecimento, chaleira elétrica, torradeira,
etc.).
• As cargas simples mencionadas acima (além de muitas outras, é claro) nunca são um problema. A potência é calculada
como o produto da tensão pela corrente : Potência = Volts × Amps (rms). Não há ambiguidade, e a resposta é sempre
certa.
• Naturalmente, existem inúmeras máquinas e aparelhos que não são um simples resistor. Motores (grandes e pequenos) e
iluminação de descarga (fluorescente, iodetos metálicos, vapor de mercúrio, etc.) foram as cargas 'problemáticas'
tradicionais no passado, mas agora existem muitas cargas - algumas extremamente grandes - que não são lineares. A
tensão aplicada é uma onda senoidal (nominal) da rede, mas a corrente consumida pela carga não é. Isso causa
problemas que não podem ser calculados pela fórmula 'tradicional' e não podem ser corrigidos usando métodos testados
e comprovados. Aqui está o problema!

https://sound-au.com/lamps/power-factor.html
Exemplo de carga não linear

Exemplo e uma fonte de tensão não linear Formas de onda de potência reativa, potência não linear,
tensão e corrente

https://sound-au.com/lamps/power-factor.html
Como visto na disciplina de Elementos básicos de Eletrônica, o funcionamento da fonte de tensão acima produz uma
corrente não senoidal devido ao carregamento e descarregamento do capacitor de filtragem.

Diagrama de blocos de uma fonte


A figura acima mostra a corrente que carrega o
capacitor da fonte em cada ciclo (em vermelho),
mostrando claramente que é não linear para a
linha de transmissão.
• Uma carga não linear como a mostrada na Figura do slide anterior
pode consumir 2,8 A de uma fonte de 230 V e fornecer uma potência
de 296 W. A corrente RMS extraída (com base em uma simulação
semelhante) será de 2,8 A. Isso fornece uma classificação VA de
644VA, portanto, a determinação do fator de potência é baseada na
seguinte fórmula:
Fator de Potência= W / VA
Fator de Potência = 296 / 644 = 0.459
As fontes de alimentação chaveadas modernas mudaram a definição de
fator de potencia anterior porque a forma de onda da corrente
geralmente é altamente distorcida e rica em harmônicos.
Podemos imaginar o seguinte experimento que dê uma ideia do que são cargas reativas e não lineares.

Quando a carga é reativa (com a mola) nem toda a energia que você gasta (potência de entrada) é
convertida em trabalho - movimento do tijolo. Este sistema tem um fator de potência ruim.

Se você remover a mola, toda a energia que você colocar moverá o tijolo, desde que seja suficiente
para superar o atrito (resistência). Neste caso, não há reação (retorno de energia) e, portanto, aproxima
o fator de potência unitário.

Em uma máquina elétrica, você não tem a opção de simplesmente remover a mola se não gostar,
porque ela faz parte de um circuito que não pode funcionar se não estiver lá.

Você pode mover o tijolo com um martelo (novamente, balance-o para frente e para trás 100 ou 120
vezes por segundo), haverá apenas uma transferência de energia no breve período em que o martelo
atingir o tijolo no pico do balanço. O restante do balanço é basicamente 'tempo ocioso' quando nenhum
trabalho útil é realizado.

Assim é com a rede - cargas não lineares podem consumir corrente apenas por alguns milissegundos a
cada meio ciclo. No resto do tempo, a tensão da rede ainda oscila para frente e para trás como o martelo,
mas converte energia zero em trabalho - ou seja, mover o tijolo.

https://sound-au.com/lamps/power-factor.html
É isso que está representado nas figuras abaixo:

Na figura ao lado temos uma carga reativa linear:


A corrente e a tensão estão defasadas, mas continuam sendo
senoidais. A corrente da carga reativa não está em fase com a
tensão, e assim como a mola da Figura 1 (A) não consegue
manter a pressão (tensão) e o deslocamento (corrente)
trabalhando no mesmo momento. O mesmo acontece com uma
carga reativa. A corrente está atrasada em relação à tensão em
vários graus, e podemos calcular o fator de potência tomando o
cosseno da diferença de fase. Como observado, isso só funciona
com cargas reativas que não têm função não linear.

Nesta outra figura ao lado temos uma carga não linear:


A corrente e a tensão estão defasadas, e a forma da onda da
corrente (em verde) é muito diferente de uma senóide. Neste
caso, a potência instantânea V.I vai seguir a forma da corrente,
sendo altamente não linear com um fator de potência baixo.
Observe ainda que na figura ao lado há momentos em que a
voltagem é positiva, mas a corrente é negativa. Nessas regiões
a potência é negativa, significando que retorna da carga para a
fonte.
Observação: As definições de Fator de Potência, Potência Aparente e Potência Real foram feitas para os casos
em que a carga é reativa mas linear. Com a ampliação da utilização de circuitos eletrônicos, e fontes chaveadas
(utilizadas em computadores, celulares, lâmpadas fluorescentes, de LED, inversores e controle de motores, por
exemplo). As cargas não lineares se tornaram muito abundantes e necessitam de um tratamento teórico
adequado.

Nesse sentido, as definições dos parâmetros para cargas lineares foi estendido para as cargas não lineares com
certas adaptações, apesar de terem comportamentos bem diferentes.

Sendo distorcida, a forma de onda é rica em harmônicos. Os cálculos padrão do fator de potência baseados
em fase (cosφ) não podem ser mais usados com essas cargas não lineares. Tradicionalmente, a fórmula
favorita sempre foi que PF = cosφ - o cosseno da diferença do ângulo de fase entre tensão e corrente (também
conhecido como fator de potência de 'deslocamento', porque as formas de onda de tensão e corrente são
deslocadas no tempo/fase). Isso só funciona com ondas senoidais não distorcidas e cargas reativas lineares. O
simples fato é que um grande número de cargas elétricas são não lineares, e a fórmula não se aplica.
O que são ondas harmônicas?
Ondas harmônicas são ondas de
frequências múltiplas inteiras da onda
fundamental. Podemos observar na
figura ao lado, ondas harmônicas
senoidais que compõem a onda
original. A harmônica fundamental é
aquela que tem a mesma frequência
Uma onda qualquer pode da onda original. As seguintes
ser decomposta em uma harmônicas têm frequências múltiplas
somatória de ondas da fundamental.
senoidais, chamadas de
componentes harmônicos. Matematicamente essa decomposição
É equivalente à da onda original (não senoidal) na
decomposição da luz onda fundamental e suas harmônicas é
branca por um prisma nas realizada através da Série de Fourier.
cores que a compõem.
http://angolapowerservices.blogspot.com/2012/10/
Como vimos, uma onda não senoidal é composta de várias ondas senoidais de múltiplas frequências.
Pela definição inicial de Fator de Potência, cada uma dessas ondas teria um fator de potência diferente.
Portanto, essa definição inicial precisa ser reavaliada, e é necessário definir um novo fator de potência
para cargas não lineares, que seja uma combinação dos fatores de potência das harmônicas.

Da mesma forma, o fator de potência de uma carga linear não pode ser corrigido apenas colocando
capacitores para compensar as cargas indutivas. Para isso é necessário a utilização de circuitos especiais
chamados de PFC que emulam uma onda senoidal para a rede.

Exemplo de circuito PFC


https://www.electronicproducts.com/the-next-gen-high-power-advanced-pfc/
PARALELOGRAMO DAS POTÊNCIAS
Como dissemos anteriormente, os conceitos de Potência
Aparente, Potência Real e Fator de Potência foram definidos
para cargas lineares, e foram representados graficamente
pelo triângulo de potências.

Esse conceito foi estendido para cargas não lineares, apesar


de não representarem exatamente a mesma coisa. Para
esse fim foi introduzida uma quantidade D, denominada de
Potência de Distorção, que leve em conta os fatores de
potência das harmônicas. Esse fator mede o grau de
distorção da onda em relação à senoide, portanto: se a
forma de onda da potência é próxima da senoide o valor
desse fator é baixo (diminui a altura do paralelogramo se
aproximando do triângulo das potências que está na sua
base); quanto maior a diferença da forma de onda da carga
não linear é maior em relação à senoide, maior o valor da
Potência de distorção.

https://www.flukeacademy.com.br/blog/post/32/tri%C3%A2ngulo_de_pot%C3%AAncia_x_tetraedro_de_pot%C3%AAncia
UA6 - EPÍLOGO
• 1. FINALIDADE DESTE MÓDULO
• 2. CONSOLIDAÇÃO DOS CONCEITOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS
• 3. MEDIDAS MECÂNICAS
• 4. PROPAGAÇÃO DE ERROS NAS MEDIDAS
• 5. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO
1. FINALIDADE DESTE MÓDULO
• O objetivo deste módulo é familiarizar o aluno com o problema das
medições de motores. No entanto, antes de qualquer medição, é
necessário saber o que se está medindo. Isso é particularmente
complexo no caso das medidas de potência elétrica consumida pelo
motor. Por isso foi necessário o estudo da questão das potências e do
fator de potência.
• A seguir faremos uma revisão para consolidação desses conceitos.
Depois veremos quais os parâmetros importantes na avaliação de
motores (que são cargas indutivas lineares e não lineares)
• Para finalizar, veremos equipamentos para as medidas mecânicas de
torque e rotação, e o cálculo de eficiência de motores.
2. CONSOLIDAÇÃO DOS CONCEITOS DE
MEDIDAS ELÉTRICAS

Definimos um valor de tensão e correntes eficaz (rms) para equivaler as medidas senoidais
(AC) com as medidas em corrente contínua (DC)
RESISTÊNCIA EM CIRCUITOS AC
CIRCUITOS INDUTIVOS
CIRCUITOS CAPACITIVOS
FATOR DE POTÊNCIA CARGAS LINEARES
POTÊNCIA REATIVA
ANALOGIA COM A LUZ

POTÊNCIA APARENTE POTÊNCIA


REATIVA

LINHA DE TRANSMISSÃO

CARGA LINEAR

POTÊNCIA REAL
TRIÂNGULO DE POTENCIAS PARA CARGAS LINEARES

Pode se observar no gráfico acima que a curva da


potência instantânea (em amarelo) fica negativa em
parte do ciclo: isso corresponde à Potencia Reativa.
A Potência média é dada pela área debaixo da curva de
potência instantânea.
https://www.flukeacademy.com.br/blog/post/32/tri%C3%A2ngulo_de_pot%C3%AAncia_x_tetraedro_de_pot%C3%AAncia
CARGAS NÃO LINEARES
Exemplos

Lâmpada fluorescente
Fonte de alimentação
Na fonte de alimentação acima, o comportamento não linear é devido à carga e descarga do capacitor de
filtragem. Durante a carga há um pico de corrente nos diodos do retificador que dura até o carregamento do
capacitor. Por isso a forma da corrente é bastante diferente da senoide, configurando uma carga não linear. A
potência real vai ter uma forma semelhante à da corrente.

Como vimos anteriormente, as ondas das cargas não lineares podem ser decompostas nas suas
harmônicas, assim como a luz branca é decomposta nas suas componentes pelo prisma. A partir daí
se define um Fator de Potência para cargas não lineares como uma composição dos fatores de
potência individuais de cada onda, como indicado no próximo slide.
Neste caso, de cargas não lineares, o Fator de Potência precisa ser corrigido pela Taxa de Distorção Harmônica ( DHT)
• Um multímetro vai fornecer apenas os valores de Tensão rms e
Corrente rms, que multiplicados dão o valor da Potência Aparente.
Mas aí resta a questão de como determinar o Fator de Potência para
se obter a Potência Real (lembrando que P.real = P.aparente x FP)
• Para a medição da Potência Real é necessário a utilização de um
wattímetro, que além disso vai fornecer os dados de Potência
Aparente, Fator de Potência, Distorção Harmônica, etc. Note que o
que importa quando vai se realizar uma medição da eficiência de um
motor é a Potência Real, porque é a que parte da energia
efetivamente o motor recebe. As outras medidas são medidas
externas ao motor, relativas à linha de transmissão e não influem no
cálculo da eficiência de um motor
RENDIMENTO DE UM MOTOR ELÉTRICO

As perdas do motor são na


maior parte em forma de calor.
Vamos analisar a placa de um motor convencional trifásico.
Das especificações ao lado pode se identificar os seguintes
parâmetros importantes (sombreados em amarelo na figura):

Potência (mecânica de saída) = 750W


Tensão = 220Vac e Corrente = 2.89 Aac
Rendimento (eficiência) = 83%
Fator de Potência = 0.82

A partir daí podemos calcular:

Potência (elétrica) real de entrada = Potência (mecânica) de saída /


Rendimento = 750/0.83 = 903 W
Potência (elétrica) aparente de entrada = Potência (elétrica) real de entrada /
Fator de Potência = 903 / 0.82 = 1102 VA
Ou, alternativamente, podemos calcular a Potência aparente pela corrente x
tensão:
Potência Aparente = 220 Vac x 2.89 A ac x √3 = 1102 VA, onde o fator √3
aparece pelo fator do motor ser trifásico. Num motor monofásico seria apenas
Vac x Iac.

Os termos que estão entre parêntesis é porque geralmente


estão subentendidos.
4. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO
EQUIPAMENTO PARA MEDIDAS ELÉTRICAS

Exemplo de um Wattímetro Voltímetro


Amperímetro simples de 12vdc a
Esquema de ligação 100vdc 100a com Shunt

O shunt é um elemento resistivo


calibrado colocado entre a fonte e a
carga para se medir a corrente

Aspecto físico
A escolha do wattímetro depende da
tensão e da corrente que se quer medir
SENSOR DE
CORRENTE

Na medição da corrente, tanto utilizando um multímetro quanto um wattímetro, uma das melhores
opções é utilizar um sensor de corrente indutivo. Dessa maneira não é necessário abrir o circuito
para inserir o medidor (medida utilizando shunt de corrente).
Exemplo de um wattímetro simples
com sensor de corrente indutivo.
Neste caso, não é necessário abrir o
circuito elétrico para inserir o shunt.
O fio em que passa a corrente que
se quer medir é colocado na garra
em forma de alicate.
Analisador de energia trifásico

Para outros tipos de wattímetro, analógicos e digitais, e seu funcionamento acesse


https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-wattimetro-caracteristicas-aplicacoes/
EQUIPAMENTO PARA MEDIDAS MECÂNICAS

SENSOR
INDUTIVO
PARA
MEDIÇÃO DA
ROTAÇÃO

A medida da potência mecânica se dá pelo produto do Torque pela Rotação. A medida da rotação pode ser feita
por um sensor ótico ou por um sensor indutivo, neste caso é necessário colocar um pequeno imã no eixo para
medir a rotação. No caso do sensor ótico, é necessário colocar uma fita refletiva no eixo para a medição.
FREIO
MECÂNICO

Outro fator, além da rotação, para o cálculo da potência mecânica do motor é a medida do torque. Para isso é
necessário aplicar uma carga ao motor. Um dos métodos mais simples é aplicar um torque através de uma cinta que
gera atrito em um volante acoplado ao eixo do motor como mostrado acima. Uma balança vai medir a força aplicada,
de onde pode se obter o torque pela multiplicação dessa força com a distância do centro do eixo: Torque = F x R.
CÉLULA DE
CARGA

Em lugar da balança pode se utilizar uma célula de carga para medir a força. Nesse caso é necessário
um sistema eletrônico que converta essa força em sinal elétrico que vai ser medido pelo aparelho.
PONTE DE
WHEATSTONE
CÉLULA DE
CARGA COM
PONTE DE
WHEATSTONE

Uma das maneiras de fazer essa conversão em sinal elétrico é através de uma ponte de Wheatstone. A célula de
carga substitui um dos resistores da ponte, e quando o é aplicada uma carga gera um desequilíbrio na ponte
que gera uma tensão que pode ser medida com um voltímetro DC. É necessário calibrar esse aparelho para
saber a quantos Newtons de força corresponde a voltagem medida pelo voltímetro.
FREIO
MAGNÉTICO

Outra maneira de aplicar uma carga a um motor é através de um freio magnético. Quando um disco é girado
dentro de um campo magnético, ele vai gerar uma força que se opõe ao movimento. Esse disco deve ser
acoplado ao eixo do motor.
MONTAGEM
DO FREIO
MAGNÉTICO
NO MOTOR
SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS

Existem sistemas mais automatizados para a medida dos parâmetros necessários para a caracterização de um
motor elétrico, chamados sistemas de aquisição de dados.
SOFTWARE

Esses sistemas são acoplados aos sensores e medidores de tensão, corrente, potência elétrica, torque, rotação e
potência mecânica, fazendo uma leitura contínua dos dados e ao mesmo tempo calculando todos os fatores
necessários para o cálculo da eficiência do motor.
FONTE: Alexandre Alves Dalmolim, Périson Pavei Uggioni, BANCADA DIDÁTICA PARA ENSAIOS DE MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
MAGTROL

Um exemplo de sistema desse tipo é o da Magtrol. Pode se identificar acima o motor sendo testado, o Power
Analyzer (analisador de potência que vai medir todos os parâmetro elétricos), o Dinamômetro (que vai medir o
torque e a rotação mecânicas) e o sistema de controle e de aquisição de dados para fazer as curvas do motor.
MAGTROL
5. PROPAGAÇÃO DE INCERTEZAS NAS MEDIDAS
• Em toda medida sempre existe um grau de incerteza que precisa ser
levado em conta. Além disso, a imprecisão na hora da medição devida
às limitações dos aparelhos utilizados, se propaga através dos
cálculos.
• A seguir daremos um breve panorama dessa questão.
ERROS E
INCERTEZAS
EXPERIMENTAIS

O gráfico acima representa as incertezas nas medições tanto de voltagem (eixo x) como de corrente (eixo y)
dadas por ∆V e ∆I.
ALGARISMO
SIGNIFICATIVO
Representação numérica da incerteza
Incerteza relacionadas aos aparelhos de medida

https://pt.slideshare.net/eduardocfl/obteno-e-tratamento-de-medies-experimentais
PROPAGAÇÃO DE INCERTEZAS

Propagação de incertezas
quando se realiza uma soma
ou subtração.

Para se saber como as


incertezas se propagam
quando se realiza uma soma,
é necessário utilizar a
fórmula ao lado.

https://www.youtube.com/watch?v=IW45m1gUNNw
Propagação de incertezas
quando se realiza uma
multiplicação ou divisão.
Exemplo de
aplicação em
uma divisão

Você também pode gostar